Aldeia junho 2014 36 pags

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Editorial Prezados leitores e irmãos de fé, diante das adversidades cotidianas é que aprendemos verdadeiramente a necessidade de nos tornar cada vez mais fortes e crescermos ante a todos os óbices, barreiras e obstáculos postos a nossa frente. Entendemos natural sentir o peso das grandes responsabilidades e das cargas da vida, porém, não devemos nunca nos entregar ao desânimo, a melancolia e a tristeza continuada. Caminhando com fé real brotará sempre de nosso interior a chama do espírito guerreiro, combativo, atuante e perseverante, chama esta que nos manterá acesos, com sangue aquecido, com brilho no olhar, com pensamentos positivos e com sede de vencer sem se descuidar da atenção aos princípios do amor, da caridade e da boa-fé. Para podermos colher os frutos de uma árdua jornada de trabalho, seja de qual natureza for, necessário se faz definir prioridades, solidificar as bases, traçar um plano de ação, acreditar naquilo que se faz e fazer aquilo em que se acredita, tudo isso amparado na máxima: “Eu posso, Eu sou Capaz, honrando meus compromissos, zelando pela ética, respeitando o próximo e fazendo valer minhas competências, serei um vencedor”!

TE EXPEDIEN els B. Xenoktistakis g n E r: l Coradini Direto rte: Danie tistakis A e d o ã ç Dire enok ngels B. X rgo / Redator: E res: Adriano Cama Portanto, meus irmãos, adiante, firmes, convictos, crédulos e fortes, vivendo intensamente os momentos o d Colabora ares e de felicidade e amparando aqueles que de nós necessitam nos momentos dor, sigamos vivendo in Ronaldo L Xenoktistakis com o sorriso no rosto, disseminando o amor e a solidariedade, fazendo valer a nossa essência do bem s s Barros ro d n a Alex Alexandro : a ic d rí e atingindo a cada dia os objetivos que dão sentido a nossa vida. Ju .106 Assessoria AB/SP 182 oclos.com.br O – is k a st decab Xenokti Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós! Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi! al@aldeia rn jo : to conta Alexandros Barros Xenoktistakis

PREVISÃO BARALHO CIGANO Cartas: Pássaros – Lírios - Aliança Amor - Período de concretização e realização no campo afetivo. Momento ideal para renovar a relação, se pensar em compromissos ou casamentos, ótimo mês para essa realização. Expresse mais sentimentos, mais afeto a pessoa amada, menos cobranças e mais liberdade ao seu par. Seja criativo e presente, palavras doces são essenciais. Profissional e Financeiro - Período de alianças, sociedades e parcerias. Cuidado apenas para não fazer nada de forma injusta, preserve sempre à honestidade no campo profissional. Financeiramente período de muita abundancia, novidades e equilíbrio. Evite pensamentos negativos ou situações destrutivas. Olhe para frente, se organize em busca de seus sonhos. Saúde - Cuidado com pequenos acidentes que envolvam as mãos ou membros inferiores. Busque momentos prazerosos com pessoas amadas e queridas, relaxamento mental e descanso são ideais para você se equilibrar fisicamente e psicologicamente. Energeticamente procure se preservar, cuidando inclusive do que você cultiva como pensamentos. Consultas de Taro e Baralho Cigano- online ou presencial. Agende agora mesmo! Carolina Amorim Taróloga e Terapeuta holística Fone: 11- 23694241 ou 984096944. ou pelo blog: www.esoterismoestreladooriente.blogspot.com.



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Falando de Umbanda

por Ronaldo Linares

Vivas para a Umbanda! Este foi um mês festivo para a Umbanda. Tivemos o lançamento do SELO oficial da UMBANDA, com a primeira obliteração na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com a “casa” cheia e centenas de comentários no facebook do Santuário de pessoas que não puderam estar presente mas acompanharam atentamente os acontecimentos, parabenizando a iniciativa e exaltando a importância disso para a religião umbandista. O evento contou com a participação dos Deputados Estaduais Leci Brandão, Luiz Cláudio Marcolino e Gerson Bitencourt, bem como o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) Wagner Pinheiro, além dos representantes do Paraná (Babalaô Marcos Boeing) e do Rio Grande do Sul (Babalaô Saul de Medeiros). A iniciativa partiu do Deputado Federal Vicente Paulo da Silva - Vicentinho, que já havia conseguido anteriormente oficializar o dia da Umbanda (15 de novembro) - data da primeira manifestação do Caboclo das 7 Encruzilhadas no médium Zélio Fernandino de Moraes. Além disso, o Dep. Federal Vicentinho, em sessão da Câmara Federal em novembro de 2012, havia lançado um obliterador de selos com a efígie de Zélio de Moraes. Desejo destacar ainda que esta não é a primeira vez que a ECT homenageia a Umbanda, visto que o Babalaô Saul de Medeiros já havia conseguido há alguns anos, uma publicação filatélica com a Bandeira da Umbanda, da qual falaremos posteriormente. Portanto, só temos a agradecer todas as pessoas envolvidas e o meu agradecimento especial à Oxalá por

ter me presenteado com a oportunidade de fazer parte da História da Umbanda. Outro momento alegre para todos nós foi a lindíssima Festa em homenagem a Ogum (já está na 5a edição), realizada pela Yá Maria Emília Campi, que aconteceu no domingo 18 de maio. Como sempre muito bem organizada e com muita alegria. Como não poderia deixar de ser, Ogum recebeu um lugar de destaque e foi homenageado com todas as honras que merece. Nossa querida Babá Dirce Paludetti Fogo (Diretora Espiritual da Casa de Pai Benedito - templo-sede da Federação Umbandista do Grande “ABC”) recebeu também uma merecida homenagem pela sua atuação durante todos esses anos na vida espiritual e pela quantidade de Babás e Babalaôs formados pelo Curso Sacerdotal da FUGABC. No próximo número que falar mais seria e pausadamente sobre a polêmica decisão do juiz em relação a Umbanda e as religiões de matrizes africanas não serem consideradas religiões. A todos meu caloroso abraço. Pai Ronaldo Antônio Linares, presidente da Federação Umbandista do Grande ABC é responsável pelo Santuário Nacional da Umbanda. www.santuariodaumbanda.com.br federacaoabc@terra.com.br www.facebook.com/ santuariodaumbanda.fugabc


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Ervas na Aldeia por Adriano Camargo

CONHECER A SI MESMO...

É RECONHECER QUE TEMOS ALTOS E BAIXOS, LUZ E SOMBRAS, BONS E MAUS PENSAMENTOS Salve sagrados irmãozinhos em Mamãe Natureza. Quantas vezes nos pegamos em situações onde falta a força, a coragem, o estimulo para reagir diante das dificuldades? Todos passamos por problemas, e nem sempre temos aquele ombro amigo para nos ouvir, secar nossas lágrimas, trazer-nos à realidade de que a vida precisa. Sentir-se só, no meio da multidão faz parte de nós, seres humanos. Isso porque por mais que vivamos em comunidade, temos nossa individualidade, nossas sombras, dificuldades e culpas... principalmente culpas. E quanto mais consciente de si, mais entramos em contato com esse eu sombrio, pois é necessário conhece-lo para que possamos evoluir. A falta da consciência de si faz com que busquemos sempre um culpado fora de nós, apontando erros e defeitos nos outros e nenhum vício em nós, apenas virtudes. Conhecer a si mesmo é reconhecer que temos altos e baixos, luz e sombras, bons e maus pensamentos. A quantidade de energia que colocamos nas situações que nos afligem, são verdadeiros remédios para os momentos de crise. Vencer a dor espiritual, essa culpa de que falei, é caminho para continuar. A natureza olha para nós o tempo todo e não é porque somos um em 7 bilhões de habitantes da Terra,

que passamos despercebidos por ela. Parar de reclamar, ou pelo menos diminuir. Reconhecer seus próprios erros, perdoar e pelo menos tentar ser perdoado. Ser grato pelo ar que respira, pela água que bebe e se banha, pelo alimento. Pela família, por mais complicada que seja. São detalhes que fazem toda a diferença. Tire um tempo para você e se conecte às suas raízes. Por muitas vezes procuramos fora o que está dentro, ou como diria o aforismo atribuído a Rumi – Procuramos nos galhos o que está nas raízes... Abraçar uma árvore, não porque é bonitinho e fica bem na foto, mas porque sente que nesse abraço há algo mais. Há o calor, o frescor, ao amor de Mãe Natureza, essa mãe que nunca nos deixa sós. Sempre falo aqui dos banhos de ervas. Mas tente, ao tomar seu banho normal, consagrar a água, agradece-la, imanta-la com seus pedidos. Se não tem tempo, vontade ou disposição para preparar seu banho, quinar as ervas numa bacia, consagrar, evocar, fazer a infusão, coar e tomar seu poderoso banho de ervas, tente pelo menos colocar algumas gotas de óleo essencial em alguns litros de água... hortelã (menta), camomila, eucalipto... ou o que você tiver à mão. Coloque ervas em vasos. Alecrim, Manjericão, Arru-

da. Esfregue manjericão nas mãos e respire profundamente, ajuda muito. Faça a oração que quiser. Pai Nosso, Ave Maria, Prece de Cáritas, Oração de São Francisco, mesmo que a faça incompleta. Se você não souber, improvise... coloque suas palavras. E se achar que não tem efeito, tente de novo, mas dessa vez procure ouvir suas próprias palavras. Reze e ouça você mesmo rezando. Vai ver o resultado positivo imediatamente. É a mesma regra que aplico, sugiro, nas giras do terreiro: quando a mente estiver dispersa, quando no meio de um ponto você estiver pensando em outra coisa, preste atenção na letra, escreva cada palavra desse canto na sua mente, como se tivesse legenda e você a está acompanhando. Sinta-se livre, bem... queira ficar bem, reaja. Conte com a Natureza e com seus elementos. Conte com a Magia Divina. Conte com a Umbanda, os guias espirituais, nossos Sagrados Pais e Mães Orixás. Conte com as ervas, mas principalmente com você mesmo e com sua vontade de ser feliz. Saúde, sucesso, alegria e regeneração a todos! Adriano Camargo / Erveiro da Jurema adriano@ervasdajurema.com.br www.erveiro.com.br


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Conchita

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Artigo

por Ronaldo Linares e Diamantino Trindade

XANGÔ

VENHAM VER O REI DESCER SOBRE A TERRA!

Historicamente, Xangô teria sido o terceiro rei de Oyó, filho de Oraniam e Torosi, filha de Elemjê, rei dos Tapás. A figura do rei guerreiro confunde se com a da divindade africana, existindo mesmo quem acredita que Xangô seria a divinização de um grande rei. Foi o grande soberano dos reinos yorubás. Para nós ocidentais ainda choca a ideia de um homem ter várias esposas, o que poderíamos dizer então de um deus que as tivesse? Todavia, a sociedade africana aceita estes fatos com a maior naturalidade. Xangô, Orixá viril, tinha três esposas: Oyá Iansã, Oxum e Obá que, por ciúmes, viviam a infernizá-lo. Tinha especial predileção por Oxum, por ser esta pouco mais que uma menina. Todavia, Oyá mais temperamental e feminina, era quem mais exigia do rei, tentando monopolizar suas atenções. Dividindo suas atenções entre a doce e meiga Oxum e a temperamental e sensual Oyá, pouca atenção dedicava a Obá, mulher de agir primeiro e pensar depois, impetuosa, guerreira, mas também tola e ingênua. Cheia de ciúmes, procurou saber, justo de Oyá, como fazer para merecer mais atenção e intimidade de Xangô. Este a respeitava e até louvava como guerreira, mas esquecia-se dela como mulher, o que muito a magoava. A esperta Oyá disse lhe então que se quisesse realmente ganhar o seu amor, ela deveria cortar uma de suas próprias orelhas e servi-la junto com a refeição a Xangô. Enquanto Obá preparava o encantamento receitado por Oyá, esta intrigante avisava Xangô de que Obá lhe preparava uma cilada em que Xangô só teria olhos para Obá depois que provasse da comida encantada. Esta situação tornava a permanência de Xangô no lar um verdadeiro inferno. Por outro lado, Xangô era intempestivo em suas ações, o que fazia com que o povo mais o temesse que o estimasse. Aborrecido por essas desavenças, Xangô desapareceu no mato. Foi dado como morto. Entretanto, sua liderança era inquestionável e seu povo depois de procurá-lo por toda parte, aos gritos e desesperados, solicitavam a sua presença. Foi quando ele apareceu e lhes disse que como rei e como deus os governaria do Céu. Perceberam então que ele tinha

partido para o Orum e havia se transformado em Orixá. O raio fulminante é o castigo de Xangô. Entre os yorubá, a morte por raio é considerada infame. A casa que é atingida por um raio é considerada marcada pela cólera de Xangô. É um Orixá muito popular no Brasil e nas Antilhas. Em algumas regiões do nordeste brasileiro, seu nome designa um conjunto de cultos chamados de Xangôs. Conforme Verger, na Bahia é comum ouvir que existem doze Xangôs: Obá Afonjá, Obalubé, Ogodô, Oba Kossô, Jakutá, Baru, Airá Intilé, Airá Igbonam, Airá Adjaosi, Dada, Aganju e Oranian. Os negros escravos no Brasil consideravam Xangô como um rei, um sábio. Isto os levou a homenagear Xangô na presença das imagens de Moisés e São Jerônimo, homens maduros e sábios, transmissores orais e gráficos dos ensinamentos divinos. O sincretismo religioso prende se ao fato de que uma das razões aventadas pela própria igreja para justificar a escravidão era a de tornar possível a cristianização dos negros pagãos, ou seja, o povo dominante impondo sua vontade, seus valores e sua religião ao povo dominado. O negro, ao chegar ao Novo Mundo, recebia geralmen-

te, um nome cristão e a princípio, o nome do lugar de origem. Exemplos: José de Angola, Maria da Mina etc. Além dos nomes cristãos, eles eram obrigados a aceitar, sem restrição, a crença que lhe era imposta pelo branco, mas no íntimo, todo cativo sonha sempre com a liberdade, por isso é fácil compreender como, impedido de cultuar o Orixá africano Xangô, cultuava São Jerônimo como lhe ensinavam os brancos. Xangô é o homem maduro, é aquele que sabe o que quer e como conseguir. É o homem chamado “homem na idade do lobo”, muito difícil de ser enganado. É o senhor da lei. Segundo os africanos (Pierre Verger), Xangô é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores, por este motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Ministro da justiça do Panteão umbandista, Xangô é visto sempre como um misto de admiração e respeito. É temido e adorado e também é solicitado em todas as pendências, notadamente as judiciais. Popularmente, é comum acenderem se velas marrom (cor da pedra e da terra) a Xangô com o intuito de direcionar a justiça em nosso favor. Como exemplo, podemos citar o ocorrido na última copa do mundo de futebol (1986) em que muita gente acendeu velas invertidas na esperança de inver-


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Ano 4 número 36 ter o resultado do jogo. Resultado: fomos os melhores em campo e perdemos o jogo. Geralmente, a sua data é comemorada a 30 de setembro, data de falecimento de São Jerônimo no ano de 420, mas, por questões regionalistas também é comemorado no dia 29 de junho, dia de São Pedro. A saudação a Xangô é: Kaô kabecilê! ou Kaô kabecilê obá!: Venham ver, admirar e saudar o rei; venham ver o rei descer sobre a terra. Algumas vezes encontramos em alguns terreiros a saudação: Kaô – Cabecinha. Esta saudação é fruto da desinformação reinante no terreiro. Na maioria dos Candomblés, predominam as cores vermelho e branco para Xangô quer na indumentária (tecidos estampados com estas duas cores) quer nas guias ritualísticas. Na Umbanda, há quem utilize como cor de Xangô, o roxo por se tratar de Orixá idoso. Todavia, esta cor é exclusiva do Orixá Nanã. Na quase totalidade das tendas de Umbanda, a cor é o marrom (cor da pedra e da terra). Tanto a guia quanto o machado (OXÉ) de duas lâminas são os instrumentos de culto de Xangô quer na Umbanda quer no Candomblé. Quando manifestado no Candomblé, Xangô dança com passos firmes, e seguros portando em uma das mãos, o machado ritualístico (OXE). Sua vestimenta cobre apenas o dorso (expõe os ombros), usa calças sob o saiote que quase sempre é feito de tecidos estampados com as cores predominantes vermelho e branco. Destacamos que ao contrário do que

acontece com os candomblés das Bahia, os candomblés do Rio de Janeiro (geralmente disseminado pelos subúrbios) cada vez mais sofisticam a indumentária e hoje, é comum vermos riquíssimas roupas de Santo confeccionadas com brocados e outros tecidos onde se usa e abusa se dos fios dourados e prateados. Xangô usa ainda, como adereço, uma coroa com o aspecto de coroa imperial (não nos esqueçamos de que Xangô é rei). Nem todos usam os adornos (braceletes) nos braços. No Rio de Janeiro, normalmente quando se usa este tipo de adereço, ele geralmente forma conjunto com a coroa. Outro detalhe importante é que além das variações de cores que existem nos diferentes tipos de nação, parece haver nos candomblés não de origem angolana, certa predileção pelo branco puro para Xangô. Os filhos de Xangô são, por excelência, calmo e muito ponderado. Costuma pesar os fatos com muito cuidado; .procurando sempre pôr panos quentes em qualquer disputa. Só toma decisões depois de pesar e analisar todos os ângulos dos problemas apresentados, procurando ser o mais justo possível. Dedica se de corpo e alma a tudo que se propõe a fazer, mas se desilude com muita facilidade também. É sonhador por excelência, acha sempre que tudo dará certo, deixando se levar com muita freqüência pela ilusão e pelo sonho. Sempre procurando apresentar seus propósitos e planos, da maneira mais bonita, mais enfeitada, e mais clara possível, sem observar o que há de viável neles. Nunca procura a fundo verse há realismo no que se propõe a fazer. Os filhos de Xangô geralmente são

capazes de grandes sacrifícios, mas aborrecem se profundamente se algo que programaram não dá certo. Não admitem mudanças de programação, não só quando não dependem deles a realização do plano programado. Costumam ficar roendo muito o que lhes acontece, ou o que não se realizou como eles queriam. Separam, com muita freqüência, a realidade de si, levando seus pensamentos para áltas esferas. Por ser muito honesto, magoa se com muita facilidade pela ingratidão das pessoas, achando que todo mundo tem obrigação de ser honesto e preciso em suas decisões. As filhas de Xangô, geralmente é muito crédula, acredita em tudo o que lhe dizem. Magoa se profundamente por coisas que não tenha feito, ou que tenham dito que ela fez. Guardam mágoas profundas, mas não conseguem guardar raiva. Em relação ao lar, não gostam de sair de casa, preferem o aconchego do lar e são excelentes mães de família, mantendo o lar em perfeita harmonia, não permitindo desavenças entre os familiares, dando possibilidades a todos de se defenderem sempre que for necessário. São raras as filhas de Xangô. Na sua maioria, os filhos de Xangô são do sexo masculino. Saravá! Ronaldo Antonio Linares Presidente da Federação Umbandista do Grande ABC Diamantino Fernandes Trindade Doutor em Educação pela PUC-SP Sacerdote da Cabana de Pai Benguela


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Umbanda Legal por Valéria Siqueira

O TESTE Após um dia de trabalho, um dia comum, como tantos outros, a sacerdotisa percebeu uma presença e, ao girar o corpo, se deparou com um “ser das trevas”. Ele encontrava-se amarrado e seus olhos emanavam raiva, rancor, rispidez. - O que faz aqui, irmão? - Eu não sou seu irmão, respondeu ele. - O que lhe trouxe aqui? Eu sei que aqui só entra quem nossos guardiões permitem... - Ele me amarrou, disse ele, olhando para o lado. A sacerdotisa olhou em volta, mas não viu ninguém. - Agora pelo jeito somos só nós dois; vai me dizer o que faz aqui? - Me ofereceram algumas coisas em troca de eu vir aqui te derrubar, mas quando cheguei no portão fui rendido. Me deixe ir embora. A sacerdotisa olhou nos olhos dele com amor. Não porque ela era melhor do que ninguém, mas sim porque ela o via como um irmão; perdido, mas um irmão. Ela já havia entendido que a escuridão não é nada mais do que a ausência da luz. Vendo aquele irmão ali, amarrado diante dela, se perguntou em que ponto do caminho ele teria se perdido...o que o teria levado a cair. Contrariando as expectativas, ela se recusava a acreditar que alguém esteja irremediavelmente perdido... com ternura, inquiriu seu oponente: - Você nunca teve uma família, nunca amou alguém? Você deve ter tido uma mãe, uma esposa, filhos, um sentimento bom do qual se lembrar... - Porque você está falando isso? Eu só quero ir embora, me deixe ir embora, mande me soltar! - Você pode voltar se quiser, mas há outra opção... Naquele momento, olhando fundo nos olhos daquele ser, ela percebeu que o havia tocado de alguma forma. - E se eu te oferecesse uma chance? Uma oportunidade de sair dessa condição e voltar a trilhar um caminho digno?

- E quem é você? Você não passa de uma reles encarnada; deve ser mentirosa e interesseira como todos os outros. - E se eu te disser que nem todo ser humano é assim, e que eu realmente quero te ajudar? Eu sei que não sou ninguém, mas tenho certeza que se você aceitar a ajuda oferecida pelos Srs. Exus desta casa poderá mudar sua história. - Eu não posso, não mereço, disse ele. E de mais a mais eles disseram que se eu fugisse me encontrariam onde quer que fosse. Parece que você não tem medo de mim, mas devia, pois eu não sou qualquer um. - Porque você diz isso? - Porque entre tantos que lá existem, eu fui o escolhido. - E é fácil sair de onde você veio? Perguntou a sacerdotisa. - Impossível, disse ele. A sacerdotisa então, pensou por um segundo e, inspirada pelo amor fraternal daqueles que já entenderam que o mal nada mais é do que um estado transitório de alguém que se perdeu da luz, disse a ele: - Não te passou pela cabeça que você pode ter sido escolhido, entre tantos, porque já era hora de você sair de lá? Nada é maior que Deus, e quando Ele quer até mesmo o mal age pelo bem. Você foi escolhido para estar aqui porque esta é sua chance, meu irmão. - O quê? Não pode ser, eu errei muito, não mereço, Deus não se daria a esse trabalho, não por mim... - E você acha que é inferior a algum dos filhos de Deus por quê? Todos erramos, uns erram mais, outros erram menos, e por pior que possa parecer aos nossos olhos somente Ele sabe as dores e os motivos que levam cada um de nós a fazer o que faz. Não seja você mesmo seu acusador e seu juiz. Aceite a ajuda dos Srs. Exus, eles estão onde estão para amparar os filhos caídos do Pai Maior. Se Deus não se preocupasse com os que erram não designaria nossos compadres Exus para cuidar deles.

- O que vai ser de mim se eu for com eles? Perguntou ele, desconfiado. - Você vai dar conta dos seus erros, vai ter a chance de consertá-los, vai voltar a trilhar o caminho da evolução...não tenha pressa, pela misericórdia divina temos a eternidade pela frente... Nesse ponto da conversa já não havia mais dois oponentes, eram somente dois espíritos, dois filhos de Deus, um “agente do mal” e uma serva da luz, por assim dizer. - Eu aceito, disse ele. - Vá em paz, disse a sacerdotisa. E ele se foi. Sentada em sua sala, ela se perguntou quantos e quantos irmãos estão perdidos na escuridão, esperando uma única chance de mudar sua história. Do lado de cá oramos pelos mendigos, pelos idosos, pelos órfãos, pelos doentes...mas e do lado de lá? Quem se lembra dos que caíram? Quem ora por eles? E depois disso, ao abrir os trabalhos, a sacerdotisa, na hora da prece, pediu que, dentro do coração de cada homem de bem sobre a terra, independente da religião, sexo, cor, raça ou condição social, a luz da misericórdia divina brilhasse, alcançando o mais recôndito abismo, e resgatasse cada filho de Deus que estivesse preparado para voltar a trilhar o caminho da evolução. E, observando a luz que invadiu o terreiro naquele momento, o Sr. Exu Guardião da sacerdotisa disse com orgulho: eu escolhi bem, ela passou no teste...

Por Mãe Valéria Siqueira

Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra

Críticas e sugestões: t.u.paioxossi@hotmail.com



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Artigo por Prof. Rose de Souza.

LINHA CIGANA DO ORIENTE Na linha do Oriente estão as falanges dos hindus, dos árabes, dos japoneses, chineses e mongóis, dos egípcios, dos gauleses, dos romanos, etc., formadas por espíritos que encarnaram nesses povos e que ensinam ciências ocultas e praticam caridade. - Legião dos Hindus - Chefe ZARTU - Legião dos Médicos e Cientistas - Chefe José de Arimatéia - Legião dos Árabes e Marroquinos - Chefe Jimbaruê - Legião dos Japoneses , Chineses e Mongóis - Chefe Ori do Oriente - Legião dos Egípcios , Astecas e Incas - Chefe Inhoarairi - Legião dos Índios Caraíbas - Chefe Itaraiaci - Legião dos Gauleses , Romanos e outras raças Européias - Chefe Marcus I As Falanges destas Legiões estão incumbidas de ensinar aos habitantes da Terra, coisas para eles desconhecidas. São grandes Mestres do Ocultismo. O Povo do Oriente fala pouco e, quando o faz, o seu linguajar é perfeito e bastante correto. Não gosta de dar consultas. Raramente usa o termo “chefia de cabeça” e sempre demonstra muita sabedoria e amplos conhecimentos filosóficos e esotéricos. Na Umbanda, os componentes desse Povo são chamados de Mestres da Linha do Oriente (egípcios, tibetanos, chineses, etc). Normalmente atua de forma discreta, intuindo seus médiuns para que entendam o que está se passando. É importantíssimo na transmissão de mensagens de entidades ou espíritos de nível hierárquico superior, devido a linha de desenvolvimento mental da qual participam. Também atuam na destruição de templos e

de magias do passado, libertando o espírito. , estimula no médium o caminho da evolução espiritual através dos estudos, da meditação, do conhecimento das leis divinas, do amor, da verdade, da ciência, da arte, do belo. Estimula no médium o caminho da ascensão espiritual, fazendo-o eliminar da sua vida tudo o que é pernicioso. Na vibração de Oxalá, os espíritos são sempre nos níveis acima de Guias, portanto, elevadíssimos e que raramente se manifestam. “É nesta linha que está classificado o mais vulgarmente conhecido como ‘Povo do Oriente.” Vibração eletromagnética do SOL. Xangô, sincretizado com São João Batista, é também o patrono da linha do oriente, na qual se manifestam espíritos mestres em ciência ocultas, astrologia, quiromância, numerologia, cartomancia. Por este motivo, a linha dos ciganos vem trabalhar nesta irradiação. Os Ciganos na Umbanda são entidades que há pouco tempo ganharam força dentro do ritual de umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava pela apresentação de algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas ou como Cigana do Cruzeiro ou coisa desse tipo. Hoje o culto está mais difundido e se sabe e se conhece mais coisas sobre o povo cigano. Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual; se apresentam também em rituais Kardecistas e em outros rituais do tipo mesa branca. Estão na Umbanda por uma necessidade lógica de trabalho e caridade. Encontraram na Umbanda o toque dos atabaques e passaram a se identificar com os toques e com os pontos a eles cantados. Tal aproximação se deve ao fato da necessidade da adaptação ao culto que hoje mais se identificam e se

apresentam. Povo muito rico de estórias e lendas foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIV, XV e XVI. Alguns presenciaram fatos históricos do tipo queda da bastilha na França antiga e destrono de reis famosos como Luís XV. Vivem em grupos, e não tem destino nem caminho certo. São amantes das aventuras que tais situações podem trazer; erroneamente são confundidos com vagabundos e pessoas pouco dedicadas ao trabalho. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais. Dentro de Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças de vinho, doces finos e cigarrilhas doces. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, pedras energéticas e com os quatro sagrados elementos da natureza. Tem em Santa Sarah de Kali as orientações necessárias para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sarah é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo. São comemorados no dia 24 de maio, dia de Santa Sarah.

Os Orientais A influência de tradições orientais na umbanda é bem forte nos centros que cultuam a linha do oriente. Os elementos orientais mais visíveis são aqueles herdados do budismo, hinduísmo e confucionismo. Além da imagem bonachona do mestre Buda, que a todos abençoa com ares enigmáticos, o budismo se


faz presente nos rituais de umbanda através das oferendas de frutas e flores e pela aplicação dos ensinamentos de amor incondicional e da tranqüila aceitação das vicissitudes irreparáveis da vida, não apenas como purgação de pecados passados, mas como reveladoras de ensinamentos espirituais. Da filosofia hindu, através da obra de Kardec, incorporaram-se os fundamentos da lei do karma, conforme consta das escrituras védicas, às quais o espírita francês teve acesso antes de formular sua doutrina. Mais recentemente, elementos da ioga têm sido igualmente absorvidos pela umbanda de tendência mais esotérica, epitomados em técnicas para a desobstrução dos sete chakras. Do confucionismo, percebe-se a influência de conceitos como o Tao, ou caminho do meio, a ser alcançado pelo equilíbrio entre os opostos; a isto soma-se o uso do I-Ching, tradicional oráculo chinês, em sessões de consulta divinatória.

Oração para o Povo do Oriente Salve ó Bandeira Branca, Salve São João Batista, Salve estrela de David, e seus seis lados, Mestre Jesus, Buda, Sta. Maria Madalena, Sta. Sara Kali, São Lázaro, arcanjos, serafins, querubins, anjos protetores nos auxiliem neste momento, nesta corrente de luz, rogai ao Arquiteto do universo, a Alá, em nosso favor e, levai nossos pedidos para que eles sejam aceitos. São Miguel, São Rafael, São Gabriel, Baltazar, Melchior, Gaspar, Reis do oriente, venham nos ajudar forças egípcias, chinesas, indianas, árabes, ciganos, beduínos, videntes, profetas, magia de ponto, de pó, astrologia, pura manifestação das almas batizadas em águas sagradas.

Salve o Povo do Oriente! Salve os quatro cantos do mundo! Guerreiros, reis, príncipes, Santos e Santas do bem, doutores de branco, doutores da lei, mandamentos sagrados, sangue, suor, vitória de homens coroados. Baptista é quem nos comanda, fonte de pura energia, pirâmides preciosas, rosas brancas no deserto, luz em nossas vidas, amparo de almas, linha branca bendita. Assim seja!!!! Linha do Oriente é parte da herança da Umbanda brasileira. Ela é composta por inúmeras entidades, classificadas em sete falanges e majoritariamente de origem oriental. Apesar disso, muitos espíritos desta Linha podem apresentar-se como caboclos ou pretos velhos. O Caboclo Timbirí (caboclo japonês) e Pai Jacó (Ja-

cob do Oriente, um preto velho bastante versado na Cabala Hebraica), são os casos mais conhecidos. Hoje em dia, ganha força o culto do Caboclo Pena de Pavão, entidade que trabalha com as forças espirituais divinas de origem indiana. Mas nem todos os espíritos são orientais no sentido comum da palavra. Esta Linha procurou abrigar as mais diversas entidades, que a princípio não se encaixavam na matriz formadora do brasileiro (índios, europeus, africanos e ciganos). A Linha do Oriente foi muito popular de 1950 a 1960, quando as tradições budistas e hindus se firmaram entre o povo brasileiro. Os imigrantes chineses e japoneses, sobretudo, passaram a freqüentar a Umbanda e trouxeram seus ancestrais e costumes mágicos. Antes destas datas, também era comum nesta Linha a presença dos queridos espíritos ciganos, que possuem origem oriental. Mas tamanha foi a simpatia do povo umbandista por estas entidades, que os espíritos criaram uma “Linha” independente de trabalho, com sua própria hierarquia, magia e ensinamentos. Hoje a influência do Povo Cigano cresce cada vez mais dentro da Umbanda. Existem muitas maneiras de classificar esta Linha e este pequeno artigo, não pretende colocar uma ordem na maneira dos umbandistas estudarem esta vertente de trabalho espiritual. Deixo a palavra final para os mais velhos e sábios, desta belíssima e diversificada religião. Coloco aqui algumas instruções que colhi com adeptos e médiuns afinados com a Linha do Oriente. Namaste e Salve o Oriente!

Características da Linha do Oriente: Lugares preferidos para oferendas: As entidades gostam de colinas descampadas, praias desertas, jardins reservados (mas também recebem oferendas nas matas e santuários ou congás domésticos). Cores das velas: Rosa, amarela, azul clara, alaranjada ou branca. Bebidas: Suco de morango, suco de abacaxi, água com mel, cerveja e vinho doce branco ou tinto. Tabaco: Fumo para cachimbo ou charuto. Também utilizam cigarro de cravo. Ervas e Flores: Alfazema, todas as flores que sejam brancas, palmas amarelas, mon¬senhor branco, monsenhor amarelo. Essências: Alfazema, olíbano, benjoim, mirra, sândalo e tâmara. Pedras: Citrino, quartzo rutilado, topázio imperial (citrino tornado amarelo por aquecimento) e topázio. Dia da semana recomendado para o culto e oferen-

das semanais: Quinta-feira. Lua recomendada (para oferenda mensal): Segundo dia do quarto minguante ou primeiro dia da Lua Cheia. Guias ou colares: Colar com cento e oito contas (108), sendo 54 brancas e 54 amarelas. Enfiar seqüencialmente uma branca e uma amarela. Fechar com firma branca. As entidades indianas também utilizam o rosário de sândalo ou tulasi de 108 contas (japa mala). Algumas criam suas próprias guias, segundo o mistério que trabalham.

Classificação da Linha do Oriente Suas Falanges, Espíritos e Chefes: 01 - Falange dos Indianos: Espíritos de antigos sacerdotes, mestres, yogues e etc. Um de seus mais conhecidos integrantes é Ramatis. Está sob a chefia de Pai Zartu. 02 - Falange dos Árabes e Turcos: Espíritos de mouros, guerreiros nômades do deserto (tuaregues), sábios marroquinos, etc... A maioria é muçulmana. Uma Legião está composta de rabinos, cabalistas e mestres judeus que ensinam dentro da Umbanda a misteriosa Cabala. Está sob a chefia de Pai Jimbaruê. 03 - Falange dos Chineses, Mongóis e outros Povos do Oriente: Espíritos de chineses, tibetanos, japoneses, mongóis, etc. Curiosamente, uma Legião está integrada por espíritos de origem esquimó, que trabalham muito bem no desmanche de demandas e feitiços de magia negra. Sob a chefia de Pai Ory do Oriente. 04 - Falange dos Egípcios: Espíritos de antigos sacerdotes, sacerdotisas e magos de origem egípcia antiga. Sob a chefia de Pai Inhoaraí. O5 - Falange dos Maias, Toltecas, Astecas e Incas: Espíritos de xamãs, chefes e guerreiros destes povos. Sob a chefia de Pai Itaraiaci. 06 - Falange dos Europeus: Não são propriamente do Oriente, mas integram esta Linha que é bastante sincrética. Espíritos de sábios, magos, mestres e velhos guerreiros de origem européia: romanos, gauleses, ingleses, escandinavos, etc. Sob a chefia do Imperador Marcus I. 07 - Falange dos Médicos e Sábios: Os espíritos desta Falange são especializados na arte


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da cura, que é integrada por médicos e terapeutas de diversas origens. Sob a chefia de Pai José de Arimatéia. ALGUNS PONTOS CANTADOS E SUA MAGIA Aqui reproduzo alguns Pontos Cantados, mas destaco a sua eficácia mântrica e não somente invocatória. Ou seja, nesta Linha os Pontos podem ser usados como mantras com finalidades específicas, independente de servirem para chamar as entidades para o trabalho de caridade no Centro ou Terreiro. Neste caso, os Pontos devem ser acompanhados das respectivas oferendas (veja abaixo). PONTO DO POVO HINDU para afastar energias negativas diversas. Oferenda: velas amarelas – 3, 5 ou 7, flores amarelas ou brancas e incenso de flores (rosa, verbena, etc...), colocados dentro de uma estrela de seis pontas, hexagrama, traçada no chão com pemba amarela. Ory já vem, Já vem do oriente A benção, meu pai, Proteção para a nossa gente. A benção, meu pai, Proteção para a nossa gente. PONTO DO POVO TURCO para afastar os inimigos pessoais ou da religião umbandista. Oferenda: velas brancas – 3, 5 ou 7 e charutos fortes,dentro de uma estrela de cinco pontas, pentagrama, traçado no chão com pemba branca. Jamais ofereça bebida alcoólica a este Povo. Tá fumando tanarim, Tá tocando maracá. Meus camaradas, ajudai-me a cantar, Ai minha gente, flor de orirí Ai minha gente, flor de orirí. Em cima da pedra Meu pai vai passear, orirí. PONTO DO POVO ESQUIMÓ para afastar os inimigos ocultos e destruir forças maléficas. Oferenda:* velas rosas – 3, 5 ou 7, pedacinhos de peixe defumado em um alguidar, tudo dentro de um círculo traçado no chão com pemba rosa. Salve o Polo Norte Onde tudo tudo é gelado, Salve Povo Esquimó Que vem de Aruanda dar o recado. Salve a Groenlândia, Salve Povo Esquimó Que conhece a lei de Umbanda. PONTO DO POVO GAULÊS para as lutas e necessidades diárias.

Oferenda: velas brancas – 3, 5 ou 7, cerveja branca ou vinho tinto, tudo dentro de uma cruz traçada no chão com pemba verde. Gauleses, Oh gauleses, Somos guerreiros gauleses. Gauleses, Oh gauleses São Miguel está chamando. Gauleses, Oh gauleses, Somos guerreiros de Umbanda, Gauleses, Oh gauleses, Vamos vencer demanda. PONTO DO POVO ASTECA para buscar a sabedoria espiritual. Oferenda : nove velas alaranjadas, milho, fumo picado, tudo dentro de um círculo traçado no chão com pemba branca. Asteca vem, Asteca vai Nosso povo é valente, Tomba, tomba e não cai... (cantar nove vezes) PONTO DO POVO CHINÊS para proteção diante de situações muito graves. Oferendas: Sete velas vermelhas (é a cor preferida deste Povo), arroz cozido sem sal, vinho branco, tudo dentro de um círculo traçado no chão com pemba vermelha. Os caminhos estão fechados Foi meu povo quem fechou, Saravá Buda e Confúcio Saravá meu Pai Xangô. Saravá Povo Chinês, Que trabalha direitinho, Saravá lei de Quimbanda, Saravá, eu fecho caminho. Curioso Ponto Cantado do Caboclo Timbirí – onde ele afirma sua origem japonesa. ANTIGO PONTO DE TIMBIRÍ Marinheiro, marinheiro, olha as costas do mar... É o japonês, é o japonês ! Olha as costas do mar. Que vem do Oriente ! Fonte: Informações retiradas do Site Umbanda de Luz. Latchi Bar Escola de Baralho Cigano Carmem Romani Sunacai Prof.Rhose de Souza www.carmemromani.com carmemromanisunacai.blogspot.com Rua.Tuiuti,2667 Tatuapé-SP fone:2292-8296


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Artigo

Por Pai Silvio Mattos - APEU

A MEDIUNIDADE

Para que possamos compreender o que vem a ser mediunidade é preciso que o fenômeno seja definido de forma clara e objetiva a fim de não gerar a costumeira confusão que se tem observado em vários terreiros ou centros espíritas onde se nota a proliferação dos impulsos anímicos e da mistificação que representam às práticas aniquiladoras de seus reais valores. A mediunidade corresponde a uma dádiva do Criador que obedece a um mecanismo que, desde o seu início, deve seguir uma ordem disciplinar para que sua ação atinja o ápice da eficiência. O termo “médium”, de origem Latina “mediare”, embora sua difusão tenha sido obra de Hippolyte Léon Denizard Rivail – “Allan Kardec”, cuja intensidade ocorreu no século XIX, é antiquíssimo e já se apresentava no mundo desde remotas épocas, entre os profetas bíblicos, nos Livros Sagrados: entre os Caldeus, os Assírios, os Gregos e os Romanos, principalmente (os filósofos) que eram intuídos por Forças Superiores. Segundo Kardec, o (Codificador do Espiritismo), conforme descreveu em sua obra “O Livro dos Médiuns”, todos nós temos indícios de mediunidade, mesmo de maneira rudimentar. Assim, genericamente, atribui essa característica a toda a humanidade, porém, para fins de estudos, tal designação deve se restringir apenas aos indivíduos dotados de faculdades que apresentem efeitos e ações mais patentes evidenciados pela intensidade sensitiva e que sejam possíveis de serem estudadas, analisadas, codificadas e quantificadas dentro das muitas modalidades que já foram observadas nos centros de atuação e pesquisadas em laboratórios de investigações das ciências espirituais. A palavra “médium” refere-se aos indivíduos que servem de intermediários nas comunicações entre

as inteligências e as energias que pululam, tanto nas camadas etéreas; nas estratificações mais ligadas às vibrações terrenas, ou ainda, que podem contatar com os campos mais densos, inclusive aqueles ainda pouco compreendidos, habitados por seres classificados como “elementais”, de ligações diretas com as formações básicas universais da terra, do ar, da água, do fogo e voltados a um conhecimento mais moderno em que atua a substância natural cuja catalogação a denomina de “composição quintessenciada”. Em suma, “médium” é a denominação dada às pessoas que possuem as capacidades, inatas, mentais, psicológicas e orgânicas que as permitem estabelecer contato e intermediar comunicações entre os ambientes de composições fluídicas, espirituais, incorpóreas, imateriais, sobrenaturais e místicas que se opõem à realidade física. As mediunidades sejam elas de que modalidades forem; de Lucidez: (Telepatia, Vidência, Psicometria, Audiência, Intuição, Olfação), de Incorporação: (Total ou Parcial, de Psicofonia, de Psicografia Mecânica, Inspirativa, Semimecânica, Especular, de Pictografia ou Psicopictografia, de Noctambulismo); de Efeitos Físicos: (Ectoplasmia, Sematologia, Psicocinesia, Telecinesia, Tiptologia, Pneumatografia, Pirogênese, Levitação, Transportes, Aportes, Audiofonia, Transfiguração), de Fenômenos Paralelos:(Autismo, Autoscopismo, de Benzimentos, de Biotiptologia, de Cambonismo, Estrigecismo, Exorcismo, Herborismo, Licantropismo, de Operações Cirúrgicas, de Passismo, de Radioestesismo ou de Teurgismo), de Criptestesia, de Funções Psigamaou Psikappa, de Sensibilidade, Facultativa, Voluntária, Musical, de Polígrafia, de Projeções em Tela Mental; De Mancias (Actinomancia, Alecteromancia, Alfinomancia, Brizomancia,

Capnomancia, Catoptromancia, etc.), deProjeciologia, de Bilocação, de Bicorporidade e muitas outras, não representam um privilégio, mas, sim, uma concessão outorgada a todos os seres que necessitam passar por um aprimoramento através de uma reforma interna, de modo a galgar os degraus da ascendência espiritual. Tais pessoas nascem dotadas de certas imantações que, em determinado momento de sua existência, eclodem e passam a movimentar um conjunto de condutos - “Chacras” -, de ordens diferenciadas, pelos quais se estabelecem os padrões harmônicos e regulamentares que terão a função de equilibrar e transmitir, através de células apropriadas, fluindo pelo sistema nervoso central e desse ao aparelho endócrino, aos demais órgãos e às correntes compostas por magnetismos especiais que tanto podem fluir como elementos receptores quantotransmissores. Esses caminhos que se interligam indo do campo espiritual, passando pelos limites da aura e atingindo certas ligações da matéria corpórea, funcionam como um instrumento de alerta a um chamamento para que se dê o cumprimento de um compromisso, previamente firmado com os entes identificados como “Senhores do Carma”, incumbidos da outorga dos necessários dons a serem desenvolvidos em cada um desses postulantes em busca da evolução. Nos cursos que ministramos na APEU, voltados ao entendimento de toda essa fenomênica, costumamos dizer aos estudantes que o dom da mediunidade é irreversível e o seu afloramento se compara a um grão de milho de pipoca, pois, enquanto não se transforma pelo aquecimento, mantém-se em sua forma original e assim permanece com todas as suas qualidades latentes, podendo, inclusive, ser plantado na expectati-


va de gerar os seus iguais e estabelecer a preservação da espécie, porém, depois de passar pela mutação a que se obriga por meio da injeção calórica, nunca mais retornará à sua configuração primitiva. É o mesmo que ocorre no caso da progressão natural dos homens e dos animais que, depois de desenvolvidos não mais retomam seus caracteres primários, ou, como acontece com a borboleta que, pela metamorfose, passa pelas fases que vão do período ninfal (de larva ou lagarta), passando pela crisálide até atingir os aspectos finais de lepidóptera com seus nuances multicoloridos. Não existe a supressão de suas funções em atendimento aos anseios daqueles que dela querem se livrar como pregam algumas pessoas que se propõem a anulá-las sob o pretexto do “fechamento do corpo”. Isto é uma ilusão porque, somente os Planos Superiores da Espiritualidade poderão fazê-lo e, quando tal acontece, não se dá devido ao comodismo de seu pleiteante, mas, por conta do desleixo ou da má aplicação dessa capacidade. Se tal possibilidade pudesse se concretizar, o acordo anteriormente firmado, antes da reencarnação do médium, perderia o seu valor e sua oportunidade de ressarcimento e crescimento espiritual não teria nenhum sentido. Seria o mesmo que dizer que, depois de aprender a ler e escrever, alguém pudesse, de forma natural, voltar a ser analfabeto. Ao médium é ofertada a escolha, feita pelo seu próprio arbítrio, entre assumir ou não a combinação anterior, entretanto, se não o fizer conforme o trato acordado, será considerado um aluno repetente cujas tarefas, acumuladas, se juntarão a várias outras missões e obrigações que lhes serão cobradas em uma nova existência caso venha a obter o mérito para isso. Texto do livro (no prelo), - “A Mediunidade Aplicada na Umbanda”, de autoria de Pai Silvio Ferreira da Costa Mattos, presidente fundador e sacerdote-mor da APEU – Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba, localizada na Rua Romildo Finozzi, 137, Jardim Catarina, CEP: 03910-040 – São Paulo – SP – Tels: 2911-4198, 2724-9522, site: www.apeu.rg.com. br, Blog http://apeuumbanda.blogspot.com, E-mail:scm-bio@bol.com.br, escritor das obras: “O Arraial dos Penitentes – Editora Cristális; A Trajetória de um Guardião Viking – Madras Editora e Casos Reais Acontecidos na Umbanda – Editora Portais de Libertação.


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Foto: Divulgação

Eventos

MAIS UMA BELA UNIÃO SOB RITO UMBANDISTA A Belíssima cerimônia de matrimônio de Josefina Conde Lenza e Mário Sérgio Oliveira Silva ocorreu em 24 de maio de 2014, no bairro da Mooca na cidade de São Paulo-SP, na sede do Templo Amor e Caridade Caboclo Pena Verde, frise-se, no dia de Santa Sara Kali, a padroeira dos Ciganos.

A celebração da emocionante união se desenvolveu sob o ritual Umbandista e de forma concomitante contou com a bênção do admirável e encantador Povo Cigano. Após a emocionante cerimônia os noivos brindaram a todos com uma lindíssima, animada e radiante festa Cigana, tendo seus saborosos alimentos abençoados

por esta magnífica corrente espiritual. Desejamos toda saúde, amor e luz ao casal Josefina Conde Lenza e Mário Sérgio Oliveira Silva! Meu Saravá! Pai Engels de Xangô


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Eventos

II FESTIVAL DE CURIMBA E DANÇA DA WEB RÁDIO

BATUQUEIROS DA LUZ No dia 18/05/2014 foi realizado na Escola Estadual Dom Pedro I o II Festival de Curimba e Dança da Web Rádio Batuqueiros da Luz, sendo prestigiado por cerca de 800 empolgados participantes. O destacável evento além da participação dos vibrantes grupos concorrentes listados abaixo, contou também com as apresentações especiais das seguintes Curimbas/Grupos: Tupinambá e Caminhantes da Luz, Grupo Geração De Luz, Mestre Pedro, Aldeia De Caboclos, Grupo Óbaké Alàfiá, Grupo Geração de Luz. A grande qualidade dos grupos que se apresentaram no distinto festival repercutiu na acirrada disputa sadia por colocação de destaque, sendo que as primeiras posições foram definidas por diferenças mínimas. O Jornal Aldeia de Caboclos parabeniza a Web Rádio Batuqueiros da Luz por mais este Belo Festival!!!


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ATACADO E VAREJO

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Ano 4 número 36 MELHOR LETRA 1° 139.5 - MATILHA DOS TAMBORES 2° 136.0 - TOQUES DE OURO 3° 134.8 - SOLDADOS DE OGUM 4° 132.0 - FILHOS DA VOVÓ 5° 129.5 - GRUPO OJUOBÁ 6° 125.0 - RAÍZES DE IANSÃ 7° 115.0 - TAMBORES ZINGUE MELHOR CURIMBA 1° 142.5 - TOQUES DE OURO 2° 135.3 - SOLDADOS DE OGUM 3º 129.5 - MARTILHA DOS TAMBORES 4° 125.8 - GRUPO OJUOBÁ 5° 125.0 - RAÍZES DE IANSÃ 6º 122.5 - FILHOS DA VOVÓ 7° 116,0 - TAMBORES ZINGUE MELHOR FIGURINO 1° 144.8 - SOLDADOS DE OGUM 2° 129.9 - GRUPO OJUOBÁ 3° 129.5 - MATILHA DOS TAMBORES 4° 127.5 - TOQUE DE OURO 5° 126.0 - RAÍZES DE IANSÃ 6° 123.0 - FILHOS DA VOVÓ 7° 113.5 - TAMBORES ZINGUE MELHOR INTÉRPRETE 1° 136.2 - TOQUES DE OURO 2° 132.5 - GRUPO OJUOBÁ 3° 132.0 - SOLDADOS DE OGUM 4° 130.0 - MATILHA DOS TAMBORES

5° 121.5 - RAÍZES DE IANSÃ 6° 120.0 - FILHOS DA VOVÓ 7° 102.5 - TAMBORES ZINGUE MELHOR TORCIDA 1° 138.5 - TOQUE DE OURO 2° 137.0 - FILHOS DA VOVÓ 3° 128.0 - MATILHA DOS TAMBORES 4° 127.5 -SOLDADOS DE OGUM 5° 122,0 - GRUPO OJUOBÁ 6° 101.5 - RAÍZES DE IANSÃ 7° 92.0 - TAMBORES ZINGUE MELHOR COREOGRAFIA 1° 139.0 - SOLDADOS DE OGUM 2° 132.0 - TOQUE DE OURO 3° 131.5 - MATILHA DOS TAMBORES 4° 126.0 - RAÍZES DE IANSÃ 5° 122.9 - FILHOS DA VOVÓ 6° 122.5 - GRUPO OJUOBÁ 7°108.0 - TAMBORES ZINGUE CLASSIFICAÇÃO GERAL 1° 678.9 - SOLDADOS DE OGUM 2° 674.2 - TOQUES DE OURO 3° 659.0 - MATILHA DOS TAMBORES 4° 639.4 - GRUPO OJUOBÁ 5° 633.5 - RAÍZES DE IANSÃ 6° 620.0 - FILHOS DA VOVÓ 7° 555.0 - TAMBORES ZINGUE


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Amor ao Próximo

“FOI O DIA MAIS EMOCIONANTE DE MINHA VIDA” Um botão de rosa, um cartão marcando a homenagem, um beijo e um abraço apertado. Assim foi o Dia das Mães de 20 mil mães que cruzaram o caminho de Renata Abreu, presidente licenciada do CTN (Centro de Tradições Nordestinas). Ela abriu mão de desfrutar de seu dia só com seus dois filhinhos para parabenizar e abraçar cada uma dessas mulheres, que representaram todas as mães do mundo. O rosa choque foi a cor dominante no CTN, que recebeu lotação máxima no almoço em homenagem ao Dia das Mães. Foram mais de 10 mil pessoas, a filhos, netos, bisnetos fizeram questão de, com suas mães e ao lado de Renata Abreu, festejar data tão importante. No desfile de mães de barriga, mães do coração, mães dos netos, mães de afinidade, mães de todos os tipos, que colorem o mundo, sobrou emoção, lágrimas de alegria e muito, muito amor no ar. “Posso afirmar com convicção que foi o dia mais emocionante de minha vida. Recebi tanto carinhos, abraços e beijos e retribui a cada um na mesma dose”, ressaltou Renata, que fez questão de ir de mesa e mesa cumprimentar cada mãe presente à festa promovida no CTN. E Renata não ficou só no CTN. Fez questão de levar sua rosa e seu carinho para as mães do Jova Rural, do Paraisópolis, da Brasilândia. Esteve também no Cedec Paulistano, na Associação Anjos e Anjo Elemiah e na Sociedade Amigos e Moradores do Conjunto Habitacional Engenheiro Guilherme HP Coelho. “Foi muito bom dividir com todas essas mulheres momento tão significante na vida de todas nós, mães, que é receber o reconhecimento e o carinho de nossos filhos”, finalizou Renata Abre

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Amor ao Próximo

TRADICIONAL “FEIJOADA COM PAGODE BENEFICENTE” DA ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA ALFA & ÔMEGA A Associação Espírita Alfa & Ômega tem os seguintes objetivos:

acompanham nossa luta e comemoram conosco nossas vitórias.

Ajudar a todos os indivíduos que visitam ou freqüentam nossas palestras e trabalhos espirituais a evoluir ou minimizar seus problemas espirituais e materiais. Seguindo sempre os princípios da religião umbandista;

É muito gratificante ver a casa lotada, todos unidos em prol de uma mesmo ideal. Essa já é a segunda feijoada que fizemos no ACENI, um Salão de festas bem maior, visto que o espaço da nossa casa ficou pequeno para realizar a festa.

Praticar a caridade diariamente e de todas as formas possíveis, por tal motivo temos algumas obras sociais: doação de cestas básicas mensais, doação de remédios, doação de roupas, agasalhos e brinquedos para famílias carentes. É nesse aspecto que entra a nossa “Feijoada com Pagode Beneficente” que organizamos anualmente e que já se tornou uma “marca registrada” de nossa associação. É também por intermédio dela que arrecadamos parte do dinheiro para comprar brinquedos, doces e bicicletas (essas sorteamos) para centenas de crianças carentes na festa de Cosme e Damião. A organização é árdua, demanda tempo e disposição dos trabalhadores da casa que em sua maioria são médiuns. Todos se dedicam de forma completa para organizar todos os detalhes e vender os convites para parentes, amigos, e colegas. Sabemos que todas as pessoas têm responsabilidades financeiras ou até compromissos no dia do evento, mas é muito prazeroso ver o quanto as pessoas se divertem e aproveitam nossa festa. Tem algumas pessoas que comparecem nesse evento desde o primeiro que organizamos,

Costumamos dizer que o valor do convite é simbólico, pois além da pessoa comer a vontade, ela estará rodeada de amigos, curtindo música boa, interagindo com aqueles que gosta num ambiente totalmente familiar. Impossível não ligar o útil ao agradável. Sendo que o melhor de tudo isso é ter a certeza que esse valor que gastou comprando o convite, você está ajudando algum que necessita muito mais do que você. Sua alegria pode ser momentânea, mas com certeza sua ajuda será eternizada na lembrança daqueles que serão ajudados com comida, remédio ou até mesmo roupas, livrando-os do frio e da fome. Também tivemos nessa festa uma apresentação da Capoeira, projeto da nossa associação que visa levar às crianças de 05 até 15 anos a pratica desse esporte. Temos em nossa casa aulas gratuitas todas as terças e quintas onde levamos as crianças o senso de disciplina e respeito, sendo também uma forma de mostrar a cultura do nosso país, totalmente gratuito, mas com a exigência da criança estar matriculada numa escola pública. No ato do cadastro, o qual realizamos a cada semestre solicitamos a apresentação do boletim escolar, a fim de comprovar a freqüência nas aulas, pois


mais importante do que a criança praticar um esporte é a criança estudar, visto que os estudos são imprescindíveis para a formação da cidadania e a busca de um futuro melhor. São tantos modos e meios que temos para ajudar, para praticar a caridade, para fazer o bem que esse é apenas uma das maneiras existentes. É gratificante para nós sabermos que temos tantas pessoas para contar nessa empreitada, parceiros fixos como os grupos Momento Ideal e Negro’s Bar Samba Show, que dispuseram do tempo deles para alegrar a festa de modo especial. Nosso muito obrigado a todos, sem exceção, aos médiuns, aos trabalhadores, a diretoria, aos freqüentadores da casa e a todos que compraram os convites, comparecendo ou não à festa. Agradecemos também a Família Aldeia de Caboclos por prestigiarem nossa festa e abrindo esse espaço para divulgarmos nossos trabalhos sociais. Temos certeza que somente isso não basta para mudar o mundo, mas temos convicção de que estamos no caminho certo, lutando e unindo cada vez mais pessoas em prol da caridade. Vamos continuar nessa caminhada, levando a todos os ensinamentos de Oxalá: amando o próximo como a si mesmo; ajudando a todos que necessitam sem esperar recompensas. Levando a bandeira da Umbanda a todos os lugares. Associação Espírita Alfa e Ômega Rua Augusto Giorgio 222 São Paulo / SP 11 2018 0879 Site: www.associacaoalfaeomega.org Facebook: https://www.facebook.com/alfa.eomega.56


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Quilombo São José

O Quilombo São José, fica na Serra da Beleza, município de Valença, a duas horas e meia da cidade do Rio de Janeiro. Uma família de 150 agricultores, detentora de saberes tradicionais muito ricos preservados pelo nossos ancestrais como o Jongo, o uso ervas medicinais, as rezas, o artesanato, o Calango, o Terço de São Gonçalo e a Umbanda. São a sétima geração desde que os antepassados chegaram como escravos nessas terras por volta de 1850 para trabalhar nas lavouras de café da Fazenda São José.



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JONGO

PATRIMÔNIO IMATERIAL BRASILEIRO O Jongo O jongo é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e de algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro. Acontece nas festas dos santos católicos e divindades afro-brasileiras, nas festas juninas, no Divino, no 13 de maio da abolição da escravatura. O jongo é uma forma de Iouvação aos antepassados, consolidação de tradições e afirmação de identidades. Tem suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, principalmente os de língua bantu. São sugestivos dessas origens o profundo respeito aos ancestrais, a valorização dos enigmas cantados e o elemento coreográfico da umbigada. No Brasil, o jongo consolidou-se entre os escravos que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar, no sudeste brasileiro, principalmente no vale do Rio Paraíba. Nos tempos da escravidão, a poesia metafórica do jongo permitiu que os praticantes da dança se comunicassem por meio de pontos que os capatazes e senhores não conseguiam compreender. Sempre esteve, assim, em uma dimensão marginal onde os negros falam de si, de sua comunidade, através da crônica e da linguagem cifrada. Tambu, batuque, tambor, caxambu, o jongo tem diversos nomes; é cantado e tocado de diversas formas, dependendo da comunidade que o pratica. Se existem diferenças de lugar para

lugar, existem também semelhanças, características comuns presentes em muitas manifestações do jongo. Os tambores Os tambores são feitos a partir de troncos de madeira e couro de animal. São elementos centrais no jongo, sempre reverenciados pelos jongueiros, pois fazem a ligação com as entidades do mundo espiritual e expressam a conexão do jongo com outras manifestações afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé. São respeitados na roda de jongo como verdadeiras entidades e sem eles o jongo não sai. Alguns tambores chegam a ter mais de cem anos de batuque e são passados de geração em geração. São tão importantes que, em geral, o guardião é o líder da comunidade jongueira. Os instrumentos musicais que acompanham os jongueiros podem variar de um grupo para outro. Entretanto, a formação musical mais freqüente inclui dois ou três tambores chamados de tambu e candongueiro ou de caxambu e candogueiro. Algumas comunidades usam também um tambor de fricção - uma espécie de cuíca de grandes dimensões conhecida como puíta ou angoma puíta.

ros esteio sempre na roda ou perto dela. Sozinhos ou em pares os praticantes v50 ao centro da roda, dançam até serem substituídos por outros jongueiros. Muitas vezes nota-se, neste momento da substituição, o elemento coreográfico da umbigada. Dança-se conforme se sabe. Uns dançam rodando, outros pulando ou arrastando os pés. Uns dançam devagar, outros bem rápido. Às vezes os passos são como os das coreografias observadas nas rodas de santos da umbanda. São várias as maneiras de se dançar o jongo. Os pontos Um dos elementos mais marcantes do jongo é o ponto; a forma poética e musical expressa nos versos cantados pelos jongueiros. No jongo a palavra cantada assume características singulares que tornam esta expressão única. O ponto de jongo tem alguma relação com o provérbio e, também, com a crônica através da qual se comenta a vida cotidiana, o passado e o presente. Configura um conhecimento restrito, secreto, guardado pelos jongueiros mais velhos - que só ensinam aos jovens já iniciados. Existe uma variedade de pontos que são adequados à determinadas circunstâncias.

A dança No jongo, iniciado o toque dos tambores, forma-se uma roda de dançarinos que cantam em coro, respondendo ao solo de um deles. Os tambores e os batuquei-

Na roda de jongo os pontos se sucedem de forma encadeada. Para abrir a roda é necessário o ponto de homenagem aos jongueiros velhos. Existem os pon-


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Ano 4 número 36 tos para pedir licença aos ancestrais vivos e mortos, existem pontos para abrir e fechar a roda, para entrar e sair dela. Muitos pontos são crônicas do cotidiano, narradas com humor e irreverência. Os pontos de demanda ou gurumenta são formas de desafio lançado entre jongueiros, com adivinhas ou enigmas que testam as habilidades de cada um em decifrar seus significados. O verso tirado por um jongueiro é respondido pelo coro até que outro jongueiro o decifre e continue a conversa botando outro ponto na roda. O ponto não é propriamente canção nem forma poética. É forma sintética como muitas das formas artísticas africanas. Vem da África a idéia de que nos pontos a palavra proferida com intenção marcada pelos tambores acorda as forças do mundo espiritual, fazendo com que coisas mágicas aconteçam. Canto de abertura dos Jongueiros da Serrinha em suas apresentações “Bendito, louvado seja É o Rosário de Maria, Bendito pra Santo Antônio Bendito pra São João Senhora Sant’Ana Saravá meus irmãos.” Canto de várias comunidades Jongueiras. “Tava dormindo Angoma me chamou Disse levanta povo Cativeiro se acabou.” Fonte:http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=517

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ROUPA BOA A GENTE DOA A Aldeia de Caboclos colabora e par-

que está por vir com mais seguran-

Os sapatos devem vir em pares firme-

ticipa desta iniciativa, somos efetivos

ça, dignidade e calor humano.

mente amarrados, se tiverem cordões,

parceiros da Campanha do Agasalho promovida pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (FUSSESP) em mais este ano. Portanto, convocamos todos os templos, lojas e instituições para abraçar essa Campanha. Vamos mostrar que a nossa Umbanda participa de ações para ajudar milhares de famílias carentes a enfrentar o inverno

As doações serão encaminhadas às entidades assistenciais, hospitais,

ou em bolsa plástica fechada para facilitar a separação.

albergues da Capital e de todos os

Os agasalhos serão distribuídos nos

Municípios do Estado de São Paulo.

próprios municípios em que foram

Os cobertores, agasalhos, camisetas, roupas diversas, novas ou usadas, devem estar em bom estado.

arrecadados. Havendo sobra, serão encaminhados para regiões mais pobres e/ou mais frias.

Não temos estrutura para remendar roupas.

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