JORNAL DA BATALHA EDICAO MARÇO 2022

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PORTE PAGO

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXXI Nº 380 | MARÇO DE 2022 |

Batalha contra a guerra


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março 2022

Jornal da Batalha

Espaço Público s A Opinião de António Lucas Ex-presidente do Município da Batalha

Prestação de contas O mês de março é por excelência e imperativo legal o mês da prestação de contas das empresas, mas também das autarquias, para apresentação em abril às assembleias municipais. Este período deveria ser acompanhado, especialmente pelas autarquias, atendendo à especificidade do ano de 2021, com um executivo em funções até outubro, nos casos em que ocorreu uma mudança, e outro depois, para explicar muito bem as referidas contas, mas acima de tudo aproveitar a oportunidade para

prestarem contas aos cidadãos em geral dos primeiros seis meses de atividade deste novo mandato. Seis meses representam um oitavo do mandato e, como o tempo passa muito depressa, será tempo da prestação das primeiras contas aos munícipes, que querem saber o que é que os novos eleitos já fizeram, em prol da melhoria das condições de vida dos seus concidadãos e acima de tudo o que já alteraram e que vinha mal detrás e ainda quais os resultados dessas mudanças. A prestação de contas é

uma das mais importantes regras da democracia, sendo um imperativo ético, uma regra e uma obrigação, logo é para ser cumprida com regularidade. Por regra, quer nos municípios, quer nos governos, dá-se muito mais importância a divulgação da aprovação dos orçamentos, do que a aprovação das contas. Nada mais errado. No mínimo, a importância de um documento devia ser igual à do outro. O primeiro mais não é que um projeto de intenções, que só saberemos se foi cumprido, melhor ou

pior executado, se conferirmos e discutirmos bem a prestação de contas. Até porque os orçamentos sofrem regularmente alterações profundas que os podem desvirtuar completamente, sem que o povo disso se aperceba. Muitas vezes nem os eleitos locais e os deputados na Assembleia da República se apercebem dessas alterações, sendo esta mais uma das razões para que se justifique a regular prestação de contas aos cidadãos. No caso dos movimentos independentes, em que

a proximidade da relação com os eleitores, com os munícipes, com o povo deve ser grande e muito maior do que nos partidos, estas preocupações e demonstrações de transparência têm que ser elevadas a níveis muito superiores ao normal dos partidos tradicionais. Quero deixar uma palavra de grande solidariedade para o povo ucraniano, nas pessoas da comunidade ucraniana da Batalha, especialmente neste momento muito difícil, em que os seus familiares, amigos e conterrâneos estão sujeitos

a uma agressão inqualificável, desencadeado por um louco que mundo tem dificuldades em fazer parar. Coragem e contem connosco para vos apoiar, especialmente neste momento muito difícil.

s A Opinião de Andreia Santos e Dália Silva Simpatizantes da Iniciativa Liberal

Está na hora de aliviar a sua carteira! Dia 24 de fevereiro, o equilíbrio de liberdade, democracia e respeito territorial entre nações foi alterado e o inimaginável aconteceu. Em pleno século XXI assistimos a uma invasão em larga escala por uma potência mundial nuclear. Ora, o que todos aprendemos com a Guerra Fria é que um país com armas nucleares nunca pode ser combatido de forma direta, sob risco de daí resultar um holocausto nuclear. É perante este dilema que os dirigentes dos países da NATO se encontram. Vemo-nos assim reféns da utilização de outro tipo de armas, mais indiretas, como as sanções económicas. Estas armas nem sempre atingem os seus objetivos. Passado algum tempo o ser hu-

mano com os seus interesses económicos acaba por encontrar formas de as contornar. Por outro lado, estas sanções, também acarretam inconveniências para nós, sobretudo na nossa carteira. Apesar de Portugal apenas depender em 10% do gás natural da Rússia, não podemos achar que não iremos ser afetados fortemente, tal como o recém-eleito Governo de maioria absoluta continua a propagandear. O mercado irá sofrer com a diminuição da oferta e o preço irá necessariamente aumentar para todos. Seja do gás, seja de qualquer outra fonte de energia. É preciso energia para trabalhar e viver. E já numa situação de crise energética, o governo autorizou o encerramento das centrais termoelétricas de Sines

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

e Pego. Neste momento, já gastámos as nossas reservas de água e não podemos recorrer à energia hídrica. Resta-nos ficar dependentes do gás da Argélia, um país não democrático e em conflito militar com Marrocos, sujeitando-nos a problemas em toda a cadeia de abastecimento, bem como das centrais espanholas a carvão, menos eficientes que as de Sines e do Pego, logo, mais caras. Para além disso, não podemos esquecer que a Ucrânia é um dos maiores produtores de cereais, tais como o milho (em 2021 importámos daí 51,2% do milho) e o trigo, afetando assim o custo do pão e da carne, entre outros bens alimentares. Ainda assim, é importante não esquecer que toda esta

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

situação não é apenas causada pela guerra, tal como o nosso Governo nos quer fazer crer, mas sim agravada pela mesma. Os problemas com as cadeias de abastecimento já vêm desde 2020 com o aparecimento da pandemia, tendo por base os sucessivos confinamentos e respetivas interrupções de produção, que levaram a uma diminuição da oferta e consequente aumento de preços das matérias-primas em geral e dos transportes. Perante isto, o nosso governo anunciou a subida do reembolso mensal do programa do AUTOvoucher de 5€ para 20€ durante o mês de março, esquecendo-se assim da promessa realizada pelo seu então ministro das Finanças, Mário Centeno, de baixar a carga fiscal so-

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

bre os combustíveis caso o preço do petróleo subisse. Não seria mais justo e mais abrangente baixar a carga fiscal sobre os combustíveis do que implementar um programa híper complexo que apenas alguns poderão ter acesso? Quando abastecemos, 60% do que pagamos são impostos, o que significa que por cada 100€, 37,5€ são impostos. E com mais 37,5€ na sua carteira pode fazer face aos aumentos que se avizinham. E as empresas? Que apoios terão? Sem a baixa de impostos, as empresas não terão outra opção senão aumentar os preços dos seus produtos. Qual será a solução do Governo para diminuir o impacto dos aumentos de energia, alimentação, transportes, etc.? Não estará na hora

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

de baixar os impostos, quer às famílias, quer às empresas, de forma a enfrentar todos os desafios que se apresentam nesta nova realidade?

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


Jornal da Batalha

Espaço Público Opinião

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s Baú da Memória José Travaços Santos

A Ucrânia vítima duma agressão injustificável Quase oitenta anos passados da guerra desencadeada pela loucura de Hitler, um dos países do leste europeu está a sofrer uma invasão sem nada que a justifique e ainda menos que a possa perdoar. Os portugueses do nosso tempo conhecem bem o povo ucraniano. É gen-

te boa, pacífica, educada, trabalhadora e honesta. Não merecia estar a passar agora por esta tragédia urdida e imposta pela Rússia. Se não lhe pudermos acudir doutra forma, rezemos para se libertar da agressão de que está a ser vítima.

A fotografia que se publica tirei-a, por altura do Natal ortodoxo, no pati m da nossa Ig reja Matriz. Que bela e sentida manifestação de fé e, simultaneamente, manifestação duma das culturas europeias mais antigas e expressivas!

s Espaço do Museu

Museu da comunidade – os objetos que nos cederam Objetos das oficinas do carpinteiro e do ferreiro

p José Fernando Vieira, ao lado da vitrine onde se expõem alguns objetos por si A sala do Museu dedicada à exposição “100 anos de Carvão. Minas de Carvão da Batalha: 1854-1954” exibe uma grande diversidade de objetos, oriundos do conce-

lho da Batalha e de outras regiões do país. Mas é especificamente de Alcanadas – Batalha que vêm as peças que destacamos este mês. Falamos de ferramen-

tas e utensílios utilizados nas oficinas das minas das Barrojeiras. Estes objetos representam as diversas atividades de apoio à atividade minei-

ra. Para além da área administrativa, a mina reunia profissionais de todas as especialidades, nomeadamente engenheiros, desenhadores, topógrafos, pedreiros, eletricistas, maquinistas, “operários de fundo”: mineiros, safreiros, entivadores e carregadores de fogo. A estes juntavam-se os carpinteiros, os serralheiros e os ferreiros, que trabalhavam nas oficinas da mina para a construção e reparação de estruturas fundamentais para as atividades de exploração. De acordo com a documentação e com recolhas orais, os vencimentos diários, registados em 1939, para estas profissões eram os seguintes: serralheiro – 14$40; o carpinteiro – 10$00; ferreiro - 10$80. Os objetos de José Fernando Vieira Nascido e criado em Alcanadas, José Fernando Vieira,

tem uma forte ligação com a atividade mineira, sendo “vizinho” da boca da mina. Elemento imprescindível na equipa de investigação da exposição “100 anos de Carvão. Minas de Carvão da Batalha: 1854-1954”, o nosso amigo Zé Fernando, revelou-nos, desde o começo do projeto, um enorme entusiasmo pela defesa da memória das Minas da Batalha. Foi um dos porta-vozes fundamentais entre o Museu e a comunidade de Alcanadas, facilitando o contacto com os antigos trabalhadores das minas. Com ele, foi possível fazer recolhas orais e reunir alguns objetos que hoje estão em exposição no MCCB, nomeadamente os objetos de carpintaria e serralharia que destacamos nesta edição. Alguma destas peças estavam em mau estado de conservação, tendo sido o próprio José Fernando Viei-

ra a cuidar delas e a repará-las para que hoje se possam exibir com dignidade no museu. É, ele próprio, um colecionador, tendo cedido algumas das peças em exposição, nomeadamente um serrote traçador (que já vem dos avós), um arco de pua e uma enxó – usados na carpintaria, e uma tenaz de ferreiro. Assim se constrói o Museu de Todos e se completa a vasta história da Batalha, sendo José Fernando Vieira um colaborador fundamental. Recordamos que o museu abre de quarta-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Siga-nos também nas nossas redes sociais (Facebook: MCCB – O museu de todos) e acompanhe as nossas atividades. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

s Mão à palmatória

“Reciclagem aumenta 10% na área de intervenção da Valorlis” Retificamos um parágrafo da notícia com o título acima, publicado na edição de fevereiro, pedindo desculpa à Valorlis e aos leitores pelo erro.

“Parcelarmente, foram recolhidas 5.256 toneladas de vidro, 5.878 toneladas de papel/cartão e 2.688 toneladas de embalagens de plástico e metal”, explica a

empresa, adiantando que “a separação nos ecopontos aumentou 10% face a 2020 (e não 2019 como, erradamente, está escrito na última edição em papel)”.

Estatuto editorial O Jornal da Batalha é um jornal mensal; O Jornal da Batalha tem como preocupação dominante a defesa dos valores; O Jornal da Batalha é um jornal independente de quaisquer forças políticas e/ou económicas; O Jornal da Batalha

rege-se, única e exclusivamente, pelos valores e princípios deontológicos que norteiam o exercício de uma Comunicação Social livre, democrática, aberta e responsável; O Jornal da Batalha assume-se como palco privilegiado da reflexão

necessária ao desenvolvimento do concelho da Batalha; O Jornal da Batalha é pluralista na opinião; O Jornal da Batalha é um espaço aberto a todas as opiniões conscientes sobre temas de interesse para a região onde se insere.


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Jornal da Batalha

Guerra na Europa

Foto: António Sequeira/Fotovisão

Concelho transformado em entreposto de solidariedade para com o povo ucraniano

p Os refugiados já começaram a chegar à Batalha

m A Assembleia Municipal da Batalha aprovou uma moção de solidariedade que repudia “a invasão da Ucrânia pelo exército russo, sem qualquer justificação e ao arrepio do direito e das convenções internacionais”

a comunidade ortodoxa da Batalha têm mobilizado esforços para apoiar os que fogem da invasão russa. Há empresas que manifestaram disponibilidade para receber os refugiados, bem como particulares e até o Rancho Folclórico Rosas do Lena, da Rebolaria, anunciou a vontade de acolher 30 pessoas nas suas instalações, que estão capacitadas para receber grupos, com todas as condições. Quanto à ajuda, uns dias antes partiram do Centro

Paroquial da Batalha os primeiros três camiões, com destino à Hungria, à base da Cruz Vermelha Húngara, à Polónia, a Lviv e a Rivne, na Ucrânia. Seguiram carregados com bens de consumo de primeira necessidade e medicamentos. Sob coordenação da comunidade ortodoxa ucraniana na Batalha, com a colaboração da paróquia católica, da Diocese de Leiria-Fátima, que cede o espaço, continuam a ser recolhidos bens alimentares, rou-

munidade ucraniana residente no Concelho”. Numa iniciativa de apoio, designada “Manifestação pela Paz” realizada junto ao mosteiro, que contou com a participação de dezenas de pessoas, “foram dados a conhecer relatos muito preocupantes face à recente invasão daquele país pela Rússia”. A Assembleia Municipal da Batalha, por seu lado, aprovou uma “Moção de Solidariedade para com o Povo da Ucrânia”, apresentada pela mesa do órgão e pelo deputado da Iniciativa Liberal, que repudia “a invasão da Ucrânia pelo exército russo, sem qualquer justificação e ao arrepio do direito e das convenções internacionais”. A moção, aprovada por unanimidade, expressa “a consternação das deputadas e dos deputados, bem como a sua profunda solidariedade para com o povo ucraniano, em particular com a comunidade ucraniana residente no Concelho da Batalha”. “Relembramos também que Portugal e a Batalha sempre foram, e continuarão a ser, um porto de abrigo para todos aqueles que procuram viver sobre os prin-

Foto: António Sequeira/Fotovisão

A Batalha transformou-se num dos principais en-

trepostos nacionais de solidariedade para com o povo ucraniano, concentrando a recolha de bens de uma vasta região, enviados e a enviar para o país em guerra, e na receção a dezenas de refugiados. No dia 11 de março chegaram três dezenas de ucranianos - o número deve duplicar nos próximos dias -, sobretudo mulheres e crianças, aos quais foram assegurados refeições e alojamento. As autoridades, sociedade civil, paróquia local e

pas, e material de primeiros socorros. O responsável pela paróquia católica da Batalha, padre Armindo Ferreira, explicou que foi disponibilizado um espaço à comunidade ortodoxa. Natacha Kravets, uma das organizadoras da iniciativa solidária, disse que “num momento muito difícil, precisam da ajuda de todos, da compreensão de todos”. Segundo Natacha Kravets, não são apenas “20 pessoas – ucranianos, portugueses, franceses” – que estão a “fazer voluntariado, a fazer solidariedade”, mas “Portugal todo. Toda a região” – “Batalha, Marinha Grande, Leiria, Ourém, Coimbra” – está a entregar bens, mas também o Porto. “Estamos muito unidos”, realça sobre esta colaboração que existe entre as duas igrejas cristãs, observando que a paróquia “está ajudar muito” a comunidade ucraniana. Para Nataliya Kravets, ucraniana radicada na Batalha, uma frase descreve bem o sentimento de residir cá: “Minha Ucrânia é meu Portugal”. Entretanto, o presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro, expressou “total solidariedade para com a co-

p São sobretudo mulheres e crianças

p O centro paroquial foi transformado em entreposto de solidariedade


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Guerra na Europa Batalha

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Vontade de ajudar atravessa toda a comunidade batalhense

p Camiões da região partem carregados de ajuda humanitária

p No centro paroquial trabalha-se de dia e de noite

O entreposto localizado no centro paroquial da Batalha já mobilizou o apoio de mais de uma centena de ucranianos da região e o dobro de portugueses, com o especial envolvimento dos escuteiros do concelho e dos seus familiares. A Batalha, como já se referiu, tornou-se num centro de distribuição quase a nível nacional, para onde afluem entregas de Porto de Mós, Marinha Grande, Fátima, Ourém, Tomar, Abrantes, Torres Novas, Cartaxo, Alcanena, Entroncamento, Alcobaça, Torres Vedras, Coimbra, Aveiro ou Portalegre. Em Leiria há também um centro. Uma semana após o início da ação de solidariedade tinham sido recolhidas e enviadas mais de 88,5 toneladas de bens em seis camiões, nomeadamente das

empresas Broliveira, Luís & Filipe Vitória V8 e Ligação Veloz, e sete carrinhas, estas com medicamentos e alimentos para bebés. Entre outras entidades e empresas, além da população que, por exemplo, tem colaborado na preparação de refeições, conta-se a participação da Câmara da Batalha, Erofio, Reboques Sousa, Patrovitrans, Translégua, Panidor, Simplastic, Valdilisa, Justo, Leiriplás e de farmácias. A Creche Jardim Mouzinho de Albuquerque, da Paróquia da Batalha e a empresa IMB enviaram uma carrinha para trazer crianças. Entretanto, foi constituída no dia 2 de março a “Batimento Veloz – Associação Apoio ao Emigrante”, com sede na Golpilheira e quatro signatários, com o fim principal de “promoção e de-

senvolvimento de ações de carácter humanitário e de solidariedade social, onde se incluem ações de intervenção social, cultural, recreativa, educativa e formativa”. Apoiar os indivíduos e as famílias carenciadas a vários níveis, procurando intervir por via do encaminhamento social nessas carências e na sua prevenção; crianças e jovens; família; à integração social e comunitária; proteção dos cidadãos na velhice e invalidez e em todas as situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de incapacidade para o trabalho; promover a realização de ações culturais e recreativas; educação e formação profissional dos cidadãos; apoio à criação de emprego e incentivo ao empreendedorismo”, contam-se entre os seus objetivos.

p Ajuda da Batalha à chegada ao destino cípios da liberdade, paz e democracia”, enfatiza o documento. União regional Para melhor articulação das disponibilidades de alojamento e garantir um apoio mais eficaz no acolhimento temporário de cidadãos de nacionalidade ucraniana, a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIM Região de Leiria) disponibilizou uma plataforma de recursos e de alojamentos nos 10 municípios, denominada “SOS Ucrânia - Região de Leiria” ( https://tinyurl.com/yc5uxp8p). Esta resposta coletiva no acolhimento de cidadãos ucranianos, realizada pelos municípios que integram a CIM Região de Leiria, será reforçada com medidas de apoio na integração nas áreas da saúde e da educa-

ção, para além do emprego e proteção social, em articulação com o Governo, organizações da sociedade civil, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e também com a comunidade ucraniana em Portugal, no sentido de responder às necessidades fundamentais, que podem ser alojamento, mas também inclusão e emprego. A Região de Leiria regista uma disponibilidade imediata e de urgência para 200 cidadãos e, com o registo de mais ofertas municipais, da sociedade civil, IPSS e empresas, será expectável que nos próximos dias se alcance o objetivo de disponibilizar apoio a um milhar de refugiados da Ucrânia, com preocupações de integração social e escolar, bem como na saúde e a disponibilidade de uma centena de camas de emergência. A re-

gião estima poder receber dois mil refugiados. A par desta resposta ao nível do acolhimento, os municípios da região de Leiria encontram-se a colaborar em campanhas de recolha de bens alimentares, medicamentos, bens para crianças, roupa quente, cobertores, pilhas e lanternas, ações coordenadas por Organizações Não Governamentais (ONG) e associações de ucranianos residentes em Portugal. A CIM da Região de Leiria também expressou a sua “solidariedade para com o sofrimento do povo ucraniano, repudiando veementemente a situação de conflito militar provocado pela liderança da Federação Russa, que acontece ao arrepio da soberania do Estado Ucraniano, da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional”.

p Comunidade ucraniana manifestou-se junto ao mosteiro

p O presidente da câmara solidarizou-se com os refugiados


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Batalha Opinião

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Jornal da Batalha

Opinião s Tesouros da Música Portuguesa João Pedro Matos

Um compositor entre o erudito e o gosto popular No domínio da chamada música clássica, abundam os exemplos de compositores que foram buscar inspiração às raízes tradicionais ou ao mesmo ao folclore dos seus respetivos países. Podemos ilustrar esta afirmação com os nomes do húngaro Béla Bartók, do checo Leos Janácek (que se interessou pela música tradicional da Morávia), do brasileiro Heitor Villa-Lobos ou do espanhol Manuel de Falla. Todos estes compositores defendiam que a música de um país devia procurar respeitar a sua cultura popular, recolhendo material no seu filão tradicional. Mas também o contrário parece válido, na medida em que há composições de música erudita que são apropriadas pelo gosto popular, como o Bolero de Ravel, o Con-

certo de Aranjuez, de Joaquin Rodrigo ou Um Americano em Paris, de George Gershwin (só para citar algumas). Mas existiu um compositor português que não só prestou tributo à cultura popular portuguesa, como muitas das suas peças foram reconhecidas unanimemente, quer em Portugal, quer no estrangeiro, como sendo de grande valor. Falamos de Frederico de Freitas que se distinguiu como insigne criador de peças de música clássica, com claro cunho nacionalista, por vezes até de feição patriótica, mas que recebeu sempre o carinho e apreço dos portugueses. É verdade que também concebeu outra música mais ao gosto popular, como aquela que escreveu para o cinema; foi ele, aliás,

o autor da banda sonora de A Severa, o primeiro filme falado e cantado realizado no nosso país. Mas a música clássica que compôs, longe de ser fácil, não afastou o grande público. A sua Suite Medieval (de 1958), o bailado A Dança da Menina Tonta (que escrevera já em 1941) ou a ópera Igreja do Mar (de 1957) receberam tanto o apreço da crítica, como do público. A sua ópera Igreja do Mar, que estreou em 1960 no Teatro Nacional de São Carlos, constitui mesmo um caso raro de reconhecimento no nosso canto lírico. Ainda assim, fica por descobrir toda uma quantidade de música de câmara, tão virtuosa como plena de interesse, como o Quarteto Concertante (de 1945) ou o Quinteto para Madeiras (de 1950).

Frederico de Freitas nasceu em Lisboa em 1902 e faleceu naquela cidade em 1980. Na sua juventude teve uma esmerada instrução musical, e estudou com professores de renome: aprendeu, entre outros, com Ricardo Reis (com quem teve lições de piano) e com Luís de Freitas Branco (que lhe ministrou Ciências Musicais). Concluiu o Curso de Composição no Conservatório de Lisboa e a seguir fez provas para concorrer a uma vaga nessa especialidade, provas em que obteve a classificação de dezanove valores. Não obstante, debateu-se com a falta de meios económicos, o que fez com que atrasasse a sua deslocação a Paris para aprofundar os seus estudos. Entretanto, a sua produção mu-

sical revelava-se em todos os géneros: música para cinema, canções populares e obras eruditas. Destas últimas, devem salientar-se seis bailados, várias missas, uma missa solene, uma cantata e diversas canções populares portuguesas. Frederico de Freitas logrou atingir grandes triunfos, quer como compositor, quer no papel de diretor de orquestra. Como compositor, as suas partituras foram tocadas por orquestras do mundo inteiro, e ficou também conhecido por haver sido o primeiro compositor ibérico a introduzir o sistema compositivo da atonalidade (sistema criado por Arnold Schoenberg, compositor austríaco que viveu entre 1874 e 1951). Frederico de Freitas foi, ao longo da sua vida (e depois postumamente), alvo

de diversas homenagens, como a que lhe foi prestada pelo cenáculo literário e artístico Tábua Rasa, corria o ano de 1971. E o seu nome deve ser registado na qualidade de um dos mais brilhantes compositores portugueses do século XX.

s Crónicas do Passado Francisco Oliveira Simões

O património cultural da Ucrânia

Neste espaço de opinião muitas vezes escrevi sobre temas escapistas, para fugir à dura realidade onde vivemos. Durante o período mais pesado da pande-

mia todas as minhas crónicas refletiram um mundo alegre e romântico, numa tentativa de nos animarmos, apesar de estarmos fechados nas nossas próprias ca-

sas. No entanto, o primeiro artigo que publiquei neste jornal, intitulado “A Derrocada de Nínive”, dava conta da terrível destruição do património histórico das civilizações da Mesopotâmia, levada a cabo pelo Estado Islâmico. Nesse texto eu falava do importante contributo para a História da Suméria do investigador ucraniano Samuel Noah Kramer, que fugiu de Kiev com os seus pais em 1905, numa época em que o czar Nicolau II impunha medidas antissemitas. Por estes dias ouvimos em todos os órgãos de comunicação social histórias idênticas a este drama familiar. A Ucrânia tem uma identidade própria, caracterizada pela rebeldia e humor de Nicolai Gogol, a paixão e poesia da escrita de Mikhail

Bulgakov e o humanismo e a coragem de Vassili Grossman. Muita influencia tiveram os autores desse grande país no que escrevi nestas páginas. Se em 2016 eu falava da destruição da nossa História, para além das mortes terríveis e incontáveis de seres humanos, agora não deixa de ser diferente. Mudámos a latitude, mas mantivemos a barbárie e o desrespeito pelo passado. O Museu Ivankiv, em Kiev, foi incendiado pelos invasores russos no final de fevereiro, pondo em risco vinte e cinco obras de arte da pintora Maria Prymachenko (1908-1997). Os diretores e funcionários dos grandes museus ucranianos estão alarmados com a possível destruição ou danificação das suas coleções

Historiador

e lutam para as proteger a todo o custo, à imagem das atitudes heroicas que assistimos na II Guerra Mundial. A arte e a cultura são o que nos guia e nos devolve a esperança. Aconteça o que acontecer, a Ucrânia está presente na nossa História e o seu legado permanecerá nos livros, exposições, concertos ou em qualquer expressão artística livre de amarras. “E depois devo chamar a vossa atenção para o professor de História. Ele tem muita aprendizagem na sua cabeça e um armazém de factos. Isso é evidente, mas ele dá palestras com tal ardor que se esquece completamente de si próprio. Uma vez ouvi-o. Enquanto ele falava dos assírios e dos babilónios, não foi assim tão mau, mas quando chegou a

Alexandre da Macedónia, não consigo descrever o que se passou com ele. Dou-vos a minha palavra, pensei que tinha deflagrado um incêndio. Ele saltou do palanque, pegou numa cadeira e atirou-a para o chão. Alexandre da Macedónia era um herói, é verdade, mas isso não é razão para partir cadeiras. O Estado tem de suportar o custo.” Nikolai Gogol In O Inspector (1836)



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Batalha Atualidade

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Jornal da Batalha

Atualidade

Candidatados ao PRR projetos do sector social no valor de quatro milhões m Creche municipal, centro de dia a instalar na Golpilheira, centro de atividades e capacitação para a inclusão e estrutura residencial para pessoas idosas na Freguesia de São Mamede As instituições do Concelho da Batalha ligadas ao sector social submeteram ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito do aviso sobre requalificação e alargamento da rede de equipamentos e respostas sociais, candidaturas cujo valor da execução ascende a mais de quatro milhões de euros. Os projetos referem-se à creche municipal, ao centro

de dia a instalar na Golpilheira, pela Misericórdia da Batalha, ao centro de atividades e capacitação para a inclusão, a ser gerido pela Casa do Mimo e à estrutura residencial para pessoas idosas, a implementar na Freguesia de São Mamede pelo Centro Social e Paroquial de São Mamede. O aviso do PRR tem como objetivo reforçar, adaptar, requalificar e inovar, nos lugares intervencionados, ou a intervencionar, respostas sociais dirigidas às crianças, às pessoas idosas, às pessoas com deficiência e às famílias. “Preconiza-se ainda como objetivos a cumprir com a nova rede de equipamentos sociais, a promoção da natalidade e do envelhecimento

p Edifício do futuro centro de dia a instalar na Golpilheira ativo e saudável, mas também a inclusão e a promoção da autonomia e da conciliação entre a atividade profissional e a vida pessoal”, refere o município em comunicado. Ainda no âmbito do PRR, mas na componente do Programa de Alojamento Estudantil a custos acessíveis, o Município da Batalha sub-

Exposição sobre instrumentos musicais da tradição da alta estremadura A Galeria do Posto de Informação Turística da Batalha acolhe até 25 de abril a exposição “Instrumentos musicais da tradição da Alta Estremadura”. A mostra exibe uma grande diversidade de instrumentos oriundos, na sua maioria, do Museu Etnográfico da Alta Estremadura, tutelado pelo Rosas do Lena. Dos instrumentos em exposição, destacam-se aqueles construídos a partir de materiais oriundos da natureza, como as madeiras, as canas, o barro e as peles de animais. Destes, são exemplo os pífaros, as ocarinas, os “sapos”, os “cartaxos”, os “cucos” e a gaita-de-foles. Também as cordas se revelam nesta exposição, merecendo a viola toeira uma

relevância especial, já que há registos da utilização deste instrumento na Batalha. Mas há mais estrelas musicais nesta exposição. Os harmónios, adotados no nosso país a partir do final do século XIX, tiveram um lugar de excelência nas manifestações populares estremenhas.

Este instrumento, junto com as concertinas, ou as gaitas de beiços exibem-se nesta mostra que visa promover e perpetuar a cultura popular da Alta Estremadura. A exposição pode ser visitada diariamente, até 25 de abril, das 10h às 13h e das 14h às 18h.

p O Rosas do Lena, da Rebolaria

meteu a apreciação dos gestores do programa, a construção da residência de estudantes do ensino superior “Casa da Obra”, pelo valor de um milhão e cem mil euros, “sendo expetável a atribuição de um apoio, a fundo perdido, superior a 700 mil euros”. A residência de estudantes, equipamento que será

gerido pelo Politécnico de Leiria, implica a concretização de diversas contrapartidas para o Concelho da Batalha, designadamente através da instalação de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP) vocacionados para a formação de quadros qualificados em áreas deficitárias na região e no concelho, bem como o apoio téc-

nico, científico e pedagógico daquela instituição de ensino na dinamização de projetos de coworking e em consórcios de investigação internacionais. “As candidaturas submetidas ao PRR, caso tenham sucesso, tornarão o concelho mais competitivo e melhor preparado para enfrentar os desafios futuros que se afiguram”, refere o presidente do município, Raul Castro. “Além da dimensão relevante da criação e ampliação das respostas sociais, o município está particularmente empenhado em concretizar ações e projetos no âmbito da eficiência energética, face aos grandes desafios emergentes pelas alterações climáticas”.conclui.

Pioneiros da Caranguejeira fazem raid noturno até à Quinta do Escuteiro Os Pioneiros do Agrupamento 1041 Caranguejeira partiram numa atividade nos passados dias 4, 5 e 6 de fevereiro com o imaginário “A Idade do Gelo”. Este imaginário, tal como a história do filme em que se baseou, consiste num grupo de improváveis amigos que percorre um caminho difícil para entregar uma criança em segurança à sua família. Desta forma, este grupo aceita esta responsabilidade e vai-se conhecendo melhor durante a sua viagem. Também nós, Pioneiros, fizemos o nosso percurso, durante o qual nos pudemos conhecer melhor, o que é essencial para um bom trabalho em equipa. A atividade teve início nas Cortes, na sexta-feira à noite, com um raid noturno até à Quinta do Escuteiro, na Batalha, onde finalmente parámos e montámos cam-

p Escuteiros do Agrupamento 1041 Caranguejeira po para podermos descansar. No sábado de manhã, pudemos conhecer e/ou praticar algumas técnicas, tais como nós, amarrações e froissartage (entalhes/encaixes na madeira), bem como fizemos um jogo que nos permitiu conhecer melhor a Quinta do Escuteiro. No sábado à tarde, tivemos a oportunidade de conhecer melhor a Vila da Batalha e a sua história através de um peddy-paper e, ao final da tarde, assistimos

à eucaristia na Capela de São Jorge. Após o jantar, juntámo-nos ao redor da fogueira para mais um Fogo de Conselho no qual partilhámos as várias peripécias que nos tinham acontecido até ao momento. No domingo de manhã, foi tempo de desmontar campo, terminando a atividade com a avaliação da mesma e com uma cerimónia de encerramento Joana Gaio e Simão Jorge Pioneiros do Agrupamento 1041 Caranguejeira



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Batalha Opinião

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Jornal da Batalha

s À Mesa Ana Caseiro Cozinheira

Frango na púcara de Alcobaça

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, monumento fundador do Gótico Cisterciense em Portugal, começou a ser construído no século XII. A Igreja da Abadia segue o modelo de Pontigny, em França: uma arquitetura de rigor aplicada à nave central com mais de cem metros de comprimento. Na ornamentação da Capela de S. Bernardo entraram mãos da terra: os barristas de Alcobaça criaram

uma das suas obras, as estátuas em terracota. E depois há a cozinha e as soluções engenhosas que encontraram para trazer água a um espaço amplo com preocupações de higiene. Na história deste mosteiro há também uma vocação para o ensino; no século XVII chega mesmo a ser a mais importante escola monástica do reino, mas já antes eram ali preparados os noviços e os monges repro-

duziam livros para oração. É onde estão os túmulos da escultura funerária gótica que guardam os amantes D. Pedro e D. Inês, a rainha assassinada em Coimbra por ordem de D. Afonso IV. Vamos ao que interessa! “Frango na púcara” é um prato típico da culinária de Portugal, faz parte da gastronomia da cidade de Alcobaça, onde foi criado na década de 1960. Inicialmente era confecionado com pom-

bos e perdizes em vez do frango. Tal como o nome sugere, é preparado numa panela de barro denominada púcara. É possível encontrar essas púcaras em mercados municipais ou em Alcobaça em lojas específicas para este prato. Para além do frango, o prato é preparado com presunto, tomates, cebolas, mostarda, manteiga, Vinho do Porto e/ou vinho branco, aguardente velha, alho, passas e louro, sal e pimenta. Estes ingredientes são todos levados ao lume numa púcara, que deve ser tapada com a sua tampa de barro, até que o frango esteja alourado. Nas várias receitas que encontrei varia entre chouriço e presunto, a utilização de cenouras e salsa consoante o gosto. De seguida apresento a receita de Maria de Lourdes Modesto, “A Diva da Gastronomia Portuguesa”, cozinheira de mão cheia, com muito conhecimento sobre a gastronomia com mais de 28 livros publicados, que en-

contrei no livro “Cozinha tradicional portuguesa” original, simples e deliciosa. Ingredientes para quatro gulosos 1 frango cerca de 1,300 Kg 75 gr de presunto 4 tomates médios 10 cebolinhas 2 dentes de alho 2 colheres de sopa de manteiga 1 colher de sopa de mostarda 1 cálice de vinho do Porto 1 cálice de aguardente velha 1 dl vinho branco 6 passas de uvas Azeite q.b. Sal q.b. Pimenta q.b. Preparação: Aqueça o forno a 220º graus. Corte o presunto em cubos, descasque os tomates, retire as sementes e pique os alhos. O frango corta-se em peças e coloca-se dentro da púcara. Adicione todos os ingredientes den-

tro da púcara. Tape a púcara e leve ao forno cerca de 40 minutos. Se não tiver uma púcara pode ser preparado num tacho de barro. De seguida retire a tampa e deixe mais 10 minutos dentro do forno. E está pronto a degustar, leve a mesa a púcara para fazer “brilharete”. Mais simples que isto é impossível! A não ser ter um cozinheiro privado a cozinhar! Eu aconselho servir este frango com arroz de grelos ou batatas à padeiro e nabiças cozidas ou para os mais gulosos batata doce de todas as formas, fritas, assadas, em puré. Boas degustações!

s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Valorizar o que temos e o local onde habitamos O mês de março traz mais vigor. São mais as horas de sol, o que parece tornar o dia maior, pelo menos é esta a sensação que tenho e que muita gente partilha comigo. E se repararmos bem, é um mês cheio de celebrações. Celebramos as mulheres da nossa vida, que nos deram e ajudam na vida, sejam elas mães, avós, filhas, netas, amigas, conhecidas, ou apenas mulheres. Todos os seres têm as suas particularidades e acredito que podemos sempre potenciar o melhor de cada um, se a isso nos propusermos. Na natureza isso também acontece a isso chama-se consociação favorável. Ou seja, há plantas que ao serem plantadas

juntas, melhoram o crescimento umas das outras. Já em outras edições aqui expusemos o esquema das consociações favoráveis, mas posso relembrar que, por exemplo, junto dos batatais, podemos plantar/ semear espinafre e feijão, no caso do espinafre, até pode ajudar a cobrir o solo e assim a manter os pés das batateiras, com menos necessidade de rega, pois mantem a humidade no solo, e com isso também diminui a proliferação de ervas indesejáveis. V ive m o s a t u a l m e n te uma época que a nível mundial traz-nos diversas angústias, no entanto há que valorizar o que temos e o local onde habitamos, e os nossos quintais podem sempre fornecer-nos

os bens essenciais para a nossa vida - que saibamos cultivar com respeito pela natureza e tudo o que ela nos dá. Outras gerações antes de nós passaram por privações muito maiores e duradouras e superaram-nas, que assim seja também connosco, há que manter a esperança e valorizar o momento de agora. Há um pensamento que me acompanha: podemos não controlar tudo o que se passa à nossa volta, mas podemos controlar a forma como acolhemos o que ouvimos e sentimos. Vamos então dar mais valor às flores que nos sorriem com a sua beleza, ao chilrear dos pássaros que cantam para nós, ao vento que nos sacode o cabelo, ao sol que nos acaricia o rosto.

Este é o mês de sementeiras e plantações por excelência. Hortícolas para semear e/ou plantar ao ar livre: abóboras, aipo, alfaces, alho francês, batatas, beringelas, beterrabas, broculos, cebolas, cenouras, coent ros , couves-f lôr, couves-repolho, espinafres, ervilhas, malaguetas nabiças, nabos, pepinos, pimentos, salsa, tomates, rabanetes, rúcula, coentros, calêndulas. Jardim semear: amores perfeitos (f lores comestíveis) cravos, crisântemos, dálias, bocas de lobo, capuchinhas (estas são excelentes para circundar a nossa horta), agrião de jardim. Arbustos e árvores de fruto para plantar: amo-

reiras, arandos, framboesas, groselheiras, mirtilos, morangueiros, videiras.

Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas colheitas.


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Atualidade Batalha

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Processo de descentralização e regionalização “tem que correr bem” m Para Joaquim Ruivo, a descentralização, regionalização e governação multinível é algo que precisa mais do que o consenso político necessário para permitir o referendo A participação ativa das assembleias municipais no processo de descentralização e regionalização, bem como a governação multinível, enquanto modelo para a transferência de competências e descentralização, foram duas das mensagens centrais do 3º Congresso da Associação Nacional de Assembleias Municipais (ANAM). Para o presidente da Assembleia Municipal da Batalha, Joaquim Ruivo, a descentralização, regionaliza-

p Joaquim Ruivo, presidente da AMB ção e governação multinível é algo que precisa mais do que o consenso político ne-

cessário para permitir o referendo: “A verdade é que o assunto tem que ser analisa-

do e debatido com rigor, não descurando modelos estruturados e coerentes de des-

centralização que correspondam, efectivamente, às necessidades de desenvolvimento do país, nos bons princípios de corrigir assimetrias e potenciar a coesão”, referiu. Reforçando uma das ideias deixadas no encontro que juntou mais de 200 participantes, a 19 de fevereiro na Covilhã, Joaquim Ruivo partilha da ideia de que “este é todo um processo que tem que correr bem, sob pena de estarmos a hipotecar o futuro do país”. Por outro lado acredita que “toda a discussão que possa haver sobre o assunto não pode prescindir, desde logo, como é natural, do contributo da ANAM uma vez que congrega os representantes daquele que, pelas suas competências, é o órgão máximo e mais representativo da democracia local e do governo autárqui-

co: a assembleia municipal”. Atento à necessidade de dotar as assembleias municipais de melhores condições para realizarem o seu trabalho de fiscalização, Albino Almeida, presidente da ANAM, acredita que “o sucesso da descentralização passa pelo envolvimento dos municípios, não só na sua vertente executiva, mas também na sua vertente deliberativa, o que implica mais capacitação para as AM.” No entender da ANAM, que conta já com 180 associados, este é um desejo que terá de ser consagrado numa nova lei eleitoral autárquica e num renovado estatuto dos eleitos locais, por forma a consolidar e aprofundar conquistas dos 46 anos de democracia já vivida e de cujo trajeto as Assembleias Municipais fazem parte em definitivo.

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Batalha Atualidade

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Jornal da Batalha

Autarcas preocupados com a seca querem prevenir fogos florestais

p Instalada comissão sobre fogos rurais

p Seca preocupa 10 concelhos da região integrada de fogos rurais, bem assim emitir parecer sobre os novos programas municipais de execução que entrarão em vigor no próximo dia 01 de janeiro de 2023, substituindo os atuais Planos Municipais de Defesa da Floresta contra Incêndios.

p Apoiados mais de 47 mil passes

m A CIM da Região de Leiria instalou da Comissão Sub-Regional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, decidiu implementar com prioridade ações contra a falta de água e apoiou a aquisição de 47.715 passes de transportes públicos A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIM Região de Leiria), que integra o Concelho da Batalha, promoveu no dia 15 de fevereiro a primeira reunião de instalação da Comissão Sub-Regional de Gestão Integrada de Fogos

Rurais (CSRGIFR-Região de Leiria). Esta comissão sub-regional assume a execução da estratégia de gestão integrada de fogos rurais, a articulação dos programas de gestão do fogo rural e de proteção das comunidades contra incêndios rurais, de acordo com o novo Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR). Durante a reunião foi aprovado o regulamento de funcionamento da comissão sub-regional, abordado o projeto de videovigilância florestal, apresentada a previsão de execução de faixas de gestão de combustíveis no ano de 2022 pelas entidades competentes e discutidas as ações de sensibilização a desen-

volver no presente ano em toda a Região. A CSRGIFR-Região de Leiria é constituída por 30 entidades públicas e privadas com competências ou matéria de gestão integrada de fogos rurais, com a missão de proceder à monitorização e avaliação da execução do programa sub-regional de ação e propor melhorias operacionais a implementar nos anos seguintes, assim como promover o cumprimento dos programas de comunicação, de acordo com a estratégia nacional. Ao nível do planeamento estratégico, cabe esta nova comissão sub-regional aprovar o designado programa sub-regional de ação, em matéria da gestão

Passes apoiados A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIM Região de Leiria) apoiou no ano passado a aquisição de 47.715 passes de utilização mensal nos transportes públicos, o que representou um investimento superior a 665 mil euros comparticipados em 80% pelo Fundo Ambiental. “Do total, 67% correspondem a passes dos sistemas urbanos de Leiria, Marinha Grande e Pombal e 33% a passes dos restantes serviços de transportes incluindo os passes ferroviários”, explicou no dia 28 de fevereiro a CIM Região de Leiria, adiantando que, em média, “foram apoiados 4.600 passes por mês e cada passageiro poupou 50% no custo do passe”. Comparativamente a 2020, “constatou-se um aumento de 13% no número de passes apoiados, sendo este valor um sinal positivo atendendo às circunstâncias excecionais derivadas

do impacto da pandemia Covid-19 que afetou fortemente o serviço público de transporte de passageiros”. Neste contexto, “a CIM Região de Leiria em colaboração com os municípios e os operadores trabalham em conjunto no sentido de proporcionar permanentemente uma oferta adequada às necessidades de mobilidade regional, que permitisse o cumprimento das medidas sanitárias”, implementando “medidas excecionais que representaram um investimento de 2.175 mil euros financiados pelo Fundo Ambiental”, adianta em comunicado a CIM Região de Leiria. Para 2022, “o objetivo passa por reorientar as verbas disponibilizadas pelo Fundo Ambiental para outras medidas que permitam melhorar a qualidade do serviço, estando já em fase final de estudo a implementação de um serviço de mobilidade para territórios de baixa densidade, vulgarmente designado por transporte a pedido, cujo início se prevê para o 2º semestre”, conclui o comunicado. O apoio desenvolveu-se no âmbito do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART). Seca: medidas

Nos últimos meses, a seca e a consequente falta de água são “um problema que preocupa” os dez municípios da CIM Região de Leiria, que “começam a sentir os efeitos do aumento da frequência e severidade das secas associado à diminuição da precipitação”. “Na primeira linha de preocupações está a diminuição da disponibilidade hídrica decorrente da redução da diminuição total, da precipitação nos últimos meses e do número de dias com precipitação, com efeitos nefastos ao nível das reservas de água e escassez de recursos hídricos para a atividade agrícola”, refere a CIM Região de Leiria em comunicado. Por isso, em complemento com as ações já desenvolvidas pelos municípios, “decidiu implementar com prioridade algumas ações”, como antecipar os trabalhos em curso da “Estratégia Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas da Região de Leiria” e “adotar medidas comuns e de articulação entre os 10 municípios, consubstanciadas em definir um Plano Intermunicipal de Gestão de Recursos Hídricos e de medidas de emergência em situações de escassez de água”.


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Atualidade Batalha

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Incêndio volta a ferir e desalojar pessoas na freguesia de São Mamede m Aconteceu um dia depois de uma explosão provocada por gás, também na freguesia, ter causado dois feridos e 21 desalojados, conforme o Jornal da Batalha noticiou na edição de fevereiro Um incêndio num apartamento em Casal Vieira, na freguesia de São Mamede, provocou no dia 13 de fevereiro cinco feridos, dois graves e três ligeiros. O alerta para o incêndio foi dado às 19h02 e, além dos cinco feridos, que foram transportados para o Centro Hospitalar de Leiria, um outro cidadão foi assistido no local. O incêndio destruiu um

apartamento e provocou cinco desalojados, que foram apoiados pelo Serviço de Proteção Civil da Batalha. A tomar conta da ocorrência no local, estiveram os bombeiros da Batalha e de Mira de Aire, apoiados por uma viatura do INEM, assim como a GNR. A origem do incêndio é ainda desconhecida, estando a ser apurada pelas autoridades. Este incêndio aconteceu um dia depois de uma explosão provocada por gás, também em São Mamede, ter causado dois feridos e 21 desalojados, conforme o Jornal da Batalha noticiou na edição de fevereiro. Neste caso, a Câmara da Batalha divulgou que, através do Serviço de Proteção Civil Municipal, empenhou os meios de apoio aos desalojados dos apartamen-

p Prédio onde se deu a explosão de gás tos que “sofreram danos consideráveis resultado de uma explosão verificada às 20h00”. O presidente do município e responsável pela Proteção Civil Municipal, Raul Castro, destaca “a pronta atuação dos Bom-

beiros a Batalha, que empenharam no local diversos operacionais e viaturas, bem como da Junta de Freguesia de São Mamede”. “A preocupação (na altura) prende-se com a total recuperação de uma víti-

ma que devido às queimaduras, se encontra internada no Hospital de Santo André, em Leiria”, adianta. À exceção de uma família que teve de ficar então numa unidade hoteleira, as restantes foram realojadas em casa de familiares.

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Mulher assaltou duas casas e foi apanhada Uma mulher de 34 anos indiciada da prática de dois crimes de furto qualificado em duas habitações no concelho da Batalha, no dia 16 de fevereiro, está a aguardar julgamento em prisão preventiva. “A arguida dirigiu-se, primeiro, a uma das residências, onde entrou por uma porta que estava fechada, mas não trancada. Do interior da habitação, retirou as chaves de um veículo, no valor de 150 euros, apoderando-se das mesmas”, revelou a Procuradoria da República da Comarca de Leiria. Depois, a suspeita “dirigiu-se à outra residência, onde se introduziu forçando para o efeito a porta de entrada, daí retirando bens de valor não inferior a 175 euros, de que se apoderou”. A arguida, já anteriormente condenada, por duas vezes, pela prática do crime de tráfico de menor gravidade, inclusive em pena de prisão efetiva, foi detida em flagrante delito pela GNR, adiantou a Procuradoria.


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Batalha Opinião

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Jornal da Batalha

s A Opinião de Olga Gonçalves

Igualdade de género hoje para um amanhã sustentável Simultaneamente alerta e repto, o tema deste Dia Internacional da Mulher (8 de março) veicula uma oportuna dinâmica de exigência e esperança. Se, numa primeira leitura, o que mais se destaca é o motivo principal da celebração do dia – a defesa dos direitos das mulheres – a reflexão sobre o mesmo conduz-nos a um horizonte mais amplo: a viabilização de um futuro para as novas gerações. A sustentabilidade só

acontecerá mediante a ultrapassagem do antropocentrismo em que estamos mergulhados. Pelas características que lhe são inerentes, a mulher está especialmente posicionada para esta transformação. O abandono desinteressado do que é autorreferencial não lhe é estranho, acontece iterativamente no seu quotidiano. Dividindo o par, felizmente em muitas nações, as tarefas domésticas, não é desajustado dizer que a mulher

continua a desempenhar o papel de curadora da casa, vigilante do bem-estar de todos. Por extensão, o cuidado e a estima pela “Casa Comum” granjeiam o seu interesse e empenho, no desejo de um planeta habitável para todos os seres vivos. Um novo estilo de vida não se impõe por decreto, não acontece espontaneamente, alicerça-se na mimetização de pequenos gestos e de sábias escolhas. A ação pedagógica da mulher,

enquanto cidadã, profissional, mãe e decisora, é fundamental para uma revolução cultural que nos coloque na senda do sustentável. Quando abandona a lógica do descartável (não só em relação aos objetos), quando opta por um consumo racional, quando ensina o respeito pelos espaços e bens comuns, quando contribui para a preservação do ambiente, está a ser protagonista dessa mudança. Por outro lado, instalada entre nós uma atmosfera de perplexidade e desalento, urgem redutos de confiança e de tenacidade. Também neste plano, a mulher demonstra capacidade de reposicionar valores, fundear a esperança e imprimir um novo rumo ao curso dos dias. Sabe o que são longas esperas, conhece bem a função de incentivar, corrigir com firmeza e afeto. Se no perímetro estritamente familiar esta ação geralmente não encontra entraves, outro tanto não acontece, ainda, no âmbi-

Membro da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

to profissional ou na esfera social e política, onde a mulher é preterida para postos de decisão ou áreas de intervenção de grande impacto. Fica, assim, excluída a oportunidade de imprimir o seu cunho de eficiente atenção a todos, de pugnar pela reabilitação dos recursos e por uma cultura do belo. Não tem possibilidade de intervir nas decisões que, em detrimento dos lucros financeiros – de uma minoria -, libertem o planeta e seus habitantes de tudo o que o sufoca e suja. Acresce também salientar que nas regiões especialmente carenciadas e atingidas pelas consequências das alterações climáticas são as mulheres as “mais vulneráveis a esses impactos e constituem a maioria dos pobres do mundo; são mais dependentes dos recursos naturais” (in https://www. onumulheres.org.br/). Por isso, é preciso lembrar que permanece necessário ampliar e intensificar as iniciativas de sustenta-

bilidade já implementadas por mulheres, como a que acontece no Malawi, com plantação de feijão tolerante à seca. É urgente não ceder à preguiça da perpetuação de um status quo em que apenas o que é próprio interessa ou se fica pela descomprometida defesa (virtual) da Terra. Na medida em que atuarmos e formarmos no sentido da responsabilização, no horizonte de um dia-a-dia mais simples e numa visão de interesse global, estaremos a garantir que não se torne impossível a sobrevivência planetária. Dia Internacional da Mulher será então muito mais do que apenas uma data…

s Comunicado da Conselho Permanente da CEP Fátima, 7 de março

Bispos “condenam veementemente a guerra na Ucrânia” Alguns assuntos abordados na reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, que decorreu em Fátima no dia 7 de março de 2022, antes do início do Retiro do Episcopado, orientado pelo Cardeal Ricardo Blásquez Pérez, Arcebispo de Valladolid: 1. O conselho condena veementemente a guerra na Ucrânia e deseja o rápido restabelecimento da paz nesta região, convidando todos os cristãos a continuar a rezar por esta intenção. Apela a que se dê todo o apoio às famílias ucranianas em Por-

tugal no acolhimento dos seus familiares e pede às famílias cristãs para acolher e apoiar os refugiados provenientes da Ucrânia. O conselho insiste ainda na união, solidariedade e partilha efetiva para com o povo ucraniano através das Cáritas e de outras instituições da Igreja, em articulação com organismos como a Plataforma de Apoio aos Refugiados. 2. O Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) promoveu uma rede de oração de todas as conferências episcopais da Europa (“A Igreja em oração pela paz

na Ucrânia e pelas vítimas da Covid”), iniciativa que está a decorrer ao longo da Quaresma, ficando Portugal responsável pela oração do dia 29 de março. Pede-se a todas as comunidades cristãs que tenham esta intenção nas suas orações durante a Quaresma, particularmente nesse dia. Como sinal concreto, sugere-se que na Oração dos Fiéis da celebração eucarística se incluam as seguintes preces: – Pelo povo ucraniano, perseguido na sua terra e disperso pelo mundo, para que o Senhor atenda as nossas preces e os es-

forços das pessoas de boa vontade e lhe conceda a paz e o regresso a suas casas, oremos. – Pelas vítimas da Covid e dos tempos de pandemia, para que o Senhor atenda as nossas aflições e angústias, conceda o eterno descanso aos que morreram, conforto aos que choram, cura aos doentes, paz aos moribundos, força aos que trabalham na saúde, sabedoria aos nossos governantes e coragem para vencermos esta provação, oremos. 3. O conselho congratulou-se com o bom andamento da JMJ Lisboa 2023,

atualmente na fase de peregrinação dos Símbolos pelas Dioceses, e especialmente com a mensagem que o Santo Padre dirigiu hoje aos jovens: “Queridos jovens, estou a olhar para agosto de 2023! A um ano e alguns meses… Estou a olhar para Portugal, estou a olhar para Lisboa, estou a olhar para Fátima, estou a olhar para o encontro de todos vós. (…) No meio de todas estas crises, vós tendes de preparar e ajudar para que o evento de agosto de 2023 seja um evento jovem, um evento fresco, um evento com vida, um evento com força, um

evento criativo. (…) Rezo para que este encontro seja um encontro fecundo. Que cada um de nós saia melhor do que chegou. Peço-vos, por favor, que rezeis por mim, porque eu também preciso que me sustenteis com a oração. Que Jesus vos abençoe e a Virgem cuide de vós! Até agosto!” 4. O conselho aprovou a agenda da próxima Assembleia Plenária da CEP (Fátima, 25-28 de abril de 2022), a qual será divulgada uma semana antes do início dos trabalhos, e a alteração dos Estatutos da Obra Católica Portuguesa de Migrações.


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Desporto

Maria Pereira brilha no apuramento para o europeu de andebol m Três dias depois de se ter imposto às eslovacas, por 24-21, em Paredes, a seleção nacional repetiu a vitória em Topolcany, na Eslováquia A Seleção Nacional de Andebol bateu no dia 6 de março, pela segunda vez consecutiva, a Eslováquia, com seis golos apontados por Maria Pereira, que iniciou a carreira no Batalha Andebol Clube (BAC), permanecendo o sonho do apuramento para o EHF

p Maria Inês Pereira apontou seis golos Euro 2022. À semelhança do que havia acontecido no primeiro

encontro, em Portugal, no momento que antecedeu o início da partida houve

espaço para uma homenagem conjunta por parte das seleções, demonstrando o apoio para com a Ucrânia e o momento que o país atravessa. Num jogo de dificuldade acrescida, por maior conhecimento entre equipas e pela condição de visitante, apesar da Eslováquia já não ter qualquer hipótese de qualificação, as locais entraram determinadas para esta partida e abriram o marcador. Mas foram as atletas portuguesas a sair por cima e a chegar aos dois golos de vantagem pela primeira

vez no encontro aos 17-19. Depois de alcançar a liderança, as lusas não quiseram tirar o pé do acelerador e Maria Pereira ainda conseguiu alargar a vantagem lusa para 18-22, que viria a terminar em 21-23. A seleção venceu, assim, na quarta jornada do Grupo 5 de qualificação para o Europeu de 2022, aumentando a expectativa de apuramento para a fase final. Três dias depois de se ter imposto às eslovacas, por 24-21, em Paredes, repetiu a vitória em Topolcany, na Eslováquia, graças a uma

segunda parte de grande nível, na qual recuperou da desvantagem de 14-12 ao intervalo, muito por força dos seis golos marcados por Maria Pereira, que recebeu o título de melhor marcadora. A seleção nacional manteve-se no terceiro lugar do grupo, agora com quatro pontos, atrás da Hungria e da Espanha, que totalizam seis pontos e com as quais perdeu nas rondas anteriores por 34-24 e 23-22, respetivamente, enquanto a Eslováquia ocupa a última posição, ainda em branco e já eliminada.

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt


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Batalha Opinião

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s Noticias dos Combatentes NCB

Invasão da Ucrânia? “Apenas” mais uma guerra da Rússia contra um vizinho Andam por aí umas almas “puras” a tentar justificar a invasão da Ucrânia pelas forças armadas russas com argumentos que os deveriam fazer corar de vergonha… se a tivessem. A Rússia, que é, territorialmente, o maior país do mundo, praticamente desde o seu nascimento que nunca precisou de grandes pretextos para invadir, conquistar e ocupar os territórios limítrofes. Vejamos apenas uma parte dos conflitos bélicos que os “coitados” foram “obrigados” a desencadear, para responderem às “provocações” dos vizinhos; isto só nos últimos três séculos: 1700-1721: Grande Guerra do Norte e anexação da Estónia e da Letónia; 17721795: Partilha da Polónia; 1783: anexação da Crimeia; 1808-1809: Guerra Finlandesa e Ocupação da Finlândia; 1817-1864: Guerra Caucasiana e Genocídio dos Circas-

sianos; 1826-1828: Guerra Russo-Persa e anexação da Geórgia, Arménia e Azerbaijão; 1848-1849: Intervenção na Hungria; 1853-1856: Guerra da Crimeia; 1900: Pogroms anti-chineses do Amur (Império Russo); 19171921: Guerra Soviético-Ucraniana; 1918: Intervenção na Guerra Civil da Finlândia; 1918-1919: Guerra Russo-Lituana; 1918-1920: Guerras da Independência da Estónia e da Letónia; 1919-1920: Anexação da Íngria Finlandesa; 1919-1921: Guerra Polaco-Russa; 1920: Invasão e Ocupação do Azerbaijão e da Arménia; 1921: Invasão e Ocupação da Geórgia; 19211922: Repressão da Karélia; 1929-1944: Deportação dos Íngrios Finlandeses (União Soviética); 1939-1941: Invasão e Ocupação Soviética da Polónia; 1940-1941: Ocupação da Bessarábia e Bucovina do Norte e dos países bálticos; 1941-1944: Guerra da Continuação (Segunda

Guerra Soviético-Finlandesa); 1942-1949: Deportação dos Gregos Pônticos (União Soviética), 1943: Deportação dos Calmucos (União Soviética); 1944: Operação Lentil (limpeza étnica da Tchetchénia e da Inguchétia), Deportação dos Tártaros da Crimeia (União Soviética), dos Turcos Mesquécios (União Soviética) e dos Bálcaros (União Soviética); 1944-1945: Massacres de civis durante o Cerco de

Budapeste (Hungria); 19441958: Ocupação da Roménia; 1948-1949: Bloqueio de Berlim (Alemanha Ocupada); 1949-1990: Divisão da Alemanha; 1953: Repressão de Berlim e Alemanha Oriental; 1956: Massacre de 9 de Março (Geórgia), Repressão dos Protestos de Poznan (Polónia) e Intervenção na Hungria; 1962: Massacre de Novocherkassk (Rússia Soviética); 1965: Repressão das Manifestações de Yerevan

(Arménia); 1968: Operação Danúbio (Invasão da Checoslováquia); 1979-1989: Invasão e Intervenção no Afeganistão; 1989: Tragédia de 9 de Abril (Geórgia) e Tentativa de supressão da Revolução Romena; 1990: Janeiro Negro (Azerbaijão); 19941996: 1ª Guerra da Tchetchénia; 1999-2009: 2ª Guerra da Tchetchénia; 1999: Guerra do Daguestão; 2007-2015: Guerra Civil da Inguchétia; 2008: Invasão da Geórgia e

Ocupação da Ossétia do Sul e da Abecásia, 2014: Anexação da Crimeia (Ucrânia); 2022: Invasão da Ucrânia, já com anexação de Donetsk e Lugansk… Está provado que os russos são uns “pacifistas”. Os vizinhos é que passam o tempo a “provocá-los” e eles, “coitados”, lá têm de fazer o “sacrifício” de os meter na ordem. Como agora as suas “pacíficas” tropas de “manutenção da paz” estão a fazer na Ucrânia, onde vão arrasando tudo pela frente e fazendo uns milhares de mortos, incluindo mulheres e crianças. Mas isto são meros “danos colaterais” e a culpa até é dos “malandros” dos ucranianos, que têm a utopia de quererem viver em democracia, quando têm ali ao lado a “mãe Rússia”, sempre tão preocupada com o bem-estar deles. Ingratos dos ucranianos! Onde é que já se viu gente, assim, tão mal agradecida?

s Fiscalidade

Conta-corrente entre os contribuintes e o Estado No passado dia 04/01/2022, foi publicada em Diário da República a Lei n.º 3/2022, a qual estabelece a possibilidade de os contribuintes solicitarem, por sua iniciativa, a extinção das dívidas fiscais por compensação com créditos tributários que detenham sobre o Estado. O Art.º 90.º do Código de Procedimento e Processo Tributário (CPPT), já previa um mecanismo de compensação com créditos tributários a ser efetuada a pedido do contribuinte. A compensação com créditos tributários de que seja titular qualquer outra pessoa singular ou coletiva pode igualmente ser efetuada, desde que o devedor os ofereça e o credor expressamente aceite.

A compensação é requerida ao dirigente máximo da administração tributária, ou seja, ao Diretor-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, por transmissão eletrónica, através do Portal das Finanças, mediante requerimento, solicitando o pagamento das suas obrigações tributárias por compensação, indicando os créditos e as dívidas objeto de compensação. A compensação com créditos sobre o Estado de natureza não tributária de que o contribuinte seja titular pode igualmente ser efetuada em processo de execução fiscal se a dívida correspondente a esses créditos for certa, líquida e exigível e tiver cabimento orçamental. O regime introduzido com a presente Lei inclui

as retenções na fonte, tributações autónomas e respetivos reembolsos, relativas aos seguintes impostos: i. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares; ii. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas; iii. Imposto sobre o Valor Acrescentado; iv. Impostos Especiais de Consumo; v. Imposto Municipal sobre Imóveis; vi. Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis; vii. Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis; viii. Imposto do Selo; ix. Imposto Único de Circulação; e x. Imposto sobre Veículos. As principais inovações deste regime decorrem do facto de se poder utilizar este mecanismo para créditos que ainda não se encontram em fase de exe-

cução fiscal e de se estabelecer um prazo máximo de resposta de 10 dias por parte da Autoridade Tributária, findo o qual o pedido de compensação efetuado pelo contribuinte é tacitamente deferido e a compensação aceite. Mas, a Autoridade Tributária pode, no prazo de um ano contado da data em que foi solicitada a compensação, intentar ação judicial visando a declaração de ineficácia, total ou parcial, da compensação, por não estarem verificados os respetivos pressupostos. O deferimento tácito implica a extinção do crédito tributário ou a extinção do processo executivo, por pagamento, salvo se o montante da compensação for insuficiente, sendo a extinção, nesse caso,

apenas parcial. Quando exista compensação parcial é aplicável, é aplicável o Art.º 89.º do CPPT, que refere, sendo o crédito insuficiente para o pagamento da totalidade das dividas, a sua aplicação efetua-se segundo a seguinte ordem: a) com as dívidas mais antigas; b) dentro das dívidas com igual antiguidade, com as de maior valor; c) em igualdade de circunstâncias, com qualquer das dívidas e não são devidos juros de mora desde o pedido de compensação até à decisão da Autoridade Tributária. Um reporte de IVA não é um crédito tributário suscetível de compensação, cabendo ao contribuinte decidir se deve ou não solicitar o respetivo reembolso.

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

A presente Lei entrará em vigor a 1 de julho de 2022, pelo que só a partir desse momento é que a funcionalidade no Portal das Finanças deverá estar disponível.


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Economia

Empresa do concelho entre as financiadas para desenvolverem projetos de turismo m As candidaturas aprovadas vão investir na expansão de instalações, aquisição de novos equipamentos, redução de custos com energia e modernização de processos e serviços prestados A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIM Região de Leiria), que inclui o Concelho da Batalha, assinou no dia 7 de março, no Castelo de Leiria, os contratos de financiamento de projetos de 13 empresas, no âmbito do Programa de

Apoio à Produção Nacional (PAPN). As candidaturas, incluindo a da empresa Nyah Lounge, com sede na Batalha, vão receber um total de 886 mil euros num investimento elegível de 1,823 milhões ligados ao sector do turismo (hotelaria e restauração), “considerado prioritário na decisão de apoio ao investimento e manutenção de postos de trabalho, nesta fase de pós-pandemia”, segundo a CIM Região de Leiria. Estas empresas, que se comprometem a manter um total de 139 postos de trabalho pós-projetos, vão investir na expansão das suas ins-

p Os contratos foram assinados com 13 empresas talações, aquisição de novos equipamentos, redução de custos com energia e modernização de processos e serviços prestados. O apoio é não reembolsável, com uma taxa entre os 30 e os 50%, sendo elegíveis candidaturas com despesa

Região envolvida em consórcio que pretende investir na resina

p O consórcio é liderado pelo ForestWISE O Consórcio RN21 - Inovação na Fileira da Resina Natural para Reforço da Bioeconomia Nacional, que conta com 38 parceiros, viu aprovada a primeira fase da candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um investimento de 29 milhões de euros. O consórcio é liderado

pelo ForestWISE - Laboratório Colaborativo para a Gestão integrada da Floresta e do Fogo e entre os parceiros contam-se a CIM Região de Leiria, o Politécnico de Leiria e a Resipinus. “Esta iniciativa, reúne pela primeira vez as empresas e outras entidades de toda a cadeia de valor da Resina Natural em Por-

tugal, num Consórcio integrado e mobilizador de investigação e inovação para uma maior valorização da resina natural nacional enquanto produto “bio”, potenciando um maior leque de aplicações de mercado e fomentando a revitalização de toda a cadeia de valor com vista à sua modernização, sustentabilidade e incorporação de conhecimento técnico-científico”, explica a CIM Região de Leiria. O projeto será desenvolvido nos territórios das regiões de Leiria, Coimbra e Alto Tâmega, durante quatro anos. A resina natural é uma matéria-prima que tem inúmeras aplicações industriais, como substituto das resinas derivadas do petróleo: indústria alimentar, cosmética, produção de colas e incorporação no têxtil e no calçado, entre outras.

elegível total entre os 20 mil e os 235 mil euros. A CIMRL contratualizou uma verba global de 4,627 milhões de euros para apoiar as empresas, valor considerado “insuficiente” pelo 1º secretário executivo da CIM Região de Leiria

Paulo Santos, “face à totalidade das 216 candidaturas, que representam um investimento de 40,5 milhões de euros, a que corresponde uma dotação de fundos comunitários de de 19,7 milhões, um valor quatro vezes superior ao disponível”. Daquele investimento, quase 3,1 milhões destinam-se à indústria e 1,5 milhões destinam-se ao sector do turismo. A cerimónia contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, do secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel e da presidente da Comissão de Coor-

denação e Desenvolvimento do Centro, que gere os fundos do programa Centro 2020, Isabel Damasceno. Para a presidente da CCDRC/Centro 2020, Isabel Damasceno, “este programa de apoio às microempresas representa mais um instrumento orientando para a sustentabilidade dos territórios e com características diferenciadoras”. Para a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, esta medida é “um exemplo de coesão territorial, tratar diferente o que é diferente, sendo uma abordagem para dar continuidade no futuro quadro de apoio – Portugal 2030”.


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Saúde “Este ano vou dormir melhor” bações como a diabetes, hipertensão, cancro, falta de libido, excesso de peso, demência, entre outros. Hoje em dia, pensamos no sono como um desperdício de tempo, que nos priva da diversão e produtividade, e depois, por não dormirmos acabamos por ficar doentes. A National Sleep Foundation (sleepfoundation.org) publicou em 2014 recomendações do numero de horas de sono. Adultos saudáveis deverão dormir entre 7 a 9h de sono por dia em média. Mas isto não é uma verdade absoluta. Então quanto devemos dormir? Quanto tempo dorme se estiver de férias prolongadas, sem acordar com despertador, com a sensação de estar revitalizado? Esse é o

preocupações do dia. Relaxe! 2. Tenha um quarto onde esteja tranquilo, com roupa confortável, temperatura adequada e sem luz. 3. Faça exercício fisico regular, mas não nas 4h antes de dormir. 4. Alimente-se bem, mas não nas 2h antes de dormir. Evite café, álcool ou tabaco. 5. Desligue equipamentos eletrónicos 1h antes de dormir, prefira ler um livro. 6. Use a cama apenas para dormir. Se não adormecer em 20 minutos levante-se e volte quando tiver sono. 7. Evite sestas, em especial no fim do dia. … e bons sonhos!

Foto: pxhere.com

O ditado popular diz: ”Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer!”. Não é só para mandar as crianças para a cama, ter um sono saudável é importante! Mas cerca de 50% dos portugueses não dorme bem… A necessidade de sono é universal, não há nenhum animal que possa passar sem dormir. O sono é um processo do organismo essencial à reparação e manutenção do equilíbrio biopsicossocial. O Nobel da Medicina de 2017 foi para cientistas que estudaram a nossa sincronia com o sol - o ritmo circadiano. Quando este ritmo está alterado há mais risco de depressão e ansiedade, menor aproveitamento escolar em crianças e aumenta o risco de aparecimento de pertur-

tempo que idealmente o seu organismo precisa de dormir. Além da quantidade, a qualidade não tem menos importância para que o sono cumpra as suas funções. Há muitas doenças do sono que contribuem para que este

seja mais superficial, menos reparador e de menor duração. Os sintomas das doenças do sono incluem insónia, sonolência diurna, ressonar ou parar de respirar durante o sono. Pode falar com o seu médico se isto o preocupa. Os nossos comportamen-

tos durante o dia, em especial antes de dormir, também podem ter um grande impacto no sono. Há recomendações universais que pode seguir para ter um sono melhor: 1. Tenha um horário de sono regular, livre-se das

Olga de Sousa e Silva, Médica interna de MGF na USF Condestável, Batalha

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde

Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã

Medicina Dentária

Outras Especialidades:

Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde

Dra. Sâmella Silva

Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã

Dra. Susana Frazão

Sexta-feira - Tarde

Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde

Cirurgia Oral Implantologia

Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde

Próteses Dentárias

(Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

Ortodontia

Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde

Rx-Orto Telerradiografia

Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde

Rua da Ribeira Calva . Urbanização dos Infantes, Lote 6, r/c frente . BATALHA . Tel.: 244 766 444 . 939 980 426 . clínica_jm@hotmail.com


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Saúde Batalha

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Rins: funções e importância

A maioria das pessoas associa ao rim a função de depurar do sangue substâncias tóxicas, eliminando-as através da urina. No entanto, o rim desempenha muitas outras funções vitais para o organismo. O rim é responsável pelo controlo dos níveis de hidratação, eletrólitos (sais minerais) e ácido-base do organismo. Este equilíbrio preciso é fundamental para que a maioria dos processos químicos que ocorrem no nosso organismo se processe de forma eficaz. O rim intervém ainda na produção de hormonas, como a eritropoetina, que controla a produção de glóbulos vermelhos, ou de renina, que regula a pressão arterial. É ainda no rim que ocorre a transformação da vitamina D na sua forma biologicamente ativa. Ao longo da nossa vida a função renal vai diminuir de forma progressiva

e expectável. No entanto, mesmo em idades muito avançadas a função renal é suficiente para manter o nosso organismo a funcionar de forma correta. Existem contudo certas situações em que a deterioração da função renal ocorre de forma acelerada. As duas doenças mais frequentemente envolvidas são a diabetes e a hipertensão arterial. Felizmente o controlo adequado destas doenças pode atrasar esse declínio. Existem muitas outras doenças que afetam o rim, como pielonefrites (infeção do rim), glomerulonefrites (lesão glomerular provocada por exemplo por inf lamação), litíase renal (“pedras no rim”) doenças congénitas e genéticas ou tóxicos. Na maior parte das vezes as doenças do rim são assintomáticas até fases avançadas da doença. Podem no entanto manifestar-se através da al-

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Vacinação: porquê esperar?

teração da cor da urina, produção exagerada de espuma na urina (proteinúria), cansaço, palidez, hipertensão arterial, edema (“inchaço”, geralmente dos membros inferiores e face) ou alteração da quantidade de urina produzida. Para manter a saúde do rim deve procurar beber água em quantidade adequada, evitar substâncias que façam mal ao rim, como o tabaco, o uso excessivo de anti-inflamatórios não esteroides, ou o consumo excessivo de sal na dieta. No caso de sofrer de doenças como hipertensão ou diabetes, deve procurar seguir as indicações do seu médico de forma a manter um controlo adequado. Essas medidas incluem, para além dos medicamentos prescritos, exercício físico regular, dieta saudável e um peso adequado.

O Sars CoV 2 é sem dúvida o vírus que mais marcou as nossas vidas nas últimas décadas, pois não houve outro com igual impacto na vivência do dia a dia, na mortalidade de população saudável e com comorbilidades e, na economia a nível mundial. Muitas pessoas morreram devido a esta infeção estimando-se, segundo estudo da Universidade de John Hopkins dos Estados Unidos da América, que no mundo tenham morrido até agora cerca de 5.886. 000 de pessoas, sendo que 25% destas morreram nos países em que, por motivos vários, a vacinação está com cobertura vacinal bem abaixo da média, como Estados Unidos, Brasil, índia, Rússia e México. Em Portugal, segundo dados da DGS, desde o início da pandemia tivemos cerca de 3.069.000 infetados e 20.500 óbitos por esta doença. Ainda segundo a DGS, temos atualmente cerca de 2.000.000 de pessoas com o esquema de vacinação completo e destes morreram cin-

co pessoas por esta infeção, sendo que, quatro tinham mais de 80 anos, e portanto seguramente tinham outros problemas de saúde. É inquestionável que o paradigma da infeção e da mortalidade por ela causada mudou depois do aparecimento da vacina e do início da sua inoculação na população. A eficácia das diferentes vacinas apesar de um pouco diferente, revelou-se excelente sendo que a das vacinas que atualmente estão a ser aplicadas ronda os 95%. O aparecimento da nova variante Omicron levantou dúvidas quanto à eficácia, mas com o decorrer dos me-

ses, a verdade é já inquestionável. Os casos graves de Sars CoV 2 e os casos de morte, têm ocorrido na quase totalidade como já atrás referido, em indivíduos não vacinados. Assim, apela-se à população que ainda não foi vacinada e aos que ainda não fizeram a 3ª dose, que como diz o ditado velho português, “não guardem para amanhã o que podem fazer hoje”! Todos os que estiveram infetados ou fizeram a última dose há 5 meses, podem já fazer a dose de reforço; os que não têm nenhuma dose e/ ou tiveram infetados há 3 meses podem iniciar a vacina de imediato.

Helder Esperto Médico Internista, CHUC

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Património

A propósito dos jogos tradicionais Não temos revelado grande empenho na preservação e na divulgação dos nossos jogos tradicionais, sobretudo daqueles que se podem considerar únicos ou raros e de raízes profundamente implantadas na alma do Povo Português. Contudo, eles são parte integrante e extremamente significativa da nossa Cultura. Creio que os Grupos Folclóricos deveriam empenhar-se vivamente no seu conhecimento, na sua prática e na sua divulgação. Um deles é único no panorama mundial: o Jogo do Pau, verdadeira arte marcial mas de cunho inteiramente popular, que terá nascido no Minho, expandindo-se em épocas remotas por todo o País, acabando por ganhar características próprias em cada região, o que levou ao aparecimento de três escolas essenciais no nosso País: a do Minho ou Galega, embora na Galiza, de profundas ligações a Portugal, se tenha limitado à zona raiana, de tão notável actividade e que ainda recentemente foi dada a conhecer e com brilho nos Estados Unidos, a de Lisboa ou Saloia, que se desenvolveu a partir dos finais do século XIX nas antigas hortas dos arredores da capital e veio a definir a prática estremenha, hoje ainda modelo em uso em instituições lisboetas, e a do Ribatejo ou Pataieira de tão brilhante actividade como as suas congéneres. Mas este jogo foi prática corrente em todo o país, do Minho ao Algarve e ainda na Ilha Terceira, nos Açores. Arte primitivamente de defesa e de ataque e de uso pelo Povo que tinha no varapau não só um amparo mas a sua arma e a sua companheira nas caminhadas nocturnas, nas zaragatas em arraiais e feiras e noutras circunstâncias perigosas, tornou-se hoje instrumento de um dos mais espectacu-

lares jogos de arte e destreza que seria lamentável e um crime de lesa-cultura desprezarmos. Outro jogo é o do Mioto ou Milhafre de que temos notícias do uso em três locais do nosso País, dois na Estremadura, no concelho da Batalha (na Torre da Magueixa, freguesia do Reguengo do Fetal, nas encostas da Serra de Aire) e no concelho de Leiria (na Maceirinha, freguesia da Maceira), e outro no Baixo Alentejo, no concelho de Serpa. O da Torre da Magueixa chegou-nos através do Mestre António Pereira Marques, que na década de 20 do século XX, nos seus onze/doze anos, pastoreou um rebanho naquela zona. Mestre Marques, de saudosa memória, foi o fundador do Rancho Folclórico Rosas do Lena, da Rebolaria/ Batalha, tendo a vários grupos prestado preciosas informações, transmitindo-lhes muitos dos seus vastos conhecimentos. Fui um dos seus mais humildes aprendizes. Sobre o da Maceira teve a amabilidade de me informar o historiador Cónego Dr. Luciano Coelho Cristino e do de Serpa tive conhecimento através da notável revista “Tradição” que naquele concelho se publicou nos finais do século XIX e princípios do século XX (esta revista teve reedição há anos, feliz iniciativa da Câmara Municipal dessa Vila). Tanto o da Maceira como o de Serpa têm diálogos travados entre o milhafre e a mãe da ninhada por ele atacada, enquanto no do concelho da Batalha se perdeu o diálogo. É curioso referir que tanto na Guiné-Bissau como em Timor, este referido nas actas do Congresso Etnográfico de Braga realizado nos anos 50 do século XX, há danças que têm milhafres e outras aves, suas vítimas, como intervenientes.

p Jogo do Pau numa demonstração pelo Rancho Rosas do Lena Um terceiro jogo que creio dever merecer-nos estudo e aproveitamento é o da “Corrida de Frangos”, que não tendo as formas espectaculares dos antecedentes, contém aspectos distintivos a considerar. Possivelmente criado à imitação do “Jogo do Estafermo” que no século XVIII era entretimento dos fidalgotes: um boneco com os braços estendidos e pendendo numa das mãos uma argola que o jogador, montado a cavalo, tentava tirar com uma vara, memória dos jogos medievais. No jogo popular, o alvo é uma argola pendurada numa corda, e por cada argola tirada, tam-

bém com uma pequena vara, o jogador recebe um frango e tem direito a um foguete. Há com certeza vários destes jogos pelo País fora e haverá outros que estão a cair no esquecimento e desaparecerão se não houver por parte dos Grupos Folclóricos interesse e empenho na sua redescoberta e na sua reutilização. Instrumentos musicais de uso popular A partir de 13 do corrente vai estar patente na Galeria do Turismo, na nossa Vila, uma Exposição de instrumentos musicais popula-

res, a maior parte de uso na Alta Estremadura, promovida pelo Rancho Folclórico Rosas do Lena e apoio da Câmara Municipal da Batalha. A iniciativa conta com a orientação do Etnomusicólogo Dr. José Alberto Sardinha. Os instrumentos expostos fazem parte do acervo do Museu Etnográfico da Alta Estremadura, da Rebolaria, integrando-se a exposição no tema “O Museu desceu à Vila”.

ao Grupo “Aves da Batalha”, cuja acção tem sido notável no conhecimento, estudo e defesa do nosso património natural. Para o leitor ter uma ideia do trabalho desenvolvido, são já mil seiscentas e vinte e seis espécies (aves, insectos, plantas, fauna do nosso rio) observadas e registadas. É uma actividade que merece ser reconhecida e exaltada.

Grupo “Aves da Batalha” Contamos poder fazer no próximo número uma referência mais alargada

José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (227)


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Opinião Batalha

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m Raul Castro foi um dos principais promotores da homenagem ao bispo da Diocese de LeiriaFátima nos últimos dias deste seu ministério O cardeal D. António Marto, que acaba de deixar o governo da Diocese de Leiria-Fátima, foi homenageado por mais de 300 pessoas durante um jantar organizado por “um grupo de amigos” que decorreu na Ortigosa, no concelho de Leiria. Na mensagem que dirigiu aos participantes, agradeceu aquilo que recebeu durante a sua presença na diocese: ”É muito mais do que aquilo que vos dei ou vos ensinei. Entre vós, pude sentir-me sempre em famí-

lia, um bispo irmão entre irmãos e irmãs”. “Se houve alguma coisa que eu tinha sempre presente, era fazer-me próximo, de todos, sem distinção, sem discriminação, sem olhar à condição social, sem olhar às diferentes crenças”, referiu o futuro Bispo Emérito de Leiria-Fátima, que cessou funções na diocese no dia 6 de março. Por outro lado, afirmou que “nós hoje vivemos num mundo muito complexo, difícil — como estamos a ver —, fragmentado, polarizado, dividido, onde vai imperando a lei do salve-se quem puder, a cultura da indiferença”. Por isso, “é necessária a cultura do encontro, peço-vos para lançardes pontes para todas as margens. Temos de ter mais cuidado uns com os outros, temos de cuidar da casa comum; isso é

a cultura da fraternidade”, referiu durante o jantar, que decorreu na segunda-feira, dia 28, na Quinta do Paul. Os “dois principais promotores da homenagem”, segundo a diocese, foram Mário Rodrigues, presidente União de Freguesias da Boa Vista e Santa Eufémia, e Raul Castro, presidente da Câmara da Batalha, que exerceu iguais funções em Leiria. O autarca da Batalha elogiou “a simplicidade e a profunda cristandade que constituem algumas das principais marcas do seu [do bispo] legado, sempre com especial atenção para as crianças, indefesos e peregrinos de Fátima”. “É alguém com um humanismo impressionante, uma humildade que o enobrece, sempre se manifestou disponível para ajudar a resolver algumas questões da sua Igreja”, adiantou.

p Entre várias prendas recebeu um quadro

p Homenagem decorreu na Quinta do Paul com a presença de 300 pessoas

Fotos: Paulo Adriano/Diocese Leiria-Fátima

Autarca da Batalha destaca “humanismo impressionante e humildade” do cardeal D. Marto

p Raul Castro conversa com o cardeal D. António Marto “É com enorme gratidão que lhe agradecemos todo o trabalho que desenvolveu, todos os escritos que nos vai deixar e, acima de tudo, o coração humilde com que sempre se apresentou”, referiu Raul Castro. No encontro foi feita a pré-apresentação de uma obra que, para além de retratar os momentos mais importantes do ministério de D. António Marto, reúne as cartas pastorais que foram publicadas ao longo dos 16 anos da sua presença em Leiria-Fátima. Este livro, que tem por título “Cardeal D. António Marto: Teólogo e Pastor”, foi apresentado e oferecido a D. António Marto no dia 6 de março, no final da missa de ação de graças e da sua despedida da diocese. Durante o jantar foram entregues lembranças e prendas ao homenageado, entre as quais um computador portátil e um retrato do cardeal, pintado pela artista plástica Zinaida Loghin, natural da Moldávia e radicada em Portugal há mais de 18 anos. O cardeal D. António Marto, que ficará a viver na Casa do Carmo, no Santuário de Fátima, foi substituído por D. José Ornelas, que iniciou funções no dia 13 de março. Despedida O bispo da diocese de Leiria-Fátima despediu-se dos diocesanos lembrando que

os cristãos “têm muito a fazer” neste mundo como seja trabalhar pela “paz, pela reconciliação e pelo perdão entre povos”. “Nem só de pão, de trabalho, economia e finanças vive o homem; também vive do encontro, do perdão e da paz. Não somos algoritmos” afirmou o cardeal, que celebrou pela última vez na Sé de Leiria como responsável por esta diocese. Numa homilia que apelidou de “uma espécie de testamento que um bispo deixa ao seu povo” falou da necessidade de uma Igreja “próxima” ao estilo do Bom Samaritano; que tem a necessidade “de uma constante purificação porque se reconhece pecadora” e que está sempre pronta para sair em missão, com “humildade e sem arrogância”, que “cuida e cura” as feridas dos mundo. “Mostremo-nos tal como somos, sem complexos, sem arrogância, sem medo e sem vergonha anunciando o Evangelho de Jesus” disse às centenas de fieis que participaram nesta celebração, que contou com a presença da esmagadora maioria dos presbíteros da diocese. “Um bispo não está sozinho. Muito do que alcancei é fruto da colaboração de sacerdotes, de leigos, de pessoas que comigo trabalharam” disse no final, agradecendo a todos o carinho que lhe dispensaram sem deixar de mencionar “os pe-

regrinos de Fátima pelo seu testemunho de fé”. “Levarei a terna imagem de Nossa Senhora de Fátima, querida e terna mãe, bem como a dos queridos santos Pastorinhos, que tão presentes têm estado na minha vida”, disse emocionado. Em declarações aos jornalistas, o prelado lembrou que “é uma alegria ser um bispo querido e amado pelo seu povo, como diz o Papa Francisco um bispo que cheira ao perfume das suas ovelhas”. “Vivo este momento com muita serenidade: há um tempo para tudo, para começar e outro para terminar, para chegar para partir, para falar e para nos calarmos. Cumpri uma missão e sinto, numa leitura providencial e subjectiva, que Nossa Senhora inspirou o chamamento que me fizeram para preparar o centenário das Aparições. Sinto que cumpri uma bela missão”, disse ainda sublinhando que “esta missão bela teve a sua expressão máxima em maio de 2017 com a vinda do Papa, a canonização dos Pastorinhos e a presença de 9,5 milhões de peregrinos, de 150 países”. “Julgo que isto diz muito dom que é hoje Fátima” referiu ao destacar a dimensão histórico teológica de Fátima que o centenário permitiu desenvolver bem como a sua dimensão profética.


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Batalha Atualidade

março 2022

Jornal da Batalha

Valorlis inicia Linha da Reciclagem para apoio aos cidadãos da região m Serviço de atendimento público, gratuito e nacional”, que foi criado para dar respostas eficazes ao cidadão, nomeadamente para responder a dúvidas A Valorlis iniciou no dia 21 de fevereiro um novo serviço de contacto e apoio aos cidadãos da região – a Linha da Reciclagem, “um serviço de atendimento público, gratuito e nacional”, que foi criado para dar respostas eficazes ao cidadão, nomeadamente para responder a dúvidas, pedidos de informação, sugestões, recla-

p Serviço do grupo EGF, do qual a Valorlis faz parte mações, elogios e pedidos de serviço relacionados com a recolha e tratamento de resíduos urbanos.

Este novo serviço do grupo EGF, do qual a Valorlis faz parte, dá resposta a seis municípios e tem

disponíveis os seguintes contactos: telefone gratuito: 800911400; site www. linhadareciclagem.pt e

email atendimento@linhadareciclagem.pt A linha de atendimento funciona de segunda a

sexta-feira, das 09h00 às 20h00, e “do outro lado da linha estão operadores experientes que o vão ajudar com todas as dúvidas e questões para as quais precise de ajuda e que estejam relacionados com os resíduos e recursos que gerimos todos os dias”, refere a Valorlis. “Também poderá utilizar o novo website com informações úteis e de contacto mais fácil e direto, que permitem resolver com eficácia as suas questões”, adianta. A Valorlis é a empresa que gere a recolha seletiva e o tratamento de resíduos urbanos dos municípios de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós.

Município com programação especial de poesia e escrita

Combustíveis e animais selvagens preocupam agricultores da região

O município da Batalha elaborou uma programação especial de poesia e escrita para incentivar, durante o mês de março, a criatividade e o entendimento do mundo. Declamação de poesia, concursos, apresentação de livros ‘online’, distribuição de poemas e encontro com escritor são algumas das iniciativas de “Há poesia na Batalha”, que festeja o Dia Mundial

A União dos Agricultores do Distrito de Leiria enviou no dia 11 de fevereiro um documento ao presidente da Câmara de Batalha em que “expõe alguns dos problemas dos agricultores do concelho”. “O problema dos estragos causados pelos javalis e outros animais selvagens nas culturas dos agricultores que não são indemnizados. O ICNF diz que é um problema da responsabilidade das associações de caçadores, as associações de caçadores dizem que não têm dinheiro e que a caça grossa é da responsabilidade do CNF. Os agricultores assim é que não podem cultivar”, alertam. Por outro lado, “agora, com o aumento dos preços dos combustíveis, os fatores de produção sobem e as dificuldades de comercialização são inevitáveis. Os bens de consumo vão aumentar, também, os seus preços. Com as dificul-

da Poesia, assinalado em 21 de março. A aposta surge devido à “forte e poderosa mensagem que a poesia nos dias de hoje pode fornecer” em domínios como “a diversidade criativa, o respeito pela diferença e, essencialmente, para a compreensão do mundo”, segundo a vereadora da Cultura da Batalha, Mónica Cardoso. A iniciativa da Câmara da Batalha e da Biblioteca

Municipal José Travaços Santos decorre ao longo de todo o mês de março, num exercício promotor de “diversidade, diálogo, livre criação de ideias”, mas também de “criatividade e inovação”. Entre a programação, destaque para “libertação” de poesia pela vila da Batalha, com poemas inéditos e outros famosos distribuídos por vários espaços públicos.

Produção e comércio de Carnes

Produção própria de Novilhos Enchidos Tradicionais Talho: Largo Goa Damão e Dio | Batalha Tel. 244 765 677 | talhosirmaosnuno@sapo.pt

p Preço dos combustíveis preocupa agricultores dades de comercialização que a agricultura familiar já tem, mais ainda vão aparecer. As grandes superfícies importam a esmagadora maioria dos produtos agrícolas, por vezes de qualidade duvidosa, o que aumenta as dificuldades na comercialização”. Em relação ao ambiente, “é bom saber que as explorações agrícolas fami-

liares não fazem a mesma poluição que as grandes explorações de agricultura intensiva e não devem, por isso, ser classificadas de igual modo”, conclui o documento, cujo o conteúdo os agricultores pedem a Raul Castro seja transmitido à ministra da Agricultura e ao presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.


Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

março 2022

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cinquenta e sete a folhas cinquenta e oito, do Livro Duzentos e Setenta e Sete - B, deste Cartório. José Silva Pereira da Costa, NIF 111 469 708, e mulher Maria Noémia Pereira Calé, NIF 152 575 634, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia e concelho da Batalha, onde residem na Estrada de Fátima nº 102, Casal do Quinta, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores do prédio urbano, composto de parcela de terreno, com a área total de setenta e dois metros quadrados, sito na Praça 14 de Agosto 1385, freguesia e concelho da Batalha, a confrontar de norte com Praça 14 de Agosto 1385, de sul com José Silva Pereira da Costa, de nascente com Câmara Municipal da Batalha e de poente com Manuel Henriques Videira, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 9561, com o valor patrimonial de €220,00. Que os justificantes adquiriram o referido prédio, no ano de mil novecentos e oitenta e dois, por compra verbal a Manuel Henriques Videira e mulher Maria da Conceição Vieira Monteiro Videira, já falecidos, residentes que foram em São Pedro de Moel, Marinha Grande, contudo, sendo a transmissão meramente verbal, não dispõem de título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela compra verbal, os justificantes possuem o referido prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, ocupando o prédio, ocupando o prédio, nele fazendo benfeitorias e dele retirando todas as utilidades de que é suscetível, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o referido prédio por usucapião. Batalha, vinte e cinco de fevereiro de dois mil e vinte e dois.

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas dois a folhas quatro, do Livro Duzentos e Setenta e Seis - B, deste Cartório, Joaquim da Silva Santos, NIF 114 742 235 e mulher Maria da Silva Frazão Santos, NIF 129 172 391, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Alqueidão da Serra, concelho de Porto de Mós, lá residentes na Rua Comandante Afonso Vieira Dionisio, n°30, Alqueidão da Serra, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto de oliveiras e mato, com a área de dois mil seiscentos e noventa e quatro metros quadrados, sito em Vale de Crelas, freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, a confrontar de norte com António Almeida Batista, Paulo Jorge Franco de Almeida Silva e Justino Franco Almeida, de sul com Betumex, Lda, de nascente com serventia pública e de poente com Paulo Jorge Franco de Almeida e Silva, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz da freguesia da Batalha sob o artigo 10666, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €1.212,30. Que, os justificantes adquiriram o identificado prédio no ano de mil novecentos e oitenta, por doação verbal de João dos Santos e mulher Maria da Silva, pais do justificante marido, residentes que foram em Alqueidão da Serra, Porto de Mós, contudo sendo a transmissão meramente verbal, não dispõem os justificantes de título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possuem o referido prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o referido prédio por usucapião. Batalha, três de fevereiro de dois mil e vinte e dois.

A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 380 de 14 de março de 2022

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A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 380 de 14 de março de 2022

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A fechar

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Compostores para 238 pessoas Os munícipes das freguesias da Batalha receberam na primeira quinzena de fevereiro os compostores no âmbito do Programa Compostagem Doméstica da Valorlis. O programa registou, só no concelho, a participação de 238 moradores.

Gastos do Santuário de Fátima caíram para 14,2 milhões de euros m Em 2020 registou-se uma perda de 53,7% das receitas, em relação a 2019. Um perda que em 2021, embora não estejam ainda apurados todos os valores, será menos significativa O reitor do Santuário de Fátima apresentou durante o 43º Encontro de Hoteleiros e responsáveis por casas de acolhimento em Fátima, os números relativos a 2021, incluindo os montantes dos rendimentos e dos gastos que o Santuário nos últimos

p O Santuário recebeu 2,4 milhões de peregrinos em 2021 três anos. “Divulgamos estes números em nome da transparência, correspondendo aos apelos do Papa Francisco, por decisão do Conselho Na-

cional do Santuário de Fátima. Estes valores são sempre auditados por entidade externa e aprovados pelos órgãos próprios como sempre tem acontecido”, justificou

o padre Carlos Cabecinhas. Em 2020 registou-se uma perda de 53,7% das receitas, em relação a 2019. Um perda que em 2021, embora não estejam ainda apurados todos

os valores, será menos significativa. Em 2019 os rendimentos do Santuário foram de 20,3 milhões de euros e em 2020 de 9,4 milhões. Em 2021, embora os resultados ainda sejam preliminares e provisórios, os rendimentos deverão cifrar-se nos 14,9 milhões de euros, o que do ponto de vista percentual e comparando os dois últimos anos- 2020 e 2021- a 2019 representa uma quebra de rendimentos de 53,7% e de 26,3%, respetivamente. De acordo com os dados anunciados, os gastos do Santuário passaram de 18,9 milhões de euros em 2019

para 15,2 milhões em 2020 e 14,2 milhões em 2021. A maior fatia de gastos do Santuário é com o pessoal, justificada pelo reitor como uma consequência da profissionalização e valorização dos recursos humanos. Depois de quase seis meses sem qualquer movimento, entre 2020 e 2021 e de três meses com grandes constrangimentos à mobilidade das pessoas, o que as impediu de se deslocarem à Cova da Iria, ainda assim, o Santuário encerrou 2021 com o registo de 2,4 milhões de peregrinos, mais um milhão que no primeiro ano da pandemia. Publicidade

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