JORNAL DA BATALHA EDICÃO DE MAIO DE 2022

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PORTE PAGO

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXXI Nº 382 | MAIO DE 2022 |

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Aventura no mosteiro

A protagonista, Millie Bobby Brown, numa cena da série Stranger Things / Foto: Netflix

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E da Alemanha até cá Suplem nesta edeiçnto ão

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as Alf 50

Pré-esco lar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secundá rio Maio 2022


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Jornal da Batalha

Espaço Público s A Opinião de André Loureiro

Passados seis meses de mandato autárquico, afinal o que mudou? A nova gestão autárquica do nosso município já leva mais de seis meses de funções, tempo suficiente para revelar as novas propostas que efetivamente pretende realizar até ao final do mandato e, não menos relevante, por governar com maioria absoluta, que transformações são hoje conhecidas no modelo de desenvolvimento local. Com facilidade podemos reconhecer que a expetativa gerada em torno da nova equipa era muito elevada, o projeto político liderado por Raul Castro, ex-deputado do Partido Socialista, autarca com mais de trinta anos de experiência, a que se juntam outros políticos locais com dezenas de anos de funções na autarquia, pelo que seria de esperar o surgimento de novos e inova-

dores projetos para a nossa terra, até porque, nos últimos anos, o anterior executivo teve que orientar a sua ação para combater a pandemia da Covid-19, apoiando as famílias, instituições e as empresas locais. A pandemia já passou – ou pelo menos já não está nas prioridades locais -, os recursos financeiros afinal existem, mas os novos projetos estruturantes que iriam revolucionar o concelho tardam em acontecer, embora, com justiça, algumas decisões foram tomadas. Neste meio ano, a autarquia conheceu importantes mudanças na sua organização, a maioria dos lugares de direção municipal foram substituídos por pessoas de fora e da confiança política do novo presidente, o que

sendo questionável, constitui uma opção legítima de quem governa com maioria absoluta. Também, é publico, foram criados novos lugares de chefia e até o cargo de diretor de departamento, para além de vários contratos serviços externos de equipas de consultores para apoiar a nova gestão municipal. O tempo já decorrido de mandato também fica marcado pela suspensão ou reversão de vários projetos em curso e financiados por fundos europeus, para avaliação – numa primeira fase, ou para simples mudança de designação. Assim foi, com a futura creche municipal, a reabilitação da “Casa da Obra” para residência de estudantes, o novo pavilhão municipal de São Mamede, a requalificação da an-

tiga escola primária Cândido da Encarnação para a Casa do Mimo, a ciclovia urbana da Batalha ou a ecovia do Vale do Lena, tudo obras em curso, com financiamento garantido e que foram abandonadas nesta primeira fase. Também aqui há que referir a evolução registada na retoma da maioria de alguns projetos e com isso garantindo que o município não vai perder fundos europeus, até porque são boas iniciativas, naturalmente suscetíveis de ajustamentos pelas novas equipas de dirigentes, mas é relevante para o desenvolvimento local garantir o seu prosseguimento no objetivo de apoiar as famílias e o desenvolvimento sustentável do nosso concelho. Outra decisão marcan-

te deste início de mandato foi a opção de acabar com o serviço de abastecimento de água gerido pela empresa Águas do Lena, concessão que já leva 25 anos e com elevados níveis de qualidade de serviço e de investimento na rede municipal de águas. Nos próximos meses, anuncia-se a criação de uma nova empresa municipal para gerir esta área essencial às populações. É uma mudança que terá seguramente efeitos nos níveis do serviço e impacto nos custos para a autarquia. Resta saber se não terá repercussões no preço da água e da qualidade do serviço prestado à comunidade. Numa palavra, e procurando ser justo na avaliação, há que reconhecer que algumas áreas da governa-

Presidente do PSD da Batalha

ção local tiveram fortes mudanças, outras nem tanto e algumas até estavam - afinal - bem feitas. Resta saber se as mudanças realizadas ao nível dos dirigentes municipais e da concessão da água são projetos suficientes para um território que ambiciona crescer e desenvolver-se com ações inovadores nas áreas ambientais, sociais e económicas, como sucede com os municípios vizinhos.

s A Opinião de Dália Silva e Samuel Remédios Membros Iniciativa Liberal da Batalha

O que faria com mais 120€ por mês no seu bolso? Desde o dia 1 abril que decorre o prazo de entrega dos modelos de IRS. De acordo com o Orçamento de Estado para 2022, já aprovado na generalidade, o atual Governo PS criou dois novos escalões passando de sete para nove. Mas o que muda na realidade? Segundo o INE, em 2021, a remuneração bruta mensal média de um trabalhador português foi de 1.361€. Num cálculo simples, um trabalhador solteiro receberá por ano 19,054€ brutos (dos mais pobres da UE). Segundo os dados do governo, este trabalhador pagará durante o ano de 2022, uma taxa anual de IRS de 28,5% sobre os seus rendimentos (4º escalão), ou seja 2,981€ - face aos 3,033€ pagos em

2021, ou seja uma poupança anual de 85€. Mas não haverá outras soluções igualmente (ou mais vantajosas ainda dos nossos bolsos) que ajudem a reter os nossos jovens talentos em Portugal e a dinamizar a economia? A Iniciativa Liberal propõe por exemplo a Flat Tax! A introdução de uma taxa fixa sobre todos os rendimentos de 15% com eliminação de todas as deduções (salvo exceções como por exemplo agregados com salários mínimos e agregados filhos com doenças ou deficiências que pagariam 0%) Com esta medida, e considerando que os valores até ao salário mínimo (705€) estão isentos, o mesmo trabalhador irá pagar a

taxa dos 15% será sobre a diferença entre os 1,361€ 705€, logo sobre 656€. Assim este trabalhador desconta apena 98,40€/mês ou seja 1,378€/ano - uma poupança de 1,655€ face ao sistema proposto pelo governo para 2022! Recapitulando, no primeiro caso, com o governo PS, o trabalhador português paga menos 6€ por mês face a 2021. Com a proposta da Iniciativa Liberal, pagaria menos 118€ todos os meses. O que faria com quase 120€ por mês no seu bolso? Vários países europeus adotaram regimes de taxa única, como a Irlanda e Eslováquia, ou regimes com apenas duas taxas, como a Lituânia, tal como a Iniciativa Liberal propõe para

uma fase de transição, a fim de garantir a progressividade. A maioria destes países já nos ultrapassou em crescimento económico, o que permitiu o aumento do valor salarial mensal do trabalhador e da capacidade de investimento dos respetivos governos no Estado Social. Quantas entidades empregadoras optam por beneficiar os seus colaboradores aumentado “à socapa” o ordenado líquido oferecendo ajudas de custo, vales oferta ou disponibilizando viaturas para o trabalhador não mudar de escalão? Tem mesmo de ser assim? Não podemos ser um país em que dá orgulho trabalhar e receber pelos nosso talento? É urgente aumen-

tar rendimentos, aumentar a produtividade e tornar as nossas empresas mais fortes e capitalizadas! A Flat Tax não é a solução mágica, mas é uma solução liberal que pode ajudar a por Portugal na rota do crescimento e do desenvolvimento para que saí da cauda dos mais pobres da Europa… Convite: Tornei “Padle pela Liberdade” No próximo dia 18 de junho, a Iniciativa Liberal Batalha vai organizar o 1º Torneio de Padel Pela Liberdade do Concelho! Junta te a esta iniciativa de convívio desportivo e social a acontecer no Complexo Desportivo da Batalha. As inscrições abrem no dia 1 de junho nas nossas redes

sociais e teremos algumas surpresas e novidades para os Batalhenses.


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Espaço Público Opinião

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s A Opinião de António Lucas Ex-presidente do Município da Batalha

CER - Comunidades de Energia Renovável Foi recentemente aprovado em Assembleia Municipal, a constituição de uma CER - Comunidade de Energia Renovável, no concelho da Batalha. Esta é uma figura recente, mas não tão recente assim, que já podia e devia estar no terreno, desde a publicação da respetiva legislação, em 25 de outubro de 2019. Mas em boa hora, este executivo demonstrou visão estratégica, proatividade, preocupações com o ambiente e com as emissões de CO2 ao tomar iniciativas que possam contribuir também para a melhoria da situação financeira das empresas sediadas na Batalha, entidades públicas e famílias. Fazem bem em começar pela zona industrial da Batalha, mas no futuro deverão ampliar estas iniciativas às outras freguesias, de forma calma e paulatina, porque Roma e Pavia não se fizeram num dia e são processos morosos e complexos. E assim sendo, deixo desde já a manifestação de intenção de eu próprio aderir ao projeto quando avançaram com a consti-

tuição de uma CER no Reguengo do Fetal. Mas o que é isto das CER? Mais não é do que um conjunto de empresas, instituições e cidadãos, que se juntam para produzirem energia verde (solar, fotovoltaica, eólica, etc), para o seu autoconsumo conjunto, obtendo-se por esta via, vantagens ambientais óbvias, assim como vantagens económicas a ter em consideração. Fará também a partilha, o armazenamento e a venda da energia sobrante, rentabilizando-a com vantagens económicas e ambientais. Para além de que a referida comunidade, pode num estádio mais avançado do projeto, negociar a aquisição da energia que faltará para o consumo da comunidade a preços bem mais competitivos do que cada um dos seus membros a negociar individualmente. Em termos práticos e dando um exemplo simples direi que uma habitação, ou uma fábrica, ou um edifício público, investem em painéis fotovoltaicos (podem ter parte do

investimento financiada a fundo perdido), e passam a produzir energia para seu autoconsumo, mas haverá vários picos de produção em que produzem mais do que consomem. Essa energia, que fora da CER, seria perdida ou injetada na rede a valor zero (salvo raras exceções), ou a um valor muito baixo passaria a ser consumida pelo vizinho do lado que necessita mais energia naquela hora do que a que a sua infraestrutura produz e que não seria suficiente para o seu consumo, a um valor muito mais baixo do que o que teria que pagar à rede. Isto depois é replicável, por 5, 10, 100 aderentes e participantes na comunidade. Direi que quanto mais, melhor. Pelas experiências já implementadas, o valor da fatura energética dos aderentes a uma CER pode variar entre 20 e 30% do valor que pagava antes de aderir à CER. Haverá um regulamento interno que definirá todas as regras, sabendo assim todas as linhas com que se cosem. Haverá uma figu-

ra jurídica para a agregação dos aderentes, que poderá ser uma cooperativa, uma sociedade anónima, ou outra que permita gerir de forma profissional, com eficácia e eficiência a comunidade, defendendo até às últimas consequências, os interesses dos participantes. Esta é sem dúvida, uma das forma bem positivas, do município participar na transição energética e na redução da pegada carbónica do Concelho da Batalha. Este é um dos projetos que já devia estar em funcionamento desde o início de 2020, mas é melhor mais tarde do que nunca. Por fim, seria bom que os deputados municipais estudassem os assuntos, fazendo o seu trabalho de casa, porque têm a grande responsabilidade de representar quem votou neles e a perceção que ficou é que a maioria nunca tinha ouvido falar em CER. Os oito dias anteriores à realização da Assembleia Municipal, eram mais do que suficientes para se perceber bem o que é uma CER.

O papel dos municípios modernos passa muito mais pela atividade de facilitação, de motivação e de eliminação de burocracia, para que os privados criem valor, emprego e riqueza, sendo esta também uma das formas de atingir esses objetivos. Há muito mais para fazer e que tem que ser feito e que já devia ter sido feito. Em fevereiro de 2014, propus na assembleia municipal a constituição de duas ZIF - Zonas de Intervenção Florestal, sendo uma para a freguesia do Reguengo do Fetal e outra para S. Mamede, com o objetivo de se constituírem condomínios florestais, para assim se rentabilizar a floresta de minifúndio e num horizonte de médio prazo acabar com os incêndios florestais. A referida proposta foi aprovada por unanimidade na assembleia, mas nunca saiu da gaveta do ex presidente da câmara. Porque é um projeto que continua muito atual, apesar do nome ter mudado e agora se chamar AIGP Áreas Integradas de Gestão da Paisagem, os obje-

tivos mantêm-se e deverá abrir novo concurso no 2º semestre de 2022. No caso do Reguengo do Fetal, a Comissão de Compartes de Baldios tem a obrigação de avançar com este projeto convidando os privados confinantes com os baldios a participarem no mesmo, para rentabilizar os terrenos que estão sob sua gestão e para contribuírem a redução/eliminação dos fogos florestais nas zonas em questão. A câmara tem a responsabilidade de pressionar a Comissão de Compartes a avançar e a criar as condições para a criação da AIGP em S. Mamede. Seria mais um excelente serviço que se prestaria ao concelho.

s A Opinião do CDS Comissão Política Concelhia da Batalha

Acordem batalhenses A Comissão Política Concelhia do CDS da Batalha vem dizer que após um município arrogante e prepotente, chegou um município ansioso de protagonismo ávido, de atitudes persecutórias, inverdades e sem qualquer programa de desenvolvimento para o concelho. Prova do que afirmamos é o desbaratar do resto do património existente no concelho, com a venda dos lotes de terrenos existentes nas Cancelas e Pocariças, Celeiro, Reguengo de Fetal, propriedade do município – vejam-se os anúncios publicitários – para além do empréstimo junto da banca de um milhão de euros imediatos.

Face a má experiência, o CDS sempre defendeu a extinção da empresa ISERBatalha, que foi levada a cabo pelos mesmos que hoje defendem a nova empresa, sem qualquer demonstração técnica, económica ou científica que motivasse tais propósitos. Agora, estes ditos independentes, em vez de tomarem a decisão que seria normal de criarem os serviços municipalizados para integrarem as águas no município, substituindo a atual concessão (Águas do Lena), optaram por criar mais uma empresa municipal. Com tal atitude dos representantes do “A Batalha é de todos”, “independentes” encapotados de PS,

ao criarem a nova empresa municipal, somos tentados e forçados a pensar estarem a criar lugares para os seus jobs for the boys e lobbies, novos custos para o município, cuja fiscalização se torna mais difícil controlar por parte da oposição. A título de exemplo, a empresa intermunicipal Tejo Ambiente, da qual o eis e atual vice-presidente do Município da Batalha foi administrador – depois de deixar o seu cargo em 2019 na Câmara da Batalha -, obteve um prejuízo de 2,2 milhões de euros no seu primeiro ano completo de atividade. Incorreções no estudo de viabilidade económica e financeira es-

tarão na origem dos maus resultados - veja-se o publicado no “Jornal Mirante”, porque os da nossa região, certamente por lapso, esquecem-se de informar a cidadania. Pelos vistos “A Batalha é de todos”, mas só para alguns, os mesmos que procuram protagonismo, que fazem parte dos boys, e de todas as associações e mais algumas, que vêm ao concelho casuisticamente, dando prioridade aos amigos. Veja-se a entrada dos novos colaboradores no município, sem qualquer concurso, ficando outros que lá existiam, através de concurso, sem nada fazerem, e os impostos dos munícipes a pagarem-lhes.

Após decorridos sete meses de “A Batalha é de todos”, o que temos presente são, inverdades, ameaças sem concretização, sindicâncias sem resultado do conhecimento público, tudo levado a efeito ocultando o estatuto da oposição, que impõe e define que aquela tem direito a ser ouvida sobre as propostas dos respetivos orçamentos e planos de atividades. Quando o fundamental é o desenvolvimento do nosso concelho, no seu todo e a nossa liberdade conquistada pelo 25 de Abril e confirmada no 25 de Novembro. O CDS condena todas as medidas de restrição de participação social e po-

lítica, como a restrição a consultas públicas sobre a política de processos decisórios. No concelho todos somos responsáveis e precisamos de investir na monitorização de conteúdos de trabalho em cooperação autárquica, para garantirmos plataformas que não sejam usadas contra a democracia e os direitos humanos, tão esquecidos por esta “A Batalha é de todos”. O CDS sempre alertou que a gestão do país e a descentralização nos moldes em que vem a ser feita pelo Partido Socialista vai trazer défices insuportáveis. E esta é a política de “A Batalha é de todos”, mas só para alguns.


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Jornal da Batalha

Atualidade

Casal ‘germano-batalhense’ liga Alemanha à Batalha em bicicleta Marco Elisiário de Jesus Idade: 40 anos Residência: Geeste, Alemanha Naturalidade: Alcanadas, Batalha Profissão: Técnico de manutenção e reparação de redes de saneamento

Lea Elisiário de Jesus Idade: 29 anos Residência: Geeste, Alemanha Naturalidade: Düsseldorf, Alemanha Profissão: Assistente de produção CNC p O casal e as “máquinas” em que estão a percorrer a distância até à Batalha

m Marco é natural de Alcanadas e emigrou para a Alemanha há oito anos. É casado com Lea, de naturalidade alemã. Há dois anos começaram a planear fazer “algo fora do normal” e decidiram percorrer em bicicleta a distância de 2.500 quilómetros que os separa da Batalha. A aventura começou a 14 de maio Quais as razões que vos motivam a fazer esta viagem? A razão desta viagem é sair do ritmo do dia a dia e viver um pouco a vida enquanto podemos. Sairemos de Geeste, uma pequena vila em Emsland, Baixa Saxónia, onde habitamos, no dia 14 de maio. É a primeira vez que enfrentam um desafio deste género? Esta foi a primeira vez que nos propusemos a fazer algo tão diferente. Não somos desportistas, no entanto usamos a bi-

cicleta no dia a dia como meio de transporte. Eu (Marco) já participei em “trail Runnings” na região da Batalha e fiz umas corridas com o pessoal. Como se prepararam do ponto de vista físico e mental para esta aventura? O planeamento da viagem começou há dois anos. A preparação física foi feita em viagens de bicicleta na Alemanha, bem como no nosso dia a dia. A preparação psicológica é a parte mais difícil. No entanto, fazemos uma

boa equipa e juntos iremos com certeza superar cada etapa até à Batalha. Quantos quilómetros pensam fazer por dia e quanto tempo vão demorar a chegar à Batalha? O início será na nossa rua em Geeste. O nosso plano é fazer uma media de 70 a 80 quilómetros diários e chegaremos à Batalha em cinco semanas. Vêm em autossuficiência? Sim . Leva mos material e a tenda onde ire-

mos pernoitar durante as cinco semanas. Qual o equipamento que trazem convosco? Além da tenda temos: cadeiras, colchoes insuf láveis, almofadas insufláveis, sacos cama, fogareiro (Campingaz), duche portátil, bidé portátil, bateria, painel solar, kit primeiros socorros e medicamentos, anti repelente e contra picadas de insetos, toalhas, radio, GPS, panelas, utensílios de cozinha, luz frontal, candeeiro para a tenda, as bandeiras, base para a tenda, protetor de

vento para fogareiro, elásticos, capacetes, coletes refletores. Quanto vai custar esta aventura? A viagem é promovida na pagina de Instagram @os_ 2 _de_bicla. O único “patrocinador” é a empresa para a qual eu (Marco) trabalho, que nos ofereceu malas de transporte de bicicleta, tal como coletes refletores. O custo da preparação da viagem, sem contar com a compra das bicicletas, feita a dois anos, situa-se por volta de 1.500 euros. Os restantes custos durante a viagem serão, basicamente, comida e bebida, nas quais contamos gastar uns 300 euros. As vossas bicicletas são

‘normais’ ou estão equipadas de maneira especial? As bicicletas são normais, não têm qualquer equipamento de apoio (E-bike), ou seja, só andam se pedalarmos. Qual é o trajeto que vão seguir? Iremos circular por seis países: Alemanha, Países Baixos, Bélgica, França, Espanha e Portugal. Na Alemanha iremos fazer no máximo 30 quilómetros, pois moramos relativamente perto da fronteira. Depois é Tilburg (Países Baixos), Bruxelas (Bélgica), Paris, Bordéus (França) Donostia-Saint Sebastian, Burgos, Valladolid, Salamanca (Espanha), Vilar Formoso, Fátima e Batalha. A vossa viagem é no sentido turístico ou é apenas um desafio desportivo? É um misto. É desafio a nos próprios como casal e como indivíduos, queremos conhecer os sítios por onde passamos, e chegar à Batalha para estarmos junto da nossa família. Quais são as principais dificuldades que esperam encontrar? O calor acreditamos que será o nosso inimigo, bem como a partir da fronteira França\Espanha o desnível positivo a ultrapassar. O ponto mais alto a ultrapassar tem 1.100 metros de altura. No total da viagem iremos ter um desnível positivo acumulado de aproximadamente 16.500 metros. Quando preveem chegar? Em principio, a correr bem, chegamos a Batalha no fim de semana da FIABA.


Jornal Jornalda daBatalha Batalha

Atualidade Batalha Atualidade Batalha

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Social-democratas Autarquia recebe apresentam 8,7 milhões euros visão estratégica para o concelho de compromissos já assumidos Alfredo Matos m m Executivo

candidato municipalàeassembleia PSD da municipal na eleições Batalha fazem análise autárquicas do contas final diferente das deste ano pelo relativas PSD do município a 2021

O PSD da Batalha juntou uma de municipal empresáO centena executivo rios do concelho, no dia 17 considera, em comunicado de abril, para preparar datado de 27 de abril, queeo debater o plano“insiste estratégiPSD da Batalha num co “Batalha 2030” e aprepanorama irreal e desfasado sentou o empresário da realidade” no queAlfrerespeido Matos como candidato ta à aprovação das contas do àexercício assembleia municipal na de 2021. eleições autárquicas dopelo úlSegundo os eleitos timo quadrimestre do ano. “Movimento Independente “Esta iniciativa revesteBatalha é de Todos”, o PSD -se de particular importânnão referiu, no comunicado cia à exigente tarefa queface divulgou na semana anque temos de enfrentar na terior, “algumas das informafase çõespós-pandemia, financeiras queonde consatam açãododos atuais de autarcas relatório prestaeção futuros candidatos deve de contas com impactos estar articulado com os significativos para o exercísectores mais dinâmicos cio de 2022 e anos seguintes”. da “A economia”, disse Paulo mais óbvia, prende-se

plano estratégico “Batalha 2030” p Execução oorçamental da receita foi de 75,17% pAnalisado Batista atual com o Santos, montante depresi8,763 dente da câmara municipal milhões euros relativos aos ecompromissos recandidato àassumidos liderançae da autarquia. não pagos que transitam para visão estratégica o“Na exercício de 2022. Também para o futuro, o PSD apreigualmente relevantes são os senta comolíquidos desígnio “Bataresultados negativos

lha 2030, umem concelho comregistados 2021, no vapetitivo, que cria emprego e lor de 754.821 euros”, refere gera riqueza; atrativo para o executivo. viver, visitar e investir; co“Preocupante é também nectado, ligado à Europa e a execução orçamental da ao mundo; e resiliente, careceita que em 2021 foi de paz de seou adaptar à mudan75,17%, seja, dez pontos

ça”, refere um comunicado percentuais abaixo dos 85% divulgado após a sessão. exigidos legalmente, o que “Para este programa conduzirá à aplicação dos que antecipade 60alerta milhões mecanismos prede investimento no concoce, conforme estabelece celho até 2030, o PSD cona Lei das Finanças Locais, cretiza como prioridades: implicando o escrutínio das

as pessoas primeiro: um entidades fiscalizadores das melhor equilíbrio autarquias locais e dademotutela gráfico, maior inclusão, do Governo. Verifica-se ainmais coesão; digitalizada que o incumprimento da ção, inovação e qualificaorçamental ocorexecução ções como motores dereu nos dois últimosdo ano”, senvolvimento; transição adianta.

climática e sustentabilidaO PSD da Batalha tinha de dos recursos; e um terriafirmado que, “depois de tório competitivo e coeso”, toda a expectativa propaganadianta o documento. deada pelo presidente Raul Alfredo de da 64 o descalabro Castro sobreMatos, anos e natural da Batalha, situação financeira da câmasublinhou a “importância ra municipal”, registava-se “a do investimento privado euros melhoria em 994 mil para o concelho e no resultado liquido,elegeu face a como municipal 2020, eprioridade que resultou do efeiuma maior simplificação to conjugado da redução dos nos processos e perdasurbanísticos em -316 mil gastos eeuros a continuação de uma poe do aumento dos renlítica de manter nos valores dimentos e ganhos em 678 mínimos mil euros”.os impostos e taxas municipais, como estí“Cumpre-se ainda a regra mulo às empresas e apoio de equilíbrio orçamental, veàs famílias”. uma margem rificando-se O técnico Nuno Auguse 1,392 milhões de positiva to Silva Almeida, 44 euros. Relativamente àanos, evoengenheiro civiloelimite residenlução da dívida, tote em São Mamede, é cantal permitido ao município didato vereadordepara as euros, é de 6,12a milhões áreas do urbanismo e lisendo que o valor total ascenciamentos. O atual cende a 2,933 milhões, perpresidente da Assembleia mitindo assim uma margem Municipal, total Órfão, de 13,197é face ao limiteJúlio o mandatário das listas do milhões, adiantam os socialPSD. -democratas.

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Batalha Opinião

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Jornal da Batalha

Opinião s Tesouros da Música Portuguesa João Pedro Matos

Com todo o respeito a Ricardo Ribeiro Existem vozes que mais do que pertencerem a um determinado género, são vozes da música do mundo. Pertencem, por isso, ao domínio universal. Agora que tanto se fala de músicas do mundo para designar aquelas que superam os cânones do mercado anglo-americano, é preciso ter presente que elas enraízam num solo tradicional e, na verdade, nascem no seio de uma matriz cultural. Portanto, ainda que superem essa mesma matriz para se tornarem universais, não podemos perder de vista o seu berço cultural. Exemplo de uma dessas vozes é a de Ricardo Ribeiro. Os seus discos, do ponto de vista de um português, são discos de fado. Mas, na realidade, trata-se de música do mundo, como outras grandes vozes oriundas da Ásia, da África ou da América Latina, as quais superam a sua referência geo-

gráfica para se tornarem universais. Ricardo Ribeiro é nosso, mas também é do mundo, e disso nos devemos orgulhar. Ouça-se o tema Valsa da Libertação, incluído no mais recente álbum de Dulce Pontes, e imediatamente entende-se porque Ricardo Ribeiro não pode ser considerado apenas um fadista. Ele praticamente dispensa apresentação. Iniciou-se muito cedo a cantar e mostrou-se ao público apenas com doze anos. Aos quinze, apareceu ao lado de mestres como Fernando Maurício ou do guitarrista Adelino dos Santos. Venceu por duas vezes, em 1997 e 1998, o concurso da Grande Noite do Fado. Poucos anos mais tarde, já ganhava o prémio Revelação Masculina da Fundação Amália Rodrigues. Também participou em filmes, como Rio Turvo, de Edgar Pêra, Fados,

realizado por Carlos Saura, ou no Filme do Desassossego, de João Botelho. Ricardo Ribeiro não tardou a apresentar-se em alguns dos mais importantes palcos da Europa, como na Ópera de Fankfurt, na Alemanha, Cité de la Music em Paris, França, Teatro Mercandante em Nápoles, Itália, ou no Teatro de la Abadia em Madrid, em Espanha. Em termos discográficos, em 2008 o fadista recebeu os mais rasgados elogios pela sua colaboração do disco Em Português, disco que constituiu um projeto do alaúdista Rabih Abou Khalil. Todavia, foi no seu trabalho seguinte que Ricardo Ribeiro adquiriu um autêntico estatuto internacional, quando editou Porta do Coração em 2010. A revista inglesa Songlines considera este álbum como raro e absolutamente extraordinário e atribui-lhe a classificação Top

of the World Album. Realmente, Porta do Coração tem momentos muito altos, como a interpretação do fadista em Barro Divino, na faixa Um Fado Só para Ti ou no tema Aqui na Verde Varanda. Sucedem-se a Porta do Coração, os álbuns Largo da Memória, de 2013 e Hoje é Assim, Amanhã Não Sei, de 2016. Entretanto, dá concertos no estrangeiro, como aqueles que deu com a Orquestra Chinesa de Macau ou na Bienal de Veneza em 2013. Finalmente, em 2019 edita Respeitosamente, um êxito em termos comerciais. E bem que o mereceu. Respeitosamente foi gravado com a voz, guitarra e baixo do próprio Ricardo Ribeiro, o piano de João Paulo Esteves da Silva e a percussão de Jarrod Cagwin. E contou com letra e música da autoria de Tiago Torres da Silva, João Paulo Esteves da Sil-

va, Nuno Moura, Francisco Torrão, entre outros. Destacam-se as faixas Depois de Ti, Atraso, Canto Franciscano e, claro, As Mondadeiras. Respeitosamente representa o caminhar natural do fadista cujo percurso é de alguém que cada vez mais vai ao encontro do mundo, cuja voz tem sempre as tonalidades do fado, mas igualmente do cante alentejano e da música do norte de África. O álbum foi acolhido entusiasticamente pelo público e pela crítica, tendo sido também considerado por nós como um dos melhores álbuns de 2019. Encerra este magnífico trabalho um belíssimo instrumental da autoria de Ricardo Ribeiro, intitulado Náná e que é dedicado à sua mãe. Hoje R ica rdo R ibeiro não é apenas um dos maiores fadistas masculinos; sem qualquer favor, ele merece todo o respei-

to por ser um dos grandes cantores de música do mundo e, por isso, aparecer em importantes espetáculos como o realizado em Helsínquia, na Finlândia, no fim de ano de 2015. Mas, antes de tudo, ele é um dos grandes intérpretes da música portuguesa da atualidade.

s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Controlar invasoras de forma natural O mês de maio traz-nos o aumento das horas de sol, os dias ficam maiores, e parece que temos mais tempo para as atividades (pelo menos as de ar livre) - é uma altura propicia para as sementeiras ao ar livre. As flores aparecem espalhadas pelos campos e sinto que são uma bênção da natureza, que se renova, ano após ano. Observem-nas e apreciem a sua beleza. Se criarmos o hábito de saber apreciar a beleza da natureza, que está disponível a qualquer um e dei-

xar que potencie o nosso bem estar, e se formos capazes de ficar felizes, só por observar a natureza, a nossa vida parece ficar muito melhor - vamos ter pensamentos mais positivos, dormir com sonhos mais agradáveis, sentirmo-nos mais leves. Pelo que sugi ro que trei nem dia ria mente olhar a natureza e ver que é tão mágica e admirável, porque se olharmos com atenção há tanto a acontecer à nossa volta e sentir que fazemos parte dessa natureza é realmente uma bênção.

Na horta cá de casa já as plantas estão bem alinhadas e a crescer diariamente, e cuidar delas é uma tarefa que fica mais leve pelo facto de usar material que diminui a necessidade de controlar as plantas invasoras. Pode ser uma rede própria, papel/cartão, erva seca, que ao fazerm um “cobertor” em volta dos pés das plantas que queremos manter, vão promover um menor esforço de cuidados, ajudam a reter a água no solo, logo menos necessidade de rega. No início pode precisar

de investir (se optar por adquirir manta própria) ou pode precisar de ter um pouco mais de trabalho, se optar por cartão ou erva seca, esta última ainda a devolver nutrientes às novas plantas - a este processo chama-se mulching Existem também algumas plantas que servem este propósito vivas. Uso deixar crescer os espinafres à sombra das outras plantas, e as beldroegas, ambas não roubam nutrientes e ajudam o solo a manter-se mais fresco. Se por acaso já não

pode cultivar o seu quintal, deixe crescer plantas selvagens que produzem f lores, e vai ter sempre um quintal vivo e colorido e amigo das tão trabalhadoras abelhas. Hortícolas para semear e/ou plantar ao ar livre: abóboras, aipo, alfaces, alho francês, batatas, beringelas, beterrabas, broculos, cebolas, cenouras, coent ros, couves-f lôr, couves-repolho, couve-rábano, espinafres, ervilhas, malaguetas nabiças, nabos, pepinos, pimentos, salsa, tomates, rabanetes, rúcula, calêndulas.

Jardim, Semear: amores perfeitos cravos, crisântemos, dálias, bocas de lobo, capuchinhas (estas são excelentes para circundar a nossa horta), agrião de jardim, calêndulas. Arbustos e arvores de fruto para plantar: Amoreiras, arandos, framboesas, groselheiras, mirtilos, morangueiros, videiras. Na horta cultivamos alimentos e, se soubermos apreciar a natureza, também podemos colher bons sentimentos! Boas Colheitas.


Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

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Bombeiros festejam 44º aniversário e toma posse o novo 2º comandante m Foi atribuída uma medalha de serviços distintos ao bombeiro de 1ª classe do quadro de honra, Joaquim Ribeiro dos Santos A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Concelho da Batalha assinalou no dia 24 de abril, em São Mamede, a passagem do 44º aniversário da sua fundação, em cerimónias durante as quais tomou posse do 2º comandante, Luís Vieira. A tomada de posse tinha já sido homologada pela Direção Nacional de Bombeiros, em dezembro de 2021. O presidente da associação, Jorge Novo, enviou e “uma saudação muito especial ao agora empossado”, desejando que “o desempenho do

cargo lhe traga o sucesso que todos esperam e que justamente merece”. O responsável aproveitou ainda para “dar os parabéns a todos os que agora são condecorados”. A Medalha de Assiduidade – Grau Cobre (5 anos) foi entregue as 14 bombeiros; a Medalha de Assiduidade – Grau Prata (10 anos), a sete bombeiros; a Medalha de Assiduidade – Grau Ouro (20 anos), a um bombeiro; e Medalha de Assiduidade – Grau Ouro Dedicação (25 anos), a três bombeiros. A “Medalha de 30 anos” foi entregue a quatro bombeiros Foi ainda atribuída uma medalha de serviços distintos ao bombeiro de 1ª classe do quadro de honra, Joaquim Ribeiro dos Santos, que “ao fim de 37 anos de serviço continua a mostrar disponibilidade

p Os presidentes da associação e da câmara municipal, e o comandante dos bombeiros para colaborar em tudo o que os bombeiros lhe solicitam”, querendo assim a associação “evidenciá-lo como uma referência para os outros”. O presidente da associa-

ção aproveitou “o momento para um reconhecimento público ao associado Luís Joaquim dos Santos Ferreira, pela dedicação na cobrança de quotas na freguesia do Reguengo”,

além de agradecer às entidades e pessoas que têm colaborado com os bombeiros, bem como a todos os “soldados da paz” pelo seu trabalho. Na cerimónia, foram

igualmente realizadas promoções internas de bombeiros de 3ª a bombeiros de 2ª e de 2ª a bombeiros de 1ª classe. E quatro bombeiros passaram para o quadro de honra.


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Batalha Opinião

maio 2022

Jornal da Batalha

s À Mesa Ana Caseiro Cozinheira

Frango! Franguinho! Galo! Estão de volta as festas das aldeias! Ver amigos de longa data, dar um pé de dança, comer a filhós e café da avó! Ai que maravilha! E, claro, sem esquecer o famoso frango assado! O que adoro, frango grelhado no carvão com molho de limão ou piri-piri, acompanhado com salada e batatas fritas! Em Portugal consumiram-se 44,3 kg de carne de aves por habitante no ano de 2020, desde frango, peru, codorniz, pato, faisão, capão, avestruz, pombo (ou borracho). E consomem-se de várias formas. Pombos cozidos, que produzem a rica canja com arroz para recuperar energias, galo recheado assado no forno com batatas com pele, frango estufado com esparguete e tomate, codornizes fritas em azeite e alho, peru no forno com batata-doce mostarda e mel! Este mês vou apresentar uma receita simples como frango grelhado com molho de piri-piri, alecrim e vinagre

acompanhar batata miúda assada com nabiças (ou espinafres para quem não gosta de nabiças). Esta receita dá para 4 gulosos. Ingredientes: 1 frango partido 1,2 kg Batata miúda cerca de 0,8 kg Nabiças/ espinafres 1 molho Vinagre 100 ml Azeite 200 ml Alho 4 dentes de alho Alecrim 1 talo 2 Piri-piri seco / malagueta unidades Sal grosso q.b. Preparação: Aqueça o forno a 165º graus para assar as batatas. Lave as batatas miúdas, coloque num tabuleiro com sal em excesso e asse durante 25/30 minutos. De seguida trate do molho: descasque e lamine o alho, numa caçarola coloque o azeite com o alho, malagueta e alecrim a aquecer - atenção para não queimar o alho (o sabor de alho queimado é muito amargo) deixe em

lume brando durante 2 minutos e desligue. Vire todo o vinagre para esse preparado e deixe repousar. Lave os legumes e deixe secar o excesso de água. Prepare as brasas, na falta de grelhador a carvão ligue o grelhador elétrico. Grelhe o frango em peças para ter um maior controlo e assim “entrar” mais calor. Peça o frango já partido, se não é muito fácil. Coloque o fran-

go de peito para cima e sinta o externo com os dedos, faça um golpe ao meio do peito por completo em direção ao pescoço, corte na união da asa com o peito, puxe a perna e corte com a faca, volte a repetir os dois passos anteriores do outro lado do frango. Corte na zona de união das duas pernas e a coxa ficando assim com 8 a 10 peças de frango. Tempere com sal grosso.

Siga grelhar! O carvão tem que estar bem ativo, um frango demora no mínimo 25 minutos. Deixe grelhar a “primeira parte” durante 7/9 minutos (atenção às brasas) depois vire e pincele o frango com o molho que prepou na caçarola. Enquanto grelha verifique as batatas, se tiverem assadas retire do forno, e deixe arrefecer. Trate dos legumes - cozer o molho de nabiças ou espinafres em água temperada de sal e em cachão (a borbulhar muito). Depois de cozer deixe arrefecer, limpe as batatas do excesso de sal e corte ao meio. Pique um dente de alho e aperte o molho de legumes para sair o máximo de água, na tábua corte o molho em 4/ 5 partes. Em breve o frango está pronto, continue a pincelar com o molho. Salteie os legumes com batata na frigideira. Aqueça um fio de azeite e coloque a batata com o interior para baixo, para “marcar”, deixe aquecer bem e coloque os

legumes e o alho, salteie este preparado e pode temperar com sal, pimenta, tomilho fresco. Sirva o acompanhamento numa taça e decorre com rebentos de coentros ou alecrim. Corte o frango em peças e apresente numa travessa, com molho á parte para os gulosos. Vou lançar um desafio aos leitores! Qual é a vossa receita favorita? Que prato tem mais saudades de comer? Envie para o e-mail analuisacaseiro@gmail. com para divulgar na próxima edição a receita, história, fotografias. Quem sabe até posso fazer essa delícia! Até a próxima!

s Baú da Memória José Travaços Santos

Festa da Santíssima Trindade realiza-se em Junho Depois da paragem, provocada pela epidemia, nos anos de 2020 e 2021, a festividade em honra da Santíssima Trindade volta a realizar-se no próximo mês de Junho nos dias 11, 12 e 13, tendo como imperatriz D. Silvina Soares Rodrigues Marcelino, do Casal das Carvalhas mas residente no Canadá. Grande manifestação de Fé do povo da Paróquia da Batalha, que engloba as freguesias civis da Batalha e da Golpilheira, deve ter sido iniciada pouco depois da criação da freguesia religiosa

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

que, como se sabe, foi em Setembro de 1512, por determinação de D. Pedro Vaz Gavião na qualidade de Prior-Mor de Santa Cruz de Coimbra, instalando-se alguns anos depois, possivelmente em 1532, a sua confraria na Igreja Matriz onde, ainda hoje, tem um precioso altar de estilo renascentista que se situa, já no topo da nave, do lado do Evangelho, e que embora perdidas as imagens não deixou de ser um símbolo da confraria e uma expressiva peça escultórica. A fotografia, que se repro-

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

duz, foi tirada em 1899, tendo-me sido amavelmente cedida pela família batalhense Azevedo Mendes Costa. Mostra como era, há 123 anos, o desfile das ofertas. Eis o programa da própria festividade: Dia 11, Sábado: 17:00 horas - Recolha de Ofertas e Andores; 19:30 horas - Missa; 20:30 horas – Procissão das Ofertas e Andores; 22:00 horas – Actuação do Grupo Banda Kroll. Dia 12, Domingo: 11:00 horas – Missa; 12:00 horas – Procissão do Santís-

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

simo, Procissão das Ofertas e Andores; 16:00 horas – Actuação da Banda Filarmónica Avelarense; 16:30 horas – Actuação do Rancho Rosas do Lena; !7:00 horas – Distribuição do Pão; 18:00 horas – Concerto do Conservatório de Música e Artes do Centro – no Auditório da Paróquia: São Nuno de Santa Maria; 21:00 horas – Actuação do Grupo Zé Café e Guida. Dia 13, Segunda-feira: 19:00 horas – Missa dos Mordomos; 20:00 horas – Arraial com sardinhada e actuação do Grupo Vir’ó Baile.

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


50 s lfa A

Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secundário Maio 2022


Opinião

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

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É preciso desmistificar a relação dos jovens com a política

A progressão geométrica a favor do bem Com o conflito armado europeu é importante destacar o valor da solidariedade. É neste contexto que lembramos o filme “Favores em Cadeia”, estreado no ano 2000, em que Trevor, um rapaz de 12 anos, é desafiado a criar um sistema para tornar o mundo num lugar melhor. O jovem idealiza uma situação em que ajuda três pessoas. Cada uma delas ajuda outras três e assim sucessivamente. Ao transportarem esse raciocínio para uma situação atual, os alunos do 11.º D foram desafiados a descobrir quanto tempo demoraria espalhar o bem por toda

a população mundial. A situação é esta: uma pessoa ajuda outras três, durante uma semana, e o número total de habitantes na Terra é de 7,8 mil milhões. Considerando n o número de semanas (n ∈ IN), os alunos descobriram que se trata de uma progressão geométrica e chegaram à conclusão, por meio de processos matemáticos, que n = 21. Esta situação utópica, criada por Trevor, mostra que seriam necessárias 21 semanas para que todo o planeta se tornasse numa bolha de bem. Bárbara Cabaço e Bruna Pinheiro, 11.º D

A notícia que abalou o mundo

Anastasiya Kovalchuk 11.º C

No dia 24 de fevereiro vi, ouvi e li a notícia mais inesperada: a Ucrânia tinha sido bombardeada pelos russos. Era o início da guerra. Estava ciente das tensões entre os dois países, antes da data, mas nunca imaginei algo de concreto acontecer. O medo e a preocupação eram inevitáveis, principalmente quando tomei conhecimento de que havia sido bombardeada a cidade onde tinha a minha família. Foi um momento terrível.

Conhecendo bem os meus antepassados, sei que o povo ucraniano resistirá e defenderá a nossa terra, não deixando que nenhum outro país invada o nosso território. Lutaremos até ao fim, tal como fizemos durante a luta pela independência que está a ser ameaçada com esta guerra. Tenho tentado demonstrar todo o meu apoio, mesmo estando do outro lado da Europa. Já participei em várias manifestações, momentos lindos ver, todos unidos e bem fortes. Ao ajudar alguns refugiados na sua integração, apercebi-me de como é assustador sair de um país praticamente só com os documentos. Um dia espero que, conforme a sua vontade, voltem à Ucrânia, tenham a oportunidade de ser felizes na sua terra e de viver em paz e progresso. Viva a Ucrânia!

Maribela Vieira Vereadora

Maribela Vieira é a vereadora que detém o pelouro da juventude no executivo municipal em que se insere o nosso agrupamento. Para conhecermos melhor o seu trabalho em prol da juventude concelhia, colocámos-lhe algumas questões. Sendo esta a primeira vez que assume um cargo político, Maribela Vieira espera que as suas ações, tanto na área da juventude como na do desenvolvimento social, tenham impacto positivo na comunidade como um todo e na qualidade de vida de cada um dos munícipes. No desempenho das suas funções, o maior desafio que encontrou foi o de desmistificar a relação dos jovens com a política: “Os jovens querem ser ouvidos como decisores do futuro, a geração que pode fazer a mudança, mas a relação dos jovens com a política não é simples e as dificuldades encontradas não se encaixam nos seus ideais. É preciso desenvolver es-

tratégias para tentar enquadrar os jovens dentro da nossa sociedade com os seus projetos”. Durante o seu mandato, pretende tomar medidas que proporcionem aos jovens um papel ativo nas tomadas de decisão, destacando três objetivos: “Desenvolver o Conselho Municipal da Juventude; desenvolver ações no âmbito de participação jovem e envolver e ouvir os jovens sobre as necessidades estruturantes do concelho”. “Precisamos de uma representatividade juvenil nas nossas tomadas de decisão”, reforça. Pretende, ainda, perceber as necessidades desta faixa etária e com ela comunicar usando meios de comunicação mais modernos, como as redes sociais, e através de um diálogo objetivo e pouco extenso. “Os jovens reclamam atenção, compreensão e proximidade”, conclui. Ana Leonor Amado e Dinis Carreira, 11.º C

Matemática da sociedade Imaginemos que vão entrar vinte pessoas dentro de uma sala e, de cada vez que uma pessoa entra, terá de cumprimentar os restantes com um aperto de mão. Caro leitor, quantos apertos de mão vão ser dados no total? A primeira pessoa não tem que dar apertos de mão, mas a segunda pessoa dá um, a terceira dá dois e assim sucessivamente. Antes de a sexta pessoa entrar, já terão sido dados dez apertos de mão. Pelo facto de cada pessoa, à sua entrada, apenas cumprimentar toda a gente uma vez, a sexta pessoa terá que cum-

primentar cinco pessoas, totalizando quinze apertos de mão. Assim, quando entra a n-ésima pessoa, ela dá n-1 apertos de mão aos restantes. Uma progressão aritmética é uma sucessão onde se vai acrescentando um número ao termo anterior, que é a razão. A partir desta progressão aritmética (u n =n - 1), podemos calcular a soma dos seus termos e, através de uma fórmula matemática (19×20÷2), obtemos cento e noventa apertos de mão, para um grupo de vinte pessoas. A sua estimativa aproxima-se da realidade?

João Novo, Rodrigo Domingues e Simão Pereira, 11.º D

É preciso ouvir os jovens e acreditar num mundo melhor!

Ana Leonor, 11.º C

No nosso quotidiano, somos constantemente bombardeados com frases “batidas”, do género, “Os jovens de hoje são o futuro de amanhã”, o que não é mentira. Apesar disso, os comportamentos dos adultos em nosso redor indiciam que esse tal “amanhã” é um futuro longínquo e não o imediato. Para mim, esta é uma atitude compreensiva e passiva perante as nossas ideias ou soluções propostas, mas não prestável. Tendo os jovens pouco poder na resolução da maioria dos problemas da sociedade, é

sempre necessário que algum adulto lhes dê a mão para que possam colocar as suas ideias em prática. O pior deste contexto é que, sendo esta conduta adulta tão comum, nós, jovens, acabamos por perder a esperança de ver os nossos projetos concretizados e perdemos, aos poucos, a iniciativa e a vontade de propor novas soluções que poderiam vir a ser úteis. Assim, se os adultos que nos rodeiam, pais, professores ou membros de instituições, não estão interessados nesta proatividade juvenil, a sociedade deixa escapar talentos e, acima de tudo, deixa os jovens sem confiança na contribuição para a cidadania ativa e para o bem-estar geral. Concluindo, os jovens perdem, nesta fase da sua vida, a oportunidade de deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraram.

Diretor: Luís Novais. Edição e coordenação: professoras Fátima Gaspar, Fernanda Cardoso, Guida Roque e Carlos Ferreira. Fotografia: professor Sérgio Barroso e alunos. Redação: alunos da Oficina de Jornalismo - 10.º D, 10.º E, 10.º F, 11.º B, 11.º C e 11.º D e comunidade escolar. Paginação: João Bento. Facebook Alfabeto – Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha | http://alfabetoaeb.pt


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Alô, Faculdade!

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Duas antigas alunas do AEB partilham as suas experiências com os nossos leitores Raquel Marto frequentou a área de Ciências e Tecnologias na nossa escola e, atualmente, é estudante do curso de Gestão na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

Qual a razão por que decidiste ingressar num curso superior de uma área de estudo distinta daquela que frequentaste no ensino secundário?

Na parte final do secundário, fui chegando à conclusão de que não me via a trabalhar na área das ciências. Ainda assim, decidi continuar e focar-me no exame de Matemática, uma disciplina que adorava e que me permitia concorrer a vários cursos no

Ad r ia n a Pe r e ira, a p ó s t e r frequentado o curso de Línguas e Humanidades, saiu do país c o m o in t uit o d e r e a li z a r u m a n o s a b á t ic o e m N e w Jersey, nos Estados Unidos da América. O que te levou a sair do país? Que instituição frequentas?

Foram várias as razões que me levaram a esta decisão: por um lado, achei que seria o momento ideal para fazer uma pausa, pois não estava completamente segura relativamente ao curso que queria seguir; por outro, queria conhecer este país (que, de outra forma, talvez não tivesse a oportunidade). A escolha dos Estados Unidos foi muito simples: por ter a nacionalidade, posso aqui viver e estudar sem precisar de visto. Além disso, uma grande parte da minha família está cá. Neste momento, frequento uma Community College que se chama “Brookdale”, uma instituição destinada aos primeiros dois anos do percurso académico, na qual os alunos têm cadeiras mais gerais, fazendo, depois, a transferência para outra instituição, para termina-

rem os últimos dois anos da sua licenciatura. Como foi o processo de candidatura?

Desenrolou-se em três fases: primeiramente, candidatei-me a uma bolsa; em seguida, realizei exames de Inglês e Matemática, a fim de determinar o nível de dificuldade de acompanhamento das aulas; por fim, coube-me escolher as restantes aulas e os seus horários. Quais os teus objetivos? O teu percurso tem correspondido ao esperado?

Os meus objetivos consistiam em conhecer melhor este país e a sua cultura, além de melhorar o meu inglês. Até ao momento, posso dizer que a realidade tem correspondido ao esperado. Sinto que vou regressar a Portugal com uma nova mentalidade e munida de ferramentas úteis para o meu futuro. Como é o teu dia a dia?

Em tempo de aulas, vou para a universidade, onde, por norma, tenho uma ou duas aulas e uma reunião do Clube Internacional de

que faço parte. À tarde, t r ab a l h o c o m o u t r o s estudantes no centro da Associação de Estudantes. Só tenho aulas em três dias da semana, de modo que, nos restantes, tenho o meu emprego part-time. No fim de semana, em passeio de família, vou a uma cidade vizinha ou até a outro estado. Quais os aspetos positivos desta mudança e as dificuldades que encontras?

Esta experiência permitiu-me conhecer pessoas e sítios novos e uma cultura completamente diferente. Tive a oportunidade de ver um pouco mais do que existe fora de Portugal, abrindo-me a curiosidade para conhecer ainda mais. Para além do que referi, viver num país cuja língua oficial é o inglês obviamente que favoreceu a melhoria dos conhecimentos linguísticos que já tinha adquirido em Portugal. Quanto às dificuldades, o que predomina é o facto de estar longe de casa durante tanto tempo, sobretudo na altura do Natal ou em outras datas importantes. Fazer amigos também não é fácil…

ensino superior. Comecei a ponderar algo relacionado com a economia, área tão necessária e sobre a qual eu nada dominava. Candidatei-me, então, a gestão, com algum receio de o curso de economia ser demasiado exigente para alguém sem bases. Não posso dizer que foi acessível, mas, com estudo, rapidamente se ultrapassaram as desvantagens. Por vezes, até se acaba por conseguir melhores resultados! Co m o t e m sid o a t u a experiência universitária?

Posso descrevê-la como uma grande mudança. Viver em Lisboa, conhecer pessoas novas, adaptar-me a uma maior exigên-

cia académica são alguns dos exemplos. Sei que é um grande clichê, mas sinto que me fez crescer imenso. O que pretendes fazer no futuro?

Ainda não tenho uma ideia concreta acerca do meu futuro profissional. É um curso bastante abrangente e com várias saídas. Neste momento, penso no meu percurso académico e sei que, com dedicação, boas oportunidades surgirão. Quais foram os teus momentos mais marcantes no Agrupamento de Escolas da Batalha?

Depois de doze anos no AEB, posso dizer que

os Saraus Desportivos, os Concertos de Natal, o programa Erasmus na Polónia e o Baile de Finalistas são os momentos que recordo com mais carinho. Q u e c o ns e l h o s d á s a quem está a frequentar o ensino se cundário e pr e t e nd e ingr essar no ensino superior?

Aproveitem o secundário, vão sentir saudades! Não é o fim do mundo se não entrarem na vossa primeira opção ou se escolherem um curso que não corresponda às expetativas. Somos ainda adolescentes e não podemos colocar tanta pressão no nosso futuro.

Pelo que me tenho vindo a aperceber, os americanos são muito mais introvertidos do que nós e menos abertos a novas amizades. Por fim, estar habituada às pequenas localidades, em Portugal, também dificultou um pouco a minha integração. Aqui, vivo numa cidade grande onde as casas, serviços, etc. são muito dispersos, agravando-se pelo mau funcionamento e escassez de transportes públicos. De que modo esta experiência vai influenciar o teu futuro próximo?

Tenho conseguido melhorar bastante o meu inglês, e penso que talvez seja essa a influência mais notória num futuro próximo, mas as experiências que vivi e as pessoas que conheci irão ficar também na minha memória. É uma época que vou recordar para sempre. Aconselhas esta experiência a outros jovens? Quais as razões?

Aconselho definitivamente esta experiência a jovens que querem conhecer o mundo e viajar antes de entrar na universidade

ou que estejam indecisos quanto ao curso a escolher. Vão conhecer novas perspetivas que poderão alterar a forma como veem o seu futuro. Sei que por razões económicas, de vistos ou distância, os Estados Unidos não são uma opção para várias pessoas, mas

tenho a certeza de que a mesma experiência em países europeus, por exemplo, deve ser tão ou mais gratificante.

Ana Carolina Laranjeiro e Helena Gregório, 11.º C Alice Santo, 11.º B


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Atualidade

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

“Mosteiro da Batalha - monumento vitral para a nossa escola” No âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular, os alunos das turmas E, F e G, do 8.º ano, aceitaram o desafio de embarcar num projeto iniciado no ano letivo anterior, intitulado “Mosteiro da Batalha - monumento vitral para a nossa escola”. O seu principal objetivo é despertar o interesse dos alunos pela vila da Batalha e pela história que tem para contar, pois compreender o passado ajuda a assimilar o presente e a preparar o futuro. Para alcançar o sucesso deste projeto foi necessária a colaboração de todas as disciplinas. Assim, em Espanhol e Inglês, foram realizadas entrevistas a turistas de diversos países, que visitavam a vila. Na disciplina de Educação Física, foi ela-

borado o mapa de orientação utilizado no percurso pedestre realizado pelos alunos do 8.º E, em LIP (Laboratório de Ideias e Projetos), com paragens nos pontos de maior importância, como o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, a Ponte da Boutaca e o Pelourinho. Este percurso permitiu aos alunos experienciar o prazer de caminhar ao ar livre, de socializar, de enriquecer os seus conhecimentos e de desfrutar de toda a beleza e cultura da vila. Na disciplina de Educação Visual, foram elaborados panfletos, com texto e imagem, distribuídos a turistas. Paralelamente, realizaram-se diversas saídas de campo, nas disciplinas de Ciências Naturais, Físico-Química e LIP, com o principal objeti-

À conversa com o astronauta João Lousada No dia 16 de março, alunos dos quarto e sétimo anos assistiram a uma palestra online com o astronauta análogo João Lousada, que lidera o grupo de controladores de voo do Centro Alemão de Operações Espaciais, uma parte da Estação Espacial Internacional, e participa em missões na Terra, em ambientes semelhantes aos de outros planetas. Apesar de ainda não ter tido a oportunidade de ir numa missão ao espaço, desenvolve o seu trabalho no nosso planeta e compara, nomeadamente, fotografias da superfície de Marte com fotografias de alguns lugares da Terra. Para além de responder às questões colocadas pelos alunos curiosos, João Lousada falou sobre a sua profissão e partilhou diversas experiências, bem como algumas curiosidades que surpreenderam todos os participantes como, por exemplo, estas: o fato espacial pode pesar até cinquenta quilos e a viagem de ida e volta ao planeta vermelho demora dois anos. Esta dinâmica des-

pertou o interesse dos nossos futuros cientistas. Inês Carreira, do 7.º D, expressou, assim, a sua opinião: “Esta sessão foi importante, pois aprendemos muitas coisas que contribuem para o nosso conhecimento geral. Ficámos a saber que existe uma Estação Espacial Internacional e percebemos como os astronautas são transportados para lá. Também ficámos a saber como é o dia a dia no espaço e como os astronautas realizam atividades como lavar o cabelo, fazer a barba ou simplesmente dormir, tarefas que, na Terra, são totalmente normais, mas que, no espaço são realizadas de um modo completamente diferente devido à ação da gravidade. Passámos a conhecer uma nova profissão e aperfeiçoámos alguns conhecimentos adquiridos nas aulas de Físico-Química. Como se costuma dizer, “o saber não ocupa lugar”.

Ana Laranjeiro e Helena Gregório, 11.º C

vo de monitorizar as concentrações de diversos gases e variações de humidade, temperatura e som, em diversas zonas da vila, utilizando-se a aplicação Science Journal. Os dados reco-

lhidos foram utilizados na elaboração de gráficos, nas disciplinas de TIC e Geografia. Graças a este projeto, os alunos adquiriram mais conhecimentos, fortaleceram

Projeto Viv@Ciência O projeto apresentado pelo AEB ao alargamento da Rede de Clubes Ciência Viva na Escola, inserido no Programa Impulso Jovens STEAM, foi aprovado com u m financiamento de 10 000€. O projeto denominado “Viv@Ciência” irá funcionar na Escola Básica e Secundária e tem como objetivo a dinamização de várias atividades destinadas aos alunos dos ensinos básico e secundário. O C lub e C iê nc i a Viva (Viva@Ciência) ficará sediado no laboratório E105 e as atividades a realizar serão dinamizadas em parceria com outros projetos do agrupamento e/ ou entidades parceiras,

permitindo aos nossos alunos o contacto com cientistas, instituições do ensino superior (Politécnico de Leiria, Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, Universidades de Aveiro e do Minho), C ent ros de Ciência Viva, bem como com outras entidades que apresentam realidades diferentes da do nosso agrupamento. Prof. Ana Barraca

o espírito de equipa e entreajuda e desenvolveram as suas capacidades. Pessoalmente, acho que compreendo, agora, mais facilmente a história da Batalha e contemplo o Mosteiro

com “outros olhos”. Tenciono, sempre, encontrar um pormenor escondido, com uma história por desvendar. Ana Leonor Ribeiro, 8.º E

Concurso “O Fio da Memória” - o reconhecimento de talentos No mês de fevereiro, na escola-sede do agrupamento, realizou-se a entrega dos prémios da 11.ª edição do concurso “O Fio da Memória o Conto”, vertente escrita e vertente ilustração, relativa ao ano letivo de 2018-2019. O Alfabeto acompanhou a cerimónia e testemunhou o ambiente de satisfação vivido por premiados e demais envolvidos no concurso. Carlos Monteiro, vice-presidente da Câmara Municipal da Batalha, considerou que este concurso “é importante para o desenvolvimento das competências de comunicação”, ajuda a “exprimir emoções e opiniões de forma organizada” e realça “o esforço e dedicação dos alunos”. As alunas premiadas Érica Guedes e Mariana Macedo, concorrentes na vertente escrita, durante o seu

11.º ano, e Carolina Pacheco, concorrente na vertente ilustração, durante o seu 9.º ano, destacaram o interesse deste concurso e a dedicação dos concorrentes. Questionadas sobre hábitos de escrita, leitura e ilustração, apresentaram respostas diferentes. Érica Guedes refere que costuma ler e escrever: “Para mim, escrever é uma forma de me exprimir e ler contribui para adquirir mais conhecimento; ambas nos ensinam muitas coisas”. Mariana Macedo, por sua vez, diz que lê contos e poesia, desenha e escreve para se expressar: “Com o desenho, conseguimos expressar-nos de uma maneira que não conseguimos com as palavras”. Carolina Pacheco declara: “Normalmente, desenho e leio, são formas de me descontrair”. Ana Laranjeiro e Carolina Pacheco, 11.º C


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Atualidade

Clube de Artes recebeu alunos ucranianos No mês de março, chegaram à nossa escola quarenta e oito alunos, de todas as idades, vindos da Ucrânia, sendo recebidos com inúmeras atividades. Durante a realização de uma delas, em colaboração com o Clube de Artes, pudemos verificar como está a ser realizada a sua adaptação. De um modo geral, demonstraram que estão a gostar da escola, pois são conduzidos para vários espaços dedicados ao desenho, pintura, desporto e música. Referiram também que estão a gostar muito de aprender palavras em português. Todos mencionaram que as pessoas são muito simpáticas e bondosas e que estavam agradecidos por os ajudarem. Além

disso, concordaram todos que não têm tido problemas em estar na escola e no país, no entanto, os mais novos

revelaram o seu desejo em voltar à Ucrânia, ao passo que os mais velhos mostraram interesse e vontade de

fazer novos amigos. Ana Laranjeiro e Carolina Pacheco, 11.º C

“Porque quem não sabe arte, não na estima”

Constança Monteiro, 11.º D

Afinal, Camões sempre esteve certo, ainda hoje os portugueses desprezam as artes e as letras. É verdade! Ainda nos falta dimensão cultural e sensibilidade para estimar a arte. Os clássicos como “Os Lusíadas” são importantes pela sua universalidade, pois

os assuntos tratados são válidos para qualquer época ou pessoa. Obras destas nunca cairão em desuso. É evidente que a linguagem, estilo e temáticas que os clássicos abordam não agradarão a certos leitores, com destaque para os jovens. Como leitora, gostaria de recomendar alguns livros que me marcaram pelos mais diversos motivos. (Hoje em dia, há tanto material destinado ao público mais jovem que se torna difícil nomear todos os livros que gostaria de recomendar.) Aconselho vivamente todos os livros da escritora Colleen Hoover, cuja escrita é paixão, é força, é resiliência e é tragédia.

Carolina Pacheco, 11.º C

CARTOON

Trata-se de uma autora best-seller do New York Times com cerca de 15 obras lançadas, romances na grande maioria. Outra sugestão é o grande clássico “Os Maias”. Apesar de não apelar muito aos sentidos da faixa etária mais jovem, este livro permite conhecer a sociedade da segunda metade do século XIX, através de uma sátira a Portugal, aspetos que, infelizmente, teimam em ser atuais. “Os Maias” é, portanto, uma obra intemporal, o que permite manter o interesse pela sua leitura. Confesso que toda a descrição do Ramalhete e os primeiros capítulos me puseram à prova!

É inegável o papel da literatura na formação do ser humano. Não se desenvolvem competências sem existir leitura por detrás delas. Ler é viver e os hábitos de leitura promovem o desenvolvimento pessoal. Posso até dizer que os livros nos dão mais vidas: a nossa vida e as vidas que lemos, com todas as experiências que nunca viveríamos de outra forma. Por mais fictício que o livro seja, ele aproxima-se da realidade. Ainda que nem sempre esteja explícito, não deixa de ter a sua função social. E tu, já leste hoje? Desafia-te! Vale a pena, depois agradeces!

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Visitar a quinta do Lucas foi mesmo “fixe”! A atividade “Visita à quinta do Lucas” insere-se na linha orientadora do jardim de infância da Rebolaria que valoriza as experiências, vivências e partilhas diárias das crianças na construção do Plano Anual de Atividades. Por diversas vezes, o Lucas, na sala, falara com entusiasmo dos seus animais, principalmente do burro e do porco. Como sabemos, nesta faixa etária, a criança conhece o mundo através do contacto direto, a partir dos sentidos, por isso é fundamental as visitas ao meio. Assim, foi com muito agrado que acolhemos o convite dos pais do Lucas para visitarmos a sua “quinta”, promovendo a relação escola-família, pilar fundamental do trabalho pedagógico realizado no jardim de infância. A visita proporcionou o contacto com o mundo ru-

ral e despertou a curiosidade das crianças. A aluna Maria João, na viagem de regresso, dizia: “Foi incrível!”. A Alice, quando chegou a casa, disse à mãe: ”Tu nem imaginas, o passeio foi mesmo fixe!”. As crianças disseram: “Gostámos muito de conhecer o burro Machido, o porco Calhau, o chibo Miguel, as cabrinhas, as ovelhas e o vosso cão. Adorámos saltar no trampolim e jogar futebol. Ah! E andar de autocarro é mesmo divertido! Até cantámos aquelas canções do tempo dos nossos pais - “Senhor chofer, por favor, ponha o pé no acelerador”. O nosso agradecimento à Susete Neto e ao Valter Cardoso, pais do Lucas, por nos terem recebido tão bem na sua quinta. Manuela Bastos, educadora

AEB assinala datas comemorativas No passado dia vinte e dois de março, na escola-sede do nosso agrupamento, celebrou-se o Dia Internacional da Floresta, o Dia da Árvore, o Dia Mundial da Água e o Dia Mundial da Poesia. No âmbito do projeto “O Património e a Biodiversidade na Batalha em torno do Rio Lena – Conhecer para Proteger”, em parceria com o Museu da Comunidade Concelhia (MCCB) e com a Câmara Municipal, os alunos do 5.º F convidaram a comunidade educativa para esta celebração. Assim, foram plantadas três oliveiras que, para além de tornarem o recinto escolar mais agradável, também servirão para lembrar os alunos da responsabilidade que cada um tem na proteção ambiental da casa comum que é o Planeta Terra. Tendo em conta a situação de conflito armado que a Europa atravessa, foi relembra-

do que a oliveira é uma árvore associada à paz. Todas as turmas do 5.º ano dedicaram uma música à Ucrânia, terra natal de muitos dos nossos colegas onde ainda têm familiares e amigos. Antes deste momento musical, foi recitado o poema “A uma Oliveira”, de António Cabral. As cerimónias contaram com a presença da direção do AEB, do presidente da Câmara e da direção do Museu da Comunidade da Concelhia da Batalha. Alunos do 5.º F


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Entrevista

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

“Como sabíamos que não podíamos falar, acatávamos”

Lisete Pereira

Armando Seiça

A 24 de março, celebrou-se o dia em que vivemos mais tempo em democracia do que em ditadura. Portugal esteve sob o regime do Estado Novo durante quarenta e oito anos e, passado este tempo, parece que muitos portugueses se esqueceram da luta que tantos outros fizeram pela liberdade. Para relembrar as condições em que o povo português viveu e celebrar o dia da Revolução dos Cravos, entrevistámos alguns batalhenses que viveram a sua juventude oprimidos pelo regime ditatorial de Salazar.

Lisete Pereira tinha 19 anos quando se deu o 25 de abril e era costureira. Atualmente, trabalha no quiosque “O Condestável”. Quais são as suas memórias mais marcantes durante a ditadura?

Não se falava muito nas aldeias. Como sabíamos que não podíamos falar, acatávamos, portanto, era melhor não falar. Como foi o 25 de abril, para si?

Eu estava a trabalhar e, por aqui, passou-se pouca coisa. Só nos dias que se seguiram é que começaram as manifestações, ajuntamentos, debates, conversas… E foi assim até chegarmos à conclusão de que tudo era muito melhor para nós. Como se sente ao ver as forças de extrema-direita

a crescerem em Portugal?

Não estou muito voltada para aí.

Armando Seiça, mecânico da oficina “Seiça”, tinha 27 anos quando ocorreu o 25 de abril. Quais são as suas memórias mais marcantes durante a ditadura?

A ditadura era cruel e eu senti na pele da minha família, pois tinha um tio que era advogado, em Lisboa, e que estava preso em Peniche. Naquela altura, a gente não podia falar, não se podia dizer nada. Como era a sua vida durante o regime salazarista?

Eu estive na tropa durante quatro anos, entre 1968 e 1971. Tive sorte em ir para São Tomé, onde não havia

guerra, foi a única coisa boa da tropa. Nós dávamos assistência no aeroporto, por isso não dei tiros a ninguém nem levei. Ouvia a rádio “A voz da Liberdade”, escondido, para estar sempre por dentro dos acontecimentos. Conheceu alguém da PIDE?

Lembro-me de um farmacêutico, em Leiria, que tinha cá uma bicicleta e dizia para o meu pai: “Uns rapazinhos estão a portar-se mal, ali, para o lado da Maceira. Vou lá dar uma volta”. E lá ia ele na bicicleta. Como foi, para si, o dia 25 de abril?

Eu soube, pela rádio, que estava em marcha uma revolução. Foi uma grande alegria, para mim. Como se sente ao ver crescer as forças de extrema-direita?

Infelizmente, vejo que as pessoas estão a esquecer-se de muitas coisas do antes do 25 de abril. A revolução trouxe muito desenvolvimento. Por exemplo, antes, havia uma bicicleta para uma casa com quatro ou cinco pessoas. Muitas delas iam trabalhar para a Maceira ou para a Corredora a pé. Agora, muitos esquecem-se disso e até param aqui com grandes carros. O 25 de abril deu-nos liberda-

Padre Armindo

de de expressão. Antes, eu não podia falar; hoje, posso estar aqui a dizer as minhas ideias e a ter liberdade de pensamento. Sou militante do partido comunista. Há umas coisas com que concordamos e outras não, mas eu tenho a minha liberdade de pensamento. Considera que pessoas da sua idade, que viveram durante a ditadura, ainda não conseguem expressar-se livremente?

Não, isso já foi ultrapassado, as pessoas já têm liberdade há muito tempo. Agora, algumas podem ter medo do ”Zé” ou do “Manel” por causa do emprego. Eu, felizmente, nunca tive um patrão, nunca precisei de dizer “não sou comunista”.

Armindo Ferreira, sacerdote desde 1979, tinha 22 anos quando se deu a revolução, sendo, na altura, um estudante do seminário. Quais são as suas principais memórias durante a ditadura?

Eu mal ouvia falar sobre as eleições, não era uma coisa muito comentada, por isso, nós vivíamos fora do âmbito da política. Só vivíamos daquilo que a formação nos dava e esta era toda muito escassa e muito pou-

co dada a alguém que quisesse pensar ou viver algo diferente daquilo que o governo pensava. Como foi, para si, o dia 25 de abril?

Eu estava em Coimbra. Lembro-me que vivíamos numa residência e íamos às aulas ao seminário. Nesse dia, quando lá chegámos às 8h30 é que soubemos que se tinha dado o 25 de abril. Foi numa quinta-feira e, durante o intervalo, uns colegas meus diziam ”Vamos ao quartel buscar armas”, mas não chegaram a fazê-lo. Nós éramos estudantes de Teologia, porém, íamos a todos os comícios de todos os partidos, a todas as manifestações. Foi, de facto, um momento muito interessante de vivência política. Estava tudo muito ansioso. Os serões que tínhamos eram dedicados à política. Quais são, para si, as principais diferenças entre o Estado Novo e a atualidade?

Sobretudo, a comunicação, que hoje é completamente diferente. Na altura, era muito restrita. Alguns jornalistas trabalhavam na BBC (rádio e televisão do Reino Unido) para poderem informar o país daquilo que o país não informava.

Sente que o país se d e s e nvo l v e u d e s d e a ditadura?

Sim, muito! Por exemplo, só íamos ao médico quando estávamos quase a morrer e tinha que pagar-se bem caro, porque não havia Serviço Nacional de Saúde, era tudo particular. Quando se estava doente, usavam-se as mezinhas da aldeia, pois chá e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Outro exemplo é ao nível escolar: um dia, a minha professora deu-me um lápis, porque só usávamos os restos dos lápis das nossas famílias. Não havia dinheiro para comprar material. Como se sente ao ver as forças de extrema-direita a crescerem?

Vejo com a maior naturalidade, tal como vi a subida da extrema-esquerda. Sei que a vida social é assim e nós temos que nos habituar a viver com a diferença. Sabendo que o povo não é estúpido, na altura certa, dará razão àqueles que a têm. Temos que aceitar e conviver com o diferente. Temos de aceitar as diversas posições políticas, mesmo que não concordemos com elas, senão, estaríamos a voltar atrás e isso não pode ser. Carolina Pacheco, 11.º C Inês Sequeira, 11.º D


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Desporto

Equipa de Padel do AEB em destaque

Os alunos do grupo de equipa de Padel do AEB deslocaram-se a Pombal (MagicPadel) para a 1.ª Concentração CLDE de Padel. Participaram catorze alunos, havendo a registar os excelentes resultados obtidos. No escalão Infantis B Masculinos, foram atribuídos o 1.º lugar aos alunos Tiago Marques e Martim Franco (6.º D) e o 3.º lugar aos alunos Rodrigo Conceição (5.º B) e João Ribeiro (6.º H). No escalão Infantis A/B Femininos, as três duplas participantes garantiram os três primeiros lugares: Filipa Duarte (7.º C) e Ariana Mon-

teiro (7.º E); Maria Elias (6.º D) e Laura Vasco (5.º B); Filipa Henriques e Mariana Fernandes (5.º E). Nos Iniciados Masculinos, a dupla José Lopes (7.º E) e Martim Pinheiro (8.º G) venceram um jogo, mas ficaram na fase de grupos. Em Juvenis Mistos, ficou em 1.º lugar a dupla Simão Ribeiro e Lara Santos (10°A). De destacar também o espírito de grupo e camaradagem entre todos os elementos e os alunos das outras escolas.

No dia 4 de maio realizou-se a Festa do Badminton no Agrupamento de Escolas Henrique Sommer na Maceira, na qual participaram 11 alunos do nosso agrupamento no escalão de Infantis e Iniciados. Os nossos alunos estive-

ram em muito bom plano, com excelentes resultados, destacando-se o 3.º lugar da aluna Beatriz Fernandes (5E) em Infantis A e do aluno Diogo Rebelo (6C) em Infantis B. Também no escalão de Infantis B, em femininos, as alunas Inês

mais quando tenho testes na mesma semana e um pouco seguidos”. A dedicação ao desporto não se circunscreve ao futebol. Participa no desporto escolar e também é jogadora de xadrez, na Associação Cultural e Desportiva do Rio Seco, modalidade que frequenta há vários anos, tendo sido campeã distrital. Margarida Rodrigues e Marisa Monteiro, 10.º D

Carreira (7D) e Rafaela Silva (7D) obtiveram os 1.º e 2.º lugares, respetivamente. O aluno João Silva, no escalão de Iniciados, obteve o 1.º lugar. Estão todos de parabéns! Prof.ª Carla Faustino

POEMAS É urgente o amor É urgente o amor Criar a paz no universo Escrever em verso Espalhar a cor É urgente acudir Aos gritos do mundo Aos pedidos de ajuda Que vêm lá do fundo João Novo, 11.º D

Paz e alegria

MEGAS – Fase Coordenação Local de Desporto Escolar

Prof. Eduardo Nuno Gonçalves

A paixão pelo futebol falou mais alto Ariana Monteiro, aluna do 7.º E, treina futebol no Benfica, um grande sonho da sua vida. O contacto surgiu depois de ter participado num torneio entre seleções distritais, que ocorreu no início de janeiro. A sua paixão por esta modalidade desportiva começou aos seis anos, quando via o irmão a jogar, e foi incentivada por uma amiga dele que jogava no mesmo clube. Sobre as vantagens de jogar no Benfica, salientou “a oportunidade de realizar uma boa carreira de futebol, ser chamada para grandes clubes, jogar na seleção nacional e, o mais importante, ganhar e ajudar a ganhar vários títulos e troféus”. Referindo-se à sua nova vida desportiva, declarou: “A minha adaptação e conciliação entre os treinos e a escola, no início, foi difícil, mas agora cada vez tem sido mais fácil. Custa

Festa do Badminton – destaque para os jogadores do AEB

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Realizou-se, no dia 31 de março, no estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, a Fase de Coordenação Local de Desporto Escolar de Leiria do Projeto MEGAS. Trata-se de uma competição de atletismo que engloba provas de velocidade (40m – Mega Sprinter), salto em comprimento (Mega Salto), resistência (Mega Kilómetro – 1000 m) e lançamento do

peso (Mega Lançamento). Neste evento, participaram dezoito alunos do nosso agrupamento, previamente apurados na Fase de Escola, no escalão de Infantis B e Iniciados. O frio e a chuva que se fizeram sentir, no início da manhã, não retiraram entusiasmo aos nossos atletas. As condições eram difíceis, sobretudo no MegaSprinter, já que o piso estava

escorregadio e as partidas estavam muito condicionadas. Houve, inclusivamente, várias quedas. Os resultados foram muito bons, merecendo destaque os seguintes alunos: no Mega Salto, Rafael Alves (Infantil B) e Tomás Monteiro (Iniciado) com os 2.º e 3.º lugares, respetivamente; no Mega Lançamento, Iniciados, Miguel Duarte, que obteve o 2.º lugar, e a aluna Lilly Martins, que obteve o 3.º. Neidiceila Tavares (Iniciada) também esteve em muito bom nível tendo disputado a final de Mega Sprinter. Foi uma experiência muito enriquecedora, estando todos os participantes de parabéns.

Não há lugar nem dia Para paz e alegria! O mundo com esperança? Quem corre muito alcança! Como viver num mundo Sem querer permanecer No teu olhar profundo Onde quero viver. Cleópatra

Felicidade é... Uma palavra? Não. Felicidade não é apenas algo que dá sentido à frase, É muito mais, pois… Pode fazer-te companhia numa noite de brisa fria ou pode aquecer-te numa tarde de verão.

Prof. Carla Faustino

A palavra solidão é vazia. A palavra pedra é pesada. A palavra brisa faz-me arrepios, Tal como a palavra ar me refresca. Mas… Não há palavra mais bela do que a palavra felicidade. É algo insubstituível! É algo que não se explica…sente-se! E só a percebe aquele que a sente. Bruna Gaspar, 6.º A


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Atualidade

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

Dia Aberto do Ensino Profissional: uma aposta no futuro

Erasmus All you need is a new SY(STEM): no trilho da partilha

A 9 de maio iniciou-se uma semana de aprendizagem e partilha com os nossos parceiros da Turquia, Itália, Estónia, Hungria e Finlândia, no âmbito do projeto eTwinning - Erasmus All you need is a new SY(STEM), que

celebrou os seus 17 anos. Ao longo de todo este tempo, o nosso agrupamento teve o privilégio de ter sempre alunos envolvidos no projeto. Neste dia reservado à amizade e cultura da nossa região, fomos gentil-

mente recebidos na Câmara Municipal, seguindo-se a visita aos Mosteiros da Batalha e de Alcobaça, Óbidos e Nazaré onde terminámos com um belo jantar. Prof. Miguela Fernandes

Associação de Estudantes: a voz dos alunos

No mês de fevereiro, decorreu o processo eleitoral para a Associação de Estudantes, tendo concorrido duas listas: uma encabeçada por Matilde Rosa e a outra por Carolina Valente, ambas alunas do 12.º ano. Após a votação, apuraram-se e divulgaram-se os seguintes resultados: a lista Norte, a vencedora, obteve 385 votos, com uma diferença de 224 votos em rela-

ção à lista Ice, representando 66,6% dos alunos do 3.º ciclo e secundário. A atual associação, presidida por Matilde Rosa, tomou posse no dia 16 de março e defende que é preciso uma nova dinâmica de forma a dar voz aos alunos. Os novos dirigentes prometem formar uma equipa resiliente, competente e empenhada em servir os inte-

resses dos alunos através do cumprimento das medidas propostas. A presidente afirma que quer dar continuidade à ideia de cooperação, inclusão e entreajuda, que deu origem à lista e inspiração à filosofia da campanha, no exercício do seu mandato durante este ano letivo. Ana Laranjeiro, 11.º C

O AEB realizou o Dia Aberto do Ensino Profissional, em parceria com a Associação de Pais e com empresas e empresários da região. Os alunos do 9.º ano e os seus encarregados de educação tiveram oportunidade de conhecer os espaços e as práticas dos três cursos da oferta formativa da nossa escola: curso de Técnico de Comunicação e Serviço Digital (TCSD),

curso de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos (TGPSI) e curso de Técnico de Turismo. Os alunos dos cursos profissionais, além de dinamizarem estes pequenos workshops, assistiram também a diversas palestras sobre o mundo do trabalho e como ter sucesso nele. Os encarregados de educação tiveram ainda a oportunidade de assistir a testemunhos

de ex-alunos, que já se encontram no mercado de trabalho, e de alunos que frequentam a escola e já fizeram parte do programa ERASMUS. Ficou, assim, demonstrada a importância destas áreas de formação. Hoje, o turismo e a vertente tecnológica estão em constante desenvolvimento e fazem parte do progresso de qualquer sociedade. João Santana, 10.º E


Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

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Ciclovia urbana até ao cruzamento para Casal de Santa Joana m A obra corresponde

Delegação de competências A Câmara da Batalha acordou com as juntas de freguesia a delegação de competências com “o intuito de promover a eficiência da gestão e os ganhos de eficácia dos recursos, em áreas de intervenção como asfaltamentos, construção de muros, requalificação de estradas e qualificação de espaços públicos”. Para o presidente da câmara, Raul Castro, a transferência de competências “garantirá maior rapidez e celeridade quanto à resolução de alguns dos problemas que existem nas freguesias e que urge solucionar”.

a um investimento de 350 mil euros, com comparticipação de fundos comunitários Os trabalhos de construção da Ciclovia Urbana da Batalha, extensão de 2,1 km, entre o Largo 14 de agosto de 1385 e o cruzamento para Casal de Santa Joana, começaram no dia 16 de maio. A obra corresponde a um investimento de 350 mil euros, com comparticipação de fundos comunitários, e ficará “devidamente sinalizada com materiais com uma coloração distinta da faixa de rodagem exclusiva para peões e ciclistas e acessível, em toda a extensão, a pessoas com mobilidade

p Os trabalhos devem demorar dois meses e meio reduzida”. Os trabalhos devem demorar dois meses e meio e a iluminação pública,

no troço entre a Rotunda das Cancelas e o acesso à EN 362 “será alvo de intervenção, com o intuito

de garantir maior segurança quer aos ciclistas quer aos peões”, refere a autarquia.

“Tradição Musical” A Câmara da Batalha apresentou às associações concelhias o progra-

ma “Tradição Musical”, destinado a apoiar as associações e um incentivo à retoma da atividade artística e musical. O programa “Tradição Musical” foi criado com o intuito de mitigar os impactos da crise pandémica que se fizeram sentir com particular evidência no setor cultural, assumindo a autarquia um apoio financeiro anual, até ao limite de 1.500 euros por cada uma da sete associações beneficiárias. Como contrapartida, as associações terão de realizar até três atuações por ano, representando a autarquia e tradições etnomusicais deste território, quer no concelho quer noutras regiões do país, com os encargos do transporte a serem assumidos pelo município.

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt


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Batalha Opinião

maio 2022

Jornal da Batalha

s Espaço do Museu

Museu da comunidade – os objetos que nos cederam: Fósseis do Jurássico Superior – Salvador Santos Carreira Potenciar experiências sensoriais é preocupação permanente do MCCB. Na exposição deste museu, existem diversas peças que podem ser tateadas. Uma experiência disponível para todos e que é fundamental para quem não vê. Quando não é possível tocar nos originais – por razões de conservação ou de raridade das peças – o museu disponibiliza réplicas, feitas à escala do original sempre que possível. Quando se pode tocar em peças originais a experiência eleva-se. É o que acontece com os fósseis do Jurássico Superior que destacamos nesta edição: uma vértebra da cauda de um dinossauro e um pedaço de madeira. Sentir a textura e a temperatura de fósseis com mais de 150 milhões de anos torna a visita ao Museu ainda mais inesquecível. Junto à grande vitrine do MCCB, que conta a evolu-

ção do nosso território, estas peças, acompanhadas por informação Braille e audiodescrição complementam a visita de todos aqueles que querem imergir numa experiência sensorial e emotiva. Os achados de Salvador Santos Carreira Oriundo de São Mamede, Salvador Santos Carreira vive na vila da Batalha há 50 anos. Dedicou-se profissionalmente à reparação de motociclos. É apicultor, interesse que concilia com a paixão que o acompanha ao longo da vida: a descoberta e coleção de artefactos, de ossos ou de pedras que evoquem os nossos antepassados. A paixão é de tal modo contagiante que já se manifesta nos seus três netos. É a curiosidade - e talvez um nato espírito de arqueólogo - que levam Salvador por terras próximas e distantes à descoberta daqui-

p Salvador Santos Carreira, ao lado de alguns objetos por si emprestados ao Museu lo que foi deixado ao abandono, enterrado pela terra e pelo tempo. Foi o que sucedeu com as peças do Jurássico Superior que o nosso amigo Salvador teve a gentiliza de ceder ao Museu, para que todos as pudessem conhecer. A vértebra da cauda de

dinossauro (provavelmente de um Stegossauro) estava à superfície, numa terra cavada. Ali ficou, sem merecer qualquer atenção, até que fosse identificada, recolhida e protegida por Salvador Carreira. O pedaço de ramo fossilizado, onde é bem visível o

nó na madeira, apareceu aos olhos de Salvador na zona da lagoa do Arrimal, após operações de limpeza no local, destacando-se entre pedras e seixos. Ambas as peças foram analisadas e datadas cientificamente por uma paleontóloga.

Estas não são as únicas peças de Salvador Carreira expostas no Museu. Na exposição alusiva ao Carvão, exibimos algumas contas trabalhadas em azeviche (um tipo de carvão), sendo raros exemplares da arte dos azevicheiros na Batalha e que foram “salvos” por Salvador, entre as obras de remodelação na zona da Igreja da Misericórdia. Assim se constrói o Museu de Todos e se completa a vasta história da Batalha, sendo Salvador Santos Carreira um colaborador fundamental, Recordamos que o museu abre de quarta-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Siga-nos também nas nossas redes sociais (Facebook: MCCB – O museu de todos) e acompanhe as nossas atividades. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

s Crónicas do Passado Francisco Oliveira Simões

Atlas do Manuelino Somos perscrutados pelo olhar enigmático de Huguet, que nos contempla do alto da Sala do Capítulo. Este arquiteto preconizou no Mosteiro da Batalha um momento de transição do estilo Gótico. As suas origens ainda se mantêm desconhecidas, alimentando teses e teorias que tentam provar que proveio de Inglaterra, França ou Alemanha, a que me junto com a possibilidade de ser aragonês, já que constatamos a existência de artistas com o mesmo apelido no reino de Aragão, durante o século XV. As cambiantes impressas por Huguet antecederam o que viria a ser o Manuelino um estilo arquitetónico inserido no Gótico tardio. Foi com o propósito de aprofundar a História do Manuelino e de assinalar o Dia Internacional dos Museus, que realizei no dia 15 de maio uma visita ao Mosteiro

da Batalha, intitulada “Atlas do Manuelino – Traços da Arquitetura Manuelina do Mosteiro da Batalha para a Europa”, sob o convite do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha. Em 1842 o historiador e diplomata brasileiro Francisco Varnhagen publicou a obra “Noticia histórica e descriptiva do Mosteiro de Belém”, onde proclamava uma identidade própria para o Gótico tardio português produzido durante o reinado de D. Manuel I, em finais do século XV. O investigador atribuiu características únicas ao estilo Manuelino, relevando o seu papel de enaltecimento da figura régia, com a profusão de símbolos indissociáveis deste monarca, e a pretensão de representar uma icnografia marítima e tropical, que refletisse a expansão atlântica. A esfera armilar, que pode-

Historiador

mos encontrar na bandeira de D. Manuel I, a cruz de Cristo, que representa a Ordem Militar encarregue da empresa dos descobrimentos, ou as armas portuguesas, são alguns dos exemplos que vemos transpostos nos monumentos manuelinos. Apesar de não concordar com a afirmação de Varnhagen, o célebre investigador Joaquim de Vasconcellos coordenou na Universidade de Coimbra, a Conferência “Da Architectura Manuelina”, cujas atas foram publicadas em 1885. O termo “Manuelino” apenas foi mencionado no século XIX, sendo este estilo referido nos finais do século XV como “moderno”. No Mosteiro da Batalha destacaram-se três arquitetos na introdução desta variante do gótico tardio. Mateus Fernandes, nomeado Mestre de Obras em 1490 por

D. João II, construiu as bandeiras no Claustro D. João I e deu inicio à edificação do Portal das Capelas Imperfeitas, destintos exemplos do Manuelino. Transportam os símbolos régios e uma profusão vegetalista e animal, que podem ser metáforas para a vida e o renascimento. O filho homónimo de Mateus Fernandes continuou o trabalho desempenhado pelo progenitor, a partir de 1515. As inovações empregues por João de Castilho a partir de 1528 revelam-se nas Capelas Imperfeitas, demonstrando um Manuelino em mutação, sob a influência da arquitetura renascentista. As folhas de acanto e as mísulas em forma de concha são alguns testemunhos da sua passagem pela Batalha. A última fase do Gótico conheceu diferentes variantes no continente europeu. Neste contexto, deparamo-

-nos constantemente com a referência ao Gótico flamejante, oriundo da Flandres, mas o raio de criação artística não se cinge apenas ao centro da Europa. Em Espanha este estilo “moderno” conheceu uma conjetura diferenciada, apelidada de Isabelino no ano de 1911, pelo historiador Émile Bertaux, em homenagem à rainha Isabel, a Católica, primeira monarca do reino de Espanha unificado. Esta solução arquitetónica influenciada pelo Plateresco foi aplicada em palácios, mosteiros, igrejas e universidades, demonstrando a sua versatilidade. Na Península Itálica o estilo Gótico adaptou-se às novas regras da arquitetura renascentista, que iam sendo desenvolvidas na edificação de obras revolucionárias para a História da Arte. O Gótico veneziano, inspirado também pela arte bizantina,

está disperso por toda a cidade e respira em cada recanto da sua existência. Curiosamente este estilo próprio desenvolveu-se durante parte do período de construção do Mosteiro da Batalha (séculos XIV-XV). O Mosteiro de Santa Maria da Vitória é um caso de estudo paradigmático do Gótico tardio, preponderante para compreender a confluência de diferentes soluções arquitetónicas, que se fazia sentir no continente europeu, na transição da Idade Média para o Renascimento.


Jornal da Batalha

Saúde Batalha

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Saúde Ortodontia: muito além da estética

Juan Manuel Frade Diretor geral da Align Technology de Portugal e Espanha

No dia 15 de maio assinala-se o Dia Mundial da Ortodontia, uma data estabelecida pela Federação Mundial dos Ortodontistas, com o intuito de realçar a importância da saúde oral e da ortodontia, uma especialidade da medicina dentária responsável pelo

diagnóstico e tratamento do mau posicionamento dos dentes. A ortodontia não trata apenas problemas estéticos que podem ter repercussões na autoestima, mas também problemas funcionais que estão diretamente relacionados com a nossa saúde. Há estudos que comprovam que há mais de 150 doenças que podem ser agravadas devido a problemas de saúde oral, como as doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras. Por esta razão, podemos afirmar que a saúde oral afeta diretamente a nossa saúde. Os tratamentos ortodônticos podem muitas vezes prevenir alguns problemas de saúde, como é o caso da articulação tempo-

romandibular (ATM), que nos permite abrir e fechar a boca, no entanto quando ocorre uma luxação pode, nos casos mais graves, causar dor ao realizar o movimento. Verifica-se que os tratamentos ortodônticos podem ainda aliviar alguns casos de fadiga, problemas do sono, tonturas, vertigens e mesmo algum formigueiro nos braços. Um eixo equilibrado da boca suporta a saúde postural de muitas partes do corpo. Problemas relacionados com a mordida ou com a mastigação podem causar dores de cabeça, ao corrigir o posicionamento dos dentes este efeito pode ser mitigado. É, por isso, importante consultar um ortodontis-

ta para fazer uma avaliação e o respetivo tratamento, realizar um diagnóstico completo e recomendar o melhor tratamento para corrigir a má oclusão. Durante vários anos, muitos adultos adiavam ou rejeitavam mesmo a necessidade de realizar um tratamento ortodôntico, devido aos inconvenientes estéticos dos tratamentos com os tradicionais brackets. Contudo, existem agora diversas soluções, incluindo os aligners transparentes que podem ser removidos para beber e comer, sendo por isso práticos e discretos. Estes aligners transparentes além de melhorarem a experiência do paciente possibilitam soluções efeti-

vas de tratamento para 90% dos casos ortodônticos. De acordo com dados do Barómetro de Saúde Oral 2021 levado a cabo pela Ordem dos Médicos Dentistas, 41% dos portugueses não vão a uma consulta de medicina dentária há mais de um ano. Certamente, que a pandemia teve algum impacto, e enquanto parceiros dos ortodontistas, na Align desenvolvemos soluções que possibilitaram a continuidade dos tratamentos. É o caso da teleconsulta que durante o confinamento permitiu que pacientes e médicos dent i st a s e st ive ssem em contacto, ao complementar a consulta física com as ferramentas online, sem-

pre com a supervisão de um médico dentista. Desenvolvemos o que acredito ser um modelo vencedor para pacientes e médicos dentistas; os pacientes podem utilizar o seu tempo de uma forma muito mais eficiente e eficaz, porque conseguem realizar os seus tratamentos num menor número de consultas. Em termos de eficiência, as soluções digitais podem reduzir significativamente o tempo de produção e o tempo de tratamento e a utilização de tecnologias como os sistemas CAD/CAM podem aumentar a capacidade até 50%. A saúde oral é um indicador chave da nossa saúde, bem-estar e qualidade de vida. Não a comprometa.

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde

Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã

Medicina Dentária

Outras Especialidades:

Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde

Dra. Sâmella Silva

Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã

Dra. Susana Frazão

Sexta-feira - Tarde

Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde

Cirurgia Oral Implantologia

Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde

Próteses Dentárias

(Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

Ortodontia

Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde

Rx-Orto Telerradiografia

Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde

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Jornal da Batalha

Património

Instrumentos musicais do uso popular na Alta Estremadura Um dos mais importantes sectores da Cultura é o da Cultura Popular porque revela a alma de cada povo e exprime a sua capacidade de adaptação e de transformação doutras culturas. Falar, neste caso, da Cultura Popular da Alta Estremadura, a região a que pertencem Leiria e a Batalha, todo o distrito de Leiria e ainda Ourém do distrito de Santarém, não se poderá reduzir a um único concelho, embora o espaço no jornal e os meus muito limitados conhecimentos não me permitam ir muito além dos limites do meu concelho. Na recente exposição, que o Rancho Folclórico Rosas do Lena realizou no Turismo da Batalha, sobre os instrumentos musicais da tradição da Alta Estremadura, que teve o patrocínio da Câmara Municipal e contou com a presença do grande etnomusicólogo Dr. José Alberto Sardinha que aí proferiu uma autêntica lição sobre o tema, tivemos oportunidade de ver instrumentos, da valiosa colecção do Museu Etnográfico da Alta Estremadura, que foram usados, desde uma certa antiguidade, na nossa região. Aí estavam instrumentos de cordas, de sopro, de fole e de percussão. Entre os primeiros, violas, violão, violino (rabeca), cavaquinho e bandolim. Nos de sopro, flautas e pífaros, gaita de beiços, pente com murtalhas (tiras de papel em que se embrulha o tabaco), ocarina, búzio, este não sendo propriamente um instrumento de música, rouxinol (brinquedo de sopro), etc., Nos de fole a gaita de foles e os harmónios, três preciosos exemplares fabricados nos fins do século XIX e princípio do século XX. Nos de percussão, o cântaro

tos da música e da dança folclóricas, são muitas as perguntas que temos de fazer e nalguns casos já será difícil, senão impossível, apurar a verdade. Defesa e preservação da Cultura Portuguesa

tangido por abano, as castanholas de cana e de madeira, o reco-reco, o sapo (espécie de genebres mas feito de cana), o pandeiro com soalhas, as carcanholas, as pinhas ou pinhocas, etc.. O povo servia-se, para fabrico de vários destes instrumentos, sobretudo os de percussão, de materiais que era fácil encontrar onde vivia. Na nossa região as canas abundavam, o pinhal cobria parte significativa do território, a cerâmica tinha barreiras com fartura. E no próprio Mar encontrava as conchas, possivelmente as primeiras castanholas, e os búzios, verdadeiras cornetas de tão grande uso nos nossos ranchos da azeitona. As castanholas de mão eram largamente utilizadas no acompanhamento das danças, muito particularmente no fandango. Temos um precioso testemunho numa gravura do arquitecto

irlandês/inglês James Murphy, autor dum precioso estudo sobre o nosso Mosteiro, que retrata um par de bailadores de fandango tangendo castanholas de madeira. Este notável arquitecto esteve por cá nos finais do século XVIII. O sapo, parente próximo da genebres da Beira Baixa e da “la rana” castelhana, tanto a genebres como “la rana” feitas de madeira, é reconhecido como instrumento que foi usado em tempos remotos na Alta Estremadura, pelo investigador Professor José Ribeiro de Sousa que o reproduz na capa do seu precioso livro “Cancioneiro de Entre Mar e Serra da Alta Estremadura”. A propósito do Professor Ribeiro de Sousa nunca é demais evocá-lo e relembrar a sua obra, única nos anais da Alta Estremadura e rara no nosso País. Neste seu livro, de mil duzentas e

cinquenta páginas passou a conhecer-se, sob o ponto de vista etno-musicológico, a Alta Estremadura. Mas suponho que ainda há outro para publicar. É curioso referir também que o Professor Ribeiro de Sousa foi um poeta que nos deixou poemas com conteúdo e com grande beleza formal. O Dr. José Alberto Sardinha tinha por ele uma enorme admiração. Porque foi a última época dos aspectos distintivos, sobretudo no trajo, nas danças e nos instrumentos musicais, a dos finais do século XIX e dos dois ou três decénios iniciais do século XX, temos tendência a considerá-la o modelo em que se esgotam todos os conhecimentos sobre o Povo e sobre os seus usos e costumes. Mas não é bem assim. Compete a quem se debruçar sobre esta matéria tentar recuar mais e tentar descobrir

as manifestações populares ao longo dos tempos. Nos finais do século XIX surgem entre nós, e ganham imediatamente a preferência popular, os instrumentos que se inserem na área dos de palhetas metálicas e de fole. O primeiro, o harmónio, cai imediatamente no gosto popular e, principalmente na Estremadura, é largamente utilizado. Curiosamente o Povo estremenho designava-o por “piano de cavalariça”, jucosa expressão a querer dizer que na casa dos ricos havia pianos e na do Povo não se ia além do harmónio. É também o tempo das modas novas, modas de dois e de quatro passos, que se crê importadas de França, na segunda metade do século XIX, mas profundamente modificadas entre nós. Corresponderá a suposição a algum fundo de verdade? Sobre este e outros aspec-

Continuam a não fazer parte das preocupações dos nossos governos a defesa da língua Portuguesa, destruída palavra a palavra pela invasão dos termos estrangeiros, a criação dum Museu que lhe seja dedicado, e recordo que no Brasil já existem dois, um dos quais está completamente restaurado e em pleno funcionamento depois do incêndio que o afectou há anos, a criação também de um Museu dos Descobrimentos a revelar a originalidade, a inventiva, a coragem sobre-humana, o pioneirismo e o sacrifício dos nossos antepassados empenhados na descoberta e no conhecimento obtido milha a milha, ao desvendar os mares e as terras, até ali desconhecidas dos europeus, e o aproveitamento cívico das duas maiores datas da História Pátria, o 14 de Agosto e o 1º de Dezembro, vincando a necessidade de se promover e de se defender a liberdade da Pátria como primeira condição da liberdade do Povo. E volto a lamentar o silêncio que rodeou a evocação da primeira viagem aérea, na travessia do Atlântico Sul, levada avante, com o mesmo pioneirismo e a mesma coragem dos portugueses dos séculos XV e XVI, por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922, portanto há cem anos. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (229)


Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

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Netflix filma “Donzela” no mosteiro durante dois dias e condiciona visitas Foto: Gage Skidmore © www.flickr.com.jpg

m As filmagens decorrem no Claustro Real e nas Capelas Imperfeitas, mas fica disponível a visitas à Igreja e Capela do Fundador, segundo a Direção-Geral do Património Cultural As visitas ao Mosteiro da Batalha vão estar condicionadas nos dias 19 e 20 de maio devido à gravação de cenas do filme “Damsel” (Donzela), que a plataforma de streaming Netflix conta estrear no primeiro semestre do próximo ano. As filmagens decorrem no Claustro Real e nas Capelas Imperfeitas, mas fica disponível a visitas à Igreja e Capela do Fundador, segundo a Direção-Geral do Património Cultural, que tutela o

p Millie Bobby Brown é a protagonista monumento Património da Humanidade. A rodagem também passa pelo largo Infante D. Henrique.

O Claustro Real será o jardim de um palácio e as Capelas Imperfeitas deverão ter um teto, com recur-

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so a efeitos especiais. Para quem conhece o monumento, tudo vai parecer muito diferente.

Para facilitar a produção, que envolve dezenas de viaturas pesadas e uma logística muito diversificada, o trânsito será proibido no parque Cónego Simões Inácio, de 14 a 21 de maio, e o estacionamento na rua Dr. Armindo Arede de Carvalho destinar-se-á em exclusivo a viaturas de pessoas envolvidas nas filmagens, de 16 a 20 de maio. Esta longa-metragem revela um conto de fadas centrado em Elodie, papel interpretado por Millie Bobby Brown (conhecida pela sua participação nas séries Stranger Things e no filme Enola Holme), que casa com o impetuoso príncipe Henry, herdeiro do reino de Áurea. Segundo a sinopse, Elodie é aprisionada numa caverna como sacrifício para manter um dragão satisfeito, de onde tem de encontrar forma de escapar.

O filme é realizado por Juan Carlos Fresnadillo e produzido por Nick Page, a partir de argumento de Dan Mazeau, e envolve uma equipa técnica de 250 pessoas. Participam 35 figurantes portugueses. A filmagem em estúdio, com a duração de três meses, já está a decorrer em Inglaterra, e todas as cenas exteriores são rodadas em Portugal, durante 17 dias. A Page International Services foi a produtora escolhida pela Netf lix para trabalhar em Portugal e o projeto surge no âmbito dos incentivos criados pelo Governo para fazer de Portugal um destino internacional de filmagens. Além do Mosteiro da Batalha, passarão pelo Convento de Cristo, em Tomar, e pela aldeia de Sortelha, no distrito da Guarda.


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Batalha Opinião

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Jornal da Batalha

s Noticias dos Combatentes NCB

Os extremismos O Parlamento Europeu aprovou, no dia 19 de setembro de 2019, uma resolução a condenar o nazismo e o comunismo. O documento recorda que “os regimes nazi e comunista são responsáveis por massacres, pelo genocídio, por deportações, pela perda de vidas humanas e pela privação da liberdade no século XX, numa escala nunca vista na História da humanidade”. O presidente do Parlamento Europeu encaminhou a transmissão da resolução ao Conselho, à Comissão, aos governos e parlamentos dos Estados-Membros, à Duma da Rússia e aos parlamentos dos países da Parceria Oriental. No entanto, pelo menos no caso de Portugal, tal não foi divulgado ao seu povo por parte dos governantes e, se se soube, foi apenas devido a tímidas publicações por parte de um ou outro Órgão de Comunicação Social (OCS). A menção da resolução em causa parece agora

apropriada uma vez que, um país, dito comunista, invade outro, com a desculpa de o considerar nazista! A deliberação do Parlamento Europeu, peca por defeito uma vez que considera como extremismo esquerdista o “comunismo” do pensamento marxista, e como extremismo direitista o “nazismo” do Partido Nacional Socialista de Hitler, mas não contempla outras formas de extrema-direita, como o “fascismo” do Partido Nacional Fascista de Mussolini ou o “corporativismo” da União Nacional de Salazar. Suprime-se, no entanto, uma realidade: a de que o comunismo de que se fala não passa de um regime socialista, caracterizado pelo domínio de uma casta burocrática; da supressão, ou manutenção apenas na forma, dos organismos de base; do planeamento da burocracia, sem controlo operário; da alta hierarquização no serviço público;

da fusão de Estado e Partido; e da supressão da liberdade de imprensa. Falamos de regimes que formaram a antiga União Soviética (primeiro Estado nominalmente comunista do mundo), a China, a Coreia do Norte, Cuba e os países do Leste Europeu, mas que, nos dias de hoje, permanecem como socialistas somente a China, Cuba e a Coreia do Norte, todos classificados de extrema-esquerda. Embora o termo “estado comunista” seja usado por historiadores, cientistas políticos e OCS ocidentais, para se referirem a países go-

vernados por partidos comunistas, esses países não se descrevem como comunistas ou, sequer, afirmam ter alcançado o comunismo. Referem-se a si mesmos como estados socialistas que estão em processo de construção de estados nacional-democráticos, democrático-populares, de orientação socialista e de operários e camponeses. Ciclicamente, os tempos e comportamentos sociais tendem a regressar adaptados e impulsionados por novas realidades, com renovados conceitos, na busca da resolução dos cada vez mais

e maiores problemas globais existentes, busca esta pela via política, por parte dos povos, no entanto imposta pela inatividade, corrupção, interesses próprios, de quem exerce os altos cargos das nações. Assiste-se assim à proliferação dos extremos, cada vez com mais seguidores, exaustos de pagarem os seus impostos para nada terem em troca e verem os representantes eleitos servirem-se sem no entanto servirem. Se nos focarmos em Portugal e no chavão “25 de Abril, sempre”, recordemos o volte face das últimas legislativas, em que os partidos tradicionais estão a dar lugar a um parlamento extremado, totalmente diferente dos valores da revolução. Rememorando também que não foram comunistas que fizeram o 25 de abril, foram militares, capitães descontentes com o regime corporativista de extrema-direita. Os comunistas apenas se apropriaram do 25 abril

para tentarem uma ditadura ao estilo “soviético,” que não resultou graças ao 25 de novembro, outra movimentação militar, conduzida por parte das Forças Armadas Portuguesas, que evitaram um golpe de estado conduzido por ativistas de extrema-esquerda para implementar o comunismo. O resultado foi, como muitos de nós têm ainda presente na memória, o fim do processo revolucionário em curso (PREC) e o processo de estabilização da democracia representativa, que temos hoje em Portugal. A Europa vive uma nova guerra com base em valores que pensávamos terem desaparecido com a queda do muro de Berlim. Os extremismos não respeitam a vida humana, são anarcas, são autocratas, são ditatoriais. Portugal libertou-se da extrema-direita a 25 de abril de 1974 e da extrema-esquerda a 25 de novembro de 1975. Não caiamos mais em extremismos. Basta!

s Fiscalidade

Medidas de resposta ao aumento dos preços dos combustíveis Foi publicada em 28 de abril de 2022, a lei n.º 10A/2022, que aprova as seguintes medidas excecionais e temporárias de resposta ao aumento extraordinário dos preços dos combustíveis: a) Suspensão dos limites mínimos das taxas unitárias do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) estabelecidos nos artigos 92.º, 94.º e 95.º do Código dos Impostos Especiais de Consumo (Código dos IEC), aprovado em anexo ao Decreto -Lei n.º 73/2010, de 21 de junho, aplicáveis à gasolina sem chumbo e ao gasóleo; b) Publicação de um relatório trimestral com informação referente à formação dos preços de venda ao público dos combustíveis pela En-

tidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE); c) Isenção de imposto sobre o valor acrescentado (IVA) sobre adubos, fertilizantes, corretivos de solos e outros produtos para alimentação de gado, aves e outros animais, quando utilizados em atividades de produção agrícola. Os valores das taxas unitárias do ISP, determinados nos termos dos artigos 92.º, 94.º e 95.º do Código dos IEC, relativos à gasolina sem chumbo, classificada pelos códigos NC 2710 11 41 a 2710 11 49, e ao gasóleo, classificado pelos códigos NC 2710 19 41 a 2710 19 49, podem ser fixados à taxa mínima de zero euros e sem prejuízo do disposto no número anterior, são aplicáveis todas as disposi-

ções legais e regulamentares relativas aos intervalos de valores das taxas unitárias do ISP referentes aos artigos 92.º, 94.º e 95.º do Código dos IEC. Sem prejuízo de outros meios de prestação de informação, a ERSE divulga trimestralmente um relatório detalhado relativo à formação dos preços de venda ao público dos combustíveis, através de publicação na sua página eletrónica e de outros meios que entenda adequados. O relatório referido no número anterior deve conter, entre outras consideradas relevantes pela ERSE, as seguintes informações: a) Desagregação dos preços de venda ao público da gasolina simples e do gasóleo simples, incluindo

as cotações internacionais de referência, os custos com a logística primária, os custos com as reservas de segurança, os sobrecustos com a incorporação de biocombustíveis, a componente de retalho e as componentes de impostos; b) A segmentação dos preços praticados no mercado nacional por tipo de operador, incluindo informação agregada sobre as companhias petrolíferas, operadores com ofertas low -cost e hipermercados; e c) Desagregação territorial do mercado nacional de combustíveis líquidos, com um detalhe mínimo por distrito, incluindo os preços de venda ao público e a desagregação referida na alínea a). Quanto à tributação de

bens para produção agrícola, estão isentas de IVA as transmissões dos seguintes bens, quando normalmente utilizados no âmbito das atividades de produção agrícola: a) Adubos, fertilizantes e corretivos de solos; e b) Farinhas, cereais e sementes, incluindo misturas, resíduos e desperdícios das indústrias alimentares, e quaisquer outros produtos próprios para alimentação de gado, aves e outros animais, referenciados no Codex Alimentarius, independentemente da raça e funcionalidade em vida, incluindo os peixes de viveiro, destinados à alimentação humana. As operações referidas no número anterior conferem o direito à dedução do

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

imposto que tenha incidido sobre bens ou serviços adquiridos, importados ou utilizados pelo sujeito passivo para a sua realização.


Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

maio 2022

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

CARTÓRIO NOTARIAL DE OURÉM EXTRACTO

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas setenta e um a folhas setenta e dois, do Livro Duzentos e Setenta e Nove - B, deste Cartório. António Patrocínio Lucas, NIF 121 034 720 e mulher Maria da Luz Vieira Pragosa Lucas, NIF 120 384 175, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia e concelho da Batalha, residentes na Rua Principal, nº480, Cova do Picoto, Golpilheira, Batalha, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores de sete dezasseis avos indivisos do prédio rústico, composto de terra de mato, com a área de sete mil e duzentos metros quadrados, denominado de Biguinho, sito em Limite do Picoto ou Fonte Velha, freguesia de Golpilheira, concelho da Batalha, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número oitenta e seis/Golpilheira, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 2253 da freguesia da Batalha, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €79,11. Que, adquiriram o identificado direito no prédio no ano de mil novecentos e noventa e seis, por compra verbal a José Bagagem Pragosa e mulher Alcina Ferreira Carreira Vicente, residentes que foram em Jardoeira, Batalha, contudo sendo esta uma transmissão meramente verbal, não dispõem os justificantes de título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela compra verbal, possuem o identificado direito no prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o identificado direito no prédio por usucapião. Batalha, trinta e um de março de dois mil e vinte e dois.

CERTIFICO, para fins de publicação e em conformidade com o seu original, que por escritura de Rectificação de Justificação, lavrada neste Cartório, no dia onze de maio de dois mil e vinte e dois, de folhas nove a folhas dez verso do respectivo Livro e de Notas para Escrituras Diversas número QUATROCENTOS E ONZE, António José Marto Reis Clemente, NIF 185.534.015, casado sob o regime da separação de bens com Maria Clara Santos Marto, NIF 123.596.831, natural de Moçambique, residente na Avenida João XXIII, n.º 75, Cova da Iria, Fátima, Ourém, declarou: Que, por escritura de justificação lavrada no dia vinte e nove de outubro de mil novecentos e noventa e oito, a folhas sessenta e nove do livro de notas para escrituras diversas número sessenta e um-F do extinto Cartório Notarial da Batalha, justificou a posse do direito de propriedade invocando a usucapião sobre dois terços indivisos, do prédio rústico, composto de terra de cultura com oliveiras e carvalhos, a confrontar do norte com estrada, do sul com Município, do nascente com Carminda Vieira dos Santos e do poente com António José Marto Reis Clemente, sito em Pessegueiro, freguesia São Mamede, concelho de Batalha, à data não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha e actualmente lá descrito sob o número dois mil oitocentos e oitenta daquela freguesia, encontrando-se os dois terços indivisos registados a seu favor pela Ap. cinco de mil novecentos e noventa e nove/zero um/zero cinco, não incidindo sobre o restante um terço indiviso, qualquer registo de inscrição em vigor, inscrito na matriz sob o artigo 8123, tendo erradamente indicado como comproprietários do restante um terço indiviso António Carvalho Órfão e mulher, residentes em Pessegueiro, São Mamede, Batalha. Que pela presente, rectifica a mencionada escritura no sentido de passar a constar é dono da totalidade do prédio e que o mesmo tem a área seis mil cento e dezoito metros quadrados, tendo o mesmo sido possuído por ele na sua totalidade sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceu, sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente da freguesia de São Mamede, lugares e freguesias vizinhas, traduzida em actos materiais de fruição, conservação e defesa, nomeadamente usufruindo dos seus rendimentos, cultivando e recolhendo os respectivos frutos, limpando-o de mato, pagando os respetivos impostos e contribuições, agindo sempre pela forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo, por isso, uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, e não como por lapso foi indicado, mantendo-a em tudo o restante, nomeadamente quanto à data e forma de aquisição do prédio, e o valor então atribuído ao bem. Que da escritura não resulta acto contrário ao disposto no artigo 1376º do Código Civil. Cartório Notarial de Ourém, a cargo da Notária Alexandra Heleno Ferreira, onze de maio de dois mil e vinte e dois.

A Notária Sónia Marisa Pires Vala - 46 | Conta registada sob o nº 526 Jornal da Batalha, edição nº 382 de 16 de maio de 2022

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas quarenta e sete a folhas quarenta e oito, do Livro Duzentos e Oitenta e Um - B, deste Cartório. António Monteiro Ribeiro, NIF 114 651 698 e mulher Isabel Maria de Sousa Ferreira Ribeiro, NIF 114 651 701, casados sob o regime da comunhão geral, naturais, ele da freguesia e concelho da Batalha, ela da freguesia e concelho de Leiria, residentes na Rua Ilha dos Amores, n.º50, Bloco C, 3.º Dt.º, Parque das Nações, Lisboa, declaram com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores de um quarto indiviso do prédio rústico, composto de pinhal e eucaliptal, sito em Outeiro do Cavalo, freguesia e concelho da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 6325, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número dois mil trezentos e sessenta e um/Batalha, e aí registado o referido direito pela apresentação dezoito, de dois de julho de mil novecentos e noventa e três, a favor de José Carlos Monteiro Ribeiro, solteiro, maior, residente na Batalha, já falecido. Que adquiriram aquele direito no prédio no ano de mil novecentos e noventa e nove, por compra verbal a Natália dos Reis Vieira Matias Ribeiro, viúva, residente em Ourém e Maria Monteiro Ribeiro, viúva, já falecida, residente que foi na Batalha, únicas herdeiras do referido José Carlos Monteiro Ribeiro, falecido em dezoito de dezembro de mil novecentos e noventa e oito. Que, desde aquele ano de mil novecentos e noventa e nove, que estão na posse do aludido direito no prédio, contudo, tendo a referida compra sido meramente verbal, não têm os justificantes título formal que a comprove para proceder ao registo predial. Que em consequência daquela compra verbal os justificantes possuem o identificado direito no prédio, em nome próprio, há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o referido direito no prédio por usucapião. Batalha, onze de maio de dois mil e vinte e dois. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 | Conta registada sob o nº 159 Jornal da Batalha, edição nº 382 de 16 de maio de 2022

A Colaboradora autorizada pela Notária em 25/10/2019, Cátia Patrícia Baptista Vieira, n.º 260/10 Jornal da Batalha, edição nº 382 de 16 de maio de 2022

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B

Passeio pedestre e trail O Centro Recreativo e Desportivo da Torre promove no dia 29 de maio o evento Rota das Pedreiras Históricas, que inclui um passeio pedestre (12 Km) e um trail convívio (16 Km). A concentração está marcada para as 08h30.

MAIO 2022

Suspeitos de assaltar estaleiro e furtar cobre detidos pela GNR m Três numa unidade fabril de São Mamede e um implicado no caso das instalações propriedade do município

RASPADINHA. No dia de sábado 7 de maio, o Condestável Sports Caffé, na Batalha, vendeu uma “Raspadinha da Recompensa” com um prémio de 30 mil euros, o máximo possível. O prémio foi vendido pelo proprietário, Rui Pereira, também dono da Papelaria Condestável, onde a sorte tem batido igualmente à porta dos clientes, neste caso também com a contribuição de Lisete Pereira.

Um homem de 40 anos suspeito de furto no estaleiro da Câmara da Batalha ficou em prisão preventiva a aguardar o desenvolvimento do processo, como anunciaram no dia 22 de abril as autoridades policiais. “No âmbito de uma denúncia a dar conta de um furto ocorrido em armazéns, os militares encetaram diligências que permitiram localizar o veículo onde seguia o suspeito”, referiu o Coman-

do Territorial de Leiria, explicando que, “ao aperceber-se da viatura” da GNR, “o suspeito colocou-se em fuga”, mas acabou intercetado e detido. Na viatura estavam torneiras, que foram apreendidas, adiantou a GNR, referindo que o veículo foi furtado em Minde, concelho de Alcanena (Santarém), tendo sido devolvido ao proprietário. O suspeito, desempregado, tem antecedentes pela prática de crimes semelhantes, além de coação, burla, simples e qualificada, e condução sem habilitação legal. Entretanto, no dia 2 de maio a GNR anunciou a detenção em flagrante delito de três homens, com idades

compreendidas entre os 45 e os 59 anos, em São Mamede, durante o furto de cobre. “Na sequência de uma denúncia, os três indivíduos foram detidos no interior de uma unidade fabril, na qual tinham entrado após arrombamento de porta para furto de cobre”, explicou o Comando Territorial da GNR de Leiria.

Além da detenção, numa operação que envolveu o Núcleo de Investigação Criminal de Leiria e o Posto Territorial da Batalha, foram ainda apreendidas ferramentas utilizadas para a prática do crime. Os três homens foram constituídos arguidos e o processo remetido para o Tribunal de Leiria.

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Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529

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