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mundo h. 16 SET.OUT.NOV.DEZ.11

Ano4 Distribuição Gratuita

MOÇAMBIQUE CHEGADA DO CONTENTOR; S.TOMÉ REABILITAÇÃO DA CRECHE; PORTUGAL 1ª CORRIDA SOLIDÁRIA INTERNACIONAL; MAIS MUNDO SECA EM ÁFRICA; ESTÓRIAS UMA EXPERIÊNCIA DE VOLUNTARIADO; QUEM HELPA; CONTENTOR PARA SÃO TOMÉ IMAIS CONCEITO URBANO


ÍNDICE 3

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EDITORIAL

MAIS MUNDO

a estação mais dura.

vidas secas.

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MOÇAMBIQUE

ESTÓRIAS

fotoreportagem: teacane já pode festejar.

eu Helpo, eu recebo.

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a chegada de um contentor recheado de sonhos.

QUEM HELPA? apoiar em tempo de crise...

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S. TOMÉ E PRÍNCIPE reabilitar para o desenvolvimento.

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i MAIS helpo conceito urbano. Natalis 2011.

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PORTUGAL hoje é o dia! 12

o nosso novo Norte. 14

nova etapa. 15

as entrelinhas, os entretantos, os através.

helpo nos shoppings Mundicenter. green festival 2011. sorteio helpo.


EDITORIAL

A ESTAÇÃO MAIS DURA Cabo Delgado, Joana Lopes Clemente

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epois de plantadas as sementes em meados de 2007, no ano de 2008, a “crise internacional” ergueu-se devagar, sub-reptícia, para passar a envergar em pouco tempo a forma de gigante omnipresente; encarnou uma estação longa e dura, que invadiu os mercados, ignorou fronteiras e ditou consequências ao nível multissectorial, um pouco (ou um muito) por toda a parte. A estação da privação, com um início, não conhece ainda uma previsão de conclusão, e quem ao sabor dela vive, aflige-se, procura abrigar-se e espera conhecer-lhe brevemente um fim que permita uma visão mais límpida e segura do futuro. Territórios há, porém, onde a notícia desta estação não chega a inquietar. A eterna estação da dureza conhece-se desde sempre e, como é do conhecimento geral, o mar, quando chove, não aumenta de muito! A eterna estação da privação, em terras do Sul do Globo em Vias de Desenvolvimento, encontrou recentemente uma outra gralha no calendário: os meses secos adormeceram-se no exercício de vaguear por ali e esqueceram-se de partir, gerando a maior seca de que há memória nos últimos 60 anos na região do Corno de África. A fome revisitou, saudosa, terras e pessoas de rostos familiares e instalou-se de armas e bagagens. Moçambique, um dos países onde a Helpo desenvolve a sua actividade, estende-se por um território de 2.801.000Km2, conhecendo uma diversidade tal que na sua dimensão guarda espaço para vários flagelos. No vale e a sul do Rio Zambeze, encontram-se as terras de cheia, que anualmente na estação das chuvas, e no caso da sua ferocidade não se superar alcançando o extraordinário, dão azo a destruição, milhares de desalojados e surtos de cólera e malária. A norte do Rio Zambeze, as terras de seca, onde chegam sinais do enorme deserto de fogo que tem o seu epicentro na Somália e espalha os seus braços de polvo por um território imenso.

A última estação das chuvas, nas províncias do Norte de Moçambique onde a Helpo intervém, passou levemente, sem a força que usualmente se lhe conhece, sem agraciar as muitas machambas destinadas à sobrevivência das famílias com o essencial para a sua frutificação. A uma carência estrutural, vem somar-se um martírio circunstancial e para amenizar esta penosa estação, milhões de pessoas dependem exclusivamente de uma trégua do tempo e da disponibilidade de quem, deste lado do mundo, possa prestar-lhes auxílio. Na prática, nas comunidades onde a Helpo opera, a falta de água das chuvas faz com que os poços sequem mais cedo, a partir do mês de Setembro; com que seja gradualmente mais difícil manter as crianças na escola a partir deste mesmo mês, em que começam a trabalhar-se as machambas e o apoio aos pais nesta tarefa se torna mais necessário do que nunca; com que as crianças que continuam a frequentar as aulas, caminhem vários quilómetros para chegar à escola sem “matabichar”, o que faz com que dispersem muitos antes do final das horas lectivas, em busca de comida que possam encontrar regressando a casa. Em última análise, esta situação originará êxodos por parte da população, que frequentemente se desloca em busca de terras mais férteis e, logo, de melhores condições de vida. A Helpo tem como responsabilidade e compromisso o apoio a estas comunidades e apenas através do empenho dos seus padrinhos nos é possível continuar a acompanhar as crianças que se encontram nesse canto do mundo e que, nesta estação em particular, exigem mais das nossas capacidades, força de vontade e resistência. Neste encontro de estações, muitos dos nossos padrinhos e madrinhas vêem o seu poder de consumo e nível de vida reduzidos, mas nem por isso reduzem a perseverança com que procuram aumentar as possibilidades de sobrevivência de milhares de crianças desprotegidas. Bem hajam!


MOÇAMBIQUE

fotoreportagem:

teacane já pode festejar. Nampula, Carlos Almeida

Foram finalmente inauguradas as três salas de aula da EPC de Teacane, em Nampula, após mais de um ano de obra. A construção foi levada a cabo em parceria com os Missionários de S. João Baptista e a comunidade de Teacane, tendo sido a inauguração no dia 12 de Setembro. A obra sofreu atrasos devido ao elevado preço do cimento e à falta de ferro na cidade, o que fez com que a festa ainda fosse mais celebrada. A Helpo preparou almoço para 650 pessoas, contemplando todos os alunos da escola e os membros da comunidade que trabalharam na obra. A festa foi de arromba e contou com a presença da Representante de Estado, Felicidade Costa, a Directora Provincial de Educação e Cultura, Páscoa Azevedo, o Vereador da Educação do Conselho Municipal, Soca, a Coordenadora Geral da Helpo, Joana Clemente, para além dos líderes da comunidade. A Comunidade de Teacane foi das primeiras a receber o apoio da Helpo em Nampula e, embora não tivessem sido esquecidos nos discursos, apenas faltou a presença dos nossos padrinhos e amigos para que a festa tivesse sido completa. Estamos todos de parabéns!

Alunos na antiga sala de aula, com as novas salas de aula a espreitar do fundo.

FICHA TÉCNICA Zona de acção - Comunidade de Teacane, Distrito de Nampula cidade, Província de Nampula, Moçambique. Nº de beneficiários - 51o alunos, distribuidos da 1ª à 7ª classe. Custos do projecto - 22.256,41euros. Data da inauguração - 12 de Setembro de 2011.

Interior de uma das três salas de aula, equipadas com secretárias e quadro.


Antes da festa começar, os líderes pedem aos espíritos permissão e bons augúrios para as novas salas de aula.

A Helpo ofereceu os alimentos para a festa e as mamãs e professoras ajudaram na confecção.

Crianças e convidados assistem a um dos vários momentos de música e dança proporcionados na inauguração.

As novas salas de aula.

Representante do Estado, Felicidade Costa , presenteada pela comunidade com um galo.

Alegria das crianças no final do dia da inauguração.


MOÇAMBIQUE

a chegada de um contentor recheado de sonhos. Nampula, Tiago Coucelo

F

oi no passado dia 6 de Julho que chegou o tão ansiado momento por toda a equipa Helpo que trabalha em Moçambique: o contentor recheado de produtos atingiu o ponto final de uma rota bastante longa. Foi o culminar de um processo que teve várias etapas: campanha de recolha de todo o material pelo escritório em Cascais, o carregamento no contentor e, finalmente, o percurso efectuado por vários oceanos e países. A chegada do contentor à nossa sede em Nampula foi um pouco atribulada, nada que a equipa Helpo não esteja habituada a resolver. O condutor do camião não queria descarregar o contentor no lugar por nós indicado. Mas como é habitual, com um pouco de conversa e diplomacia, tudo se resolveu da melhor maneira. O abrir do contentor foi um momento marcante. As caras de todos nós ao ver-

mos a enorme quantidade de caixas denotavam uma curiosidade que se manteve por várias horas. A equipa por nós seleccionada começou assim nessa manhã o longo dia de trabalho que já se esperava. Tudo foi feito com um sorriso nos lábios, pois já imaginávamos a alegria que todo este material iria provocar nas nossas comunidades de Nampula e Cabo Delgado. Acabada a fase de descarregar o contentor, começou a fase de conferir todo o material. Toda a nossa equipa mostrava um entusiasmo contagiante ao ver tudo o que tinha sido recolhido em Cascais e enviado no contentor - livros, cadernos, lápis, canetas, afias, borrachas, tesouras, material de colorir, mochilas, pastas Helpo, jogos didácticos, prendas de padrinhos, escovas e pastas de dentes, mantas, peças diversas de vestuário, material de higiene e farmácia e brinquedos. Resta dizer que foi um dia excelente, pleno de alegria para todos nós que trabalhamos para e com a Helpo. Começa agora outra fase do nosso trabalho aqui em Moçambique. Fase essa que nos dá um prazer especial, pois vai ser através dela que vamos fazer todas as distribuições nas nossas comunidades. Com a essencial colaboração das nossas voluntárias, Ondina Giga e Joana Ferrari, começamos a separar todo o material escolar destinado às nossas crianças. Parece-me importante referir qual a composição do kit escolar que oferecemos às crianças. Temos dois tipos de kits: o da

primeira e segunda classe, e o da terceira e quarta classe. O primeiro é composto por uma pasta Helpo, um caderno, um lápis, um afia e uma borracha. O segundo é composto por uma pasta Helpo, um caderno e uma esferográfica. Estas distribuições estão a ser efectuadas em todas as comunidades por nós apoiadas. A quantidade entregue depende do número total de crianças da escola e o seu grau de necessidade; em média entregamos cerca de 350 kits por comunidade escolar. É um trabalho que está a ser realizado nos meses de Agosto e Setembro, uma vez que as aulas recomeçaram no dia 8 de Agosto. O nosso objectivo é distribuir cerca de 6000 kits escolares pelas comunidades por nós apoiadas em Nampula e Cabo Delgado. Com este tipo de iniciativas esperamos contribuir para a permanência das crianças na escola e para uma melhoria da qualidade de aprendizagem. Também as prendas enviadas são importantes para o nosso trabalho. Acredito que com estas ofertas dos nossos padrinhos, as crianças possam permanecer mais tempo na escola. Em inúmeras ocasiões, os professores e directores das escolas tiveram oportunidade de me dizer que estas distribuições e ofertas de prendas tinham contribuído para uma maior regularidade e assiduidade dos alunos nas salas de aulas. Após as visitas tinham concluído que mais crianças permaneciam na escola e mesmo algumas


Ficha Técnica Actividade: Envio de um contentor de 20 pés de Lisboa para o porto de Nacala (Moçambique). Duração do envio: 68 dias. Custo do envio: 4.329,00 euros. Principais bens enviados: Sacos Helpo, cadernos, esferográficas, lápis de carvão, borrachas, afias, lápis e canetas de colorir, plasticinas, jogos e material didáctico diverso, livros, mantas do tipo polar, escovas e pastas dos dentes. Beneficiários: Alunos das escolas e escolinhas apadrinhadas pela Helpo, nas províncias de Nampula e Cabo Delgado.

desistentes tinham regressado, visto quererem ser contempladas com estas ofertas de material escolar. Os livros são uma parte essencial do nosso trabalho aqui em Moçambique. Pretendemos desde o início desenvolver hábitos de leitura nas crianças. Estamos empenhados em disponibilizar livros a todas as crianças, mesmo as de locais mais isolados e remotos. Todas as nossas escolas possuem uma biblioteca escolar entregue pela Helpo, várias bibliotecas provinciais têm recebido os nossos livros, missões e comunidades religiosas também têm merecido o nosso apoio. Sendo assim, este recente envio vai permitir-nos continuar a desenvolver este meritório trabalho na massificação dos hábitos de leitura nas crianças

moçambicanas. As pastas e escovas de dentes enviadas neste contentor vão servir como base de uma importante colaboração que esperamos ter com a Unilúrio – Universidade de Saúde que está sedeada em Nampula. Temos estabelecido vários contactos com turmas na área da medicina dentária, com vista a educar as nossas crianças para a importância de escovar os dentes. Já no passado dia 1 de Junho, Dia Internacional da Criança, uma turma de futuros dentistas moçambicanos realizou com a colaboração da Helpo, uma sessão educativa onde indicavam todos os benefícios decorrentes duma efectiva lavagem dos dentes. É difícil expressar por palavras a alegria

decorrente da chegada de todos estes artigos. Relativamente às mantas enviadas, serão entregues nas nossas comunidades de Murrupula (3 escolinhas e 2 escolas). Estas comunidades são bastante isoladas e têm carências extremas. Na época de frio (Maio, Junho e Julho) organizamos estas distribuições que visam atenuar o frio que as crianças e suas famílias sentem, e talvez com isso evitar algumas doenças decorrentes desse facto. O olhar das crianças e dos seus pais ao receberem estas ofertas compensam todo o cansaço decorrente do descarregamento do contentor. Em conclusão, a chegada do contentor recheado de produtos foi e é, sem dúvida, um momento marcante para toda a nossa equipa Helpo.


SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

reabilitar para o desenvolvimento. São Tomé, Flora Torres

U

ma imagem vale mais que mil palavras, costuma-se dizer. Mas por vezes são precisas mil imagens para traduzir uma palavra só: Desenvolvimento. Essas mil imagens são constituídas por um mosaico de acções, pequenas ou grandes, que juntas formam a mesma nota e caminham no mesmo sentido. O Desenvolvimento começa também por criar o ambiente propício à sua concretização, pequenos passos que, dados em conjunto, levam a grandes transformações. Santa Catarina encontra-se na zona nor-

te da ilha de São Tomé. Localidade final, onde a estrada acaba, interrompida por uma ponte quebrada e sinais de uma antiga estrada que ligava o norte ao sul da ilha. Essa mesma estrada que nos liga da capital à comunidade é como um absoluto postal... Caminho à beira mar por vezes tão agitado que quase abraça a estrada, ora calmo e sereno com os coqueiros a perder de vista com o horizonte. Chegados à comunidade, percebemos imediatamente a sua ligação ao mar e a tudo que dele provém. As pequenas casas aglomeram-se frente à praia, cada uma com

a sua canoa e cozinha improvisada por debaixo das estacas. As crianças brincam no mar, dando mergulhos e pescando “à linha” enquanto aguardam a chegada dos barcos. A paisagem é cinzenta, não só por estar maioritariamente sob chuva num microclima muito próprio, mas também por se encontrar numa zona rochosa sem a habitual flora da ilha. O isolamento é grande, aumentado pelas constantes derrocadas provocadas pelo mau tempo que fecham a estrada por dias a fio, pela constante ausência de luz eléctrica e também pelas teleco-


municações inconstantes. Mas apesar da distância, a vila tem duas ligações por dia de “hiace” (transporte particular com uso público) à cidade de São Tomé e à cidade de Neves. Muitos dos habitantes locais aproveitam esta ligação para ir vender o peixe, ou a “apanha” do dia aos mercados das cidades, na tentativa de gerar algum rendimento extra para as famílias. Uma comunidade essencialmente piscatória e com muitos problemas de emprego. Aqui, trabalhamos com duas comunidades escolares: a creche “Arca de Noé” e a Escola Primária. As necessidades são muitas e de várias ordens, e procuramos estar atentos às prioridades de cada situação que nos apresentam. No “nosso mosaico”, a creche de Santa Catarina é uma estrutura relativamente grande. Tem 3 salas, uma cozinha, uma latrina e um pequeno espaço exterior onde se encontram os baloiços e escorregas fornecidos pela Helpo. O Director apresentou-nos a sua grande preocupação, que para nós já era evidente e necessitava de intervenção urgente: chovia dentro da creche, situação que se agrava quando a chuva é diária e intensa, como acontece com frequência em Santa Catarina. Este ano ocorreram várias tempestades, mais do que habitualmente acontece, que deterioraram em muito o telhado do edifício, abrindo fissuras em várias zonas. No lugar onde deveriam estar mesas e cadeiras povoadas com meninos a pintar e brincar, pequenos baldes e alguidares aglomeravam-se em vários pontos, gotejando e tornando o ambiente ainda mais húmido e pouco salutar para as crianças. As madeiras apodreciam, debilitando a estrutura interna do espaço e as paredes começavam a levantar a tinta e a ganhar bolor. A intervenção foi rápida: renovar o telhado para resolver o problema das infiltrações constantes. A

obra começou a ser feita no início da “gravana” (meses de Junho, Julho e Agosto), época seca em São Tomé e mais propícia à realização da empreitada, com o apoio da comunidade e da direcção da creche que, em esforço conjunto, retiraram as placas com fissuras e as substituíram pelas novas fornecidas pela Helpo. Não foi de todo uma obra simples, pois o acesso ao telhado em condições de segurança era essencial, e tivemos de pensar como o poderíamos fazer, recorrendo apenas aos recursos locais. Optou-se por usar escadas e andaimes e com muito cuidado foram-se substituindo as placas de rosalite uma a uma. Primeiro problema resolvido!

“O Desenvolvimento começa também por criar o ambiente propício à sua concretização” Seguiu-se outra preocupação relativa à creche, que se prendia com as latrinas que a servem: o seu estado era tão precário que há muito deixaram de ser usadas. O chão encontrava-se esburacado e irregular, e estavam divididas por madeira que já apodrecia com a humidade provocada pelas infiltrações do telhado. As condições de higiene ou privacidade eram muito reduzidas. Aqui a solução foi cimentar toda a estrutura, retirando todas as madeiras, substituindo-as por muros de cimento e levantando três divisórias dentro da latrina. Encontram-se agora com as condições necessárias para o uso de todas as crian-

ças que frequentam a creche. Também a cozinha apresentava várias lacunas. A parede exterior apresentava fendas e buracos e o chão encontrava-se irregular, em claro estado de degradação. Não existia um local próprio para a preparação e confecção dos alimentos, nem tão pouco um lugar onde guardar os inúmeros pratos e panelas da creche. A solução aqui foi reparar todas as fissuras, alisar o pavimento e construir uma bancada de trabalho que, para além de guardar todos os materiais da cantina, fornece também funcionalidade ao espaço, permitindo a confecção dos alimentos de uma forma higiénica. Por fim, todas as zonas de intervenção foram pintadas e encontramo-nos neste momento a finalizar a pintura exterior da creche, imprimindo cor e alegria para o início do ano lectivo que já está a começar! Os pequenos grandes passos proporcionam condições para que os trabalhos desenvolvidos dentro das comunidades escolares aconteçam em condições dignas. Neste caso, foi a reabilitação de um espaço antigo, com todas as vicissitudes que o tempo lhe causa. O resultado nunca é tão satisfatório como uma construção de raiz, onde podemos controlar todas as variáveis, mas aqui usamos as vantagens do espaço já existente a nosso favor e fazemos o melhor que ele nos proporciona. Com o melhoramento da infraestrutura escolar, as crianças encontram um espaço aprazível e confortável, propício para poderem brincar e realizar a sua aprendizagem, condição também essencial para o seu desenvolvimento cognitivo, factor fundamental para o seu futuro. Os professores, por seu lado, obtêm condições necessárias ao progresso do seu trabalho. As mil imagens que criam um mosaico encontram-se aqui espelhadas para contribuir, na nossa perspectiva, para o Desenvolvimento.

Ficha Técnica Zona de acção: Vila de Santa Catarina, distrito de Lembá, São Tomé e Príncipe. Valor Total da Obra: 854,55 Euros. Número total de crianças beneficiadas: 180 crianças. Material utilizado: Placas de rosalite, blocos de cimento, vigas de madeira, cimento, tintas e diluentes. Data da intervenção - Junho/Julho/Agosto 2011. Participantes - Professores e comissão de Pais.


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PORTUGAL

hoje é o dia! Cascais, Joana Lopes Clemente

A Ideia E se um dia pudéssemos correr todos na mesma direcção? Em direcção ao que acreditamos ser justo, equilibrado, (mais humano)? Se a simples força da nossa vontade, convertida em percurso simbólico, pudesse chamar a atenção, gerar um movimento muito maior do que uma ideia, e transformar coisas simples, que residem dentro de nós, em forças motrizes capazes de concretizar? Alguém dizia que, todos os dias, num dado momento do dia, nos é dada uma oportunidade para transformar as nossas vidas, para revolucionar o nosso universo, para revolver o nosso “sótão”, virar do avesso prioridades, formas, cores, enfim, o pacote que encerra a forma dos nossos dias. Todos os dias há uma janela, um vislumbre, uma fresta por onde podemos enveredar para dar uma volta completa à órbita dos nossos sonhos mais antigos e (re)colocá-los no topo de todas as folhas do nosso bloco de notas, recheado de check lists onde, invariavelmente, os minutos que sucedem nos relógios foram remetendo prioridades para notas de rodapé. Porque será então que esses rasgões no meio das horas passam despercebidos ou são deliberadamente ignorados? Será que “todos os dias” são oportunidades em demasia? Oportunidades também de adiamento das urgências? Deixas para remetê-las sempre para amanhã? Foi a pensar no nosso incomensurável talento para manter as ideias nos seus compartimentos limitados que a Helpo pensou na possibilidade de marcar, em todos os calendários, anuários, agendas, que de todos iguais se convertem em espelhos de nós, do que queremos e do-que-não-queremos-mas-tem-que-ser, do que perspectivámos, do que planeámos e do que

efectivamente fizemos, um dia em que se transformam não apenas as nossas vidas, mas as vidas de milhares de pessoas. Dia 17 de Outubro assinala-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Esse dia, com direito a referência em agendas e calendários, fruto da elevada consciência humanística das grandes Organizações internacionais que reservam conferências, dias, semanas e anos inteiros até, a temas específicos, é um dia que não merece ser apenas mais um. A esse dia, dia de pensar, de reflectir, de observar o mundo à nossa volta, a Helpo decidiu somar mais um: um dia de agir.

O Objectivo Reserva-se assim o dia 16 de Outubro para nos insurgirmos contra a fome, a falta de acesso à escolaridade, à água potável, a cuidados de saúde, e à perspectiva de um futuro que rompa um ciclo perpetuado pela pobreza. Reserva-se um dia, constrói-se uma ideia conjunta, concretiza-se um objectivo comum; a Helpo decidiu criar um espaço onde se dá corpo à vontade, de todos e de cada um, em erradicar a pobreza! Um espaço não: cinco espaços. Cascais, Gaia, Nampula, Pemba e São Tomé são as cinco cidades que, dia 16 de Outubro, vão correr contra a pobreza e integrar um movimento de solidariedade Internacional totalmente transversal. São cinco os pontos do Globo onde a Helpo está presente de forma permanente e onde agrupará todos os seus padrinhos, amigos e simpatizantes da causa, e ao mesmo tempo beneficiários dos projectos que cada um de nós permite construir, ganhar forma e produzir resultados concretos. O propósito é dar ao nosso mundo, ao de todos nós e ao de cada um, um rosto

(mais) humano. É levantarmo-nos contra as carências profundas e condições indignas em que vive a esmagadora maioria da população mundial. O mundo engole em si uma diversidade espantosa, que está presente em tudo. A pobreza não é excepção. As cores de que se reveste aqui, ao nosso lado, são altamente contrastantes com aquelas que conhecemos além-fronteiras. No entanto, também o são os horizontes de quem a sofre; pelo que, para quem a experiencia, não deixa de ser uma vivência dramática. Com esta iniciativa, pretendemos criar um movimento global, possível, necessário que chama a atenção da comunidade internacional não apenas para um problema mas para a urgência em criar soluções. Mais, para a urgência em participar dessas mesmas soluções. Para o fazer, basta caminhar, basta correr, basta aparecer no dia e hora marcados, numa das cinco cidades que vai ter o olhar especialmente debruçado sobre a luta mais nobre de todas: a luta pela sobrevivência, pela dignidade da vida humana e do direito à mesma!

O Resultado Os apoios recolhidos a propósito desta iniciativa têm um destino: as cidades Portuguesas que também participarão na corrida; torna-se assim possível expandir a intervenção da Helpo a Portugal e olhar para outros rostos da pobreza. Fazer com que a população participe de forma directa, na resolução das problemáticas daqueles que lhe são próximos, vizinhos, concidadãos. E, sobretudo passar a ideia de que em cada um dos nossos dias, reside uma oportunidade para agirmos, para nos tornarmos parte da solução, e que em cada um de nós há um motor capaz de concretizar.


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PORTUGAL

o nosso novo Norte. Porto, Ana Luísa Machado

N

o final de quatro anos de história(s) e de intervenção no terreno, a Helpo ganhou maturidade para se expandir, não só no exterior, em Moçambique e São Tomé, mas cá dentro das nossas fronteiras. Atendendo ao apelo constante dos nossos padrinhos e amigos no Norte, surgiu a possibilidade de abrir uma delegação na zona do Porto. Depois de quase completados três anos de integração na família Helpo e de trabalho no terreno, fui convidada para abraçar mais este desafio e criar um escritório que pudesse estar em contacto com todos os nossos amigos do Norte do País. Ainda não temos um espaço aberto a todos aqueles que nos queiram visitar. No entanto, temos tido o apoio incansável da FNAJ (Federação Nacional das Associações Juvenis) que nos tem cedido uma sala na sua sede sempre que é por nós solicitada. Pensamos que numa fase inicial, de implementação, não se justifica o arrendamento de um espaço, pelo que celebraremos um protocolo com aquela instituição e partilharemos uma estrutura, no centro da cidade do Porto, apta a dar este tipo de respostas a Associações como a nossa. Isto significa uma poupança significativa, não só com recursos humanos, mas, também de consumíveis, bem como água, energia, internet… Em breve estaremos abertos a receber todos os nossos amigos e padrinhos em local e horários que oportunamente serão comunicados. Esta proximidade permitirá, a todos aqueles que sentem a distância como um entrave, um maior contacto com os colaboradores da Helpo e com todos os nossos projectos. Permitirá, também, o depósito, na nossa delegação, de presentes e correspondência para as crianças e os afilhados em Moçambique ou S. Tomé. Pensamos que o facto de estarmos mais dispersos no território nacional facilitará uma maior recolha de géneros para distribuição livre e adesão a campanhas específicas de angariação. Prevemos, ainda, uma componente de formação na área do voluntariado internacional. Temos o objectivo de fazer workshops, destinados a crianças, adolescentes e adultos, com temas oportunos em função das dificuldades que vamos percebendo existirem e/ou que nos forem apresentadas. É nosso objectivo estabelecer parcerias com algumas Faculdades que formam profissionais nas nossas áreas de intervenção, no sentido de proporcionar aos jovens recém-licenciados ou em fase de estágio, experiências profissionais nas suas áreas de formação. Para já, a Helpo está “no terreno” a perceber quais as dificuldades existentes nas famílias e Instituições portuguesas.




Quando cheguei, depois de, sensivelmente, três anos de ausência da realidade concreta do nosso País, comecei a perceber que havia uma pobreza emergente. Pobreza de quem antes não passava dificuldades, mas que agora não tem dinheiro para pagar as suas contas ou, sequer, para comer. Quando me apresentava como representante da Helpo na zona Norte, as palavras que mais ouvia eram de esperança em mais uma mão amiga que vinha para ajudar. Foi em conversas destas que descobrimos a “Casa do Estudante” da “Obra do Frei Gil”, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que acolhe 35 crianças, entre os 4 e os 18 anos. Todas estas crianças chegam a este espaço de acolhimento através do tribunal ou da Segurança Social e todas elas estão referenciadas como vítimas de algum tipo de violência como maus tratos ou negligência por parte dos progenitores ou tutores. Como o Centro funciona em regime de internato, conta com a colaboração de 22 funcionários. Conta, também, com a dedicação totalmente gratuita de um Médico que se encontra disponível para qualquer emergência, a qualquer hora do dia ou noite, uma Terapeuta da fala que, apesar de viver em Lisboa, se desloca ao Porto uma vez por semana para ajudar estas crianças, e uma Psicóloga. Apesar de toda esta boa vontade, a Obra do Frei Gil está a passar por tremendas dificuldades económicas, o que os impossibilita de dar a resposta que desejariam a todas as crianças que acolhem e que fazem daquele Centro a sua família e o seu lar. Felizmente há Instituições que fornecem regularmente os bens alimentares básicos, como a massa, arroz, óleo e alguns legumes, mas não há doações de lacticínios como iogurtes nem tão pouco carne ou peixe. Estes são “luxos” nem sempre disponíveis, apesar de haver um cuidado permanente e constante com a qualidade da dieta alimentar de todas as crianças. Neste momento a Helpo está a tentar assegurar de forma regular e continua géneros como carne, peixe, leite e iogurtes. Entretanto, estamos em condições de oferecer uma primeira ajuda que consta de pastas e mochilas, material didáctico e escolar, vestuário, calçado e produtos de higiene pessoal.

Um outro Centro a passar por dificuldades tremendas fica na freguesia de Miragaia, uma das mais carenciadas da cidade do Porto. Estou a falar do Centro Social e Paroquial de Miragaia. Nesta instituição funciona uma creche, um espaço pré-escolar, um ATL, um centro de apoio parental e um centro de dia com apoio domiciliário. Na vertente da criança, existe um berçário que acolhe 8 bebés, 35 meninos entre 1 e 3 anos, 25 alunos do pré-escolar e 24 que frequentam diariamente o ATL, no total de 92 crianças. Cada criança paga uma média de 60,00 € mensais, o que não é suficiente, sequer, para pagar as retribuições dos dez funcionários. Acresce que, de há meio ano a esta parte, uma percentagem significativa dos encarregados de educação deixou de pagar as mensalidades por falta de orçamento; começaram a substituir os produtos de higiene das crianças por outros mais baratos, sendo que, em alguns casos, os suprimiram. Os auxiliares e educadores começaram, também, a perceber que à segunda-feira as crianças chegavam abatidas e que comiam desesperadamente tudo o que lhes era apresentado. A Helpo foi alertada para o facto de, actualmente, algumas destas crianças estarem a sofrer grandes restrições alimentares durante o fim-de-semana. Se é certo que já existe uma canalização regular de bens alimentares básicos para esta instituição, tal como na Obra do Frei Gil, o problema coloca-se com os frescos, lacticínios, carne e peixe. Também aqui temos o objectivo de assegurar uma regularidade de acesso a estes bens. Para além disto, o espaço está bastante degradado e o mobiliário e brinquedos já obsoletos, pelo que vamos oferecer novos brinquedos e jogos didácticos, bem como novo mobiliário e uma pintura geral nas salas e casas de banho que foram invadidas pelo mofo e caruncho. Para isso, contamos com a mão amiga de empresas de tintas e de armazéns de mobiliário, bricolage e decoração. Contamos, também, com todos aqueles que nos queiram conhecer, e que se queiram dar a conhecer, mas, acima de tudo, que queiram “arregaçar as mangas e porem-se a trabalhar”, a passar um fim-de-semana diferente e divertido, a pintar as paredes que recebem todos os dias os sorrisos destas crianças. Este é um repto que todos os nortenhos terão de aceitar para mostrar a força da Helpo neste canto de Portugal.

“Em breve estaremos abertos a receber todos os nossos amigos e padrinhos em local e horários a comunicar ”




PORTUGAL

nova etapa. Cascais, Caroline Staedtler

A

pós a sua instalação na nova sede e depois de “sentir” o Bairro, a Helpo está preparada para alargar a sua intervenção no terreno nacional, sempre na linha que define o seu trabalho – in loco, junto dos que mais precisam e lado a lado com os habitantes. O levantamento de necessidades do Bairro surgiu naturalmente através da implementação do Projecto Veki na Escola EB1 Manuel Gaião, onde os Professores ainda são próximos dos alunos, onde estes se preocupam com as vidas dos seus pequenos discípulos, mesmo fora da sala de aula. Muita informação importante nos chegou através deles e dos miúdos. Andámos pelas ruas do Bairro e ouvimos os pedidos dos que o habitam e, juntando esta informação à que já tínhamos recebido da Escola, a Helpo foi capaz de fazer um diagnóstico e desenvolver um projecto de intervenção no Bairro das Fontainhas. Com o seu projecto, a Helpo vai chegar a mais população, pois a Escola EB1 Manuel Gaião e a Escola Secundária de Alvide, que são as Escolas com as quais a Helpo tem uma relação próxima no Bairro, recebe alunos dos Bairros das Fontainhas, Irene e Abuxarda. Os principais problemas identificados no Bairro são as famílias desestruturadas, o desemprego, o envelhecimento da população, a falta de atenção às crianças por parte dos pais por não terem tempo ou por negligência, a ausência de actividades lúdicas e tempo de qualidade para as crianças, a dificuldade de aprendizagem devido às poucas horas de sono que as crianças têm (por estarem acordadas até tarde por fazerem trabalhos de casa apenas quando os pais chegam do trabalho), alimentação deficiente, oscilação da frequência escolar, e o facto das crianças ficarem com os avós enquanto os pais trabalham ainda que estes não tenham capacidade de os ocupar e, por último, a toxicodependência. O que fazer perante estas dificuldades? Proporcionar às crianças um espaço onde podem ser crianças e ainda receberem algumas ferramentas necessárias para crescerem de forma saudável, aumentarem as suas capacidades sociais, relacionais, cognitivas e desta forma talvez evitarmos que alguns deles enveredem por caminhos não desejáveis. Um projecto ambicioso? Sem dúvida que é, mas são estas as ambições que nos movem e que são necessárias para fazer a diferença na vida de quem esteja aberto para nos receber. Como é prática da Helpo, também neste projecto achamos oportuno envolver quem está no Bairro ao pedir ajuda, apoio e um olhar atento sobre o pouco que é necessário dar para fazer a diferença. Por vezes a ajuda necessária está próxima e visível. Neste caso, a ajuda caiu literalmente do céu: o Padre Nuno Coelho

recebeu-nos na igreja das Fontainhas (pertencente à Paróquia de Cascais) e disponibilizou-nos as salas do Edifício anexo à mesma. O projecto terá início em Outubro, a par do arranque das aulas, e será um espaço dirigido a crianças e jovens onde, 4 vezes por semana entre as 17.30 às 19.00 horas, os jovens têm acesso a estudo acompanhado e actividades lúdicas (Expressão Dramática, Educação pela Arte, Dança etc.) que estimulem as suas capacidades emocionais, sociais e relacionais. A Helpo contará com a ajuda dos seus voluntários que garantem a continuidade da frequência semanal, assim como Workshops pontuais. O facto de as crianças terem acesso ao estudo acompanhado irá ter repercussões directas e positivas nas vidas deles, ao fazerem os trabalhos de casa com regularidade, poderem tirar dúvidas com um adulto, criarem um método de estudo e terem mais tempo livre quando chegarem a casa para brincar – tudo isto contribuirá para um desenvolvimento mais saudável. Uma das salas será equipada com 8 computadores doados pela HP e que servirá como meio dos alunos poderem consultar e pesquisar, sempre na presença de um adulto, informação que possa ser útil para trabalhos que tenham de desenvolver para a Escola. As restantes actividades lúdicas serão atractivas para os jovens e terão a mais-valia de trabalharem sobre aspectos fundamentais para um crescimento e desenvolvimento adequado – o aumento de auto-estima, capacitação e estímulo de competências, criação de regras e limites, gestão de conflito, trabalho em grupo etc. Para além das actividades semanais, irá ser criado um grupo uma vez por mês, onde serão abordadas algumas questões activas e problemáticas dos jovens. Será um grupo de partilha, de encontro de respostas e de descobertas. Temos a certeza de que, através do trabalho com as crianças, os pais também irão solicitar respostas às suas necessidades, pelo que está no plano da Helpo também disponibilizar espaços de partilha para os adultos através de atendimentos individuais e Workshops. Muito há por fazer e finalmente todas as condições se reuniram para que a Helpo solidificasse cada vez mais a sua presença em Portugal – queremos estar cada vez mais perto dos que nos rodeiam e fazer a diferença na nossa comunidade. De uma coisa temos a certeza - a vida de muitas crianças por cá, também será tocada pela presença da Helpo!

Se ficou entusiasmado com este projecto e deseja participar como voluntário ao acompanhar as crianças nos estudos ou ao leccionar um Workshop de alguma actividade lúdica, por favor envie-nos um e-mail para carolinestaedtler@helpo.pt.


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as entrelinhas, os entretantos, os através. Nampula, Joana Lopes Clemente

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anais que permitem ligar ferramentas a concretizações. Uma viatura, um terreno, um contentor. Varinhas mágicas que transportam os sonhos para a realidade. Porventura menos palpáveis, menos óbvias que as concretizações em si, menos resplandecentes nas fotografias, mas condição absoluta para que elas aconteçam! Um técnico no terreno traz na bagagem uma viagem de avião, um visto de entrada, uma autorização de residência e de trabalho. Uma escola materializada em três espaçosas salas de aula, devidamente equipadas e apoiadas pelo bloco administrativo, envolve na sua História a viatura, as inspecções, o seguro, a manutenção e o gasóleo. O pneu que, cansado, ficou pelo caminho e pediu baixa, o seu substituto, as licenças de construção. Uma multidão de pastas laranja carregadas a tiracolo, ladeando as estradas nas imediações das escolas, protegendo o material escolar e o entusiasmo que as crianças nelas depositam, escondem o trajecto por mar, de um contentor anónimo, que durante 68 dias percorreu dois mares, visitou portos, passou alfândegas, carimbou documentos, coleccionou inspecções e taxas e finalmente, conheceu transporte para terra onde alcançou o armazém de destino. Um ateliê de ocupação de crianças, um espaço recheado de conteúdo dirigido à infância, à juventude, contrariando as soluções habituais, os caminhos frequentemente oferecidos e à mão de

semear: o tráfico de droga, o consumo, a prostituição infantil. A oferta dessa alternativa, o vislumbre de outros percursos, tudo isso é construído e encerrado numa estrutura; um edifício que se ergue num terreno, que se oficializa numa escritura. A Agenda Helpo já permitiu, no passado, a construção de um furo de água em profundidade (2008), a aquisição de uma viatura de trabalho para São Tomé e Príncipe e a aquisição de um gerador para o escritório de São Tomé e Príncipe (2010), a aquisição de um terreno para a construção de um centro de dia para crianças e jovens em risco e o envio de um contentor de 20 pés carregado de livros, produtos de higiene, mantas tipo polar e material escolar para Moçambique (2011). No ano de 2012 queremos continuar a apostar nas pessoas, a trabalhar em conjunto com as comunidades para permitir a sua sobrevivência com dignidade e esperança no futuro. Precisamos, para isso, de suportar os através, de trabalhar nos entretantos e de preencher a poesia dos dias escrevendo nas entrelinhas. Porque não há concretização sem História, sem passos prévios, sem estruturas sólidas que estejam presentes no dia-a-dia, junto de quem delas precisa. A Agenda Helpo 2012 vai permitir-nos estes passos tão necessários para o percurso como o derradeiro, o que corta a meta de chegada. Marque na sua agenda o dia em que começará a mudar o mundo à sua volta. HOJE É O DIA!

Ao efectuar qualquer doação a partir de 5€*entre os dias 1 de Novembro de 2011 e 28 de Fevereiro de 2012 estará a contribuir activamente para a implementação de um projecto de microcrédito rotativo e geração de rendimento para famílias de acolhimento a crianças órfãs promovido pela Helpo em parceria com o Infantário (Orfanato) Provincial de Nampula. As referidas doações não incluem as contribuições feitas ao abrigo do programa de apadrinhamento de crianças à distância promovido pela Helpo nem os portes de envio das referidas agendas cujo custo de envio postal ascende a 1,32€ .


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MAIS MUNDO

vidas secas. Caxias, António Perez Metelo

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esde o passado mês de Julho que a ONU declarou o estado de emergência alimentar no Corno de África, devido à mais severa seca dos últimos 60 anos. O epicentro desta catástrofe humana, que atinge 13,3 milhões de seres humanos, situa-se no Centro e no Sul da Somália. A gravidade do alastrar da fome resulta do difícil acesso da ajuda humanitária a várias das seis regiões atingidas, devido à guerra civil que se prolonga naquele país há já 20 anos. Os organismos competentes das Nações Unidas, em conjugação com as previsões meteorológicas, já tinham lançado há meses o alarme para que se procurasse evitar o pior. Ninguém ligou! Em princípios de Setembro, a ONU alertou para a insuficiência do apoio que o Mundo estava a prestar a esta tragédia (cujo montante necessário a curto prazo foi calculado em 1 800 milhões de euros) e previu um agravamento das mortes diárias, que estão a ocorrer, se a seca se prolongar até ao fim do ano.

A ONU tem critérios bem precisos – todos eles terríveis – para decretar um estado de fome: no mínimo tem de haver 20% das famílias confrontadas com um estado de grave penúria alimentar, outros 30% devem estar a sofrer de grave má nutrição e a taxa diária de mortes deve ir além de 2 por cada 10 000 pessoas atingidas. Numa população somali afectada de 4 milhões, a contabilidade das vítimas até ao momento não andará longe das 65 mil; bastante mais, se tivermos em conta os efeitos da seca nos vizinhos Quénia, Uganda e Etiópia. Metade das vítimas mortais são crianças. Quanto a estas, a lei cruel da sobrevivência dos mais fortes tem tido uma aplicação macabra: entre as famílias somalis que, atravessando zonas desérticas, procuram chegar a campos de refugiados seguros (longe das pilhagens dos milicianos em guerra do seu país) no Quénia, há relatos de mães que se viram forçadas a dar o pouco que ainda podiam distribuir aos seus filhos mais robustos – com maior capacidade de sobrevivência – deixando morrer pelo caminho os mais débeis. É inacreditável que, num Mundo que esbanja riquezas a eito, em pleno século XXI, a Humanidade continue com as suas prioridades tão baralhadas! Para acudir à dívida soberana de três pais europeus, Grécia, Irlanda e Portugal, com os seus 25 milhões de habitantes, já se comprometeram 338 mil milhões de euros. Para evitar uma morte horrível, catastrófica numa população que é metade da dos três países citados, ainda não se mobilizou metade do dinheiro necessário – 1,8 mil milhões! Arrepia pensar que cada africano, fustigado por uma catástrofe natural de dimensão invulgar, não consiga sequer uma ajuda 150 vezes menor do que aquela que é mobilizada para cada europeu, alvo da ajuda financeira externa... É assim que as coisas estão: em cada dia que passa, mais de mil crianças mortas; com tendência a agravar-se à medida da extensão da seca até ao fim de 2011. Para o trabalho da Helpo, no Norte de Moçambique, está dado o alerta: as produções agrícolas vão ser mais escassas e vai espalhar-se a situação de má nutrição das populações, porventura também nas comunidades onde vivem os nossos afilhados. Nós, seguramente não viraremos a cara às situações de necessidade extrema que elas possam vir a enfrentar nos próximos meses!


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ESTÓRIAS

eu Helpo, eu recebo. Borba, Ondina Giga

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azer voluntariado tem tudo a ver com receber. Receber ensinamentos, amizade e bons momentos. Fazer voluntariado em Educação é receber sorrisos, carinho, gratidão. Até aqui nada de novo. A surpresa chega ao perceber que o voluntariado, no país pobre que é Moçambique, significa receber, de quem nada tem, tudo o que há para dar. É receber permissão para entrar no mundo descalço de uma criança pobre de 4 anos, quando ela nos puxa pela mão como quem segura o que de mais precioso tem. É receber o olhar dessa criança com aqueles olhos grandes que sorriem para nós. É receber todo o tipo de sorrisos, os tímidos, os malandros, os barulhentos, os que tiram o fôlego, os de contentamento, os de criança inocente que vêm acompanhados daquele encolher de ombros. Impossível largar a mão, deixar de olhar, deixar de sorrir ou deixar de fazer. Os meninos do Orfanato com nome de Infantário, em Nampula, andam descalços, vestem roupas rotas, tomam banho de balde, não têm pais, mães ou irmãos que os acolham, mas sabem transformar-se na família que acolhe quem lá vai. Lá, é fácil sentirmo-nos especiais. É fácil sentirmo-nos bem. Aliás, difícil só foi mesmo o perceber que lá a realidade do dia-a-dia é realmente dura e que, por mais que queiramos que o deixe de ser, continuará a sê-lo, por uma porção de tempo impossível de adivinhar. E no fim, difícil foi virar as costas. Porque até no fim houve receber, gentilmente entregue por essa realidade dura. Foi o receber de um almoço especial, diferente para mim e diferen-

te para quem todos os dias almoça no Infantário Provincial de Nampula. Foi um almoço grande, com tudo o que havia de melhor para pôr na mesa, “Porque só estamos realmente juntos quando partilhamos a refeição”, dizia a sábia Directora do Infantário. Houve música para dançar, houve discursos para chorar, houve bolo, sem ovos porque o dinheiro não chegou a tanto, houve cantigas de despedida, abraços, obrigados, houve uma capulana oferecida para garantir que a voluntária, mesmo na distante Europa, nunca deixe cair os meninos do Infantário, à semelhança do que acontece com aquelas mulheres: “Em África, por mais pequena que seja a capulana, uma mãe que carrega o filho ao colo nunca o deixa cair. E a Tia Ondina nunca pode deixar cair estes meninos”. As palavras são da Directora Pedagógica do Infantário. Depois, mais abraços, mais cantigas, palmas, saíram as lágrimas e o coração acelerou. Fez-se tarde, saí, eu e a capulana que carrega todos os meninos do Infantário, sem pesar. É verdade que estes pequenos humanos e as suas dádivas são o suficiente para sentirmos que valeu a pena. Outros houve, os grandes humanos, aqueles que me ensinaram, ajudaram, acompanharam, compreenderam e que são responsáveis por hoje responder, a quem me pergunta como correu a experiência de 6 meses em Moçambique “Sim, correu tudo bem. Foi extraordinário, perfeito, adorei o que fiz e adorei as pessoas. E tenho saudades.”. Obrigada pelo que me deram. Obrigada Tiago, obrigada Carlos, obrigada Infantário Provincial de Nampula, obrigada Helpo.


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QUEM HELPA?

apoiar em tempo de crise... Cascais, Sofia Nobre

Numa altura em que a conjuntura actual obriga a cada vez mais cortes nos gastos, as Instituições Sem Fins Lucrativos vêem aumentar a dificuldade de conseguir obter apoios junto das empresas. Por outro lado os pedidos de ajuda às Instituições aumentam, obrigando as Organizações a aumentar o leque do seu apoio. No caso da Helpo, e como pôde ler nos artigos de Portugal, iniciámos a nossa intervenção em território Nacional, procurando dar resposta aos problemas identificados no Bairro das Fontainhas, onde a Associação opera, assim como na zona Norte do país. Esta expansão leva as Organizações a solicitar cada vez mais o apoio das empresas, e se por um lado existem entidades que

ampliam o seu apoio porque o índice de pobreza se encontra a aumentar significativamente, por outro lado, existe quem tenha que cortar porque vê o seu negócio ou situação financeira piorar. E neste hula hoop da crise financeira, há quem continue a necessitar de bens e serviços de primeira necessidade a que se viu privado uma vida inteira, como água, alimentação, vestuário, educação, saúde… O apoio das empresas torna-se cada vez mais importante para chegar àqueles cuja pobreza não está camuflada. E é neste sentido que a Helpo continua a procurar empresas madrinhas que apoiem as nossas causas, felizmente tem-se cruzado com algumas que prestam um inestimável apoio…

“O apoio das empresas torna-se cada vez mais importante para chegar àqueles cuja pobreza não está camuflada ”

Contentores solidários… Graças ao apoio de particulares e empresas, a Helpo tem conseguido enviar regularmente os presentes e correspondência dos padrinhos para os seus afilhados para São Tomé e Príncipe, assim como material diverso para distribuição livre junto das crianças benificiárias dos programas de apoio da Helpo. O custo relacionado com o envio de bens para o terreno aumentou significativamente, obrigando a Helpo a tomar medidas a este nível, de forma a não prejudicar o apoio efectuado no terreno. A empresa CONSTEP, pela mão do Director da Empresa – Engº

António Trigueiros, apadrinhou o envio de bens para o terreno pela segunda vez no decorrer do ano de 2011, disponibilizando espaço nos contentores que enviou para São Tomé e Príncipe, assim como apoiando em todas as questões logísticas, de desalfandegamento e transporte do material até à sede da Helpo em São Tomé. Desta forma a Helpo conseguiu enviar não só os presentes dos padrinhos para os seus afilhados, como kits compostos por diversos materiais para distribuição geral às crianças benificiárias do apoio da Helpo neste país. O primeiro apoio disponibilizado pela CONSTEP possibilitou


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o envio de 26 volumes. Aos volumes estão associados kits individuais, a distribuir às crianças integradas no Programa de Apadrinhamento de Crianças à Distância da Associação, nos distritos de Lembá e Mé-Zóchi. Desta forma seguiram 476 kits compostos por: 1 saco Helpo, material escolar e material didáctico. O segundo contentor permitiu o envio de 112 kits individuais, compostos pelo mesmo material, e 112 kits de presentes de padrinhos para os seus afilhados. Sem o seu valioso apoio, não nos teria sido possível fazer chegar o material a tempo do início do ano lectivo e distribuir sorrisos pelas comunidades. A CONSTEP é uma empresa de Direito Santomense (com um escritório de representação em Lisboa) e tem a sua cota de responsabilidade pelo desenvolvimento de São Tomé. Existente desde 1986, foi responsável pelas obras de ampliação do Aeroporto, obras hidráulicas (captação e abastecimento de água às cidades da Trindade, São João dos Angolares e Vaz Sun Pinho), aproveitamento hidroeléctrico da ilha do Príncipe, construção da sede da Santa Casa da Misericórdia, construção da Fábrica de tratamento de cacau e café em Monte Café, entre outras empreitadas. Em nome das crianças beneficiárias dos nossos projectos, agradecemos uma vez mais o apoio efectuado pela CONSTEP e por todos os padrinhos e amigos que nos apoiam no envio de bens para o terreno.

Responsabilidade Social activa… A Fuga Perfeita é uma empresa de animação e turismo cultural, que se dedica essencialmente a 3 áreas de negócio: Turismo Cultural, Animação Temática e Outdoor. A sua maior diferenciação passa pela componente de customização da sua oferta às necessidades específicas dos seus Clientes, em particular, na componente de animação temática. Em 2011 nasceu uma nova área de negócio: a Responsabilidade Social. Porque a empresa acredita que precisam de tomar medidas que abranjam todos os sectores da nossa sociedade, criaram e propuseram actividades de Responsabilidade Social para que as empresas possam actuar nesse sentido, facultando acções que ajudem as empresas a serem ecologicamente correctas, culturalmente aceites e socialmente justas perante a sociedade civil. As acções no âmbito da Responsabilidade Social vão desde a recuperação de espaços necessitados de beneficiação ou pequenas obras, como escolas, associações e organismos de solidariedade social, à sensibilização e angariação de bens materiais para escolas, associações e organismos de solidariedade social. É neste sentido que a Fuga Perfeita celebra uma parceria com a Helpo, para que possamos beneficiar do apoio das empresas suas clientes, no âmbito do voluntariado e angariação de bens. Através de acções de teambuilding, os colaboradores podem associar momentos de laser a trabalho voluntário e ajudar uma Organização a levar o seu trabalho a bom porto. Desde já manifestamos o nosso profundo agradecimento à Fuga Perfeita e a todas as empresas suas clientes, que demonstrem interesse em colaborar com a Helpo. E incentivamos outras empresas a seguir o mesmo parâmetro de acção, porque tanto o apoio voluntário como o apoio em géneros é necessário!


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i MAIS

helpo conceito urbano 2011.

O

projecto CONCEITO URBANO, implementado pela empresa de eventos IN EVENTS, consiste numa série de eventos nas áreas da moda, artes, música, festas e mais recentemente

desporto, que visa a angariação de fundos e bens a reverter a favor da Associação Helpo. Este projecto irá decorrer entre o dia 15 de Outubro e o dia 19 de Novembro e conta com a 3ª Edição. Este projecto conta

com o apoio de várias entidades e embaixadores que dão a cara pelo projecto, consulte a página do CONCEITO URBANO no facebook. Apresentamos a agenda de eventos marcados e convida-

mos todos os nossos padrinhos e amigos a estarem presentes. Para mais informações: sofianobre@helpo.pt / 938418938.

Natalis 2011.

A

AIP – Feiras, Congressos e Eventos realiza, de 03 a 11 de Dezembro de 2011, a NATALIS – Feira de Natal de Lisboa, onde a Helpo estará novamente presente. A Organização da feira releva o papel do Evento na

promoção do empreendedorismo solidário e por esse motivo as receitas de bilheteira serão distribuídas pelas IPSS presentes. Na sua 6ª Edição, a Feira volta às Instalações da FIL, no Parque das Nações. Contamos com a sua visita!

helpo nos shoppings Mundicenter.

A

Mundicenter juntou-se ao projecto HELPO CONCEITO URBANO 2011, como ponto de recolha de bens e venda de merchandising da Helpo. Deste modo, durante um mês,

de 17 de Outubro a 13 de Novembro, a Helpo estará presente nos centros comerciais Mundicenter da grande Lisboa, a dinamizar uma acção para o público infantil e a recolher bens: nas Amoreiras, no Odive-

las Parque, no Spacio Shopping e no Oeiras Parque. Para mais informações contacte-nos através do seguinte e-mail: info@helpo.pt ou telefonicamente para o 21 153 76 87.


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i MAIS

green festival 2011.

O

Estoril é palco de um evento de referência na área da sustentabilidade, o Green Festival, entre os dias 28 de Setembro e 02 de Outubro.

Este festival assenta em três pilares de sustentabilidade: o Económico, o Meio Ambiente e o Social, e é neste contexto que a Helpo foi convidada a estar presente neste

evento. Os temas principais deste ano são o Ano Internacional das florestas, o Ano Europeu do voluntariado e a Mobilidade sustentável. Durante cinco dias estare-

sorteio helpo.

N

o passado dia 13 de Agosto foi sorteada uma mota de água nas festas da Semana do Mar, que decorre todos os anos na Ilha do Faial, Açores, pela mão da Sofia Nobre, responsável do departamento de comunicação da Helpo e pela madrinha Luísa Borges. O vencedor deste magnífico prémio detém a rifa nº1000 e habita em Lisboa. A mota de água foi gentilmente oferecida à Helpo pela estimada madrinha Luísa Borges,

dinamizadora desta acção, e permitiu a recolha de fundos no valor de 2449,00€. Agradecemos à madrinha Luísa Borges e sua família, a todos os participantes e a todas as empresas que nos apoiaram na venda das rifas. O nosso especial agradecimento à Ksara, laboratório de fotografia, que angariou o valor de 165€ euros através da venda de rifas e nos tem apoiado em todas as iniciativas.

mos a promover não apenas o nosso trabalho, como o Workshop de voluntariado Mais Voluntário, que conta com a sua 3ª Edição.


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FICHA TÉCNICA

Entidade Proprietária e Editor

Associação Helpo Morada e Redacção: Associação Helpo, Rua Catarina Eufémia, Fontaínhas, 2750-318 Cascais Director Responsável

António Perez Metelo

Correspondente em África

Carlos Almeida Design

Codex - Design e Relações Públicas Informações: Associação Helpo

Directora Editorial

Joana Lopes Clemente Nº de registo no ICS: 124771

Tel.: 211537687 info@helpo.pt www.helpo.pt

Tiragem: 5100 exemplares Periodicidade:

Trimestral NIF: 507136845 Depósito Legal: 232622/05 Impressão

ORGAL, Rua do Godim, 272 4300-236 Porto Redacção Portuguesa

Sofia Nobre (secretária de redacção) Joana Lopes Clemente Margarida Assunção Colaboradores neste número

Ana Luísa Machado António Perez Metelo Carlos Almeida Caroline Staedtler Flora Torres Joana Lopes Clemente Ondina Giga Sofia Nobre Tiago Coucelo

A responsabilidade dos artigos é dos seus autores. A redacção responsabiliza-se pelos artigos sem assinatura. Para a reprodução dos artigos da revista mundo h, integral ou parte, contactar a redacção através de: info@helpo.pt.


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