Exlibris dezembro especial ensino

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Especial Ensino

Educar para o futuro

MISSÃO Qualidade no Sucesso que permita, pela exploração de todas as nossas potencialidades, a construção conjunta de um mundo melhor.

WWW.COLEGIONOVODAMAIA.PT

Dezembro 2015 Bimestral

13ª Edição

CRECHE | PRÉ-ESCOLAR 1º CICLO | 2º E 3º CICLOS ENSINO SECUNDÁRIO

Distribuição gratuita com o Jornal Público Encarte da responsabilidade de Crónica Pronunciada, Lda. Não pode ser vendido separadamente.

ISSN: 2183 – 0525


Especial Ensino

II

Materializando um Projeto Educativo fundeado nos grandes valores humanistas, o Colégio Novo da Maia não se restringe ao ensino, mas engloba uma Educação para os valores. Desenvolver as potencialidades

Colégio Novo da Maia

intelectuais, pessoais, emocionais e sociais para viver, aprender e trabalhar num mundo cada vez mais globalizado é a premissa que norteia a missão do Colégio. Tal metodologia é indutora

Educação integral e personalizada é garante de sucesso

da excelência académica e permite perspetivar um futuro promissor, onde cada aluno será capaz de contribuir ativamente para a construção conjunta de um mundo melhor. O ExLibris® foi ao encontro

de Marina e David Pinto, diretores, para conhecer uma Instituição que se destina a acolher crianças dos três aos 18 anos, educando-as para que sejam “cidadãos participativos, críticos e conscientes”.

Fomentando uma Educação Para efetuarmos uma breve assente em prover «qualidade apresentação da Instituição, como define o percurso evolutivo no sucesso que permita, pela exploração de todas as nossas do Colégio Novo da Maia (CNM) potencialidades, a construção que está a comemorar 14 anos ao conjunta de um mundo melhor», serviço da Educação? David Pinto: Tendo iniciado o proje- quais os valores disseminados to em 2001 com 27 alunos e estan- e em que vetores assenta do hoje com mais de 1000 discen- a diferenciação do Projeto tes, o CNM tem trilhado, ao longo Educativo do Colégio? dos anos, um percurso de sucesso, Marina Pinto: Os valores preconizasempre norteado pela qualidade e dos no CNM implicam a responsabiprocura incessante de um ensino lidade de todos, um processo relaciode excelência, de constante aperfei- nal, pessoal e profissional onde reina çoamento, nunca se resumindo ape- a transparência, a exigência e o rigor, nas e só à obtenção de excelentes re- promovendo deste modo o desenvolsultados académicos. O Colégio pro- vimento de cada um e de todos e a cacura aliar a estas preocupações uma pacidade de, no seu dia a dia, “procuformação pessoal e académica as- rar fazer ao outro o mesmo que gossente em valores éticos e morais, nu- taria que lhe fizessem a si mesmo”. O ma atitude crítica, construtiva, em- Colégio procura, por isso, criar conpreendedora, reflexiva e solidária, dições para que cada um descubra o que consideramos indispensáveis a que tem de melhor e colocá-lo ao serum futuro bem sucedido dos nossos viço de si e dos outros, vivenciandoalunos, bem como a uma sociedade -se, assim, um ambiente de liberdade, responsabilidade e solidariedamais justa e equilibrada.

de com o propósito de construir um mundo verdadeiramente melhor. O Colégio Novo da Maia assume-se como uma Escola em permanente construção; uma Escola Nova capaz de criar compromissos, pelos quais cada indivíduo consiga desenvolver um projeto claro de vida, que o ajude na sua formação enquanto Pessoa, com a missão de potenciar a transformação de cada aluno num Cidadão participativo, crítico e consciente. Nesta comunidade educativa todos os agentes são protagonistas, num clima de liberdade de expressão, autodisciplina e confiança, num espaço de troca, respeito mútuo, cooperação e partilha. A diferenciação do nosso Projeto Educativo tem por base uma permanente reflexão e avaliação da realidade em que estamos inseridos e do serviço educativo prestado, por forma a nos consciencializarmos das necessidades, das expectativas e das potencialidades da comunidade educativa. Assim, propomos um presente assente na inovação responsável e criteriosa com um plano curricular abrangente e diversificado, valorizando sempre os processos e não só os resultados. O CNM atribui grande relevância a áreas transversais, tais como um bom domínio da Língua Inglesa, Filosofia para crianças e jovens, as diversas expressões artísticas – coadujavadas por professores especialistas –, as Tecnologias de Informação e Comunicação, bem como a Multimédia para alunos do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e, ainda, a valorização de professores especializados nos domínios nucleares, tais como a Matemática e o Português no 1º Ciclo. Os projetos são também uma fonte multidimensional de aprendizagem onde se reúnem várias sinergias, incrementando a criatividade, o sentido crítico e a pró-atividade dos alunos e professores: Presse, Trilhos, Eu e os outros, Responsabilidade Social, Eco-escolas, Challenge 2020, Young Business Talents são alguns dos projetos. Assim, indo além do currículo oficial, que competências são trabalhadas em cada Ciclo, desde a Creche até ao Secundário? Marina Pinto: Todo o currículo está estruturado tendo em conta a legislação em vigor, o Projeto Educativo diferenciador do CNM, bem como a faixa etária das crianças e dos alunos. De destacar que o Modelo Pedagógico que norteia o processo de aprendizagem e de desenvolvimento está alicerçado numa educação para a decisão, em que cada atitude consciente e consistente é resultado de um processo de apropriação das distintas e complementares lógicas de construção do conhecimento. No que ao Ensino Secundário concerne, é uma diretriz do Colégio fomentar uma formação

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de cariz pré-universitário? David Pinto: O Modelo de Ensino preconizado no Secundário no CNM passa pela consciencialização no aluno que o seu sucesso está essencialmente dependente de si próprio, da sua atitude e empenho, da quantidade e qualidade do seu trabalho, cabendo aos professores e ao Colégio garantir um ensino de qualidade, rigoroso que não defraude o esforço e as expectativas. Este Modelo revela um cariz pré-universitário, onde o aluno vai desenvolvendo e interiorizando uma cultura de trabalho e de rigor indispensável para um futuro bom desempenho universitário, profissional e pessoal. De que forma é que a vossa metodologia se reflete em indicadores de sucesso, seja ao nível pessoal, seja académico? Marina Pinto: Ao nível da formação pessoal, o sucesso, o grau de satisfação e o reconhecimento pelo trabalho que temos vindo a desenvolver têm ficado bem evidentes nas relações sólidas, duradouras, voluntárias, empenhadas, solidárias, salutares e transparentes que o Colégio mantém com discentes, ex-alunos, pais e encarregados de educação. Quanto aos resultados académicos, temos de salientar que nos Rankings das Escolas, apesar de este ser um Colégio inclusivo, em todos os anos e em todos os níveis de ensino, sempre temos pertencido ao restrito grupo dos 2 ou 3 % das escolas privadas e públicas com melhores resultados nos exames nacionais, tanto ao nível nacional, como distrital e local. “Desenvolvimento integral e harmonioso dos alunos” Mais do que almejar o sucesso académico, as instituições de ensino pelejam pela definição de estratégias que estimulem o desenvolvimento intelectual e cognitivo. Quais as ferramentas adotadas para fomentar esta abordagem holística? Marina Pinto: O Projeto do Colégio Novo da Maia tem nos seus alicerces o desenvolvimento integral e harmonioso dos seus alunos. As atividades extracurriculares são entendidas como uma componente também importante na vida dos discentes, pelo que importa referir a relevância que atribuímos aos pressupostos pedagógicos e educativos em que se baseia o desenvolvimento de competências socais e cognitivas complementares às adquiridas em contexto curricular. O Colégio disponibiliza um conjunto de atividades muito diversificadas e protocoladas com instituições de referência, tais como: Ballet (Centro de Dança do Porto, certificação pela Imperial Society of Teachers of Dancing), Dança Contemporânea e Hip-Hop (Academia Pedro Sousa), Patinagem (Escola de Patinagem do Norte), Atletismo (Clube Desportivo do Colégio Novo da Maia e Clu-

be de Lavra), Futebol (Dragon Force Colégio Novo da Maia), Ténis (Clube Ténis da Maia), Rugby, Karaté (Clube de Karaté da Maia), Lego Robótica, Aprendizagem de Violino, Piano, Guitarra (certificação da Associated Board of the Royal Schools of Music), Xadrez (Xequemate), Yoga, Escola de Línguas CNM (Inglês, Alemão e Francês), entre outras. Neste contexto, o CNM afirma-se como «Learning International School». Que fatores motivam esta distinção? Marina Pinto: O Colégio tem vindo a fazer um fortíssimo investimento ao nível do ensino das línguas estrangeiras, das Tecnologias de Informação e Comunicação e na implementação de projetos que promovam um espírito criativo, crítico, autónomo e empreendedor nos nossos alunos. Temos participado e sido muito bem-sucedidos em vários concursos nacionais e internacionais de projetos ligados à Responsabilidade Social, ao Empreendedorismo e às Artes. Relativamente às instalações, quais as valências da Instituição? David Pinto: Consideramos que o CNM possui instalações de excelência, que são indispensáveis para que os alunos se sintam bem, felizes e tenham todas as condições de segurança e boa salubridade, possibilitando desenvolver um trabalho com todo conforto, comodidade e maior sucesso. O Colégio é composto por três polos independentes destinados, respetivamente, à Creche e ao Pré-escolar,

1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e Secundário, implantados num terreno de cerca de 14 000m2, com uma área de construção de cerca de 12 000m2 e de 7 000m2 de espaços exteriores destinados a equipamentos desportivos, de lazer e jardins. Importa, ainda, realçar que o Colégio, para além de possuir todas as salas, laboratórios e respetivas instalações de apoio com as condições e dimensões exigidas por Lei, tem um piso com quatro salas exclusivamente destinado ao ensino das Artes, Laboratório de Fotografia, Atelier de Escultura, uma Biblioteca, um Auditório, dois pavilhões gimnodesportivos, um ginásio e três refeitórios. Como caracteriza o corpo docente? É um dos elementos determinantes do sucesso? Marina Pinto: Muito mais do que em outras áreas, o sucesso na Educação só é possível com o trabalho conjunto de vários atores, sendo os professores, a par dos alunos, os principais protagonistas. No entanto, não pode, de forma alguma, ser descurado ou negligenciado o importante papel dos pais e encarregados de educação, assim como os assistentes operacionais indispensáveis ao sucesso educativo. O Colégio conta com um corpo docente jovem, mas com muito boa formação pessoal e académica, que é permanentemente acompanhado e monitorizado, desenvolvendo o seu trabalho de uma forma empenhada, competente, rigorosa, séria e colaborativa, sempre centrado no sucesso dos alunos e numa lógica de apro-

priação constante de conhecimento e de desenvolvimento profissional. No que aos encarregados de educação diz respeito, são partidários de um papel interventivo por parte destes no Ensino? Marina Pinto: Consideramos que os encarregados de educação devem contribuir para o desenvolvimento de um bom trabalho em parceria com o Colégio, que materializa momentos e estruturas definidas especificamente para esta participação. Temos a consciência que potencializando esta relação de complementaridade, o CNM fomenta um melhor conhecimento do trabalho desenvolvido por todos os profissionais, promovendo uma maior proximidade entre os diversos agentes, melhorando a comunicação, aumentando a confiança no projeto e o grau de satisfação. A cooperação estratégica é uma premissa fulcral no âmbito da Educação, seja ao nível nacional, seja no âmbito internacional. O Colégio integra programas que fomentem a cooperação com outras instituições? David Pinto: O Colégio mantém bastantes protocolos com instituições de Ensino Superior (Universidade Católica, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, Escola Superior de Educação do Porto, Instituto Superior da Maia – ISMAI, Universidade do Minho, etc.), nomeadamente na colaboração em estágios curriculares, bem como na formação contínua dos nossos profissionais.

Como perspetivam o futuro do Colégio Novo da Maia? Qual o plano de evolução? Há algum projeto que gostariam de ver implementado? Marina Pinto: O futuro do Colégio Novo da Maia passa por valorizar o percurso já trilhado, mas sem nunca se acomodar e procurando evoluir sempre em todos os níveis de ensino que leciona e em todas as dimensões que lhe são características. Parece-nos que há ainda alguma margem para crescer em termos de alunos ao nível do Ensino Secundário, passando também por aqui um potencial de crescimento do Colégio, obviamente de forma sustentada e sem nunca hipotecar a qualidade que já nos é publicamente reconhecida. Consideramos, também, essencial reforçar ainda mais a relação pedagógica de proximidade e investir incessantemente e de forma cirúrgica na apropriação do conhecimento pela verdadeira implicação dos alunos neste processo, respeitando os ritmos de aprendizagens, os interesses de cada um e as diferentes formas de aprender

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Colégio Novo da Maia Avenida Carlos Alberto Teixeira Azevedo, 365 Milheirós, MAIA 4475-327 Edifício I – 229 618 270 Edifício II – 229 618 000 Edifício III – 229 617 080 www.colegionovodamaia.pt Dezembro 2015 ExLibris


Especial Ensino

IV

Queen Elizabeth’s School

80 anos de excelência académica e de promoção do diálogo intercultural

No dia 31 de janeiro de 2016, a Aula Magna da Universidade de Lisboa receberá a cerimónia comemorativa do cinquentenário da Fundação Denise Lester e do octogésimo aniversário da Queen Elizabeth’s School. Nesta festa comemorativa pretende-se homenagear a Fundadora desta Instituição, Miss Denise Lester, O.B.E., e primeira Presidente do Conselho de Administração da Fundação que criou, assim como o segundo Presidente do Conselho de Administração, Senhor Dr. Joaquim Pedro de Oliveira Martins e o Vogal Senhor Major Michael William Stilwell, C.B.E. Este será, certamente, um momento em que a emoção se evidenciará no rosto de toda a comunidade educativa e de todos aqueles que assistem, diariamente, à excelência do ensino ministrado por Instituição bilingue. Em entrevista ao ExLibris®, Maria da Conceição Oliveira Martins, atual diretora, tece um breve retrato da evolução da Instituição, evidenciando a sua dinâmica. ExLibris Dezembro 2015

Com um legado de sucesso e um futuro promissor, o Colégio comemora 80 anos e a Fundação Denise Lester assinala, igualmente, um marco importante na sua história, ao celebrar cinco décadas. A Queen Elizabeth’s School está a organizar um evento memorável para comemorar estas efemérides, em janeiro. Neste sentido, quais as iniciativas previstas para esta festa? O Conselho de Administração da Fundação Denise Lester está a organizar uma cerimónia comemorativa do cinquentenário da Fundação e do octogésimo aniversário da Queen Elizabeth’s School, cujo início da sua atividade educativa remonta a 3 de novembro de 1935. Este evento terá lugar na Aula Magna da Universidade de Lisboa, no dia 31 de janeiro de 2016, sendo neste apresentada uma resenha histórica dos marcos importantes na vida desta Instituição, desde a criação da Queen Elizabeth’s School até à atualidade, fazendo alusão a algumas notas biográficas sobre a Fundadora, Miss Margaret Denise Eileen Lester, O.B.E. (Order of the British Empire), à doação que esta fez em vida do estabelecimento de ensino de que era proprietária a uma Fundação portadora do seu nome. Esta Fundação foi instituída com a finalidade de dar continuidade à sua obra após o seu desaparecimento. Os estatutos da Fundação Denise Lester foram aprovados por despacho do Ministério da Educação Nacional no dia 18 de fevereiro de 1965, tendo estes sofrido uma

Serge, Frederik e Clara Van Pallandt

Miss Margaret Denise Eileen Lester, O.B.E. (Order of the British Empire)

Três primeiros alunos: Miguel Abcassis, Titá Pinto Basto e Isabel Costa Duarte

alteração em 1976 pelo Despacho n.º 143/76 de Sua Exa. o Ministro da Educação e Investigação Científica e a última alteração em março de 2015, pelo ofício n.º 617/DAJD/2015 de Sua Exa, o Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares. Constitui objeto da Fundação Denise Lester, desde a sua origem, o ensino primário e da Língua Inglesa a crianças de ambos os sexos, entre os quatro e os 12 anos de idade, sendo esse ensino, com um limite de 5% sobre a frequência escolar, extensivo a crianças diminuídas fisicamente, que terão as suas aulas em conjunto com as restantes; prosseguir quaisquer outros fins de natureza educativa, cultural e de solidariedade social; cooperar com a Embaixada Britânica em Portugal e seus Serviços Culturais, em projetos e iniciativas nestas áreas. A Fundação manterá a Queen

Elizabeth’s School, de acordo com o espírito com que foi criada, procurando sempre observar os programas do ensino vigente nas escolas britânicas, o culto da amizade luso-britânica e honrar as bandeiras dos dois países, que deverão ser hasteadas, a par, em todos os dias e atos solenes da história dos dois países. Com a última alteração estatutária, passaram a fazer parte do objeto da referida Fundação as valências de Creche, educação Pré-escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico. Quanto aos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e Secundário, prevê-se a possibilidade de expansão para estes níveis de ensino, se a rentabilização dos meios financeiros da Fundação assim o permitirem, o Conselho de Administração o entender e a entidade competente o autorizar. A Fundação Denise Lester foi instituída como pessoa coletiva de direito privado de utilidade pública administrativa, tendo Miss Denise Lester, O.B.E., após a doação do património da Escola a esta Instituição, ficado, por direito próprio, Presidente do Conselho de Administração, com a função de designar os restantes Vogais, que não poderiam, contudo, exercer os seus cargos sem a prévia aprovação do Ministério da Educação Nacional. Uma vez falecida a Fundadora, em 18 de junho de 1982, sucedeu-lhe, no lugar de Presidente do Conselho de Administração, o Vogal desse Conselho, o Senhor Dr. Joaquim Pedro Benthein de Noronha Morais Pinto de Oliveira Martins, o qual foi

eleito por unanimidade e esteve à frente desta Fundação até 8 de dezembro de 2011, data em que sofreu um fatal acidente de viação. Nesta festa comemorativa pretende-se fazer uma homenagem póstuma à Fundadora desta Instituição, Miss Denise Lester, O.B.E. e primeira Presidente do Conselho de Administração da Fundação que criou, assim como o segundo Presidente do Conselho de Administração, Senhor Dr. Joaquim Pedro de Oliveira Martins e o Vogal Senhor Major Michael William Stilwell, C.B.E. (Commander of the Most Excellent Order of the British Empire), M.C. (Military Cross). Por esta ocasião, também serão apresentados à comunidade escolar os novos membros dos órgãos sociais da Fundação Denise Lester. O desfecho desta cerimónia culminará com a interpretação, pelos alunos da Queen Elizabeth’s School, do musical «Alice», adaptado por Mark e Helen Jonhson do clássico infantil britânico «Alice’s Adventures in Wonderland», de Lewis Carroll, no ano comemorativo do 150º aniversário do lançamento desta obra. No dia da festa, no átrio da Aula Magna, estará em exposição uma mostra de trabalhos realizados pelos alunos, alusivos a algumas tradições anglo-saxónicas que fazem parte da cultura desta Escola bilingue desde o seu início, com especial destaque: Queen Elizabeth II longest-reigning UK monarch; Guy Fawkes - Gunpowder Plot; Remembrance - Poppy Appeal; a celebra-


Dr. Joaquim Pedro de Oliveira Martins e Major Michael Stilwell

Dr. Joaquim Pedro de Oliveira Martins, Dr. Júlio Gião Marques, Major Michael Stilwell, 1º aluno do Colégio, Miguel Abecassis, Dra. Conceição de Oliveira Martins (da esq. para a dir.)

Lester, O.B.E. era membro honorário, para ajudar os combatentes de guerra que ficaram feridos ou as famílias daqueles que tenham perdido a vida em serviço da nação britânica, efetuando um peditório que reverte a seu favor - Poppy Appeal. A Royal British Legion foi criada em 1921 e, desde então, trabalha para ajudar os ex-combatentes e suas faRealizou-se, de 11 a 14 de janeiro de 2007, o 9° Encontro Nacional de Fundações, o qual teve como tema de mílias. O primeiro peditório do Pofundo as “Fundações: Ética e Cidadania”, que contou com o apoio da Comissão Europeia, no âmbito do programa de “Promoção da Cidadania Europeia Ativa”. ppy Appeal teve lugar, nesse ano, no dia 11 de novembro. A papoila foi escolhida como o ção do Ano Extraordinário Jubilar a importância desta comemosímbolo nacional britânico para da Misericórdia, um Ano Santo que ração para a Queen Elizabeth’s assinalar o fim da Primeira Guerfoi proclamado, no Vaticano, pelo School e de que forma foi assira Mundial, o dia do Armistício. O Papa Francisco e teve início no dia nalada este ano? 8 de dezembro, dia da Imaculada No passado mês de novembro, a dia 11 de novembro de 1918 tornouConceição e que se prolongará até Queen Elizabeth’s School comple- -se, desde então, um dia de homedia 20 de novembro de 2016, com tou os seus 80 anos de existência; nagem aos combatentes. A partir a Solenidade de Nosso Senhor Je- e, como vem sendo tradição des- dessa data, em muitas partes do sus Cristo; os 800 anos da assina- de longa data, associou-se à Royal mundo, há a tradição de se fazer tura da Magna Carta, que remonta British Legion, da qual Miss Denise um silêncio de dois minutos às 11 a 1215, cuja digressão mundial passou por sete países, tendo sido Portugal contemplado, atendendo à importância da aliança Luso-Britânica, a mais antiga aliança do mundo e o St. George’s Day. Sendo a Queen Elizabeth’s School uma Escola Católica, a abertura deste Jubileu Extraordinário tem um significado especial, uma vez que acontece no quinquagésimo aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II que ocorreu em 1965, ano da instituição da Fundação Denise Lester. Este Ano Santo será uma oportunidade para aprofundar a Fé num compromisso renovado do Testemunho Cristão.

horas, do dia 11, do mês 11 do calendário em memória de todos os mortos em combate.«The Two Minute Silence, held each year at the eleventh hour of the eleventh day of the eleventh month, marks the end of the First World War. It is a day to remember and honour those who have paid the price for our freedom, then and now». (in www.britishlegion.org.uk). Para assinalar o Remembrance Day, a Queen Elizabeth’s School foi visitada por um membro do Royal Hospital Chelsea, Staff Sergeant Peter Waddington, soldado da Artilharia Real, e pelo Comandante Ronald Goddard, AFC (Air Force Cross), da Royal Navy, membro honorário da British Legion. O Remembrance Sunday assinala-se, todos os anos, no segundo domingo do mês de novembro. É um dia em que todo o Reino Unido se une para homenagear os que se sacrificaram para assegurar e defender a liberdade do seu país. A comemoração deste dia faz parte da herança cultural britânica e é considerado um evento nacional.

O Conselho de Administração da Fundação Denise Lester, a Direção e um grupo de alunos da Queen Elizabeth’s School foram convidados pela British Legion para tomarem parte do Remembrance Sunday que teve lugar na Igreja de São Jorge, sita no Cemitério dos Ingleses, bem como para irem a uma receção na residência oficial de Sua Excelência, a Embaixadora de Sua Majestade, a Rainha Isabel II, Kirsty Isobel Hayes, convite esse que muito os honrou. A Queen Elizabeth’s School teve o privilégio de receber Sua Excelência, a Cônsul do Reino Unido em Portugal, Simona Demuro e de um representante em Portugal, da Royal British Legion, Mr. Mark Hanmer, dia 10 de dezembro de 2015, como forma de reconhecimento pelas verbas recolhidas pelo Poppy Appeal realizado neste estabelecimento de ensino, assim como nesse mesmo dia recebeu um postal escrito pelo Royal Pensioner Peter Waddington a agradecer a hospitalidade com que foi recebido na visita a esta Escola

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O National Service of Remembrance afirma-se como um marco importante na História da nação britânica, prestando homenagem a todos os combatentes de guerra que tenham ficado feridos ou perdido a vida em serviço. Com efeito, qual Dezembro 2015 ExLibris


Remembrance Sunday, Lisboa, 8 de novembro de 2015

Gala dos 75 anos

A Queen Elizabeth’s School foi convidada pela Embaixada Britânica, no âmbito da visita de Estado de Suas Altezas Reais, o Príncipe de Gales e a Duquesa da Cornualha, a levar os seus alunos finalistas a assistir a uma apresentação do cavalo Lusitano na Sociedade Hípica Portuguesa, no dia 29 de Março de 2011.

Visita de SAR a Princesa Laurentien van Oranje, no dia 2 de maio de 2012, para a realização de um workshop sobre o livro da Sua autoria “Mr. Finney e o Mundo de Pernas para o Ar”.

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Especial Ensino

VII

Colégio Militar

Educar pelos ‘Valores’… ...Liderar pelo ‘Exemplo’ ...Ensinar para o ‘Sucesso’ Quem contempla a imponente fachada do Colégio Militar não imagina o espaço interior que se estende para lá do infinito que os nossos olhos conseguem alcançar. Ao dar os primeiros passos neste que é um local privilegiado para a Educação, deixamo-nos conquistar por um universo de História e de Cultura em que cada pormenor guarda memórias de conquistas geracionais. Assim que a campainha soa, o espaço exterior – onde a natureza coabita em perfeita harmonia com as instalações aptas ao desenvolvimento das componentes pedagógica, lúdica e de enriquecimento curricular –, é embelezado pelas crianças e jovens que aqui encontram o ‘berço’ de uma formação de excelência rumo a um futu-

ro de sucesso. Nos seus semblantes, observamos sorrisos genuínos que refletem a alegria e o contentamento em poder edificar um percurso promissor nesta Instituição que, mais do que ser uma referência nacional, lhes proporciona uma vivência académica ancorada em valores e que pretende honrar a tradição e o legado de gerações que serviram a Pátria com verdadeiro espírito de missão. Em cada gesto determinado é notório o orgulho que nutrem em poder envergar, diariamente, o traje que os uniformiza e que os integra na ‘família’ do Colégio Militar. Deduzimos, então, que o primeiro dia em que tiveram oportunidade de usar a barretina ficará para sempre timbrado nas suas memórias. Porque «este é o

símbolo que liga entre si quantos vivem o Colégio, é o símbolo de: Abnegação, Coragem, Calma, Iniciativa, Fé, Cavalheirismo, Cooperação, Zelo, Honra, Fidelidade, Ordem, Patriotismo, Ideal, Espírito Militar, Tenacidade, Lealdade, Justiça, Espírito de Sacrifício, Confiança em si mesmo, Decisão, Disciplina»2. E, quando chegar a altura de ostentar este símbolo na lapela, a barretina será «aquela coisa pequenina que se põe à altura do coração, como uma condecoração, um brasão de família, e um sinal de uma condição que não tem igual»3. Terminadas as aulas, a busca pelo conhecimento não cessa. Num deslocamento determinado, os alunos dirigem-se para o picadeiro, para o ginásio ou para a piscina, onde têm oportunida-

de de desenvolver competências e ferramentas através da componente desportiva que é um pilar estruturante do Projeto Educativo desta Instituição. E é então que percebemos que, efetivamente, o Colégio Militar, mais do que uma Escola de liderança, de sucesso e de valores, é uma ‘casa’ onde os predicados cuidar, educar e formar são conjugados em uníssono por uma equipa de pedagogos dos quais fazem parte professores e militares. Compreendemos, por isso, a essência da divisa «um por todos, todos por um» que representa a tradicional camaradagem e solidariedade que une toda a comunidade colegial. Completamente rendidos a esta vivência, somos gentilmente recebidos pelo Coronel Sardinha Dias,

Fardados a rigor e envergando orgulhosamente a barretina, os alunos do Colégio Militar encontram aqui uma Instituição onde a tradição e a inovação se harmonizam. Na senda de uma Educação pelos valores, a Instituição assume-se como agente da evolução, desenvolvendo, para tal, métodos de ensino e de aprendizagem rigorosos que pretendem formar cidadãos ativos, críticos e com consciência cívica e social. Fazer a diferença e contemplar a individualidade, na formação humanista e integral dos alunos, é o mote do Colégio. Considerando que «a melhor forma de prever o futuro é criá-lo»1, os alunos têm oportunidade de, no Colégio Militar, construir promissores projetos de vida. Atravessámos, por isso, os portões seculares desta Instituição, para testemunhar a sua dinâmica e um Projeto Educativo diferenciado.

Diretor, que nos apresenta as instalações. Nos claustros, onde mais se sente o espírito e a mística do Colégio, permanecem gravadas memórias de gerações de alunos que por aqui passaram ao longo de mais de dois séculos de história. Conhecemos a Sala de Armas e o Museu do Colégio Militar onde é perpetuada a memória coletiva desta Instituição. No retrato de cada Comandante de Batalhão Colegial, em cada uniforme e em cada recordação que aqui é saudosamente guardada são anos e anos de uma Educação de excelência que podem ser revisitados. Encaminhamo-nos, então, para a Sala de Leitura, onde, envolvidos num universo de Cultura, o Diretor nos narra o percurso da Instituição e evidencia a diferenDezembro 2015 ExLibris


A EDUCAÇÃO EXIGE OS MAIORES CUIDADOS, PORQUE INFLUI SOBRE TODA A VIDA

ciação do Projeto Educativo aqui ministrado. Retrocedendo à génese do Colégio Militar, a sua matriz identitária radica em 1803, altura em que o então Coronel António Teixeira Rebello, no quartel da Feitoria, em Oeiras, cria a Instituição de ensino, à data com o nome de Colégio de Educação do Regimento de Artilharia da Corte. Com efeito, este é um exemplo de uma Escola que surge pela iniciativa visionária de um militar que se constituiu como um verdadeiro exemplo de dádiva total ao serviço da Pátria, desde o dia em que, com 14 anos incompletos, saiu da sua aldeia transmontana para se alistar voluntariamente nas fileiras do Exército. A poucos meses de comemorar 213 anos, o

Coronel Sardinha Dias, diretor

ExLibris Dezembro 2015

Colégio ostenta o Estandarte Nacional mais condecorado das Forças Armadas portuguesas. Caracterizado ao longo de décadas e por mais de dois séculos por constituir um Colégio apenas a funcionar em internato masculino, este soube adaptar-se à evolução educativa e social. E se até à primeira década do milénio se manteve nos moldes originários, com frequência desde o 2º Ciclo ao Ensino Secundário, “atualmente, não só alargou a oferta educativa ao 1º Ciclo do Ensino Básico, como acolheu entre si estudantes femininas e possibilita, agora, para todos os alunos, a frequência também em regime de externato”, começa por explicar o Coronel Sardinha Dias.

«As crianças de hoje são os Outros dos aspetos distintilíderes de amanhã»4 vos do Projeto Educativo radica Pretendendo formar cidadãos aptos na componente física estimulada e capazes a enfrentar os desafios do desde tenra idade. Por isso, o Coléfuturo, o Colégio é sede de conhe- gio prevê “uma série de atividades cimento, saber e proficiência des- neste âmbito, tanto integradas no de os primeiros anos até à adoles- plano curricular como de complecência. Fazendo jus à sabedoria do mento académico. A título exemfilósofo Séneca que sentencia que plificativo, a Esgrima, a Equita«a Educação exige os maiores cui- ção e a Instrução Militar são atividados, porque influi sobre toda a vi- dades obrigatórias, ao passo que a da», a pedagogia de ensino do Colé- Ginástica, a Natação, o Tiro, o Aegio foi idealizada assente na premis- romodelismo, o Futebol e o Rugby, sa de que o processo educativo deve entre outras, são disponibiliza- dos de acordo com os mesmos cricomeçar desde tenra idade. Assim, das em regime de enriquecimento térios dos Exames Nacionais. Sinum espaço onde se pretende que curricular”, evidencia o entrevista- multaneamente, e embora a prepacada aluno se sinta integrado, aca- do, acrescentando que “os alunos ração seja realizada durante todo rinhado e feliz, a Instituição incre- adoram a componente desportiva, o ano letivo, na proximidade dos menta um modelo de aprendizagem aderindo de forma entusiástica às Exames preveem-se igualmente com uma identidade muito própria, inúmeras e mais variadas ativida- semanas de preparação específica”. que assenta num ‘Código de Hon- des disponibilizadas”. Neste âmbiOutra das premissas deste modera’ e em valores como a autonomia, to relevam-se ainda outras ativida- lo educativo é a relação de empatia a liberdade, a igualdade e o respei- des de enriquecimento curricular e de proximidade que se estabeleto, ambicionando criar os adultos aqui ministradas, muito concor- ce entre aluno e professor, estanridas pelos alunos, como sejam a do esta assente no respeito mútuo. de amanhã. Citando Nelson Mandela, que Música, a Dança, o Teatro, a Robó- De acordo com o Coronel Sardinha considerava que «a Educação é uma tica, o Mandarim e o Clube de Fi- Dias, “esta é uma das nossas orien‘arma’ muito importante para prepa- losofia. tações. Queremos que haja aberA pedagogia de ensino imple- tura por parte do corpo docente e rar os jovens para os seus futuros papéis, enquanto líderes da comuni- mentada tem-se traduzido em ca- que este fomente a disponibilidadade», o Modelo Pedagógico incre- tegóricos indicadores de suces- de para que os educandos se sinmentado, para além “de pretender so escolar. Com efeito, para incre- tam à vontade para colocar dúvicumprir os ditames impostos pelo mentar a performance académica das”. Simultaneamente, todos os Ministério da Educação, ambicio- dos discentes, a Instituição prevê dias, um aluno graduado – discenna formar pessoas na sua dimen- o apoio nas disciplinas estruturan- te do 12º ano – tem oportunidade são humana, mediante a transmis- tes, como o Português e a Matemá- de almoçar com o Diretor do Colésão de uma cultura de exemplo, por tica, disponibilizando, para tanto, gio, de forma a expor as suas dúvitodos praticada, desde os milita- tempos de “estudo específico e es- das, anseios e perspetivas. Tratares aos ‘alunos graduados’, passan- tudo de apoio devidamente acom- -se de uma estratégia preconizada do pelos professores e pessoal não panhado. Esta situação é igual- pelo Coronel Sardinha Dias assim docente. Com base nos valores per- mente extensível a outras disci- que assumiu a Direção, há cerca de manentes da identidade nacional e plinas, caso necessário, como por quatro meses, e que se tem reveladas virtudes militares, contribui pa- exemplo a Língua Inglesa ou a Fí- do muito profícua. ra o desenvolvimento de um percur- sico-química. No horário, são ainEsta empatia prossegue ao níso formativo individual, asseguran- da incluídos tempos para ‘estudos vel dos encarregados de educação, do uma sólida formação moral, in- gerais’ normalmente aproveitados uma vez que a equipa diretiva e de telectual e física dos alunos que pelos alunos para realização de tra- pedagogos comunga da filosofia integram o Batalhão Colegial”, as- balhos de grupo e dos ‘trabalhos de em que se considera que estes desegura o Diretor. Para alcançar este casa’”, afirma o entrevistado. Em- vem ser elementos ativos na Edudesígnio estruturante, o Colégio de- bora a exigência seja transversal a cação dos filhos. “Os pais são agensenvolve o Projeto «Liderança e Va- todos os Ciclos de Estudo, no En- tes muito relevantes na formação e, lorização pessoal» que dissemina na sino Secundário esta é intensifica- por isso, são nossos interlocutores, comunidade académica princípios da. Com um perfil pré-universitá- tomando parte nas reuniões mais e competências como “a camarada- rio, este nível de ensino conta com importantes. Através dos diretores gem, a solidariedade, a autoestima, estratégias pedagógicas inovado- de turma, estes podem ter conhea autonomia, a coragem, a discipli- ras que estimulam a curiosidade cimento da progressão escolar dos na, a responsabilidade, a lealdade intelectual e científica e a cons- filhos e, com os Comandantes de e a capacidade de decisão. “Que- trução autónoma do conhecimen- Companhia – existem quatro Comremos formar seres humanos ínte- to, perspetivando a preparação pa- panhias, correspondentes aos 2º e gros e com capacidade de lideran- ra os desafios posteriores. Para tal, 3º Ciclos e ao Ensino Secundário –, “os testes são realizados e corrigi- do desempenho comportamental. ça”, afiança.


OUTRO DOS ASPETOS DISTINTIVOS DO PROJETO EDUCATIVO RADICA NA COMPONENTE FÍSICA ESTIMULADA DESDE TENRA IDADE. POR ISSO, O COLÉGIO PREVÊ “UMA SÉRIE DE ATIVIDADES NESTE ÂMBITO, TANTO INTEGRADAS NO PLANO CURRICULAR COMO DE COMPLEMENTO ACADÉMICO”

E este é um modelo que tem funcionado muito bem, enquanto plataforma de fomento da comunicação entre a Escola e os encarregados de educação”, assegura. Perspetivando o constante e reiterado envolvimento dos pais na vida académica do Colégio, estes são frequentemente convidados a participar nos eventos culturais, religiosos, desportivos e nas tradições mais emblemáticas, dos quais são exemplo a Cerimónia de Graduações, a Abertura Solene das Au-

las, o Compromisso de Honra, o do casaco. Neste contexto, o CoroAniversário do Colégio – 3 de mar- nel Sardinha Dias acrescenta, ainda, que muitos são os alunos que, ço – e o Baile de Gala. Findo o périplo pela dinâmica “apesar de frequentarem o Colégio da Instituição, percebemos que, de em regime de externato, gostariam facto, mais do que um Colégio, esta de ser internos. A oportunidade de é uma verdadeira Casa do conheci- aqui pernoitarem permitir-lhes-ia mento: um berço da formação de participar nas tradições e divertiadultos responsáveis, autónomos, mentos colegiais na sua plenitude, altruístas, conscientes e irrepreen- momentos e cumplicidades estes síveis no trato; uma Escola de valo- que, muitos anos mais tarde, acares; uma rampa de lançamento pa- bam por constituir as mais valiora um futuro promissor; uma opor- sas memórias e recordações vivitunidade de vivenciar o percurso das por aqueles que passaram por académico num local imbuído de este Casa, nos anos mais significahistória, num espaço dinâmico e tivos do seu crescimento. Cada aludinamizador ao serviço da Educa- no é identificado por um ‘número’, ção. Talvez por isso, os laços que se herdado e transmitido de geraconstroem perduram durante to- ção em geração, repositório de um da a vida. E, prova disso é o facto sentimento de orgulho e pertença de existir uma Associação de Anti- à Família Colegial e, igualmente, gos Alunos que mantém um fortís- mais um fator de diferenciação do simo espírito colegial, constante- espírito desta Instituição”. Perspetivando o futuro e tramente transmitido através do seu grito de saudação, o ‘ZACATRAZ’, çando um balanço da fusão ene na inestimável ‘barretina’ que re- tre o Colégio Militar e o Instituto pousa, orgulhosamente, na lapela de Odivelas, o Diretor é perentó-

rio ao afirmar que “o espírito colegial se mantém e a essência e a matriz identitária não foram alteradas. As meninas integraram-se perfeitamente na dinâmica do Colégio”. De olhos postos no futuro, o Diretor afirma que “a preocupação com o sucesso escolar se manterá em perfeita harmonia com uma oferta formativa singular no âmbito dos valores, dos princípios e das tradições. Simultaneamente, pretendemos continuar a ministrar um Projeto Educativo que nos diferencia e que é único. O Colégio Militar, para além de lecionar um ensino de qualidade e de exigência, cumprindo as determinações do Ministério da Educação, prepara os alunos para os desafios do futuro”, conclui

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1 Peter Drucker 2 Tenente Coronel Alcides de Oliveira, ex-subdiretor do Colégio e antigo aluno 3 Cor. Miranda Dias (292/1925) 4 Nelson Mandela

Dezembro 2015 ExLibris


Especial Ensino

X

Colégio Campo de Flores

Colégio Campo de Flores: Palco de conhecimento académico e pessoal

Enquanto projeto aberto, flexível e integrado que permite a adequação dos conteúdos pedagógicos à diversidade e à melhoria das aprendizagens, o Colégio Campo de Flores promove uma cultura de mérito, rigor e exigência que pretende estimular a performance académica e social dos alunos. Ministrando um Projeto Educativo que privilegia o respeito pela identidade individual, pelo reconhecimento e pela aceitação das diferenças que caracterizam cada aluno, este é, efetivamente, um espaço privilegiado onde o conhecimento e o saber se harmonizam e onde os estudantes encontram os alicerces para edificar um futuro promissor. O ExLibris® voltou a esta Casa do saber para testemunhar os projetos de inovação pedagógica que colocam a ‘semente’ do conhecimento nos alunos.

Regressámos ao Colégio Campo de Flores num dia soalheiro de outono em que os raios dourados iluminavam o sorriso das crianças que brincavam alegremente no recreio. Recordámos, então, as palavras de Alberto Caeiro: «A mim, este campo [leia-se Colégio], estas flores [leia-se alunos] contentam-me». Berço de cidadãos conscientes, autónomos, empreendedores e altruístas, a Instituição afirma-se como um espaço privilegiado para a Educação, onde a Cultura, a Arte e a Ciência se harmonizam. Concluímos, por isso, que a felicidade no semblante das crianças é o reflexo genuíno do contentamento que estas nutrem em poder construir, aqui, um projeto de vida verdadeiramente promissor. Considerando que, tal como eternizou William Shakespeare, «somos do tecido de que são feitos os sonhos», o Colégio Campo de Flores assume-se como um interlocutor privilegiado do conhecimento que, reunindo as condições necessárias para promover uma formação de excelência, estimula a performance académica dos alunos, transmitindo-lhes igualmente os valores indispensáveis à vivência em cidadania, para que, um dia, os seus sonhos se concretizem. Com efeito, o regresso ao Colégio ExLibris Dezembro 2015

Campo de Flores consubstanciou-se num verdadeiro momento de aprendizagem a dois níveis: humano, pela forma afetuosa, dedicada e personalizada com que as crianças e jovens são formados; e educacional, pela perspetiva de Educação com que João Rafael de Almeida, diretor, nos brindou. Mais do que um professor que assume a gestão da Instituição, este é um mentor com uma visão muito particular sobre este tema. Respeitando a identidade individual, o reconhecimento e a aceitação das diferenças que caracterizam cada aluno, João Rafael de Almeida é partidário de uma pedagogia de ensino que privilegia a personalização, a formação humanista e integral dos discentes e, ainda, a adoção de métodos pedagógicos inovadores. E foi, precisamente, este o tema que deu o mote à ‘viagem’ do ExLibris® pela dinâmica do Colégio. “Enquanto Instituição, ao serviço da Educação, devemos almejar o saber global, ou seja: saber ser; saber sentir; saber estar; saber pensar; saber criar e saber fazer. A Escola deve ser palco de conhecimento, académico e pessoal, encetando metodologias assentes no rigor, na exigência, no espírito de sacrifício e no compromisso”, defende o diretor. Com efei-

to, pretendendo formar cidadãos críticos, empenhados e rigorosos, capazes de uma aprendizagem contínua ao longo da vida, a abordagem pedagógica, no Ensino Pré-escolar, é baseada no desenvolvimento psíquico, cognitivo, intelectual e físico da criança. Neste processo evolutivo, o domínio da Língua Materna vai-se tornando fulcral. E, por isso, as crianças dos três aos cinco anos são integradas numa dinâmica de intervenção pedagógica, ajustada em termos etários, que pretende criar uma maior consciência fonológica. O projeto desenvolvido em parceria com a professora universitária Dina Alves, que tem como objetivo estruturante aprofundar o conhecimento dos fonemas e dos sons — sendo este vital aquando da iniciação da leitura e da escrita, no 1º Ciclo —, “tem demonstrado excelentes resultados porque se trata de um programa muito testado por uma especialista na matéria”, afiança o diretor. Neste novo ano letivo, “sentimos necessidade de fazer uma redefinição de horário neste nível de ensino e, por isso, reduzimos algumas atividades de complemento curricular que estavam integradas no horário, designadamente a Dança Criativa e a Informática. Percebemos que, nestas faixas etárias, as crianças necessi-

tam de mais tempo para estar com a educadora e para brincar e estes aspetos têm de ser igualmente valorizados numa Educação plena”, acrescenta. Por sua vez, “no âmbito da escrita, são desenvolvidas ferramentas de auto-avaliação que permitem que os discentes tenham capacidade de analisar a sua forma de escrever, no sentido de melhorarem, numa perspetiva de competência, de autorregulação e de motivação. Pretende-se que o aluno tenha capacidade de refletir sobre o que escreve, durante o processo de planificação do texto, de redação e de revisão, sendo este último domínio, habitualmente, negligenciado pelos estudantes. É muito importante estimular o gosto por escrever bem e por produzir textos que reflitam uma escrita clara e organizada”, evidencia o diretor. A pertinência e a eficácia deste projeto determinou, há dois anos, a sua extensão aos 5º e 6º anos. Na opinião de João Rafael de Almeida, “a sua interrupção no 4º ano de escolaridade não permitia a consolidação dos resultados alcançados. Até esta altura, os alunos aprendiam estruturas e formas de trabalhar o texto, mas, quando chegavam ao 5º, com o aumento das disciplinas, os conhecimentos adquiridos nestes domínios dispersavam-se e, por isso,

consideramos oportuno estende-lo. Para além de este projeto ser trabalhado intensivamente durante uma hora por semana com a coordenadora, Ana Guerra, é explorado, de forma complementar, nas disciplinas de Português, de História e de Ciências Naturais”, refere o diretor. Efetivamente, os projetos implementados pela direção, inovadores na sua filosofia, têm permitido potenciar a performance académica dos estudantes. Mas, num desafio constante por respeitar os ritmos de aprendizagem dos alunos e direcionar as metodologias de ensino, neste novo ano letivo, neste projeto de desenvolvimento da escrita, “durante a hora em que os alunos trabalham com a coordenadora, a turma está dividida: metade trabalha a área de organização e método e os restantes discentes melhoram as competências da escrita com a coordenadora. Com grupos mais pequenos podemos personalizar o trabalho, analisando as dificuldades de cada um e direcionando estratégias”, explica. Continua-se a incrementar o Programa «Ciência» em que os pequenotes do ‘Pré-Escolar’ e os ‘benjamins’ do 1º Ciclo tomam contacto com as diversas fases do método científico, incluindo, nos mais velhos (3º e 4º ano) os respectivos relatórios.


João Rafael Almeida Diretor do Colégio Ainda no 1º Ciclo, o Colégio man- namizamos o «Conhece-te a ti mesmo: nesta fase começa a notar-se, de for- car apenas à encenação, passou petém os projetos de Educação Finan- a Adolescência», onde começam a ser ma precoce, que há alunos que têm lo Colégio, numa ótica de transmisceira no 2º ano, o «Aprender a vencer» introduzidas questões de afeto, de co- maior predisposição para a Língua e são do saber, para brindar os alunos (Otimismo) no 3º ano, sendo que es- municação e sintomas de adolescên- outros que necessitam de maior aten- com o seu conhecimento. Não podetes têm revelado elevados índices de cia. Pretendemos, essencialmente, ção. Justifica-se, por isso, criar dois mos esquecer a continuação do prosucesso, nomeadamente na aqui- que os alunos passem pela adoles- níveis para não permitir que as di- grama «Cátedra do Tempo Presente» sição de competências cognitivas e cência de forma mais madura e com ferenças se acentuem”. A inovação a em que “connosco estiveram a Proemocionais. No 4º ano, as ferramen- um nível de conhecimento que pro- este nível traduz-se, também, no nú- fessora Doutora Constança Urbamero de grupos por turma e de pro- no de Sousa (atual Ministra da Adtas que anteriormente eram estimu- mova a confiança”. No âmbito do 2º e 3º Ciclo, a Insti- fessores que os acompanham. Assim, ministração Interna) com o tema «A ladas no projeto Empreendedorismo, aos níveis da criação, da partilha e da tuição dinamiza um projeto que tem “cada duas turmas são divididas em crise dos refugiados: o que pode e deve comunicação, este ano são fomenta- revelado muitas mais-valias: o «Gru- três grupos de nível, sendo que estes a UE fazer?»; bem como o Senhor Tedas na iniciativa «Conhece-te a ti mes- po Mais». De acordo com esta filoso- são acompanhados por três professo- nente-Coronel João Leal com o tema mo: Crescer, Criar, Comunicar» – que, fia, os alunos são divididos, em gru- res. Esta estratégia permite que cada «Desafios de Segurança no Ártico»”. E por sua vez, é estendido no 5º ano ao pos de nível (e não em turmas de ní- grupo tenha, ainda, menor dimensão é ao testemunhar os projetos de for«Conhece-te a ti mesmo: a Puberda- vel) nas componentes curriculares de e, deste modo, é possível atender me- mação holística desenvolvidos pela de». De acordo com João Rafael, es- Matemática e de Inglês. “Defende- lhor às necessidades do aluno e ele- Instituição que as palavras de Nelson ta tem-se revelado uma aposta profí- mos que todas as pessoas são 100% var o potencial de mobilidade, consi- Mandela ecoam no nosso âmago: «A cua, desde logo porque “as crianças inteligentes, mas sabemos que as ca- derando que, pontualmente, torna- Educação é o grande motor do desendestas idades, na atualidade, come- pacidades de raciocínio lógico, de in- -se necessário mudar um estudante volvimento pessoal». De facto, a forçam a ter contacto com os conteúdos teligência linguística, musical ou ci- de nível”. mação granjeada nesta Casa do coJá no Ensino Secundário, “ape- nhecimento afirma-se como determida pré-adolescência muito precoce- nestésica são muito díspares de inmente, mas continuamos a consta- divíduo para indivíduo. Por isso, a sar de os programas estarem sobre- nante para a concretização pessoal e tar que os mitos e a ignorância são divisão em grupos de nível permite- dimensionados e de, consequente- académica das crianças de hoje que similares ao passado. Por isso, este é -nos trabalhar de forma mais indivi- mente, não nos sobrar muito tempo serão os adultos de amanhã, capaum programa bastante profundo por- dualizada as dificuldades dos estu- para dinamizar projetos de enrique- zes de operar mudanças de paradigque são abordados termos científicos, dantes”, afirma o professor, acres- cimento curricular”, o Colégio Cam- ma. Na vertente de investigação, as sempre numa perspetiva fisiológica. centando que “o objetivo não é que po de Flores ministra uma formação parcerias com entidades do Ensino Nestas sessões, os alunos têm opor- o discente se sinta ostracizado, mas com caráter pré-universitário, onde Superior têm permitido a utilização tunidade de colocar anonimamente que, estando num grupo mais homo- as metodologias aplicadas preten- de equipamentos específicos para o uma questão, depositando-a numa géneo, se sinta à vontade para tirar dem estimular o desenvolvimento do desenvolvimento de trabalhos realicaixa de perguntas. Estas serão res- dúvidas e participar”. Os “resultados raciocínio, da criação autónoma do zados pelos alunos. pondidas na aula seguinte, de for- extremamente animadores, sendo conhecimento e da curiosidade cienPerfeitamente harmonizado com ma a serem articuladas com os con- esta opinião unânime entre profes- tífica. Neste sentido, o projeto «Pen- a inovação, o Colégio Campo de Floteúdos que vão ser abordados”. Deste sores, alunos e encarregados de edu- sar/Think Global» apresenta-se estru- res evidencia o vanguardismo que modo, “os alunos crescem com ou- cação”, determinaram que este proje- turado em três vertentes: social, cul- flui no seu ADN ao implementar o tra confiança e autoestima, sobretu- to fosse alargado, no ano passado, ao tural e de investigação. No domínio programa “i” – tablets como recurso do porque é passada a mensagem de 3º Ciclo, nomeadamente à disciplina social, os alunos cumprem 25 horas pedagógico. Aplicado ao Ensino Seque cada um evolui ao seu ritmo. No de Matemática até ao 8º ano e de In- de serviço comunitário, no âmbito cundário (este ano só ao 10º), este fez 6º ano, fazemos sempre um acompa- glês ao 7º ano. Este ano, “decidimos do programa «Consigo – Criar e agir com que todos os “professores e alunhamento deste projeto com uma ou estender a sua aplicação ao 3º ano do para servir», onde têm oportunida- nos possuam um iPad e o utilizem duas sessões, enquanto que, no 7º, di- 1º Ciclo, no âmbito do Inglês, porque de de, através de diversas iniciativas para melhorar a aprendizagem. Essolidárias, desenvolver a sua consci- te projeto-piloto, que obedece a um ência cívica. Este projeto materializa, conjunto de regras de utilização em de facto, uma das missões do Colé- sala de aula, pretende romper com gio: criar pessoas conscientes, sensí- rotinas de passado e formas de enveis e aptas a intervir, solidariamen- sinar, sendo que as novas metodote, na sociedade. Na vertente cultural, logias passam a centrar-se mais no os alunos têm ao seu dispor uma di- aluno. A informação é explicada e o versificada oferta do Colégio. A título discente é ‘convidado’ a pensar e a exemplificativo, “este ano já tivemos comunicar sobre o tema. De salienoportunidade de levar 400 alunos e tar que, neste projeto de inovação pepais ao Teatro Aberto para assistirem dagógica, os estudantes mantêm os à peça «As Raposas», de Lillian Hell- tradicionais cadernos porque a esman, e cerca de 500 à «Hamlet», de crita é um elemento importante que William Shakespeare. No âmbito da não pode ser descurado”, defende o Sétima Arte, levámos, recentemen- diretor, acrescentando que a mudante, a comunidade educativa a assis- ça de rotina pedagógica só é possível tir ao filme «As Sufragistas»”. Simul- “com muito trabalho de equipa e, nestaneamente, Luís Miguel Cintra, que te caso, com um grande investimenabandonou a atuação para se dedi- to em infraestruturas tecnológicas

que o Colégio suportou em prol da melhoria das aprendizagens”. Formar cidadãos preparados para o futuro Promovendo uma cultura de rigor, mérito e exigência, o Colégio Campo de Flores tem-se afirmado como uma referência de sucesso entre os congéneres. Este progresso é visível, igualmente, ao nível do reconhecimento da comunidade que continua a eleger a Instituição pela formação de excelência ministrada. Com um universo de 1185 alunos e com os olhos postos no futuro, João Rafael de Almeida adianta que a “perspetiva pedagógica do Colégio vai pretender, sempre, estimular o pensamento crítico e global dos alunos, ambicionando torná-los verdadeiramente autónomos, íntegros e capazes de mudar a sociedade”. Porém, ao perspetivar os anos vindouros, o diretor manifesta alguma “preocupação pelos acontecimentos políticos recentes, sobretudo porque, no âmbito da Educação, só se fala em Escola Pública num sentido restrito. O Colégio Campo de Flores também é uma Escola Pública porque está aberto ao público. O que deve diferenciar as instituições de ensino é a questão da propriedade: umas são estatais e outras de gestão privada. Isto porque, na ótica do utilizador, todas pretendem servir o mesmo objetivo: a formação dos cidadãos do futuro”

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Especial Ensino

XII

Colégio do Bom Sucesso

Uma Educação de excelência que forma alunos felizes Com o desiderato de conjugar a componente de formação com a concretização pessoal de cada aluno, auxiliando-o a tornar-se num cidadão apto a trilhar, com convicção e sentido participativo, os caminhos do futuro, o Colégio do Bom Sucesso pugna por incutir uma cultura de rigor, mérito e proficiência. Assim, enquanto construtor do conhecimento comprometido com a excelência académica, o Colégio orienta o pendor da sua ação em prol de uma educação integral, sendo esta concretizada por profissionais de reconhecida ética e competência. E, no semblante de cada criança, os sorrisos testemunham a felicidade que sentem em poder usufruir da formação ministrada por esta Instituição de referência.

«Educar é produzir um homem feliz e sábio» Augusto Cury Voltámos ao Colégio do Bom Sucesso e, de imediato, fomos acarinhados por sorrisos genuínos que nos fazem querer voltar a esta Instituição dinâmica e dinamizadora, ao serviço de uma Educação para os valores. Ali, num monumento histórico do século XVII, onde cada pormenor segreda memórias construtivas dos antepassados, encontrámos uma Escola onde a Educação, a Cultura e a Arte se articulam numa cátedra do pensamento crítico. De facto, não poderíamos desejar um espaço mais apropriado para educar as crianças que vão liderar o futuro. E, quando estávamos quase rendidos à contemplação da tranquilidade e da harmonia deste ambiente propício ao desenvolvimento integral de cada educando, eis que o barulho da campainha soa e rompe o silêncio; e esta moldura humana fica ainda mais completa, parecendo ter saído da mão e da criatividade de Picasso, Monet ou Matisse. A energia revigorante dos alunos inunda o recreio como uma luz que contagia todos os que por lá passam. ExLibris Dezembro 2015

É impossível resistir a esta felicidade ternurenta de quem, notoriamente, gosta de andar nesta Escola e sente este lugar como seu. Por entre cores alegres, ouvimos sonoras gargalhadas que nada mais são do que o reflexo da alegria que as crianças nutrem em poder usufruir de uma formação de excelência. E esta é, efetivamente, uma atmosfera que contrasta com o ambiente da sala de aula, onde a concentração assume o protagonismo em prol de uma Educação de qualidade, rigor e inovação. Assim, com um ambiente de aprendizagem privilegiado e uma equipa experiente e dedicada, cada aluno aprende a «ser grande e a ser inteiro»1, pondo «quanto é no mínimo que faz», de acordo com os valores humanistas e sociais veiculados pelos princípios da Ordem Dominicana, nos quais assentam as bases educativas da ação do Colégio. Pertencente à Congregação das Religiosas Dominicanas Irlandesas, a Instituição veicula uma filosofia que radica na perfeita simbiose entre formação académica e valorização humana. Ao serviço da Educação há mais de 190 anos, a Instituição é símbolo de rigor, exigência e compromisso pautado pelo respeito dos valores essenciais e orientado, simultaneamente, pela vivência na plenitude cristã. Berço de cidadãos críticos, empenhados, rigorosos e capazes de uma aprendizagem contínua ao longo da vida, o Colégio do Bom Sucesso tem como intuito promover uma formação holística, em todas as suas vertentes – cognitiva, social, moral, cultural, espiritual e física. Por isso, a Instituição assume como missão contribuir para que cada criança se sinta integrada e feliz, apostando na sua formação humana. “Os nossos alunos são a nossa razão de ser, o horizonte que queremos servir. Neste sentido, não estamos aqui pela competitividade, mas pela responsabilidade de formar jovens, proporcionando-lhes experiências completas e auxiliando-os na construção do seu projeto de vida”, realça Ana Mariz Fernandes, diretora pedagógica, acrescentando, ainda, que não se pode esquecer “que

cada discente é único, pelo que temos de desenvolver estratégias que possibilitem a descoberta da vocação de cada um”. De facto, a personalização da Educação é um dos pilares em que assenta o Projeto Educativo do Colégio, sendo que este se distingue pela atenção que presta a cada discente. E esta perspetiva de inclusão não se cinge apenas “ao rendimento escolar. Pretendemos que o aluno descubra as suas capacidades, de forma a perceber o que gosta de fazer e assim sentir-se-á integrado e conseguimos, também, elevar a sua autoestima”, afiança. Com efeito, esta é uma Instituição que materializa o predicado vocare, apelando à descoberta de novas áreas de interesse, tal como aconteceu “nas audições para fadistas. Descobrimos que no seio da comunidade académica temos cinco maravilhosos artistas. Estes são aspetos extremamente importantes porque o aluno percebe que é realmente bom numa atividade”, acrescenta a diretora pedagógica com visível regozijo. Neste prisma de formação integral, a Instituição tem adotado estratégias pedagógicas que se traduzem em oportunidades únicas de enriquecimento curricular. O pro-

jeto «Famílias com alma» é, precisamente, um exemplo categórico desta premissa. De cariz social, este programa, transversal a todos os Ciclos de Ensino, apela às diversas expressões de solidariedade. Neste sentido, “em cada ano escolar, as crianças têm oportunidade de dar o seu tempo a este projeto e, assim, ajudar quem mais precisa. A título exemplificativo, enquanto uns alunos vão conhecer o Banco Alimentar e participar nas suas campanhas, outros vão até a um Lar de Terceira Idade realizar projetos artísticos de Educação Visual, interagindo com os utentes dessa Instituição e outros, ainda, vão até ao Centro Social de Algés. Esta iniciativa tem como objetivo despertar a consciência social dos alunos para diversas problemáticas, entre as quais a do Envelhecimento, ensinando-os que a solidariedade consiste, também, em dar tempo e não apenas bens materiais”. E é ao ouvir o sábio discurso de Ana Mariz Fernandes que as palavras de Nelson Mandela ecoam no nosso âmago: «A Educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo». Simultaneamente, recordamo-nos da essência da matriz Dominicana, já que os valores disseminados

pretendem evidenciar, também, “a importância de levar a felicidade e a alegria aos outros”, assegura a diretora pedagógica. Inovação Pedagógica: Somar progressos e potenciar resultados Promovendo um Ensino assente na qualidade, no rigor e na inovação, e assumindo-se como palco de conhecimento, académico e pessoal, o Colégio do Bom Sucesso elege um Modelo Educativo que evidencia uma perfeita harmonia entre tradição e inovação pedagógicas. Ministrado por profissionais de reconhecida ética e competência, o Projeto Educativo do Colégio pretende criar um clima favorável ao bom relacionamento físico, emocional, social e intelectual dos educandos e, simultaneamente, contribuir para que o tempo que as crianças permanecem na Instituição seja tradutor de alegria e de felicidade, prevendo-se os melhores cuidados, carinho, compreensão e atenção – elementos que fundamentam a base do desenvolvimento. Fruto do Novo Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, consagrado pelo Decreto-Lei N.º


Ana Mariz Fernandes Diretora Pedagógica

152/2013, “a matriz curricular do Colégio adquiriu maior nível de autonomia e de flexibilidade”, realça a entrevistada. De facto, “cada Escola deve ter a capacidade de entender o seu público, isto é, os seus alunos. Mais do que cumprir metas curriculares e de seguir os ditames do Ministério da Educação (ME), as instituições de ensino devem poder trabalhar de forma mais flexível e isso permite-nos levar os alunos a usufruir de experiências enriquecedoras e que promovem a aquisição do conhecimento”, realça a diretora pedagógica, apresentando o projeto «Justiça para todos». Enquanto elemento facilitador da aprendizagem, de estímulo do interesse e da criação autónoma do conhecimento, este projeto idealizado pelo Centro de Estudos Judiciários (CEJ) prevê que os alunos, através de visitas de estudo e, portanto, de experiências in loco, percebam de forma interativa como funciona a Justiça em Portugal. Ainda neste enquadramento, desde o Pré-escolar até ao 9º ano, a Instituição ministra áreas complementares que diferenciam a sua pedagogia de ensino. “No Pré-escolar, já são abordadas as áreas de Inglês, Informática, Música e Educação Física, para além da for-

mação religiosa”, explica Ana Mariz Fernandes. Neste sentido, “no 1º Ciclo, os alunos têm três horas extra por semana para aprenderem Inglês, bem como Educação Física, Educação Artística-Música e Informática. Além disso, de acordo com a nossa ideologia cristã, a Catequese é incluída enquanto área curricular nos 1º e 2º Ciclos de Estudo. O nosso objetivo é, portanto, que os alunos tenham acesso a diferentes ferramentas e experiências que lhes permitam ter horizontes alargados e uma visão completa de si, dos outros e do mundo”, afiança a diretora pedagógica. Por sua vez, no 2º Ciclo, o currículo do Colégio determina o reforço de uma hora semanal nas áreas de Educação Visual no 5º ano e de Inglês no 6º. Enquanto no 3º Ciclo, o reforço linguístico acontece no 7º ano e, no 8º, é introduzido o Teatro enquanto área curricular, o que promove um profícuo desenvolvimento das competências pessoais e sociais. Neste novo ano letivo, e evidenciando o respeito pelos ritmos de aprendizagem dos alunos, o Colégio implementou, também, o Projeto «TurmaMais». Inspirado no modelo implementado pelo ME, este conceito utiliza pedagogias

diferenciadas e formas diversificadas de organização da turma, permitindo um trabalho colaborativo em grupos homogéneos. Desta forma, é possível simplificar e, ao mesmo tempo, especializar o trabalho a realizar com os alunos com melhores resultados e com os que manifestam mais dificuldades, potenciando as performances académicas. Educar para a globalidade De forma a fomentar este espírito participativo, os alunos são chamados a cooperar em todas as atividades realizadas ao longo do ano letivo. “A celebração do Natal é uma grande festa realizada no Centro Cultural de Belém, em que os nossos 700 discentes apresentam uma peça de Teatro que ilustra a mensagem cristã, veiculada pelos valores da solidariedade, do amor e da compaixão”, explica Ana Mariz Fernandes, evidenciando que, nesta grande atividade, “os alunos aprendem a trabalhar em grupo em prol do sucesso global. Mais do que uma festa, trata-se de um momento de aprendizagem e de formação”, garante. Estando o Projeto Educativo, no triénio 2014/2017, subordinado ao tema «Viver Lisboa», todas as ati-

vidades dinamizadas pela Escola pois percebemos que os alunos pretendem dar a conhecer a His- que formamos hoje terão de estar tória, a Cultura e a Vivência da ci- aptos a comunicar e a intervir num dade. Por isso, a festa de Natal, este mundo diferente, global. A Educaano, tem como temática «Um Na- ção é um elemento vivo e, por isso, tal alfacinha». Ao longo do ano le- não nos podemos deixar ficar petivo, várias são as iniciativas que se las glórias do passado. Temos de inserem neste enquadramento em ser ambiciosos e evoluir, antecique se celebra Lisboa — esta cida- pando as exigências das novas gede «cheia de encanto e beleza, sem- rações”, afirma Ana Mariz Fernanpre a sorrir tão formosa»2 —, tais des, deixando uma mensagem aos como a semana das Ciências, os encarregados de educação: “Espejantares de finalistas e a semana do ro que continuem a confiar no CoInglês que assume grande expres- légio porque a Instituição mantersividade na dinâmica do Colégio, -se-á em evolução, de forma a cordada a sua matriz anglo-saxónica. responder às expectativas futuras Mantendo a sua matriz identitá- das crianças de hoje que serão os ria inalterada, o Colégio promove adultos de amanhã” “uma Educação voltada para o futuro. Sem perdermos a nossa identidade, adaptamos as nossas me- 1 Poema de Ricardo Reis todologias aos tempos modernos, 2 «Lisboa Antiga», Amália Rodrigues

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Dezembro 2015 ExLibris


Especial Ensino

XIV

Colégio Académico

Sediado no Saldanha, em pleno coração de Lisboa, o Colégio Académico assume-se como um espaço privilegiado para o Ensino. Considerando que, tal como eternizou Albert Einstein, «a imaginação é mais importante que o conhecimento, porque o conhecimento é limitado a tudo o que conhecemos, mas a imaginação envolve tudo o que nos rodeia e tudo o que viria a ser conhecido e entendido, estimulando o progresso e dando origem à evolução”, a Instituição tem adotado estratégias de inovação pedagógica que pretendem fomentar a performance e a curiosidade académica dos alunos, das quais se destaca, desde este ano letivo, a introdução de iPads para todos os alunos no processo de ensino-aprendizagem. O ExLibris® foi conhecer este projeto de um Colégio que ousou desafiar o ensino convencional e superou-se. Quase 100 anos ao serviço da Educação são, assim, o corolário de uma formação suportada numa perfeita simbiose entre tradição e modernidade.

«Educar para a mudança» ExLibris Dezembro 2015

Chegámos ao Colégio Académico no final de mais um dia de aulas. Ao cair da noite, ergue-se um manto negro, o bulício que é apanágio da cidade esmorece, Lisboa mergulha num encantamento singular e o edifício onde está sediada a Instituição, em pleno coração da metrópole, resplandece, distinguindo-se dos demais pela sua fachada onde a tradição é perpetuada em cada pormenor. Assim que damos os primeiros passos no Colégio, percebemos, de imediato, o ambiente de tranquilidade que se transmite. Neste espaço dinâmico e dinamizador, a Instituição abrange as valências de Pré-escolar, 1º, 2º e 3º Ciclos. Assim, pretendendo formar cidadãos aptos e capazes de enfrentar os desafios de futuro, o Colégio é sede de conhecimento, desde os primeiros anos até

à adolescência. Abrimos as portas quase centenárias do Colégio Académico e, em cada pormenor, testemunhamos a sintonia entre tradição e modernidade – traduzida nas estratégias de inovação pedagógica idealizadas pelo visionário Duarte Paiva, diretor e bisneto de um dos fundadores da Instituição. Nas salas de aula, a tranquilidade impera num ambiente que incita o desenvolvimento de diferentes competências, da autonomia, do raciocínio crítico e da curiosidade científica. Mas, assim que a campainha soa, este quadro fica ainda mais completo. A cada passo, os alunos vão saindo das aulas e é notória a alegria que nutrem por poder realizar o seu percurso académico numa Instituição que desenvolve esforços para que cada estudante se sinta integrado, acarinhado e feliz. Mais do que uma Escola; esta é uma Instituição onde todos, sem exceção, têm lugar e encontram os alicerces para edificar um futuro promissor; um berço de cidadãos conscientes, autónomos, empreendedores e altruístas. Enquanto Instituição inclusiva, “não rotulamos nenhum aluno e, desde que haja vaga, aceitamos todos os que quiserem frequentar o Colégio. Esta filosofia deriva do facto de acreditarmos que todos têm direito a aprender. Privilegiamos o respeito pela identidade individual e a aceitação das diferenças que caracterizam cada aluno”, afiança o entrevistado. Convidados a realizar um pequeno périplo pelo espaço, enquanto ouvimos Duarte Paiva narrar as memórias que as gerações guardam do Colégio e os momentos em que era ele que se sentava ali, nos ‘bancos de escola’, testemunhámos que, de facto, o ambiente da Instituição se assemelha ao de uma família. A cada passo, cruzámo-nos com alunos de diferentes idades que são carinhosamente tratados pelo nome. Fruto desta relação de proximidade que se estabelece, o discente é, portanto, encorajado a dar o seu melhor em todas as áreas. Em contraste com o silêncio que imperava nas salas de aula, no intervalo, o bulício é contagiante. Ver os alunos, ali, a edificarem o seu futuro, de acordo com uma pedagogia inovadora, faz-nos


Duarte Paiva Diretor

ter saudades dos nossos tempos de estudante. Fazendo jus à sabedoria do filósofo Séneca que sentencia que «a Educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida», o Projeto Educativo do Colégio foi idealizado de forma a promover um saber global: saber ser, saber estar, saber pensar e saber fazer. Com efeito, o Colégio afirma-se como um palco de conhecimento, académico e pessoal, encetando metodologias e projetos que complementam o plano curricular definido pelo Ministério da Educação. «Uma Escola, Uma família» Enquanto projeto aberto, flexível e integrado que permite a adequação dos conteúdos pedagógicos à diversidade e à melhoria das aprendizagens, o Colégio Académico fomenta a proximidade e a relação aberta entre todos os elementos da comunidade educativa. Com efeito, os encarregados de educação, enquanto elementos ativos no processo de ensino-aprendizagem, são chamados a interagir com a Instituição, estando esta “de portas abertas para os receber. Contrariamente ao que acontece noutras escolas, aqui, os pais po-

dem entrar e testemunhar, in loco, a formação que ministramos”, afirma o entrevistado. Promovendo uma Educação assente em pilares como qualidade e rigor, este é um Colégio onde os verbos inovar e modernizar se conjugam em uníssono. Com efeito, neste novo ano letivo, a Instituição implementou o uso de iPads, numa solução de one-to-one, no processo de ensino-aprendizagem. Mantendo-se one step ahead e evidenciando o pioneirismo que flui no seu ADN, através da adoção dos tablets em contexto de sala de aula, a Instituição permite substituir os tradicionais livros escolares em papel por manuais eletrónicos e interativos. De acordo com estudos realizados noutros países e divulgados por organizações credíveis e imparciais, «os alunos que utilizam estes dispositivos revelam uma motivação superior e isso traduz-se na melhoria geral do nível de classificações». No Colégio Académico, apesar de este ser um projeto relativamente recente, de acordo com Duarte Paiva, “já tem dado resultados muito positivos. O corpo docente aderiu de forma extremamente positiva a esta iniciativa e está, cada vez mais, a tirar par-

tido da mobilidade que a introdução dos ipads veio trazer. No fundo, esta metodologia de ensino também abre portas aos professores para que estes comecem a criar novos conteúdos, mais interativos. Com efeito, cada sala de aula está equipada com uma Apple Tv que permite que tanto docentes como alunos projetem e partilhem informações no quadro”. De forma a facilitar o processo de transição, o Colégio “colocou ao critério dos encarregados de educação a total ou parcial substituição dos manuais, uma vez que, para os que quiseram, os alunos, para além da versão digital, podem também ainda usar o tradicional papel. Mas, a grande maioria – mais de 60% – já está perfeitamente ambientada à mudança, tendo privilegiado os manuais digitais e aponta mais-valias incomensuráveis no uso destes dispositivos”, afiança Duarte Paiva, acrescentando que “os alunos estão a preparar um Jornal digital, sendo que este projeto, para além de estimular as competências dos discentes, permite mostrar aos pais os trabalhos que estão a ser desenvolvidos e como está a decorrer a adaptação aos tablets”. Tratando-se, efetivamente, de um iPad escolar, no 1º

e 2º Ciclos, de acordo com o diretor, “este é utilizado para a realização de projetos curriculares. Já no 3º Ciclo, o uso deste dispositivo é mais aprofundado e materializa uma aproximação à realidade”. De facto, os projetos implementados pela direção, inovadores na sua filosofia, têm permitido potenciar a performance académica dos estudantes. Neste sentido, nos 2º e 3º Ciclos, o Colégio implementou o programa «Tutorias». Através deste, “os alunos com maiores dificuldades têm oportunidade de ser acompanhados, informalmente, pelos que aprenderam e consolidaram com mais facilidade determinado conteúdo. O fundamento desta iniciativa radica no facto de, muitas vezes, entre pares, os alunos assimilarem melhor o conhecimento relativo a determinada matéria em que sentem maior dificuldade. Este projeto é trabalhado num ambiente mais descontraído do que o de sala de aula”, afiança o diretor. Implementado em anos anteriores, as «Tutorias» tem granjeado o reconhecimento de professores e alunos pelos resultados obtidos. Pretendendo ministrar uma formação direcionada para o paradigma da globalidade, o Colégio “promove uma Educação voltada para o futuro, apostando na proficiência linguística”. Outra das evidências da adaptação das metodologias aos tempos modernos traduz-se no ensino do Inglês desde o 1º Ciclo, tornando, deste modo, os alunos aptos a comunicar e a intervir num mundo diferente, global e em constante evolução. Todas estas dinâmicas do Colégio se traduzem, inequivocamente, em bons resultados académicos. De acordo com Duarte Paiva, tais resultados advêm também de um Projeto Educativo assente na proximidade entre professor e aluno. “A existência de um corpo docente e não docente estável e relativamente jovem é fundamental para integrar os educandos ao longo do processo de aprendizagem. Além disso, esta estabilidade proporciona um ambiente familiar em que os docentes conseguem identificar as fragilidades/ dificuldades dos discentes, orientando-os no caminho a percorrer”.

Promovendo estratégias que potenciam a performance dos alunos ao longo da sua aprendizagem, o resultado operacionalizado, no Colégio, é visível no sucesso global da comunidade estudantil. À medida que o ExLibris® teve oportunidade de testemunhar a implementação deste projeto inovador, fomo-nos surpreendendo com o nível de inovação patenteada. Este é um verdadeiro exemplo de um Colégio quase centenário que ousou desafiar o ensino convencional e superou-se. Desde 1926 a «educar para a mudança», o Colégio tem formado diferentes gerações de cidadãos críticos, empenhados, com consciência cívica e empreendedores, afirmando-se, na atualidade, como uma referência nesta cidade cosmopolita. E este é, precisamente, o legado de sucesso que Duarte Paiva pretende preservar e exponenciar. Jovem, determinado e empenhado são apenas alguns dos adjetivos que podem caracterizar o diretor do Colégio Académico. Licenciado em Gestão e descendente de uma família de pedagogos, Duarte Paiva traz o Ensino no seu código genético. Desde que assumiu a direção da Instituição, há seis anos, este jovem empreendedor tem honrado o legado geracional, incutindo uma ‘lufada’ de inovação no Projeto Educativo. Este é, verdadeiramente, um exemplo de uma Escola que evidencia «que não há limite de velocidade na estrada para a excelência1» 1 Mahatma Gandhi

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Dezembro 2015 ExLibris


Especial Ensino

XVI

Com um Projeto Educativo assente na personalização e que corporiza estratégias pedagógicas inovadoras, o Colégio de Santa Maria tem-se afirmado como uma referência relativamente ao desenvolvimento da

Colégio de Santa Maria

autonomia dos alunos na construção do seu próprio conhecimento. Na senda de uma Educação para os valores, a Instituição pretende que eles venham a ser pessoas livres, responsáveis, autónomas, alegres,

afetivas, com apurado sentido crítico e preocupadas com o bem comum. Mais de uma década ao serviço da Educação é, assim, o corolário de um ensino personalizado, fundeado numa vinculação estável

e empática entre aluno e professor. Considerando que o ato de ensinar resume-se em preparar, hoje, os alunos para os desafios de amanhã, o ExLibris® foi conhecer este projeto inovador.

José Maria Antunes Diretor

Um Projeto Educativo que estimula a autonomia na construção do conhecimento

Percorremos a cidade onde cada pedra da calçada segreda memórias de conquistas geracionais, Lisboa, e deixamo-nos deslumbrar pela beleza singular das ruelas e calçadas que sobem desde o Tejo até à Lapa. A paleta de cores do fim de tarde harmoniza-se com os tons outonais que ‘pintam’ esta metrópole onde a Cultura e a Arte se harmonizam e, assim, é adensada a beleza deste infinito de recantos, monumentos e vestígios históricos. E é ao chegar ao Colégio de Santa Maria que esta tela – que poderia ter sido traçada pela mão de um dos mais conceituados pintores da História – fica ainda mais completa. Num espaço propício para a Educação, contemplamos os sorrisos genuínos de crianças que, em brincadeiras saudáveis e interativas, evidenciam ExLibris Dezembro 2015

que aqui encontraram uma Instituição que lhes pode facultar o conhecimento e as ferramentas necessárias à construção de um futuro feliz e promissor. Pé ante pé, percorremos esta Instituição sediada no coração de Lisboa e deixamo-nos envolver pelos suaves acordes musicais que dão o tom à visita do ExLibris®. Curiosos, seguimos a melodia e encontramos um grupo de alunos que materializam a verdadeira essência das palavras de François Guizot: «A Música oferece à alma uma verdadeira cultura íntima e deve fazer parte da educação do povo»1. Já em contexto de sala de aula, o bulício do espaço exterior cede lugar à concentração e observamos, in loco, uma Educação que pretende fornecer uma sólida formação académica e humana privilegiando a interação que

se estabelece entre aluno e profes- trador, “está na génese do Projeto sor. E é aqui que nos recordamos Educativo do Colégio”. que «o amor recíproco entre quem aprende e quem ensina é o primei- Construir autonomamente ro e mais importante degrau para o conhecimento Promovendo uma cultura de rigor, se chegar ao conhecimento»2. Fundado de acordo com os valo- ao longo da sua existência, o Colégio res e a filosofia pedagógica do pa- de Santa Maria tem adotado estradre alemão Joseph Kentenich, o tégias de inovação pedagógica que Colégio materializa a verdadeira se traduzem nos indicadores de suessência da Organização por ele cesso nos níveis de ensino que mifundada, em 1914: o Movimento de nistra – do Jardim de Infância (três Schoenstatt, que significa «lugar anos) ao 3º Ciclo do Ensino Básico bonito». Mais do que um clérigo – e que criam uma progressiva conque fundou uma família no cora- fiança, por parte dos encarregados ção da Igreja Católica, Joseph Ken- de educação na direção e em toda tenich foi um pedagogo visionário a equipa escolar. Ministrado por porque, na altura, “tinha uma per- profissionais de reconhecida ética ceção pedagógica que se mantém e competência, o Projeto Educatiperfeitamente atual”, começa por vo da Instituição pretende criar um explicar José Maria Antunes, dire- clima favorável a uma boa aprenditor. E essa é a visão que, de acor- zagem que seja ao mesmo tempo do com Eduardo Lomba, adminis- tradutora de alegria e de felicidade.

Materializando este Documento a forma mais nobre de afirmação da liberdade pedagógica de cada Escola e, por excelência, o compromisso acerca das linhas orientadoras da sua ação, o documento criado pelo Colégio “prevê a existência de uma vinculação estável e empática entre aluno e professor. Este é o ponto de partida e é uma intuição pedagógica fundamental porque sem uma relação de empatia, uma relação libertadora mas de respeito mútuo, é difícil propiciar o crescimento e a aprendizagem. Sem empatia entre educador e educando não há Educação”, advoga o diretor. Outro dos pilares em que assenta a diferenciação do Projeto Educativo da Instituição radica na adoção de estratégias pedagógicas que visem a construção autónoma do conhecimento. Considerando que, efe-


Eduardo Lomba Administrador

SEM EMPATIA ENTRE EDUCADOR E EDUCANDO NÃO HÁ EDUCAÇÃO

tivamente, e “citando Galileo Galilei3, cola sem fins lucrativos assume es«não se pode ensinar coisa alguma a pecial relevância. O nosso objectivo alguém, só se pode auxiliá-la a desco- não é ganhar dinheiro. Preocupamobrir por si mesma», o professor não -nos, obviamente, em assegurar os se pode pôr na posição de procurar postos de trabalho, no entanto todo despejar na cabeça do aluno todo o o lucro é reinvestido na Educação”, conhecimento curricular que tem. frisa o diretor. O seu maior desafio é estimular nele a vontade de aprender e ajudá-lo Enriquecimento curricular a construir conhecimento. O alu- em prol do saber global no acaba por esquecer grande parte Para complementar a matriz currido que aprendeu quanto tenta ape- cular, o Colégio disponibiliza ativinas decorar o que ouviu. Mas, quan- dades de enriquecimento que prodo participa na descoberta, quando movem o conhecimento plural, constrói conhecimento, entusias- apostando, assim, em potenciar dima-se e acaba por reter os conteú- versas aptidões através de variadas dos curriculares muito mais facil- expressões artísticas como a Músimente. Como dizia o poeta William ca e o Teatro, passando ainda pelas Yeats a «Educação não é encher um atividades desportivas e por projevaso, mas acender um fogo»”, reitera tos tão diferentes como a Culinária, o jovem e experiente administrador. a Filosofia para Crianças ou o Programming. Estes são, efetivamenA excelência académica te, na opinião do diretor, “complee a Educação inclusiva mentos indispensáveis para o seu Tendo, com efeito, o intuito de pro- desenvolvimento integral”. Por isporcionar uma sólida formação aca- so, no âmbito musical, o Colégio démica assente em princípios basi- criou a Academia Big Band em parlares como o estímulo da curiosida- ceria com o Conservatório de Múside e o gosto pelo saber, o Colégio de ca, de Dança e de Arte Dramática de Santa Maria valoriza um ensino per- Lisboa. Consciente da importância sonalizado. “Defendemos a excelên- que a Música assume no desenvolcia académica, mas não a estabele- vimento dos alunos, o Colégio subcemos como uma meta igual para sidia, inclusivamente, parte da sua todos. Pretendemos que cada alu- educação musical. A Big Band da no atinja o máximo das suas poten- escola tem cerca de 12 alunos mais cialidades e, por isso, promovemos velhos a aprender diversos instruum ensino personalizado, ajudando mentos, a tocar em conjunto e, aincada um a alcançar o melhor de si da, atualmente, 30 alunos do 1º Cimesmo. «O melhor de si mesmo» é a clo em fase de iniciação num instrunossa definição de excelência acadé- mento de sopro. Ministrando um ensino direciomica”, salienta o diretor. Elegendo a individualidade como fator de en- nado para a globalidade, a Instituiriquecimento, a Instituição diferen- ção estimula as crianças, a partir do cia-se pela atenção que presta a ca- 5º ano, a adquirirem conhecimentos da educando. E, por isso, as turmas informáticos que se assumirão cosão construídas, no Jardim de Infân- mo uma mais-valia importante no cia, “com um máximo de 20 crianças. seu futuro. Através do Programming, Já nos 1º, 2º e 3º Ciclos não são ultra- “é desenvolvida a aprendizagem do passadas as 25 porque não queremos código que está na base das linguaque se perca a possibilidade de um gens de programação. Há vários sofensino personalizado”, assegura Jo- twares que tornam a utilização desse código mais simples e intuitivo de sé Maria Antunes. Conciliando a matriz curricular modo a se poder adquirir facilmente com a formação integral e huma- o raciocínio lógico-matemático e alnista, o Colégio de Santa Maria, para gorítmico subjacente a essas linguaalém de se afirmar como uma Casa gens. Não há dúvida que esta aprendo Conhecimento, afirma-se como dizagem deve ser feita precocemenuma Escola assumidamente inclusi- te e que, no futuro, quem não tiver va. O Colégio faz questão de “respei- esta competência para, por exemtar as particularidades de cada um. plo, criar uma app para o seu negóPor isso, a Escola recebe, também, cio será ultrapassado”, revela Edualunos com necessidades educati- ardo Lomba. Nesta lógica de enriquecimento vas especiais e, de forma a acautelar as exigências da sua aprendizagem, curricular, a Instituição prevê aindispõe de um corpo docente de Edu- da um projeto chamado «Cidadacação Especial preparado para esse nia e Consciência Política». A parefeito. A título exemplificativo, con- tir do 5º ano é realizada quinzenalsideramos que um educando com mente uma «Assembleia de Turma», necessidades educativas especiais na qual o Presidente da Mesa da Asdeverá ter sempre um horário pró- sembleia – um aluno eleito por suprio, construído à sua medida, de- frágio pelos colegas – orienta o devendo estar em sala de aula com a bate acerca dos eventuais problemas turma sempre que isso lhe for bené- a resolver na Escola e a procura de fico e estar com um professor de en- soluções. Uma vez por período os sino especial ou numa atividade es- presidentes reúnem com o diretor e pecífica sempre que necessário. Es- com o administrador para apresente é um aspeto dispendioso, mas é tarem as ideias e sugestões das suas aqui que o facto de sermos uma Es- turmas em ordem à melhoria da vi-

da escolar. Essas propostas são de- – que teima em sobreviver – tinha pois analisadas pela direção e pela como principal objetivo preparar administração e, muitas vezes, aco- os alunos para um mercado de tralhidas pelos proveitos que daí ad- balho que é muito diferente do atuvêm. De facto, “não pode haver me- al. A Escola de hoje não pode deixar lhor preparação para a participação de ser uma Casa do Conhecimento, ativa, para a cidadania, para a cons- humanizadora, não apenas empreciência política, do que eles verem gadora, e que prepara os alunos paas suas ideias levadas à prática. Com ra um mercado de trabalho que vaisso incutimos desde já o sentimen- loriza cada vez mais o pensamento to de que podem e devem ser inter- crítico e especulativo, a criatividade, venientes ativos na sociedade de a inovação e que exige que se contique fazem parte”, enfatiza Eduardo nue a aprender durante toda a vida”. Completando as palavras do adLomba. Simultaneamente, o Colégio continua a apostar na Área de Proje- ministrador, José Maria Antunes to e, este ano, os alunos “trabalham, acrescenta que “a Tutela deveria de forma transversal, em todos os dar autonomia e liberdade às insCiclos de Estudo, a análise da estru- tituições, assumindo apenas o patura biológica, da fauna e da flora do pel de supervisora, salvaguardanrio Tejo. O projeto «Tagus» é traba- do o cumprimento das metas currilhado em todas as disciplinas e está culares. Mas, a forma de lá chegar, sob a égide de uma bióloga que o su- isto é, a maneira de ensinar e de esperintende e que é, simultaneamen- colher a orientação dos currículos te, a responsável pelas aulas de Ci- deveria ser deixada ao critério das ência Experimental. Trata-se de de- escolas”. Simultaneamente, o diresenvolver conhecimento e adquirir tor realça, ainda, a necessidade de, competências através de uma expe- em vez de se “falar em escolas púriência prática de investigação sobre blicas ou particulares, devia falar-se em escolas de qualidade ou sem a realidade”, refere o diretor. Finda a ‘viagem’ pela Escola on- qualidade, quer sejam públicas ou de os afetos se harmonizam com a particulares. O Estado deveria auconcretização pessoal e académi- xiliar as famílias a porem os seus fica, e ao testemunhar o carinho e lhos na escola que pretendem. Esa afeição que os profissionais im- tas devem ter o direito de escolha”. primem no seu trabalho, as pala- Efetivamente, de acordo com o art.º vras de Guerra Junqueiro ecoam 26 da Declaração Universal dos Dino nosso âmago: «Para educar as reitos do Homem, «aos pais pertence crianças é preciso amá-las». E esta a prioridade do direito de escolher o é, efetivamente, uma Escola onde género de educação a dar aos filhos». O futuro do Colégio de Santa Maos mais pequenos são felizes. De olhos postos no futuro, Edu- ria passa ainda pelo alargamento ardo Lomba defende “que é neces- ao Ensino Secundário. “Ambiciosário fazer uma grande revolução namos estender a nossa ação a este na forma de abordar a aprendiza- nível de ensino onde tudo o que se gem do currículo e nos seus pró- foi desenvolvendo ao longo do Enprios conteúdos. Por um lado, as sino Básico nos permita dar uma sóescolas estão muito estagnadas na lida formação global que facultará forma de ensinar e orientam-se de- aos alunos a possibilidade de encamasiado por um currículo tridimen- rarem, com otimismo e confiança, sional, muito circunscrito à impor- as futuras etapas do seu percurso tância do Português, da Matemática até ao estado adulto”, termina José e do Inglês. Uma escola humaniza- Maria Antunes dora tem que se preocupar igual- 1 Político francês mente com as Artes, com a criativi- 2 Erasmo de Roterdão, teólogo dade, com a cultura científica e com e humanista o Desporto. Por outro lado, o Minis- 3 Físico e astrónomo italiano tério impõe currículos tão extensos que o professor, pressionado pela necessidade de ‘dar a matéria’ toda e de apresentar bons resultados nas avaliações, mesmo querendo, tem pouco tempo para estimular o pensamento crítico dos seus alunos durante a aprendizagem dos conteúdos curriculares. Mais importante do que os levar a memorizar conteúdos, é promover neles uma atitude reflexiva e especulativa sobre o que estão a aprender que os leve à formulação de perguntas e desvenRua das Praças, 17 de a ligação que existe entre os saTelef. 213 951 188 beres das várias disciplinas – daí a aposta na Filosofia para Crianças. O Rua de S. Félix, 2A mais importante é entusiasmá-los, em Lisboa é torná-los autónomos na construTelef. 213 929 240 ção do seu próprio conhecimento, é fazer deles aprendentes para o reswww.santamaria.edu.pt to da vida. A Escola de há cem anos

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Ensino

XVIII

Colégio da Associação Cultural e Recreativa de Fornelos

Educar bons alunos, formar cidadãos felizes

Em busca de um Projeto Educativo verdadeiramente diferenciador, o ExLibris® voltou ao Colégio da Associação Cultural e Recreativa de Fornelos. Com o desiderato de conjugar a componente de formação com a concretização pessoal de cada aluno, auxiliando-o a tornar-se num cidadão apto a trilhar, com convicção e sentido participativo, os caminhos do futuro, esta Instituição pugna por incutir uma cultura de rigor, mérito e proficiência. Assim, enquanto construtor do conhecimento comprometido com a excelência académica, o Colégio orienta o pendor da sua ação em prol de uma Educação integral, sendo esta concretizada por profissionais de reconhecida ética e competência. Pretendendo fazer a ligação do berço à Universidade, o Colégio estendeu a sua oferta ao Ensino Secundário. No terceiro ano de funcionamento deste nível de ensino são já visíveis os resultados atingidos – premissas de sucesso que o ExLibris® lhe dá a conhecer.

Ana Pinheiro Diretora Pedagógica ExLibris Dezembro 2015

A forma mais fácil de explicarmos a realidade que encontramos no Colégio da Associação Cultural e Recreativa de Fornelos (ACR de Fornelos) é propor-lhe um exercício: imagine um local onde os seus filhos podem crescer de forma livre e feliz, dispondo das ferramentas necessárias para desenvolverem as suas capacidades aos níveis cognitivo, intelectual, artístico e físico, tornando-se assim cidadãos empenhados, conscientes, ativos e participativos na construção de um futuro melhor. Agora imagine que esse local é uma escola que proporciona um ambiente de aprendizagem privilegiado e apresenta uma equipa experiente e dedicada para fazer com que cada aluno aprenda a ser grande, a ser inteiro e a pôr quanto é no mínimo que faz 1. Não, a sua ima-

ginação não o levou até um lugar utópico. Pelo contrário, trouxe-o até ao Colégio da ACR de Fornelos, sediado em Fafe. Quem chega e deslumbra a fachada – pautada por tons verdes e azuis – não imagina a extensão do espaço educativo e a imensidão de atividades que a Instituição acolhe. Pé ante pé, vamos descobrindo um Colégio dinâmico e dinamizador, ao serviço de uma Educação para os valores. Por entre cores alegres, avistamos recreios dirigidos e adaptados a cada Ciclo de Ensino e deixamo-nos encantar pelas sonoras gargalhas que nada mais são do que o reflexo da alegria que as crianças e os jovens nutrem em poder usufruir de uma formação de excelência. Por sua vez, no interior do edifício, o silêncio e a tranquilidade incitam o conhecimento e a aprendizagem. Com instalações de vanguarda – aptas para satisfazer as necessidades lúdicas e pedagógicas –, o Colégio desenvolveu um Projeto Educativo que potencia a performance dos alunos, encarando a formação integral do indivíduo como um imperativo. Fruto desta perspetiva educativa, o resultado operacionalizado é visível não só nos exames finais (provas em que os discentes têm obtido excelentes notas, permitindo que a Instituição ocupe, ao longo dos últimos anos, posições cimeiras nos rankings nacionais), mas, sobretudo, na concretização dos objetivos pessoais e académicos de cada educando. Várias são as estratégias que, tendo sido delineadas pela direção, podem ser apontadas como

precursoras deste sucesso. Desde logo, a aposta na individualização, bem como o ambiente de familiaridade que se vive na Instituição são, efetivamente, metodologias que induzem a eficiência académica. Simultaneamente, valorizando o desenvolvimento da autonomia, da responsabilidade e do pensamento crítico, o Colégio da ACR de Fornelos promove uma cultura de mérito e de exigência que é transversal a todos os Ciclos de Estudo. Ensino Secundário: Superar desafios, alcançar o sucesso A qualidade do ensino ministrado pelo Colégio desde o Pré-escolar até ao 3º Ciclo já era sobejamente reconhecida, ecoando como epíteto de excelência ao nível nacional. No entanto, dando continuidade ao seu Projeto Educativo e respondendo aos anseios dos encarregados de educação, a Instituição abriu, em 2013, as portas ao Ensino Secundário. “Quando os pais escolhem uma escola para os seus filhos querem, acima de tudo, sentir segurança e estabilidade, traçando planos a longo prazo. E, fruto disso, nos últimos anos tínhamos recebido imensos pedidos por parte dos encarregados de educação para assegurarmos todo o percurso educativo dos seus filhos até ao momento da entrada na Universidade. E, como sempre foi nossa pretensão trabalhar de acordo com as necessidades das famílias, assim que sentimos que tínhamos reunidas as condições para garantir a qualidade que sempre nos distinguiu, abrimos o Ensino Secun-


Projetos inovadores potenciam o desenvolvimento integral dos alunos É vasta a gama de atividades encetadas no seio do Colégio da ACR de Fornelos que potenciam o desenvolvimento cognitivo, intelectual, artístico e físico dos alunos. Entre estas, damos-lhe a conhecer três iniciativas verdadeiramente inovadoras: Pré-escolar: Projeto de desenvolvimento de valores; 1º Ciclo: Filosofia para crianças; Ensino Secundário: Projeto Empreendedorismo. Saiba mais em http://acr-fornelos.pt Rosa Maria Pinheiro, Presidente dário. Para tal, construímos um vos bem definidos que, por norma, o seu futuro desde o priedifício de raiz que permitiu res- na nossa Instituição, são bastan- meiro dia. E, para garanponder aos mais elevados padrões te ambiciosos. Isto obriga-nos a tir a consolidação do code qualidade”, conta Ana Pinhei- uma exigência elevada, por forma nhecimento e do saber, para ro, diretora pedagógica do Colégio. a conseguirmos que eles se esfor- além de todas as provas de ava“Para além de possibilitarmos a cem, deem o melhor de si e se su- liação requererem o domínio da continuidade dos jovens que cres- perem a cada dia. Ministrando um matéria lecionada desde o início ceram, desde a Creche, no seio da ensino direcionado para o desen- do ano, apresentam a estrutura de Instituição, esta oferta foi igual- volvimento do raciocínio, da au- exame nacional”. No Ensino Semente procurada por alunos vin- tonomia, do pensamento crítico e cundário, este nível de exigência dos de outros estabelecimentos de da curiosidade científica, conse- é ainda mais expressivo, realizanensino da região que, acreditando guimos envolver todos os alunos do-se avaliações semanais – com na nossa competência e eficiência, num espírito de trabalho e de exi- caráter rotativo de modo a abranescolheram o Colégio como o local gência que é fulcral para concre- ger a plenitude das disciplinas. ideal para atingirem os seus obje- tizar as metas curriculares defini- “No início do ano, o coordenador das. Temos alunos que almejam deste nível de ensino e os diretotivos académicos”, acrescenta. Passados dois anos, já são visí- ingressar em cursos como Medi- res de turma estabelecem um plaveis os ótimos resultados alcan- cina e Engenharia e, ao trabalhar- no de trabalho individual para caçados pela metodologia de ensi- mos para tornar este desejo numa da aluno e os resultados destas no adotada. “Tem sido muito gra- realidade, estamos igualmente a avaliações servem, essencialmentificante participar na construção exigir o máximo dos outros que te, para averiguar se as metas trado futuro destes jovens, preparan- têm objetivos menos ambiciosos çadas estão a ser alcançadas e em que domínios é que cada discendo-os para vencerem os desafios em termos de médias”, explica. De acordo com Ana Pinheiro, te precisa de trabalhar e de invesque a vida lhes reserva. Nesta faixa etária, os alunos já têm objeti- “os alunos começam a trabalhar tir mais. Esta reflexão é feita pe-

la equipa docente e conta também com a importante participação dos encarregados de educação que tomam conhecimento dos resultados que vão sendo obtidos semana a semana”, explica. Paralelamente, e atendendo ao volume das matérias abordadas, ao longo de todo o ano letivo, os alunos usufruem de aulas extras em blocos de 90 minutos nas disciplinas estruturantes do Curso de Ciências e Tecnologias. Para além disso, são lecionadas aulas complementares de apoio ao estudo e, ainda, 90 minutos por semana são dedicados à preparação de exames. Assim, o aluno não acumula matéria e consolida conhecimentos de forma mais consistente. “Fazemos um acompanhamento meticuloso e contínuo de todos os discentes. Por termos turmas pequenas, conseguimos conhecer realmen-

te as particularidades de cada aluno e da sua família, fazendo este trabalho de proximidade que é determinante para alcançar bons resultados”, evidencia Ana Pinheiro. Este ano letivo, os primeiros finalistas do Ensino Secundário do Colégio da ACR de Fornelos vão concluir o seu percurso e tentar a sua sorte no Ensino Superior. Mas, face à Educação de excelência e de caráter pré-universitário que tiveram oportunidade de usufruir, as expectativas são, claramente, elevadas. “Sendo uma Escola de valores”, acrescenta Frederico Ricardo, coordenador do Ensino Secundário, “em primeiro importa-nos formar pessoas e, depois, educar bons alunos” que serão, com certeza, jovens promissores aptos a fazerem a diferença e a contribuírem positivamente para o futuro do país

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1 Alusão a poema de Ricardo Reis

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Especial Ensino

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Agrupamento de Escolas de Santo André

Enquanto agente construtor do conhecimento orientado para o desenvolvimento holístico do aluno, o Agrupamento de Escolas de Santo André, sediado em Vila Nova de Santo André, concelho de Santiago do Cacém, materializa a verdadeira essência da expressão de Mahatma Gandhi: «Não há limite de velocidade na estrada para a excelência». Pugnando pela implementação de estratégias de inovação pedagógica que objetivam o êxito do processo de

A caminhar em prol do sucesso e da excelência Por entre esplendores de beleza na- dor da qualidade e da exigência, o tural, percorremos as planícies alen- Agrupamento surge, em abril de tejanas. Lá ao longe, o horizonte é 2013, como uma unidade de gestão rasgado por feixes de luz que res- que, objetivamente, idealiza estraplandecem nas paisagens paradisí- tégias inovadoras de consolidação acas e nos fazem flutuar no tempo. das práticas pedagógicas e de coEsta tela digna de Picasso, Monet ou ordenação e articulação entre CiMatisse é emoldurada pelas lezírias, clos. Na sua matriz identitária, esta coroada pelo branco das casas típi- Instituição aglutinadora do conhecas e pincelada pelo dourado do pôr cimento e do saber totaliza seis esdo sol. «Tudo é tranquilo e sonhador. tabelecimentos de ensino, designaOlhando esta paisagem que é uma te- damente a Escola Básica de Deixala. Eu penso então: Onde há pintor. -o-Resto – Pré-Escolar e 1º Ciclo –, a Onde há artista de saber profundo, Escola Básica N.º 1 – 2º Ciclo –, as que possa imaginar coisa mais be- Escolas Básicas N.º 2, 3 e 4 – Pré-Esla, mais delicada e linda neste mun- colar e 1º Ciclo –, e a Escola Secundo?»2. E é neste universo de beleza e dária Padre António Macedo, com encantamento que encontramos o 3º Ciclo, Ensino Secundário e EnAgrupamento de Escolas de Santo sino de Adultos, que é simultaneamente a sede do Agrupamento. EsAndré (AESA). Enquanto agente impulsiona- te tem, assim, como missão “criar e ExLibris Dezembro 2015

proporcionar nesta região uma oferta formativa articulada e sequencial para todos, crianças, jovens e adultos, que procurem prosseguir estudos ou uma formação escolar, profissional ou de dupla certificação e/ ou visam uma integração qualificada no mercado de emprego”, começa por explicar Manuela Teixeira, diretora do AESA. Com efeito, a agregação determinada por imposição do anterior Ministério da Educação e Ciência culminou na consagração de uma oferta educativa global que se estende desde o Pré-escolar ao Ensino Secundário – Regular e Profissional –, num universo de cerca de 1500 alunos provenientes de distintos meios socioeconómicos. De facto, a heterogeneidade de públicos manifesta-

-se na coexistência de contextos de população com características muito díspares. Apesar de o número de discentes ter vindo a sofrer uma quebra substancial ao longo dos últimos anos, fruto da redução demográfica, o Agrupamento depara-se, frequentemente, com falta de espaço, uma vez que “as salas vão sendo progressivamente transformadas para os diversos fins necessários. Tanto o aumento da oferta formativa como o facto de sermos uma Instituição inclusiva impõem a necessidade de que tenhamos turmas mais pequenas e, por isso, temos de fazer uma gestão muito criteriosa e racional dos espaços disponíveis”, manifesta a diretora. Efetivamente, este é um verdadeiro exemplo de um Agrupamento que está de braços abertos para receber alunos com necessidades educativas especiais. Para tal, a direção, juntamente com a coordenadora da Educação Especial, decidiu fazer uma aposta “em que se privilegia e respeita os ritmos de aprendizagem destes discentes. Por isso, criámos um currículo adaptado onde se prevê a existência de algumas disciplinas como Português ou Matemática para a vida, lecionadas por professores dessas áreas”. Chegámos à Escola Secundária Padre António Macedo num dia de outono soalheiro e contemplámos, de imediato, a peculiaridade da Instituição que fomenta a sua beleza natural. Erguida pelas mãos da população de Santo André, e não por profissionais contratados pela Tutela, cada pormenor da construção guarda, em si, as ambições com que a sociedade a construiu, pretendendo que esta se afirmasse como o ‘berço’ de formação dos futuros líderes do amanhã. No seu planeamento, foram previstos aspetos que a distinguem das congéneres como, por exemplo, a existência de um auditório interior e de outro exterior e de jardins internos. Porém, estas instalações já contam com mais de três décadas e, por isso, carecem de obras de requalificação. Para além de os ginásios necessitarem de uma intervenção urgente, por forma a acautelar as condições necessárias à prática desportiva em contexto curricular, há outros espaços que carecem de intervenção.

Pedagogia de ensino orientada em prol da formação holística Para além de pretender formar cidadãos críticos, empenhados e rigorosos, capazes de uma aprendizagem contínua ao longo da vida, a Instituição ambiciona formar pessoas conscientes, responsáveis e aptas a intervir, solidariamente, na sociedade. Com efeito, para alcançar este desígnio, o Agrupamento promove o saber global que extravasa os limites dos conteúdos previstos no currículo nacional, incutindo estratégias indutoras de maior reflexão crítica, criatividade e autonomia. Constitui uma das prioridades da direção fomentar e apoiar todas as atividades que contribuam para o bem-estar e para o desenvolvimento biopsicossocial dos alunos. Neste sentido, a Escola prevê a possibilidade de realização e de integração em projetos de enriquecimento curricular, dos quais se destacam o Desporto Escolar, o Teatro, o Jovializar (projeto de escrita criativa com mais de 20 anos), os Pequenos Cientistas, os Clubes de Ciências, de Matemática, de Francês e de Inglês, e a Música. Com uma oferta educativa transversal e globalizante, o Agrupamento disponibiliza, no Ensino Básico, para além do Ensino Regular que se coaduna com os ditames do Ministério da Educação, formação profissional onde o saber livresco se harmoniza com a vertente prática. Com efeito, a Instituição disponibiliza Cursos Vocacionais de Serralharia, Carpintaria e Informática e, ainda, uma opção de Artes Gráficas, Informática e Comércio. Este ano, de acordo com a diretora, “iniciámos mais dois Cursos nestas áreas e é nelas que nos queremos especializar, de forma a aproveitar os recursos infraestruturais de que dispomos, nomeadamente as oficinas”. De facto, a formação ministrada pelo Agrupamento de Escolas de Santo André, nestes domínios, tem-se traduzido em indicadores de sucesso, estimulando nos alunos diversas competências e saberes. Prova disso são os pequenos objetos de madeira que foram gentilmente oferecidos à diretora e que esta guarda com especial carinho. Trata-se de pequenos engenhos ou peças de decoração rudimentares que, construídos com


ensino-aprendizagem, a Instituição assume-se como uma referência de rigor e proficiência. Consciente de que «o sonho comanda a vida»1, a Escola caracteriza-se por ser um espaço de mundividências onde os mais diversos atores convivem num clima de bem-estar e de respeito mútuo que proporciona a discordância construtiva. Esta é, efetivamente, uma Instituição promotora do conhecimento, da inovação, do compromisso e da competência. MANUELA TEIXEIRA NA PRIMEIRA PESSOA COMPROMETIDA COM A CONCRETIZAÇÃO DOS IDEAIS DEFINIDOS NOS PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO AGRUPAMENTO, MANUELA TEIXEIRA «PÕE QUANTO É NO MÍNIMO QUE FAZ»3. MAIS DO QUE A DIRETORA DA INSTITUIÇÃO, ESTE É UM EXEMPLO DE UMA PEDAGOGA EMPENHADA EM CONCRETIZAR OS IDEAIS DA EDUCAÇÃO. NUM PROCESSO DE ENTREGA E DEDICAÇÃO CONSTANTES, MANUELA TEIXEIRA CONTINUARÁ A PELEJAR PELA DEFINIÇÃO DE METODOLOGIAS INDUTORAS DE EXCELÊNCIA ACADÉMICA, BEM COMO POR ORIENTAR OS ALUNOS NA CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE VIDA ALICIANTE E DESAFIADOR. NASCIDA NO NORTE DO PAÍS, RUMOU AO LITORAL ALENTEJANO QUANDO ENCONTROU UMA INSTITUIÇÃO COM EXCELENTES CONDIÇÕES PARA UM PROFESSOR DE QUÍMICA. COM TRÊS LABORATÓRIOS E UM ORÇAMENTO CONSIDERÁVEL PARA INVESTIR EM REAGENTES QUÍMICOS, A PEDAGOGA CONSIDEROU QUE ALI SERIA CONCRETIZADO O SEU FUTURO. PÔS, POR ISSO, MÃOS À OBRA E, COM MUITO ESFORÇO E DEDICAÇÃO, CONSEGUIU EQUIPAR TAMBÉM UM LABORATÓRIO DE FÍSICA. E ESTAS SÃO INFRAESTRUTURAS PEDAGÓGICAS QUE AINDA HOJE SÃO UM VERDADEIRO EXEMPLO E UMA REFERÊNCIA ENTRE CONGÉNERES [VER FOTOS]. MAIS DO QUE A INSTITUIÇÃO ONDE TRABALHA DIARIAMENTE, O AGRUPAMENTO É A SUA ‘CASA’ E, POR ISSO, SEMPRE QUE NECESSÁRIO, ‘ARREGAÇA AS MANGAS’ PARA MANTER A QUALIDADE DAS INSTALAÇÕES, MESMO QUE ISSO SIGNIFIQUE PINTAR AS PAREDES, AOS SÁBADOS, COM AQUELES QUE SE VOLUNTARIAM. E É COM ESFORÇO E EMPENHO QUE MANUELA TEIXEIRA TEM CONSEGUIDO FAZER DA INSTITUIÇÃO UM ESPAÇO AMPLO, DINÂMICO E DINAMIZADOR AO SERVIÇO DA EDUCAÇÃO.

determinação, evidenciam a criatividade e a perícia das mãos que os moldaram. Já no Ensino Secundário, no nível Regular, o Agrupamento disponibiliza os Cursos Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias, de Línguas e Humanidades e de Artes, sendo que esta última vertente é a única entre Sines, Santiago do Cacém e Santo André. A oferta neste Ciclo de Estudo é ainda complementada pelos Cursos Vocacionais de Desporto e de Informática, pelo Curso Profissional de Comércio e pelo Curso de Manutenção Industrial. Simultaneamente, e afirmando-se como um agente construtor do conhecimento direcionado para diversas faixas etárias, a Instituição prevê opções formativas para adultos, através do Ensino Recorrente, dos Cursos de Educação e Formação de Adultos e dos Cursos de Português para estrangeiros. Evidenciando a inovação e o dinamismo que fluem no seu código genético, o Agrupamento de Escolas de Santo André está a dinamizar o projeto «Rema» que pretende contrariar, através de uma intervenção precoce, o insucesso escolar no 1º Ciclo do Ensino Básico. A ideia surgiu, tal como refere Manuela Teixeira, no ano passado, quando “fiz a candidatura a uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian. Passámos nas primeiras duas fases, mas não conseguimos ir mais além. Mesmo sem financiamento, resolvemos implementá-lo no seio da comunidade académica, com as devidas adaptações. Na primeira fase, identificámos cerca de 28 alunos e famílias que considerámos de risco, salvaguardando que nenhum destes casos está a ser acompanhado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), nem pela Educação Especial. Agora, com ajuda de professores que se assumirão como tutores/mediadores, essas dificuldades dos educandos e das famílias serão trabalhadas, tentando delinear estratégias para contrariar os níveis de insucesso escolar. No projeto de candidatura, tentei envolver a CPCJ e o Centro de Saúde porque estes têm informações de que não dispomos e permitir-nos-iam ter uma equipa multidisciplinar, com técnicos, psicólogos e terapeutas. Não

Manuela Teixeira, diretora do AESA

sendo possível, temos tentado dinamizar o projeto com os recursos humanos internos”. Legado de sucesso, futuro promissor Pretendendo afirmar-se como um Agrupamento de sucesso e de excelência, a Instituição perspetiva, num futuro próximo, implementar o seu Projeto Educativo. Tendo Manuela Teixeira sido empossada com a pasta da direção em setembro de 2014, considerou que seria prematuro delinear um documento orientador da atividade pedagógica sem conhecer as dificuldades e as potencialidades do AESA. Por isso, o primeiro passo consistiu em “realizar uma autoavaliação. O relatório dessa análise à organização interna foi recentemente apresentado à comunidade e, a partir das conclusões daí derivadas, será delineado o Projeto Educativo. Esta é, por isso, uma das iniciativas a concretizar. Simultaneamente, ambicionamos consolidar o Projeto «Rema» e alargá-lo ao 2º Ciclo”, conclui a diretora 1 António Gedeão 2 Meu Alentejo, de Florbela Espanca 3 Ricardo Reis

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Cursos Vocacionais / Profissionais 2015/2016 3º Ciclo: Vocacional – Manutenção e Reparação de Materiais (2 anos) Vocacional – Comércio e Artes (2 anos) Vocacional – Manutenção e Reparação de Materiais (continuação) Vocacional – Comércio e Artes (continuação) Secundário Vocacional – Técnico de Apoio Gestão Desportiva (2 anos) Vocacional – Técnico de Informática – Sistemas (2 anos) Profissional – Técnico de Comércio (3 anos) Profissional – Técnico de Gestão e Programação Informática (continuação) Profissional – Técnico de Manutenção Industrial (continuação) Largo da Escola, Tel: 269 708 110 Bairro do Liceu, s/n Fax: 269 708 115 7500-160 Vila Nova de Santo André http://age1santoandre.drealentejo.pt

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Especial Ensino

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Agrupamento de Escolas Professor Carlos Teixeira

O ExLibris® voltou a Fafe para comprovar que o Agrupamento de Escolas Professor Carlos Teixeira é, efetivamente, um agente construtor do conhecimento orientado para o desenvolvimento holístico do aluno. Pugnando pela implementação de estratégias de inovação pedagógica que objetivam o êxito do processo de ensino-aprendizagem, a Instituição assume-se como uma referência de prestígio, rigor e proficiência. Na sua liderança, encontrámos um novo rosto: Jorge Machado, um pedagogo empenhado em concretizar os ideais do Projeto Educativo deste Agrupamento que, enquanto espaço dinâmico ao serviço da Educação, é merecedor do epíteto granjeado: uma Instituição de qualidade.

Um Agrupamento de Escolas onde “o mais importante são as pessoas”

Direção do Agrupamento de Escolas Professor Carlos Teixeira

Em pleno coração minhoto, o concelho de Fafe apresenta-se como terra de tradições ancestrais e de conquistas geracionais. E é aqui, nesta «terra de sol e de flores, de risos e de alegrias» 1, que encontrámos uma Casa ao serviço do conhecimento: o Agrupamento de Escolas Professor Carlos Teixeira. Uma Instituição edificada a favor da evolução, em prol da comunidade e ao dispor do sucesso de todos os alunos. De facto, este é um espaço onde todos têm lugar, na senda de um processo educativo que valoriza o respeito pela identidade individual e o reconhecimento e a aceitação das diferenças que caracterizam cada discente. Em visita à Escola Básica Professor Carlos Teixeira – sede do Agrupamento –, o ExLibris® deixou-se conquistar pela energia revigorante que ali se vive. Nas paredes, diferentes cores, formas e texturas ilustram a criatividade dos estudantes. Na atmosfera, a tranquilidade incita o conhecimento e a aquisição de ferramentas indutoras de valorização pessoal, intelectual e cognitiva. Em contexto de sala de aula, o inteExLibris Dezembro 2015

resse pela aprendizagem assume o com necessidades educativas espeprotagonismo e o bulício do espa- ciais. Sendo um espaço de aprenço exterior cede lugar à concentra- dizagem para todos, a Instituição ção e à aplicação de metodologias dispõe de recursos neste âmbito, de ensino que preconizam, na sua como salas de Educação Especial plenitude, uma Educação com ri- orientada por professores com forgor, qualidade, exigência e disci- mação especializada, onde os esplina. Estes são valores estruturan- tudantes têm aulas em domínios tes que permitem ao Agrupamen- funcionais de Português e de Mato perseguir a qualidade educativa. temática que permitem um desenPrestando, assim, um serviço volvimento de competências esdinamizador e impulsionador da senciais para as vivências do quoevolução da região, o Agrupamen- tidiano, sendo que as aulas práticas to integra 10 unidades escolares são assistidas em conjunto com do concelho e acolhe 2092 alunos. a restante turma. Além disso, o Com uma oferta formativa que se Agrupamento apresenta ainda um estende desde o Pré-escolar até ao protocolo com a Cercifaf – Coope3º Ciclo, esta assume-se como uma rativa de Educação e Reabilitação Instituição comprometida com o das Crianças Inadaptadas de Fafe futuro que pretende dar resposta para a realização de avaliações esa uma multiplicidade de públicos. pecializadas e/ou de acompanhaCom efeito, a par do desenho curri- mento em terapias educacionais cular subjacente ao Ensino Regular, (Fisioterapia, Terapia da Fala e Tenos 2º e 3º Ciclos, prevê-se a ofer- rapias Ocupacionais). ta de Ensino em Regime Articulado com a Academia de Música José “Descobrir os melhores Atalaya. Paralelamente, assumin- caminhos para o sucesso” do-se como uma Escola verdadei- Na concretização da sua missão ramente inclusiva, o Agrupamen- educativa, e almejando a descoto disponibiliza um Currículo Es- berta de caminhos que fomentem pecífico Individual para os alunos uma cultura de trabalho, de méri-

to, de rigor e de exigência, o Agru- vos da escola: professores, pais e pamento elaborou um Projeto Edu- encarregados de educação, alucativo que objetiva, em lato sensu, nos, pessoal não docente e parceia melhoria da qualidade do ensi- ros institucionais. É necessário e no. Subordinado ao lema «Apren- fundamental congregar as sinerder a ser pessoa na Escola de que eu gias humanas”. Afirmando, assim, gosto», este Projeto aponta linhas sem qualquer dúvida, que “o mais pedagógicas inovadoras que pre- importante são as pessoas”, Jorge tendem motivar os alunos para a Machado garante que “o sucesso aquisição de conhecimento, desen- de qualquer organização escolar volvendo esforços para que estes se depende, de forma determinante, sintam felizes a aprender. de todos aqueles que contribuem Ao regressar ao Agrupamento, o com o seu empenho e dedicação ExLibris® encontrou uma nova di- para elevar a imagem da Escola”. reção. Empossado como diretor no A operacionalização de medidas início deste ano letivo, Jorge Ma- de motivação, de partilha, de parchado [ver caixa de texto] é agora o ticipação e de compromisso entre timoneiro que está ao leme da Ins- toda a comunidade educativa pertituição, rumo a um futuro promis- mitirá, com certeza, “descobrir os sor. Tendo sido subdiretor nos úl- melhores caminhos para o sucestimos anos, o novo diretor reafir- so” e conduzir este Agrupamento ma a importância do Agrupamento de Escolas para níveis mais elevade Escolas Professor Carlos Teixei- dos de qualidade educativa. ra enquanto espaço educativo de qualidade. Assim, na continuida- Desafio: Melhorar os resultados de do projeto do anterior executi- e a qualidade das aprendizagens vo, Jorge Machado assume, ago- Na defesa de estratégias inovadora, a responsabilidade de “liderar ras de consolidação das metodoo Agrupamento num contexto que logias pedagógicas e de coordenaevidencie as dimensões de autono- ção e de articulação entre Ciclos, o mia e de reciprocidade, de singula- Agrupamento tem-se distinguido ridade e de comunidade, de parti- pelos elevados índices de sucescipação e de responsabilidade para so granjeados nos últimos anos: que este se afirme claramente co- “Nos 1º e 2º Ciclos de Ensino, o êximo um centro de ação educativa da to académico apresenta valores sociedade”. que apontam para um posicionaConjugando a sua experiência mento acima da média nacional. com a formação adquirida na área No entanto, ao nível do 3º Ciclo, da administração e gestão esco- os resultados do ano letivo tranlar, o atual diretor apresenta uma sato ficaram aquém das expectavisão muito interessante sobre a tivas. Pela primeira vez em vários forma como pretende continuar a anos, registámos um decréscimo pelejar pela definição de metodo- nas médias obtidas nos exames logias indutoras de excelência aca- nacionais de Português e de Madémica: “O exercício da própria li- temática”, começa por explicar o derança nas escolas deve utilizar diretor. Pretendendo corrigir esta processos que sejam pedagógicos. tendência, “o Agrupamento introAprender continuará a ser o lema a duziu, logo no início do ano letivo, fazer imperar, mesmo nos proces- medidas que permitem repensar o sos de construção e de decisão. Es- esforço a ter no 9º ano de forma a te posicionamento implica, porém, recolocá-lo acima das médias naum trabalho acrescido, um tempo cionais, em situação de exames fiacrescido, um empenho acresci- nais”. Neste sentido, “o desafio que do”, explica Jorge Machado, evi- se coloca é na melhoria dos resuldenciando que “é esta a atitude tados e da qualidade das aprenque a comunidade educativa po- dizagens”. Para vencer este repto, de esperar do desempenho da atu- “definimos planos e estratégias que objetivam a rentabilização da comal direção”. Enquanto diretor, “é minha in- ponente não letiva, através de um tenção continuar a motivar e a en- projeto de coadjuvação de profesvolver os vários agentes educati- sores em sala da aula. Em vez de


Uma nova direção...Um futuro comprometido com a excelência «A busca da excelência não deve ser um objetivo e sim um hábito» – de facto, a citação de Aristóteles, define, na perfeição, Jorge Machado, empenhado em concretizar os ideais da Educação. Fazendo parte da direção há mais de 10 anos, o professor sente um visível orgulho por ter participado ativamente na afirmação do Agrupamento como espaço educativo de qualidade. Agora, enquanto diretor, assume o compromisso de preservar a imagem da Instituição, liderando-a sob a promessa de que tudo fará para “dirigir com lealdade toda a equipa educativa a encontrar o melhor rumo para alcançar o sucesso e a plena satisfação de todos os implicados”. Num processo de entrega e dedicação constantes, Jorge Machado continuará a pelejar pela definição de metodologias indutoras de excelência académica, bem como por orientar os alunos na construção de um projeto de vida aliciante e desafiador. Com o inestimável contributo dos corpos docente e não docente, pretende afirmar a Instituição como um espaço amplo, dinâmico e dinamizador ao serviço da Educação, privilegiando, neste percurso, a humildade e a dedicação porque, recordando a poetiza Cora Coralina, «feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina». estarem na sala de estudo à espera que os alunos apareçam para estudar ou esclarecer dúvidas, os professores vão ao encontro dos discentes. Assim, nas disciplinas de Português e de Matemática, esta iniciativa está a permitir identificar dificuldades e, consequentemente, proporcionar um ensino mais direcionado e individualizado, uma vez que o professor assistente está afeto a um determinado aluno ou grupo de alunos. A par disso, esta entreajuda entre docentes permite, também, uma maior partilha de saberes. A criação de Oficinas da Matemática é outra das estratégias incluídas no plano de melhoria pelas quais se pretende o trabalho colaborativo entre alunos, em horário extra aulas”, afiança Jorge Machado. Para além deste projeto, a nova direção entendeu que outro ponto de melhoria passava pela criação de mecanismos que possibilitem um maior envolvimento dos alunos na vida escolar. Assim, “para dar uma melhor resposta às ambições dos discentes, criámos o Conselho de Delegados composto pelos estudantes eleitos em cada ano da Escola sede do Agrupamento e um representante do 2º e

outro do 3º Ciclo da Escola Básica de Silvares. O nosso objetivo é dar voz aos discentes para que estes tenham uma intervenção mais notória e mais presente na concretização do Projeto Educativo. Pretendemos que os alunos sejam atores proativos na melhoria de resultados, fomentando a partilha de conhecimento e a motivação entre pares. Simultaneamente, esta participação permitir-lhes-á adquirir competências essenciais para o futuro como a autonomia, a responsabilidade, a consciência cívica e o pensamento crítico”, assegura Jorge Machado. Pedagogia de ensino orientada em prol da formação holística Afirmando-se como um dos mais brilhantes cientistas portugueses do século XX, Carlos Teixeira foi, simultaneamente, professor e investigador. Fazendo jus à sua obra, os documentos orientadores do Agrupamento estão fundeados numa pedagogia de ensino ancorada no rigor científico e no respeito pela diversidade, permitindo a formação de cidadãos críticos, empenhados e rigorosos, capazes de operar a mudança e de contribuir para a construção de um

futuro melhor. Pois, como o filóso- -se entre as atividades desportivas fo francês Louis Bonald defendeu (Desporto Escolar) – de salientar o «a cultura forma sábios; a educação, êxito da equipa de Futsal feminihomens». Tal facto está latente na no, campeã nacional em 2014/2015 formação integral dos alunos e na – os clubes de Francês, Espanhol e educação da pessoa em todas as su- Expressão Dramática e ainda ouas dimensões através de projetos e tros projetos como Ciência na Esiniciativas arrojadas. cola, Robótica, Energia com ViNeste sentido, são diversas as da, Educação para a Saúde, Garraatividades de enriquecimento cur- fa Solidária, Reciclagem de óleos ricular disponibilizadas pela Insti- alimentares e Ecopilhas. De destatuição. No Pré-escolar, “estamos a car também a consagração de um desenvolver um projeto na área da aluno do Agrupamento, Ivo Costa, Música, em colaboração com a Au- como campeão mundial de Cálcutarquia e com a Academia de Músi- lo Mental. A par disso, “evidenciaca José Atalaya. No final do ano le- -se ainda a dinamização de eventos tivo, irá ter lugar um concerto pro- que promovem a interação de totagonizado pelos nossos alunos, da a comunidade educativa, como por forma a mostrar os talentos e o Dia do Agrupamento (23 de seas aptidões desenvolvidas neste tembro) que marca o início do ano projeto”, conta Rogério Gonçalves, letivo, as festas de Natal e a celesubdiretor do Agrupamento. A ati- bração de final de ano em que previdade Física, a Patinagem e a Dan- tendemos juntar, num espírito de ça são também atividades propor- partilha e de união, toda a comucionadas aos alunos deste nível de nidade educativa das várias escolas que compõem o Agrupamento”, ensino no final das aulas. Por sua vez, no 1º Ciclo, o Inglês, adianta Jorge Machado. a Música, as Ciências Experimentais e as Artes contribuem para a Legado de sucesso, futuro aprendizagem e a aquisição de va- promissor lores de referência como o esforço, Primando por acompanhar as o trabalho e a solidariedade. Ao ní- grandes transformações e o ritmo vel dos 2º e 3º Ciclos, as componen- da sociedade, disponibilizando tes extracurriculares distribuem- respostas adequadas aos desafios

vindouros, a direção do Agrupamento de Escolas Professor Carlos Teixeira há muito que lutava para ter melhores condições físicas, nomeadamente na Escola sede. E, finalmente, surgem boas notícias: “O projeto de requalificação da Escola já está em marcha. Irão ser reabilitados três pavilhões e o ginásio e construído, de raiz, um novo pavilhão com auditório. Temos contado com o importante empenho do presidente da Câmara Municipal de Fafe na concretização deste projeto, sendo expectável que as obras iniciem no final deste ano letivo”, adianta o diretor do Agrupamento. Além deste objetivo, “a concretização plena do nosso Projeto Educativo depende também do cumprimento do nosso contrato de autonomia que merece ser revisto, onde se evidencie uma autonomia real. A qualidade do nosso desempenho será fundamental para convencer o poder central, por isso devemos estar preparados porque a existência de uma autonomia efetiva exige crescentes níveis de responsabilização das escolas”, conclui

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1 Hino de Fafe, escrito por Euclides de Sotto Mayor, com música de José Maciel

Dezembro 2015 ExLibris


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