Caracas – Venezuela * Ano XII – Época IV * 30 de Abril de 2012 RIF: J301839838
Junho... mês de Portugal! Em Junho, para as comemorações do Dia de Portugal e para as jornadas que marcam o nascimento de Fernando Pessoa, estará em Caracas o escritor madeirense José Viale Moutinho. Finalmente! O nosso convidado nasceu no Funchal, em 1945, no dia 12 de Junho. Jornalista, cronista, poeta e escritor, tem várias obras editadas, algumas delas traduzidas nas mais diversas línguas europeias: castelhano, galego, catalão, italiano, alemão, russo, esloveno, búlgaro, asturiano, entre outras.. Foi director da Associação Portuguesa de Escritores, da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, do Círculo de Cultura Teatral e presidente da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto. É sócio do Pen Clube Português, da Academia de Letras de Campos de Jordão (Brasil) e membro honorário da Real Academia Galega. Autor de cerca de meia centena de livros para crianças, bem como de trabalhos nas áreas de investigação de Literatura Popular, da Guerra Civil de Espanha e da deportação espanhola nos campos de concentração nazis, bem como de estudos sobre Camilo e Trindade Coelho. Ficcionista e poeta, recebeu, entre outros, os seguintes reconhecimentos literários e de jornalismo: Na Galiza foi-lhe atribuído o prestigiado Pedrón de Honra em 1995, e, no ano anterior, na Alemanha, foi finalista do Prémio Europeu de Conto. Também conquistou o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco/APE, Prémio Edmundo de Bettencourt de Conto e de Poesia (duas vezes), Prémios de Reportagem Kopke, Norberto Lopes/Casa da Imprensa de Lisboa e El Adelanto (Salamanca). Traduziu romances, ensaios e peças de teatro, estas para companhias profissionais que as representaram. Integrou a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da Morte de Camilo. Estreou-se em 1968 com a novela Natureza Morta Iluminada e depois publicou frequentemente obras de diferentes géneros literários. Poesia: Urgência (1966), Atento Como Um Lobo (1975), Crónica do Cerco (1978), Quarteto de Viagens e Paixões
(1980), Correm Turvas as Águas deste Rio (1983) Auto-Retrato Parecido com Fantasmas (1983), Os Túmulos (1984) O Rude Tempo(1985), Piano Bar (1986), Máscaras Venezianas (1987), Retrato de Braços Cruzados (1989), As Portas Entreabertas (1975/85) (1991) Caderno de Entardecer (1996), O Amoroso (1997), Nomes de Árvores Queimadas (1997). Ficção: Natureza Morta Iluminada (1968), No País das Lágrimas (1972), O Jogo do Sério (1974), Histórias do Tempo da Outra Senhora (1974), Cabeça de Porco (1976), Apenas uma Estátua Equestre na Praça da Liberdade (1978), Romanceiro da Terra Morta (1988), Arqueologia da Terra Prometida (1989), Pavana para Isabella de França (1990), Hotel Graben (1998). Está igualmente presente em várias antologias em Portugal e no estrangeiro. Sobre No país das lágrimas o crítico e também escritor Urbano Tavares Rodrigues – que já esteve em Caracas a convite do IPC – afirmou que “constitui uma das grandes revelações literárias dos últimos anos, pela frescura e vigor da imaginação, pela celeridade da acção, pela luminosidade e pelos cortes abruptos da escrita, levanta problemas apaixonantes. Ao fazer a recensão de Cabeça de Porco, Pedro Tamem, referiu-se-lhe assim n’Expresso: “Numa escrita extremamente ágil e cheia de novidades surpreendentes para o leitor, mas sempre eficientes do ponto de vista de expressão, JVM transpõe o real para um quase surreal de amargura e grosseria, para uma nova pauta onde a realidade resulta extremada mas não caricaturada, e muito menos negada. Nisso, mas não só nisso, aqui tem o leitor verdadeira prosa e verdadeira prosa portuguesa.”
25 de Abril em Caracas.... A data histórica mais luminosa da segunda metade do nosso século XX foi celebrada pelo Centro Português de Caracas com uma emotiva sessão organizada pela sua Direcção de Cultura e durante a qual houve canto e poesia, sem esquecer os simbólicos cravos vermelhos que ajudaram a universalizar a revolução. Como se recordará, este aniversário do 25 Aabril decorreu em situação muito especial, ao ponto de que a Associação 25 de Abril não só decidiu não participar nos actos protocolares oficiais (só assistiu às celebrações populares), como publicou uma mensagem com o titulo Abril não desarma. Nesse documento, que já se tornou histórico, afirma-se entre outros considerandos que “as medidas e sacrifícios impostos aos cidadãos portugueses ultrapassaram os limites do suportável”... “Sem uma justiça capaz, com dirigentes políticos para quem a ético é palavra vã, Portugal já é o país da União Europeia com maiores desigualdades sociais”... “Portugal é tratado com arrogância por poderes externos, o que os nossos governantes aceitam sem protesto e com a auto-satisfação dos subservientes.” AJUDE-NOS A DIVULGAR A CULTURA PORTUGUESA! Colabore com a campanha destinada à obtenção de fundos e de novos aderentes! Telefaxe. 0212 985.41.43 - E-mail: iptcultura@gmail.com
IndiLisboa: Almada Negreiros vai ...ao cinema! O filme O Cágado de Luís Matta Almeida e Pedro Lino passou na competição de curtas nacionais do festival. Integrado na competição oficial de curtasmetragens nacionais está O Cágado. Trata se de uma simpática animação inspirada no conto homónimo de Almada Negreiros, que recupera o modelo da fábula para nos confrontar com um a perturbante lógica do absurdo. Realizado por Pedro Lino (vencedor do Prémio Jovem Cineasta Português no festival Cinanima 2004) e Luís da Matta Almeida (produtor e realizador na Zeppelin Filmes) há aqui uma ideia de círculo (os próprios realizadores o dizem na nota de intenções presente no programa do festival) que nos remete, no limite, ao mito de Sísifo (de novo o absurdo de que nos falou Camus vem à cabeça). Filme simples (e também, já agora, cinéfilo) que privilegia o tempo para mostrar uma qualidade muito humana: a teimosia.
Uma iniciativa digna de louvar: Pessoa em todas as biblioteca escolares... A Porto Editora e o autor José Paulo Cavalcanti Filho vão oferecer, esta semana, 650 exemplares do livro 'Fernando Pessoa - Uma quase-autobiografia' a escolas e colégios do ensino secundário de todo o país. O objetivo é o apetrechamento das respectivas bibliotecas escolares. A ideia partiu do próprio autor e foi acolhida com entusiasmo pela Porto Editora. O escritor disse ao DN ter "abdicado dos seus direitos de autor para poder fazer esta oferta às escolas portuguesas". José Paulo Cavalcanti Filho foi ministro da Justiça do governo de José Sarney e actualmente é advogado em Pernambuco. Esta obra sobre o poeta português é o resultado de cerca de oito anos de trabalho de investigação. Numa entrevista recente ao jornal Correio da Manhã, Cavalcanti afirmou – e talvez tenha razão – que Pessoa é mais venerado no Brasil do que em Portugal. Pelo menos no Brasil nunca ninguém coisas ao estilo de “tanto Pessoa já enjoa”.
Cultureando: a 24 de Maio... Por cortesia dos nossos amigos de Rádio Arcoense, no dia 24 de Maio, como todas as quartas quintas-feiras de cada mês poderá escutar e participar no programa Cultureando, do Instituto Português de Cultura. Sintonize este programa do Instituto Português de Cultura a partir das 19:30 h. através de Radio Uno AM. Notícias culturais, música e comentários sobre a cultura portuguesa.
Chile: José e Pilar no 14º. Festival de Cinema Europeu... Vinte e três filmes de 15 países, entre os quais José e Pilar (2010), de Miguel Gonçalves Mendes, integram a programação do 14º Festival de Cinema Europeu do Chile, que decorre entre 3 de maio e 3 de junho. Durante um mês o festival oferecerá ao público chileno películas em estreia em Santiago do Chile e em 11 cidades de 9 regiões, incluindo trabalhos recentes de prestigiados cineastas em distintos géneros cinematográficos. A mostra, organizada por 13 países membros da União Europeia, entre os quais Portugal, e também pela Suíça e Noruega, será inaugurada com Num mundo melhor (Hævnen), o filme dinamarquês que ganhou, em 2011, o Oscar e o Globo de Ouro para melhor filme estrangeiro, para além do prémio para melhor realizador nos Prémios do Cinema Europeu. O filme de Miguel Gonçalves Mendes será exibido na Cinemateca Nacional, Centro Cultural Palácio La Moneda, em Santiago do Chile a 11 e a 15 de Maio .Várias das películas foram exibidas nos principais festivais do mundo (Cannes, Berlim, Veneza, San Sebastián, entre outros), duas delas foram selecionadas pelos seus países para serem candidatas aos Óscares na categoria de melhor filme estrangeiro - A pequena habitação, da Suíça, e o documentário português José e Pilar, centrado nos últimos anos do Nobel da Literatura José Saramago -, outras foram nomeadas e vencedoras de destacados prémios internacionais.
Cinema português na Coreia do Sul... A 13ª edição do Festival Internacional de Cinema de Jeonju (26 de abril a 4 de maio) exibirá quatro longas-metragens e duas curtasmetragens portuguesas e contará com a presença de cinco realizadores ligados aos filmes portugueses em exibição. O filme de Gonçalo Tocha “É na Terra não é na Lua” integra a competição internacional do Festival. As longas “A Vingança de uma mulher”, de Rita Azevedo Gomes, “Tabu”, de Miguel Gomes, e “Palácios de Pena”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, serão exibidas na secção Cinemascape. Nessa mesma secção serão exibidas, em sessão conjunta, as curtas “China, China” e “Alvorada vermelha”, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata. Os cineastas João Pedro Rodrigues, que integra o júri da competição internacional do Festival, João Rui Guerra da Mata, Gonçalo Tocha, Rita Azevedo Gomes e o norte-americano Daniel Schmidt estarão em Jeonju, onde participarão em sessões de diálogo com a audiência no final das exibições das suas obras.
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