Jornal do Centro - Ed580

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Jornal do Centro 25 | abril | 2013

praçapública rNão me lembro de rO CERV irá traba- rHá medidas especí- rHá muitas associa-

palavras

deles Editorial

Paulo Neto Diretor do Jornal do Centro paulo.neto@jornaldocentro.pt

Opinião

João Cotta Presidente da AIRV

nos juntarmos todos lhar em cooperação por uma causa há mui- com todos os agentes culturais e com as to tempo” autarquias para que, com poucos recursos, se possa tornar a região de Viseu uma referência cultural nacional e internacional”

ficas que vão ser desenvolvidas pelo Governo e, portanto, pode ser um facilitador do acesso aos meios que ainda estão à disposição de qualquer empresário que queira investir na região Centro e, neste caso, na NUT’s 3 de Viseu Dão Lafões”

Pedro Ruas

João Cotta

Pedro Saraiva

Vice-presidente do Académico de Viseu, em entrevista ao Jornal do Centro

Presidente do Conselho Empresarial da Região de Viseu, em entrevista ao Jornal do Centro

Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, em entrevista ao Jornal do Centro

ções que estão hoje no terreno mas que têm pouca expressão, que trabalham pouco para os sócios, com pouco associativismo”

Gualter Mirandez Presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu, em entrevista ao Jornal do Centro

25 de Abril quase quarentão! E como o tempo passa, já trinta e nove anos decorreram sobre a revolução de 1974… À época, seriam as causas produtoras de tal efeito de maior ou menor monta que as circunstâncias hoje, em 2013, vividas pelos portugueses? A guerra colonial tem um peso opressivo na História contemporânea do nosso país. Foi a génese da revolução. Se a nossa participação na Iª Grande Guerra teve o seu relevo à proporção da nossa dimensão, já a “neutralidade” no IIº conflito nos manteve numa edulcorada paz, pendular entre as simpatias de Salazar por Hitler e Mussolini e a imperiosidade de manter uma ilusória isenção perante os ingleses, aliados de há séculos, por vezes mais hostis que os verdadeiros inimigos. Economia “oblige”, a Grã-Bretanha sempre

apreciou o vinho do Porto… Os vizinhos espanhóis não precisaram de ir à guerra. Austeros e audazes como “toreros” fizeram-na em casa e dizimaram-se entre 1936 e 1939, com um saldo de quatrocentos mil mortos em combate, um milhão de presos e cem mil execuções. Toda a Europa, no século XX e após o atentado de 28 de Junho de 1914, perpretado pelo estudante sérvio Gavrilo Princip que vitimou o arquiduque Francisco Fernando e esposa, Sofia Chotek, foi um continente a construir-se para se destruir. Até ao presente, de forma belicosa e sangrenta. Doravante, desagregando-se paulatina e mortiferamente, como um prédio de 27 andares, a quem querem acrescentar mais 9 quando já toda a construção se esboroa, vendo-se caliça pelos ares e pelos buracos, a fragi-

lidade do adobe da construção. Em Viseu, Almeida Henriques e José Junqueiro começam sua digladiação para a autarquia local. Um deles será o próximo presidente. Há que elucidar eleitores da validade, oportunidade, premência, necessidade, inovação e diferença das suas propostas. Ambos são homens experientes com créditos validados por anos de parlamento e passagens pela governação. Etariamente separados por menos de uma década são-no também pela formação académica nas áreas de direito e ensino, respectivamente. Em comum, serem viseenses e candidatos empenhados em preservar aquilo que de bom o concelho tem, acrescendo-o do que lhe falta: emprego, indústria, modernidade, inovação e abertura para o exterior. Ambos são capa-

zes. A lista que apresentarem será um dos mais relevantes factores diferenciadores. Se a de José Junqueiro carreará naturalmente toda a novidade, a de Almeida Henriques só se condenará se apresentar para o futuro de Viseu o seu passado. Isso será um erro crasso. Veremos, logo aqui e neste primeiro assalto, a força do candidato perante as imposições do “aparelho”. Hoje, os partidos políticos são, em geral, uma lura demasiado esconsa para os laparotos que nela se querem acolher. Os lugares, nas autarquias, se não ocupados por espírito de missão, são cobiçados para garantir poder, visibilidade, protagonismo… estatuto a que muitos nunca se guindariam se e pelas suas qualidades pessoais, profissionais, competência e mérito fossem sufragados…

Viseu pela positiva – As virtudes éticas Tive recentemente a oportunidade de apresentar um livro sobre ética empresarial e sustentabilidade. O referido livro, escrito pelo Padre Pedro Regojo, é muito rico de conteúdo e tive a oportunidade de ler sobre este tema, com uma profundidade maior. A ética é uma ciência, um ramo da filosofia que estuda as ações humanas, sua influência sobre os outros e sobre nós próprios. O autor do livro chega a um conjunto de conclusões importantes. Vivemos momentos de descrédito na ética pois a mesma falhou. Mas porquê? A primeira razão é muitas organizações têm uma visão utilitarista da ética, muito mais para mostrar do que para praticar. A se-

gunda razão tem a ver com a falta de virtudes éticas dos dirigentes. A história mostra-nos a ineficácia de ter normas éticas que não são praticadas. Segundo o autor, a ética das organizações tem 3 aspetos fundamentais: os fins da organização, os princípios éticos e as virtudes éticas dos dirigentes. Os 3 fins das organizações são as principais referências éticas dos dirigentes: económicos, sociais e humanos. Os fins devem assegurar a sustentabilidade das organizações. O fim último, aquele que elimina as dúvidas em caso de conflito de interesses, deve ser o bem comum. As normas e princípios éticos são os valores que unem as pesso-

as de uma organização. Devem ser praticados para serem seguidos e interiorizados. Estamos a falar dos princípios da subsidiariedade, participação, solidariedade, gratuidade, da justiça entre outros. Mas o mais importante são as virtudes éticas dos dirigentes, a prudência, a temperança, a justiça e a fortaleza. De elas derivam outras virtudes como a lealdade, a verdade, a transparência ou a humildade. A prudência faznos tomar melhores decisões, a temperança faz-nos querer fins maiores e não os fins imediatos, a justiça faz-nos dar aos outros aquilo que eles merecem e a fortaleza faz-nos ter a firmeza para superar desafios difíceis.

Quantas decisões tomámos que seriam melhores se atendêssemos estes princípios? Os momentos são de descrença na ética. A quase totalidade das fraudes que ocorrem no Mundo tem a ver com a falta de virtudes éticas dos dirigentes, pois normas e regulamentos existem. Com o livro do Padre Regojo aprendemos que podemos mudar e melhorar as nossas decisões. O homem é um ser dotado de vontade e é dono dos seus atos. A ética nos nossos comportamentos pratica-se e reforça-se. O nosso exemplo influencia os atos dos outros. Vamos dar o exemplo para podermos exigir mais dos outros.


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