Ôxe-20-07-15

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Julho / 201 5

ANO VII − Numero 74

1 0.000 Exemplares

Comportamento Sociedade Cultura

Francisco Morato - Franco da Rocha

São Paulo - Brasil

imagem: Mari Moura

VENDA PROIBIDA

Apresentação de "Otelo [e a loira de Veneza]"da Cia. Lona de Retalhos no Festival de Inverno de 2014

FESTIVAL DE INVERNO DE FRANCO DA ROCHA Apoio:

Realização:

Publicações


::. Diga, Ôxe!

Julho - 201 5

Por: Mari Moura

FABIO

DASHER Ôxe!: Pra quem não conhece, quem é Fabio Dasher? Fabio: Fabio Dasher é ator, bailarino, professor. Sou formado em administração de empresas, fiz pós-graduação em artes cênicas, sempre fui bailarino, comecei dançando em academias, comecei no teatro por conta da timidez e quis me profissionalizar na área, fiz artes visuais e já fiz licenciatura em arte-teatro, também comecei a fazer artes do corpo na PUC, mas não terminei porque pedi transferência para a UNESP, fiz licenciatura em teatro e agora sou professor de escola pública, onde consigo trabalhar as práticas pedagógicas com teatro e dança, que são áreas que adoro. Sou um sonhador, acredito que a educação e arte modificam nossa realidade, esse sou eu, feliz, sonhador e profissional. Ôxe!: Como começou sua carreira no teatro e na arte? Fabio: Quando eu tinha 13 anos, comecei a fazer teatro e participava das aulas de dança também, já gostava muito. Quando comecei o magistério, descobri que na cidade tinha um professor que dava aula de teatro e eu quis saber como era fazer teatro fora da escola, esse professor era o Alexandre D'angeli, gostei muito dele e de outras pessoas que já faziam teatro, eu ia todo sábado muito feliz para as aulas, lá trabalhávamos textos e exercícios de improvisação. Ele falava muito de Nelson Rodrigues e tudo ia me instigando, estudei muito o Nelson e estudei muito teatro sozinho, gostava de me aprofundar. Sai das aulas de Franco e fui fazer teatro em caieiras, fiz dois anos de teatro lá, voltei pra Franco e montamos o espetáculo “Viúva, porém honesta” do Nelson, nessa montagem eu ganhei o prêmio de Melhor Ator, pelo Mapa Cultural Paulista e fiquei muito motivado depois disso, fiquei mais impulsionado pra continuar na carreira, esse fato foi um divisor de águas, pois tive certeza que queria fazer teatro mesmo e viver disso. Depois disso, fui pra São Paulo e fiz várias oficinas culturais de teatro e dança, queria ser profissional, trabalhei muito com isso, dei algumas aulas. Quando entrei na universidade, tinha uma boa base da teoria e da prática do teatro, o que foi bom na época, estando em contato com as artes cênicas durante os estudos, comecei a descobrir algumas vontades, fiquei em crise e percebi que não queria ser ator, queria ser diretor de teatro, trabalhar com teoria teatral e ser professor, a universidade me auxiliou muito nesse desejo.. Ôxe!: Quais suas maiores influências artísticas? Fabio: Tenho muitas influências de pessoas próximas que eu sempre admirei, sempre admirei o Alexandre D'angeli. Com as teorias, conheci Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, Ariano Suassuna, que são dramaturgos que eu gosto muito, também adoro o Shakespeare, que é antigo e atual ainda hoje, gosto muito do teatro do absurdo. Na dança, descobri Rudolf Laban, que fala da dança pra todos, ele me influencia muito, tem a Pina Bausch, a Martha Graham, dança contemporânea me

influencia muito, de todas as danças, e acho que é a que mais dialoga com teatro. Gosto de teatro europeu, também gosto muito de Brecht, suas peças são muito boas. Stanislavski que é base, também influencia meus estudos. Ôxe!: Como é trabalhar com arte e cultura em Franco da Rocha? Fabio: Bom, trabalhar com arte e cultura na minha cidade, em Franco da Rocha, é complicado. Ainda estamos caminhando a passos bem curtos, o incentivo ainda é pequeno, porque desde quando eu comecei a fazer teatro, sempre foi dificil, os artistas sempre tiveram que bancar a produção: o figurino, cenário, iluminação. Sempre foi muito árduo conquistar espaço, até mesmo espaço pra ensaiar, nunca tivemos acesso a lugares de ensaio. Mas de lá pra cá, tem melhorado, temos outros incentivos hoje, mais espaços para ensaiar e apresentar, essa melhora aconteceu no teatro, mas na dança não, ainda temos só academias de dança, que não é a mesma coisa de um grupo formado, que se encontra para ensaiar, são muitos trabalhos individuais e comerciais, não há uma preocupação com pesquisa em dança. Isso me deixa triste, trabalhar com teatro e dança nessa cidade, ainda é um problema, mas tem umas sementes plantadas, né? Tem o Girandolá e outros grupos que desenvolvem trabalhos interessantes, mas ainda acho que por aqui deveria ter mais Girandolás, grupos que desenvolvem trabalhos sérios e duradouros. Eu também tenho vontade de ter um grupo, um espaço de trabalho, aqui na cidade ainda não temos uma prática cultural efervescente, mas estamos caminhando. Acho que daqui uns anos, a realidade vai melhorar e muito. Ôxe!: Além de trabalhar com teatro e dança você dá aula, certo? Como é a questão da educação aqui na região? Você consegue trabalhar de fato com arte aqui nas escolas? Fabio: Sou professor de artes dentro das escolas públicas, municipais e estaduais, hoje é bem dificíl trabalhar as outras linguagens dentro da sala de aula, os alunos continuam acostumados com desenhos livres ou qualquer tipo de trabalho mais visual. Quando comecei a dar aula, quis mudar essa realidade e hoje vejo alguns resultados, consigo trabalhar com teatro, dança, artes visuais, exposições, música. Consigo fazer com que os alunos se juntem em grupos e façam trabalhos voltados para as diversas linguagens artísticas, é difícil porque aqui na região, esse mundo artístico ainda é carregado de preconceito, vivemos num lugar onde a cultura não tem tanta força, mas estou conseguindo caminhar, já trabalhei com cenas de Nelson Rodrigues, exposição de fotografias, pesquisas de dança. Já sei que é difícil, porém é possível, sempre que levo algo novo pra sala de aula, vejo resultados e se trabalhar todas as artes em sala de aula, funciona. Fico contente em trabalhar diversi-

imagem: Mari Moura

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dades artísticas com os alunos. Ôxe!: Quais os outros projetos que você está desenvolvendo no momento? Fabio: Sou hiperativo e tenho muitos projetos em desenvolvimento, um deles é o “Franco em Maquetes”, onde os alunos do ensino fundamental II estudaram os espaços públicos de Franco da Rocha, fizeram pesquisa de campo, tiraram fotos e começaram a trabalhar a construção das maquetes da cidade, esse é um projeto muito legal, que deu um resultado extraordinário. Tenho um outro projeto na escola Paulo Duarte, chamado “Última Dança de Romeu e Julieta”, baseado na obra de Shakespeare, o projeto está a todo vapor e a previsão de estreia é para o dia 23 de agosto no Centro Cultural da cidade. Também dou aula de teatro e dança contemporânea na cidade, nas aulas de dança estamos desenvolvendo uma pesquisa sobre as lavadeiras do Nordeste, está bem bacana também. Das aulas de teatro, vamos montar Fragmentos de Ariano Suassuna e “Álbum de Família”, do Nelson Rodrigues. Também continuo com os projetos nas escolas Paulo Duarte e Donald Savazoni, trabalhando com teatro no próximo semestre. Ôxe!: E pra quem quer fazer teatro, qual o melhor caminho pra começar? Fabio: Antigamente eu achava que não era possível viver do teatro e da arte, mas é possível sim. O primeiro passo a seguir é fazer oficinas, pode ser as que tem aqui na cidade, pra saber se quer fazer teatro, artes visuais, dança, música, e quando você ver que gosta de alguma área de verdade, continue fazendo oficinas, cursos técnicos, faculdade. O mais bacana é que você vai fazer aquilo que gosta, só devemos fazer o que amamos, no começo é difícil porque os campos artísticos ainda são fechados no Brasil, mas saiba que pra seguir nessa área, tem que se dedicar muito, a dedicação é uma característica importante pra quem quer seguir na arte. A palavra que melhor se encaixa ao querer ser artista é determinação. Participe de saraus, de oficinas, veja peças de teatro, tudo na área de artes e assim, tudo vai dar certo. É possível viver de arte sim, viver do que a gente ama. Ôxe!: E pro futuro, qual a perspectiva? Fabio: O meu futuro como artista... Pretendo me especializar, quero ir pra outro país, Barcelona ou Madrid e fazer um mestrado na área de teatro e dança, quando voltar pro Brasil, quero dar aula em universidade, a área acadêmica no geral, me move muito. Também quero formar um grupo de teatro e ficar mais na função de diretor, que gosto muito, claro que o trabalho é construído coletivamente, mas gosto muito de direção. Paralelo a isso, quero dar aula em faculdades de artes cênicas ou dança, por isso preciso estudar e me profissionalizar mais. Acho que minhas metas atuais são essas. .::


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O informativo Ôxe! é uma iniciativa da Associação Cultural CONPOEMA que visa propiciar à população de Francisco Morato e região, um veículo de jornalismo cidadão e produção, difusão e divulgação de ideias e informações na área cultural. Todas as informações, ilustrações e imagens são de responsabilidade de seus respectivos autores e obedecem a licença Creative Commons 3.0 Brasil AtribuiçãoUso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença (acesse o blog para maiores detalhes), salvo indicações do(a) autor(a) em contrário. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/ ou envie uma carta para Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco, California 94105, USA.

Be Linux, Be Free!

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::. O que a gente usou nessa edição

Programas Ubuntu 12.04 (ubuntu.com) LibreOffice 3.5.7.2 (pt-br.libreoffice.org) GIMP 2.6.12 (gimp.org) Scribus 1.4.1.svn (scribus.net) Inkscape 0.48.3.1 r9886 (inkscape.org) Mozilla Firefox 22.0 (br.mozdev.org) Audacious 3.4 (audacious-media-player.org)

::. Colaboraram nesta edição:

André Arruda (arruda@conpoema.org.br) Elves Ferreira (ferreiraelves@live.com) Jhoyce Milena (joycepoeta@live.com) Messias Silva (messiasilvarimador@gmail.com) Tiago Cardoso

::. Na Faixa

::. Sarau Cultural de Caieiras

Se você tem uma história pra contar, uma música pra cantar, uma cena pra apresentar, uma coreografia para dançar ou alguma outra coisa que ache bonito e importante pra compartilhar, mas ainda não conhece nem frequenta o Sarau Cultural de Caieiras, está aqui uma grande oportunidade. No dia 18 de agosto, a partir das 16h, o Espaço de Arte e Convivência Porco a Pá abre suas portas para mais uma edição do Sarau Cultural de Caieiras, esse delicioso espaço onde é possível alimentar o corpo (com as delícias servidas no bar do espaço) e a alma (com muita arte e alegria). E então, vai ficar de fora dessa? Programe-se e participe. A entrada é gratuita e a alegria é garantida. O Espaço de Arte e Convivência Porco a Pá fica na Av. Olindo Dártora, 4.560, no bairro do Morro Grande, em Caieiras. Para mais informações: 96915-1735 ou facebook.com/sarauculturaldecaieiras

::. Temporada teatral e oficinas com Grupo Pandora de Teatro, em Perus Comemorando seus 10 anos de trajetória e atuação no bairro de Perus, o Grupo Pandora de Teatro remonta o espetáculo “JesusHomem” de Plínio Marcos, propondo uma leitura histórica deste texto que foi subversor da ordem vigente, negador de valores de sua época e proponente de uma utopia em uma parábola cênica que coloca em evidencia questões relativas à politica e ao poder. O espetáculo ficará em Cartaz no CEU Perus (Rua Bernardo José de Lorena, S/N°, Perus, SP - Próximo a estação Perus-CPTM) de 5 de julho a 2 de agosto, aos domingos, às 18h, com entrada GRATUITA. Além da temporada, o grupo também oferecerá algumas oficinas em sua sede (Rua Padre Manuel Campello, 180, Perus, SP), durante o mês de julho: Máscara neutra e commedia dell'arte, com Cuca Bolaffi, terças e quartas das 10h às 13h. Musicalidade corporal e outras prosódias, com Stenio Mendes, sábados e do-

mingos, das 10h às 13. (tiagohenriquecardoso@yahoo.com.br) O ator Oriental, com Alice K, terças e A Equipe Ôxe! é: Fabia Pierangeli, quartas, das 9 às 13h. Informações: 3917–9225 ou grupoMari Moura e Roger Neves pandora.blogspot.com.br (digaoxe@gmail.com)

965, Vila Suíça em Francisco Por: Fabia Pierangeli e Meire Ramos Paulo, Morato/SP. Informações: 4488-8524

Inscrições: grupopandoradeteatro@yahoo.com.br ::. Novas oficinas culturais em

Franco da Rocha ::. OcupaCEU das Artes e CONPO- De agosto a dezembro de 2015, aconteEMA Recebe cerão em Franco da Rocha uma série de Desde outubro do ano passado, uma vez por mês acontece, no CEU das Artes e dos Esportes de Francisco Morato, o OcupaCEU Morato. O OcupaCEU é um dia de ocupação artística que já levou para o local peças de teatro, shows musicais, oficinas de sensibilização artística, oficinas de dança, e muito mais, mesmo com o espaço ainda sem inaugurar. Em agosto o encontro está marcado para o dia 1, sábado, nesse dia todos poderão levar a família para mais uma tarde de alegria! A partir das 14h a criançada poderá soltar a imaginação, colorindo papéis, lendo e ouvindo histórias na oficina de sensibilização artística. Também terá som rolando durante toda a tarde, para os mais animados mexerem o esqueleto, uma outra novidade para agosto é a vinda dos parceiros jongueiros lá de Perus, eles trarão seus cantos e rituais do jongo para apresentar à comunidade do CEU das Artes, uma festa em homenagem à nossa cultura popular, que sempre deve ser relembrada e celebrada. A apresentação de jongo faz parte da programação do projeto CONPOEMA Recebe, da Associação Cultural CONPOEMA. A festança vai até 18h, mas a ocupação do CEU das Artes de Francisco Morato nunca deve parar! Chega lá! Mais informações: 4488-8524

::. Sarau CONPOEMA e reinauguração do Espaço CONPOEMA

Durante o mês de maio, dentro da programação do festival Oxandolá [In]Festa 2015, o Espaço Girandolá ganhou cara nova, com a abertura de uma porta de acesso para a rua, a construção de uma rampa e também com a graffitagem que deixou tudo ainda mais colorido e bonito. Pois bem, essa cara nova trouxe ainda uma outra novidade: O Espaço Girandolá se transformou no Espaço CONPOEMA . E sua (re)inauguração será no próximo Sarau CONPOEMA , que acontecerá no dia 9 de agosto, domingo, a partir das 17h. Traga sua música, poesia, performance, dança, filme, deabafo, alegria e venha comemorar com a gente mais essa conquista. A entrada é GRATUITA!!! O Espaço CONPOEMA fica na Av. São

oficinas culturais que tem como objetivo difundir a cultura negra na cidade. Essas oficinas são fruto de um convênio firmado entre a Prefeitura de Franco da Rocha por meio da Secretária Adjunta de Cultura e o Governo do Estado de São Paulo e já estão com inscrições abertas. A grande novidade dessa iniciativa é que essas oficinas acontecerão de forma descentralizada, atendendo 5 regiões diferentes da cidade. Confira abaixo as modalidades e bairros onde o projeto se desenvolverá: Jardim Bandeirantes: Oficina de Capoeira, com Mestre Pezão. (A partir de 7 anos - 50 vagas) Oficina de Graffiti, com Douglas Scott e Fabio Campanhola.(A partir de 12 anos 10 vagas) Vila Bela: Oficina de confecção de máscaras e bonecos, com Giuliana Pellegrini. (A partir de 12 anos - 20 vagas) Oficina de estamparia afro, com Duda Ohoe. (A partir de 15 anos - 20 vagas) Lago Azul: Oficina de dança afro, com Luiza Yone. (A partir de 13 anos - 30 vagas) Oficina de percussão, com Tico. (A partir de 7 anos - 20 vagas) Parque Vitória: Oficina de Street Dance, com Rogério Lindo. (A partir de 7 anos - 30 vagas) Oficina de Stop Motion (animação para cinema), com Victor Fisch. (A partir de 12 anos - 25 vagas) Centro: Oficina de Graffiti, com Douglas Scott e Fabio Campanhola. (A partir de 12 anos 10 vagas) Oficina de dança afro, com Luiza Yone. (A partir de 13 anos - 30 vagas) Oficina de percussão, com Tico. (A partir de 7 anos - 20 vagas) Oficina de Stop Motion (animação para cinema), com Victor Fisch, (A partir de 12 anos - 25 vagas) Para mais informações basta comparecer pessoalmente no Centro Cultural Newton Gomes de Sá (Av. Sete de Setembro, s/nº, Centro, Franco da Rocha) ou ligar para 48007574 ou 4800-7575. Todas as oficinas serão oferecidas gratuitamente aos participantes. Não perca tempo, faça já sua inscrição! .::


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Festival de Inverno de Franco da Rocha

Por: André Arruda O Teatro volta no sábado, 22, com o espetáculo Uma mulher com T maiúsculo, do grupo Fagulhas D’Arte, com sua comédia que mostra de maneira hilária as dificuldades e os complexos de um quarentão virgem que acabara de se casar. No Centro Cultural Newton Gomes de Sá, 20h. No domingo, 23, o Corpo de Dança da Escola Paulo Duarte apresenta A última dança de Romeu e Julieta, livremente inspirado na obra de William Shakespeare, sob a direção do ator e bailarino Fabio Dasher. No Centro Cultural Newton Gomes de Sá, às 19h. A dança continua na quinta-feira, 27. Dessa vez através da parceria com o Circuito Cultural Paulista que traz para Franco o Ballet Stagium, com o espetáculo Choros. No Centro Cultural Newton Gomes de Sá, 20h. Sexta-feira, 28, será mais uma vez para a criançada, com a Infinita Companhia e seu espetáculo Na sombra da cerejeira, inspirado em histórias populares da cultura japonesa. No Centro Cultural Newton Gomes de Sá, 20h. No sábado, 29 é a vez do espetáculo Mozart Moments, do Grupo Sobrevento. Dois distintos cavalheiros e uma jovem senhorita do século XVIII tiram, de uma pequena carroça, bonecos que não tem fios, não tem varas, mas parecem ganhar vida própria, e até mesmo, respirar. Os bonecos do SOBREVENTO nos contam momentos curiosos da vida agitada do irreverente compositor austríaco. Às 16h. Um pouco mais tarde, às 20h é a vez do Gupo Antropocênicos com seu espetáculo Corisco, inspirado na vida do famigerado cangaceiro integrante do bando de Lampião e companheiro da não menos famosa Dadá. Em frente à Casa de Cultura (antiga Biblioteca). No domingo, dia 30 às 19h, a música mais uma vez. Primeiramente, Charlis Abraão & Quartas Sonoras apresentam uma série de composições próprias, depois, pra fechar a noite e o Festival, em grande estilo, o grupo Bossa Nossa, contando mais uma vez com a participação de Ranulfo Faria, Dito Coutinho, Mario Pacanaro entre outros mais. Além de toda essa extensa programação o Festival contará também com diversos workshops artísticos e também o lançamento oficial do projeto Cine Clube, que promoverá, a partir do mês de agosto, sessões de filmes seguidas de bate-papo todas as quartas-feiras na Casa de Cultura. O Festival de Inverno Franco da Rocha 2015 é uma realização da Prefeitura Municipal, através de sua Secretaria Adjunta de Cultura, conta com as parcerias da Secretaria de Estado da Cultura e Associação Cultural CONPOEMA e a colaboração de outros órgãos do governo municipal. Vale ainda informar que todas as atrações são oferecidas gratuitamente ao público em geral. Portanto aproveitem, pois, pra quem perder, Festival de Inverno Franco da Rocha, só em 2016. .::

Apresentação de "Macabéa"da Má Cia. de Teatro no Festival de Inverno de 2012

Aproxima-se agosto e com ele mais uma edição dos mais antigos e tradicionais acontecimentos artísticoculturais de nossa região, o Festival de Inverno de Franco da Rocha. E, como de costume, neste ano de 2015, traz em sua programação um leque de atrações dos mais diversos estilos como artes visuais, circo, dança, literatura, música, performance, teatro e vídeo. Mais abaixo, segue a programação. Antes, porém, um breve relato sobre a história do Festival de Inverno. Na década de 1960, dona Raimunda Assunção organizava, no então Centro Comunitário, festas que marcaram época na cidade. Entre outras coisas, construíam, dentro do próprio salão, uma casinha de caboclo, tendo até fogão a lenha. Eram servidas comidas típicas e muita dança folclórica ao público. Até terreiros de Umbanda, juntamente de outras entidades culturais davam demonstrações de seu trabalho. No ano 2000, a então Diretoria (Hoje Secretaria) Municipal de Educação, por intermédio de sua Divisão de Cultura (hoje Secretaria Adjunta de Cultura), e contando ainda com apoio e força de trabalho de artistas locais como Ranulfo Faria, Pedro Quintanilha, Ândrea Chernioglo, dentre outros que formavam um movimento informal autointitulado “Colônia dos Artistas”, criou o Inverno Cultural Franco da Rocha, um festival de artes integradas que pretendia reunir artistas e tornar pública a produção artística local. Em sua primeira edição, o Inverno Cultural Franco da Rocha aconteceu em apenas um final de semana, sendo: na sexta-feira, vernissage do Salão de Artes Plásticas e um Sarau; no sábado, um encontro de Corais e no domingo, uma Noite de MPB. Com o passar dos anos, o projeto foi ganhando corpo e, a cada edição, ganhando novas datas e agregando artistas das diversas vertentes residentes na cidade, francorrochenses atuantes fora dali e artistas e grupos de outras localidades que quiseram fortalecer o Festival e viam nele uma oportunidade de mostrar seus trabalhos. A ideia parece ter dado certo, pois, aquela primeira sementinha cresceu e vem crescendo a cada ano e, de administração em administração, tornou-se um projeto (dentre poucos outros) que tem tido continuidade e fortalecimento. Atualmente, o evento vem diversificando as modalidades apresentadas, incentivando e valorizando os artistas locais, bem como os que vêm de fora para suas apresentações, propiciando uma verdadeira troca entre eles, com grandes espetáculos de diversas artes que podem ser aprecidadas pelo público em geral. Acontece no mês de agosto e fazem parte da programação: orquestras sinfônicas, filarmônicas, Big Bands, exposição de artes, corais, teatros, Hip Hop, espetáculos de dança, MPB, chorinho, poesias, saraus e tantas outras atrações especiais. Neste ano de 2015, o Festival terá início noúltimo di a de julho e segue durante todo o mês de agosto, conforme a programação que segue: Na sexta, dia 31 de julho às 20h, a Casa de Cultura recebe o espetáculo Dom Quixote - uma comédia gas-

tronômica, da Limiar Teatro, Cia que atua na Espanha. No sábado, dia 1, Só os loucos têm histórias, um en-

contro de artistas contando e cantando um pouco das histórias de Franco. Com Ranulfo Faria, Dito Coutinho, Mario Pacanaro e outros. Centro Cultural Newton Gomes de Sá, às 20h. No domingo, dia 2, é a vez da criançada se divertir com a trupe do Teatro Girandolá e seu Conto de todas as cores, espetáculo inspirado no livro Lili inventa o mundo, do poeta Mario Quintana. A apresentação se derá na Praça da Vila Ramos, às 16h. Na sexta-feira, dia 7, três ótimas opções para o público. Às 16h, em frente à Casa de Cultura, espetáculo teatral Liberdade, Liber[dades], com o grupo piracicabano Por volta de logo depois. Às 19h, ainda em frente à Casa de Cultura (antiga Biblioteca), a Big Band Let's Dance e o Maestro Jairo Farias se apresentam. Um pouco mais tarde, o Por Volta de Logo Depois faz outra apresentação de seu espetáculo Vitrine, no Centro Cultural Newton Gomes de Sá, às 20h30. Dia 8, sábado, é a vez da Onze Horas Cia de Teatro, apresentar sua intervencão teatral Os sonhos de Helena, inspirada no Livro dos Abraços, do escritor uruguaio Eduardo Galeano. Na Praça Caieiras, a partir das 18h. No domingo, 9, o Centro Cultural Newton Gomes de Sá recebe o Encontro de Danças, que apresentará coreografias de diversas academias, companhias e corpos de dança da cidade e convidados. Apartir das 18h. Dia 13, quinta-feira, é a vez do espetáculo Menino Luz, com a Cia Fora de Cena. O espetáculo tem como enredo um contador de histórias que nos fala sobre um menino diferente, envolvido em mistérios e estranhas brincadeiras, e que traz muitas preocupações à sua mãe. É inspirado no texto O primeiro milagre do menino Jesus, de Dario Fo. Adaptação de Pierce Willians e Sílvia Masulo. No Complexo Hospitalar do Juquery, às 20h. Dia 14, sexta-feira, o sexteto Francis Rosa e Banda, na turnê de lançamento do DVD Tocando a Vida. Em frente à Casa de Cultura (antiga Biblioteca), a partir das 19h. No sábado, dia 15, é a vez da banda Poema Novo mostrar seu trabalho. A apresentação se derá também em frente à Casa de Cultura (antiga Biblioteca), porém, a partir das 20h. O rock in roll também terá seu dia. Será no domingo, dia 16, quando acontecerá uma Maratona de Bandas, ao estilo do velho Franco do Rock. No Centro Cultural Newton Gomes de Sá, a partir das 16h. A sexta-feira, dia 21, apresentará mais duas atrações. São elas Circo Mandinga, com o grupo Mão na Luva, que traz um mágico apresentando números criados a partir de brinquedos populares, envolvendo a plateia com seus truques e seus companheiros de palco, a partir das 17h. Logo depois, às 19h, é novamente a música que traz dessa vez o Grupo Araúna, que apresenta o espetáculo Chegança, que mescla músicas e danças populares. Em frente à Casa de Cultura (antiga Biblioteca).

imagem: Mari Moura

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imagem: commons.wikimedia.org

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Como em todo ano, nesta edição do Oxandolá [In]Festa tivemos também a premiação do Concurso de Poesias Profª. Aparecido Roberto Tonellotti, concurso que visa reconhecer a produção literária em verso de autores à margem das editoras. Como em todo ano, também, nós publicaremos nas páginas do Ôxe! os premiados e nesta edição você confere os premiados na Categoria Adulto.

3º Lu

Jose Antongioar - C ate g o ria Ad Viana Rocha (Fortalezau–ltCo "VANDALISM E) O POÉTICO (C OM VAN-DA -LIS-MO!) " quero os dias cheios do

vandalismo (danificand provocá-los.oQ) meus lábios devoranddoos teus beijos, amassand e mil mulheres uero os dias como as ru meus desejos para dep o ois as deitadas pelo nuas a sf alto, quentes dispostas, co e ou de costas. m as pernas abertas quero os dia enfiar afetoss com muitos sabores, pro var bocas e minha pala v ra lo u ca como dente r - Categaúojori(Iga uaAtud u–ltCEo) º Lu g aom 1 te rasgandos, qte mordendo Gilquele G es de Ar no teu fogo-s uero os dias me afogan do me esconder nuicídio o te u a b "AMANHECER" raço/abrigo quero os dias se ou seguir van m juízo nsamento, dalizando. A relva molhou meu pe Eu medo, Eu tanto, Eu tento! gústias... O sol secará minhas an Eu tremo, Eu rebento, Eu chuva! meu desejo. .. O amanhecer confunde Eu simples, Eu turvo, Eu nego! ajuda. .. Meu eu interior me pede Eu ando, Eu corro, Eu fuga! e me refaço... Para dentro de mim olho Eu trinco, Eu quebro, Eu estilhaço! eia e volta é assim) (É assim volta e meia, m anhecer empatia... Anoitecer devaneios é am Eu nua, Eu crua, Eu poesia!

ria Aacdaué lt– oRJ) o g e t a C r a 2º Lu g . de Azevedo (M

M Paulo Emílio VO" "DENTE SAL

vestida a prece re é a ri té a m e ão De qu sofrida a mm é ca li p sú verso e u De q é composto uchão a ri ú x lu e u q De a é presente o De que certez jo ? colado um boei é to en m ci l a pã De qu ço é partido o De qual pedaéria é tão pobre abraço De qual mis ate é contenda o não De qual deb ? repete a frase De tal loucurao salta pro céu De tal abisma conjuga o verbo De tal escrit o voou o papel De tão aladl surge o aplauso De um fina nto recantos vão De um só caum o monte aparece o De um em um não presta; o outro sã Dois dentes:

Confira nas próximas edições as outras poesias premiadas!


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ilustração: RJulho oger Neves-

Alexandre Cautela

Por: Messias Silva

Autorização cedeu, seu nome, ao poema usar no texto se não houver estribilho unicamente pela amizade e dono do tema não ter cautela na rima ao dar trocadilho... O Alexandre é pragmático é cauteloso e ágil vou dizer portanto catedrático magnífico no modo de ser Cautelosamente fui ao Cautela Alexandre Cautela um nome na medida uma amiga me disse, me confidenciou ela que o Cautela é comedido Eu digo, Cautela! seja enérgico se precisar o teu conhecimento na matéria fará o sucesso se realizar Com sensatez disse Cautela, por precaução: - vá até aonde der pé! todo cuidado é pouco por caução para não afundar ao sopé O Brito muito cauteloso foi acompanhar com o Cautela sereno ele bem equilibrado observado por Inácio o Zé e o Abdias apanhar folhas caídas e galhos quebrados Ofereço este poema ao Cautela sem cautela no que digo ganhei um novo amigo o Cautela todos são unânimes comigo. .::

Por: Elves Ferreira Portão aberto A escada E as boas Vindas Das pessoas O sorriso Noite alegre Feito dia. Por aqui Eu vi passar Todos os tipos Todas as cores Os arranjos Do desabrochar De muitas Flores. Por aqui Eu vi passar O acontecer Fazedores De sentimentos Dos mais Bonitos sonhos Tão repletos De querer. Por aqui Eu vi Ainda vejo E espero ver A banda

Passar Os poetas Despertarem Os músicos Encantar Os bons de Prosa E faladores Boa companhia E também Aqueles Tão queridos E cheios de Vida... Os atores. A você Que lê Este talvez Poema Carta, tratado Ou artigo Venha nos Visitar Nessa casa Dividida Em duas Um doce Abrigo... Nosso Teatro Nossa Cultura. .::

Franco da Rocha, 2014

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Por: Joyce Milena

Minha terra dormitória, Cidade de muitas histórias, Cresci na trajetória, Observando as mudanças. Tenho orgulho de Morato, Não sou moratense nato, Mas fui criado. 21 de março, Da história eu mesmo faço, uma comemoração. De todo carinho, De toda paixão, Prefiro viver em Morato, Do que em outra parte desse mundão. #moratocitysp .::

imagem: Roger Neves

Morato, hoje tú és a mocidade, Mas ainda foi a terra, dos hoje mais de idade. Morato foi a dificuldade.

Depoimento II

imagem: www. freeimages. com

Morato: A cidade dormitória. Muitos nasceram aqui e desprezam sua raiz, outros não nasceram, no entanto se consideram nato.

Cai na lata o dinheiro, na panela, a bola suja que nutre a minha fome e o bucho da minha lombriga. Sinto as moedas nos dedos, quase encho a minha mão. mas, ao voltar da padaria, ainda me negam venda e me chamam de ladrão. Nossa goma nem cheiro há, As coisas que vemos na rua dá vontade de roubar de leve no trote, sem ninguém tremer. Favas cortadas ao meio misturadas com farinha para cada filho pequeno, eu digo que é a merenda pra disfarçar a vergonha. Essa é a dieta da fome, onde mastiga a saliva, pensa em coisa fresca a fim de enganar a sede. De um ponto a outro a gente vai disputando cada lixo da rua. A gente, inquilinos da sarjeta, passa tontura, passa cólera, febre e cheiro mau. Mas o mísero cria forças para ser um animal com feitio de realidade, e muito abuso de sofrimento, sôfrego pelo raro prazer do nímio de sorte dada na fresta de sua existência:

Em 201 5 estamos novamente oferecendo o que há de melhor para você que deseja adquirir sua habilitação. Venha conhecer nossas instalações e conferir nossos preços!

"Para o ignorante, a velhice é o inverno; para o instruído é a estação da colheita."

Provérbio judaico

Por: Thiago Henrique que muitas vezes só vêm num bom gole de cachaça, sim, um trago na droga, só mais uma vez, e outra, e mais outra, a liberdade vem desvarios recortados, suaves, que me degradam e me continuam. A minha pele acinzentada é a cor de um homem que foi se apagando, nu no concreto, em seu ninho de cimento, estátua de carne, morto, morto, morto de frio, em sua certeza precária, transitória (até na inércia das reflexões). Eu, um homem, um nada. Essa fala é para o senhor, ou para outro, e tudo mais que não me ouve, bloqueia, atravessa a rua, fecha as portas e encurta o olho. Eu também era assim. Já fui assim? Já, em algum tempo ou sonho já tive privilégios… no começo… já tive privilégios estou tonto… já tive privilégios já tive, sim, algum privilégio tem algum pãozinho aí? Um troco que não lhe convém. Não me negue. Dia 13 de junho de 2015. .::



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