Janela Aberta nº 3

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DAS LARANJEIRAS

N EWSLETTER 3

J A N E L A A B E RTA D EZEMBRO

2012

U M A GRUPAMENTO I NCLUSIVO NESTA EDIÇÃO: ÁRVORES DE NATAL NA ESDPV

2

CONSTRUÍMOS UM PAI NATAL

2

A NOSSA ÁRVORE DE NATAL

3

CONSTRUÍMOS UM PRESÉPIO N OITE DE N ATAL O SONHO DO PAI NATAL

3 4/6 7

UMA PRENDA ESPECIAL

7

N ATAL

8

F ESTAS FELIZES

9

9 A MÁQUINA DO PAI NATAL 10/11 C ONTO DE NATAL 12 O PAI NATAL E O MENINO

O MENINO E O PAI NATAL

12

N ATAL TECNOLÓGICO

13

O PAI NATAL NÃO DORMIA

14

A RIEL A LDA, MINHA MÃE UM CONTO DE N ATAL AS IRMÃS

DO

TEATRO

ESDPV

AS

NA

M AR

17 18 18 19 19

AZUL

19 A LI B ABÁ E OS LADRÕES O DOC. DE ARQUIVO E O 20/21 DOC. DE BIBLIOTECA F ERNANDO PESSOA NAS 21 L ARANJEIRAS 22 O MASSACRE DOS INOCENTES

SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO

23

M EO K ANAL

23

A TIVIDADES

24

D AR

DESPORTIVAS

O L AMIRÉ

24

EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESDPV

25

C INEMA

25

V ISITA I DA O

NA

ESDPV

26

DE ESTUDO

AO T EATRO

27 27

PIOR CEGO

NOVO

JA

27

ESPECTÁCULO DE QUALIDADE

27

E SCOLA EB1/JI FLS

28

ENDEREÇO DO

EQ UI P A TÉCNI C A: Coordenação do projeto: Equipa da BECRE da ESDPV Revisão de artigos: Equipa da BECRE da ESDPV Conceção e montagem gráfica: Equipa da BECRE da ESDPV

colares, como a papelaria e o refeitório. As saídas ao espaço circundante da escola e visitas de estudo são momentos privilegiados de aprendizagens e vivências, que dão sentido e reforçam a sua integração e inclusão na comunidade. Damos hoje notícia da visita de estudo ao Museu de S. Roque, no dia 5 de Dezembro, aqui referida pelo seu interesse artístico e formativo.

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TRÊS CIDRAS DO AMOR

A E STRELINHA

dos alunos, envolvendo autonomias e aprendizagens funcionais, procurando, em simultâneo, a sua inclusão no ensino regular e perspetivando o seu encaminhamento para respostas futuras de vida ativa diversificadas.

15 16/17

SÓ NUM NATAL

A M ENINA

O Agrupamento de Escolas das Laranjeiras constitui-se como uma escola de referência para alunos com Perturbação do Espetro do Autismo, com duas Unidades de Ensino Estruturado para o Autismo (UEEA): uma na escola

do 1º ciclo António Nobre e outra na EB 2.3 Professor Delfim Santos. A UEEA, que funciona na EB 2.3 Professor Delfim Santos, tem 7 alunos, com uma faixa etária entre os 13 e os 20 anos. A Unidade tem como meta essencial responder adequadamente e com qualidade às necessidades individuais

O trabalho realizado com estes alunos radica nos seus currículos específicos, sendo estes concretizados nas aulas regulares, propriamente ditas, e em projetos como a estufa, a horta pedagógica, as expressões e a culinária, para além de outras atividades desenvolvidas em diferentes espaços es-

Fomos de autocarro da Carris, atividade que pelos seus aspetos práticos — como sejam a compra do bilhete, o arranjar lugar ou o ficar de pé — constituem para estes jovens momentos muito ricos de aprendizagem e convivência na comunidade. Pelo caminho apreciámos a beleza da nossa cidade, no miradouro de S. Pedro de Alcântara, vista privilegiada de jardins, do rio, da Baixa lisboeta e do Castelo de S. Jorge. As professoras de educação especial, Helena Godinho e Palmira Alexandrino da EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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ANELA

Á RVORES

DE

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B E RTA

N ATAL

No início do ano letivo, os alunos dos 7.º e 10.º anos visitaram a biblioteca para tomarem conhecimento do modus operandi do espaço. Foi-lhes solicitado que escre-

NA

BECRE

DA

ESDPV

vessem uma frase iniciada por “Um livro é…”. Algumas delas já estão a ser publicadas no boletim Janela Aberta. Presentemente, as árvores de Natal expostas nos vidros da biblioteca e da sala de estudo são constituídas por essas frases. É interessante e curioso ver os grupos de alunos à procura do seu papelinho! Por outro lado, a equipa decidiu, este ano, solicitar aos discentes e docentes uma frase ou um

C ONSTRUÍMOS

UM

poema sobre o Natal, para enfeitar, de um modo diferente, a árvore da BECRE. A originalidade da ideia foi aceite por inúmeros alunos. É de louvar a atitude espontânea e voluntária de duas alunas do 11.º ano, Daniela Santos e Daniela Botnariuc, que não só a enfeitaram, como fizeram a estrela cimeira e bonecos, nos cartões, alusivos à quadra. Até há flocos de neve recortados em papel! Equipa da BECRE da ESDPV

PAI N ATAL

EB1/JI Frei Luís de Sousa se chama massa fina. Diluímos essa massa fina com água e demos pinceladas por todo o corpo para ficar mais duro.

No gabinete da professora Virgínia, construímos um Pai Natal. Primeiro fizemos uma estrutura de arame fininho com a ajuda

da professora. Depois começámos a enrolar papel de jornal e tentámos moldar um corpo. Moldámos a cabeça, os braços, o corpo e as pernas do Pai Natal. Quando já estava todo moldado, o Daniel trouxe de casa um pó branco, que

A professora comprou tecido vermelho e preto. Com o tecido fizemos um molde e cortámos o casaco e as botas do Pai Natal. Foi uma experiência muito engraçada, porque até aprendemos a coser a roupa do Pai Natal. Esperamos que gostem do resultado final. Gabriela, Daniel, Susana, Raquel, Micaela, Luís, Ângelo, Solange e Rúben da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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NEWSLETTER 3 A N OSSA

ÁRVORE DE

Tem-se vindo a verificar que o ambiente global se encontra seriamente ameaçado, nas últimas décadas, devido à atividade humana, causadora da poluição do ar e da água, da destruição de espécies de animais e dos seus habitats, bem como a ameaça crescente da alteração climática. Os recursos naturais, muitas vezes explorados de modo insustentável, incluem tudo o que ajuda a manter a vida. Hoje, somos muitos milhões e todos necessitamos de espaço, de alimentos e de combustíveis para viver. Encontrar o equilíbrio

C ONSTRUÍMOS

UM

N ATAL

EB 2,3 Prof. Delfim Santos

entre as nossas necessidades e a preservação do ambiente constitui, cada vez mais, um desafio. Os recursos naturais não são inesgotáveis mas, com uma boa gestão, podemos continuar a usufruir deles, sem contudo comprometer a nossa qualidade de vida e a dos nossos filhos. A preservação do meio ambiente passa, assim, por reciclar, reutilizar e reduzir! Assim, numa parceria entre as ciências naturais e as ciências físico-químicas, foi abordado o tema “Gestão Sustentável dos Recursos — Proteção e Conserva-

ção da Natureza”, pelas turmas A, B, C e D do 7º e do 8º anos, através da realização de uma árvore de Natal, projeto este que constava dos seus PTT. Este projeto teve como objetivo sensibilizar os alunos para a necessidade de reciclar, de explorar de forma lúdica o tema, de dar conhecimentos aos alunos do que é reciclar, de fomentar a interiorização de valores e das práticas de cidadania, que contribuem para um ambiente e uma qualidade de vida melhor, fomentando a sua preservação. Os alunos realizaram

PRESÉPIO

este projeto com muito empenho, com um espírito de entreajuda e de cooperação e pensamos que ficaram mais conscientes da importância fulcral da reciclagem e que do lixo se pode fazer arte. Maria João Cardoso, Luísa Constantina, Rosário Simões e Solange Rola, docentes da EB 2.3 Prof. Delfim Santos

EB1/JI das Laranjeiras cer a todos os professores e funcionários da escola, um postal de Boas Festas com votos de um Feliz Natal. EB1/JI das Laranjeiras

Presépio feito pelas crianças, em pasta de papel,

do JI das Laranjeiras. As

crianças

das

salas 1/3/4 da EB1/JI das Laranjeiras foram ofere-


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ANELA

N OITE

DE

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B E RTA

N ATAL

Ming está sentado num banco de jardim, perto de uma grande árvore de Natal, um pinheiro gigante vestido de festa. Ao longe, avista-se o casario de Lisboa e, lá em baixo, por entre a neblina, o rio. Os seus colegas de escola correm na relva e jogam, felizes, pois é Natal! Ele contempla o infinito, de olhar vazio. A seu lado, uma cadeira de rodas espera. Tudo acontecera há três anos, estava ele no seu oitavo aniversário. Era um menino feliz: tinha uma mãe terna e amiga e um pai trabalhador e empenhado. Nunca duvidara, então, que esta vida não iria durar para sempre! Mas o Sempre não existe, aprendeu mais tarde, quando um acidente trágico veio destruir o seu mundo. Era dia 24 de dezembro, véspera de Natal. Aquele era, para si, o dia de todas as ilusões: o dia do seu aniversário. Comemoraram-no, como habitualmente, num pequeno restaurante chinês, acolhedor, o único

(1.º PRÉMIO - 3.º CICLO) aberto naquele dia festivo. À meia-noite, houve bolo. Ming soprou as velas e recebeu um presente dos pais, no meio de muita alegria. Voltaram a pé para casa, caminhando despreocupados pela avenida. Um grupo de jovens conversava à volta de uma árvore grande e brilhante e, à frente de algumas lojas, um modelo vestido de vermelho, com uma longa barba branca como neve, assinalava a quadra. Ming estava feliz, mas cansado, e viraram por um caminho curto e remoto por onde ninguém passava. O vento era forte e frio e a luz dos candeeiros tremeluzia, vacilante. A noite estava em silêncio. Chegaram ao cruzamento fatídico e esperaram o sinal verde. Avançaram. Não ouviram o som do carro, não ouviram a voz que gritou “Cuidado!”, não viram que o carro se aproximava a uma velocidade alarmante... Quando o olhar se cruzou com o feixe de luz do car-

ro, era já demasiado tarde.

As Crianças estão

-— Ming, em que estás a pensar?

sempre a nascer.

O rapaz volta à realidade, levanta a cabeça, e vê Liang e Hong, seus colegas de escola.

de

— Nada. — Responde-lhes.

mais

Ming sobrevivera ao trágico acidente, porque a mãe o empurrara e o carro só lhe atingira as pernas. Depois do funeral dos pais, tinha entrado num orfanato onde passara dois longos anos solitários. A sua vida mudara, apenas, há seis meses, quando um casal o adotou.

outra, é nascerem

Tinha novamente uma família: um pai e uma mãe cuidadosos e um irmão que o enchia de atenções. Ming revia -se em Liang: eram ambos adotados, tinham a mesma idade e eram colegas de turma. Tudo parecia coincidentemente perfeito! Mas o rapaz não conseguia abrir a porta do seu coração à nova família... Quando dizia Pai, Mãe, a sua voz era gelo, negando qualquer emoção. Liang

Às vezes nascem explosivas

alegrias,

de

achados incríveis, de deslumbramentos únicos, mas o uma de

frequente, vez

cada

após tristeza

sofrida em silêncio, de cada desgosto padecido, cada

de

frustração

imerecida. Há que ter muito cuidado com as Crianças, nunca me cansarei de o dizer. José Saramago in Deste Mundo e do Outro (excerto do conto História de um muro branco e de uma neve preta)

notava-o com isso.

e

sofria

O tempo passou muito rapidamente e setembro chegou. Com ele, a escola e os novos colegas. De início, convidavam-no para conversar e fazer parte do grupo, mas logo se esqueceram de que existia. Só Liang, seu colega e irmão, e a doce Hong perma-


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NEWSLETTER 3 N OITE

DE

N ATAL

(cont.)

neceram a seu lado, sem que percebesse exatamente porquê. — Vamos jogar, Ming! É Natal! — insistem Liang e Hong, incitando-o. — Não consigo jogar com a cadeira de rodas... — Não interessa! —

um rapaz de cadeira de rodas brinca com os outros, guiado por dois amigos. Ouve-se o riso dos meninos, as palmas, os gritos de entusiasmo... Ming, no entanto, não sorri. Porque é Natal, todos regressam a casa mais cedo. Ming

(1.º PRÉMIO - 3.º CICLO) conde. o bolo mesa, quarto porta.

Ming ignora em cima da dirige-se ao e fecha a

Naquele instante, não resiste mais e uma lágrima desliza pelo seu rosto como conta de um colar quebrado. Hoje é um dia terrível para

çam!!! Ouve a voz da mãe a chamá-lo para a mesa, para acenderem as velas do bolo. Esconde a cabeça debaixo do edredom e a voz diminui, até já não se ouvir. Acorda com o som de passos. Quem será? Só pode ser Liang... Ouve, então, uma voz feminina que lhe é familiar... Hong. — Estás a dormir, Ming? Se estás acordado, responde-me... Permanece em silêncio. Pensa em levantar-se, mas antes de o fazer já Hong está sentada a seu lado.

diz Hong, ajudando Liang a instalarem-no na cadeira de rodas. — Vamos, Liang! — grita a rapariga — Empurra a cadeira que eu vou à frente! Por entre a neblina que aumenta, três silhuetas avançam:

também. Liang não o acompanha logo, tem algo ainda a fazer. O menino entra em casa, finge uma expressão neutra e os pais adotivos nada dizem. Sabem que por detrás daquela camuflagem, muito se es-

ele. É o dia mais irritante do ano: aquele que arrebatou os seus pais, a sua felicidade, tudo o que tinha. Porque haveria de ficar feliz?! Despe-se e vai para a cama. Natal?! Aniversário?! Quero que todos desapare-

— Queria dizer-te uma coisa. É um pensamento que nunca partilhei com ninguém! Só consigo fazê-lo porque estás a dormir... Mas se estiveres acordado, diz! Se não, fico zangada!... Sabes, mal te conheci, soube que tinhas vivido a mesma experiência que eu... Tens o mesmo olhar que eu tinha, cativo! O corpo de Ming estremece.


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ANELA

N OITE

DE

N ATAL

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B E RTA (cont.)

— Falei com o Liang e confirmei as minhas suspeitas. Ele ainda me perguntou, surpreso, como é que eu tinha adivinhado... Depois de me ouvir, pediu-me: Podes ajudá-lo? E eu concordei. Demorei ainda dois meses a escrever este texto. São as minhas experiências reais. Espero que possam ajudar-te, meu amigo. Quando ela se cala, ele acha que ela pousa alguma coisa na mesa de cabeceira. — É o meu presente de Natal. Merry Christmas! Leva muito tempo a ter coragem de encarar o presente. Quando o olha, vê o sapatinho. E há algo dentro dele... um livro! Soube que tinhas vivido a mesma experiência que eu... Recorda as palavras da amiga e o seu corpo estremece de novo. Acende a luz ao seu lado e abre o livro. É fino e tosco, mas consegue ver que foi feito com muito cuidado. Lê-o com redobrada surpresa: a pro-

tagonista parece viver a sua vida! Tem uma família muito boa e é feliz, quando tudo é destruído por um acidente trágico! Ela não consegue suportar o choque e fica deprimida... Prossegue a leitura. Após um ano, a menina redescobre a alegria. Não esquecendo, compreende. Afinal, os pais tinham sacrificado as suas vidas para salvar a sua! Ficara um ano deprimida, mas continuar a abandonar-se ao desespero, seria abandonar os seus pais ao desespero também! Nesse instante, aceita. E o nó no seu coração desata-se de imediato. Renasce.

(1.º PRÉMIO - 3.º CICLO) rá vencer os seus fantasmas. Ming respira fundo. Apoia-se no suporte da cama, ergue-se... e cai. Junta todas as forças e tenta de novo... e volta a cair. As suas articulações e os seus músculos estão fracos, mas consegue finalmente soerguer-se. Chega ao corredor cambaleante e, apoiado na ombreira da porta, espreita a sala. A cadeira de rodas permanece, inerte, no quarto. — Já... já consegues andar, Ming?!... — Diz a mãe, num fio de voz. — Sim, mãe, pai, Liang, CONSIGO!

Um livro é mais que uma história ou um conjunto de folhas:

é

um

sentimento

que

perdura escrito e gravado

na

memória de quem o lê. Catarina Freire, 10.º 5, n.º 5

Ming fecha o livro e chora lágrimas de chuva. Lembra as palavras do médico e dos pais adotivos:

Liang sorri. A voz de Ming já tem alma. Obri gada Hong, murmura. Ming ouve o sino da igreja chamando para a Missa do Galo e sorri, iluminado:

— As pernas evidenciam antigas fraturas, mas nada inultrapassável.

- Não me dão os parabéns? Hoje, mais do que nunca, também eu nasci.

companhia, tanto

— Então por que não consegue ainda levantar-se?

Os pais e o irmão dizem, em uníssono, Parabéns! enquanto, lá longe, o sino ecoa...

livro é um amigo.

— Problemas de coração não são fáceis de superar... Só ele próprio consegui-

Guanqun Zhang, n.º 13, 8.º A, Escola 2.3 Prof. Delfim Santos

Um

livro

é

um

companheiro, um amigo, um apoio. Um livro é uma a g r a d á v e l para

uma

tarde

de sol como para uma noite fria. O Um livro, às vezes, é tudo. Sara E., 10.º 9


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NEWSLETTER 3 O S ONHO

DO

P AI N ATAL

O Pai Natal tinha um sonho lindo, tão lindo que não queria acordar. E não queria acordar, porque neste ano os Humanos encheram-se de boa vontade e fizeram um acordo de Paz, que silenciou todas as armas. Em todos os cantos do planeta, mesmo nos lugares mais recônditos da Terra, as armas calaram-se para sempre e os carros de combate e outras máquinas de guerra foram entregues às crianças, para nelas pintarem flores brancas de paz. O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo, que não queria acordar. E não queria acordar, porque nesse sonho não havia fome: em todas as casas havia comida, havia até algumas guloseimas para dar aos mais pequenos. Mesmo as crianças de países outrora pobres tinham, agora, os olhos brilhantes,

U MA

brilhantes de felicidade. Todas as crianças tinham acabado de tomar um esplêndido pequeno-almoço e preparavam-se para ir para a escola, onde todos aprendiam a difícil tarefa de

crescer e ser Homem ou mulher. O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo, que não queria acordar. E, no seu sonho, não havia barracas, com água

(1.º PRÉMIO -2.º CICLO) a escorrer pelas paredes e ratos pelo chão, nem gente sem teto, a dormir ao relento. No sonho do Pai Natal, todos tinham uma casa, um aconchego, para se protegerem do

frio e da noite. O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo, que não queria acordar. E, no seu sonho, não havia instituições para acolher crianças maltra-

tadas e abandonadas pelos pais nem pequeninos e pequeninas à espera de um carinho, de um beijo… de AMOR. Todas as crianças tinham uma família: uma mãe ou um pai ou ambos os pais, todas as crianças tinham um colo à sua espera. O Pai Natal sonhou um sonho lindo, tão lindo que não queria acordar. E no seu sonho não havia palavrões ou outras palavras feias, não havia empurrões, má educação e desentendimentos. Toda a gente se cumprimentava com um sorriso nos lábios. Nas estradas, os automobilistas não circulavam com excesso de velocidade, cumpriam as regras de trânsito e não barafustavam uns com os outros. Sara Pontes, n.º 22, 5.º G, Escola 2.3 Prof. Delfim Santos

PRENDA ESPECIAL

Era uma vez um menino chamado Óscar, que queria dar uma coisa à mãe. Estava quase a chegar o Natal e ele estava tão nervoso,

que resolveu ir dar um passeio à floresta. A certa altura, encontrou uma flor de Natal. Foi a correr até lá e

disse: — Esta flor é ótima para dar à mãe. A mãe ficou tão contente, que lhe deu um beijinho.

Gabriela, 4.º C da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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N ATAL

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B E RTA EB1 / JI das Laranjeiras


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NEWSLETTER 3 F ESTAS FELIZES Os meninos do Jardim de Infância Frei Luís de Sousa estão a viver, como todas as crianças, a magia do Natal e desejam, juntamente com a sua educadora e a sua assistente operacional, FESTAS FELIZES a toda a comunidade educativa.

A M ÁQUINA

DE

PRESENTES

Era uma vez um Pai Natal, que levava prendas aos meninos e tinha uns duendes e umas renas muito lindas. Como o Pai Natal tinha muito trabalho, eram os duendes que o ajudavam a fazer e a embrulhar as prendas. Mas, um dia, o Pai Natal teve um grande problema: o dia de Natal estava a chegar e o Pai Natal não tinha as prendas todas preparadas. Foi então que o Pai Natal decidiu, com os duendes, construir uma máquina de fazer brinquedos e outras prendas. Como o dia de Natal estava a chegar, os meninos de todo o Mundo montaram a árvore de Natal. Mas o Pai Natal tinha, agora, outro problema... A máquina de fazer brinquedos dei-

DO

P AI N ATAL

xou de funcionar. Na Lapónia todos pensavam que se tinha soltado uma peça da máquina, mas todos os dias desaparecia mais uma peça, outra e outra. 0 Pai Natal decidiu

investigar. Procurou, procurou, mas ninguém sabia onde estavam as peças. Foi então que o Pai Natal montou uma armadilha para descobrir quem é que estava a fazer aquela maldade.

Montou uma rede invisível com uma alavanca e pôs em cima um prato com biscoitos. Qual não foi o espanto quando a alavanca disparou e o Pai Natal descobriu um duen-

Pai Natal perguntou ao duende, porque é que ele tinha tirado as peças e o duende disse que queria ser o Pai Natal e, por isso, tinha feito com que a máquina parasse para o Pai Natal ser despedido. 0 Pai Natal, então, disse-lhe que bastava o duende ter pedido, para ele lhe ensinar a ser como o Pai Natal. 0 duende pediu desculpa e prometeu voltar a montar as peças na máquina. Também perguntou se podia ter umas aulas de Pai Natal e o Pai Natal disse que sim.

de na armadilha. 0 Pai Natal ficou furioso com o duende e o duende muito envergonhado. 0

0 duende, que percebeu que tinha sido mau, passou a ser bem comportado e a ajudar o Pai Natal em tudo. Trabalho coletivo, sala 4 da EB1/JI das Laranjeiras


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C ONTO

DE

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B E RTA

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Era uma bela manhã, uma manhã especial… Era o dia pelo qual todos tanto ansiavam. A neve caía sobre os telhados das casas, formando um tapete de branco puro sobre todas as superfícies e dispersava. As crianças brincavam lá fora construindo os mais bonitos bonecos de neve. Faziam montes, bem redondos, para modelar aquela personagem característica da época. Para os olhos, utilizavam grandes botões pretos de camisas antigas, para o nariz, uns usavam uma pequena cenoura, enquanto outros usavam pequenos ramos, de que também faziam a boca e os braços do tão desejado boneco de neve. Tudo promovia um cenário calmo, feliz, para todas as famílias que já se aprontavam para um belo dia, um dia de amor, de partilha, aquele dia do ano pelo qual todos anseiam e esperam. Afinal, é esse o aspeto característico do Natal, o dito

espírito natalício típico da época. Para Manuel, que admirava todo aquele aparato da janela ampla da sala de estar, era só mais um dia. Um dia de aparências, um dia em que punha em evidência todo o materialismo do ser humano, um dia em que já não era dominado pelo carinho, pelo amor, pela compaixão, mas sim um dia dominado pela oferta, pelos bens materiais. Manuel relembrava como todo aquele dia significara tanto para ele, não agora, mas há uns anos. Começou a lembrar-se do seu Natal anterior e foi dominado por uma sensação instantânea de angústia, de revolta. Para Manuel, naquela altura, o Natal reduzia-se às prendas, aos bens que recebia, aos brinquedos que toda a família lhe dava… Exigia à sua mãe tudo do mais caro e do melhor. Todas as cartas que escrevia para o Pai Natal visavam todas essas coisas materialistas e des-

medidas. A sua mãe dizia sempre: “Oh meu traquina…O Pai Natal dá prendas simples, essenciais e especiais… Existem muitos meninos! Um dia, quem sabe, vais entender que existem pequenas coisas, que podes desejar que irão fazer a diferença, ou que teriam feito a diferença, se as tivesses pedido ao Pai Natal, se tivesses dado valor… O que temos hoje e não sentimos falta, podemos não ter amanhã! E, aí, percebemos que pedimos pelo errado e que já não podemos ter aquilo que realmente queremos Manuel, perplexo, ficou parado a olhar para a mãe e por mais que parecessem palavras importantes ele não as entendera, nem procurava entender. Tudo lhe parecia banal, comparado com o que esperava receber. Naquele dia, Manuel exigira à mãe, que lhe comprasse uma pista de comboios, que vira exposta numa das montras do centro

comercial, a mais bela e a mais cara. Manuel fez tal pranto que a mãe não teve outra solução senão ir comprá-la. Escurecia lá fora e já estava próxima a hora, a lareira já estava acesa e a família reunida para festejar a tão aguardada noite. Todos estavam reunidos, mas a mãe de Manuel não tinha regressado ainda do centro comercial. Estava escuro, lá fora caía a neve sobre os candeeiros, as decorações das casas… Por todo o sítio cintilavam as luzes mais coloridas e as mais belas, e, no céu, a lua brilhava rodeada de tantas estrelas, mas uma, em especial, brilhava com mais intensidade, com mais fulgor que todas as outras, essa que despertara a atenção de Manuel. Naquela noite, Manuel perdera a mãe… Com a mãe perdera também o desejo de todas aquelas coisas exuberantes e materialistas que desejava. Perdera a mãe num acidente de carro e


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NEWSLETTER 3 C ONTO

DE

N ATAL

perdeu-a porque a sua ganância, o seu desejo por aquela pista fora maior. Nesse mesmo momento, lembrou-se do que a mãe lhe dissera anteriormente: “O que temos hoje e não sentimos falta, podemos não ter amanhã! E aí percebemos que

(cont.) cou a admirar a estrela. Todos pareciam distraídos e aterrados, que nem ligaram à indiferença falaciosa do menino. Era uma bela manhã, uma manhã especial… Era o dia pelo qual todos tanto ansiavam. A neve caía sobre os telha-

enquanto recordava todas aquelas memórias. Naquela mesma janela, Manuel ouviu uma voz que lhe perguntou: “Se pudesses pedir outro desejo ao Pai Natal, que pedirias?...” Manuel olhou fixamente para todas as crianças que brinca-

Marina Puzyrenko

pedimos pelo errado e que já não podemos ter aquilo que realmente queremos…” Manuel finalmente percebera as palavras que a mãe lhe dissera e, com tamanha dor que carregava ao peito, encostou-se à janela e fi-

dos das casas, formando um tapete de branco puro sobre todas as superfícies em que tombava e se dispersava. As crianças brincavam lá fora, construindo dos mais bonitos bonecos de neve. Manuel continuava a apreciar todo aquele aparato,

vam lá fora e disse: “Se pudesse, eu pediria, para que aqui estivesses mãe! Afinal já tinha a prenda mais preciosa de todas…Tinha-te a ti e o que é que significa agora o Natal sem os que mais amamos? Já não me interessam as prendas, nem

tudo o resto que te pedi, porque perdi a coisa mais valiosa! O que é o Natal? O que é ele sem ti?” Escurecia lá fora e já estava próxima a hora. A lareira já estava acesa e a família reunida, para festejar a tão aguardada noite. Lá fora caía a neve sobre os candeeiros, as decorações das casas… Por todo o sítio cintilavam as luzes mais coloridas e mais belas, e, no céu, a lua brilhava rodeada de tantas estrelas, mas uma, em especial, brilhava com mais intensidade, com mais fulgor que todas as outras, essa mesma que despertara a atenção de Manuel no ano anterior. Manuel deslumbrava-se com aquela estrela, quando disse: “ Poderei não te receber como prenda, mãe… Mas sei que serás sempre a estrela mais brilhante que iluminará todas as minhas noites de Natal… Afinal, o que é o Natal sem ti, mãe?” Márcia Filipa Ribeiro, n.º15, 11.º 1 da ESDPV


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O P AI NATAL

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B E RTA

E O MENINO POBRE

Era uma vez um Pai Natal que vivia no céu. Ele entregava presentes às crianças. Mas um dia de Natal, havia um menino muito pobrezinho, que não tinha presentes, nem mesmo uma caneta, porque não sabia ler nem escrever.

ouviu barulho e foi ver. Abriu os presentes e viu que eram materiais para a escola: canetas, folhas, cadernos de linhas, lápis, tesouras, colas e quadros. O menino ficou muito contente.

Ele foi para a escola e portava-se muito bem nas aulas. Aprendeu muito depressa a ler. Como ele fazia os trabalhos rapidamente, ficava a fazer desenhos no quadro. No Natal seguinte

Então, o Pai Natal, que sabia que naquela casa estava um menino pobre, atirou presentes lá para dentro. Ele

O

MENINO E O

o Pai-Natal deu-lhe mais presentes: um carro a fingir, uns patins com quatro rodas, uma bicicleta, uma pista rolante e um cavalo-madreiro. Um dia ele foi ao parque e levou os brinquedos todos. Estavam lá muitos meninos que ficaram amigos dele, porque ele partilhou os brinquedos. João Silva, Rodrigo Palminha, Martim Caetano, Rodrigo Diniz, Salima Cisse e Simão Cunha 1.º A da EB1/JI Frei Luís de Sousa

PAI N ATAL

Era uma vez um Pai Natal que vivia no Pólo Norte e tinha uma fábrica de brinquedos. Os meninos de todo o mundo mandavam -lhe cartas no Natal a pedir prendas. Um dia foi à cidade de Lisboa mas, no caminho, as renas recusaram-se a voar.

deu o Pai Natal.

tou rapidamente.

De repente, apareceu um menino que falou com ele:

Depois de comer, ficaram com mais força e decidiram retomar o caminho. O menino perguntou:

Então aterraram no chão e disseram ao Pai Natal:

Ele foi a correr e vol-

— Temos fome, não temos força para voar. — Mas eu não tenho comida para vos dar. — respon-

— O que é que aconteceu? — As renas estão com fome. Então o menino teve uma ideia: — Vou a casa buscar bolachas.

— Posso ir com vocês? — Podes. — respondeu o Pai Natal. Chegaram a Lisboa e foram distribuir as prendas, mas o me-

nino não conseguia sair do trenó. O Pai Natal ajudou-o e ele saiu. Quando acabaram, voltaram para a terra do Pai Natal. O menino não sabia como se faziam os brinquedos e o Pai Natal foi com ele à fábrica mostrar-lhe. O menino ficou a viver com o Pai Natal. Todos os dias brincava com brinquedos novos e viveram felizes para sempre. David, António Silva e Tomás Campos – 3.º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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NEWSLETTER 3 N ATAL TECNOLÓGICO A tecnologia tem evoluído muito e rapidamente desde há 50 anos atrás — até demasiado! — com consequências preocupantes, como o desaparecimento de muitos postos de trabalho, devido à introdução de máquinas e robôs. Assim, até um dos postos mais importantes e simbólicos do planeta estava prestes a eclipsar-se... Um dia, estava o Pai Natal a dar despacho às cartas que lhe tinham enviado, quando o duende-chefe irrompeu pelo seu gabinete, furibundo, com o seu IPad 3 na mão e o avisou de que tinha acabado de receber um mail do Ministério dos Assuntos Natalícios, que dava conta da extinção das suas funções! Sim, com o avanço da tecnologia, o trenó passaria a executar todas as tarefas natalícias em metade do tempo, tornando-se o Pai Natal e todo o seu gabinete obsoletos: verdadeiras relíquias dignas de museu! O Pai Natal, as renas e os duendes ficaram atordoados com a notícia, visto que aquele era o trabalho de toda uma vida, a única

função em que eram verdadeiramente especializados e apaixonadamente competentes. Até que um dia, um grupo de três duendes afoitos, os mais matreiros, começou a ter umas ideias… Vamos sabotar o trenó! Mas como? — sugeriu um deles. Temos de conseguir chegar à fonte de energia! — disse outro, triunfante. Bem, hoje é dia 13, ainda temos 11 dias até à véspera de Natal… No dia seguinte, estiveram horas e horas a trabalhar no plano: … e depois cortamos os cabos e voltamos para a fábrica sem dar nas vistas! — afirmou um deles. É como se já estivesse feito! — confirmaram os outros. Dia 18, dia em que o Pai Natal ficava habitualmente a despachar no gabinete até tarde, deram início ao plano. Um dos duendes foi bater à porta para distraí-lo, pedindo que fosse tratar de uma emergência na fábrica. Mal o Pai Natal virou costas, os outros duendes entraram para levar em-

prestada a chave da sala do trenó. Um minuto decorrido, ainda estavam à procura. Já não tinham muito tempo e a pressão aumentava!!! Até que, entre suspiros de alívio, encontraram o molho de chaves, bem na altura certa, dado que o Pai Natal acabava de regressar. Chegaram à porta da sala do trenó e, após quinze desesperadas tentativas, lá c o n s e g u i ram achar a chave certa! Abriram então a porta e, bem no centro da sala, estava o trenó topo de gama: luzidio e confiante... Num grande trabalho de equipa, escalaram o trenó, acharam a fonte de energia e tentaram, afanosamente, abrir a tampa. Mas, para grande espanto de todos, deu erro no ecrã incorporado, que pedia o código de acesso à fonte de energia! Os duendes, diligentes, tentaram umas duzentas vezes, mas sem grande êxito. Até que um exclamou: — Já sei! Introduzam o código secreto da sala das prendas!

Então, para espanto de todos, a tampa abriu-se! Lá dentro, encontrava-se uma grande confusão de cabos e fios multicolores... — Como vamos cortar tudo isto?! — perguntou um deles. Não havia tempo a perder e, numa lufa-lufa, lá foram cortando um, depois outro... e, após uma hora, o trenó já não possuía uma única fonte de energia! A missão deu-se por completa e bem-sucedida. Na Véspera de Natal, quando o trenó estava a ser verificado, foi descoberto o problema. Ninguém pensou duas vezes e o Pai Natal e as renas foram rapidamente avisados do sucedido e recrutados para resolver, de emergência, a situação. No final das entregas, foi decidido a nível do Ministério dos Assuntos Natalícios que, a partir daquele dia, ninguém poderia substituir o trabalho do Pai Natal e das renas. E foi assim que, para alívio de todos, foi mantida a tradição. Guilherme António Vieira Ferreira, 8.ªA, n.º14, EB 2.3 Prof. Delfim Santos


Pテ。gina 14

J

ANELA

O P AI NATAL

A

B E RTA

QUE Nテグ CONSEGUIA DORMIR

EB1 / JI das Laranjeiras


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NEWSLETTER 3 A RIEL Era uma vez uma rapariga chamada Ariel. Era uma criança doce, bondosa e leve como um anjo ou um espírito do ar. Seus pais, dinamarqueses, quiseram dar-lhe um nome bíblico, profético até: Ariel... o leão de Deus! A menina veio para Portugal viver com

gos. Comia, dormia, estudava e brincava, praticamente só. Sobrevivia. Os pais telefonavam-lhe, é um facto, mas só perguntavam pelos seus estudos. Se tinha maus resultados, zangavam-se; se progredia, só falavam disso. Pais!... Chegou a véspera de

adormeceu. Primeiro, sonhou que os pais tinham voltado! Na sua imaginação, havia prendas, beijos, ceia e muitas, muitas canções! Mas, no final, os pais desapareciam inexplicavelmente. Ela corria, corria, corria, mas não os encontrava. Quando acordou, a menina chorava ainda. Viu a hora: ainda não era meia-noite. Deitou -se de novo e adormeceu. Desta vez, sonhou que estava num local onde tudo era negro, tão escuro que nem conseguia ver os próprios dedos! Ela caminhava muito até encontrar uma luz. Então, sorrindo, percebia que à sua frente estava o menino Jesus.

Susan Mitchell

uma tia distante e fria, quando tinha apenas sete anos. Os pais ficaram a trabalhar na Dinamarca, lá longe, prometendo que um dia viriam ter com ela. Tinha de ser forte e corajosa, disseram-lhe. À medida que o tempo passava, Ariel sentia-se cada vez mais triste. Os pais não chegavam e, na escola, não tinha ami-

Natal. Ariel jantou com a tia e deitou-se na cama, escondendo-se do mundo. Pela janela, chegava-lhe a alegria vivida nas outras casas: as crianças recebendo prendas, o afeto dos pais, o jantar de festa em família, os cânticos de Natal. A felicidade delas doía e Ariel chorou lágrimas de tristeza até que, exausta,

Ele ficava encantado por vê-la e tratava-a por Ariel, como se a conhecesse! Ela confessava-lhe, chorosa, que o seu maior desejo era que os pais voltassem da Dinamarca na véspera de Natal! E ele sorria, traquinas. Ariel levantou-se cedo e percorreu toda a casa: nada! Correu rapidamente até à porta e abriu-a... mas não viu os pais. Esperou todo o dia: em vão. Já era 25 de dezembro! Desconsolada, percebeu que

afinal a sua esperança não passara de uma quimera. À noite, estava ela a ver televisão quando, de repente, alguém bateu à porta: três pancadas fortes que ecoaram, assustadoras. A tia olhou-a, apavorada, e Ariel, leão de Deus, recordou as palavras dos pais: Tens de ser forte e corajosa! Agarrou num chapéu de chuva, bem pesado, e abriu a porta de repente, surpreendendo o ladrão com a pancada. - Aiiii! Por que razão me bates, minha filha?!... Ariel e os pais caíram nos braços uns dos outros! Choraram, riram, beijaram-se e Ariel recebeu uma linda prenda e cantou É Natal!, maravilhada por estarem de novo juntos. Para sempre... No Céu, o menino Jesus, enroscado numa nuvem, riu-se, feliz, e bateu palminhas! Adorava reencontros, ainda que estivesse a ficar algo trapalhão com a programação das horas. Afinal, a distração do século XXI, também fazia vítimas no Céu... Iulia Anastas, n.º 18, 8.º A, Yongjiao Xia , n.º 23, 8.º A e Nádia, n.º 18, 9.º C, EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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J

ANELA

A LDA,

A

B E RTA

MINHA MÃE

Esta é a história verdadeira de Alda Pereira, mulher de coragem são-tomense, que tudo sacrificou para salvar a sua filha, minha irmã. Na Cidade de São Tomé, distrito de Água Grande, numa casinha pintada de rosa, vivia Alda com os seus pais. Tinha a leveza que só o povo daquelas paragens conhece. Os seus dois filhos, Joana e José, eram crianças alegres, que caçavam passarinhos, trepavam aos coqueiros e corriam pela rua, sadios como ninguém. E o seu marido, homem bom e generoso, partira um dia para longe, em busca de sustento, na terra dos navegadores portugueses, que há muito tempo tinham descoberto a ilha. Porém, num Natal de má memória, a doença que ensombrava a ilha veio bater à sua porta, como cobra preta de mau agoiro. Atingiu a sua filha. A menina andava mortiça, com febres, tremuras teimosas e calafrios, mas nada fazia prever o pior. À

medida

que

o

tempo passava, Alda desesperava, vendo que os sintomas ruins não abandonavam a filha. Resolveu, então, levá-la ao Hospital. Os médicos, sábios e sisudos, diagnosticaram o perigo e fizeram-lhe tratamentos, mas nada evitou o seu estado. Deram-lhe, então, a notícia: a doença atingira fatalmente o cérebro da criança. No Hospital, a menina piorava de dia para dia e era um desconsolo de alma vê-la ali, ora arrancando os cabelos num acesso inexplicável, ora paralisada e caída, como se uma rajada de vento a tivesse arrancado à vida. Um dia, quando já nem o amor nem a ciência pareciam vencer a doença, minha mãe deixou São Tomé. Para trás, ficavam os pais — meus avós — e eu, ainda muito pequeno. Levava consigo uma menina gravemente doente, rumo a um horizonte de esperança. Em Portugal, minha mãe viria a saber que o paludismo era incurável, mas mi-

Peter Mitchev

nha irmã sobreviveu. A cobra preta que durante tanto tempo se alimentara de medos, angústias e receios, rastejando, deixou as nossas vidas. Doze Natais passaram e minha mãe ansiava por regressar com a minha irmã à sua terra natal. Era a saudade do filho. Era a saudade dos pais. Era a recordação do verde quente da selva, do cheiro a terra molha-

da depois da chuva, da onda a bater na praia... Mas não podia voltar. Os medicamentos em São Tomé não existiam ou eram demasiado caros. Arriscar era-lhe proibido. Outro dezembro chegou. Frio, cinzento, chuvoso. E minha mãe reinventou o quente natal são-tomense, como só ela sabia fazer. Organizou a casa para receber os


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NEWSLETTER 3 A LDA,

MINHA MÃE

amigos, preparou calulu de peixe seco, blá-blá, funge, angu de banana, quizaca, azagoa e izaquente doce. E esperou. Sentada à janela, mirou o horizonte possível na cidade grande. Mas, para lá das nuvens sombrias, viu surgir a sua praia deserta de areia

UM

CONTO DE

(cont.) branca rodeada de coqueiros até à beira-mar. E sentiu o calor ameno do inverno no rosto e a calidez da água azul. E desbravou selvas impenetráveis, onde reinam macacos, papagaios e as terríveis cobras pretas que aprendera a ignorar.

criança pequena de bracitos nus a pedir colo, como me vira, em São Tomé, pela última vez... Fechou os olhos e ousou sonhar. Era eu quem chegava agora, rapaz de catorze anos feitos, conservando no rosto os traços de menino e o sorriso encantador.

estudar para Portugal. Meu pai escondera de minha mãe a surpresa. Quando abriu os olhos e me encarou de novo, teve a certeza de que, naquele Natal português, era a força de África que lhe batia de novo no peito.

E

E eu cheguei. Vinha

José Pereira, n.º 20, 9.º B, Escola Básica 2.3 Prof. Delfim Santos

viu-me,

então,

NATAL

Era uma vez uma árvore de Natal gigante com vinte e um meninos à volta.

Depois apareceram os pais dos meninos. Todos juntos enfeitaram a árvore de

Natal. Depois foram para casa dormir. Então, de noite, apareceu o pai Natal e deixou prendas para todos. Quando eles viram ficaram muito contentes. Foi a melhor noite de Natal!

Um livro é uma porta

para

ima ginário

o de

outrem, desperto e ressuscitado

em

cada um de nós. Marta Santos, 10.º 1

Carolina, Catarina, Mário, Tomás André, Vasco Sousa do 1.º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa

AS

IRMÃS SÓ NUM NATAL

Era uma vez duas irmãs, que se chamavam Jéssica e Nádia. Elas estiveram a preparar o Natal. Puseram as bolas, as fitas e as estrelas na árvore de Natal. Depois decidiram o que iam vestir na festa: um vestido azul

bebé com brilhantes. Receberam milhares e milhares de brinquedos e roupas, comeram bolo-rei, perú e sonhos de Natal. E viveram felizes para sempre. Nádia, 4.º C da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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J

ANELA

A M ENINA

DO

A

B E RTA

MAR

No dia 12 de dezembro de manhã, fomos ao teatro à escola D. Pedro V, ver a peça “A menina do mar“, representada pelos alunos do 10º ano. Fomos no autocarro da Junta

de Freguesia. Quando chegámos, sentámo-nos nas cadeiras e uma senhora pediu que fizéssemos silêncio. A peça começou com música. A seguir apareceram duas

sereias que iniciaram a história. De repente, apareceu um rapaz com um balde e uma pá. No dia seguinte, o rapaz encontrou um caranguejo, um peixe, dois polvos. A menina viu o rapaz e pensou que ele os ia fritar. O caranguejo, o peixe e os polvos fugiram, menos a menina. O rapaz disse que não os ia fritar e a Menina do Mar ficou aliviada.

dança. A seguir, fomos comer um lanche delicioso, que nos ofereceram. Entretanto, apareceram os atores e deram-nos autógrafos. Adorámos o teatro e o convívio com os atores. Mariana e Carolina – 4.º B da EB1 /JI Frei Luís de Sousa

No final da peça, ainda na sala de espetáculos, os atores ensinaram-nos uma

T EATRO

NA

ESCOLA D. P EDRO V

No dia doze de dezembro a nossa turma, com o 4.º B e os terceiros anos, fomos à escola D. Pedro V ver a peça de teatro “A Menina do Mar”, representada pelos alunos do 10.º ano. Quando a peça começou, lembrá-

mo-nos logo que a nossa turma já tinha trabalhado essa história de Sophia de Mello Breyner Andresen. No fim da representação, ensinaram-nos a dança do “Caranguejo”. A seguir, outros alunos organizaram para nós um lanche delicioso. Entretanto, chegaram os atores e atrizes e fizeram uma sessão de autógrafos connosco. Todas as turmas gos-

taram imenso do espetáculo e da forma como fomos re-

cebidos! Beatriz Álvares e Diogo Coelho, 4.º A da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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NEWSLETTER 3 AS

TRÊS CIDRAS DO AMOR

No dia 12 dezembro de tarde, a nossa turma e as duas do 1º ano fomos ao teatro à Escola D. Pedro V, no autocarro da Junta de Freguesia de S. Domingos de Benfica.

sentada pelos alunos do 10.º ano, havia um rei, um príncipe, uma bruxa, dois dragões, duas princesas,

Na peça “As três cidras do amor” repre-

A E STRELINHA

No final ofereceram-nos um lanche com um pão, chá e bolos. Entretanto chegaram os atores e brincaram connosco.

teatros eles.

Adorámos! Gostávamos de ver outros

Andreia, Afonso e a turma do 2.º A da EB1/JI Frei Luís de Sousa

feitos

por

AZUL

Era uma vez uma estrelinha azul, que não se queria lavar, porque ela não gostava. Ela vivia no céu com as suas amiguinhas estrelas e com a lua. A estrelinha azul tava cheia de porque andou escorrega das vens.

espó, no nu-

A lua disse à estrelinha azul que tinha de tomar banho, para brilhar como as outras estrelinhas. A estrelinha azul res-

A LI B ABÁ

duas empregadas, o vento e uma velhinha.

pondeu: — eu não quero tomar banho! Ela foi para um sítio escuro do céu e não se via na terra, porque estava cheia de pó. Depois todas as estrelinhas e a lua esconderam-se numa nuvem, porque o vento tinha dito que ia chover, mas a estrelinha azul não se escondeu porque estava muito longe. A lua gritou: — vai para debaixo da nuvem, porque vai co-

meçar a chover! Ela começou a chorar com medo e as lágrimas espalharam-se no corpo dela e o pó começou a sair; ela começou a ficar brilhante. As nuvens fizeram chover, ela lavou-se e cantou e ficou toda a brilhar. Foi para ao pé das outras estrelinhas e da lua e todas ficaram felizes, porque a estrelinha azul já tinha tomado banho. Os meninos da terra,

quando olharam para o céu, viram mais uma estrelinha brilhante e eles diziam que era uma estrelinha nova e era azul! Alunos do Jardim de Infância da EB1/JI António Nobre, grupo da Educadora Esperança Moreira Reconto da estória – A estrelinha azul – no âmbito do Projeto de parceria com o Centro de Saúde de 7 Rios

E OS QUARENTA LADRÕES

No dia sete de dezembro, fomos com

o 3.º B ver uma peça de teatro chamada “Ali Babá e os quarenta ladrões”, no Papa Léguas. Fomos no autocarro da Junta de Freguesia de S. Domingos de Benfica.

A peça de teatro foi gira, porque o Ali Babá encontrou umas joias de ouro e depois ele levou-as para sua casa e disse que ficava rico com a Morgana, a sua escrava.

Não achámos bem só aparecerem quatro ladrões, mas mesmo assim foi bom. Adorámos a peça de teatro. Sebastião Santos e David Patinha, 3.º A da EB1/JI Frei Luís de Sousa


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J O

ANELA

A

B E RTA

DOCUMENTO DE ARQUIVO E O DOCUMENTO DE BIBLIOTECA

O

CONCEITO DE BI-

O

CONCEITO DE AR-

BLIOTECA

QUIVO

Instituição

Instituição

Organismo ou parte de uma organização cujo objetivo principal é organizar coleções, atualizá-las e facilitar o acesso a documentos, que respondam às necessidades dos utilizadores nos aspetos de informação, educação ou lazer.

Instituição responsável pela aquisição, conservação, organização e comunicação dos documentos de arquivo. Edifício Edifício, ou parte de um edifício, onde são recebidos e

para servir como testemunho e informação, para a pessoa ou instituição que os produz, para os cidadãos ou para servir como fonte para a História. 1. QUANTO AO TIPO O documento de Arquivo é, na sua maior parte, manuscrito, mas tam-

Edifício destinado a abrigar coleções de livros e documentos, devidamente ordenados, para consulta pública ou particular.

Ciência que tem por objeto os arquivos, os princípios e os métodos da sua constituição, conservação, organização e comunicação.

O documento de arquivo resulta da atividade da entidade produtora. O documento de biblioteca tem origem na compra, doação e/ ou permuta. 4. QUANTO AO NÚMERO O documento de Arquivo é único.

5.

QUANTO AO VALOR CULTURAL

Conjunto documental

O conceito de Arquivística

3. QUANTO À ORIGEM

O documento de Biblioteca existe em vários exemplares, consoante a tiragem de uma edição.

Edifício

Qualquer coleção organizada de livros e de publicações em série e impressos ou de quaisquer documentos gráficos ou audiovisuais, disponíveis para empréstimo ou consulta.

Divulgação Científica

conservados os documentos de arquivo. Conjunto documental Arquivo é um ou mais conjuntos de documentos, qualquer que seja a sua data e suporte material, acumulados num processo natural por uma pessoa, instituição pública ou privada, no decurso da sua gestão; são conservados respeitando a sua ordem original,

bém iconográfico e de suporte informático. O documento de Biblioteca é, na sua maior parte, impresso. 2.

QUANTO À QUANTIDA-

DE

O documento de Arquivo resulta da maior ou menor atividade da instituição. O documento de Biblioteca depende da maior ou menor verba orçamental da instituição.

O documento de Arquivo tem um valor cultural a posteriori. O documento de Biblioteca tem um valor cultural a priori. 6.

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO

A classificação de um documento de Arquivo resulta de um plano orgânico e funcional. A classificação de um documento de Biblioteca resulta de um esquema temático como, por exemplo, a Classificação Decimal Uni-


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NEWSLETTER 3 O

DOCUMENTO DE ARQUIVO E O DOCUMENTO DE BIBLIOTECA

As características do documento de arquivo

versal (CDU). 7. QUANTO À DESCRIÇÃO A descrição de um documento de arquivo é multinível.

Considera-se como DOCUMENTO qualquer testemunho da atividade humana, fixado num suporte perdurável.

A descrição de um documento de biblioteca é feita peça a peça.

A formação dos documentos de arquivo é resultante de um processo natural, isto é, são produto da atividade de uma pessoa ou instituição.

8.

QUANTO AOS INSTRUMENTOS DE DESCRIÇÃO

Os principais instrumentos de descrição arquivísticos são os Guias, Inventários, Catálogos, etc.

Como as pessoas e as instituições estão sujeitas a leis e regulamentos, os documentos de arquivo são produzidos de acordo com procedimentos normativos, resultando daí uma organização própria. A noção de

Os instrumentos de descrição biblioteconómicos são os Catálogos — onomásticos, de títulos, ideográficos, topográficos, sistemáticos, etc. — e Bibliografias.

FERNANDO PESSOA

Divulgação Científica

NA

O serviço educativo da Casa Fernando Pessoa tem uma atividade para as escolas do 1.º ciclo. A Equipa da Biblioteca das Laran-

BIBLIOTECA

DAS

arquivo é, por este motivo, oposta à de coleção, cuja formação e crescimento deriva de critérios subjetivos. O arquivo é produzido com documentos de todo o tempo, isto é, independentemente da data da sua criação e como são produzi-

dos num processo contínuo, organizam-se por séries documentais. Os documentos de arquivo são conservados para prestar um serviço, sendo usados ou como prova de direitos ou como informação de antecedentes. Equipa da BECRE da ESDPV

LARANJEIRAS

jeiras convidou-os e eles realizaram duas sessões na Biblioteca, uma para as duas turmas do 4.º ano e outra para o 3.ºA. Os alunos ficaram a conhecer mais sobre a vida e obra de Fernando Pessoa, os heterónimos e o seu amor por Ofélia. EB1/JI das Laranjeiras

A Casa onde nasceu, no dia 13 de Junho de 1888, no Largo de S. Carlos

Fernando António Nogueira Pessoa”, assim se chama Fernando Pessoa, por ter nascido no dia do santo do mesmo nome, Fernando António


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J

ANELA

P IETER B RUEGEL

A

B E RTA

PINTOU VÁRIAS VERSÕES DE

O M ASSACRE

DOS I NOCENTES

Divulgação Científica

1565-67, O Massacre dos Inocentes, Museu de Belas Artes de Viena

1565-67, O Massacre dos Inocentes, Royal Colection, Londres

Rodolfo II Habsbourg mandou repintar o quadro para parecer uma cena de pilhagem e não uma alegoria sobre as perseguições religiosas do Duque de Alba nos Países Baixos, por ordem de Filipe II de Espanha. Isabel Ferreira de Almeida, docente da ESDPV


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NEWSLETTER 3 SERMÃO

DE

S ANTO A NTÓNIO

A modernidade da atuação e da mensagem de Padre António Vieira, através da alegoria dos peixes, é evidente. Na minha opinião, era necessário haver hoje alguém que, com a mesma coragem que ele teve, mostrasse aos homens aquilo que eles realmente são e os chamasse à razão. Tudo o que Vieira aponta como defeitos dos homens mantém-se na atualidade. Infelizmente, os homens continuam a não ser como o sal e, em vez de impedirem a degradação e a corrupção, fomentam-nas. À primeira oportunidade, tudo fazem para

AOS

PEIXES

melhorar a sua condição, ignorando os meios para alcançarem os seus fins. Tal como no Sermão, a rémora é, ainda hoje, uma crítica explícita aos homens, que se deixam guiar pelas vontades em vez de ouvirem a voz da razão. Os homens continuam cegos de tanta vaidade, ignorância e conformismo. Não distinguindo o bem do mal, lição que o peixe quatro-olhos

tão bem ensinou, os homens continuam oportunistas, como os pegadores e arrogantes como os roncadores. No topo de tudo isto, tal como no sermão, temos os hipócritas que, tal como o polvo, aparentam a bondade e a inocência, mas, nas nossas costas, traem a nossa confiança, muitas vezes «vestindo-se de cores» e agindo «às escuras», como o polvo, ainda mais trai-

te. A programação ainda é pouco variada e, para superarmos tal facto, contamos com o contributo de todos! Enviem-nos os vossos vídeos (em formato avi ou mp4) para o email multimediadpv12@gmail.com , acompanhados da ficha técnica, onde se mencionem os nomes de todos os envolvidos (professores organizadores e turmas participantes).

Podem utilizar a plataforma de envio de ficheiros WeTransfer, que é muito fácil de manusear. Os vídeos, que são colocados neste canal, ficam também disponíveis no canal do AEL, no youtube, em http:// www.youtube.com/ u s e r / AGEscolasLaranjeiras. O Curso de Multimédia fica à espera das vossas imagens!

dor que Judas. Um Padre António Vieira não foi suficiente para mudar os homens e impedir a exploração dos índios pelos colonos brancos. Os homens vão continuar a ignorar quem está disposto a curar a sua cegueira e alumiar a sua vida, tal com aconteceu com Santo António, em Arimino. Joana Anglin Ferreira, 11.º 1 da ESDPV

MEO K ANAL

Foi criado um Meo Kanal para o Agrupamento de Escolas das Laranjeiras no n.º 178064. Todos os utilizadores do Meo poderão assistir aos conteúdos, que o AEL disponibiliza diariamen-

Ana Nunes, técnica de multimédia

NÃO ENTENDER PATAVINA Significado: Não saber n a d a s o b r e determinado assunto. Nada mesmo. Histórico: Tito Lívio, natural de Patavium (hoje Pádua, na Itália), usava um latim horroroso, originário da sua região. Nem todos entendiam. Daí surgiu o Patavinismo, que originariamente significava não entender Tito Lívio, não entender patavina. Equipa da BECRE da ESDPV


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J

ANELA

ATIVIDADES

A

B E RTA

DESPORTIVAS NA

E B 2. 3 P ROF. DELFIM SANTOS No final do ano, vamos premiar as turmas que conseguirem melhores resultados no conjunto dos 3 períodos, por ano

O Grupo de Educação Física da Escola Delfim Santos realizou, nos passados dias 12, 13 e 14 de dezembro, as atividades de final de período nas modalidades de voleibol (6.º, 8.º e 9.º anos), basquetebol (5.º ano) e andebol (7.º ano). Foram 3 dias de intensa prática desportiva, muita participação e grande entusiasmo. Estiveram envolvidos 400 alunos, entre partici-

DAR

O

de escolaridade. Aqui ficam as turmas vencedoras do 1.º período: 5.º H; 6.º G; 7.º A; 8.º E e 9.º D. EB 2.3 Prof. Delfim Santos

pantes, árbitros e acompanhantes das turmas de 5.º ano, além dos professores de Educação Física. Ao organizar estas atividades, a escola tem como objetivo envolver o maior número possível de alunos e encorajá-los a ter interesse na prática e organização de eventos desportivos. Cremos ter criado uma influência positiva sobre todos os participantes.

L AMIRÉ

Esta expressão utiliza-se para dar o sinal de começo de qualquer ação, para indicar um caminho ou dar uma pista, um aviso, ou um indício.

Trata-se da forma aglutinada da expressão "lá, mi, ré," (notas musicais), que designa o diapasão, instrumento musical usado na afinação de instru-

mentos ou vozes. A expressão foi-se popularizando, acabando por designar qualquer sinal que dê começo a uma atividade.

Equipa da BECRE da ESDPV


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NEWSLETTER 3 E DUCAÇÃO F ÍSICA

NA

ESDPV

Teve lugar, no dia 11 de dezembro, o corta mato escolar da responsabilidade da docente Raquel Rodrigues.

C INEMA

NA

BECRE

No dia 15 de janeiro, na BECRE, pelas oito horas e dez minutos, passaremos o filme A Turma, do realizador Laurent Cantet, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Baseado no livro do professor François Bégaudeau, o filme consegue tocar um

DA

No dia 13 de dezembro realizou-se o torneio de badminton, sendo responsável a professora Maria João Crespo.

ESDPV

conjunto surpreendente de questões pessoais e sociais ao focar um ano de uma turma de alunos, de um bairro problemático, de Paris, microcosmos da população francesa, espelho dos contrastes multiculturais dos grandes centros urbanos de

Filme: A Turma todo o mundo. A escola é o tema dos temas, por isso o desafio de ensinar e o conflito na sala de aula são constantes, ao longo do filme. A TURMA cativa pela sua energia física e torna-se a prova feliz de um pensamento em ação. Um filme a

não perder. Equipa da BECRE da ESDPV


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J

ANELA

V ISITA

A

B E RTA

DE ESTUDO AO

As turmas B e C do 8º ano participaram numa visita de estudo ao Museu da Eletricidade. Esta visita integra o programa da C.M.L. “Escola a Escola Pró Ambiente”. Os alunos foram acompanhados pelas professoras de ciências naturais e de ciências físico-químicas e, ainda, das professoras de história do 8º B e de português do 8º C. Estes puderam visitar as instalações e compreender o funcionamento desta antiga central termo elétrica de Lisboa, desde a identificação dos seus diversos componentes, até à explicação do seu funcionamento. Tiveram, ainda, a hipótese de observar um espaço dedicado às diversas fontes de energia, com

M USEU

DA

ELETRICIDADE

particular relevo para as energias renováveis, uma exposição dedicada aos cientistas, que mais contribuíram para a descoberta e desenvolvimento dos fenómenos da eletricidade, além de maquetas sobre todo o processo de produção, transporte e distribuição de eletricidade. Fizeram muitas experiências relacionadas com a eletricidade. Foi, também, interessante compreender a

perspetiva histórica relacionada com os recursos energéticos. Esta temática inclui-se no âmbito

dos recursos naturais – utilização e consequências, do programa do 8º ano. Os alunos participaram com empenho e interesse nesta visita colaborando ativamente em todas as atividades. Rosário Simões – DT do 8.º B Maria João Cardoso – DT do 8.º C

No dia 14 de dezembro, as turmas do 8.º B e do 8.º C foram a uma visita de estudo promovida pela C.M.L. ao Museu da Eletricidade. Fomos de autocarro e, quando chegámos, um monitor veio ter connosco para nos guiar na visita. Falou-nos sobre a eletricidade e fizemos algumas experiências para percebermos um pouco do que trata a eletricidade. O mo-

nitor mostrou-nos o museu enquanto ia explicando os processos de produção da eletricidade na Central Tejo e como antigamente lá se trabalhava. Foi uma visita muito boa e aprendemos bastante. Marta Penteado, n.º 17, 8.º B da EB 2.3 Prof. Delfim Santos


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NEWSLETTER 3 I DA

AO

TEATRO

COM O

Os membros do Clube de Leitura, dia 14 de dezembro, foram ver uma peça de teatro ao Teatro Nacional D. Maria II. A peça chama-se "Como nascem as estrelas", de Clarice Lispector. São recontados seis das lendas

C LUBE

DE

LEITURA “LETRA V IVA”

do folclore brasileiro, realçadas por música instrumental tocada ao vivo. «...Quando as índias voltaram, ficaram assustadas vendo os filhos subindo pelo ar. Resolveram, essas mães nervosas, subir atrás dos meninos e cortar o cipó em baixo deles. Aconteceu uma coisa que só acontece quando a gente acredita: as mães caíram no chão, transformando -se em onças. Quanto aos curumins, como já não podiam voltar para a terra, fi-

O

caram no céu até hoje, transformados em gordas estrelas brilhantes...» Se quiseres ler os contos desta importante escritora de língua portuguesa, consul-

PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER

Significado: Diz-se da pessoa que não quer ver o que está mesmo à sua frente. Nega-se a ver a verdade. Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D'Ar-

N OVO

ENDEREÇO DO

A equipa coordenadora do projeto Janela Aberta comunica que o endereço

genrt fez o primeiro transplante de córnea num aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a ver ficou horrorizado com o mundo. Disse que o mundo que ele imaginava era

muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse os seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver. Equipa da BECRE da ESDPV

JANELA ABERTA eletrónico para envio de artigos é: janela.aberta@ael.edu .p. Os artigos devem

ser enviados em formato word, sem formatações. Equipa da BECRE da ESDPV

ta este endereço: h t t p : / / p o r t u gues.seed.pr.gov.br /arquivos/File/ ClariceLispector.pdf Ana Correia – PB da Escola Básica 2.3 Prof. Delfim Santos

ESPETÁCULO

DE

QUALIDADE

Dia 14 de dezembro, pelas 21 horas no Auditório Chaves Santos, houve espetáculo de qualidade. Atuaram o Gospel Choir e o Coro D. Pedro V. Luís Correia, Presidente da CAP


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NEWSLETTER 3

E SCOLA E B1/ JI F REI L UÍS A atual Escola EB1/JI Frei Luís de Sousa, anteriormente designada por Escola n.º 49, foi construída no ano de 1961. É formada por dois blocos isolados e dois pátios separados, de modo a integrar as antigas escolas masculina e feminina, como ainda se pode ver na inscrição da entrada de um dos portões. Depois do 25 de Abril de 1974, para concretizar a coeducação, foi derrubado o muro que separava os pátios, de modo a unir os dois espaços. Enquanto instituição, remonta à Primeira República, como testemunham os livros de ponto existentes no seu espólio, para além de outros materiais didáticos da época. Nessa altura, desdobrava-se em dois edifícios, de acor-

DE

S OUSA

do com a separação de géneros: a Escola n.º 49, para o sexo masculino, situada à entrada do Jardim Zoológico e a Escola n.º 50, para o sexo feminino, no início da Estrada de Benfica. No ano l etivo 2004/2005, foi integrada no Agrupamento de Escolas Delfim Santos, altura em que passou a designar-se de EB1 Frei Luís de Sousa. A escolha deste patrono provém do facto de Frei Luís de Sousa ter passado parte da sua vida na zona

que atualmente constitui a Freguesia de S. Domingos de Benfica, encontrando-se sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário. No ano l etivo 2012/2013, começou a funcionar, nas suas instalações, o Jardim de Infância Frei Luís de Sousa. Foi também, neste ano, que passou a fazer parte do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras, com sede na Escola Secundária D. Pedro V. Inácia Santana, docente da EB1/JI Frei Luís de Sousa

S EM EIRA NEM BEIRA Significado: Pessoas sem bens, sem posses. Histórico: Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde os grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada. Dizem que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado triplo, então construíam, somente, a tribeira ficando assim sem eira nem beira. Equipa da BECRE da ESDPV

A G R U PA M E N T O D E E S C O L A S D A S L A R A N J E I R A S Escola Secundária D. Pedro V

Estrada das Laranjeira, 122 1600-136 Lisboa direccao@dpedrov.edu.pt

Escola Básica 2. 3. Prof. Delfim Santos Rua Maestro Frederico Freitas 1500-400 Lisboa eb23delfimsantos@mail.telepac.pt EB1 / JI Frei Luís de Sousa

Rua Raul Carapinha 1500-542 Lisboa

escola.freiluis49@gmail.com

EB1 / JI António Nobre

Rua António Nobre, 49 1500-046 Lisboa

eb1antonionobre@gmail.com

EB1 / JI Laranjeiras

Rua Virgílio Correia, 30 1600-224 Lisboa

eb1daslaranjeiras@gmail.com


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