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CORTESIA

São Paulo, 31 de Agosto a 20 de Setembro de 2014 | Anos XV - Nº 180| Lino Almeida Diretor Responsável

Terceiro Fórum Empresarial de Marketing apresenta “Brasil, nova potência no consumo e nas tendências” Divulgação

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encontro, reuniu cerca de 300 líderes e executivos de marketing dos maiores anunciantes do país. Na ocasião, houve a entrega do 3º Prêmio Lide de Marketing Empresarial 2014,onde os principais profissionais que contribuíram para o setor foram laureados pelos trabalhos de relevância executados em 2013, no Brasil e no mundo, em 16 categorias, além do Prêmio Especial Thomaz Souto Correa. O evento, destacou o valor das marcas e das estratégias de marketing na conquista de consumidores, além de debater as mudanças econômicas e sociais que influenciam diretamente nas tendências de consumo.

Produzir no Brasil é 23% mais caro do que nos Estados Unidos

Nordeste revelou crescimento econômico acima de 4%

Divulgação

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pesquisa comparou os custos de produção dos 25 principais países exportadores do mundo.

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Maioria dos bilionários trabalha 60 horas por semana ou até mais

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uase 60% dos bilionários têm uma jornada semanal superior a 60 horas e os outros 40% possuem uma jornada de trabalho de 40 horas.

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Eduardo Campos deixa um legado: Coragem para mudar o Brasil

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o Nordeste a economia cresceu acima de 4% nos

cinco primeiros meses do ano, resultado superior à média nacional (0,6%), segundo

o Banco Central. A renda média cresce acima do verificado no restante do país.

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ão vamos desistir do Brasil. Veja o exemplo de fé, luta e competência de Eduardo Campos. O país ainda tem muito a ganhar com suas ideias.

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Ética na política brasileira

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ão só no Brasil se fala muito em ética, hoje. Mas temos motivos de sobra para nos preocuparmos com a ética no Brasil. O fato é que, em nosso País, assistimos a uma degradação moral rápida, principalmente na política. Ou será que essa baixeza moral sempre existiu? Será que hoje ela está apenas vindo a público? Uma ou outra razão, ou ambas combinadas, são motivos suficientes para provocar uma reação ética dos cidadãos conscientes de sua cidadania. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (Art. 3° da Constituição da República Federativa do Brasil, 1988). A falta e a quebra da ética ameaçam todos os setores e aspectos da vida e da cultura de um país. Mas não há como

negar que, na vida política, a falta ou quebra da ética tem o efeito mais destruidor. Isto se dá porque o político deve ser um exemplo para a sociedade. A política é o ponto de equilíbrio de uma nação. Quando a política não realiza sua função, de ser a instância que faz valer a vontade e o interesse coletivo, rompe-se a confiabilidade e o tecido político e social do país. O mesmo acontece quando a classe política apóia-se no poder público para fazer valer seus interesses privados. A multiplicação de escândalos políticos no Brasil só não é mais grave que uma de suas próprias consequências: a de converter-se em coisa banal, coisa natural e corriqueira, diante da qual os cidadãos sejam levados a concluir: “sempre foi assim, nada pode fazer isso mudar”, ou coisa ainda pior: “ele rouba, mas faz”. Do outro lado, uma vida política saudável, transparente, representativa, responsável, verdadeiramente democrática, ou seja, ética, tem o poder de alavancar a autocofiança de um povo e reerguer um

Distribuição: nas bancas, prédios, comércios, lojas dos Shopping Center Norte e Lar Center, no Clube Esperia e Acre Clube. Remetido, também, a assinantes e ao Mailing List da Associação Comercial de São Paulo e também para assinantes em outros estados.

EDITORIAL

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A Ligação de telefone fixo para celular vai subir 1,5% Divulgação

país alquebrado e ameaçado pela desagregação. A ideia de “vida pública”, “serviço público”, “interesse público”, tem sido uma idéia desgastada por nosso passado colonial, populista, autoritário-militar e pelo nosso presente neoliberal privatizante. O “público” em nossa história tem se realizado frequentemente como sinônimo de ineficiência, descaso, desleixo, baixa qualidade, trampolim para a realização de interesses privados, etc. A “coisa pública” tem sido considerada aquilo que, por ser “de todos”, é “de ninguém”, e por isso pode ser apropriada, usada e abusada. A atual generalização da corrupção política tem levado essa crise do “público” ao limite. Cada lei deve ser a expressão da vontade majoritária dos municípios ou o resultado de um pacto social entre todos eles. Lino Almeida

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Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou um reajuste de 1,5% nas tarifas de telefonia para ligações entre telefones fixos e móveis, tanto em chamadas locais como em longa distância. O reajuste vale para os planos básicos oferecidos pelas empresas de telecomunicações aos clientes. Já as ligações partindo de fixo para o chamado Serviço Móvel Especializado, operado pela Nextel, vão ficar 5,27% mais baratas, porque foi aplicado um fator de redução, que é empregado periodicamente para essa modalidade. As novas tarifas começam a valer a partir da publicação no “Diário Oficial da

União,” o que deve ocorrer na próxima semana. O reajuste aprovado refere-se à tarifa teto, mas muitas operadoras praticam preços inferiores. Telecom Italia quer fundir TIM e GVT . O grupo Telecom Italia, cujo principal acionista é a espanhola Telefônica, confirmou que negocia com a Vivendi para fundir suas filiais brasileiras, a TIM e a GVT. A Telecom teria ofe-

Global News Editora Ltda. Rua Banco das Palmas, 349, CJ 03 - Santana - São Paulo/ SP - CEP 02016-020 Telefone (11) 2978-8500 - Fax: (11) 2959-1784 Novo site: www.globalnews.com.br - email: globalnews@globalnews.com.br Diretor Responsável: Lino de Almeida (MTB 40.571) Jornalismo: Regina Elias (MTB 40.991) Diagramação: Ana Carolina Costa / ana.carolinacosta90@gmail.com Publicidade: Marina Crisostemo Circulação: Daniela Crisostemo Almeida Produção e Acabamento: Global News Editora Faça um bom investimento, anuncie! ligue: (11) 2978-8500 Assessoria Jurídica: Dra Cassiana Crisostemo de Almeida e Dr. Rômulo Barreto de Souza. As matérias assinadas refletem o ponto de vista de seus autores, isentando a direção deste jornal de quaisquer responsabilidades provenientes das mesmas. A empresa esclarece que não mantém nenhum vínculo empregaticio com qualquer pessoa que conste neste expediente. São apenas colaboradores do jornal. É vetada a reprodução parcial ou integral do conteúdo deste jornal sem autorização expressa do Diretor Responsável.

recido à Vivendi uma participação no grupo e a fusão de suas filiais brasileiras. Além disso, ajudaria a distribuir o conteúdo multimídia da Vivendi no Brasil e na Itália. Na semana passada, a Telefónica fez uma oferta inesperada de 6,7 bilhões de euros pela GVT. Essa oferta daria à Vivendi a chance de adquirir uma participação de 8,3% na Telecom Italia. Fonte: Metro


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Aniversário de Santana é comemorado na Câmara Municipal de São Paulo

Na sessão solene foram homenageadas várias personalidades da Zona Norte Raissa Almeida

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mesa diretora da solenidade foi composta pelos vereadores Neto Rodolfo e Conte Lopes o Brigadeiro do ar, Roland Leonard Avramesco, diretor do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo; Roberto Candela, Subprefeito de Santana Tucuruvi; Glauco Silva de Carvalho, comandante da polícia militar da Capital de São Paulo; Coronel Kenji Konishi, comandante do policiamento da área 3, Zona note; Armando Peres, Presidente do Clube Esperia; a empreendedora do Center Norte, Glorinha Bau-

mgart, que enunciou o carinho muito grande evento parabenizando por Santana, porque é o bairro: “Eu tenho um o bairro da zona norte

Homenageada Glorinha Baumgart, Diretora de Marketing do Center Norte

mais familiar e inspira segurança e tranquilidade. Sou muito feliz, por

Homenageado Luiz Carlos Kecchian, Diretor da Mirante Imóveis

ter os empreendimentos de nossa família nesta região maravilhosa que

engloba Santana, vila Guilherme, Vila Maria, Tucuruvi, Casa verde e outros. Parabenizo todos Santanenses todos os homenageados”. O Diretor superintendente da ACSP – Distrital Norte, George Ayoub, um dos homenageados agradeceu: “Este é um momento de Festa, porque o Bairro de Sant ana mostra mais uma vez toda a força que possui, afirma que cada vez mais esse ápice da zona norte concentra-se em Santana. Parabéns aos Santanenses e ao bairro que é o portal da zona norte e faz toda a região se desenvolver.”

Homenageado, Diretor Superintendente da ACSP - Distrital Norte, George Abraham Ayoub


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Gaudêncio Toquarto Jornalista, é professor titular da USP e consultor político e de comunicação. @gaudtoquarto

Mudanças no marketing do sabonete

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ma campanha política é uma guerra de cinco batalhas. A primeira se inicia na convenção partidária com o lançamento dos nomes dos candidatos. Depois, a luta pelo crescimento do perfil que se dá no corpo a corpo. O terceiro embate ocorrerá daqui a alguns dias, após 20 de agosto, com a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Na primeira quinzena de setembro, inicia-se o quarto desafio: consolidar a candidatura; e a quinta batalha, sob as armas dos debates e das mobilizações, visa alçar o candidato aos primeiros lugares do ranking. É o clímax, quando precisa alcançar o maior índice de intenção de voto. Para cada fase são necessários munição, volume de comunicação, recursos para mobilização e articulação das bases. Todas essas armas carecem de recursos. Donde surge a hipótese: quem dispõe de mais recursos terá maiores condições para ser bem sucedido. Mas só a munição não garante a vitória e é preciso unir habilidade, tática e estratégia. Um candidato sem recursos ganha campanha? Sim, quando garante o apoio de entidades, movimentos sociais ou quando possui grande folha de serviços prestados à comunidade. Para sair na frente, o primeiro passo é conhecer o perfil dos eleitores. Em tempos de corrupção escancarada, a sociedade brasileira desconfia de perfis que prometem obras faraônicas, expressam mensagens inflamadas e ações espetaculosas de marketing. O momento é favorável a figuras que

direcionem o foco de seu discurso para os problemas urgentes das comunidades, fixando-se no “Brasil Real” e substituindo propostas grandiloqüentes por ideias simples, viáveis e próximas ao cotidiano das pessoas. A discussão sobre política econômica - PIB, juros, câmbio, política fiscal, tributos - é abstração para as massas. Mas não deixa de ganhar repertórios selecionados. A desconfiança generalizada vem se transformando na mola para a mudança de paradigma na política. A sociedade brasileira começa a analisar o processo de maneira mais atenta e racional. O voto sai do coração e sobe à cabeça. Até nos fundões do país o sistema clientelista dá sinais de esgotamento. O empreguismo e os favores passam a ser mais fiscalizados. No fundo, o eleitor quer perceber nos candidatos honestidade e experiência administrativa, a par de higienização política. O ideário da inovação e da renovação ganha espaço em meio a nomes carimbados do quadro nacional. Neste pleito, aos candidatos se impõe ouvir o clamor do povo; não a voz da violência, mas a dos protestos que tomaram as ruas do País exigindo serviços públicos de qualidade e investimentos à altura dos monumentais estádios padrão Fifa. Os eleitores ampliam o foco. Em vez das demandas da micro política, querem saúde, educação, moradia, segurança, transporte etc. Tudo aquilo pelo qual paga – e obtém tão pouco retorno. Na contramão dos avanços, o marketing eleitoral, ao que já se observa, patina nas pistas do passa-

do. A razão para tanto é o crédito na teatralização da vida pública. Veremos novamente um teatro povoado por atores que recitam ladainhas decoradas e desenhado por profissionais que ainda acreditam nas técnicas de mistificação das massas. Estarão interessados em empacotar os perfis na embalagem opaca do ilusionismo. Quem não se lembra do Arco do Futuro, promessa do candidato Fernando Haddad na ultima eleição? Quem não recorda os furas filas que deram a eleição a Celso Pitta para a prefeitura de SP, em tempos idos? Quando um desses magos da política-artifício se coloca no papel de Deus, ao dizer que elegeu fulanos, beltranos e sicranos, escancara-se o modelo da política como “império dos signos”. Não pode ser dignificante transformar o engodo em arte de extrema impostura. A esperteza, o vale-tudo, a dramatização, os recursos artificiais e a hipocrisia têm sido a tônica da cultura política no ciclo da sociedade pós-industrial. A política e seus meios inspiram a personalização do poder, propiciando intensa competição utilitarista entre atores. O marketing, nessa esteira, serve ao princípio maquiavélico de que “os fins justificam os meios”. E o palanque da política acaba sendo o palco do teatro, de espetáculo, dos dramas e comédias. Como lembra Roger Gerard Schawrtzenberg, em “O Estado Espetáculo”, o espectador é convidado a “purgar suas paixões” por ator interposto, identificando-se com o herói, suas aflições e angústias. Essa é a realidade da política em nossos dias, a arte dos sentimentos forçados ou fabricados, principalmente em anos eleitorais. Felizmente, o Brasil das ruas cheias de gente clamando por mudanças funciona

como aríete contra os espetáculos falsos da política. O eleitor está mais apurado, mais exigente, mais desconfiado. As pesquisas mostram a inclinação do eleitorado para as mudanças. O índice de cerca de 30% de abstenção, votos nulos e brancos, que pode revelar desinteresse pela política, deve também ser entendido como um puxão de orelhas nos políticos e suas práticas. Programas eleitorais mostrando candidatos como produtos de consumo de massa, com a imagem construída via efeitos cosméticos, podem ser um bumerangue. O que se vê hoje no cenário na campanha eleitoral para presidente é um triste retrato da longa distância que separa os anseios do povo do discurso dos candidatos. Não existe a menor conexão entre o recado das massas, esse ativismo ansioso que corre pelas redes sociais, e as falas vazias dirigidas a pequenos públicos escolhidos pelas assessorias dos partidos. Maior prova é este início de campanha gelado, desprovido de qualquer emoção. Repetem-se práticas arcaicas num deserto de ideias e de promessas: candidatos beijando criancinhas e sorrindo para os fotógrafos, como se a fórmula ainda funcionasse como mágica para atração de votos. A velha política tenta se impor a uma população carente de mudanças, como mostram as pesquisas, mas se perde na própria lenga-lenga. O resultado é o desencanto. A verdade se imporá sobre a ficção nesta campanha. O eleitor exige propostas sérias, viáveis, simples e compreensíveis, mas ainda não vislumbra nenhuma. O desejo de mudança demonstrado pela maioria do povo ainda paira no ar, sem ressonância no meio político. Por tudo isso, nunca esteve tão na ordem do dia o lema “Chegou a hora de passar o Brasil a limpo”. É oportuno, mais uma vez, lembrar: candidato não é sabonete.

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Suíça já era. Onde os milionários estão colocam seu dinheiro?

O movimento agora é internacionalizar o dinheiro, seja o investidor pessoa física ou pessoa jurídica. Divulgação

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oi-se o tempo em que a Suíça era o destino para o investimento de 10 entre 10 milionários brasileiros. A regra de ouro que manda diversificar as aplicações continua valendo. “As famílias estão buscando se internacionalizar e, para isso, procuram jurisdições respeitadas na comunidade internacional com relação à lavagem de dinheiro. Os principais eleitos têm sido: Inglaterra, Estados Unidos, Suíça, Uruguai e Ásia”, explica Raulison Resende, professor de gestão e planejamento financeiro na Estácio de Sá e presidente da CIMI Investimentos e Consultoria. “Colocar parte das reservas nesses lugares dá uma tranquilidade ao investidor e torna mais fácil a vida de quem precisa fazer negócios nesses países.” Com 19 novos milionários por dia – de acordo com a revista Forbes – o Brasil tem um contingente cada vez maior de investidores. Segundo Resende, os que já estão acostumados a fazer a gestão de suas fortunas colocam o dinheiro em três principais tipos de aplicação: bancos, para

garantirem liquidez e rentabilidade, imóveis, que têm uma rentabilidade imbatível, e oportunidades de negócios, geralmente sua fonte geradora de renda. O investimento nos bancos é dividido parte no Brasil (para a liquidez) e parte fora (o que protege o investidor do risco sistêmico). A reserva costuma ser aplicada em lugares onde o empreendedor milionário tem negócios e onde não tem negócios, Inglaterra, EUA e em alguns países da Europa. Quem investe parte da fortuna em imóveis, escolhe o Brasil, onde a especulação é grande e o lucro é alto, ou os Estados Unidos, se o objetivo é comprar um imóvel de alto padrão pagando pouco. Já as melhores oportunidades de negócios, segundo o especialista, estão na Ásia. Lá, é possível abrir uma pequena filial, conhecer a cultura local e diversificar a produção. Funciona como um laboratório para companhias que querem internacionalizar, pois o continente tem um volume enorme de consumidores, que admiram os produtos brasileiros.


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ECONOMIA E AGRONEGÓCIO

Os cálculos apontam forte Produzir no Brasil é 23% queda nos investimentos mais caro do que nos EUA No segundo trimestre o recuo é dado como certo pelo nível de incertezas, juros altos e percepção de risco de relacionamento de energia. Divulgação

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queda nos investimentos é dada como certa no segundo trimestre do ano, período para o qual o recuo n Produto Interno Bruto é cada vez mais provável, como indica a queda de 1,2% no IBC-Br, em relação aos três primeiros meses do ano, divulga sexta-feira pelo Banco Central. Dados sobre as indústrias da construção civil de bens de capital, além das pesquisas de confiança, sugerem que o apetite foi pequeno de abril e junho. A incerteza elevada é apontada como principal problema. Nos cálculos da LCA Consultores, os investimentos (medidos pela formação bruta de capital fixo, componente do PIB) caíram 11% na comparação com o segundo de 2013 e 5% ante o trimestre imediatamente anterior, o quarto consecutivo nessa base de comparação, interrompendo a retomada nos investimentos verificada no ano passado. Após alta de 5,2% nos investimentos em 2013, a consultoria projeta recuo de 5,9% este ano. Segundo Bráulio Borges, economista-chefe da

LCA, os investimentos são o componente da demanda que mais puxou o PIB do segundo trimestre para baixo. O elevado nível de incertezas, a ação do BC para frear a economia com alta dos juros e a percepção de risco de racionamento de energia no primeiro semestre derrubaram os investimentos. “Houve tanta discussão sobre a necessidade de ajustes ou tempestade perfeita em 2015 que boa parte disso foi antecipada para este ano”, sugeriu Borges. Ele só vê melhora no quadro após as eleições. De abril a junho, cresceu a fatia de empresas apontando impeditivos para investir, segundo a sondagem de investimentos da indústria de transformação, apurada pela fundação Getúlio Vargas: 49% disseram que há entraves, maior porcentual desde 2009. As incertezas em relação à demanda aparecem no topo da lista, principalmente no caso das indústrias de bens de capital (caminhões, máquinas e equipamentos) e de bens de consumo duráveis (veículos, geladeiras e fogões).

Balanço. Esse comportamento fica claro nos balanços financeiros das empresas abertas divulgados até agora, embora muitas companhias tenham alegado que adiaram e não cancelaram seus projetos. “O custo Brasil não permite competir. Só louco investe no Brasil”, disse o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Federação das indústrias do Estado de São Paulo, Benjamin Steinbruch. ACSN em si não cortou investimentos. Ao divulgar o balanço, a empresa reafirmou a projeção de investir neste ano R$2,8 bilhões. Também no ramo siderúrgico, a Gerdau anunciou no fim do mês passado o fechamento de sua unidade em Sorocaba e, em seguida, a redução dos investimentos deste ano, de R$2,9 bilhões. “Essa redução do desembolso é um pouco frente ao cenário, com pouca visibilidade”, disse o diretor de Relações em investidores da Gerdau, André Pires. A mineradora Vale e a Petrobrás, duas das maiores empresas do País, também investiram menos no segundo trimestre.

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capacidade de competição da indústria brasileira sofreu uma reviravolta negativa na última década. Hoje, o custo de produzir no Brasil é 23% maior do que nos Estados Unidos. Em 2004, era 3% inferior. A conclusão é de um estudo recém-divulgado pela consultoria The Boston Consulting Group (BCG). A pesquisa comparou os custos de produção dos 25 principais países exportadores do mundo. Além dos Estados Unidos, o custo de produção no Brasil ultrapassa, significativamente, o de outros países emergentes, como China, Índia, México e Rússia. A consultoria analisou os custos de produção dos 25 países levando em conta quatro fatores: salários na indústria, produtividade do trabalho, custo de energia e taxa de câmbio. Segundo o BCG, o Brasil perdeu competitividade em todos os quesitos analisados. Com isso, o custo de produção da indústria no país aumentou 26% em relação ao dos EUA entre 2004 e 2014. Salários mais elevados combinados com um cres-

cimento muito fraco da produtividade explicam três quartos desse aumento. O BCG ressalta que os salários pagos na indústria mais do que dobraram ao longo da última década. O problema, segundo a consultoria, é que essa tendência não foi acompanhada por um aumento significativo da produtividade dos trabalhadores brasileiros. Um forte ganho de eficiência teria permitido às empresas conseguir um aumento de sua capacidade de produção suficiente para cobrir os maiores custos trabalhistas. Mas a produtividade cresceu apenas 1% ao ano no período analisado. O lento aumento da eficiência é explicado por fatores como baixa oferta de mão de obra qualificada, falta de investimento, infraestrutura inadequada e burocracia excessiva. A consultoria afirma ainda que o forte aumento do preço da eletricidade para a indústria --que dobrou na última décadae o maior custo do gás natural também contribuíram para erodir a capacidade de competição do setor no país. Sob pressão. De acordo

com a tendência do custo de produção ao longo da última década, o BCG classificou os países em quatro grupos. Os que se encontram em situação mais crítica foram chamados de “sob pressão”. É nesse grupo que o Brasil foi incluído, ao lado de China, Rússia, República Tcheca e Polônia. Entre os cinco, o Brasil foi o que teve o maior aumento de custo de produção, segundo o BCG. No outro extremo, entre as chamadas “estrelas emergentes globais”, estão México e Estados Unidos. A competitividade dos dois países foi impulsionada por fatores como baixo aumento dos salários e ganhos de produtividade. O relatório ressalta que o mundo deixou de ser dividido em continentes competitivos versus caros. Atualmente, há casos de países muito competitivos e outros nem tanto em todos os continentes. Segundo o BCG, isso deve guiar as decisões de investimento no futuro. A consultoria prevê que a produção industrial deve se tornar cada vez mais regionalizada, centrada nos países mais competitivos de cada uma das regiões. Divulgação


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EDUCAÇÃO: O melhor investimento da vida

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Viagem a Berlim 2014

ossas férias em julho foram em grande estilo. Pudemos aproveitar o verão em Berlim e estreitar nossos laços com a cultura alemã. A cada visita ficava mais claro como o aprendizado de uma língua estrangeira amplia nossos horizontes em todos os sentidos. Um grupo de 32 alunos de idades variadas teve a oportunidade de conhecer a capital e também a maior cidade da Alemanha, com toda sua exuberância e encanto. Alguns pisaram, pela primeira vez, no solo da pátria de Wolfgang Goethe, enquanto outros já nos acompanharam em outras viagens, mas, de qualquer forma, foi uma experiência bastante enriquecedora.

chsenhausen. Para acessar os lugares, têm-se, à disposição, meios de transportes eficientes: trens, bondes, metrôs, ônibus, barcos. Houve também a parte das compras, tendo uma variedade infinita de produtos para todos os gostos. Ao final da viagem, havia aquele gostinho de “quero mais”. Voltamos mais maduros e já com saudades das terras alemãs. Maria Aparecida Pires Professora de Alemão

Na parte da manhã, os alunos frequentaram cursos de língua, no Instituto DID, e, à tarde, havia uma programação cultural extensa para podermos ter ideia do que é possível vivenciar em Berlim. Visitamos museus, castelos, parques e cidades próximas. Fomos, inclusive, ao Parlamento, e, de sua cúpula, foi possível avistar os pontos turísticos mais conhecidos da cidade. Pudemos entender acontecimentos históricos, como a Segunda Grande Guerra, a divisão da Alemanha, a construção do muro, através de depoimentos, de memoriais, da história impressa nos lugares. Nessa ocasião, visitamos, pela primeira vez, o antigo campo de concentração Sa-


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Ensino médio tem pior nível em 6 anos no Estado de São Paulo D

esde 2008 o desempenho do Estado de São Paulo, nas avaliações da Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), para o ensino médio, não era tão baixo. Português e Matemática dos alunos da rede estadual de ensino teve desempenho inferior a 2013 e o pior apurado em seis anos. No fim do fundamental, ou 9º ano, a nota média da rede caiu em Língua Portuguesa e teve leve aumento em Matemática, mas mostrou estagnação nos últimos seis anos. Os resultados foram demonstrados na última edição do Saresp, que ocorre anualmente em toda a rede. Esses dados mostram problemas no ciclo final do ensino fundamental e no ensino médio, que são apontados como os gargalos da educação. No ensino médio, a nota

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média decaiu, passando de 268,4 para 262,7 em Língua Portuguesa. O ideal é uma pontuação acima de 300. Matemática tem como nota adequada a marca de 350, e a nota média da rede passou de 270,4 para 268,7. Assim, seguindo o exemplo do jornal, o aluno não consegue interpretar os dados em uma tabela simples. A distância entre

a nota apurada e aquela considerada ideal, em Matemática, representa mais de três anos de estudo. O Idesp abarca dados como aprovação e adequação entre a série e a idade. O Saresp dá o outro universo, mas a Secretaria de Estado da Educação não divulgou os dados do Saresp junto com o do Idesp, em março.

Ocimar Alavarse, professor da USP especialista em avaliação, em declaração ao Estadão, disse que o que mais preocupa é que os indicadores estejam há anos em níveis tão baixos. Segundo ele, os índices reforçam a avaliação de que as iniciativas do governador Geraldo Alckmin (PSDB) não têm surtido efeito, indicando que o modelo educacional

também precisa ser repensado. Para o diretor do Instituto Ayrton Senna, professor Mozart Ramos Neves, os resultados mostram uma crise do modelo de escola para os jovens. “O resultado é claramente o efeito do distanciamento entre a escola e o jovem, que se manifesta e se perpetua de forma intensa no ensino

médio”, diz ele. Para a Secretaria de Estado da Educação, não é possível interpretar o Saresp ignorando a complexidade da rede. “São Paulo foi o primeiro Estado a universalizar o ensino médio. É uma rede complexa, com 5 mil escolas, que nos anos finais recebem 82% de alunos de outras redes”, explicou Ione Assumpção, da coordenadoria de Informação, Monitoramento e Avaliação da secretaria, ao Estadão. “Há políticas como o currículo, formação de professores, que são de longo prazo. Há regiões com melhora”, completou. Na outra ponta, apesar dos resultados sofríveis dos anos finais, a rede estadual de São Paulo obteve bons resultados no primeiro ciclo do ensino fundamental. Os dados do Saresp apresentam tendência de melhoria desde 2008 para o fundamental.


Eduardo Campos deixa um legado: Coragem para mudar o Brasil Agosto de 2014

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Brasil perde um líder inovador, com a morte prematura, o desaparecimento de Eduardo Campos põe fim a um dos protagonistas do cenário político nacional, não vamos desistir do Brasil.

“Não vamos desistir do Brasil”

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m 2014, Candidato a presidência da República, que sempre teve pressa e não abria mão de seus ideais e convicções. Neto e herdeiro político Miguel Arraes, queria romper a polarização entre PT e PSDB. Eduardo Henrique Accioly Campos acalentava o sonho de quebrar a polarização de Dilma Rousseff e PSDB de Aécio Neves. Ex-governador de Pernambuco, apostava no início do horário da propaganda eleitoral na tv, logo acima de 20% das intenções de votos e se mostrar competitivo na disputa. O Brasil perdeu Eduardo Campos, sua competência, sua liderança jovem e promissora de estadista, que tinha ideais que ia de encontro ao povo brasileiro.


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ascido no Recife em 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos, é filho de Ana Arraes, atual ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) com o escritor Maximiano Campos. Neto do ex-governador Miguel Arraes, é considerado seu principal herdeiro político. Eduardo Campos, entrou na faculdade aos 16 anos. Formou-se em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco aos 20 como aluno laureado e orador da turma. Era Casado com a também economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, Renata Campos, com quem teve cinco filhos: Maria Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique, José Henrique e Miguel. Divulgação

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duardo Campos começou sua militância política ainda na Universidade, como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia, em 1985. Em 1986, Eduardo trocou a possibilidade de um mestrado nos Estados Unidos pela participação na campanha que levou Miguel Arraes de volta ao governo de Pernambuco, tornando-se chefe de gabinete. Iniciava-se uma carreira que o consagraria como um dos mais brilhantes políticos de sua geração. Chefe de Gabinete de Miguel Arraes Como chefe de gabinete do governador Miguel Arraes, participou diretamente da criação da primeira Secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste, em 1987, e, em 1989, da primeira Fundação de Amparo à Pesquisa da Região, a

FACEPE Entrou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 1990 e conquistou, pelo partido, seu primeiro mandato, deputado estadual. Na Assembleia Legislativa de Pernambuco, foi líder e um dos mais destacados parlamentares da bancada da oposição. Nessa época, num feito inédito para um deputado com pouco tempo de atividade, ganhou o Prêmio Leão do Norte, entregue pela Assembleia Legislativa aos parlamentares com atuação mais relevante. Transformando a Assembleia em uma tribuna para defender os interesses e os direitos da população, principalmente os das pessoas mais humildes, Eduardo também se sobressaiu como um político que unia as palavras à ação. Atuação Parlamentar Eduardo Campos che-

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gou ao Congresso Nacional em 1994, eleito com 133 mil votos, ficando à disposição do Governo do Estado de Pernambuco a partir de 1995, para exercer o cargo de secretário do Governo e, em 1996, o de secretário da Fazenda. Em 1998, foi reeleito para a Câmara Federal como o deputado federal mais votado do Estado. Obteve 225 mil votos. Exercendo o terceiro mandato de deputado federal, conquistado em 2002, Eduardo destacou-se no Congresso Nacional como um dos principais articuladores do governo Lula para a aprovação das reformas da Previdência e Tributária. Secretário da fazenda Como secretário da Fazenda, criou a vitoriosa campanha Todos com a Nota, que deu grande impulso à cultura e ao futebol pernambucano e ainda elevou a arrecadação de tributos no Estado para níveis jamais alcançados. Na Secretaria da Fazenda, como fizera antes na de Governo, também participou de várias iniciativas importantes na área de Ciência e Tecnologia e apoiou o trabalho da Fundação de Amparo à Pesquisa. No decorrer de sua vida pública no Congresso Nacional, Eduardo Campos participou de várias Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), como a

de Roubo de Cargas e a do Futebol Brasileiro (NIKE/CBF). Nesta última, atuou como sub-

-relator, onde denunciou o tráfico de menores brasileiros para o exterior fato que, inclusive,

trabalhador e seus dependentes; o que tipifica o sequestro relâmpago como crime no código

teve ampla repercussão na imprensa nacional e internacional. Como deputado federal, Eduardo foi ainda presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural Brasileiro, criada por sua iniciativa em 13 de junho de 2000. A Frente tem natureza suprapartidária e representa, em toda a história do País, a primeira intervenção do Parlamento Nacional no setor. Projeto de Lei Eduardo foi também autor de vários projetos de lei. Entre eles, o que prevê um diferencial no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para as cidades brasilei-

ras que possuem acervo tombado pelo Instituto de Patrimônio Artístico Nacional (IPHAN); o do uso dos recursos do FGTS para pagamento de curso superior do

penal; e o da Responsabilidade Social, que exige do Governo a publicação do mapa de exclusão social, afirmando seu compromisso com os mais carentes.


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Ministro de Ciência e Tecnologia Em 2003, Eduardo Campos foi empossado ministro de Ciência e Tecnologia. Em sua gestão, o MCT deixou de ser um órgão restrito aos interesses das comunidades científicas e acadêmicas e se transformou em um mecanismo capaz de colocar os conhecimentos dos cientistas à disposição da sociedade. Como Ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos tomou iniciativas que repercutiram até no plano internacio-

nal, como a articulação e aprovação do programa de Biossegurança, que permite a utilização de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa. Também conseguiu unanimidade no Congresso para aprovar a Lei de Inovação Tecnológica, resultando no marco regulatório entre empresas, universidades e instituições de pesquisa. Presidente Nacional do PSB Em 2005, Eduardo Campos assumiu a presidência nacional do PSB.

A solenidade de posse no cargo foi uma expressiva demonstração de que ele é hoje uma das principais referências da política brasileira. Após seu discurso, Eduardo foi aplaudido de pé pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o vice-presidente, José Alencar; seis ministros, os presidentes nacionais de vários partidos e outras lideranças. Candidato eleito ao Governo do Estado No início 2006, Eduardo se licenciou da presidência nacional do PSB para concorrer ao

Governo do Estado pela Frente Popular de Pernambuco. No dia 29 de outubro daquele mesmo ano, foi eleito governador. Em 1º de janeiro de 2007, assumiu o Palácio do Campo das Princesas. Nas últimas eleições, o presidente do PSB foi reeleito governador de Pernambuco com 82,83% dos votos válidos. No dia 04 de abril de 2014, Eduardo Campos entregou formalmente o cargo de governador de Pernambuco para dedicar-se à campanha presidencial.

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Eduardo Campos foi inovador, criativo e objetivo. Ele construiu uma nova forma de fazer política e preparava-se para consolidar seu maior projeto: ser presidente do Brasil. Sua meta foi interrompida pelo destino, mas seu legado e ideais, serão mantidos pela sua sucessora Marina.

“No dia em que o filho do pobre, do rico, do político, do cidadão, do empresário e do trabalhador estudarem na mesma escola... nesse dia o Brasil será o país que queremos” Eduardo Campos


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duardo Campos e Marina na convenção que oficializou a Senadora Lídice da Mata (PSB) candidata ao governo da Bahia, e a ex-corregedoria do conselho nacional de Justiça (CNJ) Eliana Calmon (PSB) ao Senado. Juntos queriam um Brasil para frente e Eduardo presidente. Foto: Raissa Almeida

A Criação de empregos com carteira assinada possui a menor taxa em julho dos últimos 15 anos

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número de empregos formais criados no Brasil em julho chegou a 11.796, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No mês passado, houve 1.746.797 admissões e 1.735.001 desligamentos.

É a menor geração de empregos formais para o mês em 15 anos. Em julho de 1999, haviam sido criados 8.057 postos de trabalho. Segundo o ministério, sete dos oito setores da atividade econômica fecharam o mês passado com saldo positivo na geração de empregos. Os setores de serviços, com

aumento de 11.894 vagas em relação a junho, agricultura (criação de mais 9.953 postos) e construção civil (3.013 empregos a mais) são os destaques. O setor de indústria de transformação registrou queda no nível de emprego, com menos 15.392 postos de trabalho. O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias,

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acredita que a geração de empregos no país voltará a crescer até o final de 2014. Segundo ele, a segunda metade do ano costuma registrar a criação de mais empregos com carteira assinada do que a primeira, impulsionada, por exemplo, pela contratação de mão de obra para o período de festas de fim de ano. Fonte: EBC

Na contramão das outras regiões do país, o Nordeste apresenta crescimento de 4% Divulgação

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Nordeste, região em que a presidente Dilma Rousseff teve a maior queda nas intenções de voto no último Datafolha, vive neste ano situação inversa à do resto do país em termos econômicos. A atividade econômica cresceu acima de 4% nos cinco primeiros meses do ano, resultado superior à média nacional (0,6%), segundo o Banco Central. A região apresenta, por outro lado, os piores dados em relação ao emprego Quando se considera ape-

nas os dados sobre emprego formal, o Nordeste é a única região na qual houve redução no número de vagas no primeiro semestre, segundo o Ministério do Trabalho. A piora no mercado de trabalho reflete, principalmente, a crise na construção civil, grande empregadora na região. Os dois Estados que mais cortaram empregos no setor, depois de São Paulo, foram Bahia e Pernambuco. “A entrada em operação dessas empresas é um dos motivos pelos quais a indústria cresceu 1,6% na região até maio. Ao mesmo tempo,

o setor caiu 1,6% na média nacional, disse Essinger. Apesar da piora no emprego, a renda média cresce acima do verificado no restante do país, segundo o IBGE. Além do aumento nas vagas com remune-

ração maior, o Nordeste concentra grande parte dos recursos destinados a programas sociais. Esse fator tem contribuído para sustentar o consumo na região, além do impacto da indexação do

salário mínimo, segundo o professor Roberto Tatiwa, da Universidade Federal do Ceará. As vendas do comércio na região crescem acima da média nacional. O pior resultado, do Piauí (3,3%),

é mais que o dobro da média (1,4%). Para Tatiwa, o Nordeste precisa melhorar em relação à qualidade da mão de obra, infraestrutura e indicadores sociais para manter o crescimento superior ao do país.


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SAÚDE EM FOCO

Médico documenta terapia com derivado da maconha em filho

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om um filho portador da síndrome de Dravet, forma grave de epilepsia, o médico do Hospital das Clínicas da UFMG Leandro Cruz da Silva, 50, encontrou na compra ilegal de um composto da maconha a solução para as crises convulsivas da criança. Há dois meses ele importa dos EUA pastas de CBD (canabidiol), um composto não psicoativo presente na maconha. Naquele país, o produto é legal. O resultado do tratamento caseiro é filmado pelo próprio Silva, que disponibiliza os vídeos na internet. A pasta é misturada a óleo de gergelim e colocada em iogurte. Em um dos vídeos o médico ensina como preparar a mistura. “Se eu for acusado de alguma coisa, vou embora do país”, disse. “A questão é entre a vida e a morte.” Como não há regulamentação da Anvisa

(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não existe a dosagem indicada a ser dada. Silva dá à criança uma quantidade que o fabricante sugere. Pesquisas já demonstraram os efeitos terapêuticos do CBD. No Brasil, o uso é proibido pela Anvisa, mas a reclassificação do composto está em discussão. “Sei que é crime, mas não há lei ou autoridade que vai me impedir de dar CBD ao meu filho”, disse Silva. Desde que tomou o CBD pela primeira vez, em 29 de abril, Benício, 6, teve apenas seis crises convulsivas leves. Antes, o menino sofria de cinco a seis convulsões por dia, segundo Silva. O menino teve a primeira convulsão aos cinco meses de idade e já foi internado 48 vezes. “Hoje ele tenta se comunicar com sons, sobe a escada, come sozinho. Ele não fazia nada disso antes”, afirmou. Além da

síndrome, Benício é autista, segundo o pai. O menino toma 15 pílulas de cinco anticonvulsivos diariamente, além de duas doses do CBD. em decorrência da evolução clínica, ele deixará de tomar um dos remédios, segundo Silva. IMPORTAÇÃO Para importar a pasta, Silva conta com o auxílio de um amigo brasileiro que mora em Orlando. Cada tubo custa R$ 1.400. Ele deposita o valor na conta de um doleiro, que o repassa ao amigo. O tubo é descaracterizado, tornando-se semelhante a um frasco de tinta. Depois é colocado dentro de um conjunto infantil de tintas e despachado pelo serviço de correspondência, como um brinquedo. Nesses dois meses, por intermédio do médico, o amigo já enviou ao país, clandestinamente, pasta de CBD a cerca de 30 crianças com a mesma doença de Benício. “Sou um médico e não posso negar o benefício a outras pessoas”, afirmou. Para diminuir os custos, ele disse que já entrou em contato com um produtor de maconha no Canadá, cuja planta é rica em CBD e pobre em THC, um psicoativo. O objetivo é comprar sementes e ele mesmo fazer a plantação da maconha e a extração do CBD. O presidente do CRM-MG, Itagiba de Castro Filho, disse que o fato de Leandro importar a pasta de CBD de forma clandestina não caracteriza irregularidade na atuação médica. No entanto, ele lamentou. “É triste que isso aconteça”, afirmou.

Cientistas revertem calvície de pacientes usando remédio para tratar medula óssea Três homens que tinham perdido quase um terço dos fios viram crescer seu couro cabeludo em cinco meses. Divulgação

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m estudo publicado na revista “Nature Medicine” mostrou que um remédio indicado para tratamento de doenças na medula óssea reverteu completamente a perda de cabelo em três pacientes. Todos tinham sido diagnosticados com alopecia areata, uma condição que pode causar calvície irregular no couro cabeludo. A doença é mais grave e mais difícil de tratar do que o gênero comum de calvície, mais

relacionado a distúrbios hormonais. Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Columbia já haviam identificado um conjunto de células do sistema imunológico envolvidas na destruição de cabelo e realizaram uma série de testes bem-sucedidos em camundongos com o medicamento, conhecido como ruxolitinib, aprovado para o tratamento de medula óssea nos Estados Unidos e na Europa. A droga então foi apli-

cada duas vezes ao dia nos três pacientes que alopecia. Todos já tinham perdido pelo menos um terço do cabelo, mas perceberam o crescimento de forma vertiginosa depois de cinco meses de terapia. Os pesquisadores dizem que mais trabalho é necessário para ver se a droga pode ser oferecida de forma mais ampla. A alopecia areata pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequentemente diagnosticada em adolescentes e adultos jovens.

Novos remédios prometem dar fim à infecção no fígado por hepatite C A doença que atinge 185 milhões está a um passo da cura. Divulgação

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ltimo Congresso Internacional do Fígado, realizado em abril de 2014 em Londres, na Inglaterra, esteve recheado de boas notícias para os portadores de hepatite C. Segundo os estudos apresentados ali, quatro

novos fármacos conseguiram resultados animadores, chegando a zerar a carga do vírus causador da doença. “São drogas com uma eficácia superior a 90%, que reduzem o tempo de tratamento de 48 para 12 semanas e não trazem muitos efeitos co-

laterais”, elogia o gastroenterologista Edison Parise, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia. Uma das opções, do laboratório americano AbbVie, alcançou 96% no índice de sucesso - trata-se de uma espécie de coquetel com três princípios ativos, tomados diariamente. Embora esteja mais bem controlada atualmente, a infecção por hepatite C continua se propagando. Ela se dá, sobretudo, pela transfusão de sangue ou compartilhamento de materiais contaminados. Fonte: Saúde é vital


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Sobrecarga da Terra: já usamos todos os recursos naturais do ano Divulgação

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ntramos oficialmente no “vermelho” Em apenas oito meses, a humanidade estourou o orçamento de recursos naturais disponível para 2014, revela a organização internacional Global Footprint Network (GFN). Isso significa que, a partir de agora, tudo o que for consumido até o fim do ano não será reposto pela natureza. Medido há 14 anos, o Dia da Sobrecarga da

Terra (Earth Overshoot Day, em inglês) alerta quando a pegada ecológica da humanidade excede a capacidade do planeta de repor recursos naturais e absorver resíduos, incluindo o dióxido de carbono (CO2). Este ano, a efeméride chegou ainda mais cedo. Em 2000 a data caiu em 01/10, e no ano passado foi em 20/08. Segundo a GFN, precisaríamos de um planeta Terra e meio para fe-

char a conta com saldo positivo. Isso porque também entram no cálculo o desmatamento, a escassez de água,erosão do solo, perda de biodiversidade e o aumento das emissões de CO2 na atmosfera. Pior: tudo indica que a nossa “dívida ecológica” vai piorar se continuarmos nesse ritmo. Projeções sobre população, uso de energia e produção de alimentos sugerem que a humanidade vai precisar de duas Terras até 2030. “O uso dos recursos naturais acima da capacidade do planeta está se tornando um dos principais desafios do século 21. É um problema tanto ecológico quanto econômico”, acredita Mathis Wackernagel, presidente da GFN e cocriador da métrica de cálculo da pegada ecológica.

News

Salário melhor está no Rio, não em SP

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menos por semana (mesma jornada de trabalho dos brasileiros). Entre os bilionários “workaholics” (viciados em trabalho), 29,8% disseram

trabalhar cerca de 60 horas por semana, enquanto 29,8% ultrapassam essa jornada. 2,1% afirmaram que tem uma jornada menor de 4 horas por semana.

Adultos e Crianças

Clareamento Restauração Cirurgia Implante Endondontia (Canal) Exodontia (extração) Ortodontia (Aparelhos móveis e fixos) Próteses Fixas e Móveis (Laboratórios próprios) Periodontia (Limpeza e tratamento de gengiva)

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Resp. Técnico Renata C.D.R. Silva CRO:77634

4105-2357/ 4106-2712 Rua Alfredo Pujol, 53 - Santana

No Rio, o valor é de R$ 2.253, com uma expansão robusta de 5,6%. Os dados são de um recorte da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, elaborado pela Folha. Para analistas, um dos principais motivos é a crise na indústria, que tem um peso maior no emprego na região metropolitana de São Paulo, , onde o setor ocupa 18% de todos os trabalhadores. No Rio a economia é voltada para o comércio.

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m 2013, a área da Amazônia que sofreu degradação florestal retirada seletiva de árvores por madeireiros ou deterioração por incêndios foi de 5.434 km², a menor desde que o governo começou a medir o pro-

blema na região. O levantamento foi feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) pelo programa Degrad. O dado mais recente aponta uma tendência de queda, já que os dois anos anteriores, 2011 e 2012, exibiram extensões de floresta degradada com 24.650 km² e 8.634 km², respectivamente. Em 2013, mesmo ano em que a degradação registrou uma queda, o número do desmate por corte raso subiu (12%).

Brasil quebra 125 milhões de celulares em um ano

Dentista

De segunda à Sexta das 8 às 20 hrs Sábado das 9 às 16 hrs

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ão Paulo perdeu o posto de região metropolitana que paga melhores salários a seus trabalhadores para o Rio de Janeiro. Na metrópole paulista, a média deste ano até julho é de R$ 2.145, com alta de apenas 1,1%.

Degradação florestal na Amazônia é a menor em 7 anos

Maioria dos bilionários trabalha 60 horas por semana ou mais, diz Forbes

ecentemente, a Forbes perguntou a 50 bilionários quantas horas eles trabalham por semana e o resultado foi surpreendente. Quase 60% dos bilionários consultados têm uma jornada semanal superior a 60 horas e os outros 40% possuem uma jornada de trabalho de 40 horas ou

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e todos os aparelhos existentes no país 46,3% sofreram algum tipo de dano em 2013. A pesquisa aponta porcentagem e tipos de acidentes mais comuns, acompanhe. 48% caiu no chão e quebrou a tela; 21% pifou sozinho; 9% objeto caiu sobre a tela; 6% caiu no vaso; sanitário; 5% aparelho molhou; 3%

tela arranhou na bolsa; 8% por outros motivos. A pesquisa também mostrou que a maioria dos entrevistados tinham celulares da marca Samsung Galaxy e que a maioria tinha três meses ou menos de uso, e que mesmo com o aparelho danificado, 74% continua usando o aparelho. O Fundado do Clube Pitzi que realizou a pesquisa, Daniel Hatkoff, diz que “Hoje, os fabricantes competem por criar aparelhos mais finos, leves e rápidos. Não há foco em durabilidade.


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aplicou na poupança no 1º semestre? perdeu dinheiro, aponta consultoria

A inflação oficial (medida pelo IPCA) acumulada no primeiro semestre deste ano foi de 3,75%, enquanto a rentabilidade da caderneta, descontada a mordida da inflação, foi de 3,47%, de acordo com o levantamento. Desde o início do Plano Real, há 20 anos, essa situação aconteceu em 2003, 2008, 2011, 2013 e, agora, em 2014, segundo a consultoria.

Governo amplia alcance do SuperSimples

Lei permite a expansão no Simples Nacional de mais de 450 mil empresas que faturam até R$3.6 milhões por ano.

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presidente Dilma Rousseff sancionou ontem a lei que amplia para todo o setor de serviços o regime de tributação simplificado para micro e pequenas empresas, o chamado Simples Nacional. A expectativa do governo federal é que a mudança, que começa a valer em janeiro de 2015, beneficie cerca de 450 mil micro e pequenas empresas. A principal mudança trazida pelas novas regras é que o enquadramento no Simples ocorrerá pelo critério do porte e do faturamento das empresas, e não mais de acordo com a atividade exercida. Dessa forma, foram incluídas 140 atividades do setor de serviços, que antes ficavam de fora como advogados, corretores, consultores, arquitetos, engenheiros, jornalistas e publicitários. A exigência é que essas empresas tenham faturamento de

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Código de barras completa 40 anos O primeiro produto a ser identificado pelo código pacote de chicletes, vendido nos EUA

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até R$ 3,6 milhões por ano. Dilma Rousseff aposta no aumento do recolhimento de impostos. “Vai aumentar a arrecadação porque vai formalizar. Quando você reduz os impostos, aumenta a arrecadação no médio prazo, porque muita gente passa a pagar”, disse.

Cadastro: Outra medida importante anunciada é a criação, a partir de março de 2015, de um cadastro único. 0 CNPJ passa a ser o número que identificará a empresa. Fonte: Folha

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código de barras completou 40 anos em 26 de junho de 1974, Sharon Buchanan foi a primeira caixa a digitalizar um código de barras em um supermercado Marsh, em Troy, Ohio (EUA) e Clyde Dawson, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Marsh tornou-se a primeira pessoa a comprar um produto com o preço marcado na embalagem. Esse item foi um pacote de 10 chicletes Juicy Fruit Wrigley. Custou 67 centavos e seu lugar na história foi preservado no Museu Nacional do Instituto Smithsonian de História Americana, em Washington, DC, onde

está em exposição, aberta ao público. “Imagine se não houvesse código de barras”, diz Miguel Lopera, presidente e CEO da GS1 Global, organização sem fins lucrativos com sede em Bruxelas, Bélgica, com organizações-membro em mais de 110 países, que supervisiona a maioria dos códigos de barras utilizados hoje no mundo. “Você pode imaginar as filas nos check-outs?

“Você pode imaginar como os consumidores poderiam ser frustrados? Basta imaginar um dia em um hipermercado ou um supermercado, que o scanner não funcione” e os caixas de verificação tenham que inserir manualmente o código de barras de cada item! Já sob uma perspectiva de negócios, imagine como o código de barras permite a um pequeno fabricante na Índia vender o seu produto em qualquer lugar do mundo, porque a etiqueta pode ser lida em qualquer país, em qualquer língua”. Os códigos de barras são os mais conhecidos e universalmente reconhe-

cidos do Sistema GS1. O sistema é baseado em padrões e soluções para melhorar a eficiência e a visibilidade das cadeias de suprimentos e demanda em todos os setores globais e foi projetado e implementado pela GS1. O Código de barras no brasil. Quem viveu os anos de 1980 lembra que os preços variavam diariamente, principalmente nos supermercados. As máquinas etiquetadoras trabalhavam freneticamente, remarcando os preços os produtos. Era comum fazer compras para o mês todo, assim que se recebia o salário, na tentativa de driblar a inflação. As filas nos caixas dos supermercados eram enormes. De acordo com a GS1 Brasil, dos anos 80 até agora, o sistema de sistema se aperfeiçoou e novos modelos entraram no mercado. As pessoas acham que o código de barras é uma coisa estática, mas ele também evoluiu, assim como os sistemas de captura e da informação dentro dos sistemas. Existe o código linear, aquele que as pessoas estão acostumadas a ver nas embalagens dos produtos, mas há outros modelos, como o Data Bar, em que é possível controlar a validade do produto, sendo importante para a área de alimentos


Roteiro GastronĂ´mico

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