Região de Leiria 5 de Fevereiro de 2010

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6 PRAÇA PÚBLICA | OPINIÃO

Região de Leiria 5 | Fevereiro | 2010

F Editorial

A urgência dos discursos e dos projectos que não saem do papel Para aqueles que têm acompanhado a odisseia em que se tornou o projecto de tratamento de efluentes suinícolas na região, esta semana realizamos um trabalho que anuncia novos episódios que tornam ainda mais rocambolesca esta novela sem aparente fim à vista. O Estado quer saber o que foi feito de parte do dinheiro que entregou aos suinicultores para estes pagarem obras na Estação de Tratamento de Águas Residuais construída na zona Norte do concelho de Leiria. Estes garantem que, apesar da dívida persistir, o dinheiro foi aplicado. E bem aplicado (ver páginas 8 e 9). O que este caso não responde,

João Carreira Director Executivo

há dez anos Autorizado a circular em invólucro fechado.Autorização nº 04DE001300DCE

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02 Caixa Alta 04 A Região 14 Radar 15 Política 17 Desporto 24 Tribuna 25 Fim de Semana 28 Cinema 29 TV 35 Necrologia Xapa 15/25 nesta edição Revista dirigida aos jovens “Xapa 15/25” oferecida como suplemento desta edição

REGIAO LEIRIA

REGIÃO DE LEIRIA BISSEMANÁRIO 4 DE FEVEREIRO DE 2000 SAI ÀS TERÇAS E SEXTAS-FEIRAS EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA ANO LXV • N. 3255 150$00 IVA INCLUÍDO 0.75 EURO FUNDADOR

José Baptista dos Santos DIRECTOR

Francisco Santos

PORTE PAGO LEIRIA TAXA PAGA

244 819 950 Telefone · 244 812 895 Fax · Rua José Estêvão, 6-12 · Apartado 102 · 2401-971 Leiria · info@regiaodeleiria.pt · www.regiaodeleiria.pt

ESTRATÉGIA DO PRESIDENTE JOÃO BARTOLOMEU “INCENDEIA” UNIÃO DE LEIRIA |

Acusado! • Sócios admitem criar novo clube • Plantel avaliado só em 75 mil contos • Sociedade desportiva pode ser ilegal • Associados impedidos de comprar acções Antigos dirigentes revoltados • Carlos Caiado “O clube acabou”

Págs. 18 e 24

DISTRITO ENVELHECE

nem tão pouco as declarações dos diversos responsáveis ao longo do tempo, é ao essencial: como é que é possível que num país que declara guerra à poluição na região de Leiria, a urgência seja atropelada por atrasos incompreensíveis em quase todos os passos do processo? Como é possível compatibilizar promessas de uma solução global já a funcionar este ano e a constatação de que a primeira pedra da Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas ainda está por lançar? O que infelizmente este novo caso não explica ainda é razão pela qual um projecto cuja urgência é incontestada teima em não sair do papel ou dos discursos, poluindo a cada dia que passa a nossa capaci-

números

Luís Paulo Fernandes

Páginas 2 e 3 |

Caderno Negócios |

Andam a roubar robalos na costa da Praia do Pedrógão

Página 8 |

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• Joaquim Marques “Sinto-me enganado”

A estratégia de João Bartolomeu na União de Leiria e a criação da SAD foram alvo de contestação. Os sócios admitiam criar um novo clube enquanto antigos dirigentes afirmavamse revoltados. Enquanto isso, o distrito envelhecia.

Juntos por Haiti. Hoje, sexta-feira, todos os caminhos para a solidariedade com o povo do Haiti vão desembocar no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria. O convite é feito pela Câmara de Leiria, que reu-

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CASOS DE SUCESSO

PESCADORES REVOLTADOS

niu um leque de artistas dispostos, também eles a contribuírem para a angariação de dinheiro que vai direitinho para a AMI, que está a trabalhar no terreno praticamente desde o primeiro dia após o sismo. Hoje é o dia em que os leirienses podem ir além dos discursos bemintencionados e, na prática, participar num evento que, independentemente da receita arrecadada, quer fazer alguma diferença no dia-adia daqueles que sofreram na pele esta tragédia. Seja solidário. Basta comprar um bilhete para o espectáculo cujo início está marcado para as 21h30.

estrelas

Idosos ganham terreno aos jovens

Diga adeus ao patrão e monte o seu negócio

dade de acreditar que alguém quer mesmo resolver o problema. O problema dos efluentes suinícolas nunca esteve destinado a resolver-se com palavras, mas com acção. Resultado, para além da poluição, também a impunidade tem acompanhado a descida dos nossos rios e ribeiras, conspurcando as margens com aquele desassossego que persiste desde que nos disseram que o caso era mesmo urgente.

Oitenta quilogramas de rolhas de cortiça foram recolhidos pela cadeia de hotéis Eurosol. As rolhas foram entregues ao Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus e destinam-se ao programa Green Cork. A campanha reverte a favor da plantação de árvores naturais da floresta portuguesa, no âmbito do projecto “Criar Bosques, Conservar a Biodiversidade”. As rolhas serão transformadas em aglomerado para darem origem a novos produtos de cortiça.

Filipe Loureiro

presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão

presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Capuchos

Miguel Chagas assessor de comunicação do Governo Civil de Leiria

Nos últimos dias, Luís Paulo Fernandes, de Pedrógão Grande, colocou os empresários do sector da diversão no centro das atenções. O presidente da APED liderou uma série de acções de protesto em Lisboa, contra a nova regulamentação para o sector.

É o mais recente reforço do Governo Civil de Leiria. O governador Civil Paiva de Carvalho junta à sua equipa mais um assessor (é líder da concelhia socialista da Batalha e deputado municipal), com o ‘pelouro’ comunicação.

Assumiu o cargo em Outubro mas não ficou de braços caídos. Conseguiu apoios para uma máquina fotocopiadora, mobiliário para a biblioteca e angariou dinheiro para adquirir material didáctico. A responsabilidade era da Câmara mas foram os pais que não quiseram esperar mais e deitaram mãos à obra.

Telescópio político

ROE

Leonel Pontes TOC lpontes.lexico@mail. telepac.pt

Agora a culpa é do ROE. Mas que coisa é essa do ROE? Para os que não são da área das contas, o ROE é o acrónimo de “return on equity”. É um indicador financeiro para medir a riqueza gerada num dado exercício em função dos capitais próprios da empresa, expressão anglo-saxónica em uso pela nova vaga da gestão. Por mim prefiro continuar a usar o acrónimo português, RCP, retorno dos capitais próprios. Ou seja, o RCP diz o efectivo retorno financeiro; se valeu a pena investir nas empresas geradoras de riqueza, ou se valeria a pena ter investido nas empresas financeiras,

na banca. E no que era utilizado tal indicador. Era utilizado em muita coisa, menos no que deveria. Era, e é, usado para atribuir os “fringe benefits” (prémios) aos gestores. Obviamente que para estes tudo poderia ter corrido mal durante o exercício, menos o indicador ROE, ou RCP. Como poderiam os detentores do capital, por ocasião da aprovação de contas, conceder prémios de desempenho se os capitais próprios geraram resultados nulos ou mesmo negativos? Por sinal a legislação portuguesa obrigava a dar relevância a tais prémios como “variações patrimoniais

negativas” com penalização fiscal. Mas apenas para os gestores donos do capital, logo para as sociedades de pessoas. Para as sociedades de capitais, vulgo sociedades anónimas, poder-se-ia dar tudo, daí não viria mal ao mundo. E foi isso que aconteceu! Então o que faziam? Os gestores não davam, por exemplo, a real expressão nas contas do que efectivamente deveriam ter sido dado como seja a constituição de provisões “possível activo proveniente de acontecimentos passados e cuja existência só será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais acontecimentos futuros incertos não totalmente controlados pela em-

presa”. Ao que hoje, segundo os novos princípios conceptuais, se chama de “imparidades”. Ora não dando a real expressão às imparidades, o ROE subia, a empresa enriquecia menos. Mas pagava mais. Aqui radica uma das falhas do sistema de controlo contabilístico. E ainda há quem teime em dizer mal da nova contabilidade. E vêm agora alguns vultos da gestão dizer que o problema não está na forma com os prémios são atribuídos. “O problema é existirem”. É caso para questionar. E só agora é que o dizem?! Numa linguagem do povo, “burro morto cevada ao rabo”.


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