Jornal Nossa Voz - Especial 54º Conune - #3

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NOSSA VOZ boletim informativo oficial da união nacional dos estudantes

Edição especial para o 54° Congresso da UNE – junho de 2015 – #3

Nenhum centavo a menos De Goiânia para todo o Brasil, estudantes se mobilizam contra cortes de verbas na educação

Edição Especial – 54º Congresso da UNE – NOSSA VOZ | 1


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Rubens Otoni @RubensOtoni

Feliz por ter tido a honra de falar aos jovens no #CongressodaUne. Juventude estamos juntos! #Brasil #Conune

viq @_euvictoria

“No poder só tem playboy, a crise é ‘dos rico’ e ‘os pobre’ é quem se f…” #conune #tatendo

Barbara Cipriano

Lenon Castro @lenoncastro_

Começou o primeiro debate no espaço Cuca: a cultura reinventando a política! #Cuca14Anos #54Conune

Desafios do financiamento da educação brasileira #conune

anya. @anya_neverland

Rumo ao maior congresso estudantil da América Latina. #CONUNE #VemComAOposição

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@biafujimori.raw Feira da Praça Universitária Comunistando #CONUNE #esquerdamarxista

@felipesky #conune

@felipesoaresa

@ jessicahis

@raisa.marques

ALÔ GOIÂNIA! #conune Em defesa dos estudantes, da democracia e do Brasil!

discussões políticas e sociais #conune #Goiânia #democracia

A UNE reúne futuro e tradição #54coNUNE #une #honestinoguimaraes

DIRETORIA EXECUTIVA DA UNE – GESTÃO 2013/2015 Presidenta: Virgínia Barros Vice-presidente: Mitã Chalfun 1ª Vice-presidente: Katerine Oliveira 2º Vice-presidente: Ronald Luis 3ª Vice-presidente: Adriele Manjabosco Secretária-geral: Iara Cassano 1º secretário-geral: Tony Sechi Tesoureiro-geral: Bruno Correa Dir. Assistência Estudantil: Thiago Wender Ferreira Dir. Comunicação: Thiago José Silva Dir. Universidades Públicas: Mirelly Cardoso 2º Dir. Universidades Públicas: Iago Campos Dir. Relações Internacionais: Thauan Fernandes Dir. Área de Humanas: Ivo Braga Dir. Direitos Humanos: Camila Souza Dir. Cultura: Patrícia de Matos

Dir. Movimentos Sociais: Déborah Costa 3ª Dir. Movimentos Sociais: Laís Rondis Nunes de Abreu Dir. Políticas Educacionais: Juliana dos Anjos de Souza 1º Dir. Políticas Educacionais: Pedro Paulo Rocha de Araújo Dir. de Relações Institucionais: Patrique Lima 1º Dir. Relações Institucionais: William Rodrigues Dantas 2º Dir. Relações Institucionais: André Amaral Filho 1º Dir. Universidades Particulares: Matheus Weber 2º Dir. Universidades Particulares: Rafael da Silva da Costa

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EXPEDIENTE O jornal NOSSA VOZ é uma publicação da União Nacional dos Estudantes. Dir. Comunicação da UNE: Thiago José Silva Jornalista responsável: Rafael Minoro – CR (DRT/MG 11.287) Colaboração: Artênius Daniel, Cristiane Tada, Renata Bars, Yuri Perez, Tatiana Rodrigues e Thiago Guimarães Projeto gráfico: FIELDS 360 - fields360.agency Endereço: Rua Vergueiro, nº 2485, bairro Vila Mariana, São Paulo/SP - Cep 04101-200 Telefone: +55 11 5539.2342 Fale com a UNE: contato@une.org.br Assessoria de comunicação: Contra Regras Comunicação Ltda. CNPJ: 12.795.929/0001-33 twitter.com/uneoficial

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entrevista

Laura Capriglione Por vida nova no jornalismo brasileiro A repórter Laura Capriglione fez da sua escrita uma trincheira de defesa de direitos dentro da imprensa. Veterana da luta contra a ditadura militar, ela registrou o avanço da igualdade de gênero no Brasil, denunciou o caos no sistema carcerário, apontou arbítrios de agentes da lei. Em 2013, com a mídia comercial cada vez mais antidemocrática, Laura abriu um caminho próprio na Ponte.Org, um canal de informações sobre segurança, justiça e direitos humanos. Hoje soma esforços na rede Jornalistas Livres, um sopro de ar fresco na paisagem da mídia independente do Brasil. Esse pessoal chega com a proposta de fazer um jornalismo plural, que desafia clichês e limites das corporações de mídia. Laura dividiu experiências com os estudantes no 54º Conune e trocou outras ideias com o Nossa Voz especial do congresso:

O que é o Jornalistas Livres? Uma rede de coletivos de mídia que se reuniram a partir de São Paulo, quando vimos que estava vindo uma maré de muito conservadorismo. Reunimos um grupo de jornalistas para fazer a contra-narrativa do que a mídia tradicional noticiava sobre aquele ato da avenida Paulista, em março. Um ato golpista, mas que estava sendo noticiado como um encontro da família brasileira pela democracia. Percebemos que precisávamos continuar, pois a grande mídia faz um trabalho de manipulação que criminaliza e torna os movimentos sociais invisíveis.

Como tem sido fazer um jornalismo mais militante?

Como estão buscando modelos de financiamento? Estamos fazendo financiamento coletivo online pelo Catarse (catarse. me/jornalistaslivres). Chamamos os leitores, pessoas que se sentem representadas pelos Jornalistas Livres, para ajudar com pequenas doações, como R$ 10 ou R$ 20, e gerar um caixa para criarmos um site, custear uma sede e comprar equipamentos básicos para o exercício do jornalismo.

O caminho para democratizar a comunicação é por meio das redes?

Qual a importância do debate sobre a democratização da comunicação no Congresso? É fundamental porque a juventude é mais sensível do que qualquer outro setor à questão das novas tecnologias e a democratização das mídias passa muito pelas novas tecnologias. E também é o setor mais sensível às demandas de direitos humanos, democracia e direitos sociais. É muito bom falar de mídia livre para quem tem mais necessidade de se expressar, que são os jovens.

Foto: Jornalistas Livres

O Guilherme Boulos, do MTST, faz uma analogia legal: “Somos trabalhadores sem-teto e precisamos de

moradia. Poderíamos ficar esperando a reforma urbana, mas enquanto isso não acontece vamos ocupar os imóveis vazios e realizá-la na prática”. Os Jornalistas Livres começaram a fazer isso. Queremos a regulamentação de uma mídia democrática, mas não vamos ficar parados. Vamos ocupar os espaços vazios.

Foto: Juliana Pimenta

É engraçado, porque fica parecendo que somos militantes e a outra mídia não é militante. Partimos do pressuposto que a mídia tradicional tem um ponto de vista, nós também temos e

queremos que as pessoas escolham qual é o melhor. Agora achar que a Veja é uma revista que faz jornalismo isento beira a ingenuidade infantil.

À esq., Laura durante o debate no 54º CONUNE; à dir., a repórter durante o lançamento da rede Jornalistas Livres, em São Paulo

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Estudantes tomam ruas de Goiânia contra cortes na educação Passeata do 54º Congresso da UNE também repudiou a redução da maioridade penal

Com o tema “Que os ricos paguem pela crise: nenhum centavo a menos para a educação”, o ato reuniu forças do movimento estudantil numa reivindicação pela implementação dos 10% do PIB para o setor e em repúdio à redução de verbas motivada pelo ajuste fiscal. Na saída da marcha, na Praça Universitária, a primeira fila veio com chuva de confetes e serpentinas. Estandartes desenhavam a imagem de um carnaval de luta: a favor da reforma política democrática, pela regulamentação da mídia, contra a redução da maioridade penal. Mais atrás, tambores de metal e de galões de plástico se distribuíam em blocos pela passeata. “Nós, do movimento de mulheres, já usamos esses instrumentos artesanais há muito tempo, é uma das identidades da nossa luta”, disse a estudante da Universidade Estadual do Ceará Aline Fernandes, 18. Descendo a rua 243, a passeata mostrou toda sua extensão. Sob o céu

aberto da noite goiana, o movimento lembrava as históricas manifestações de junho de 2013. “Foi assim, de noite, nas ruas das grandes cidades brasileiras, que tudo isso começou”, lembrou o vice-presidente da UNE Mitã Chaulfun do alto do carro de som. “A nossa mobilização naquele período levou a vitórias como os 10% do PIB pra educação”, lembrou.

Fotos: Vitor Vogel

M

ilhares de jovens de todo o Brasil se uniram na noite de sexta-feira (6) na capital de Goiás para a passeata do 54º Congresso da União Nacional dos Estudantes.

A VOZ DOS ESTUDANTES Leo Santos Bastos, 21, estudante de direito da Furg, morador de Rio Grande (RS), estava satisfeito por defender mais assistência estudantil, sem cortes. Ele se disse contrário à proposta de redução da maioridade penal, debate que acompanhou no Congresso. “A UNE está mais viva e mais fortalecida, dá para ver por essa passeata como ela está crescendo.” As vozes dos estudantes traziam diversas reivindicações. Ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dono da caneta que cortou quase R$ 10 bilhões na educação do país, sobrou um “boa noite” nada delicado. As militantes e os militantes LGBT avisaram que “As gay, as bi, as trans e as sapatão estão todas unificadas pra fazer revolução”. O clássico diálogo “Quem é você? Sou estudante!” ganhou também

Estudantes durante a passeata em Goiânia

uma versão em espanhol entoada pelos estudantes da América Latina que participam do Congresso. Danilo Facco, 24, estudante de análise e desenvolvimento de sistemas no Ifes de Santa Teresa (ES), participante de primeira viagem do congresso, também estreava em atos de rua. “Os jovens de hoje estão unidos e mobilizados, têm disposição”, avaliou.

Linha de frente da passeata do 54º CONUNE: luta pela manutenção dos recursos da educação mobilizou jovens de todo país

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PARA QUE NUNCA MAIS ACONTEÇA UNE sistematiza informações e lança material inédito em memória de estudantes mortos pela ditadura

Honestino Guimarães presente: ato no Congresso e publicação inédita prestaram homenagem à memória dos estudantes que combateram a ditadura militar

Balões com os rostos de Honestino Guimarães e Helenira Rezende, militantes estudantis mortos pela ditadura, compuseram o cenário na Praça Universitária, em Goiânia. A comissão da UNE sistematizou os principais dados disponíveis sobre as mortes dos dois líderes – e de outros 83 estudantes.

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, participou do ato e congratulou a UNE pela iniciativa. “A legitimidade que a UNE tem deve ser colocada a serviço dessa missão que o Brasil tem com seu passado, da reconciliação que nossa sociedade precisa”, afirmou Dallari. O baiano Ruy Cézar, ex-presidente da UNE morto em 2013, foi o grande homenageado do ato. Ruy foi o responsável pela condução do Congresso de reconstrução da entidade em 1979, em Salvador.

Iago Montalvão, estudante de direito na UFG e diretor da UNE, leu uma carta enviada pela esposa e pelos filhos de Ruy. O colega de militância e ex-presidente da UNE Javier Alfaya discursou em memória do amigo. “A truculência e a violência da nossa polícia é a mesma da ditadura: uma herança maldita daqueles tempos que temos a missão de combater. Relembrar a ditadura significa fortalecer a luta de hoje. Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”, disse Vic Barros, presidenta da UNE.

Fotos: Vitor Vogel

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memória dos estudantes brasileiros que tombaram em defesa da democracia durante o regime militar (1964-1985) foi lembrada no lançamento do relatório final da Comissão Nacional da Verdade da UNE.

Educação ameaçada: greves no setor exigem união dos movimentos A mesa sobre a valorização dos profissionais de educação do 54º Congresso da UNE reuniu entidades em greve em São Paulo, no Paraná e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), com paralisações em 24 universidades. Particularidades regionais à parte, a pauta é única: resistência para não perder direitos. Em todos os Estados, os estudantes têm feito coro com a luta dos educadores para garantir a valorização dos profissionais. Estudantes e docentes juntos contra a retirada de direitos e cortes no setor

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Nossa Luta

Saiba mais sobre as reivindicações dos estudantes pelo país

Foto: Yuri Salvador

“A luta pelo fim da terceirização do ensino e o fim das disciplinas online são minhas pautas na universidade e me trouxeram até aqui. Quero discutir e ver em que podemos avançar.”

“Defendo a paridade de representação nos conselhos universitários, e gosto de participar do Conune porque são momentos importantes de deliberação do movimento estudantil.” Mayara Santos, 23 anos, sociologia na Unila (PR)

Foto: Vitor Vogel

“Algumas coisas vem melhorando na universidade com a ampliação da participação dos estudantes por meio do DCE. Mas ainda temos muitas dificuldades: nosso curso de 1.200 alunos tem apenas 20 pranchetas para aulas de desenho, por exemplo. Queremos que nossas necessidades sejam ouvidas para melhorar a qualidade no ensino” Misaelt de Melo Pinto, 23 anos, arquitetura na Universidade Tiradentes (SE)

Rolou na praça: sentimentos da terra A trajetória de lutas do povo brasileiro pela terra percorre as estradas brasileiras em um caminhão. Fruto de parceria entre a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o projeto Sentimentos da Terra estacionou nesta sexta (5) bem no meio da Praça Universitária, em Goiânia, onde acontece o 54º Conune. O caminhão conta com duas salas de cinema com capacidade para 22 pessoas cada uma, painéis fotográficos, biblioteca, midiateca e uma tenda de caracterização.

Fotos: Yuri Salvador

‘’É uma surpresa muito grande viajar com o caminhão-museu, pois a cada cidade visitada temos uma resposta diferente. Levamos um pouco da história da luta pela terra a pessoas que muitas vezes nem sequer conheciam seus personagens. É gratificante’’, afirmou Marcela Teles, uma das coordenadoras do projeto.

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Foto: Yuri Salvador

Suelen Hoffmann, 24 anos, design de produto na PUC-PR (grávida de seis meses da Julia, ela viajou um dia de ônibus desde Curitiba com o marido para participar de seu primeiro Conune!)


um passeio pelo maior fórum estudantil do brasil Confira imagens da juventude que pensa e muda o país

Fotos: Vitor Vogel e Juliana Pimenta

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