Edição 321 - Hilab está Permitido

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GUIA DA FARMÁCIA ANO XXVI • Nº321 AGOSTO DE 2019

HILAB ESTÁ PERMITIDO O Ofício 4/2019, da Anvisa, que proibia que farmácias e drogarias oferecessem os Testes Laboratoriais Remotos foi suspenso por uma liminar que permite a continuidade da prestação do serviço em todo o Brasil

ENTREVISTA O gerente-geral da Divisão de Farmacêuticos Estabelecidos e da Abbott no Brasil, Juan Carlos Gaona, revela que ao longo de oito décadas de atuação, a empresa foca em produtos e tecnologias inovadoras em nutrição, diagnósticos, dispositivos médicos e medicamentos de marca

ESPECIAL SAÚDE - DEPRESSÃO O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de indivíduos diagnosticados com depressão na América Latina. Mais de 300 milhões de pessoas convivem com esse transtorno, com grande potencial de ser considerado a doença mais incapacitante do planeta até 2020


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Novas propostas, antigas definições Após tramitar por um ano na Câmara dos Deputados e ter sido tema de audiência pública em novembro do ano passado, o Projeto de Lei (PL) 9.482/18, de autoria do ex-deputado Ronaldo Martins (PRB/CE), que autorizava a presença de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) em outros pontos de venda (PDVs), foi arquivado. Contudo, recentemente, o tema veio novamente à tona em dois momentos. Em junho último, o PL 1.774/19, do deputado Glaustin Fokus (PSC-GO), solicitou a autorização para a venda de MIPs em supermercados e estabelecimentos similares e o PL 3.589/19, de autoria do senador Flávio Bolsonaro, que propõe alteração na Lei 5.991/73, para permitir a dispensação de MIPs em todos os estabelecimentos comerciais. Agora, o relator da Medida Provisória (MP) 881/19, deputado Jerônimo Goergen (PP/RS), acatou a defesa apresentada em conjunto pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) e pelos Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs) que são totalmente contrários e retirou, desta ação, as emendas que liberavam a venda de MIPs nos supermercados e criavam a assistência farmacêutica remota, ou seja, por hora, MIPs somente nas farmácias.

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo DIRETORA DE CONTEÚDO Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTE DE REDAÇÃO Victoria Nascimento EDITOR DE ARTE Junior B. Santos COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br)

IMAGEM: SHUTTERSTOCK

EDITORIAL

Mesmo que o objetivo da ação seja facilitar o acesso da população a esses medicamentos, tendo em vista segurança e eficácia exaustivamente já comprovadas, há de se considerar que eles só devem ser comercializados em estabelecimentos que estejam em total conformidade com a vigilância sanitária. Outro tema que causou bastante burburinho no setor nos últimos dias, foi o Ofício 4/2019, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibia que farmácias e drogarias de todo o País oferecessem exames rápidos à população, conhecidos como Testes Laboratoriais Remotos (TLRs), mas o excelentíssimo desembargador do egrégio Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), Dr. Jirair Aram Meguerian, concedeu liminar permitindo que as farmácias e drogarias de todo o Brasil continuem operando e prestando o serviço com o Hilab, já que a exclusão seria um retrocesso e limitaria a população a antecipar diagnósticos. Estamos de olho na movimentação! Boa leitura!

Medida Provisória vetou as emendas que liberariam a venda de MIPs em supermercados

Lígia Favoretto Diretora de Conteúdo

ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira

ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues

ASSINATURAS Morgana Rodrigues

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Fabiana Grillo, Kathlen Ramos, Laura Martins e Vitoria Nascimento Revisão Maria Elisa Guedes Colunistas Jiovanni Coelho, Marcelo Bernardino e Silvia Osso IMPRESSÃO Abril Gráfica

COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Misleine Brito ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira

CAPA Shutterstock

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.

2019 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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SUMÁRIO #321 AGOSTO 2019

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CAPA

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>

ATUALIDADE

Ao tentar coloca fim no serviço de testes rápidos em farmácias, Anvisa usa como justificativa o fato de que o Hilab não entraria na categoria de autoteste, mas liminar autoriza canal a prosseguir com o serviço

36 > DEBATE Especialistas de diversos setores avaliam prós e contras do Projeto de Lei, de autoria do senador Flávio Bolsonaro, que autorizava que os Medicamentos Isentos de Prescrição fossem comercializados fora da farmácia. Mesmo com sabedoria para realizar o autocuidado, população deve adquirir esses produtos em estabelecimentos que estejam regulamentados pela vigilância sanitária

ERRATA • Houve um erro de digitação no nome do laboratório entrevistado para a matéria Diversidade que gera inovação, páginas 8 a 12, edição 320 (julho). O correto é Eli Lilly. • Diferente do que publicamos na matéria Combinação contraindicada, páginas 40 a 44, edição 320 (julho), no BOX Drogas que podem diminuir o efeito dos contraceptivos, o Hypericumperforatum é um antidepressivo natural e não um anticonvulsivante, ele interage com anticonvulsivantes e pode causar interação com anticoncepcionais. No tópico Antirretrovirais estão listados Barbitúricos, mas Barbitúricos é uma outra classe da qual pertecem: Fenobarbital e Tiopental. No tópico Antibióticos é citado Corticoides, a classe não faz parte dos antibióticos, mas dos Anti-Inflamatórios Esteroides. 4

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019

E MAIS 06 > GUIA ON-LINE 08 > ENTREVISTA 12 > ANTENA LIGADA 18 > ATUALIZANDO 28 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE 40 > OPERAÇÃO

ESPECIAL SAÚDE 46 52 58 66

> > > >

DEPRESSÃO ESTRESSE E ANSIEDADE TABAGISMO DOR ABDOMINAL

70 > ATENDIMENTO 80 > BELEZA 86 > CATEGORIA 90 > OPORTUNIDADE 96 > SEMPRE EM DIA

ARTIGOS 22 > VAREJO Silvia Osso 24 > TECNOLOGIA Marcelo Bernardino 26 > PRECIFICAÇÃO Jiovanni Coelho IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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ALCANCE DO GUIA DA FARMÁCIA A mensagem atinge mais de

500 mil profissionais do setor.

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300 mil

visitas por mês no Portal Guia da Farmácia, um crescimento de mais de

50%

no último ano.

O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS Novo modelo de reajuste de medicamentos será definido em 60 dias O Ministério da Saúde (MS) definiu o prazo de 60 dias para que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) conclua o novo modelo de precificação de medicamentos comercializados no País. “A gente vai colocar o prazo, como recomendação, para a CMED destravar o novo modelo”, informou o secretário de ciência, tecnologia e insumos estratégicos do ministério, Denizar Vianna. A indústria quer um valor maior por medicamentos com inovação incremental.

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Projeto obriga farmácias a coletarem medicamentos vencidos Na hora de jogar fora um medicamento sem validade, a maioria das pessoas tem dúvida sobre em qual local deve descartá-lo. Muitos acabam colocando esses itens no lixo comum ou mesmo no vaso sanitário. Porém, essa atitude pode contaminar solos, água e colocar em risco a saúde da população. Pensando nisso, o deputado estadual, Fabrício Gandini, apresentou um Projeto de Lei que obriga as farmácias do estado de Santa Catarina a manterem pelo menos um ponto de coleta para medicamentos com prazo de validade vencido.

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019 IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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ENTREVISTA-ABBOTT

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GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019

IMAGEM: AMANAJE FOTOGRAFIA


Por uma vida agora e no futuro COM UM PORTFÓLIO DE QUASE 50 PRODUTOS FARMACÊUTICOS NO BRASIL, HÁ MAIS POR VIR. NOVE LANÇAMENTOS ESTÃO PROGRAMADOS PARA 2019, SENDO QUE CINCO DELES JÁ ESTÃO NO MERCADO. A PROMESSA DA ABBOTT ESTÁ NA ENTREGA DE UM TRABALHO QUE DIZ RESPEITO À SAÚDE

A

POR LÍGIA FAVORETTO

A multinacional Abbott entende que o primeiro passo para viver melhor a vida é a boa saúde. Tudo o que a empresa faz é projetado para ajudar a população a executar exatamente isso. Esse é o compromisso em construir tecnologias que mudam vidas, que mantenham o coração saudável, nutram o corpo em todas as fases, ajudem as pessoas a se sentirem e a se moverem melhor e tragam informações, medicamentos e avanços para gerenciar a saúde. Afinal, quanto mais saudável, maior é a possibilidade de se viver mais e melhor. Pensando nisso, cria soluções – em produtos nutricionais, diagnósticos, dispositivos médicos e medicamentos de marca – para ajudar pessoas ao redor do mundo a viver melhor em todos os estágios. O gerente-geral da Divisão de Farmacêuticos Estabelecidos e da Abbott no Brasil, Juan Carlos Gaona, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia e revela, entre outros assuntos, o interesse da companhia em traduzir ciência em contribuições duradouras para a saúde em produtos que envolvem a vida das pessoas – do nascimento até a maturidade. Confira!

Juan Carlos Gaona • O Brasil é um mercado-chave para a Abbott em todo o mundo. Fomos uma das primeiras multinacionais do setor de saúde a ter instalações no País, em 1930, e hoje nossos cerca de 2.400 colaboradores trabalham para fazer a diferença na vida de milhões de brasileiros, ajudando-os a viver suas vidas de maneira mais plena e saudável. Ao longo destas oito décadas de atuação, o nosso compromisso tem sido desenvolver produtos e tecnologias inovadoras em nutrição, diagnósticos, dispositivos médicos e medicamentos de marca. Atualmente, contamos com duas plantas produtivas, um Centro de Desenvolvimento Farmacêutico e um Centro de Processamento de Material Biológico para válvulas biológicas. Além disso, nossa empresa é gerida por uma forte equipe local responsável por conduzir uma estratégia focada nas necessidades do País e atuar em conjunto com os principais setores da sociedade. Dessa forma, a Abbott é capaz de fornecer as melhores soluções personalizadas para o País, de acordo com suas necessidades locais, mas com o respaldo de uma empresa global.

Guia da Farmácia • Qual a importância do Brasil para a Abbott?

Gaona • As vendas globais da Abbott em 2018 foram de US$ 30,6 bilhões. No caso do Brasil, nossas vendas foram de aproximadamente US$ 500 milhões, distribuídas

Guia • Quais os resultados da companhia no último ano no mundo e no Brasil?

2019 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA-ABBOTT

entre nossos quatro grandes negócios: diagnósticos, dispositivos médicos, medicamentos de marca e produtos nutricionais. Especificamente sobre o negócio farmacêutico, em 2018, globalmente, nossas vendas foram de cerca de US$ 4,4 bilhões, um aumento de 7,0% em base orgânica em comparação ao ano anterior. Guia • Qual a perspectiva de crescimento para 2019 no Brasil? Gaona • Começamos 2019 mantendo o desempenho positivo dos últimos anos. Estamos otimistas, mesmo com a economia não reagindo conforme o esperado, e o nosso objetivo no Brasil é colocar a Abbott em posições de liderança e seguir crescendo acima do mercado. Não divulgamos nossas estimativas de crescimento, mas podemos dizer que, em 2018, tivemos um excelente ano, registrando um crescimento orgânico e global de 7,3% comparado ao ano anterior, o que é um verdadeiro diferencial para uma empresa do nosso porte. Guia • Como está estruturada a estratégia de lançamentos para o Brasil? Quantos produtos ao ano? Gaona • Especificamente sobre a área de medicamentos de marca, contamos com um portfólio de quase 50 produtos farmacêuticos no Brasil e oferecemos um amplo espectro de medicamentos e produtos de alta qualidade. E ainda há mais por vir. Nove lançamentos estão programados para 2019, sendo que cinco deles já estão no mercado, incluindo a nossa vacina tetravalente contra a gripe, Dupha Kids, Dupha Active, que chegam ao Brasil como os primeiros suplementos alimentares à base de lactulose em forma de gomas mastigáveis e contribuem para a manutenção da saúde intestinal de toda a família. Também estamos disponibilizando em farmácias de todas as regiões do Brasil o nebulizador portátil inAResp, um dispositivo de última geração capaz de nebulizar soluções e suspensões, inclusive corticosteroides inalatórios. Além de compacto e silencioso, o produto é prático e leve, o que facilita o procedimento da inalação, sobretudo em crianças, trazendo mais conforto e alívio para este momento1. Com design e funcionalidades exclusivos, inAResp vaporiza a medicação em um tamanho de partícula que otimiza sua absorção nos alvéolos pulmonares2-5, potencializando o efeito do fármaco em uso. 10

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019

Guia • Diabetes continua sendo uma área de grande interesse da empresa? Quais as novidades no monitoramento da doença? Gaona • Certamente, e entendemos que desenvolver soluções nesta área é fundamental visto que existem mais de 425 milhões de pessoas com diabetes no mundo e, destas, cerca de 12,5 milhões são brasileiros6. Atualmente, o Brasil ocupa a quarta colocação no ranking mundial e a cada dia, surgem cerca de 500 novos casos no País7. Diante desse cenário, há uma grande oportunidade para que a Abbott continue desenvolvendo tecnologias transformadoras e ajude mais pessoas com diabetes a viver melhor e de maneira mais saudável. O FreeStyle Libre, nosso sistema revolucionário que elimina a necessidade das rotineiras picadas nos dedos8, está mudando a forma como as pessoas gerenciam seu diabetes, por meio do fornecimento de informações e relatórios que as ajudam no controle correto de seus níveis de glicose. Aprovado no Brasil para uso em adultos desde 2016 e, em crianças a partir dos quatro anos de idade em 20179, a partir deste ano, a grande novidade é que os usuários podem monitorar seus níveis de glicose diretamente do smarthphone, por meio do aplicativo FreeStyle LibreLink10, e compartilhar os dados obtidos com médicos e profissionais de saúde para um melhor gerenciamento e controle da doença. Guia • Quais as maiores conquistas para diabetes nos últimos anos e onde estão os principais desafios? Gaona • Recentemente, realizamos um levantamento com usuários brasileiros de FreeStyle Libre e identificamos que a média de monitoramento da glicose foi de 14 vezes ao dia, o que significa três vezes mais do que o mínimo recomendado pelas diretrizes brasileiras para os testes tradicionais, que precisam da picada de dedo11. Com isso, pudemos comprovar com dados de vida real12 que a nossa tecnologia realmente auxilia as pessoas no controle dos seus níveis de hipo e hiperglicemia, tornando-as mais empoderadas sobre sua saúde. Oferecer esse tipo de tecnologia capaz de transformar a vida das pessoas para que elas possam viver de maneira mais saudável é motivo de muito orgulho para nós. O desafio continua sendo como torná-la mais acessível para um número cada vez maior de brasileiros. Guia • Quais são as outras áreas de investimentos recentes da Abbott?


Gaona • Em todas as áreas, estamos criando o futuro da saúde por meio de nossas tecnologias e nossos produtos que transformam vidas. Em 2018, por exemplo, a Abbott investiu globalmente cerca de US$ 2,3 bilhões em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e registrou mais de 30 lançamentos, aprovações e desenvolvimentos significativos de produtos que ajudaram a impulsionar a nossa capacidade de gerar crescimento. No caso do Brasil, em 2016, nós inauguramos um novo Centro de Desenvolvimento Farmacêutico no Rio de Janeiro, sob o investimento de cerca de R$ 20 milhões, com o intuito de desenvolver medicamentos de alta qualidade em áreas como cardiologia, saúde da mulher, gastroenterologia, respiratório e Sistema Nervoso Central (SNC). Hoje, ele faz parte de um dos cinco centros de inovação e desenvolvimento para os negócios farmacêuticos da Abbott na América Latina e, desta forma, conseguimos responder mais rapidamente às necessidades dos nossos consumidores brasileiros. Além disso, a Abbott conta com uma fábrica de última geração localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, que produz e exporta válvulas cardíacas biológicas para melhorar a saúde de pessoas em todas as partes do mundo. Guia • Como a empresa busca atender a deficiências da população? Patologias não atendidas, por exemplo? Gaona • Eu diria que um dos grandes diferenciais da Abbott, principalmente da nossa área de medicamentos de marca, é que nós ouvimos cada mercado em que atuamos. Usamos os insights locais para antecipar as necessidades de pessoas, médicos e farmacêuticos, e vinculamos esses insights à tecnologia disponível para fornecer inovações significativas, pois, às vezes, atender às necessidades da população não se trata apenas de lançar novos produtos e medicamentos, mas também de aprimorar as versões já existentes no mercado para torná-las mais fáceis de administrar, com ação mais rápida e a um custo menor do que as opções originais, porém iguais em termos de qualidade, eficácia e segurança. O fato de termos um portfólio bastante diversificado em soluções de cuidados para saúde e que está presente em todas as fases da vida das pessoas, também nos dá a oportunidade de atuarmos desde o momento da prevenção, diagnóstico ou diretamente no tratamento das pessoas. Nesse sentido, o nosso programa de relacionamento a:care, antes conhecido como Abrace a Vida, e que já beneficiou mais de um milhão de pessoas em cinco anos, tem um papel muito importante. Além de facilitar o acesso do consumidor aos nossos produtos, ele busca atender a uma

variedade de necessidades de saúde, desde a prevenção à conscientização, tratamento e motivação, bem como oferece também kits de aprendizagem virtual e educacionais para médicos e farmacêuticos, dando acesso aos últimos avanços científicos sobre como melhor ajudar as pessoas a se manterem saudáveis. Dessa forma, buscamos ser um parceiro confiável aos brasileiros, pois acreditamos que boa saúde não significa apenas tratar uma doença ou controlar um problema médico, mas cuidar da saúde das pessoas como sua, para que elas possam usufruir tudo o que a vida tem a oferecer.

Referências: 1. Rotulagem do produto. 2. Pandey Shivanand et al. Local and systemic pulmonar drug delivery of small molecules. Journal of Pharmacy Research. 2009;2.1200-1202). 3. Mortonem T, Yang Y. Deposition mechanics of pharmaceutical particles in human airways. In Hickey AJ (editor). Inhalational aerosols: physical and biological basis for therapy. Nova Iorque: Marcel Dekker; 1996.p. 1-21. 4. O’Callagan C. Barry PW. The science of nebulized drug delivery. orax. 1997;52(2): S31-S34. 5. Eixarch H, Ukomadu-Haltner E, Beisswenger C. Bock U. Drug delivery to the lung: permeability and physicochemical characteristics of drugs as the basis for a pulmonary biopharmaceutical classification system (pBCS). Journal of Epithelial Biology & Pharmacology. 2010;3(9):1-14. 6. IDF Diabetes Atlas. Eighth edition 2017. International Diabetes Federation. Acessado em junho de 2019. 7. Ministério da Saúde. Insulinas análogas de longa ação Diabetes Mellitus tipo II. Relatório de Recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC – 103. 2014:15. 8. Há três circunstâncias nas quais o teste de ponta de dedo é necessário: a) Durante períodos de rápida alteração nos níveis da glicose (a glicose do fluido intersticial pode não refletir com precisão o nível da glicose no sangue); b) Para confirmar uma hipoglicemia ou uma iminente hipoglicemia registrada pelo sensor; c) Quando os sintomas não corresponderem às leituras do sistema flash de monitoramento da glicose. 9. Um cuidador de pelo menos 18 anos é responsável por supervisionar, administrar e ajudar a criança ou adolescente de 4 a 17 anos a usar o sistema FreeStyle Libre e a interpretar suas leituras. 10. O uso do aplicativo FreeStyle LibreLink requer o registro no LibreView, um serviço fornecido pela Abbott and Newyu, Inc. O aplicativo FreeStyle LibreLink é compatível com os smarthphones habilitados para NFC nos sistemas superiores ao iOS 11 e Android 5.0. 11. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016; 26-27. 12. Data on File, Abbott diabetes Care Inc.FS Libre Leitor - RMS ANVISA: 80146501903. /ANATEL: 4072-14-9992. / FS Libre Sensor RMS ANVISA: 80146502021 /FS LibreLink 80146502168. 2019 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ANTENA LIGADA

OPÇÕES QUE CABEM NO BOLSO MOVIMENTAÇÃO DA INDÚSTRIA, DO VAREJO E DOS CONSUMIDORES DE MEDICAMENTOS APONTA PARA MOMENTO DE SUSTENTABILIDADE, TECNOLOGIAS QUE EVITAM PERDAS E ECONOMIA NA HORA DA COMPRA POR VICTORIA NASCIMENTO

INVESTIMENTO PARA EVITAR PERDAS

MELHOR NO ATENDIMENTO AO CLIENTE

A farmacêutica global, Takeda, recebeu o prêmio Consumidor Moderno 2019 por ter o melhor atendimento ao cliente da indústria farmacêutica. O reconhecimento, que está em sua 20ª edição, é considerado como o maior do Brasil na área de atendimento ao consumidor. “Em janeiro de 2018, a área passou por uma reestruturação em que os processos foram revisitados, a fim de buscar assertividade e resolutividade já no primeiro contato com o paciente”, diz o diretor executivo de Medical Affairs da Takeda no Brasil, Abner Lobão. O levantamento considerou empresas nacionais e multinacionais de diferentes setores, que foram analisadas num processo de oito meses de duração. Durante esse período, todos os canais de atendimento foram avaliados por diversos critérios. • www.takeda.com 12

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019

Depois de três anos de queda, as perdas no varejo voltaram a crescer em 2018, como aponta a 2ª Pesquisa de Perdas no Varejo Brasileiro organizada pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) em 12 segmentos (Atacado/Atacarejo, Calçados, Construção/Lar, Drogarias, Eletro/Móveis, Esportes, Livrarias/Papelarias, Lojas de Departamento, Magazines, Moda, Perfumarias e Supermercados). No ano passado, a perda média chegou a 1,38% do faturamento líquido do varejo restrito de R$ 1,55 trilhão, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um aumento de 7% de um ano para o outro. Com base no cenário retratado na pesquisa, estima-se uma perda projetada para todo o varejo de aproximadamente R$ 21,5 bilhões. Na nova pesquisa da Abrappe, as quebras operacionais continuam sendo as principais causas das perdas, seguido de furtos externos, erros de inventário e furtos internos. O diretor de marketing da Gunnebo, empresa especializada em proteção eletrônica no varejo, Adriano Sambugaro, diz que para o bom gerenciamento das perdas, é essencial investir em tecnologia. • www.gunnebo.com.br  IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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ANTENA LIGADA

NOVA DIREÇÃO

O plenário do Senado aprovou a indicação do médico Antônio Barra Torres como novo diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com isso, a Diretoria Colegiada da Agência volta a estar completa, com cinco diretores. Torres é formado pela Escola de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, no Rio de Janeiro, fez residência médica em cirurgia vascular no Hospital Naval Marcílio Dias e cursou gestão em saúde no Instituto Coppead de pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O novo diretor da Anvisa é oriundo da carreira militar. Torres ingressou na Marinha do Brasil em 1987, onde progrediu de guarda-marinha a contra-almirante, sua última promoção. Em sua carreira militar naval, exerceu várias funções administrativas e assistenciais, com destaque para cargos de direção de instituições de saúde da Marinha. • portal.anvisa.gov.br

BUSCA POR OPÇÕES MAIS BARATAS

Os clientes das farmácias estão cada vez mais aceitando os medicamentos genéricos. Esse é o resultado da Pesquisa de Comportamento do Cliente na Farmácia 2019 realizada pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC) em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) com quatro mil consumidores de farmácias em todo o País. Segundo as respostas dos consumidores, 63,45% dos entrevistados compraram pelo menos uma unidade de genérico. Porém, os de marca continuam na preferência dos clientes, sendo que 63,55% compraram pelo menos uma unidade de marca. Nos casos em que as pessoas adquiriram apenas um tipo de medicamento, o produto de marca volta a se destacar com 27,20% comprando apenas esse tipo de produto. Já 23,53% optaram apenas por genéricos e 4,60% por não medicamentos. Quando questionados sobre os critérios na escolha de uma farmácia: 64,95% afirmaram acreditar que as farmácias onde efetuaram suas compras praticam preços mais baixos que os concorrentes e 24,50% apontaram a localização como fator importante para a escolha. Além desses fatores, foram considerados também: o estoque (6,25%), a facilidade de estacionar (1,58%), possuir atendimento da Farmácia Popular (1,35%) e o bom atendimento (0,88%). • www.febrafar.com.br/ferramentas/ifepec 14

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MISSÃO DA ABRAFARMA NA CHINA

Cerca de 50 executivos das 25 maiores redes de farmácias do País regressam de uma missão técnica à China, organizada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) em parceria com a consultoria Varese Retail Strategy, com o patrocínio da Cimed e do Grupo NC/EMS. Na bagagem, a receita que combina Inteligência Artificial (IA) e serviços clínicos como forma de ampliar o acesso à saúde no Brasil. “Voltamos surpreendidos com a reinvenção deste país, em pouco mais de 20 anos. Exemplos de lojas sem funcionários e meios de pagamento on-line já são reconhecidos, mas o que eles também estão fazendo na área da saúde é algo sem comparação com o Ocidente”, comenta o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. Para o fundador da Varese Retail e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Alberto Serrentino, a visita deixou clara a aposta do governo chinês na descentralização das estruturas de atendimento para aumentar a oferta de saúde nos municípios. A missão percorreu 1.700 quilômetros passando pelas cidades de Pequim, Shangai e Hangzhou. • www.abrafarma.com.br


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ANTENA LIGADA

6ª SEMANA DE POSSIBILIDADES DA ABBVIE PAGUE MENOS INAUGURA LOJA COM ARQUITETURA CONCEITUAL

A rede de farmácias Pague Menos inaugura a Loja Iracema, em Fortaleza (CE), com arquitetura Viva Plenamente, o novo conceito da marca. Com 370 m² e atendimento 24 horas, a unidade tem o intuito de reforçar o posicionamento da marca de promover qualidade de vida e bem-estar por meio de seus serviços. “Acompanhamos as novas demandas dos nossos consumidores, que estão cada vez mais interessados em qualidade de vida. A farmácia se tornou um local para orientações e cuidados preventivos alinhados com o bem-estar. Esse é o nosso objetivo, contribuir para que as pessoas possam viver plenamente e a unidade Conceito reforça esse propósito”, afirma a vice-presidente comercial da Pague Menos, Patriciana Rodrigues. A loja oferece inovações como o Centro Avançado de Avaliação Corporal Clinic Farma, que oferece quatro serviços de autoconhecimento e cuidado, como a análise corpórea aprofundada, e os terminais de self-checkout. • www.paguemenos.com.br

A companhia biofarmacêutica global dedicada à pesquisa, AbbVie realiza sua 6ª Semana de Possibilidades, evento anual global que incentiva o trabalho voluntário entre seus colaboradores de todo o mundo. Durante o período do evento, cerca de nove mil colaboradores trabalham em parceria com grupos sem fins lucrativos, colaborando com serviços em comunidades carentes. No Brasil, mais de 170 voluntários participam de atividades que contribuem para renovação de escolas e centros comunitários, beneficiando mais de três mil pessoas. A Semana de Possibilidades é realizada pela Fundação AbbVie, que fornece os recursos para reformas de escolas, bibliotecas públicas, laboratórios de informática e de ciências, parques e creches. Os projetos no Brasil incluem encontro e mentoria para jovens em busca da primeira oportunidade de emprego da ONG Projeto Arrastão; rodada de mentoria para empreendedoras iniciantes da cooperativa Modelando Sonhos; doações para o Abrigo 9 de Julho que atende mais de 130 famílias brasileiras e refugiadas; renovação de fachada e ambientes internos das ONGs APAE, em Anápolis (GO) e Semeando o Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ); e a criação de horta na ONG Colmeia – Centro de Educação e Acolhimento, em Belo Horizonte (MG). • www.abbvie.com.br

IMPACTO DA METÁSTASE EM PACIENTES COM CÂNCER DE PRÓSTATA

O surgimento de metástase prejudica significativamente a qualidade de vida da maioria (67%) dos pacientes com câncer de próstata, e quase 75% afirmam que tiveram de deixar de realizar atividades rotineiras – como trabalho, lazer e exercícios físicos – por causa do avanço da doença. Esses foram alguns achados da pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, a pedido da farmacêutica da Johnson & Johnson, Janssen. O levantamento buscou entender como os pacientes lidam com o câncer de próstata e os principais impactos da doença, incluindo diferentes aspectos de suas vidas: físico, psicológico, emocional, social e econômico. No Brasil, o câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, depois do de pele não melanoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 68.220 novos casos em 2019. O levantamento revela que um em cada três homens nunca procurou um médico como medida preventiva, apenas recorrendo a um especialista depois de apresentar algum sintoma. “O diagnóstico precoce é a chave para cura, pois de cada dez pacientes com doença localizada apenas na próstata (ou seja, câncer não metastático) de oito a nove serão curados”, explica o oncologista clínico e diretor médico do Centro Oncológico da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Fernando Maluf. • www.janssen.com 16

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ATUALIZANDO

REFORMULAÇÃO DA OFERTA DE PRODUTOS SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS E ALIMENTARES NUTREM A PELE, REPÕEM A VITAMINA D E O ÔMEGA 3 E DIMINUEM A DEGENERAÇÃO MACULAR DOS OLHOS POR VICTORIA NASCIMENTO

HYPERA PHARMA ADDERA D3

A vitamina D isolada Addera D3 ampliou seu portfólio e traz ao mercado um suplemento alimentar em cápsulas gelatinosas moles com dose de duas mil UI, antes disponível nas dosagens de mil UI, cinco mil UI, sete mil UI, dez mil UI e 50 mil UI. A vitamina D auxilia na formação de ossos e dentes, na absorção do cálcio e do fósforo e no funcionamento do sistema imune e muscular. A novidade complementa as opções oferecidas pela marca Addera D3 – que possui versões em gotas, comprimidos e cápsulas moles, além do Adderitos, suplemento infantil que ajuda a evitar hipovitaminose D. MS Produto isento de registro conforme a RDC 27/10 • www.hyperapharma.com.br 18

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TEUTO

CLORIDRATO DE DOXICICLINA

O laboratório Teuto lança o antibiótico genérico cloridrato de doxiciclina. O medicamento é um antibiótico pertencente à classe das tetraciclinas e pode ser usado para tratar diversos tipos de infecções. Segundo o laboratório, o tempo médio para o início da ação é de aproximadamente duas horas depois da primeira dose. Seu uso é contraindicado para gestantes, lactantes e menores de oito anos de idade. O medicamento está disponível na apresentação de 15 comprimidos revestidos, de 100 mg, não podendo ser partido ou mastigado. MS 1.0370.0729.001-7 • www.teuto.com.br IMAGENS: DIVULGAÇÃO


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ATUALIZANDO

SCHRAIBER

SUPER ÔMEGA 3

HYPERA PHARMA

BENEGRIP® MULTI DIA E NOITE

Benegrip® apresenta o antigripal Benegrip Multi Dia e Noite. Benegrip® Multi Dia é uma associação cujo componente básico é o paracetamol, que age aliviando a dor e a febre decorrentes dos quadros infecciosos das vias aéreas superiores e o cloridrato de fenilefrina, que age como descongestionante. A ação desses dois princípios ativos combinados alivia os sintomas associados a gripes e resfriados e não causa sonolência. Por outro lado, Benegrip Multi Noite possui em sua formulação o maleato de carbinoxamina, um antialérgico que age eliminando a coriza, permitindo dormir melhor. MS 1.7817.0868 • www.benegrip.com.br

TEUTO

LUT VISION®

O Laboratório Teuto apresenta o Lut Vision®, suplemento vitamínico para os olhos composto por luteína, zeaxantina, vitaminas e minerais. “Utilizado para a reposição de componentes do organismo, o suplemento possui compostos carotenoides e tem o objetivo de aumentar o potencial antioxidante, proteger contra a ação dos radicais livres e auxiliar na diminuição da degeneração macular dos olhos, causada pela própria idade”, explica o farmacêutico supervisor de marco do Teuto, Thiago Lobo Matos. Disponível em caixa com 60 cápsulas, a ingestão de uma cápsula ao dia proporciona 10 mg de luteína e 2 mg de zeaxantina. Ele deve ser usado por adultos acima de 19 anos de idade e não deve ser consumido por gestantes, lactantes e crianças. MS Produto isento de registro conforme a RDC 240/18 • www.teuto.com.br 20

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019

A empresa que fornece suplementos alimentares, phytocosméticos e insumos homeopáticos, Schraiber, lançou as cápsulas de Super Ômega 3 com maior concentração de ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenoico (DHA), gorduras saudáveis que auxiliam a saúde e o bom funcionamento das funções cerebrais, além de melhorar os níveis de colesterol. Além disso, os suplementos nutricionais à base de ômega 3 prometem auxiliar na melhora da concentração, aprendizagem, memória e humor. Quando enriquecidos com EPA, também passam a ter função anti-inflamatória, que são benéficas para a saúde do coração e acrescidas de DHA, possuem ação antioxidante, que previnem doenças degenerativas. MS Produto isento de registro conforme a RDC 240/18 • www.schraiberhomeopatia.com.br


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VAREJO

Um funcionário feliz equivale a um cliente feliz

P

O COMPORTAMENTO E A FELICIDADE DOS FUNCIONÁRIOS DO VAREJO IMPACTAM DIRETAMENTE NO PROCESSO DE COMPRA DOS CONSUMIDORES DA SUA LOJA

SILVIA OSSO Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS; PÍLULAS DE GESTÃO. Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 22

Por mais que tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) ou o modelo de comprar no site e retirar na loja e outras tendências tecnológicas pareçam artifícios que transformam os humanos em peças obsoletas, a verdade é que nós ainda estamos bem longe de sermos descartados. Essas novas tecnologias acabam por criar uma necessidade autêntica de interações entre humanos que, por sua vez, desempenham um papel fundamental no processo de compra em um varejo físico. Por isso mesmo, uma das maiores tendências para o segundo semestre de 2019 é o destaque para aquelas pessoas que fazem a sua marca ser o que ela é: os seus funcionários. Para surpreender positivamente os clientes, é necessário criar interações baseadas na empatia, na simplicidade e também em um sentimento genuíno de alegria – elementos que, geralmente, são deixados de lado no mundo empresarial. O foco do nosso setor ainda está na questão da captação dos dados dos clientes; em obter resultados positivos em metas de vendas; em arrumar as lojas e não ter rupturas; mas acabam se esquecendo de que os funcionários do varejo são essenciais para esse processo de compras e vendas. Isso não quer dizer que é preciso começar trocando todos os funcionários, mas, sim, investir naquelas pes-

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soas que já trabalham em sua empresa e precisam ser requalificadas. É preciso buscar novas técnicas e novos métodos para treinar as equipes e promover um debate aberto sobre os desafios de um bom atendimento ao cliente nesta era. A verdade é que, hoje em dia, não basta ser um vendedor. Um bom vendedor do varejo físico é também um embaixador da marca e uma peça essencial da experiência de compra do cliente. Se o objetivo é treinar a equipe, os gestores precisam aprender, acima de tudo, mais sobre a empatia e como se colocar no lugar dos funcionários para poder dar exemplos positivos de como proceder e agir. É importante compreender que a grande maioria dos funcionários das empresas nasceu e cresceu com televisões, computadores, jogos de videogame e celulares e, por isso mesmo, sua conexão é muito maior com equipamentos do que com pessoas e o “olho no olho”. Minha sugestão é cultivar uma equipe que tenha como base a empatia, criando uma marca que esteja sempre preocupada com a qualidade das trocas e interações humanas. A empatia não é uma habilidade e tampouco um processo. É o resultado de uma cultura que prega a compaixão e o cuidado; o prêmio que recebemos se construímos uma marca íntegra, uma equipe impecável e pautada em valores acessíveis. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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TECNOLOGIA

Como as marcas estão usando a tecnologia para se relacionar

F

UMA EXPERIÊNCIA DE COMPRA EFICAZ PASSA POR UMA ANÁLISE COMPLETA DO AMBIENTE INTERNO E POR COLABORADORES ENGAJADOS

MARCELO BERNARDINO Head de Indústria e Consumo da Indra | Minsait no Brasil 24

Fazer com que uma marca seja conhecida em pleno século 21 é um trabalho que vai muito além de criatividade e propaganda. Hoje, a análise de dados é um elemento essencial para estabelecer um relacionamento de qualidade com o consumidor. Categorizar essas informações não é uma tarefa fácil. Dividi-las em big data e small data é uma habilidade recente, porém fundamental dentro de companhias que desejam alcançar os clientes desejados de maneira assertiva e duradoura. A partir daí, a tão famosa “criatividade” entra em ação. O estudo Business Branding, elaborado pela consultoria McKinsey & Company a respeito de 300 companhias B2B, traz a consequência mensurável do investimento em tecnologia para as marcas. Algumas conclusões são: companhias com marcas fortes e valiosas crescem acima da média do S&P 500 e marcas com gestão eficiente oferecem retorno aos seus stakeholders 30% maior do que a média. Diante de um universo tão próspero a ser explorado, uma pergunta surge: por onde começar? A resposta está em conhecer os clientes e estabelecer um parâmetro de qual é a ideia dos consumidores em relação à companhia. Para isso, diferentes indicadores podem ser utilizados: desde o Net Promoter Score (NPS) – famoso por identificar detratores e promotores da marca – até o Things Gone Wrong (TGW), que mede as principais falhas da companhia a partir de um índice que registra as queixas por unidade recebida. Os indicadores adequados vão depen-

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der de qual é a Experiência de Marca que se deseja conseguir. A partir do panorama identificado, é necessário analisar o ambiente interno e, se necessário, promover mudanças de cultura para atingir o patamar desejado. Engajar os colaboradores é fundamental: um estudo da revista Harvard Business Review estima que a falta de vínculo com a empresa fez com que a economia europeia perdesse 450 milhões de dólares em produtividade. Em grande parte, isso foi relacionado ao fato de que apenas 29% das empresas analisadas cuidavam de seus colaboradores como ativos. Portanto, o desafio é redefinir os modelos de relacionamento. Uma experiência de compra eficaz passa por uma análise completa do ambiente interno e, consequentemente, por colaboradores engajados. A experiência de marca está no coração do negócio, forma parte da visão do cliente, da operação e da cultura e da tecnologia que vai ser utilizada para colocar valor em tudo isso. Muitas empresas têm buscado por parceiros tecnológicos para começar a entender do que precisam – esse é um movimento extremamente positivo – para que, no futuro, sejam capazes de desenhar verdadeiros modelos de negócio integrados que coloquem o pilar de experiência de compra como um critério de diferenciação. Em uma era de consumidores cada vez mais exigentes, as companhias têm obtido sucesso ao combinar tecnologia e atendimento humano para trazer serviços eficazes aos clientes. Muito além da onda dos chatbots, essa é uma tendência que não deve ter fim tão cedo. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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PRECIFICAÇÃO

Como as redes formam o preço de venda dos suplementos alimentares?

U

A CATEGORIA VEM CRESCENDO FORTEMENTE NAS FARMÁCIAS, SÓ QUE MUITA GENTE NÃO SABE COMO FORMAR O PREÇO DE VENDA DESTES PRODUTOS

JIOVANNI COELHO Consultor e instrutor em Pricing
da SimTax 26

Uma forma de identificar o preço de venda da categoria de suplementos alimentares é através da NCM, onde estes produtos começam sempre com a NCM 2106. O próximo passo importante é a definição da Margem que deseja ganhar. Hoje, as redes estão trabalhando com uma margem média de 30% sobre a venda. Importante posicionar o modelo de empresas que vamos tratar nesta modelagem de preço. Como estão tratando de grandes redes, hoje, todas elas estão no Lucro Real. Posiciono o Lucro Real, pois a tributação do mesmo produto pode mudar se a empresa estiver no Lucro Presumido ou Simples Nacional. Agora, com a identificação do produto pela NCM, definição da Margem e a definição da empresa no Lucro Real, o próximo passo é a identificação da tributação do produto. Abaixo, os detalhes da tributação do suplemento alimentar: • IPI – Suplementos não têm IPI, por isso, não preciso me preocupar com esta variável. • PIS/COFINS – Estes produtos têm uma carga tributária de 9,25% de crédito na compra e 9,25% de débito na venda. • ICMS – Este produto tem crédito de ICMS na compra e Débito na Venda de acordo com a carga da operação. Agora, com todos as variáveis definidas, vamos aos cálculos de forma lógica:

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Formação de Preço de Venda NCM

2106.90.30

Origem

MG

Destino

SP

Preço de tabela

11,11

Desconto

10,00%

Desconto

1,11

Preço com desconto

10,00

ICMS

12,00%

ICMS Crédito

1,20

PIS/COFINS

9,25%

PIS/COFINS Crédito

0,92

Custo

7,87

Margem

30,00%

ICMS da Venda

18.00%

PIS/COFINS da Venda

9,25%

Preço de Venda Formado

18,42

Apuração do resultado Preço de Venda

18,42

ICMS da Venda

3,32

PIS/COFINS da Venda

1,70

Faturamento Líquido

13,40

Custo

7,87

Lucro Bruto

5,53

Margem

30.00%

Veja nessa outra versão simplificada: Visão do Bolso Valor da venda

18,42

Valor da compra

10,00

Sobrou no bolso

8,42 PIS/COFINS

Crédito na compra

1,70

Débito na venda Diferença a pagar PIS/COFINS

0,92 0,78

CMS Crédito na compra

3,32

Débito na venda

1,20

Diferença a pagar ICMS

2,12

Resultado em uma outra visão Sobrou no bolso 8,42 Diferença a pagar PIS/COFINS -0,78 Diferença a pagar ICMS -2,12 Lucro Final 5,53

Há um simulador disponível no Portal do Guia da Farmácia. Acesse e confira: www.guiadafarmacia.com.br. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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O NAPROXENO SÓDICO OU CETOPROFENO PODEM SER ADMINISTRADOS EM PACIENTES DIABÉTICOS E HIPERTENSOS, DURANTE CINCO DIAS? PERGUNTA ENVIADA POR MARIA APARECIDA MOREIRA – BARRA DO PIRAÍ (RJ)

A

A leitora não menciona idade, quais medicamentos faz uso, qual o problema de saúde para qual quer usar o anti-inflamatório, entre outras informações que são necessárias para a avaliação de segurança do paciente, considerando a enormidade de fatores que são necessários para a dúvida mencionada. Nesse sentido, são abordadas algumas considerações a respeito de hipertensão e diabetes, além das abordagens sobre os anti-inflamatórios citados. PACIENTES DIABÉTICOS Diabetes é uma doença crônica, silenciosa, caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue (hiperglicemia), que necessita de cuidados continuados e que poderá comprometer drasticamente a qualidade de vida dos indivíduos e, portanto, deverá ser continuamente monitorada. Os comprometimentos são inúmeros como micro e macroangiopatia, retinopatia, nefropatia, neuropatias. A doença cardiovascular é uma das principais causas de mortalidade em indivíduos acometidos por Diabetes Mellitus (DM); salientem-se outros agravos à saúde de grande importância, como a retinopatia que representa a principal causa de cegueira adquirida.

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GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019

A nefropatia é uma das responsáveis pela dependência do paciente a programas de diálise e, em muitos casos, o transplante renal (alterações decorrentes da doença promovem alterações nos vasos dos rins e progressivamente comprometem o processo de filtragem levando à falência total das funções). A questão de amputação de membros é outro aspecto de extrema importância e, o cuidado com o pé diabético, é fundamental. O agravo do DM leva a hospitalizações, absenteísmo, invalidez e morte prematura, portanto, o paciente tem de estar ciente de sua responsabilidade na adesão a todas as orientações e os controles estabelecidos para o controle de sua doença. PACIENTES HIPERTENSOS A hipertensão arterial ocorre em decorrência da elevação dos níveis tensionais, tanto sistólico quanto diastólico, acima dos limites estabelecidos como sendo normais. Portanto, os medicamentos apresentam ação hipotensora. Há muitos medicamentos anti-hipertensivos que pertencem a diferentes classes e que, dependendo de sua classificação, irão ter um mecanismo de ação diferente e, até mesmo os medicamentos de uma mesma classe atuam diferentemente.

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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MARIA APARECIDA NICOLETTI

Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)

ANTI-INFLAMATÓRIOS São divididos em dois grupos: esteroides, derivados de corticoides que inibem as prostaglandinas e proteínas ligadas ao processo inflamatório, e não esteroides, que diminuem o processo inflamatório e a dor. Os quadros inflamatórios surgem quando há um aumento da produção de prostaglandina. A prostaglandina é gerada por meio da ação de uma enzima chamada ciclooxigenase (COX). Os anti-inflamatórios agem inibindo a ação dessa enzima COX. Sem COX, há menor produção de prostaglandinas e menos estímulo para ocorrer inflamações. Como é a presença da prostaglandina que estimula o surgimento de inflamação, dor e febre, a sua inibição pelos anti-inflamatórios não esteroides acaba tendo efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório. Não são indicados para os grupos: idosos, grávidas, pacientes com insuficiência renal, cirrose, hipertensão descontrolada, insuficiência cardíaca, pessoas usuárias de álcool, pacientes que tomam varfarina, pacientes com risco de hemorragia ou com história de úlcera péptica/gastrite. NAPROXENO Sua ação não é mediada pelo eixo hipófise suprarrenal. Naproxeno inibe a síntese de prostaglandinas, no entanto, não se conhece exatamente o mecanismo de sua ação anti-inflamatória. Pode haver acúmulo do fármaco em pacientes com insuficiência renal, já que o naproxeno é excretado primariamente por esta via. Naproxeno não deve ser utilizado em pacientes com depuração de creatinina inferior a 30 mL/min. Idosos têm uma frequência maior de eventos adversos aos Anti-Inflamatórios Não Esteroides (AINEs), especialmente no que se refere a perfuração e sangramento gastrintestinal.

Recomenda-se cautela em pacientes com histórico de hipertensão e/ ou insuficiência cardíaca, pois há relatos de retenção de líquidos e edema associados à terapia com AINEs. Edema periférico tem sido observado em pacientes em uso de naproxeno ou outros AINEs. Naproxeno pode também inibir o efeito natriurético da furosemida, e reduzir o efeito anti-hipertensivo de betabloqueadores. CETOPROFENO O cetoprofeno possui atividades anti-inflamatória, antitérmica e apresenta atividade analgésica periférica e central. Inibe a síntese de prostaglandinas e a agregação plaquetária, no entanto, seu mecanismo de ação não está completamente elucidado. Deve-se ter cautela em pacientes com histórico de hipertensão e/ou insuficiência cardíaca congestiva leve a moderada, uma vez que retenção de líquidos e edema foram relatados após a administração de AINES. Assim como para os demais AINES, deve-se ter cautela em pacientes com hipertensão não controlada, insuficiência cardíaca congestiva, doença cardíaca isquêmica estabelecida, doença arterial periférica e/ou doença cerebrovascular. O uso concomitante de AINEs e salicilatos pode resultar em aumento do risco de sangramento (interação grave). Portanto, considerando as informações colocadas anteriormente, a utilização de anti-inflamatórios em pacientes diabéticos e hipertensos, mesmo que por cinco dias, deve ser por prescrição médica após considerações das condições clínicas do paciente, por exemplo, se é idoso, se apresenta comprometimento renal, quais medicamentos faz uso para o diabetes e hipertensão, entre inúmeros outros aspectos, que serão importantes e se constituirão de condições decisórias para sua utilização com segurança.

2019 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ATUALIDADE

Teria sido um retrocesso AO TENTAR COLOCA FIM NO SERVIÇO DE TESTES RÁPIDOS EM FARMÁCIAS, ANVISA USA COMO JUSTIFICATIVA O FATO DE QUE O HILAB NÃO ENTRARIA NA CATEGORIA DE AUTOTESTE. LIMINAR AUTORIZA CANAL A PROSSEGUIR COM O SERVIÇO POR KATHLEN RAMOS

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IMAGEM: SHUTTERSTOCK


N

No início de maio último, o Ofício 4/2019, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu farmácias e drogarias de todo o País a oferecer exames rápidos à população, conhecidos como Testes Laboratoriais Remotos (TLRs). A justificativa da Agência é que um dos equipamentos, disponíveis no mercado para esse fim, do Hilab, não entraria na categoria de autoteste. Segundo o comunicado, “atualmente existe restrição expressa na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 44/09 para uso desse equipamento em farmácias e drogarias”. Ainda de acordo com a Agência, a RDC 44 permite a realização somente do teste de glicemia e a comercialização dos autotestes para detecção do HCG e anti-HIV. Portanto, qualquer exame fora dos citados, se ali for realizado, estará em desacordo com a resolução. A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) está de acordo com o posicionamento da Anvisa. Segundo a entidade, a RDC 302, que está vigente, define que os testes laboratoriais remotos são os exames realizados por meio de equipamento situado fisicamente fora da área de um laboratório clínico (chamados também de Point-Of-Caretesting – POCT) e que, portanto, devem ser gerenciados por laboratório de análises clínicas. A SBPC/ML destaca que a maior parte dos erros nesse tipo de exame ocorre na fase analítica, daí a necessidade de serem realizados por pessoal treinado, com comprovação de validação metodológica e do uso de controles de qualidade. A SBPC/ML reconhece que os TLRs são uma forma de ampliar o atendimento à população e que trazem benefícios quando aplicados de maneira adequada. No entanto, reforça que se faz necessária a fiscalização para que a segurança do paciente não seja colocada em risco pela emissão de resultados equivocados que possam impactar no diagnóstico, monitoramento de doenças e indicação de tratamento adequados ao paciente.

OS AUTOTESTES AUXILIAM OS MÉDICOS NO DIAGNÓSTICO, CONTRIBUEM PARA DETECTAR CASOS SUSPEITOS COM MAIS RAPIDEZ E POSSIBILITAM O ACOMPANHAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS LIMINAR AUTORIZA SERVIÇO Apesar das posições contrárias, o excelentíssimo desembargador do egrégio Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), Dr. Jirair Aram Meguerian, concedeu liminar permitindo que as farmácias e drogarias de todo o Brasil continuem operando e prestando o serviço com o Hilab. Sendo assim, farmacêuticos e profissionais da saúde que receberem o treinamento poderão realizar exames clínicos nos pacientes. “Sabemos que representamos o novo e é natural que players estabelecidos fiquem receosos. Mesmo assim, estamos há dois anos operando com resultados ótimos de satisfação dos nossos parceiros e pacientes. Agora, pretendemos ser ativos em ajudar a Anvisa com a agenda regulatória para garantir que o TLR no Brasil seja implementado do melhor jeito para todos”, disse o CEO da Hi Technologies, Marcus Figueredo, acrescentando que o laboratório foi desenvolvido com o objetivo de acelerar o resultado e democratizar o acesso por meio de valores acessíveis para os pacientes. Sabe-se, ainda, que apesar da RDC 44 permitir a realização somente do teste de glicemia e a comercialização dos autotestes para detecção do HCG e anti-HIV, a Lei Federal 13.021/14 define que a farmácia é uma unidade de prestação de serviços de assistência à saúde, e o Conselho Federal de Farmácia (CFF) estabelece que o farmacêutico possui competência para o exercício do cuidado ao paciente, incluindo ações de rastreamento em saúde e acompanhamento farmacoterapêutico, entre outras atividades. 2019 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ATUALIDADE

ENTENDA O HILAB E OS EXAMES DISPONÍVEIS O Hilab é um laboratório com sede em Curitiba (PR), que oferece serviços de exames laboratoriais remotos 24 horas para farmácias, clínicas e consultórios médicos e outros estabelecimentos de saúde em todo o Brasil. Com apenas algumas gotas de sangue da ponta do dedo, o dispositivo Hilab realiza exames laboratoriais utilizando as metodologias de Imunocromatografia e Colorimetria. E graças às tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e a parceria com a Microsoft e Intel, consegue fazer exames em poucos minutos. Após a coleta, o sangue é inserido no dispositivo Hilab, onde o resultado é digitalizado e transmitido instantaneamente via internet para a equipe do Laboratório Central. Por lá, os biomédicos realizam a análise do resultado, emitem e assinam o laudo, tudo isto em 15 minutos. Logo em seguida, o laudo é enviado ao e-mail do paciente, mas também pode ser impresso no local onde foi feito o exame ou no site do Hilab. Entre os exames disponíveis estão os testes hormonais, como Gravidez (Beta hCG), PSA (sigla para Antígeno Prostático Específico, que é uma glicoproteína produzida pelas células da próstata), TSH (para detecção do hipotireoidismo) e vitamina D; os testes bioquímicos, como glicemia, hemoglobina glicada e perfil lipídico (para avaliar a gordura no sangue); os testes para detecção de doenças infectocontagiosas, como Anti-HBsAg (para verificar se as pessoas foram imunizadas contra o vírus da hepatite B), dengue, HBsAg (para detectar a presença de infecção pelo vírus da hepatite B), hepatite C (Anti-HCV), HIV, influenza A e B, sífilis, toxoplasmose e zika. Em breve, também já estão previstas a realização de exames como Dímero D (auxilia no diagnóstico da trombose venosa profunda); testes para detecção do grau de insuficiência cardíaca (NT-proBNP); Painel Cardíaco (avalia o nível de enzimas que são liberadas no sangue quando ocorre alguma lesão no coração); procalcitonina (biomarcador de infecção bacteriana); e rubéola.

DECLÍNIO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA? Desde que implantou o serviço de testes rápidos nas 30 unidades do programa Saúde em Dia, em 2018, a Drogaria São Bento vem sofrendo com constantes autuações da Vigilância Sanitária do Mato Grosso do Sul, segundo apontou um comunicado no portal Assistência Farmacêutica Avançada, da Associação Brasileira Redes Farmácias Drogaria (Abrafarma). A rede teve cinco dispositivos apreendidos em lojas do Mato Grosso do Sul, na capital e no interior. De acordo com depoimento da superintendente da rede, Flavia Buainain, com a apreensão, houve uma queda de 15% no volume de testes realizados. A São Bento ainda recebeu duas multas no valor R$ 1.900 cada. Os dispositivos ficam nas lojas em consignação. Para ela, é preciso maior celeridade por parte da Anvisa em regulamentar o TLR nas farmácias, pois a maior prejudicada é a população. 34

GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019

“Decidimos seguir com o serviço como forma de mostrar os benefícios do trabalho para a população e pressionar a agência, e acredito que todas as farmácias deveriam fazer o mesmo”, finalizou Flavia. O coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma, Cassyano Correr, destaca que a promoção desses testes está baseada no avanço tecnológico e ocorre em conformidade com a RDC 302/05. “Trata-se de um serviço que auxilia o médico no diagnóstico, contribui para detectar casos suspeitos com mais rapidez e possibilita o acompanhamento de doenças crônicas. E como a própria Agência esclarece que não faz restrições sobre em quais locais o TLR pode ser usado e que o mesmo pode ser realizado pelo profissional da saúde em consultórios, em empresas e até mesmo na casa do paciente, é curioso que ele não seja autorizado em uma farmácia”, finaliza Correr.


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DEBATE

Supermercados sem MIPs ESPECIALISTAS DE DIVERSOS SETORES AVALIAM PRÓS E CONTRAS DO PROJETO DE LEI, DE AUTORIA DO SENADOR FLÁVIO BOLSONARO, QUE VISA PERMITIR A DISPENSAÇÃO DA CATEGORIA EM QUALQUER ESTABELECIMENTO COMERCIAL, MAS MEDIDA PROVISÓRIA 881|19 RETIROU, DESTA AÇÃO, EMENDAS QUE LIBERAVAM A VENDA DOS MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO FORA DAS FARMÁCIAS POR KATHLEN RAMOS

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GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019

IMAGEM: SHUTTERSTOCK


A

A discussão sobre permitir ou não a presença de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) em supermercados e outros estabelecimentos comerciais e, portanto, longe do ambiente farmacêutico, tem sido longa. Em março último, após tramitar por um ano na Câmara dos Deputados e ter sido tema de audiência pública em novembro do ano passado, o Projeto de Lei (PL) 9.482/18, de autoria do ex-deputado Ronaldo Martins (PRB/CE), que autorizava a presença de MIPs em outros pontos de venda (PDVs), foi arquivado. Contudo, recentemente, o tema veio novamente à tona em dois momentos. Em junho último, o PL 1.774/19, do deputado Glaustin Fokus (PSC-GO), também solicitou a autorização para a venda de MIPs em supermercados e estabelecimentos similares. Esta proposta está sendo analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Outra ação recente nesse contexto foi o PL 3.589/19, de autoria do senador Flávio Bolsonaro, que propõe alteração na Lei 5.991/73, para permitir a dispensação de MIPs em todos os estabelecimentos comerciais. Também recentemente, o relator da Medida Provisória (MP) 881/19, deputado Jerônimo Goergen (PP/RS), acatou a defesa apresentada em conjunto pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) e pelos Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs) e retirou, desta ação, as emendas que liberavam a venda de MIPs nos supermercados e criavam a assistência farmacêutica remota. Segundo nota divulgada no Portal do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), ficou definido também que, devido à sua complexidade, os temas serão, futuramente, discutidos em um grupo mais amplo, para que qualquer decisão tenha correto embasamento

técnico, mas que, segundo o relator, essas discussões não serão mais incluídas à MP 881.

POSIÇÕES FAVORÁVEIS O deputado Fokus argumenta que o objetivo da sua ação é facilitar o acesso da população a esses medicamentos. “Tendo em vista a sua segurança e eficácia exaustivamente já comprovadas, esse tipo de produto dispensa o receituário para que possa ser dispensado diretamente ao consumidor final”, diz o autor, afirmando, ainda, que os MIPs são destinados a quadros leves. “Geralmente, são produtos para tratar cefaleias, acidez estomacal, febre, tosse, dor e inflamação da garganta, assaduras, prisão de ventre, congestão nasal, sintomas de gripes e resfriados, entre outras moléstias”, completa. No mesmo sentido, em defesa de sua proposta, o senador Bolsonaro cita o alto gasto do brasileiro com medicamentos e argumenta que o custo da categoria cairia com essa ação. “Em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, no fim do ano passado, o Sr. Márcio Milan, da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), afirmou que, durante o período em que esses estabelecimentos comercializaram os MIPs no Brasil, houve uma drástica redução nos preços, com destaque para analgésicos e antitérmicos, cuja queda chegou a 35%”, complementou o senador Bolsonaro. O representante da Abras referia-se ao ano de 1995, quando, por meio de uma liminar, o comércio varejista foi autorizado a vender MIPs. Para o senador, os benefícios da ação não se limitariam apenas na redução dos preços proporcionada pela concorrência no setor, mas também à maior disponibilidade física decorrente da multiplicação dos PDVs. Já a Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip) disse acreditar que o consumidor bem informado pode tomar decisões conscientes com relação ao autocuidado. Por isso, defende a garantia de acesso amplo da população brasileira aos MIPs, desde que em locais que operem em total conformidade com a legislação sanitária vigente.

POSIÇÕES CONTRÁRIAS Na ocasião da audiência que levou ao arquivamento do PL 9.482/18, muitas entidades expuseram os riscos que tal medida poderia ocasionar à saúde pública. Entre elas, o CRF-SP. A diretoria da entidade, em conjunto com alguns conselheiros da instituição, protocolou, no período, um ofício junto à Comissão, se posicionando claramente contra esse 2019 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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DEBATE

tipo de comércio, “tendo em vista o risco que oferece à saúde da população ao disponibilizar o medicamento em uma gôndola de supermercado sem qualquer orientação ou assistência farmacêutica”. O presidente da entidade, Dr. Marcos Machado, comemorou, na época, os resultados da ação. “Prevaleceram o bom senso e a preocupação com a segurança do paciente”, declarou o executivo. O Sistema CFF e CRFs também veio a público manifestar-se contrário ao PL 3.589/19. Nesse sentido, as entidades informaram, em comunicado, que incluirão o referido PL sobre MIPs como prioridade na lista dos cerca de 300 PLs que são monitorados e acompanhados pela Assessoria Parlamentar e pela Comissão Parlamentar do CFF (que tem a participação de representantes de diversos CRFs). Neste caso, especificamente, a atuação será em defesa da rejeição imediata da proposta, a exemplo do que já ocorreu com outras similares, em anos anteriores. “Esse PL fere os interesses públicos, ameaça à saúde da população e implica em mais gastos para o cidadão e para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, anunciaram. De acordo com o comunicado do Sistema CFF/CRFs, inúmeros outros estudos apontam que a economia mencionada na defesa ao PL do senador Bolsonaro seria ilusória tanto para o cidadão quanto para o governo. A nota reforça que estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estima que os danos mais graves relacionados aos medicamentos, sem contar problemas mais simples, seriam bem caros. Custariam cerca de R$ 60 bilhões ao ano para o SUS, sendo que o maior gasto estaria relacionado ao tratamento das reações adversas dos medicamentos (39%). Além disso, os medicamentos são a principal causa de intoxicação no País, com praticamente um terço de todos os casos, segundo o Sinitox/Fiocruz. “A Lei 13.021/14, que reclassificou as farmácias como estabelecimentos de saúde e estabeleceu a promoção do uso racional de medicamentos como obrigação desses estabelecimentos, de seus proprietários e dos farmacêuticos, é uma conquista da sociedade. Não podemos retroceder. Além disso, não há respaldo científico para afirmar que existam medicamentos inofensivos. Ao contrário, todos apresentam efeitos terapêuticos e adversos, bem como apresentam riscos ligados à interação medicamentosa”, concluíram as entidades. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) também repudia a ação. O CEO da entidade, Sérgio Mena Barreto, afirmou que os argumentos daqueles 38

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O CONSUMIDOR BEM INFORMADO PODE TOMAR DECISÕES CONSCIENTES EM RELAÇÃO AO AUTOCUIDADO, POR ISSO OS MIPS PODEM GARANTIR ACESSO À SAÚDE, DESDE QUE COMERCIALIZADOS EM LOCAIS QUE OPEREM EM TOTAL CONFORMIDADE COM A LEGISLAÇÃO SANITÁRIA VIGENTE que defendem a venda de MIPs em outros estabelecimentos não se sustentam. “Em primeiro lugar, não temos problemas de acesso a farmácias no Brasil, pois há mais de 78 mil estabelecimentos em operação, cobrindo praticamente 100% do território nacional”, argumentou. Em segundo lugar, segundo Mena Barreto, a medida não baratearia o produto. Se assim o fosse, de acordo com o executivo, os supermercados venderiam produtos de Higiene e Beleza (H&B) com preço abaixo das farmácias. “Por que não o fazem?”, ponderou, acrescentando, ainda, que os MIPs não se destinam a resolver problemas de saúde complexos e precisam, sim, de suporte do profissional, caso o usuário necessite – o que, por sinal, acontece em 80% das vezes. “O Brasil não precisa dar passos atrás na área da saúde. Nosso País necessita de mais prevenção, adesão ao tratamento e mais educação do usuário para evitar problemas com o uso da medicação. Isso tudo pode ser provido num único estabelecimento – a farmácia – e com um único profissional – o farmacêutico”, defende o executivo da Abrafarma. Para ele, se alguém quer verdadeiramente defender a saúde, deveria promover uma grande discussão nacional para a redução da carga tributária de quase 36% dos medicamentos. “Isso colocaria o Brasil em linha com as principais nações do mundo e seria uma demonstração inequívoca de que a saúde do brasileiro é, sim, prioridade nacional”, concluiu.


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OPERAÇÃO

O que muda com a incorporação da Onofre pela Raia Drogasil? ACOMPANHE O HISTÓRICO DA TRANSAÇÃO, VALORES ENVOLVIDOS E O QUE DEVE MUDAR APÓS ESSA AQUISIÇÃO QUE FORMA UMA NOVA GIGANTE FARMACÊUTICA NO PAÍS

S

POR KATHLEN RAMOS

Seis anos após entrar no Brasil, a gigante americana CVS deixou o País. O processo começou em fevereiro último, quando a Raia Drogasil (RD) anunciou adquirir a Drogaria Onofre, até então sob o controle da CVS. Com R$ 479,4 milhões de receita bruta em 2018 e um total de 50 lojas, sendo 47 no estado

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de São Paulo, duas no Rio de Janeiro e uma em Minas Gerais, a Onofre é uma das empresas mais reconhecidas do varejo farmacêutico brasileiro e uma das referências nacionais em e-commerce. Na ocasião da venda, anunciada em 26 de fevereiro deste ano, foi divulgado um comunicado da CEO da Onofre, Elizangela Kioko, afirmando IMAGENS: DIVULGAÇÃO


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OPERAÇÃO

que a rede estava confiante de que a expertise digital da empresa, combinando serviços on-line e delivery, somada à escala, capilaridade no varejo físico, experiência e inovação da RD, iriam aumentar a densidade de entregas. Segundo a executiva, outro objetivo da operação era o de expandir a atuação do programa Onofre em Casa (e-commerce da rede), a fim de entregar uma proposta de valor única aos clientes e parceiros estratégicos. A conclusão da operação se deu em 1º de julho último. Segundo explicou o diretor de relações com investidores da Raia Drogasil (RD), Eugenio De Zagottis, por meio de comunicado no canal de relacionamento com investidores da empresa, desde esta data, os resultados da Onofre passaram a ser consolidados pela companhia. A RD, responsável pela compra, foi formada em 2011 a partir da fusão entre a Droga Raia e a Drogasil, que combinam 193 anos de história no varejo farmacêutico brasileiro. Hoje, a empresa possui 1.850 drogarias em 22 estados, que representam em torno de 97% do mercado farmacêutico brasileiro. A Raia Drogasil inaugurou, em 2018, 240 unidades e espera abrir

A marca Onofre não será mais usada em lojas físicas, apenas no e-commerce 42

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BENEFÍCIOS, CUSTOS E RISCOS De acordo com comunicado publicado no site da Raia Drogasil (RD), no canal de relação com investidores, a empresa busca com a incorporação uma maior eficiência operacional, administrativa e financeira, mediante aproveitamento de sinergias e redução de custos pela administração conjunta das sociedades. O comunicado também revela que não há valores relevantes envolvidos na incorporação. As administrações das sociedades estimam que os custos e despesas totais, incluindo honorários de assessores jurídicos, avaliadores e auditores, somaram, aproximadamente, R$ 2,2 milhões. Por fim, a RD informou que a administração da Raia Drogasil não vislumbra riscos relevantes na implementação da incorporação. Contudo, segundo eles, o processo de integração está sujeito a procedimentos de natureza operacional, comercial, financeira e tecnológica, cuja execução pode afetar o aproveitamento das sinergias esperadas. No dia 1º de agosto próximo, será convocada uma assembleia geral extraordinária da Raia Drogasil, às 8 horas, para examinar, discutir e aprovar os termos e condições do protocolo e justificativa de incorporação da Drogaria Onofre.

outras 240 em 2019. A RD apresentou uma receita bruta de R$ 15,5 bilhões e um EBITDA de R$ 1,195 milhão nos últimos 12 meses encerrados em dezembro de 2018. Já a CVS Health Corporation, responsável pela venda, é uma gigante norte-americana de farmácia e saúde que acumula um faturamento aproximado de US$ 200 bilhões anuais e detém cerca de dez mil pontos de venda (PDVs) nos Estados Unidos.


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OPERAÇÃO

Raia e Drogasil São multicanais e focadas em conveniência

SEIS ANOS APÓS ENTRAR NO BRASIL, A GIGANTE AMERICANA CVS DEIXOU O PAÍS. O PROCESSO COMEÇOU EM FEVEREIRO ÚLTIMO, QUANDO A RAIA DROGASIL (RD) ANUNCIOU ADQUIRIR A DROGARIA ONOFRE, ATÉ ENTÃO SOB O CONTROLE DA CVS

A CVS havia comprado a Drogaria Onofre em 2013 por aproximadamente R$ 700 milhões (US$ 187 milhões). Na época, o presidente executivo da CVS, Larry Merlo, disse à Reuters que enxergava o Brasil como um mercado atraente, uma vez que “a saúde e a farmácia devem crescer dois dígitos para a próxima década”, 44

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projetou. Para ele, esse era um setor “altamente fragmentado”, por isso via “uma boa oportunidade para expandir o negócio ao longo do tempo”.

O QUE ACONTECE NA PRÁTICA? Segundo informou a RD por meio de comunicado à revista Guia da Farmácia, a compra foi de oportunidade, visando reestruturar a Onofre, com potencial de criação de valor absorvendo a empresa à atual estrutura. “A Onofre possui pontos comerciais complementares e de qualidade, o que nos permitirá aumentar a capilaridade. Em adição, estamos adquirindo uma marca líder em e-commerce que mais que duplicará nossa venda digital e nos permitirá aumentar a escala da operação e a densidade de entregas”, disse a empresa. A RD reforçou, ainda, que a marca Onofre não será mais usada em lojas físicas, apenas no e-commerce. “O modelo é complementar. Enquanto a Onofre será 100% on-line e mais focada em preço, Raia e Drogasil são multicanais, mais focadas em conveniência”, justificou.


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DEPRESSÃO

É possível vencê-la! DOENÇA CONSIDERADA O MAL DO SÉCULO POSSUI PRECONCEITOS E DESINFORMAÇÃO, O QUE DESENCORAJA A BUSCA POR TRATAMENTO NO BRASIL

I

POR FABIANA GRILLO

Infelizmente, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de indivíduos diagnosticados com depressão na América Latina, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas convivam com esse transtorno, com grande potencial de ser considerada a doença mais incapacitante do planeta até 2020. Na opinião do psiquiatra, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL) e

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diretor e superintendente técnico da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Dr. Antônio Geraldo da Silva, alguns fatores da atualidade contribuem diretamente para o desenvolvimento dos transtornos mentais, entre eles, exposição ao estresse causado pelo trânsito, tipo de relações de trabalho, uso excessivo de redes sociais e consumo de drogas. Embora a tristeza seja o sintoma mais conhecido e relacionado com a depressão, a confirmação do diagnóstico vai muito além de se sentir apeIMAGEM: SHUTTERSTOCK


nas triste. Segundo o psiquiatra, a doença pode vir acompanhada de alterações no sono e apetite, irritabilidade, fadiga, falta de concentração e isolamento social. “Além da observação dos sintomas, é preciso identificar o tipo de prejuízo que esse estado emocional está causando na rotina do indivíduo, assim como sua intensidade e duração, para então classificar o quadro como leve, moderado ou grave.” Em geral, a doença mental altera diversos sistemas do organismo, causando sintomas muitas vezes incapacitantes, sem falar que “influencia diretamente na interação social, no desempenho profissional, nas relações afetivas, entre muitos outros aspectos”, alerta o médico da ABP. Estima-se que a depressão acometa cerca de 6% dos brasileiros, o que corresponde a 11,5 milhões de pessoas, quase o total de habitantes de uma cidade do tamanho de São Paulo (SP). Os brasileiros também são recordistas mundiais em relação aos transtornos de ansiedade, com 9,3% vítimas da doença. Embora exista um componente genético relacionado à depressão, este não é o fator determinante para o desenvolvimento da doença. De acordo com o Dr. Silva, o transtorno mental só aparece se houver o que chamamos de “gatilho”, que tem cunho ambiental. “Se o indivíduo possui a predisposição genética, mas não passa por situações que podem desencadear a doença, ele pode nunca manifestar o quadro.”

Entre os fatores mais comuns que podem desencadear a depressão, estão disfunções físicas, traumas, estresse, perdas, uso de álcool e drogas, entre outros. Em um mundo cheio de cobranças e pressões nas áreas profissional, familiar e pessoal, é comum que a saúde mental seja diretamente afetada, por isso o médico acredita que o fortalecimento de laços sociais e afetivos possa auxiliar na prevenção do quadro. “Para que os aspectos genéticos não encontrem terreno fértil no desenvolvimento da depressão, temos de tentar modificar os fatores ambientais que podem nos levar à doença. Assim funciona também para outros transtornos psiquiátricos.”

PRECONCEITO E DESINFORMAÇÃO “O diagnóstico precoce da depressão ainda é um desafio no Brasil. Além do estigma social associado aos transtornos mentais, o preconceito, a desinformação e a carência de profissionais capacitados para fazer o diagnóstico clínico são fatores que contribuem para o atraso no início do tratamento”, lamenta o Dr. Silva. “É difícil tratar uma doença que, para muitos, não é um quadro patológico. Muitas pessoas ainda consideram a depressão como um estado passageiro de espírito, relacionado à falta de espiritualidade e religião, ao desânimo, à falta de coragem, entre outros aspectos que ouvimos todos os dias na mídia

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ESPECIAL SAÚDE

DEPRESSÃO

e, até mesmo, no consultório por parte de familiares e do próprio acometido.” Segundo ele, a depressão é um processo patológico biológico e psíquico, complexo e com implicações químicas e hormonais no cérebro. Mesmo assim, mais de 50% dos brasileiros diagnosticados com a doença não a tratam, revelam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “E quando não tratada adequadamente, a depressão pode trazer sequelas importantes, levando a déficits cognitivos significativos ou até mesmo a tentativas de tirar a própria vida”, alerta o psiquiatra. “Já é sabido que 96,8% dos casos de óbito por suicídio estavam relacionados à presença de algum

SINAIS QUE PODEM LEVAR AO SUICÍDIO Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo esta a segunda principal causa de morte entre os jovens na faixa etária de 15 a 29 anos, aponta relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Na maioria das vezes, a pessoa que tem a intenção de se matar emite sinais, mas nem sempre eles são fáceis de serem identificados. De modo geral, há uma mudança brusca de comportamento, como isolamento, alterações de apetite e sono, aumento do uso de álcool e drogas, queda no rendimento escolar ou profissional, abordagem frequente ou romantização sobre a morte e falta de vontade de fazer atividades que antes lhe eram prazerosas, alerta o porta-voz do Centro de Valorização à Vida (CVV), Carlos Correia. Embora várias causas possam levar ao suicídio, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, em 35,8% dos casos, a vítima apresentava quadro de transtornos de humor, que inclui depressão, à frente de uso de substâncias químicas (22,4%) e esquizofrenia (10,6%). Apesar de as mulheres tentarem mais o suicídio (69%), são os homens que mais morrem (79%), ainda segundo a OMS. No Brasil, dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que 31% do sexo feminino tenta tirar a própria vida e 21% dos homens morrem.

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FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA DEPRESSÃO • Histórico familiar. • Transtornos psiquiátricos correlatos. • Estresse crônico. • Ansiedade crônica. • Disfunções hormonais. • Excesso de peso. • Sedentarismo e dieta desregrada. • Vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas). • Uso excessivo de internet e redes sociais. • Traumas físicos ou psicológicos. • Pancadas na cabeça. • Problemas cardíacos. • Separação conjugal. • Enxaqueca crônica. Fonte: Ministério da Saúde (MS)

transtorno psiquiátrico, frequentemente não tratado ou tratado de forma inadequada. Entre esse percentual, 35,8% estão relacionados aos transtornos de humor, em que está inserida a depressão.”

VENCENDO O PROBLEMA O resgate da funcionalidade plena do paciente deve ser um dos focos no tratamento da depressão. Por isso, em muitos casos, é fundamental o uso de medicamentos. Embora existam terapias muito eficazes, menos da metade das vítimas da doença no mundo (em muitos países, menos de 10%) recebe esses tratamentos, segundo a OMS. O médico da ABP garante que os quadros mais leves de depressão podem ser tratados somente com psicoterapia, “em que as linhas cognitivo comportamental e interpessoal apresentam significativos resultados”, avalia. “Para os casos moderados a graves, é imprescindível lançar mão dos medicamentos, que são administrados em combinação com a psicoterapia. Já nos quadros graves, quando não há uma resposta satisfatória ao uso de medicamentos, o paciente pode ser submetido à eletroconvulsoterapia”, explica o psiquiatra.


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ESPECIAL SAÚDE

DEPRESSÃO

CASOS DE DEPRESSÃO

14,1 MILHÕES de brasileiros apresentem diagnóstico de transtornos ou sofrimentos mentais.

7,6% das pessoas de

18 ANOS

ou mais de idade receberam diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental, representando

11,2 MILHÕES DE PESSOAS. EM 2018,

com dados ainda preliminares, foram registrados

9.740

atendimentos ambulatoriais

E 7.398

As regiões

SUL (12,6%) E SUDESTE (8,4%) apresentaram os maiores percentuais de pessoas com depressão, acima do percentual nacional.

A faixa etária com maior proporção foi a de

60 A 64 ANOS (11,1%), enquanto o menor percentual foi obtido na de

18 A 29 ANOS (3,9%). Fonte: Ministério da Saúde (MS)

A maior prevalência da doença foi no sexo feminino,

10,9% contra

3,9% DOS HOMENS. Aproximadamente metade dos homens

(51,2%) e mulheres

(52,3%) que referiram diagnóstico de depressão usavam medicamentos para tratar a doença, sendo que a proporção média do Brasil foi de

52%.

internações.

“O procedimento é feito de forma ambulatorial em unidade hospitalar, sob anestesia geral, com a presença de equipe multidisciplinar e o paciente pode ter alta no mesmo dia, sem prejuízo das faculdades mentais. Ele pode ser realizado até mesmo em gestantes de forma segura e eficaz.” Segundo ele, não é correto falar em cura da depressão e nem de qualquer tipo de doença psiquiátrica. Com o tratamento correto, há remissão dos 50

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sintomas, ou seja, o paciente passa a não apresentar crises, retomando as atividades laborais, sociais e afetivas. “A depressão precisa de tratamento até que o indivíduo retome a sua qualidade de vida. Mesmo após o desaparecimento por completo dos sintomas, mantemos o tratamento psicoterápico e medicamentoso de um a três anos após a remissão dos sintomas.”


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ESTRESSE E ANSIEDADE

Resposta emocional CONSIDERADO UMA EPIDEMIA, O ESTRESSE ATINGE 90% DA POPULAÇÃO MUNDIAL E OS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE CAMINHAM AO LADO, O QUE AGRAVA O PROBLEMA, LEVANDO O PACIENTE A QUADROS AINDA MAIS PREOCUPANTES

M

POR ADRIANA BRUNO

Muito se fala sobre rotinas estressantes e o quanto elas fazem parte do cotidiano, mas quando se aprofunda o tema, descobre-se que o estresse e a ansiedade estão bem mais presentes na vida das pessoas do que se pode imaginar. O estresse é algo que perturba o equilíbrio e pode estar ligado a um evento desagradável, momentâneo ou a algo crônico, constante. Ele é apontado pelos especialistas no assunto como um padrão de resposta a um fator ou evento, seja ele físico ou emocional.

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GUIA DA FARMÁCIA AGOSTO 2019

“Trata-se de um conjunto de reações orgânicas, em resposta a estímulos internos e/ou externos, que podem ser tanto de ordem física quanto psíquica. Pode-se definir o estresse como um conjunto de reações fisiológicas necessárias para adaptação a novas situações”, explica o psicólogo da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Bruno Alexandre Ferreira. Ainda de acordo com o especialista, pesquisas recentes mostram que os brasileiros ocupam o segundo lugar em relação às pessoas com alto nível de estresse. IMAGEM: SHUTTERSTOCK


“Cerca de 70% dos brasileiros sofrem com estresse, sendo que 30% estão relacionados ao estresse no trabalho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse atinge o percentual de 90% da população mundial, demonstrando o quão importante é este tema em nossa atualidade”, alerta Ferreira. Com relação aos fatores considerados estressores ou desencadeantes do estresse, a pesquisa Stress Brasil, realizada pelo Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS), apontou que os brasileiros consideram como maior fonte de estresse os relacionamentos (familiares, amorosos, com colegas e chefes); seguido de dificuldades

financeiras e de sobrecarga de trabalho em segundo e terceiro lugar, respectivamente. “Além disso, viver situações consideradas traumáticas ou completamente desconhecidas também pode ser gerador de estresse. De modo geral, a literatura tem apontado que são considerados estressores os acontecimentos de vida interpretados como negativos pelo indivíduo”, explicam as psicólogas do Hospital Sírio Libanês, Juliana Siquinelli Padula e Viviane Yumi Hatano.

ANSIEDADE DESENCADEANTE A ansiedade também é uma resposta emocional que pode estar ligada à antecipação de uma situação de pe-

TRATAMENTO: FITOTERÁPICOS X CONVENCIONAIS Entre os medicamentos que podem ser prescritos para tratar quadros de estresse e ansiedade é possível encontrar fitoterápicos e medicamentos convencionais ou tradicionais. Segundo a farmacêutica da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Ana Carolina Oliveira Ferreira, é preciso esclarecer que ansiolíticos convencionais são medicamentos normalmente de origem sintética que são utilizados para tratar os sintomas ocasionados pela ansiedade e tensão. Já os fitoterápicos são medicamentos extraídos de plantas medicinais, ou seja, exclusivamente de matéria-prima ativa vegetal. “Como exemplos de plantas medicinais na produção de fitoterápicos que atuam no combate de sintomas da ansiedade e que também possuem efeito calmante temos: valeriana, passiflora, camomila e melissa. Os fitoterápicos, assim como os demais medicamentos de origem sintética, passam por um processo industrial, portanto, possuem legislação específica referente à produção e comercialização”, explica. Ainda de acordo com a farmacêutica, os medicamentos calmantes e ansiolíticos podem ser divididos entre os seguintes grupos: • Benzodiazepínicos (midazolam, diazepam, lorazepam, triazolam, alprazolam, nitrazepam, clordiazepóxido e flurazepam). • Antagonistas dos receptores de 5-HT (buspirona, gepirona e ipsapirona), barbitúricos (pentobarbital, fenobarbital e tiopental). • Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos (propranolol) que são utilizados, principalmente, para a diminuição dos incômodos referentes a sudorese, tremor e taquicardia. Já a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti, destaca que tanto o fitoterápico como o medicamento “convencional”, que contém fármacos obtidos por síntese química, são considerados medicamentos alopáticos. “Um dos fitoterápicos mais utilizados é a Passiflora incarnata que atua na insônia e na hiperexcitabilidade nervosa, induzindo ao sono próximo do fisiológico. Saliente-se que medicamento contendo Passiflora incarnata não deve ser usado com medicamentos sedativos e depressores do Sistema Nervoso Central (SNC)”, alerta Maria Aparecida. Outros fitoterápicos destacados pela farmacêutica são: • Valeriana officinalis. • Melissa officinalis.

2019 AGOSTO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

ESTRESSE E ANSIEDADE

rigo, uma ameaça, um acontecimento futuro que gera um estado de hiperviligância, resultando em sentimento de apreensão e até alterações fisiológicas. De acordo com a psiquiatra do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Débora K. Kussunoki, é importante ressaltar que a ansiedade não é necessariamente uma doença e está presente em situações de vida habituais. “Porém, o Transtorno de Ansiedade (TA) é uma doença, com sinais e sintomas que causam sofrimento e têm impacto negativo sobre a vida do indivíduo”, afirma a psiquiatra. Ela explica ainda que no Transtorno de Ansiedade Generalizada (TGA) há uma preocupação excessiva de difícil controle, em eventos ou atividades diversas, como trabalho ou escola, por exemplo, na maioria dos dias.

INCIDÊNCIA RECORRENTE Com toda a rotina da vida moderna, as pessoas estão sendo mais diagnosticadas com ansiedade e estresse. “Acreditamos que a população está mais ansiosa e estressada pelo ritmo de vida da atualidade, muitos compromissos ao mesmo tempo, longa jornada de trabalho e muitas cobranças. Estamos vivendo em uma sociedade imediatista, em que há dificuldade para lidar com suas frustrações e dificuldades para esperar o que colocaram como meta para si, gerando assim angústias, insegurança e medo, fazendo com que fiquem mais ansiosas e estressadas”, avalia a psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Ana Paula de Biasi. Ela conta que os sintomas do estresse podem ser divididos em dois grupos. Alguns sintomas físicos são: dores de cabeça, dores e tensão musculares, taquicardia, gastrite, exaustão física e alteração de apetite. No grupo psíquico, alguns sintomas são: desânimo, irritabilidade, dificuldade em se concentrar, insônia, tristeza, alteração de humor e insatisfação com a vida. “Já a ansiedade pode causar medo excessivo, angústia, fobias, inibições e pânico”, afirma.

O ESTRESSE E O CORTISOL O cortisol nada mais é do que um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais e tem como função preparar o organismo para situações de estresse. Dessa forma, ele é liberado exatamente quando o indivíduo está exposto a situações que o levem a um quadro estressante, como uma briga ou ameaça, por exemplo. 54

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PRINCIPAIS GATILHOS Alguns fatores importantes que podem gerar estresse e ansiedade são: 1. Pressa. 2. Resolver várias situações ao mesmo tempo. 3. Longas jornadas de trabalho. 4. Falta de lazer/atividades prazerosas. 5. Mudanças indesejadas. 6. Problemas de saúde. 7. Obrigações familiares. 8. Dificuldades no trabalho. 9. Autocobrança em excesso. 10. Falta de tempo para si. Fonte: psicólogo da Rede de Hospitais São Camilo, Bruno Alexandre Ferreira

A endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Tarissa Petry, explica que o cortisol tem muitas funções relacionadas a deixar o corpo pronto para essas situações, como: disponibilizar proteína, gordura e glicose, aumentar a pressão arterial, além de ser um potente anti-inflamatório. Segundo informa a médica, em casos de aumento de cortisol pelo estresse, os seus efeitos são reversíveis e não causam danos permanentes. “Porém, caso a pessoa use corticoides em doses elevadas e em longo prazo, ou tenha alguma doença em que haja aumento de produção de cortisol pelo organismo (Síndrome de Cushing), os efeitos serão evidentes: aumento de glicemia e pressão arterial, perda de massa óssea, bochechas rosadas, estrias violáceas largas no abdome, acne”, explica. Ela destaca ainda que, em situações de estresse, os níveis de cortisol irão subir e retornar ao normal novamente. “Portanto, isso é fisiológico e não patológico”, afirma. É preciso destacar que o cortisol tem a importante função de ajudar a promover a energia necessária para as atividades do organismo, especialmente ao acordar, em jejum.


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ESPECIAL SAÚDE

ESTRESSE E ANSIEDADE

SÍNDROME DE BURNOUT Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, a Síndrome de Burnout é um fenômeno resultante de um estresse crônico no trabalho, que impacta negativamente na saúde mental do profissional e em sua produção laboral. Do inglês, burnout significa “queima por inteiro”, remetendo à exaustão física e emocional do profissional. “A Síndrome de Burnout é caracterizada pela exaustão emocional, distanciamento das relações pessoais (despersonalização) e diminuição do sentimento de realização pessoal. Os sintomas observados são: exaustão emocional e física, irritação, ansiedade, tristeza, apatia, desânimo, falta de interesse, alteração do sono e apetite e dores”, explica a psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Natália Novaes Pavani Araújo. Segundo ela, além do sofrimento psíquico e físico do profissional que sofre da Síndrome de Burnout, estudos apontam para o risco de abuso do uso de álcool, drogas ilícitas e medicamentos, bem como ao risco de problemas familiares e conflitos sociais. “Os índices elevados de absenteísmo, prejuízo da qualidade do trabalho, afastamentos e acidentes de trabalho também são os impactos observados nas instituições”, relata. Para o psicólogo da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Caio Viana, profissionais como policiais, professores, profissionais de saúde estão entre os mais acometidos pela Síndrome de Burnout. “Hoje em dia, percebemos que as pessoas têm vivenciado a Síndrome de Burnout quando convivem com chefias inadequadas, carga horária de trabalho estressante, especialmente em funções que demandam muito do físico ou intelectual, entre outros”, diz. Segundo Viana, o tratamento contempla desde o apoio familiar até o acompanhamento psicoterapêutico, psiquiátrico com prescrição de medicamentos.

“Ele também ajuda a manter a pressão arterial e é secretado fortemente pela manhã, para começar a mobilizar a energia após o período de sono. O cortisol passa a ser danoso causando alterações, como excesso de gordura no abdome, de glicose, perda de massa muscular e de cabelos, por exemplo, apenas quando o corpo é exposto constantemente a níveis elevados desse hormônio”, comenta o médico endocrinologista e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), Dr. Felipe Henning Gaia Duarte.

MAIS EQUILÍBRIO O tratamento para o estresse e a ansiedade consiste em uma série de mudanças na própria rotina e que pode até culminar na prescrição de medicamentos. Afastar-se dos gatilhos é uma das recomendações. O que nem sempre é possível. Mas há algumas coisas que podem ser feitas para ao menos atenuar os sintomas desses quadros. Uma delas é a prática de atividade física. A coach e sócia diretora da AV Treinamento Inteligente, Vanessa Menache, conta que a atividade física desencadeia uma série de reações químicas, libe56

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rando hormônios que geram a sensação de bem-estar no organismo. “De acordo com pesquisadores, alguns efeitos do exercício são facilmente percebidos em curto prazo, como a melhora do humor, das funções cognitivas e diminuição dos níveis de estresse. Eles também observaram que depois de um exercício, o cérebro é ativado em múltiplas áreas, devido à liberação de endorfina, dopamina e triptofano que ajuda na produção da serotonina”, explica. Além das alterações neurológicas que a atividade física é capaz de causar atuando como um antidepressivo natural, há ainda a elevação da frequência cardíaca e o fortalecimento muscular que garantem maior energia e resistência durante as tarefas do dia. “Atividades realizadas em grupo ainda agregam o fator social, melhorando a interação com outras pessoas e diminuindo o isolamento e solidão que, muitas vezes, agravam casos depressivos. Os exercícios que desenvolvem a coordenação intramuscular aumentam a frequência cardíaca e, com os desafios que sejam possíveis de realizar, são os mais indicados para pessoas que buscam reduzir níveis de estresse e ansiedade”, comenta.


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TABAGISMO

A guerra no controle continua APESAR DO ARSENAL DE MEDICAMENTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO, O HÁBITO DE FUMAR CONTINUA SENDO UMA DAS MAIORES AMEAÇAS À SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL E NO MUNDO POR FABIANA GRILLO

A

As primeiras tragadas costumam acontecer na adolescência por curiosidade, rebeldia, farra, imitação dos pais ou simplesmente para se integrar a determinado grupo. O problema é que esse “inocente” ato durante apenas três meses já é capaz de promover dependência, alerta a psicóloga e coordenadora do Programa Vida sem Cigarro do Hospital do Coração (HCor), Silvia Cury Ismael.

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“O jovem nunca acha que vai ficar dependente e, muitas vezes, por fumar apenas nos fins de semana, acredita que pode parar quando quiser. A questão é que o cigarro não causa apenas dependência física, mas também emocional, por isso é tão complicado abandoná-lo de uma hora para outra.” A farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti, acrescenta que a nicotina presente em qualquer derivado do tabaco é uma droga psicoativa com potencial de produzir alteração no Sistema Nervoso Central (SNC) e, consequentemente, modificar o estado emocional e comportamental, podendo induzir ao abuso e à dependência. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

TABAGISMO

“E os malefícios não se restringem apenas a quem de fato traga. A exposição involuntária à fumaça do cigarro (fumante passivo) também é um grande problema de saúde pública, causando desde reações alérgicas até câncer de pulmão, quando, por exemplo, algum familiar fuma diariamente dentro de casa.”

DOENÇA PEDIÁTRICA O tabagismo é considerado uma doença pediátrica, já que 80% dos fumantes começam com o péssimo hábito antes dos 18 anos de idades. No Brasil, 20% dos tabagistas começaram a fumar com menos de 15 anos de idade, de acordo com o Ministério da Saúde (MS). A frequência de fumantes é menor entre os adultos com 65 anos de idade e mais (7,3%) e aumenta nas faixas etárias de 18 a 24 anos de idade (8,5%) e 35 a 44 anos de idade (11,7%). A boa notícia é que o consumo do tabaco entre os fumantes nas capitais brasileiras reduziu em 36% entre 2006 e 2017, ou seja, a prevalência caiu de 15,7% para 10,1%, conforme revelou a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2017. Na opinião da psicóloga Silvia, que trabalha com pacientes tabagistas há 26 anos, essa queda é reflexo da legislação antifumo, que proibiu o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco, em locais de uso coletivo públicos ou privados, da política de taxação do cigarro e do arsenal de medicamentos para tratar a doença. “O Brasil é referência no modelo de tratamento e políticas públicas contra o tabagismo, entretanto, é o primeiro exportador do mundo e o segundo maior produtor de tabaco, perdendo apenas para a China.” Embora o consumo de tabaco seja maior entre os homens (13,2%) do que entre as mulheres (7,5%), o sexo feminino tem mais dificuldade para largar a dependência. Na explicação da psicóloga do HCor, isso se deve ao fator emocional que é mais presente entre as mulheres. “O homem tem uma relação mais racional com o cigarro e, em muitos casos, o tratamento com reposição de nicotina já é suficiente para ele dar adeus à dependência. Por outro lado, a mulher lida com isso de uma forma mais emocional e, além de serem mais comuns as recaídas, muitas vezes precisamos associar antidepressivos ao tratamento do tabaco.”

CAUSA DE MORTALIDADE No Brasil, estima-se que morram 157 mil pessoas precocemente devido às doenças causadas pelo tabaco, de 60

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PRIMEIRO PASSO É O FUMANTE TER CONSCIÊNCIA DOS MALEFÍCIOS DO CIGARRO, CONHECER SEU PERFIL E QUERER SER AJUDADO. A PARTIR DAÍ, O USO DE MEDICAMENTO ASSOCIADO À TERAPIA COMPORTAMENTAL FORMAM O COMBO PERFEITO PARA O PONTAPÉ INICIAL acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No mundo, existem mais de 1,1 bilhão de fumantes e 80% deles vivem em países de baixa e média renda, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda de acordo com dados da entidade, o tabaco mata mais de sete milhões de pessoas a cada ano, sendo que cerca de seis milhões destas mortes são resultado do uso direto do cigarro, enquanto 890 mil são resultado de não fumantes expostos ao fumo passivo.

ABANDONO DO VÍCIO O tabagismo é considerado uma doença, sendo responsável por vários tipos de câncer, problemas do aparelho respiratório e do coração, úlceras, osteoporose, catarata, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, menopausa precoce, complicações na gravidez, entre outras tantas enfermidades. Além disso, os fumantes adoecem duas vezes mais que os não fumantes, assim como também apresentam menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual. Sem falar que também envelhecem mais rapidamente e ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo. Mesmo com todos esses malefícios, dar adeus ao cigarro exige muito autocontrole, conscientização e força de vontade, reforça a psicóloga. “Não adianta recorrer apenas ao medicamento porque sozinho ele não faz milagres. Mostrar como funciona a dependência no organismo é uma das estratégias que usamos para a adesão ao tratamento.”


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TABAGISMO

REPOSIÇÃO DE NICOTINA X MEDICAMENTO ORAL A Terapia de Reposição de Nicotina (TRN) é considerada o tratamento de primeira linha contra o tabagismo. Como o próprio nome sugere, ela oferece apenas a nicotina em quantidades bem menores do que as fornecidas pelo cigarro, reduzindo gradualmente as crises de abstinência e a vontade de fumar. CIGARRO O cigarro tem muitas substâncias tóxicas, como:

Alcatrão

Monóxido de carbono

MEDICAMENTOS (AÇÃO COMBINADA) Alguns medicamentos orais podem ser combinados com a TRN, como: • Bupopriona: primeiro antidepressivo liberado para o tratamento do tabagismo. Age no Sistema Nervoso Central (SNC) em diferentes receptores do cérebro, inibindo a recaptação pré-sináptica de dopamina e noradrenalina. • Vareniclina: aprovada como tratamento específico no abandono do cigarro, cujo nome comercial é Champix. Age em um específico receptor nicotínico chamado α4β2. Ela se liga parcialmente ao receptor da nicotina sendo capaz de ao mesmo tempo reduzir a intensidade do desejo pelo cigarro, como também diminuir os sintomas relacionados à abstinência.

Nicotina

A MAIS VICIANTE IMPORTANTE O tratamento medicamentoso no combate ao tabagismo dura

REPOSITORES DE NICOTINA No Brasil, a reposição de nicotina pode ser feita por meio de: • Pastilha • Goma de mascar • Adesivo

3 MESES porque

90%

dos sintomas cedem em

10 SEMANAS

Em alguns países, já existem as versões: • Spray • Inalador

Fonte: cardiologista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), Dr. Márcio Sousa

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ESPECIAL SAÚDE

TABAGISMO

COMO ORIENTAR O PACIENTE COM AS CRISES DE ABSTINÊNCIA? Abandonar a dependência do cigarro é um processo e exige muita força de vontade e paciência. As crises de abstinência não podem ser tão temidas pelos fumantes a ponto de estimulá-los a desistir, adverte a psicóloga e diretora executiva do Departamento de Psicologia da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), Jennifer de França Oliveira Nogueira. “A intensidade dos sintomas vai variar de pessoa para pessoa e está diretamente relacionada ao tempo de uso do tabaco e nível de dependência, tanto física como emocional. Entretanto, o mais importante nesse momento é saber que esses sintomas são passageiros.” Em geral, os sinais de abstinência aparecem após as primeiras 24 horas sem fumar e podem durar entre sete e 14 dias, até um mês. Entre os principais, a psicóloga da Socesp cita dificuldade para dormir, dor de cabeça, tontura, tosse, ansiedade, estresse, aumento de apetite, dificuldade de concentração, irritabilidade, tristeza e sinais depressivos. “Existem também sintomas mais intensos de início abrupto e duração rápida, como a chamada fissura, aquele grande desejo de fumar. No entanto, a duração é de apenas cinco minutos e perde as forças com o passar do tempo sem as tragadas.” Na opinião da especialista, a fissura é o sintoma mais difícil de lidar, mas algumas estratégias aplicadas nesta situação são eficientes para driblar a vontade pelo cigarro e manter o foco no abandono do vício. “A orientação é mudar o que está fazendo naquele momento, tomar um copo de água, sair ao ar livre, conversar com alguém ou assistir a algo interessante na televisão, tudo isto para tentar se distrair.” Outra dica da especialista é ter acompanhamento psicoterápico específico para cessação do tabagismo, “assim o fumante irá compreender o papel do cigarro em sua vida, conhecer seus gatilhos e aprender formas práticas de como lidar com cada situação”, avisa Jennifer. Ela diz ainda que evitar situações difíceis durante esse processo de parar de fumar, tentar diminuir o seu nível de estresse, reservar tempo para momentos agradáveis, praticar esportes, como caminhada, corrida ou natação, são muito úteis nesta fase.

Para Silvia, o primeiro passo é o fumante ter consciência dos malefícios do cigarro, conhecer seu perfil de fumante e querer ser ajudado. A partir daí, o uso de medicamento associado à terapia comportamental formam o combo perfeito para o pontapé inicial. “O tratamento medicamentoso dura em torno de três meses. Depois disso, orientamos algumas mudanças na rotina, como adaptação no cardápio alimentar, muita hidratação com água e prática regular de atividade física.” Para entrar em abstinência, o fumante precisa ficar pelo menos por um ano sem colocar o cigarro na boca, “nem mesmo dar uma tragada porque esse simples ato pode fazê-lo voltar a fumar”, adverte a psicóloga do HCor. “Consideramos recaída quando o fumante dá apenas uma tragada ou fuma literalmente por sete dias consecutivos. Pesquisas revelam que a cessação acontece depois de três a sete tentativas.” Nesse processo, é fundamental mudar comportamentos que estejam associados ao cigarro, assim co64

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mo não substituir o fumo pela comida. Como a nicotina libera o hormônio dopamina, que gera prazer, o tabagista recorre aos alimentos doces para obter a mesma sensação, já que o consumo de açúcar libera serotonina, que traz a mesma sensação de prazer e bem-estar. “Vem daí o mito de que parar de fumar engorda. Por isso, nesse processo, a orientação é escolher alimentos menos calóricos e que ajudam a driblar o paladar, como frutas cítricas, iogurte desnatado e cenoura cortada em palitos, que lembra o formato do cigarro e exige bastante mastigação.” Outra dica da especialista é mudar a rotina para desassociar o cigarro a café, bebida alcóolica, almoço, telefone, computador, momentos de estresse, etc. Nesse contexto, a inclusão dos exercícios físicos no dia a dia ajuda não só no alívio do estresse e no processo de emagrecimento, como também na liberação de endorfina e nos benefícios à saúde.


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DOR ABDOMINAL

Um indicativo para diversas doenças FALTA DE CUIDADO COM AS REFEIÇÕES OU INTOLERÂNCIA A ALIMENTOS SÃO ALGUMAS DAS POSSÍVEIS CAUSAS QUE PODEM LEVAR A ESSE SINTOMA. SAIBA COMO DIFERENCIAR CASOS LEVES E GRAVES

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POR KATHLEN RAMOS

As dores abdominais podem ser por uma infinidade de causas, sendo motivos comuns de consultas em serviços de pronto atendimento, quando agudas; ou em consultórios, normalmente, quando crônicas. “A dor abdominal é um sintoma bastante amplo. Mas com quadros leves, pode se relacionar o problema à má digestão ou a problemas com grupos alimentares, como intolerância à lactose, ou doença celíaca, que é a impossibilidade de comer glúten”, conta o cirur-

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gião do aparelho digestivo, do Serviço de Gastroenterologia do Hospital do Coração (HCor), Dr. André Siqueira Matheus, acrescentando que outro problema recorrente que leva ao quadro de dor abdominal são as infecções intestinais. “Elas podem ser causadas tanto por bactérias (por alimentos contaminados) ou viroses”, acrescenta. O professor do departamento de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Dr. Carlos Walter IMAGENS: SHUTTERSTOCK


ESPECIAL SAÚDE

DOR ABDOMINAL

FORMAS DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO O tratamento adequado para cada uma das condições envolvendo dores abdominais deve ser sempre proposto e acompanhado pelo médico da especialidade. “A programação terapêutica deve ser cuidadosa e costuma envolver um acompanhamento de longo prazo, com consultas regulares, habitualmente já sugeridas pelo próprio médico e, muitas vezes, com progressão ou diminuição de doses dos medicamentos e readequações”, explica o gastroenterologista do Dr. Consulta, Dr. Luiz Ricardo Santana. A seguir, acompanhe alguns dos fármacos que podem ser utilizados: • Analgésicos (e não anti-inflamatórios) comuns, tais como paracetamol e dipirona, antiácidos (hidróxido de alumínio e de magnésio) ou escopolamina para alívio dos sintomas. • Inibidores da Bomba de Prótons (omeprazol e semelhantes) para Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), gastrites, dispepsia funcional e úlcera gastroduodenal. • Analgésicos mais potentes (codeína, tramadol); grupo que envolve antidepressivos (venlafaxina, duloxetina, pregabalina), antibióticos para tratamento de H. pylori e vermífugos. • Cimeticona ou dimeticona, para casos de gases. • Fibras solúveis, insolúveis ou laxativos suaves, para pacientes com queixas de intestino preso. • Antiespasmódicos, para casos de cólicas. Fontes: cirurgião do aparelho digestivo, do Serviço de Gastroenterologia do Hospital do Coração (HCor), Dr. André Siqueira Matheus; professor do departamento de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Dr. Carlos Walter Sobrado; e gastroenterologista do Dr. Consulta, Dr. Luiz Ricardo Santana

Sobrado, enumera outros cenários comuns que podem levar a esses sintomas. “Pacientes que têm excesso de produção de gás no organismo (flatulência) ou intestino preso podem apresentar esse tipo de sinal”, exemplifica. Medidas de higiene e cuidados com os alimentos ingeridos são algumas das principais precauções, que têm o intuito de evitar intoxicações alimentares ou infestações crônicas por parasitas. Essa cautela também pode evitar casos de infecção gástrica pela bactéria H. pylori, principal causa de gastrites, úlceras gástricas, duodenais e mesmo câncer gástrico, segundo alerta o gastroenterologista do Dr. Consulta, Dr. Luiz Ricardo Santana, que sinaliza outras atitudes importantes.“Vale ter atenção aos cuidados específicos das doenças relacionadas. Pacientes com refluxo, por exemplo, devem evitar refeições copiosas, alimentos ácidos e defumados”, exemplifica. Outros cuidados são usar anti-inflamatórios e antibióticos somente de forma orientada e acompanhada por um médico; o reconhecimento de alimentos desencadeantes das dores; e, para todas as situações, cessação do tabagismo e uso moderado de álcool.

PERFIL DOS ACOMETIDOS Possivelmente, a causa mais comum de todas as dores abdominais são as doenças funcionais do trato digestivo. Trata-se de um grupo de condições até hoje não muito bem compreendidas pela medicina, mas altamente prevalentes na população, as quais têm como grande característica a ausência de achados de inflamação ou infecção nos mais diversos exames realizados, e por não progredirem para condições mais graves, sendo sempre doenças benignas. O Dr. Santana lembra que as principais delas são a dispepsia funcional e a Síndrome do Intestino Irritável (SII), além da constipação funcional. “Essas condições são muito frequentes em pessoas com outras doenças e condições psiquiátricas, como ansiedade e depressão”, diz. Como são diversas as doenças que podem acometer as pessoas que sofrem por dor abdominal, são muitos os perfis de públicos que podem sofrer com esse mal. “A obesidade, por exemplo, é um reconhecido fator de risco para Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), e a perda de peso é muitas vezes essencial 2019

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ESPECIAL SAÚDE

DOR ABDOMINAL

GPS DA DOR: IDENTIFICANDO A ORIGEM DA DOR ABDOMINAL PELA LOCALIZAÇÃO • Região central (boca do estômago): dor pode estar relacionada a um problema no estômago, como gastrite, úlcera, esofagite e Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). • Do lado direito (mais alta, próxima à costela): problema pode estar relacionado à vesícula biliar ou ao fígado, colecistite aguda. • Do lado direito (mais baixa): pode sugerir uma apendicite ou doença de Crohn.

para o controle da condição. Alcoolismo e tabagismo também podem contribuir para qualquer causa de dor abdominal, além de serem fatores de risco para câncer em vários órgãos, como esôfago, estômago, cólon e pâncreas. Dores abdominais crônicas em pacientes jovens, especialmente se houver história familiar, podem ser sinais de alerta para se investigar doença celíaca ou doenças inflamatórias intestinais, e, em pessoas de idade mais avançada, neoplasias ou intolerâncias alimentares”, sinaliza o Dr. Santana. O especialista do HCor, Dr. Matheus, alerta para os riscos da automedicação em casos recorrentes. “Em quadros recorrentes, quando o paciente se automedica e não busca auxílio médico, pode-se mascarar um quadro mais grave, que pode progredir”, adverte.

ALERTAS PARA QUADROS GRAVES A gravidade da dor abdominal não se avalia somente pela intensidade da dor, pois a sensibilidade é muito individual. Portanto, devem-se levar em consideração alguns sinais de alarme, como perda de peso involuntária, disfagia (engasgos), intolerân68

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• Dor no meio da barriga (em volta do umbigo): quadros mais leves, relacionada à alimentação. • Do lado esquerdo: pode estar relacionada à inflamação do intestino grosso, diverticulite, obstrução intestinal por tumor, ao cisto de ovário hemorrágico. Fontes: cirurgião do aparelho digestivo, do Serviço de Gastroenterologia do Hospital do Coração (HCor), Dr. André Siqueira Matheus; e professor do departamento de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Dr. Carlos Walter Sobrado

cia aos alimentos, piora da dor ao se alimentar, dor que desperta o paciente, diarreia crônica ou com achados patológicos (sangue ou restos alimentares), vômito com sangue ou fezes, febre alta, queda de pressão arterial ou paciente que não consegue evacuar por vários dias. “Entre as causas das dores mais graves, sempre se considera o câncer, particularmente nos com idade mais avançada ou com fatores de risco envolvidos. Outras possíveis causas são úlceras, doenças inflamatórias intestinais ou doenças isquêmicas do trato digestivo”, enumera o Dr. Santana. O Dr. Sobrado faz outros alertas. “Pessoas com idade mais avançada e dependendo do histórico familiar de problemas cardiológicos, problemas como angina cardíaca, infarto ou pericardite podem ter dores que irradiam para o abdômen”, alerta o médico, salientando que o histórico familiar também precisa ser observado. “Se o paciente relata que toda a família teve diverticulite ou câncer de estômago, e ele chega com queixas de dor abdominal, a relação com estas doenças não pode ser descartada”, aponta.


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Cuidados na gestação MAIS DO QUE O GANHO DE PESO, A GRAVIDEZ É ACOMPANHADA DE EXPLOSÃO DE SENTIMENTOS. AS MUDANÇAS FÍSICAS E EMOCIONAIS PODEM SE ESTENDER NO PÓS-PARTO E DURANTE A AMAMENTAÇÃO POR FABIANA GRILLO

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O resultado positivo do teste de gravidez vem acompanhado de muita alegria, ansiedade, medos, lágrimas, sorrisos e angústias. Essa explosão de sentimentos tão distintos costuma caminhar lado a lado com a mulher durante toda a gestação, por isso é fundamental entender que, embora possa parecer frescura ou até “chatice”, há um culpado para todas essas alterações emocionais e ele se chama hormônio.

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Na explicação da ginecologista e obstetra, especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva, Dra. Ana Paula Aquino, os níveis de alguns hormônios, especialmente da progesterona, aumentam significativamente nesse período, causando não só as mudanças emocionais, como também as físicas. “A progesterona deixa a gestante mais lenta em todos os sentidos e isto é uma mudança IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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fisiológica do período, ou seja, é preciso aprender a conviver com ela e buscar estratégias para tentar driblar todos esses desconfortos.” De acordo com a médica, embora a alteração hormonal aconteça no organismo de qualquer gestante, os sintomas vão ser diferentes em cada mulher e também em cada gestação. De forma geral, o período é caracterizado por sonolência, dificuldade de concentração e de memória, irritabilidade, constipação, refluxo, má digestão, dor nas mamas, aumento da frequência respiratória, relaxamento dos ligamentos, frouxidão articular, entre tantas outras alterações físicas e emocionais. “A aceitação da gestação e os sentimentos relacionados a essa nova condição têm vários componentes individuais, familiares e até de trabalho, por isso a melhor maneira de lidar com essa mudança é ter o acompanhamento próximo do obstetra. É ele que vai explicar as alterações fisiológicas e emocionais do período, assim como identificar alguma anormalidade e, quando houver necessidade, encaminhar a paciente para a avaliação psicológica e/ou psiquiátrica”, diz a ginecologista e obstetra, membro da Comissão Nacional Especializada em Vacinas, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), e também professora assistente da Divisão de Obstetrícia do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Dra. Giuliane Lajos.

ALTERAÇÕES CARACTERÍSTICAS Segundo a médica, as mudanças físicas começam a ocorrer no momento em que a mulher engravida e a maioria se encerra ao término da gestação, “podendo se estender até 40 dias de puerpério ou enquanto a mulher estiver amamentando”, acrescenta. Ela reforça que no início da gestação, podem ocorrer náuseas, vômitos e acidez, com pico entre dez e 12 semanas. “Por isso, orientamos manter a dieta fracionada, evitando longos períodos de jejum. Em algumas situações, é até necessário o uso de medicação.” No primeiro trimestre, também é comum a mulher sentir dor nas mamas, sonolência, cansaço e diminuição do apetite sexual. “Embora o sexo na gravidez seja saudável, desde que não haja contraindicação, muitas mulheres evitam o contato físico com o marido”, garante a Dra. Ana Paula. 72

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ATENÇÃO AOS CUIDADOS DERMATOLÓGICOS! Como a pele sofre diversas alterações fisiológicas, não só pelo ganho de peso, mas também pela ação dos hormônios, é importante redobrar a atenção com os cuidados diários de higiene e hidratação da pele. Embora as estrias e celulites sejam um dos problemas mais temidos pelas grávidas, a dermatologista, assessora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Clarissa Prati, lembra que as alterações fisiológicas mais comuns nessa fase são as pigmentares, vasculares, das glândulas sebáceas e também a interferência hormonal no ciclo dos cabelos. “A pele pode ficar mais oleosa e, por conta disto, a gestante desenvolve acne. Além disso, podem aparecer melasmas (manchas), rachaduras, doenças específicas da pele e também piorar o quadro de certas dermatoses. Em geral, essas alterações podem ter início no segundo trimestre, estendendo-se até o terceiro pela baixa imunidade do período”, explica a médica. “Por isso, é importante que as gestantes comecem os cuidados específicos com a pele precocemente. O uso de filtro solar, por exemplo, é fundamental também no inverno, porque qualquer exposição ao sol nessa fase aumenta o risco de hiperpigmentação da pele, especialmente no rosto.” Sobre o aparecimento de celulite, a dermatologista esclarece que ela é resultado do aumento da massa corpórea à custa de gordura, bem como pela retenção hídrica. “Em geral, há regressão parcial do quadro após um ano do nascimento do bebê, dependendo do cuidado que a paciente tiver. Já as estrias têm relação com aumento abrupto do peso, principalmente no terceiro trimestre, pois a pele não resiste e rompe.” Embora não existam estudos científicos que correlacionem substâncias específicas com a prevenção de estrias, sabe-se que a pele bem hidratada resiste mais às agressões. “Dessa forma, a dica é hidratar a pele com produtos ricos em óleos e manteigas, evitando substâncias proibidas nessa fase”, finaliza a Dra. Clarissa.


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ATENDIMENTO

QUALQUER MULHER QUE DESEJA ENGRAVIDAR PRECISA FAZER USO DE ÁCIDO FÓLICO, QUE É RESPONSÁVEL PELA FORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) DO BEBÊ

“Por conta da alteração hormonal, a gestante deveria ter aumento da libido, o que na prática nem sempre acontece. Esse pico hormonal é mais comum no primeiro trimestre e o desejo sexual, assim como os outros incômodos, tendem a melhorar.”

CONTROLE DO PESO A entrada do segundo trimestre vem acompanhada do temor do ganho de peso. Segundo a Dra. Ana Paula, uma gestante saudável que engravidou com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 20 e 25 pode engordar de 12 kg a 16 kg, sendo o ideal entre 9 kg e 12 kg. “Mulheres que estão muito acima ou abaixo do peso precisam de orientação diferenciada do obstetra por conta dos riscos de parto prematuro, má formação fetal, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, trombose, entre outros problemas decorrentes dos extremos de peso.” O ganho de peso ao longo dos meses, associado ao relaxamento dos ligamentos e à frouxidão articular, podem gerar desequilíbrio, dores musculares e até quedas, por isso a orientação é evitar o uso de salto alto. Para minimizar os desconfortos dessa fase, a ginecologista e obstetra, vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo (Sogesp), Dra. Maria Rita de Souza Mesquita, recomenda a prática de atividade física de leve a moderada. “As mulheres que eram sedentárias antes da gravidez podem recorrer à caminhada, hidroginástica e yoga a partir da 12ª semana. Já para as que estão acostumadas com a prática regular de exercícios, a 74

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recomendação é apenas reduzir a intensidade do esporte e mantê-lo ao longo dos meses.” Segundo a médica da Sogesp, os benefícios da atividade física nesse período vão atuar tanto na forma física, como psicológica da gestante, prevenindo ganho excessivo de peso, incontinência urinária, alterações de humor, dores no corpo, assim como

PERNAS CANSADAS TÊM SOLUÇÃO! Mais comum na segunda metade da gestação, o cansaço e o inchaço nas pernas podem acontecer por um fator mecânico de drenagem venosa, já que o útero cresce junto com o bebê e pressiona as veias que trazem o sangue das pernas, explica a ginecologista e obstetra, membro da Comissão Nacional Especializada em Vacinas, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dra. Giuliane Lajos. “O inchaço também pode estar relacionado com o ganho de peso, retenção de líquidos e até doenças específicas da gravidez, especialmente a pré-eclâmpsia, por isso a importância do acompanhamento com o obstetra que vai saber diferenciar suas causas.” Para amenizar esses desconfortos, é fundamental redobrar os cuidados com a alimentação, dando preferência aos produtos saudáveis e frescos, e evitando alimentos ricos em sódio e conservantes, como enlatados, embutidos, industrializados e alimentos artificiais, já que eles aumentam a retenção de líquido e o inchaço. Outra dica da especialista é usar meias elásticas e recorrer à drenagem linfática. “Como nem sempre a drenagem é acessível para todas as gestantes, a orientação é manter as pernas um pouco elevadas durante o repouso para ajudar na redução do desconforto.” A prática regular de atividade física também é outra estratégia para ajudar a minimizar o incômodo, pois “os músculos irão bombear o líquido retido, especialmente nos membros inferiores”, explica a médica. “A hidroginástica é uma das atividades que mais aliviam o inchaço”, finaliza.


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NECESSIDADES NUTRICIONAIS DA GESTANTE Qualquer mulher que planeja engravidar precisa começar a usar o ácido fólico pelo menos três meses antes do início da concepção, adverte a ginecologista e obstetra, vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo (Sogesp), Dra. Maria Rita de Souza Mesquita. “O uso adequado de ácido fólico evita a má formação do tubo neural, responsável pela formação do Sistema Nervoso Central (SNC), cérebro e coração. E ele deve ser utilizado pelo menos até a 12ª semana de gestação.” Depois desse período, entram em cena os polivitamínicos que contêm em sua formulação nutrientes específicos para essa fase, como sulfato ferroso, ômega-3, vitamina D, vitamina B12, entre outras. De acordo com a Dra. Maria Rita, a partir da 20ª semana de gestação, é fundamental a reposição de ferro, que pode vir da alimentação ou de suplementação. “A alimentação saudável, sem excesso de sal e açúcar, vai ajudar tanto as necessidades nutricionais da mãe como também do bebê. Nesse período, recomendamos reforçar o consumo de proteínas, legumes, verduras, carboidratos integrais e frutas.” A ginecologista e obstetra, especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva, Dra. Ana Paula Aquino, lembra que a hidratação e o consumo de algum alimento a cada três horas também são fundamentais nessa fase. “A gente brinca que só não pode comer por dois, mas, sim, para dois. É claro que há um aumento da ingestão calórica, mas isto não significa dobrar o tamanho do prato.” As especialistas também alertam que o fumo e o consumo de bebida alcoólica estão proibidos para qualquer gestante por conta dos riscos de aborto espontâneo, parto prematuro, alterações na formação da placenta, entre outros problemas.


ATENDIMENTO

DEZ CURIOSIDADES SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DO CORPO DA MULHER E O DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ 1. O útero aumenta seu volume de 500 a mil vezes, ficando mais amolecido, com as paredes mais finas e um pouco desviado para a direita. 2. O útero cresce, em média, 4 cm por mês (ou 1 cm por semana) e atinge a altura do umbigo por volta da vigésima semana (metade da gravidez). 3. A partir de 6 semanas de gestação, há aumento do volume das mamas, sendo comum elas ficarem túrgidas e doloridas (mastalgia). 4. No fim da gestação, já se inicia a formação do colostro. Entretanto, o início na produção e ejeção do leite ocorre apenas com a saída da placenta e sucção do bebê. 5. O aumento da frequência cardíaca da gestante ocorre a partir da quarta semana, sendo que, no terceiro trimestre, a frequência cardíaca estará 20% acima do valor basal da mulher. 6. O coração é o primeiro órgão que se forma e o início de seus batimentos ocorre em torno de 28 dias de gestação. Porém, os pais só conseguem escutá-lo a partir de seis semanas de idade gestacional por meio de exame. 7. Com 12 semanas, o feto está totalmente formado, mas os órgãos continuam se desenvolvendo. 8. Os movimentos fetais se iniciam por volta de oito semanas, mas a gestante só irá percebê-los em torno de 16 a 20 semanas. A movimentação começa a ficar mais intensa entre 25 e 36 semanas, já que o espaço vai ficando menor. 9. Após 28 semanas de gravidez, o bebê deve mexer pelo menos sete vezes em uma hora (com a grávida alimentada) – mexer muito indica que o bebê está bem dentro do útero, porém a redução dos movimentos pode indicar algum problema, devendo a gestante procurar o obstetra para outras avaliações do bem-estar fetal. 10. O bebê leva sete meses para atingir 1 kg e, nos últimos dois meses, ele dobra de peso. Geralmente, os bebês nascem aos nove meses com cerca de 3.300 g e 48 cm a 52 cm, conforme características genéticas familiares ou intercorrências da própria gestação. Fonte: ginecologista e obstetra, membro da Comissão Nacional Especializada em Vacinas, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dra. Giuliane Lajos

também vão fortalecer as regiões pélvica e vaginal para a preparação do parto normal. No último trimestre, o aumento da barriga começa a trazer novos desconfortos e, consequentemente, mais cansaço, dor nas costas, dificuldade para dormir, falta de ar, inchaço, varizes, edemas de membros inferiores, entre outros. Todos esses incômodos associados à proximidade do parto culminam novamente nas alterações do estado emocional da gestante, que passa a experimentar sentimentos, como insegurança, dúvidas, medos, etc. 78

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“Por isso, buscar informação e fazer um bom pré-natal são os melhores conselhos para passar por esse período com mais tranquilidade”, orienta a Dra. Maria Rita. A médica da Febrasgo acrescenta que, no terceiro trimestre, também começam a ocorrer as contrações de treinamento (Braxton-Hicks), “que são indolores, rápidas e esporádicas”. “Caso fiquem mais duradouras, frequentes e dolorosas, é importante a avaliação para diagnóstico de trabalho de parto”, alerta ela.


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BELEZA

Dez tendências de maquiagens PELE ILUMINADA E COM ACABAMENTO PERFEITO, CÍLIOS VOLUMOSOS E DELINEADOS OUSADOS ESTÃO ENTRE ALGUMAS DAS PREFERÊNCIAS DAS BRASILEIRAS POR KATHLEN RAMOS

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A categoria de maquiagens sempre acompanha a indústria da moda. Assim, no verão, os makes tendem a ser mais vibrantes e coloridos; no inverno, os tons passam a ser mais fechados e glamorosos. Entretanto, seja qual for a estação, algumas preferências têm despontado ao longo de 2019, especialmente para a pele, que segue para um acabamento mais natural e iluminado; e para os olhos, mais marcantes, seja pelo delineado, por cílios ultravolumosos e pelo cuidado com as sobrancelhas. Acompanhe, a seguir, algumas das tendências apontadas pela analista de comunicação da Revlon, Raquel Moraes; e pela consultora de estilo e também membro da equipe de marketing a Maybelline, Carla Coutinho. Peles iluminadas e com muito brilho: o aspecto de pele saudável tem sido cada vez mais buscado pelas brasileiras. Para alcançar esse resultado, indicam-se iluminadores específicos, que possuem, na fórmula, pigmentos fotocromáticos capazes

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de minimizar imperfeições e refletir a luz, dando ao make um acabamento profissional. Pele natural: os looks estão cada vez mais naturais e não pesar na pele é um grande diferencial neste ano. Para isso, alguns produtos multifuncionais podem auxiliar, como aqueles que exercem a função de base, corretivo e pó compacto, com Fator de Proteção Solar (FPS) 15. As fórmulas oil free costumam dar resultados mais uniformes e naturais. Acabamento perfeito: a pele superperfeita com contorno e efeito matte continua como a grande tendência para a brasileira e o mercado oferece diversos produtos para mantê-la com este aspecto. Para tanto, vale fazer uso de bases 24 horas e com alta cobertura e corretivos. Blush rosado: como a pele natural tem sido a mais pedida, então, aquele blush rosado, que dá vida, é um must-have.

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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BELEZA

ABRINDO ESPAÇO PARA AS MAQUIAGENS NO PONTO DE VENDA Árvore de decisão de compras

ONDE DISTRIBUÍ-LAS NA LOJA? Hoje, a categoria de maquiagem fica exposta em módulos de parede, similar aos dermocosméticos. Uma forma de aumentar ou abrir espaços seria a implantação de displays de chão ou de balcão. Outra forma pode ser por meio de coleções específicas, com período determinado de permanência de mini-displays. QUAL O PROCESSO DE ESCOLHA DO SHOPPER? O modelo de exposição pode ser guiado pela árvore de decisão de compras, que é por eixo da categoria (olhos, lábios e face) e, dentro de cada eixo, podemse levar em consideração as subcategorias. Como há alto índice de compra por impulso, a recomendação é de que a categoria esteja em um ponto quente da loja. Apesar de marca não aparecer na árvore derivada como primeiro item, o bloco de marcas deve ser respeitado, porque a entrada na categoria acontece por meio delas.

Maquiagem Lábios

Olhos

Face

Cor

Cor

Cor

Marca

Preço

Marca

Preço

Marca

Preço

Efeito/Textura

Efeito/Textura

Fonte: L’Oréal

VALE ALOCAR AS MAQUIAGENS PRÓXIMAS A QUAIS OUTRAS CATEGORIAS? Dermocosméticos, acessórios e cutelaria. QUAL O MIX QUE NÃO PODE FALTAR NO CANAL FARMA? Produtos de entrada no segmento de maquiagem, como batom, máscara de cílios e base são essenciais nas farmácias, uma vez que o ponto de venda (PDV) funciona como canal de conveniência. Segmentação da categoria Maquiagem Lábios Batom Bastão Gloss Brilho Labial

Olhos Sombra

Face

Acessórios para maquiagem

Pó Facial

Lábios

Lápis para Olhos

Blush

Ohos

Máscara para Olhos

Base

Face

Lápis Labial

Fonte: L’Oréal

QUE TIPO DE AÇÕES A LOJA PODE DESENVOLVER PARA POTENCIALIZAR AS VENDAS? Provadores em bom estado, demonstradoras e treinamento dos funcionários da farmácia. Além disso, por ser uma categoria de compras por impulso, além da boa organização, as farmácias devem utilizar as datas comemorativas, como Dia Internacional da Mulher, Dia do Beijo, Dia das Mães e Dia dos Namorados para alavancar as vendas das maquiagens, como um presente para a ocasião, bem como realizar pequenas ações de experimentação em loja, para conhecimento dos produtos.

Fontes: gerente II do departamento de Key Account na KISS New York, Fabio Marchiori; consultora de trade marketing da Revlon, Ana Laura Colomaco Pinna; e gerente de categoria, Marketing Insights & Trade Services da L’Oréal, Elaine Rocha

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BELEZA

ATENDIMENTO CONSULTIVO Comunicar os diferenciais de produtos no ponto de venda (PDV) é uma das estratégias mais relevantes para um PDV, segundo afirma a consultora de trade marketing da Revlon, Ana Laura Colomaco Pinna. “Como um canal de conveniência, a farmácia, em muitos casos, não possui o atendimento de uma vendedora, mas a apresentação de atributos básicos de cada produto e funcionalidades auxiliam muito e estimulam a decisão de compra”, indica. Confira a seguir algumas dicas para o atendimento assertivo: Qual o efeito que você gosta na maquiagem? Essa pergunta é essencial. De nada adianta oferecer produtos que não fazem parte do gosto da consumidora. Qual o seu tipo de pele? Com essa questão, pode-se verificar se o melhor é indicar produtos para peles oleosas (oil free) ou secas (mais cremosos). Qual é a ocasião da maquiagem? A ideia, aqui, é identificar se o make é para o trabalho ou dia a dia e, portanto, mais básico; ou para uma ocasião especial, onde se pode lançar mão de mais brilho e cores vibrantes, seja nos lábios ou nos olhos. Aliás, se a maquiagem for para algum evento, pode-se dar a opção de produtos à prova d’água, capazes de garantir mais durabilidade. Você tem cores de preferência ou áreas do rosto que gosta de destacar? Com a resposta, é possível criar combinações possíveis dentro daquilo que a consumidora tem em mente. Você já é familiarizada com esse produto? Sabe utilizá-lo? A consumidora pode comprar uma maquiagem e, por não saber usá-la, não ter o efeito esperado, tornando a experiência de compras ruim. Portanto, sempre é importante explicar como obter o melhor resultado.

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Olhos coloridos: tendência desde a temporada passada, os olhos ultracoloridos, inspirados na década de 80, também estão de volta. A ideia é brincar com pop colors, como laranja, rosa e azul, em diferentes formatos e até mesmo texturas. Os tons de rosa seguem a tendência de quem deseja compor um look mais natural. Aliás, o rosa está se tornando o protagonista da maquiagem. Desde os tons mais claros, até os tons mais pinks, a cor não fica só nos lábios, mas também nos olhos. Ainda sobre as cores, o azul também estará muito forte, principalmente nos olhos. Para tanto, pode-se trabalhar mais do que uma tonalidade da mesma cor na produção. Há paletas com diferentes tons, saindo das mais suaves para as mais abertas. Delineados ousados: o delineado preto está de volta! Mas não com o formato tradicional de gatinho e, sim, com linhas gráficas e diferenciadas. Para tanto, podem-se usar delineadores líquidos, com a ponta mais firme, garantindo mais facilidade na aplicação. Também são sugestões os delineadores em gel, que são cremosos e também fáceis de usar. Para mulheres que desejam um acabamento mais duradouro, vale investir em artigos à prova d’água. Cílios volumosos: para completar o make dos olhos, os cílios com extenso volume são a grande aposta. Para tanto, o mercado disponibiliza uma série de máscaras com essa finalidade, capazes de deixar os fios mais volumosos e alongados. Sobrancelhas naturais: do São Paulo Fashion Week (SPFW) ao New York Fashion Week (NYFW), as sobrancelhas naturais, fresh e mais grossas estão de volta. A ideia, então, é usar as diversas soluções para sobrancelhas disponíveis no mercado, apenas para preencher, pentear e fixar. Batons escuros, red lips e alternativos: os batons mais escuros tomaram conta das passarelas da moda. Os lábios vermelhos também estão em alta, mas aqueles tons que saem da cartela tradicional também passam a ganhar destaque. O roxo, por exemplo, é perfeito para um look diferenciado. Pode-se, ainda, apostar em batons líquidos metalizados, que além de hidratar os lábios, conferem um impacto fashionista em qualquer look. Efeito glossy: o ícone dos anos 2000 está voltando com muita força. A ideia é usar o gloss não só nos lábios como nos olhos e no rosto para criar um look com aspecto saudável e iluminado.

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CATEGORIA

Proteção e frescor ao longo do dia DESODORANTES E ANTITRANSPIRANTES SÃO ESSENCIAIS NA ROTINA DO BRASILEIRO. MAS A ESCOLHA NÃO É TÃO SIMPLES QUANTO PARECE: ODOR, BENEFÍCIOS E GÊNERO AJUDAM NA DECISÃO FINAL POR LAURA MARTINS

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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Ainda que o banho seja o primeiro passo para uma pessoa se sentir limpa, a sensação de frescor e bem-estar durante todo o dia depende diretamente de um produto: o desodorante. Para se ter noção de sua importância, de acordo com uma pesquisa realizada pela Mintel, 83% dos consumidores brasileiros compraram desodorantes nos últimos 12 meses. Além disso, de acordo com o Panorama do Setor 2019, realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o mercado brasileiro de desodorantes é o segundo maior do mundo. Disponíveis em diferentes formulações e formatos, os produtos abrangem todo o tipo de público das farmácias, que busca variações desde os itens para mulheres ou homens até aqueles que têm o seu cheirinho preferido ou ação especial. Mas as farmácias ainda podem crescer, e muito, o seu potencial de vendas na categoria. De acordo com a gerente de marketing de Giovanna Baby, Glaucia Felicia, o canal farma representa entre 30% a 40% da venda total de desodorantes, dependendo da estratégia de canal seguida pelas marcas. “Atualmente, muitos consumidores já não vão à farmácia apenas para comprar medicamentos. Cresce a credibilidade dos clientes para comprar cosméticos, dermocosméticos, maquiagem, enfim, desde itens mais caros aos mais rotineiros, em farmácias e drogarias. A presença de marcas consagradas nesses segmentos também torna o canal atrativo. Acredito que naturalmente o canal farma vai crescer e tornar-se uma opção cada vez mais viável para uma cesta com mais produtos e, consequentemente, de maior tíquete médio”, observa ela. Para isso, é preciso que o varejo entenda, primeiro, quais são as principais diferenças de cada item e como trabalhá-los corretamente. De acordo com a gerente de marketing da Unilever, Andreza Graner, os antitranspirantes e desodorantes protegem contra o mau odor, por controlarem a multiplicação de bactérias na região das axilas e, em sua maioria, contêm fragrâncias para desodorizar o corpo. O diferencial dos

DICAS DE EXPOSIÇÃO Os desodorantes ocupam bom espaço nas gôndolas e muitas marcas disputam a atenção e a cesta dos consumidores. Por parte da indústria, trazer informações relevantes na área frontal dos produtos é um fator que ajuda na escolha. Visualmente, design e cores também estimulam os consumidores, mas aspectos, como confiança na marca e gostar das fragrâncias, ainda são muito relevantes na decisão da compra. No ponto de venda (PDV), é necessário seguir dicas como: • Itens com maior valor agregado nas prateleiras mais altas (altura dos olhos dos shoppers). • Separar e organizar a gôndola por gênero (masculino e feminino). • Dentro de cada gênero, respeitar e organizar por aplicador (aerossol, roll-on, stick) para facilitar a escolha do shopper. Fontes: gerente de marketing de Giovanna Baby, Glaucia Felicia; e gerente de marketing da Unilever, Andreza Graner

TEMPO DE AÇÃO Para registrar os produtos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são exigidos diversos testes, entre eles de eficácia, que comprovam os benefícios declarados, ou seja, os produtos precisam entregar esses resultados. Os antitranspirantes vendidos atualmente são, em sua maioria, com proteção 48 horas. Há algum tempo, a indústria chegou a lançar itens com o benefício 72 horas de proteção, mas percebeu que o consumidor não aceitou o termo, sabendo da improvável condição de passar três dias sem se higienizar. Já o 48 horas foi acertado e o consumidor aceita e consome esse produto. A versão 24 horas não é muito utilizada, pois o grau de proteção alcançado nas últimas formulações é maior. Fonte: gerente de marketing de Giovanna Baby, Glaucia Felicia

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CATEGORIA

TIPOS DE DESODORANTES Os três principais formatos de antitranspirantes no Brasil são: aerossol, roll-on e stick, que podem ser escolhidos de acordo com a preferência do consumidor.

Aerossol: oferece a conveniência da secagem rápida e não tem contato com a pele.

Roll-on: é cremoso e possui uma embalagem que desliza na superfície da pele, entregando uma melhor aderência em toda superfície.

Stick: tem fácil aplicação, com contato direto entre o produto e as axilas. É indicado para pessoas que suam bastante, pois tem uma boa absorção.

Fonte: gerente de marketing da Unilever, Andreza Graner

antitranspirantes é que eles contêm também ativos capazes de controlar a transpiração. E, além do controle, os antitranspirantes perfumados também auxiliam no odor graças aos aromas de seus produtos. Assim, os antitranspirantes são produtos mais completos na questão de cuidados para transpiração e odor.

BENEFÍCIOS ESPECIAIS Mas essa diferenciação não é a única na gôndola. Glaucia revela que alguns produtos específicos oferecem clareamento das axilas, enquanto outros dizem não manchar roupas brancas ou pretas. Porém, esse é um caso mais delicado, pois não é um fator que depende somente da formulação, mas também das fibras dos tecidos das roupas. “Os benefícios mais explorados nos desodorantes são: proteção 48 horas, jato seco, proteção sem ressecar a pele (muitos têm agentes hidratantes em suas fórmulas) e não conter álcool”, complementa ela. Há, ainda, os produtos sem perfume, pensados especialmente para quem não gosta da combinação do cheiro do desodorante com o do perfume. As formulações 88

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mais comuns combinam a eficácia por 48 horas sem agredir a pele e sem competir com o perfume. Quem sofre com transpiração intensa também tem produtos específicos. Andressa cita a versão que oferece três vezes mais proteção em comparação aos antitranspirantes comuns. Nesse caso, foi possível por causa do desenvolvimento de uma tecnologia que forma uma blindagem contra o suor e o mau odor com duração de 96 horas. Além disso, os consumidores podem se dividir entre diferentes formatos, sendo os mais comuns: aerossol, roll-on e stick – sendo uma escolha individual qual o mais indicado para cada um. “Atualmente, muitos brasileiros optam pelo aerossol para seu tipo de desodorante, mas é muito importante manter o roll-on, pois alguns consumidores não se acostumaram com o outro formato. Os atendentes podem auxiliar os consumidores na escolha do desodorante, apresentando benefícios e diferenciais de cada variante, falando sobre a importância da fragrância para disfarçar o odor da transpiração e para alguns casos de necessidades específicas do consumidor”, resume a gerente de Giovanna Baby.


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OPORTUNIDADE

Quando a acne aparece ELA ACOMETE EM TORNO DE 85% DOS ADOLESCENTES E TAMBÉM PODE SURGIR NA VIDA ADULTA. INICIAR O TRATAMENTO E INTENSIFICAR OS CUIDADOS COM A PELE LOGO NOS PRIMEIROS SINAIS É ESSENCIAL PARA EVITAR MARCAS INDESEJADAS E O AGRAVAMENTO DO PROBLEMA

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POR ADRIANA BRUNO

Os cravos e as espinhas são o terror dos adolescentes. Impactam em sua autoestima e são praticamente inevitáveis. Os primeiros sinais podem surgir a partir dos 12 anos de idade e sem data limite para deixarem de acontecer, especialmente em mulheres. Resultado de um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos, eles nada mais são do que a manifestação da acne. Uma doença que acomete 85% dos adolescentes e que pode ainda apresentar diferentes graus de gravidade. Em crianças, antes de chegarem à puberdade, os primeiros sinais já podem aparecer. São as chamadas lesões pré-acnes, que surgem principalmente

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em meninas devido às alterações hormonais pré-menstruais, que deixam a pele mais oleosa. De acordo com a pesquisa Perfil das Consultas Dermatológicas 2018, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a acne foi o principal motivo de idas ao dermatologista, seguida por fotoenvelhecimento, cardinoma basocelular, queratose actínica e melasma. “A acne surge por conta de fatores hormonais que alteram as características da pele, principalmente do rosto, peito, ombros e costas. Os hormônios sexuais são os responsáveis por essas mudanças e são conhecidos como andrógenos (homens) produzidos pelos testículos; e estrógenos (mulheres) produzidos pelos ovários; e também pelas suprarrenais (duas pequenas glândulas situadas sobre os IMAGENS: SHUTTERSTOCK


rins) em ambos os sexos”, explica o dermatologista da Clínica Lucas Miranda Dermatologia e membro da SBD, Dr. Lucas Miranda. Ele esclarece ainda que os andrógenos e os estrógenos são responsáveis pelo funcionamento das glândulas sebáceas. “Apesar de nascermos com elas, é durante a adolescência que sua ação fica mais forte. Quando o paciente já tem uma predisposição genética, desenvolve mudanças na secreção sebácea (gordura) da pele e também do couro cabeludo. Nesse período, o jovem deve manter a pele limpa com o intuito de controlar a oleosidade, fazendo uso dos produtos indicados para seu tipo de pele, conforme o aconselhado pelo médico dermatologista”, completa. A acne é considerada crônica por ser uma doença de longa duração e que necessita de tratamento em longo prazo. Quanto às manifestações, a dermatologista da Clínica Sitonio, Dra. Renata Sitonio, conta que os cravos ou comedões são considerados lesões não inflamatórias, enquanto que as espinhas são inflamatórias. “Elas podem se apresentar como pápulas (bolinhas vermelhas, endurecidas e arredondadas), pústulas (quando há pus visível), nódulos (maiores que as pápulas e se expandem para as camadas mais profundas da pele, causando cicatrizes) e cistos (maiores que as pápulas, profundos e crônicos e também causam cicatrizes)”, explica a Dra. Renata. A especislista conta que estudos recentes mostram que a composição das bactérias intestinais (microbioma) pode afetar a pele do indivíduo. O supercrescimento bacteriano no intestino pode aumentar a permeabilidade da mucosa intestinal e causar inflamação sistêmica no organismo, o que pode levar ao aparecimento de lesões de acne. “A influência genética também é um fator importantíssimo para o surgimento de acne. Pais com acne, geralmente, têm filhos com acne”, diz.

PELE MAIS OLEOSA Como o aumento da oleosidade da pele é um dos fatores que contribuem para que a acne apareça, é preciso se cercar de cuidados. A dermatologista e assessora do departamento de Cosmiatria da SBD, Dra. Patrícia Ormiga, alerta para o uso de cremes oleosos que podem obstruir os poros. “Até mesmo a franja do cabelo pode contribuir com o aumento da oleosidade no local. Acrescenta-se a isso o uso de maquiagem ou cosméticos com óleo em sua

ACNE ADULTA Embora seja mais frequente em adolescentes. A acne pode, sim, acometer os adultos e é mais comum do que se imagina, especialmente entre as mulheres. De acordo com o dermatologista da Clínica Lucas Miranda Dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dr. Lucas Miranda, cerca de 16 milhões de mulheres adultas são atingidas pelo problema que as acomete a partir dos 25 anos de idade. “Adultos mais velhos também podem ter acne, principalmente na zona U, composta pelo queixo, mandíbula e pescoço. Além disso, tendem a ser vermelhas e causar dor”, conta o médico. Ele explica que elas são mais comuns no sexo feminino em função de fatores hormonais. Além disso, maus hábitos, como alimentação pobre em frutas e verduras, pouca ingestão de água, má higienização da pele e uso indiscriminado de medicações ou cosméticos também podem desencadear o problema. Segundo a dermatologista da Clínica LC, Dra. Bárbara Carneiro, a acne adulta não costuma ser inflamatória, com baixa presença de cravo. “A principal causa da acne adulta é o hiperandrogenismo – distúrbio que causa o excesso de hormônios masculinos, como a testosterona. A partir dele, há a associação com a seborreia, alopecia – perda de cabelo e pelos –, aumento dos pelos corporais, infertilidade, entre outros. Além disso, as mulheres que possuem histórico de acne na adolescência e têm a pele oleosa são mais predispostas”, explica. Há ainda outros fatores que influenciam seu aparecimento na fase adulta, entre eles, hereditariedade, estresse, exposição à radiação ultravioleta (UV), obesidade, alimentação, tabagismo e presença de doenças endócrinas associadas.

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OPORTUNIDADE

composição. Com a produção de sebo naturalmente aumentada, é preciso ter cuidado com a escolha desses produtos”, orienta.

DIFERENTES GRAUS A acne pode apresentar diferentes graus ou estágios, mas isto não significa que todo indivíduo passará por todos eles ou que começará necessariamente no primeiro deles. Tudo vai depender de todos os fatores já citados nesta reportagem e também dos cuidados que o acometido terá com a higiene da pele, controle da oleosidade e adesão aos tratamentos. De acordo com a dermatologista da Clínica LC, Dra. Bárbara Carneiro, existem cinco graus de acne, sendo: grau 1 – acne comedônica, composta por “cravos” abertos ou fechados; grau 2 – acne pápulo-pustulosa, apresentando lesões dolorosas, avermelhadas e elevadas, podendo ter secreção amarelada no seu interior; grau 3 – acne nódulo-cística, mostrando lesões nodulares, podendo ter pus no seu interior; grau 4 – acne conglobata, com

TIPOS DE SABONETES O uso de sabonetes específicos para o tratamento da pele acneica é parte fundamental da rotina de cuidados diários. Existem vários tipos no mercado e é preciso estar atento tanto à prescrição como às informações no rótulo das embalagens. Para a dermatologista e assessora do departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Patrícia Ormiga, o ideal é fazer uso de produtos agressivos. “Os sabonetes mais secativos são os mais comuns. Eles agem diminuindo a produção de sebo e reduzindo a oleosidade da pele. O importante é usar o produto adequado ao tipo de pele”, orienta. De uma forma geral, os sabonetes mais utilizados para o tratamento e higienização da pela acneica apresentam em sua formulação ácido salicílico, ácido glicólico, enxofre e seus derivados.

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TRATAMENTO TÓPICO X ORAL O tratamento da acne vai depender do grau em que ela se apresenta e precisa ser estudado e orientado pelo dermatologista. De uma forma geral, o tratamento tópico é indicado para todos os tipos de acne. Já o tratamento oral mais conhecido pelo uso da isotretinoína, medicamento que diminui o tamanho das glândulas sebáceas, corrige o defeito na queratinização do folículo, além de diminuir a população de bactérias na pele. “Esse tratamento está indicado para acne grau 4, mas também para os graus menores que não melhoram com tratamentos tópicos, com cremes e ácidos. Recentemente, probióticos têm sido usados no tratamento oral da acne com a intenção de regular o microbioma intestinal e diminuir a inflamação sistêmica que pode levar ao surgimento de acne”, comenta a dermatologista da Clínica Sitonio, Dra. Renata Sitonio. Ainda de acordo com ela, no tratamento tópico, podem ser usadas medicações como o ácido retinoico, peróxido de benzoíla, adapaleno, ácido azeláico ou uma combinação destes ativos indicada por um dermatologista.

lesões maiores e com grande saída de secreção, tendência à formação de cicatrizes; e grau 5 – acne fulminante, com grande processo inflamatório na pele, com possibilidade de febre e mal-estar e grande tendência cicatricial. Segundo a médica, o acúmulo de gordura atrai bactérias, sendo a mais comum a Proprionibacterium acnes. Ela ainda reforça que ninguém está livre de ter acne. “Uma pessoa com espinha pode, sim, ter pele oleosa e mista, no entanto, quem tem o tipo seca e normal também pode apresentar essas lesões em certos períodos, como na pré-menstruação, em momentos de estresse ou em uma temporada de má alimentação”, ressalta.


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OPORTUNIDADE

ROTINA DE CUIDADOS Pela manhã • O paciente com pele oleosa ou acneica deve lavar o rosto com sabonete específico para acne e/ou pele oleosa. Ele auxilia na redução e controle da oleosidade sem ressecá-la.

Durante a tarde • Aplicar novamente o filtro solar. • Utilizar também spray antioleosidade para tirar o brilho excessivo.

• Em seguida, aplicar o creme antiacne indicado pelo médico para tratar as espinhas e fazer a correção das manchas. • Fazer uso do protetor solar de Fator 30 ou acima com textura toque seco e oil free.

Fonte: dermatologista da Clínica Lucas Miranda Dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dr. Lucas Miranda

PRODUTOS ADEQUADOS Tratar a acne é mais do que uma questão de saúde, mas também de autoestima. O Dr. Miranda relata que os jovens que sofrem com acne moderada ou grave são igualmente afetados e sofrem complicações na autoestima, na imagem corporal e até no relacionamento com outros jovens e pessoas em geral. “Além disso, passam por problemas de autoconfiança e até depressão. Esse impacto atinge esse público quando a fase das espinhas está no ápice e, muitas vezes, se estende pelo resto da vida, quando as cicatrizes deixam marcas eternas”, diz a Dra. Renata. Pessoas com pele acneica não precisam abrir mão do uso da maquiagem, mas devem tomar cuidado na hora de escolher os itens. “Produtos muito pesados 94

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À noite • Para retirar as impurezas acumuladas durante o dia, passar uma solução micelar. • Lavar o rosto com o sabonete indicado pelo médico. • Aplicar o gel/creme prescrito pelo profissional.

aumentam a produção de oleosidade e são péssimas escolhas. O melhor é investir em makes com efeito fosco e livres de óleo. E sempre retirar a maquiagem antes de dormir”, orienta a Dra. Bárbara. O mesmo vale para o uso de protetores solares, sendo que os indicados são os que apresentam toque seco. O ideal é sempre usar produtos que associem ativos de tratamento. “Existem corretivos, filtros solares e maquiagens que contêm ativos de controle da oleosidade e contribuem com o tratamento, além de deixar a pele mais bonita. O ideal é dar preferência para itens que ajudem a disfarçar ao mesmo tempo em que tratam o problema”, orienta a Dra. Patrícia. Segundo a médica, outra recomendação é usar produtos livres de álcool, incapazes de remover a barreira cutânea que protege a pele.


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SEMPRE EM DIA

Cuidados com a pele para os dias mais frios MARCAS APRESENTAM HIDRATANTES QUE APOSTAM EM TEXTURAS ULTRALEVES E EM HIDRATAÇÃO INTENSA POR VICTORIA NASCIMENTO

MANTECORP SKINCARE LANÇA HIDRATANTE TERAPÊUTICO

Hydraporin AI é o novo hidratante da Mantecorp Skincare, que promete reparar a barreira cutânea da pele e promover hidratação intensa em peles secas, extrassecas, sensíveis e irritadas. O hidratante melhora a descamação e a coceira e possui ação anti-inflamatória e calmante e rápida absorção. Sua fórmula possui uma combinação de três ativos: bioskin, com ação probiótica que age diretamente no equilíbrio da microbiota, proporcionando o crescimento das bactérias benéficas na pele, inibindo a proliferação das bactérias ruins. Como resultado, há a melhora da função da barreira da pele sensível, reativa e com tendência atópica; AI complex, complexo de ativos botânicos e marinhos que acalma e repara a pele danificada, reduz a inflamação, a irritação e vermelhidão; e o composto de ceramidas, que restaura a barreira cutânea e promove a hidratação por 24 horas.

NEUTROGENA APOSTA EM HIDRATANTE CORPORAL ULTRALEVE Neutrogena apresenta a linha Hydro Boost Corporal especialmente para o corpo, propondo hidratação intensa com textura ultraleve, fresca e não oleosa. Com ácido hialurônico na fórmula, os produtos têm absorção eficiente, enquanto o derivado de oliva ajuda na hidratação contínua ao longo do dia. Os hidratantes chegam ao mercado em dois formatos: Water-Gel, com textura refrescante e indicado para o uso diurno; e o Sobert Corporal, indicado para o uso noturno. • www.neutrogena.com.br

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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SEMPRE EM DIA

PHISALIA LANÇA CREME DENTAL LUKINHA COM FLÚOR

ASEPXIA® LANÇA MAQUIAGEM LÍQUIDA AUTOAJUSTÁVEL

A linha para peles oleosas e acneica Asepxia® lança a maquiagem líquida autoajustável com ingredientes naturais, textura de base e fórmula que se adapta a diferentes tons. Com acabamento matte, o produto tem efeito primer e Fator de Proteção Solar (FPS) 15 e, além de maquiar a pele, cuida controlando a oleosidade e o brilho e escondendo os cravos e as espinhas enquanto age para diminuí-los. A marca também conta com outros produtos de maquiagem e sabonetes.

Empresa especializada em produtos de higiene pessoal para o público infantil, Phisalia lança novos produtos da marca Lukinha, desenvolvida para bebês de até três anos de idade. O creme dental Lukinha com sabor mix de frutas foi elaborado com flúor e desenvolvido com o objetivo de proteger contra cáries. Além de não conter corantes e conservantes na sua formulação, é recomendado para o uso até mesmo antes do nascimento dos primeiros dentes. • www.phisalia.com.br

• www.asepxia.com.br

DESITIN® ROXO MÁXIMA PROTEÇÃO CHEGA AO BRASIL

A pomada Desitin® chega ao Brasil com a versão máxima proteção, com 40% de óxido de zinco, ajudando a reduzir a vermelhidão e promover a recuperação da pele, criando uma barreira de longa duração. Com formulação livre de parabenos, corante e sulfatos, a nova versão é hipoalergênica. Além de proteger durante toda a noite, a pomada também promete recuperar a pele machucada em até 24 horas. “A pele dos bebês é até 30% mais fina e delicada que a de um adulto, e o atrito com fraldas e contato com urina e fezes criam um ambiente hostil, deixando os pequenos suscetíveis a irritações nessa região. Desitin® Máxima Proteção ajuda na recuperação da pele em 24 horas”, afirma a diretora de R&D das marcas de Baby da Johnson & Johnson Consumo, Karina Ribeiro. • www.jnjbrasil.com.br

DAILUS APRESENTA BATONS INSPIRADOS EM FLAMINGOS

Fla.MIMOS é a nova linha de batons da Dailus inspirada no universo dos flamingos. A linha, que já contemplava esmaltes, ganhou batons em bala com cores homônimas: Enamorado, Pluma Cor-de-Rosa, Exuberante, Coradinho e Rosa Raro. Disponíveis em acabamento matte, os batons possuem textura aveludada, oferecendo alta cobertura sem craquelar ou manchar; e cremosidade, que facilita o deslize nos lábios e proporciona hidratação, devido à manteiga de cupuaçu em sua composição. A fórmula é enriquecida com colágeno, que auxilia na recuperação dos lábios, e vitamina E, antioxidante que mantém a integração das células da região. • www.instagram.com/dailus

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