Jornal da Aldeia - edição 69

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Ano 8 número 69 Prezados irmãos de fé e caros leitores, o mundo caminha, segue adiante, o l universo se expande, inúmeras ia mudanças ocorrem r em velocidade ito enormemente superior em relação a d E um passado próximo, e muitas reflexões e análises vem à tona. Por um lado, observamos tantos avanços do ser humano ao passo que por outro ângulo presenciamos assustadores retrocessos. Um dado impactante apresentado por revistas que tratam dos temas “ciência e descobertas”, atente-se, aponta que aproximadamente 80% das invenções que o mundo teve conhecimento ocorreram nos últimos 100 (cem) anos. Incríveis descobertas positivas são confirmadas, em âmbito do planeta terra, cite-se, os avanços das pesquisas acerca do DNA humano possibilitando a cura de enfermidades antes inimagináveis. Em âmbito extra planeta Terra verificamos, por exemplo, a descoberta de sinais de água no planeta Marte. Na contramão dos grandes feitos do homem, nos últimos tempos, temos a realidade da ocorrência de tragédias e atrocidades provocadas por projetos equivocados megalomaníacos, pelo total desrespeito ao ambiente em que vivemos, pela disputa de domínio territorial e poder econômico, e também, pelo extremismo religioso. Válido lembrar que o Mar de Aral, localizado na Ásia Central entre o Cazaquistão e Uzbequistão, nos idos de 1960 era um dos maiores lagos salgados do mundo, e após o governo da antiga União Soviética implementar

um projeto ampliação da produção de alimentos desviando acentuadamente água dos rios que desaguavam no Mar de Aral, destaque-se, ocorreu a diminuição de 90% de seu tamanho original, tendo sido esta registrada como uma das maiores tragédias ambientais do planeta. No Brasil, dentre outras, tivemos a tragédia do rompimento da barragem de Mariana no Estado de Minas Gerais, a maior tragédia ambiental do país, ocorrida em novembro de 2015, catástrofe que devastou a bacia do Rio Doce, degradou enorme parte do referido ecossistema desde Minas Gerais até o litoral do Espírito Santo, sendo claro que ainda pode haver mais consequências trágicas ocultas e/ou não divulgadas com a amplitude necessária. O mundo presencia uma das guerras mais atrozes dos últimos tempos, a Guerra da Síria, milhares de mortos, em sete anos mais de 500 (quinhentos) mil mortos oficialmente, milhares de crianças vivendo em condições assoladoras, grandes potenciais dizendo que estão ali para colaborar com o País e buscar estancar o conflito, porém, sabe-se que se trata de região extremamente estratégica e mais uma vez é notório que impera em meio ao conflito não a vontade real em extingui-lo, mas, sim, a concomitante prevalência do poder e domínio econômico de países como Rússia, Estados Unidos, Inglaterra e França. Rogamos a Deus por misericórdia quanto aos inocentes que são vítimas deste monstruoso conflito! O Homem possui o livre arbítrio, portanto, responde por seus atos, bons ou maus, igualmente, possui incomensurável capacidade de fazer o bem e o mal, e por tal motivo, cada vez mais crucial a real e efetiva disseminação do amor e da solidariedade.

Necessário que com brevidade reunamos as nossas forças para proporcionar uma sólida base de exemplares valores e princípios às nossas crianças. Estejamos vigilantes e cobrando de nossos governantes mais honradez, mais efetivas ações e trabalhos em prol das nações, exigindo verdadeiras e prósperas políticas públicas, isto para possamos dar a condição digna de crescimento aos nossos pequenos futuros grandes seres humanos. Diante da conflitante e controversa atual realidade que verificamos em nosso planeta, igualmente, frente à capacidade fantástica do homem em superar adversidades, em criar bons frutos, e promover magníficas descobertas em prol da humanidade, clamamos por maior consciência e eficazes ações em benefício do planeta como um todo. Que a Paz e a Preservação da Natureza estejam no topo das metas mundiais. Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós! Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi! Alexandros Barros Xenoktistakis EXPEDIENTE istakis els B. Xenokt Diretor: Eng e: Daniel Coradini Art Direção de ktistakis gels B. Xeno amargo / En r: to a d Re C res: Adriano Colaborado e s re a Ronaldo Lin noktistakis Xe s Barros Alexandros a: Alexandro 6 ic d rí Ju a ri o 0 Assess 182.1 m.br s – OAB/SP Xenoktistaki l@aldeiadecaboclos.co a rn jo : contato

PREVISÃO BARALHO CIGANO Cartas: cegonha- cachorro- âncora

Amor

Momento ideal para o renascimento dentro da parte afetiva e em relacionamentos de forma geral. Mês ideal para oficializar compromissos afetivos, resolver pendências do passado e até mesmo trabalhar a questão da confiança dentro do relacionamento atual.

Profissional e Financeiro

Momentos para novos projetos com amigos e pessoas conhecidas. Sociedades ou possibilidades de parcerias podem surgir dentro desse mês. Recomece, planeje com objetivos sólidos e bem determinados.

Saúde Física e Espiritual

Busque o conhecimento e acima de tudo, seu crescimento espiritual. Recolhimento e reflexão são ideais para refazer suas energias. Faça uma boa limpeza astral e espiritual. Na saúde, momento ideal para as mulheres que pensam em engravidar. Carol Amorim- Taróloga e Dirigente do Templo de Umbanda Estrela do Oriente. Comunicadora da Radio Mundial. Programa Estrela Luz toda terça às 13h e às quintas-feiras às 15h30. Atendimento online ou presencial. Rua Bengali 29- Parque Novo Oratório Santo André. Informações: 11-23694241 ou via Whatsapp 11-9 4942-4000 c/ Amanda Facebook: Taróloga Carol Amorim / Youtube: Sensitiva Carol Amorim



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Fórum Inter-religioso de Santo André

Convidamos a todos para o Fórum Inter-Religioso de Santo André Data: 14 de junho de 2018 Local: Auditório Municipal Heleny Gariba Rua Delfim Moreira – Centro – Santo André/SP Horários: 14h – Abertura da ante-sala do Teatro. Apresentações diversas e rodas de conversas sobre religião x responsabilidade social; 19h – Abertura do Teatro para acomodação do público; 20h – Início do evento. Este Fórum foi criado em 2013 para, além de ser um espaço para o diálogo inter-religioso, ter por finalidade a efetivação de políticas de Direitos Humanos em nossa cidade. Nestes cinco anos de atividades o Fórum mantém reuniões regulares e a cada ano organiza um evento público visando: o diálogo comunitário em busca da ética, da fraternidade, da justiça e da paz, a promoção dos direitos humanos e a preservação do meio ambiente. Em 2008 foi criado neste município o Fórum Andreense de Direitos Humanos e Cultura da Paz sendo uma das suas ações a implantação do “Poste da Paz” - quando foi lembrado o Dia Internacional da Tolerância.

O Projeto Mundial “Postes da Paz” foi idealizado em 1955 no Japão pelo poeta e filósofo Masahisa Goi, em razão do lançamento das bombas atômicas que destruíram Hiroshima e Nagasaki. A finalidade do momumento é tornar-se um ponto de convergência para o encontro de pessoas e grupos, podendo ser erigido em parques, igrejas, entidades, jardins, escolas e espaços comunitários. Atualmente mais de 160 países possuem o monumento. Seu lema é “Que a Paz prevaleça na terra.” Além disso, não poderia deixar de mencionar a brilhante e histórica vitória da ação movida (através dos advogados dr. Hédio Silva Júnior, dr. Antonio Basílio Filho e dr. Jader Freire Macedo Júnior) contra a Rede Record de televisão, devido ao explícito discurso de ódio contra as religiões afro-brasileiras, que chamamos de Direito de Resposta. Com a presença de 150 lideranças no TRF3 Dr. Hédio, fez uma explanação brilhante deixando todos emocionados e orgulhosos. Reproduzo abaixo, alguns dos trechos que, na minha opinião, são primorosos: Qualquer homem ou mulher que evocar os espíritos ou fizer adivinhações, será morto. Serão apedrejados e levarão sua culpa (Levídico, capítulo 20, versículo27.)

As ofensas, a linguagem ultrajante, a discriminação de brasileiros em razão da crença, conforme demonstrado adiante, seriam então “justificadas” por substrato bíblico deste jaez, resultando em condutas candidamente descritas pelas apelantes como “regular exercício de direito de culto e de crença”. As mesmas razões recursais, alias, indicam o alvo exclusivo do discurso injurioso e portador de ódio, maldisfarçado pelo uso da metonímia “mães e pais de encosto” para designar “mães e pais de santo”, denominação popular das sacerdotisas e sacerdotes afro-brasileiros (…) (…) Igualmente relevante é o levantamento feito pela Agência Nacional do Cinema – ANCINE, autarquia vinculada ao Ministério da Cultura, Segundo o qual em 2016 os programas religiosos ocuparam 21% da grade das TVs abertas no Brasil, figurando como principal gênero, à frente dos telejornais, series, variedades e telecompras (doc. anexo). No caso da Rede Record, esse tipo de programa ocupa 21,75% de sua grade. Parte majoritária deste tempo destina-se ao discurso de ódio religioso, que atribui aos “espíritos do mal”, à macumbaria, às divindades afro-brasileiras a responsabilidade pela existência de todas as mazelas sociais, incluindo a pobreza, desemprego, criminali-


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Ano 8 número 69 dade, enfermidades físicas e mentais, drogas, desestruturação familiar, vícios, infortúnios, dengue, zika virus, etc. O resultado deste narrativa é o apedrejamento de crianças nas ruas, a profanação de templos e símbolos religiosos, violência pura e simples contra fiéis das religiões afro-brasileiras. Telespectadores dessas emissoras são induzidos a acreditar que se atacarem os fiéis ou destruírem templos religiosos afro-brasileiros terão seu emprego de volta, acesso à casa própria, carros de luxo, etc. Expressões como “encosto”, “demônios”, “espíritos imundos”, “pai de encosto”, “mãe de encosto”, “bruxaria”, “feitiçaria”, “sessão de descarrego”, etc., são intercaladas com o uso do vocábulo macumba, traduzindo o emprego de metáforas que não disfarçam o endereçamento das ofensas: as confissões religiosas de matriz Africana. A mensagem é cristalina, induvidosa, inequívoca. Induz o telespectador a concluir que os fiéis das religiões de matriz africana são os responsáveis por todos os males das humanidade, associando-os a um comportamento supostamente desviante, ilícito, criminoso, moral e eticamente condenável. A violência simbólica, verbal, induz, incita e justifi-

ca a violência física, exercida em nome do misericordioso propósito de salvar almas. É funesta, a propósito, a semelhança entre a narrativa de ódio religioso e a propaganda nazista contra o povo judeu, que culpabilizava-o por todos os males da Alemanha hitleriana. É oportuno lembrar que a história da humanidade é repleta de tragédias decorrentes do ódio religioso, a exemplo das guerras, terrorismo, genocídios, massacres, estupros em massa e outras atrocidades, razão pela qual urge um pronunciamento judicial que restabeleça a força normativa da Constituição Federal e da legislação que rege matéria. Estes foram apenas dois trechos de toda arguição do Dr. Hédio, tendo como consequência a votação unânime dos juízes em nosso favor. Um deles lembrou do “dia muito triste” (após revelar ser católico) em que o ex-bispo da Igreja Universal - Sérgio von Helde, chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no programa matutino Despertar da Fé, transmitido pela Rede Record, justamente no dia 12 de outubro, quando os católicos comemoram o dia da Santa que consideram a Padroeira do Brasil. Finalizando, digo que o dia 05 de abril de 2018 foi um dia histórico para as religiões de matriz africa-

na; um dia que sempre será lembrado pela ousadia de Inhaçã, pela irreverência e bravura de Ogum, pela justiça de Xangô e finalmente, pela sabedoria e razão de Oxalá, que através de suas boas energias, despertam sentimentos de espiritualidade e fé expulsando todo ódio e desunião, afim de prevalecer a comunhão, e que o sentimento de irmandade nos una – como irmãos que somos na fé - nesse mundo físico instável e desagregador. Parabéns aos doutores responsáveis, parabéns à comunidade afro-brasileira, parabéns aos juízes, parabéns ao CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade), parabéns ao INTECAB (Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira) e a todos envolvivos nesse processo longo, árduo… mas vitorioso! Meu saravá fraterno a todos e até a próxima edição.

Babalaô Ronaldo Linares Santuário: 4338-0261 / 4338-3484 Escritório SANU: 4232-4085 Escritório FUG “ABC”: 4238-5042 www.santuariodaumbanda.com.br federacaoabc@terra.com.br


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POSSO TROCAR DE TERREIRO? Trocar de terreiro - eis o dilema de muitos filhos de santo... É comum ver na assistência dos terreiros pessoas com guias no pescoço, e grande parte delas são filhos de determinados terreiros procurando orientações ou até mesmo outro lugar para trabalhar. Assunto delicado e desgastante para ambas as partes, seja para o filho de santo ou para o sacerdote, mas que precisa ser discutido, afinal, faz parte da vida de todos os médiuns em algum momento da sua caminhada. Existem vários tipos de situações, por isso não podemos generalizar nem apresentar uma solução mágica para este tipo de problema, mas uma coisa é certa: se você não está feliz, está no lugar errado... Não nos cabe avaliar qual terreiro é melhor ou pior, primeiramente porque nenhum é igual ao outro, e segundo porque gosto e afinidade são coisas muito pessoais, e cada qual com o seu. Geralmente, quem muda de terreiro constantemente não teve critério algum de escolha quando entrou. Entrou por qual motivo? A resposta mais comum é: - Porque disseram que eu precisava desenvolver... Eu nem vou comentar aqui o que acho dessa mania que as pessoas têm de falar indistintamente aos consulentes que eles precisam desenvolver, precisam trabalhar, sem falar que antes é necessário pelo menos conhecer a Umbanda...afinal, como é que uma pessoa escolhe seguir uma religião que ela não conhece? E mais importante ainda: você gostou do terreiro, mas sabe quem é o dirigente? Sabe o que ele pensa, que tipo de trabalho realiza? Poucos têm esse discernimento, e nada mais fazem além de ficar umas poucas giras e sair dizendo que não era o que ele esperava. Outros alegam procurar um terreiro sério, mas não aguentam o peso da responsabilidade de pertencer a uma religião dinâmica como a Umbanda, onde você é o templo. Sim, cada médium é um templo onde o Sagrado se manifesta, mistério desconhecido pela maioria.

E ser um templo significa compromisso, abnegação, firmeza, disponibilidade, persistência, estudo, tempo etc.

lham, a forma com que se relacionam com os Orixás, enfim, se correspondem ao que você procura.

Sei que o assunto é sair do terreiro, e não entrar, mas o fato é que a saída tem muito a ver com o modo como a pessoa chegou; não dá para separar uma coisa da outra.

Termine esse “casamento”, na medida do possível, com respeito, e não saia falando mal, em consideração aos bons momentos que certamente existiram enquanto ele durou.

Eu sei que se trata apenas de seres humanos, sendo seres humanos, mas o fato é que as relações terreiro-médium são idênticas ao casamento. No começo, tudo são flores...até ouvir o primeiro “não”; até o irmão chamar a atenção para algo que está errado; até ser podado nos seus exageros, causados por desconhecimento das regras ou resistência à elas; até começarem as “amizades de infância” com pessoas completamente desconhecidas, que são exatamente aquelas que os levarão a sair de um terreiro que não teve sequer a chance de se defender...

Peça orientação e direcionamento às suas próprias forças, pois onde você for eles o acompanharão.

Afinal, o fato de alguém pertencer a um terreiro não faz dele automaticamente um santo, né gente? Deixo claro que isso se aplica aos dirigentes também. Bom, respondendo à pergunta inicial, qualquer pode sim, sair do terreiro que frequenta, se possível pela porta da frente, de cabeça erguida e com dignidade. Poucos casamentos acabam com respeito mútuo e de comum acordo, mas isso é possível entre pessoas esclarecidas e evoluídas. Não está feliz? Não concorda com as atitudes de seus dirigentes? Analise. Veja se as qualidades de seu pai ou mãe-de-santo superam seus defeitos, levando em consideração que eles são seres humanos como você.

Tudo o que as entidades querem é um lugar para trabalhar, onde a Lei de Umbanda seja cumprida, sem melindres ou falsas expectativas. É seu dever cuidar da sua própria evolução, sem fiscalizar o desempenho alheio. O médium que procura o terreiro perfeito vai passar a vida inteira estagnado para, ao final, perceber que deixou de crescer como espírito e como pessoa, pela arrogância de não permitir aos outros serem como são, sendo ele mesmo um ser humano passível de falhas. Mas aquele que já não se sente bem onde está, mesmo ponderando o que aqui foi exposto, tenha a coragem de encerrar uma fase e começar outra, ainda que seja do zero, sem se esquecer que os recomeços são uma chance incrível de nos renovarmos em todos os sentidos. Aos dirigentes, deixem ir quem não quer mais ficar, sem ressentimentos. Afinal, a Umbanda também é, entre outras coisas, liberdade. Axé!!! Ogum Yê! Axé!

Se essas falhas ferirem a sua ética pessoal e forem graves aos seus olhos, peça licença e procure cuidadosamente outra casa, sem pressa. Frequente a assistência, conheça bem a casa, os dirigentes, procure saber no que eles acreditam e o tipo de trabalho que realizam. Informe-se sobre as linhas com as quais eles traba-

Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra

Críticas e sugestões: t.u.paioxossi@hotmail.com Fone: (011) 96375-7587


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Chapéu, cachimbo e valores A Lei Penal do Império determinava que o escravo era considerado rês (simultaneamente coisa e pessoa) e, portanto, nenhuma autorização tinha para exercer direitos civis e, quiçá, políticos. Como objeto que respirava, somente devia ser útil aos seus compradores e não levantar nada além dos braços para carregar mais um pacote de grãos. Caso fugisse, ganhava anúncio no Jornal do Commercio com imagem e descrição tão bárbara quanto o tempo permitia. Humanos de verdade eram os detentores do poder financeiro e não seus subordinados. Humildemente eles vêm à terra de seus algozes: sem barulheira, sem “dançarias”, sem alegoria pra encantar os olhos e desviar a mente. Nada pedem além de uma caneca – por vezes enferrujada – de café preto quentinho, um cigarro de palha para as defumações e algumas velas para trabalhar na força de “nosso Sinhô Jesus”. De barra da calça dobrada e pés nus no chão, atendem desconhecidos, conhecidos e companheiros de outras jornadas; ninguém sai sem um abraço apertado com cheiro de vô e a esperança de volta no peito. “Fio precisa aprender a perdoar”, diz sempre Preto-Velho numa voz caridosa de quem viveu de tudo muito, aconselha em tom de novidade mesmo que já tenha repetido a frase centenas e tantas vezes porque sabe como ninguém que a verdadeira libertação da alma não acontece sem deixar “as coisas ruins” irem embora. Também diz com orgulho que não cabe no peito e vai pra garganta que “escravo pode apanhá do feitô, mas feitô jamais vai apanhá do escravo” e se indagar

o motivo, ele taciturnamente responderá: “s’eu faço igual então também sô feitô que bate nos escravo”. Vô superou o chicote, a fome, o desespero, a tristeza profunda de ser arrancado de sua casa e trazido para um mundo onde sua língua, cultura e existência não valiam mais do que alguns réis; o classificam com a palavra da

moda: Preto-Velho tem resiliência. E tem mesmo. Batalhou sozinho, ele contra ele mesmo e os “dois” contra a selvageria dos capitães do mato que perseguiam a si e a seus irmãos de etnia como leões enfurecidos em busca duma presa boa para o jantar. Vovô hoje abrilhanta os terreiros de Umbanda com o sorriso no rosto e a caridade nas mãos; nem parece que foi separado de sua família, transportado num navio-pesadelo com nome intimidador com tantas boas intenções quanto seus tripulantes (Amável Donzela, Brinquedo dos Meninos, Caridade, Feliz Dias a Pobrezinhos etc), trocado por pedaços redondos de metal e obrigado a sustentar o luxo que jamais seria seu. Em sua calmaria as perturbações do homem têm pouco ou nenhum espaço, em seu colo acolhedor de almas sofridas as lágrimas descem e se transformam em flor, em sua compreensão os julgamentos da mente cheia de artimanhas invalidam-se e evaporam como cinzas ao vento. Tanta é a sabedoria que o silêncio após um relato deixa de ser incômodo para se transformar num afago para os tantos barulhos das adversidades. Preto-Velho, embora livre das correntes, ainda volta a nós para nos livrar das nossas.

Alan Barbieri Sacerdote Umbandista do Templo Escola Casa de Lei Alan Barbieri Contato: (11) 2385-4592 barbieri.empresa@gmail.com


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a n s ia a v lde r E A O espírito das ervas é verdadeira Imanência Divina A gente chega ao ponto de acreditar que tudo já havia sido falado sobre ervas. Pois é, ou mesmo que tudo o que precisava ser dito sobre religião já havia sido dito. A Natureza trabalha sem parar, vinte e quatro horas, dia e noite, chuva e sol... Nada para, tudo está em movimento contínuo. Quanto ainda há pra se falar sobre banhos, defumações e benzimentos? Quanto ainda temos para descobrir? O infinito seria a resposta mais óbvia, mas de óbvio, a maioria dos entendidos refutariam por acharem que seriam considerados muito "simples" por responderem - o óbvio. E aí se criam as pantomimas, regras e folclores em torno da simplicidade de Mãe Natureza. Desde que abrimos os cursos sobre ervas, temos colecionado perguntas das mais variadas, dúvidas das simples às mais complexas, e tantos questionamentos que dariam uns bons três volumes apenas respondendo-os, e ainda assim, não satisfaríamos a todos. Todos têm alguma receita, todos já ouviram alguém que disse algo, ou alguém que "dizem" de forma tão incisiva, que acaba convencendo que aquele formato de uso, ou aquela liturgia, forma magística é a mais adequada. Costumo dizer em aula: "Não há nada mais errado do que achar que o outro está errado." Quando falamos em religião, doutrina, magia, liturgia, essa regra é válida, pois não há um livro sagrado contendo regras que determinem como a natureza humana deve ser. E nós seres humanos somos julgadores. Mas há aspectos práticos onde o errado é errado mesmo, o injusto, o incorreto e o ilegal devem sentir o peso da lei. Quantos crimes já foram e são cometidos em nome das religiões? Herdamos de diversas culturas e religiões do passado, e procuramos honra-los dando a cada uma dessas heranças o seu devido valor. E se assim não o fizermos, o que podemos esperar que façam com a herança que deixaremos? Isso vale para tudo, afinal não sabemos quais as condições em que as pessoas encontram as informações de

que precisam. E quanto conhecimento não acaba sendo acorrentado pelo egoísmo e pela sede de poder... Bom, deixando esses aspectos ruins de lado, vale a reflexão: o que estamos deixando para as próximas gerações? Lembro de alguns escritos antigos que citavam o comigo-ninguém-pode em indicação de banhos. É mais que sabido que essa planta tem grau de toxidade que precisa ser considerado e, portanto, não deve ser usada em hipótese alguma em contato com a pele. Mesmo que algumas pessoas a usem e não tenham reação alguma, outras podem ter reações indesejáveis. Então, partimos do princípio que prevenir é melhor que remediar. Há tantas ervas para serem usadas, Mãe Natureza nos abençoa em abundância de forma que opções não faltam. Ervas clássicas de limpeza pesada, que no nosso sistema de classificação chamamos de "ervas quentes ou agressivas" (veja matérias anteriores *) são encontradas facilmente nos jardins, canteiros e no comércio: Arruda, Guiné, Casca de Alho, Aroeira, Espadas de S. Jorge e Santa Bárbara, Pinhão Roxo, Quebra-demanda, Dandá-da-costa, entre outras. Veja só, a dica de sete ervas de limpeza dada de forma bem sutil! Ervas de equilíbrio, regeneradoras e reconstrutoras do campo astral: Manjericão, Alecrim, Alfazema, Sálvia, Boldo (tapete-de-oxalá), Capim-santo (cidreira), Folhas de Pitangueira, Folhas de Goiabeira, Rosas e flores em geral. Mais um pouquinho de dica sutil! Usadas em separado ou unidas em banhos de acordo com a necessidade e propósito. E tem muito mais ervas que podem ser usadas de forma que não precisamos colocar em risco a saúde de ninguém... Isso é bom senso. Informações em profundidade podem ser encontradas em diversos meios, inclusive no nosso livro Rituais com Ervas - banhos, defumações e benzimentos - que pode ser adquirido diretamente nos nossos contatos de email e site abaixo. O mesmo bom senso que esperamos de irmãos umbandistas quando acham que copiar descaradamente um livro e distribuir pelas redes sociais é caridade. Está praticando um crime contra os direitos autorais

e contra um trabalho que muitas vezes ignoram, pois acham que apenas o "seu trabalho" é que tem valor. Não imaginam o quanto o autor teve que abdicar da sua vida e de seus recursos para colocar um trabalho disponível para o conhecimento. Adquirir corretamente, pelas vias legais, mantém o trabalho vivo e alimenta uma cadeia de pessoas que verdadeiramente trabalham. Não será a remuneração justa? Não temos que honrar com nossos aluguéis, água, luz, etc.? Será que seus guias espirituais concordam com a disseminação de algo roubado? Já imaginou se alguém vai lá ao Santuário Nacional da Umbanda, pega de outras oferendas já feitas um alguidar, flores, frutas, velas, enfim, elementos que alguém já comprou e usou, e faz uma oferenda para seu Orixá ou seu Guia? E faz isso não porque não pode comprar, mas porque "afinal já está lá, né..." É a mesma coisa que roubar direitos autorais, a espiritualidade está olhando da mesma forma. A natureza humana evolui constantemente, mesmo que não pareça. Por vezes achamos que a humanidade está perdida, face ao obscurantismo do caráter, a impunidade e tantos sentidos negativos que vemos em evidência. Bom senso, ética, respeito, justiça, julgamento, se colocar no lugar do outro. Coisas simples que mantém a religião viva e ativa. Depois não adianta reclamar se as próximas gerações não absorverem os valores necessários para que sejamos religião do bem e para o bem. Que os Mestres Espirituais possam nos inspirar ao melhor em nós, e que possamos ser úteis a nós mesmos e ao semelhante. Que os Senhores da Lei e da Justiça nos olhem sempre! Bênçãos de Papais e Mamães Orixás em nossas vidas! Gratidão imensa e sempre! Adriano Camargo Erveiro da Jurema Sacerdote de Umbanda, autor do livro Rituais com Ervas, banhos defumações e benzimentos. adriano@ervasdajurema.com.br www.oerveiro.com.br



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Gravação do DVD " Tem que ter fé" " Venho agradecer a toda família umbandista que estive presente na gravação do nosso primeiro DVD, " Tem que ter fé. O canto do coração", realizado dia 08 de abril no teatro Gamaro. A todos que trabalharam e se dedicaram para que esse projeto acontecesse com qualidade e muito amor, meu muito obrigado!

Gratidão aos nossos apoiadores, a família Tambor de Orixá, Aldeia de Caboclos, Tambores do Paraná, Grazi Brasil, Carla Careca, equipe de Curimba, dança, recepção, produção, todas as mães, pais, meus irmãos e irmãs que se emocionaram, cantaram e vibraram juntos com a gente, mais uma vez meu muito obrigado !

Com a ajuda de todos vocês iremos de encontro com a realização do nosso sonho principal que é a ampliação da nossa casa. Em nome de toda família Tupinambá e Sultão das Matas meu muito obrigado e muito axé a todos nós. Sandro Luiz


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Formatura do Curso de Sacerdócio de Umbanda TEUVA No dia 25 de Março de 2018, mais de quinhentas pessoas se reuniram para o evento de formatura da 5° Turma de Formação Sacerdotal de Umbanda Sagrada "Estrelas de Aruanda", do Templo Escola de Umbanda Ventos de Aruanda, de São Bernardo do Campo – SP Em clima de alegria e confraternização, os 77 formandos receberam os símbolos de seu grau, estolas e filás em uma recepção marcada pela emoção e expectativa. Conduzido pelo Sacerdote Pai Adriano Camargo, conhecido como o Erveiro da Jurema, o curso, com duração de trinta meses, contou com visitas aos pontos de forças dos Orixás, matas, praias, cachoeiras e pedreiras, aulas práticas e teóricas e muita dedicação dos alunos, que foram testados em seu limite para alcançar sua graduação. A madrinha da turma foi Mãe Andréia Camargo que também participou da mesa de honra e ofereceu suas palavras de carinho e emoção aos formandos. A mesa de honra contou com as presenças de Pai Milton Aguirre (SOUESP), Mãe Maria Aparecida Nalescio (Primado do Brasil), Pai Wilson Soares (Caboclo Pena Preta), Mãe Dulcelina (Caboclo Boiadeiro e Vovó Luiza), Mãe Fabiana (Jacira das Águas), Catarina Dimov, e representando as famílias de todos os formandos, Alexandre Vanzuita. Honrando com sua presença nos atabaques e cantos Pai Engels (Aldeia de Caboclos) e Mestre Pedro (Razão para Viver). Todos os convidados de honra tiveram a oportunidade de oferecer aos formandos suas palavras de apoio e carinho. Fotos de Nicole Tramontini e Lívia Mariah. Parabéns aos formandos e ao Templo Escola de Umbanda Ventos de Aruanda por mais essa realização.

Formandos 5º Barco Estrelas de Aruanda: Adelice Maria Thomé Adriana Bueno de Oliveira Alberto Kohn Alexandre Augustus Abreu Almeida Alexandre Veauvy Alexandro Fernando Domeneguetti Alisson Magno Santos de Arandas Ana Maria Weber Anderson Aparecido Palazzo Anderson Freitas Santos Aparecida Vieira Marques Bertolo Átila Martins Dias Carla Carneiro Gonçalves Carolina Iara Rodrigues Clemildes dos Santos Garcia Cristina de Souza Pereira Daniela Augusta Gomes Danielle Caroline Philippsen Vanzuita Daphine Scapin Sobral Divílio Fioravante Neto Edhel Luiz Bastos Silva Eliane Cardoso Ezequiel de Oliveira Pereira Felipe Decimo Fonseca Felipe Puerta Sobral Fernando Aulicino Corrêa Gabriela Esteves Zanini Ivonete de Santos Gonçalves Janaína Alberti Fernandes Josephina Mainente Borge Joyce Rocha Alves Juliana da Cruz Gonini Juraci dos Anjos Pereira Larissa Koller Menussi Leonardo Thomé Leticia Helena de Araujo Pytel Lilian Cabral Freitas Santos Lucía Soledad Spivak

Luciano Oliveira Rodrigues Marcia Tamie Otakara Maria Fernanda Wassall Corrêa Maria Luiza Guimarães Maria Raquel Guerreiro Herborn Mariana Piovesan Marlene Betto Pedoni Marli Soares Paschoalotti Milene Beltran Cavalaro Mônica Aparecida Casonato Mônica Martins Almeida Patricia Bianco Andreani Patricia Carvalho de Oliveira Kohn Paulo Augusto Corso Pedro Luis Bernardino Pedro Rebello de Freitas Cunha Priscila Silva dos Santos Rebeca Friedmann Zetzsche Regina Bucciotti Renata Vedovato Ricardo Di Giorgio Rita de Cássia Ferreira Machado Rita de Cássia Muniz Roberta Ovidio Matias Robson Cesar Andreani Ronaldo Pytel Sandra Lia Chaves Sandra Rubia de Oliveira Silva Sandra Santos de Castro Scarlet Jesus da Silva Silvia Maria Pirotta Sônia Miranda Tatiane Puerta Sobral Tereza Cristina de Oliveira Thais Galardinovic Thiago Gaggini Begliomini Vânia Cristina Ruiz Farias Wagner Vendramini William Nogueira Tolentino


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MEMÓRIAS DA UMBANDA XIII CARTA ABERTA A DOM VICENTE SCHERER DD. ARCEBISPO DE PORTO ALEGRE O Semanário, n. 94, 23 de janeiro de 1958 Joaquim Mendes Furtado

Excelentíssimo Sr. Dom Vicente Scherer – DD. Arcebispo Metropolitano – Nesta capital – Está em minhas mãos a edição do Correio do Povo, de 24 de agosto de 1957, onde V. Reverendíssima, concede uma entrevista, protestando contra o ato da Colenda (digna de respeito) Câmara de Vereadores de Porto Alegre, fazendo justiça em votar pela doação de um terreno, destinado a construção de um hospital de caridade aos umbandistas. V. Eminência diz que a Igreja, propriamente falando não combate a Umbanda. Proclama constantemente a irredutível oposição entre a religião católica e o conjunto de teorias práticas, conhecidas sob o nome de Umbanda ou Lei de Umbanda. Seus adeptos negam numerosos pontos essenciais da doutrina católica. Impossível por isso ser ao mesmo tempo católico coerente e umbandista convicto. Alertamos os católicos e homens de boa vontade, em defesa de fé sobre a contradição do binômio: Católico-Umbandista. A Umbanda promove a paganização e, por isso, o aniquilamento do cristianismo. Nossa palavra, pois, não se dirige aos discípulos e devotos dos Pais de Santo e Babalaôs. Mostramos aos católicos que está errado, é contra os princípios básicos da Lei de Deus o que a Umbanda ensina e faz. Ou católico ou umbandista: as duas coisas não é possível. A Umbanda distingue pela pretensa evocação dos espíritos e pelo culto do demônio, que chamam de Exu. Os perigos das práticas umbandistas. No terreno da terapêutica, coincidem com os efeitos deploráveis do charlatanismo e do curandeirismo. Vossa entrevista é longa e muito bem escrita. Usando V. Excelência dos recursos da vossa inteligência e do alto cargo de Príncipe da Igreja Católica Romana. Entretanto, mesmo conhecendo meu medíocre grau de cultura, venho retruca-lo, tirando a minha lasquinha em defesa da minha muito querida Umbanda. Não como o fizeram os seus mestres Bettiol, Hervé e Moab. Estes são expoentes e figuras de elevados conhecimentos umbandistas, que respondem as coisas com linguagem cativante e objetiva. Eu, pobre coitado, posso é me

vangloriar de possuir coragem e muita fé, graça a Oxalá. Primeiramente, devo dizer a V. Excelência, que sou um filho de Ogum e, convicto devoto de Jesus e de Nossa Senhora, Sua Mãe amantíssima, que nós umbandistas chamamos de Mãe Iemanjá. Ficamos honrados ao saber que a Igreja propriamente falando não combate a Umbanda. Lendo a referida frase, fiquei um tanto confuso. Creio que não entendi bem o seu sentido, porque no prosseguir da entrevista V. Excelência passou às considerações, já do conhecimento de todos, verberando as mais absurdas e desencontradas atitudes contra a Umbanda, seus adeptos e, até mesmo aos próprios católicos. Das considerações referendadas pelo Eminente Príncipe da Igreja, tirei sábias advertências, que agradeço penhorado. Entretanto, sou obrigado a discordar sobre vários pontos, que consideramos irrisórios quando proferidos por um nobre da estirpe de V. Excelência. De fato, agora estou sentindo – pelo efeito de vossas palavras – que a Umbanda está incomodando o clero, fazendo V. Excelência descer do seu trono de ouro, para vir de público puxar as orelhas dos seus fiéis, os quais são católicos e umbandistas ao mesmo tempo. Isto é um absurdo, não é mesmo? Sabeis que São Jorge é Ogum? Se vós ignorais, eu vos ensinarei que São Jorge é Ogum e, Ogum é guerreiro. Estou dizendo isso a V. Excelência, porque conhecendo algo sobre as guerras, estou notando que as vossas ordens dadas aos vossos comandados, não surtiram o efeito determinado, tendo em vista a necessidade de vir o próprio General para o campo de batalha. Quer isto dizer que a Umbanda está forte mesmo, graças ao Pai. Referindo-se ao binômio (católico e umbandista), creio que nenhuma culpa aos umbandistas. No meu entender, é um negócio como outro qualquer. Sempre visitamos uma casa onde somos bem recebidos. Onde visitantes e visitados desconhecem a exploração. De eras passadas ouvíamos dizer que a voz do

povo é a voz de Deus. Se os Templos de Umbanda estão superlotados de irmãos e, os dos católicos desolados, V. Excelência acha que nós umbandistas somos os responsáveis por isso? Cremos que o povo é livre, podendo escolher, a seu bel prazer, o que melhor lhe parece. Nos templos de Umbanda, há um conjunto harmonioso entre os “cavalos” e as Entidades, em uma corrente de vibração tão superior, tão eloquente, que está muito longe da concepção de indivíduos de ideias fixas para limitados pontos. As Entidades guerreiras e Pretos Velhos, aconselham, dão passes e receitam ervas, fazem benzeduras, defumam doentes, afugentando os maus espíritos. V. Excelência não acha que aquelas três colherinhas com incenso queimado no turíbulo, nas Igrejas não significam algo de magia? Não estão por acaso afugentando também os maus espíritos? Os nossos médiuns ou “cavalos” são submetidos a um rigoroso preparo. São cruzados nas Sete Linhas da Umbanda. Na Igreja, também há preparo e cruzamento, não é verdade? Não faz muito tempo, tive a oportunidade de assistir à consagração de três sacerdotes. Naquela cerimônia eu vi muito mais de magia do que a usada na Umbanda. No ato da consagração a criatura se põe de bruços, ora com os braços estendidos no prolongamento do corpo, ora com os braços abertos em sinal da cruz. A magia se prolonga por muito tempo, em uma belíssima cerimônia. A Umbanda tem nos dado revelações maravilhosas e, bem assim, conseguido respostas objetivas sobre muitos dos chamados mistérios da Igreja Católica. Na Umbanda não há esconderijo. Suas portas estão sempre abertas aos amigos e aos curiosos, não havendo exploração de espécie alguma. O ódio que a Igreja devota à Umbanda, não se justifica, porque Ela não entra nos nossos Templos para ver, realmente, nosso cerimonial, tanto do lado religioso como financeiro. Na Sociedade Espírita Cavaleiros de São Jorge, sita à Rua Vicente de Fontoura, 1405 (sede própria), onde fui


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Ano 8 número 69 agraciado com o cargo de Assistente do Diretor Espiritual, temos ritual dentro da Linha Branca de Umbanda, pura e simples. Convido V. Eminência o Senhor Arcebispo Metropolitano, para nos honrar em visitar nossas Tendas de Umbanda. Tenho certeza que Sua Excelência mudará o conceito, a respeito. O Sr. Capitão Elio Castro, DD. Presidente da União de Umbanda do Rio Grande do Sul, mais diretamente ligado às nossas atividades, poderá fornecer ao Clero, uma relação das Tendas de Umbanda registradas na União. A Igreja nos honrando com a sua visita, ficará surpreendida com a nossa evangelização. A adoração a Jesus e a Nossa Mãe Santíssima (Iemanjá), pode servir de exemplo a outras religiões. Na Umbanda Branca, não há fanatismo. Obedecemos à lei da dignidade humana e da fraternidade universal. “Todos por um e um por todos”. Não distinguimos credos e raças. Todos são nossos irmãos e, como tal, devem ser tratados. Os umbandistas não descuram de sua de sua evangelização. Todas as terças feiras, frequentamos um curso de doutrinação e evangelização, instalado na Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, sita à Rua Avaí, 221, gentilmente cedida à União. Não ignoramos que o Clero está se preparando intensivamente para a grande batalha contra a Umbanda. Esta atitude não é motivo de surpresa para nós. A Igreja combate sistematicamente todas as religiões que aparecem para lhe fazer sombra. Entretanto, até o presente momento, não tive conhecimento de uma só vitória concreta. Isto porque, os meios empregados são traiçoeiros e vergonhosos, usando subterfúgios de todas as espécies, mentindo descaradamente sobre um assunto que ignora completamente. O Clero não conhece a Umbanda. Por conseguinte, não pode apreciá-la como o faz pela imprensa lida e falada. Nós umbandistas conhecemos o rastro do fogo que ela deixou através dos séculos para conseguir a maior fortuna do mundo. Reconheço que a Igreja é uma potencia bem organizada. Também pudera, quase vinte séculos! Uma religião estrangeira deve reconhecer o seu lugar.

Estou de acordo que tenha suas ramificações em todo o Universo. O que me deixa admirado, é o direito que julga ter de se intrometer em assuntos onde não é chamada. Muitas vezes, o excesso de autoridade é prejudicial. Não faz muito tempo, no vizinho país do Prata, a Igreja passou por maus bocados. Aqui no Brasil isto não vai acontecer, porque o brasileiro sempre houve por bem conhecer democraticamente, os meios de combater os elementos desafetos. Os umbandistas conhecem muito bem a ação dos representantes da Igreja. Entretanto, a dignidade, a educação social e cristã, lhes impede procurarem a confusão no campo dos ideais dos outros. Isto porque vivemos a nossa vida na prática da verdadeira doutrina de Jesus. Outras religiões estariam fazendo o mesmo? Desejo esclarecer a V. Excelência, que não somos assustados, e que a nossa maior idade, umbandísticamente falando, está se aproximando muito mais rapidamente do que imaginávamos. Na vossa entrevista estais fazendo uma advertência sobre um ponto de alta relevância. Diz o seguinte: “Grande parte e mesmo a maioria das doenças, na ideologia umbandista, provém da influencia de espíritos maléficos e trevosos, que agem sobre o enfermo, ou são causadas por algum espírito encostado no doente”. Não admitimos a grande parte e mesmo a maioria das doenças. Nenhum espírita seria tão leviano, para dizer uma bobagem dessas. O que é do espírito é curado com o Espiritismo e o que é da matéria fica na responsabilidade do barro da terra. Os espíritos maléficos ou trevosos que agem sobre os doentes, passam por doutrinações cristãs, antes de abandonarem o doente. Trata-se de um belíssimo trabalho, que o Clero deveria aprender a fim de aliviar o sofrimento de milhares dos seus adeptos. Há muita coisa neste mundo que está sendo desvendada e esclarecida pelas entidades do Astral Superior. V. Excelência é bastante culto para reconhecer isto. Entretanto, a rigidez da Lei Canônica, faz manter o povo católico em uma ignorância arcaica, sob a ameaça do inferno. Os filhos de Deus, que procuram seguir a orientação imposta pela evolução revolucionária dos tempos modernos, são considerados loucos, pelo Clero.

Por toda a parte se vê isto. É de se estranhar que a vossa Santa Madre Igreja, nos venha taxar de macumbeiros? Diz V. Excelência, que muitos doentes ficam sem tratamento adequado, perdem o tempo e veem seus males agravados, muitas vezes irremediavelmente, com pseudotratamento dos terreiros e dos despachos. Não, Excelência. A Umbanda não pode ser responsabilizada por isso. A Umbanda é a vida, é o desprendimento, é o sossego espiritual. Vós sabeis como é difícil a um pobre chefe de família numerosa, nos dias de hoje, buscar os recursos financeiros para a sua subsistência. Uma consulta médica e compra dos medicamentos são proibidos até para a classe média. Isto é doloroso e vexatório para nós, mas é verdade. Na nossa Santa Casa de Misericórdia, não há vagas para doentes. Está superlotada e, as filas de cristãos, são grandes, aguardando a vez do socorro. Não me recordo nos meus 55 anos de idade, haver assistido a uma espontânea campanha do Clero, em benefício dos pobres hospitais de caridade. Doando àquelas instituições, um pouco do muito que lhe sobra. As Igrejas, monumentos católicos, que se constroem nesse imenso Brasil, demoram dezenas de anos nas construções. Falta de dinheiro? Não Excelência, trata-se de um plano pré-traçado para dar motivos às eternas campanhas monstro, de arrecadação de fundos. Em cada rua há uma comissão do Clero para pedir dinheiro. Por que não canalizam um pouco dessa fortuna para o Lar do Amigo Germano, para o Instituto Dias da Cruz, para o Instituto Santa Luzia e para a Casa da Mãe Solteira? O Hospital Espírita de Teresópolis, também luta com sérias dificuldades. Uma infinidade de instituições precisa da sua ajuda. A Bandeira do Divino vai a todas as portas portalegrenses. São muitas mil casas e muitos milhões de cruzeiros encaminhados a uma Igreja milionária. Consoante a esse tópico, o mundo católico está sobejamente esclarecido. Continuando, nós umbandistas lamentamos profundamente o triste problema da invalidez, da mendicância, dos parcos recursos das famílias numerosas, das classes médias e pobres. A despeito de tudo isso, temos


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Ano 8 número 69 o orgulho de dizer ao mundo, da influência consagradora, que vem despertando o espiritualismo na vida social da humanidade. Não se trata de conceito meu. Os grandes intelectuais, em todos os ramos da ciência, estudam e aplicam esta nova e revolucionária doutrina; dela fazendo uso às conquistas mais soberbas que se tem notícia sobre a face da terra. As livrarias vendem livros espiritualistas, na proporção de 20 sobre um, das obras editadas pelo Clero, ou por escritores desse culto. Este fenômeno é consequência da guerra implacável e surda que a Igreja desencadeia contra a nossa religião-ciência. É evidente, e mesmo razoável, que a curiosidade desperta o interesse. Daí o grande consumo de obras espiritualistas e a considerável afluência de pessoas aos centros kardecistas e aos terreiros de Umbanda. Ultimamente, o povo vem se revelando possuir apurado gosto, consequência lógica do seu desenvolvimento intelectual. V. Excelência, diz que a nossa população padece de dois tremendos flagelos que são o analfabetismo e a falta de assistência médica. V. Excelência, não devia ter escrito isto, porque a manutenção da Igreja é exatamente pela ignorância de muita gente, considerando-se assim uma das grandes potências de muitos países do globo. O Brasil é um deles. O desenvolvimento do espírito é exatamente o melhoramento do grau de alfabetização. V. Excelência sabe que o Rio Grande do Sul é o Estado de maior índice de alfabetização do Brasil? Pois é. Temos somente 26% de analfabetos. As nossas autoridades estaduais e municipais, estão criando escolas de grau primário, em todos os recantos do seu território. Há até um plano revolucionário em plena execução, criando uma escola em um raio de três em três quilômetros. V. Excelência sabe que isto é um desastre para o Cle-

ro? Quanto mais gente sabida, menos católicos e mais umbandistas. A menos que venha de lá do estrangeiro, uma encíclica determinando aos católicos, um ajuste harmonioso com os espíritas.

“22” Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do Sinédrio: Louco, será réu do fogo do inferno.

Em outras palestras que tenho tido a ocasião de fazer, já profetizei a entrada da Umbanda nos Templos católicos ou vice-versa, em um prazo não distante dos vinte aos trinta anos. No entanto, se isto não acontecer, muito dinheiro será careado do estrangeiro para vir manter as despesas da Igreja. Há uma coisa muito interessante que lembrei agora, que vem corroborar com o meu ponto de vista. A Igreja já se encontra em sérias dificuldades para conseguir jovens para a formação eclesiástica. Isto é um mau prenúncio, não é verdade Excelência? Em todo o caso este é um assunto por demais complexo para discutirmos nesta carta.

“24” Deixai ali diante do altar a tua oferta e vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão e depois vem e apresenta a tua oferta.

A catequese umbandista estabeleceu no espírito do homem o equilíbrio do bom senso, pelas provas insofismáveis das demonstrações, que nos revelam os Luminares do Astral Superior, assistentes dos trabalhos em nossas Tendas. V. Excelência não ignora que esta nossa conversa não contraria os nossos Luminares? Entretanto, nós umbandistas não somos culpados. Somos obrigados a responder para melhor esclarecimento. Muito humildemente, vos releio alguns versículos do Sermão da Montanha, que nos ensinam a amar e a respeitar aos nossos semelhantes.

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“19” Qualquer, pois que violar um destes menores mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino do céus.

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“29” Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem e onde os ladrões minam e roubam. “30” Mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem e onde os ladrões não minam nem roubam. Isto não é uma advertência que eu estou fazendo a V. Excelência. Sei que não tenho competência para isso. Entretanto, muitos sábios se emaranharam nos seus ideais filosóficos, por não haverem compreendido ou aceitado as Leis do Mestre.

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Editor: Diamantino Fernandes Trindade

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“26” Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.

“18” Porque em verdade eu vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.

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“25” Concilia-te depressa com o teu adversário enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial a que te encerre na prisão.

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50ª Festividade de Oxóssi em homenagem a este grandioso Orixá e ao Caboclo Arranca Toco No dia 08 de abril de 2018 às 13h, o Primado -Organização Federativa de Umbanda e Candomblé do Brasil; realizou a 50ª Festividade de Oxóssi em homenagem a este grandioso Orixá e ao Caboclo Arranca Toco, no Centro Esportivo da Mooca situado à Rua Taquari, 635, no bairro da Mooca, em São Paulo- SP. Estiveram presentes diversos comandantes federados, amigos do Primado, seus comandados e outros visitantes, abrilhantando este importante evento. Esta festividade em homenagem a Oxóssi e ao Caboclo Arranca Toco é realizada todos os anos desde 1961 quando o Pai Felix Nascente Pinto (in memoriam), médium do Caboclo Arranca Toco, iniciou a comemoração do aniversário da Federação junto com seus Federados. Pai Félix foi um dos primeiros umbandistas a realizar festas em ginásios, em que se reunia um número grande de umbandistas vestidos de branco para mostrar que existiam e que a Umbanda era uma Religião.

Durante oito anos não realizamos a nossa comemoração a Oxóssi, devido às leis municipais que a impediram. A homenagem a Oxóssi durante este período foi realizada somente em sua sede. O Primado, junto à sua diretoria, retorna com o evento no ginásio, em 2002, para levar novamente a locais públicos a homenagem ao Orixá Oxóssi. Nestas giras festivas de confraternização, alcançamos nosso objetivo de fortalecimento espiritual entre os irmãos umbandistas e candomblecistas das tendas federadas, seus médiuns e dos visitantes e assistentes que nos honram com sua presença, por isso agradecemos a Pai Oxalá, Pai Oxóssi , ao Caboclo Arranca Toco e a todos os Caboclos que lá estavam. Assim, por mais um ano enriquecemos a nossa Umbanda e ainda nos preenchermos de esperança, alegria e energia para darmos continuidade à nossa labuta diária, com muito mais força espiritual para enfrentarmos as diversidades da vida, pois temos a certeza de que estamos amparados pelas nossas entidades espirituais.

Agradecemos a presença de todos nossos irmãos de fé, representados por seus Comandantes Chefes de Terreiros, Presidentes , autoridades, Federação e Organizações: Ass. Esp. Luz e Verdade - Tupã Oca do Caboclo Arranca Toco: com seus filhos que ajudaram a realizar o evento aos patronos do Primado. Tenda Espírita de Umbanda Santa Rita de Cássia: C.C.T. Maria Imaculada / Edson Ludugero Templo Sete Linhas – C.C.T. Gilberto Gaigalas Tupã Oca Caboclo Pena Dourada e Armando Baiano – Sorocaba SP – C.C.T Maria Helena Tenda de Umbanda Caboclo Pena Branca: C. C. T. Nivaldir Tenda de Umbanda Ogum Guerreiro 7 Coroas – Ribeirão Pires - C.C.T Selma /Benedito Centro Espírita Caboclo Sete Flexas: C.C.T. Janete e C.C.T. Deise Bertti Templo de Umbanda Pai Oxóssi, Iemanjá e Caboclo 7 Encruzilhada – Renato Tchalian Tenda de Umbanda Pai Joaquim de Angola e Ca-


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Ano 8 número 69 boclo Roxo da Jurema – C.C.T Anderson Rodrigo Templo de Umbanda Pai Oxóssi e Mamãe Oxum : C.C.T Pai Carlinhos D’Oxum Tenda de Umbanda Cabocla Jussara e Caboclo Lua Nova: C.C.T. Arlete Fonseca Tenda de Umbanda Caboclo Girador e Santa Barbara: C.C.T. Olinto / C.C.T. Rita Filomena Centro de Umbanda de Caritas: C.C.T. Carmem Luzia Centro Espirita de Umbanda Cabocla Jurema – C.C.T. Claudete /Indaiá Tenda de Umbanda Caboclo Ubirajara e Vovó Tereza- Suzano: C.C.T. Rita Maria /Marcelo Nascimento Templo de Umbanda Cacique Flecha Dourada e Pai Joaquim de Angola – Suzano: C.C.T. Fatima Centro de Estudos Pai Joaquim de Aruanda – SP – C.C.T Cicero Reis Templo de Umbanda Vinha de Luz – C.C.T Debora /Eduardo Tenda de Umbanda Cacique Três Penas e Pai Tomé – Itu / C.C.T. Divilio Fioravante Neto

Templo Escola de Umbanda Cabana Luz de Aruanda - C.C.T. Robson

União Regional da Zona Oeste da Grande SP/Osasco- Claudio Franco de Lima

Tenda de Umbanda Cacique Pena Vermelha e Ogum Yara - Pai Isidoro

AUEESP - Associação Umbandista e Espiritualista do Est de SP- Sandra Santos

S.E. Ogum Beira Mar, Vovó Maria Conga e Cosme Damião: C.C.T. Tereza Xavier

Grupo Afoxé Filhos do Cacique

Tenda de Umbanda 7 Caminho de Ogum – Embu das Artes : C.C.T. Willian Minato Tupã Oca do Caboclo Pedra Branca e Cabocla Iracema – Cleusa Pescara/Agnaldo Assunção Centro Esp. De Caridade “Dr. Bezerra de Meneses” - C.C.T Sebastião / Nadir Centro de Estudos da Umbanda Sagrada Cabocla Sete Estrelas Do Mar – C.C.T. Eliana Pagani Aldeia do Caboclo 7 Samambaias –C.C.T. Vanessa Ilê Candomblé Sr. Ogum, Sr. Oxóssi e Caboclo Eru - Pai Roberto de Ogum Autoridades, Federação, e Organizações: União de Tendas de Umbanda e SOUESP Milton Aguirre

Aldeia de Caboclos – Pai Engels de Xangô Associação Voz dos Tambores – Marcio Henrique / Mãe Aline NAVE - Núcleo de Aperfeiçoamento Vibracional e Espiritual SP - Mauro Berber / Para Sempre Umbanda - Paulo Ludugero Grata por participarem do evento 50° Homenagem ao Orixá Oxóssi e Caboclo Arranca Toco; se foi majestosa e emocionante foi porque vocês estavam lá para louvar o grande Orixá Oxóssi e Pai Arranca Toco. Meu Sarava a todos! Maria Aparecida Naléssio

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Doação de Cestas Básicas - Alfa e Ômega Nós da Associação Espírita Alfa e Ômega agradecemos, mais uma vez, a esse veículo de informação “Jornal Aldeia de Caboclos” tão importante em nossa religião Umbanda, no qual mostramos nosso trabalho solidário mensal: DOAÇÃO DE CESTAS BÁSICAS. A procura está intensa por mais doações de cestas por mês, recebemos e-mails diariamente de famílias necessitadas, além das pessoas que "batem em nossa porta" solicitando auxílio. Por isso, estamos em busca de pessoas que possam participar desse programa solidário que nossa associação organiza há anos auxiliando o próximo, seja durante 03 meses ou por tempo indeterminado. Seja você também um doador nesse programa. Entre em contato conosco para saber mais detalhes sobre como fazer seu cadastro de DOADOR SOLIDÁRIO

DO ALFA & ÔMEGA. A efetivação do cadastro de famílias que necessitam receber as cestas básicas, são realizadas todas as segundas-feiras das 9h às 12hs o recolhimento de informações pessoais (trazer RG e comprovante de endereço atualizado), com base nessas informações, trimestralmente realizamos uma visita pessoalmente na casa dessas famílias, a fim de verificar se realmente tais pessoas necessitam receber as cestas, passando pela aprovação do responsável da visita, essas famílias recebem uma cesta por mês durante três meses. Entretanto, atualmente não estamos realizando efetivação de cadastro, em virtude de termos poucos doadores cadastrados nesse programa. Há em torno de 60 famílias que recebem castas básicas mensalmente

enquanto o programa existir, pois são pessoas que têm doenças graves, incuráveis, acidentados que não recebem auxilio do governo e não podem trabalhar, pessoas especiais com diferentes tipos de deficiências. Nossa busca é constante em arrecadar mais fundos por intermédio dos eventos beneficentes que organizamos e também por pessoas que tornem-se doadores fixos desse programa social. Doe a quantia que puder ou faça doação de alimentos não perecíveis que tenha a validade superior a 06 meses no ato da entrega na associação. Nossa meta esse ano é voltar a cadastrar famílias em nosso programa social de entrega de cestas básicas. Fazer voltar a rotatividade de além dessas 60 famílias fixas que temos atualmente, conseguirmos auxiliar famílias


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Ano 8 número 69 que passam por crises pontuais e que necessitam receber 01 (uma) cesta básica por mês durante 03 (três) meses. Fazer com que esse auxilio seja o milagre divino que eles tanto esperam. Recebemos diariamente e-mails de pessoas necessitadas, desempregadas solicitando auxilio, queremos receber também seu e-mail informando que, graças ao nosso Pai Oxalá, você pode contribuir com nosso projeto. Nossa casa está aberta para receber sua visita e nos colocamos à disposição para responder dúvidas que possam surgir. Amar o próximo e auxiliá-lo é a maior benfeitoria que o ser humano pode fazer ao seu seme-

lhante e nossa associação oferece à você a oportunidade de colocar todo esse amor em prática. Esses trabalhos sociais realizados em nossa comunidade não vinculam caridade à religião, atendemos e auxiliamos todas as pessoas, independentes de sua raça, cor e opção religiosa. Nosso Pai Oxalá nos deixou o ensinamento que devemos partilhar o pão, somente assim conseguimos multiplicá-lo. Nossa casa segue essa filosofia e quando nos unimos em prol de um mesmo ideal tudo fica mais fácil, mais leve. Axé, amor e saúde!! Associação Espírita Alfa e Ômega


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História da Umbanda no Brasil – Vol. 8 Sinopse: Nesta obra, que encerra a série História da Umbanda no Brasil, Diamantino Fernandes Trindade resgata importantes publicações dos periódicos Jornal do Recife, O Que Há, Diário de Notícias, Diário Carioca, Vamos Ler! A Cruz, Manchete, Fauna, Tribuna da Imprensa, Gazeta de Umbanda, Jornal da República, O Liberal e O Tico Tico. São matérias palpitantes que nos remetem a várias fases do movimento umbandista, tais como: Despacho no Senado e A caridade espírita no Rio de Janeiro. O autor-aprendiz escreve sobre a linha branca de umbanda em uma época em que somente Leal de Souza redigia sobre o tema. Adolpho Morales mostra a influência da música negra nos ritos afro-brasileiros. O Batuque do Rio Grande do Sul é abordado por Ascenso Ferreira. Wladimir Cardoso de Freitas escreve uma importante matéria sobre a associação do homossexualismo com a personalidade do Orixá. Ricardo Kotscho realiza uma série de reportagens sobre a expansão do que ele denominou de umbandomblé, alusão aos cultos de umbanda e candomblé. E ainda se pode ter acesso, na íntegra, a dois capítulos da rara obra Umbanda: Escola da Vida, escrita por Benjamim Figueiredo e publicada pela Tenda Espirita Mirim. Destaque especial é dado a palestra As duas faces da moeda, proferida por W. W. da Matta e Silva. A obra completa (oito volumes) com 2620 páginas pode ser adquirida no site da Editora do Conhecimento. www.edconhecimento.com.br


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