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Sentinela do Jacuí - Triunfo, 17 de julho de 2010

Opinião

EDITORIAL

Causas sociais Antigamente, acreditava-se que só o desenvolvimento econômico poderia garantir o bem-estar social. Hoje, a solidariedade já é vista também como uma alternativa.

Pensadores do terceiro milênio, como Edgard Morin, defendem que o engajamento social dos cidadãos é um dos pilares para a construção de uma sociedade melhor e mais solidária. Mesmo quem se posiciona contra o voluntariado assistencialista e acredita que o governo deveria fazer muito mais do que faz pelas comunidades carentes, vê em determinados projetos sociais uma saída para a melhoria das condições de vida da população de baixa renda no país. Mas o trabalho voluntário também abrange a Educação e a Cultura. Precisamos alimentar os carentes de feijão e arroz, mas também de livros, de internet, de Teatro, de Dança, etc. O Vale Cultura, criado recentemente pelo Governo Federal, não é supérfluo, quanto pensam alguns, que por certo desfrutam-na confortavelmente em seus lares, nos grandes telões de seus home teather ou nas casas de espetáculos. Somos seres sociais, e quando participamos de atividades comunitárias experenciamos o convívio com pessoas de diferentes áreas, meios e situações, enriquecendo a nossa experiência de vida. Ampliamos nossa rede de relacionamentos e firmamos um compromisso ético, tornando-nos mais sensíveis ao outro e devolvemos à vida um pouco do que recebemos em nossa Educação. Embora para algumas pessoas ser solidário seja apenas desprender-se de algum dinheiro, para ajudar em uma causa qualquer, com propaganda na TV, os projetos sociais aumentam a conscientização política e social. Observando nossa comunidade, podemos perceber claramente que em todas as fatias da população muitas pessoas começam a despertar para as campanhas sociais. As duas últimas caminhadas bem demonstram isso, esta do IMAMA, realizada na última quinta-feira, 15 de julho, e a da campanha contra o Crack, há algum tempo atrás. A sociedade triunfense, em seus diversos vieses, começa a irmanar-se e a devolver ao meio o que aprendeu nos Lares, nas Escolas, na Vida. E diante do crescimento do bom senso, não dá para deixar de sonhar. Imagine mil, dois mil, ou mais triunfenses engajados socialmente, doando algumas horas de seu tempo, semanalmente, para transformar a nossa realidade sóciocultural. Temos muitas e muitas pessoas com um alto grau de sensibilidade, cultura, informação, conhecimento, boa-vontade, criatividade, profissionalismo, grandes artistas, artesãos maravilhosos, para botar 'fogo no circo' e ampliar o picadeiro. Nós do Sentinela do Jacui, somados à Fundação Cultura Qorpo-Santo, FCQS, e ao Lions Clube de Triunfo, temos uma sugestão em pauta: una-se à causa da Cultura e venha defender a edificação do Complexo Cultural Qorpo-Santo, no lugar onde ele nasceu, ao lado da Biblioteca Cel. João Maia. A favor da Arte, da Música, da Literatura, do Teatro, da Dança e de quantas mais linguagens culturais surgirem! Depois disso - e com você - Triunfo será ainda melhor! EMPRESA JORNALÍSTICA E EDITORA CASARIO Jornal Sentinela do Jacuí CNPJ 11.166.647/0001-04 Rua: General Câmara, 64 - Centro - CEP:95840-000 - Triunfo/RS Fones: 51-3654-3009 / 51-9994-0527 E-mail: sentineladojacui@gmail.com Diretora e Editora: Odila L. Rubin de Vasconcelos Diagramação: Editora Jornalística Mc LTDA Arte: Lourelisa R. de Vasconcelos Procurador Jurídico: Dr. Adroaldo Renosto - OAB/RS - 26.925 Periodicidade: Semanal - Impresso na Editora Jornalística MC LTDA / Esteio - RS - 3473-1712 Os artigos assinados pelos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não representando necessariamente a opinião do jornal, da mesma forma os colaboradores com artigos ou páginas não têm vínculo empregatício com a empresa. O jornal não responderá subsidiariamente por eles em nenhum fórum, por mais privilegiado que for.

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1968: o ano que nunca acabou

Dizem que 1968 foi o ano que nunca acabou, mas talvez seja mais fácil dizer que o que não acabou foi a década de 60. Até hoje, tem muita gente que gostaria de ter nascido naquela época só para viver a juventude bem na época das grandes revoluções. O ano de 1968 é muito lembrado ainda pela sua representatividade histórica, a Bienal do Livro 2008 teve a exposição "1968, Mordaça no Estadão", que exibiu jornais censurados do Estado de São Paulo na época da Ditadura Militar no Brasil. O ano 1968 foi importante no Brasil e no Mundo, pois o mundo vivia em plena Guerra Fria e seus desdobramentos, o Brasil vivia em plena Ditadura Militar, ou seja, dois momentos únicos em nossa História, conectados por um mundo de transformação, embora ainda não houvesse internet, a televisão fazia bem o papel de unir o mundo pela recém nascida globalização. Em meio as minhas pesquisas encontrei que no dia 30 de janeiro, em plena Guerra do Vietnã, os vitcongues lançam a "Ofensiva Tet" contra os norte-americanos no ano novo vietnamita. A Guerra do Vietnã gerou uma série de protestos no mundo. Depois, em 5 de fevereiro estudantes da Espanha e da Itália ocupam universidades e na Alemanha um consulado americano. Em 17 de março os estudantes atacam a embaixada americana em Londres. Após, no dia 4 de abril, Martin Luther King, importante líder negro na luta contra o preconceito nos EUA, é assassinado. Em maio de 68 na França, estudantes fazem uma série de protestos, seguidos de protestos dos trabalhadores, foi o chamado "maio de Paris". No dia 5 de junho o pré candidato democrata, Bob Kennedy é assassinado nos EUA. E não pára aí: em 26 de junho no Brasil, é realizada a Passeata dos Cem Mil, contra a Ditadura. Depois em 20 de agosto as tropas soviéticas invadem a Tchecoslováquia e colocam o fim no sonho de um socialismo mais humano, começado em maio de 1968, que tinha dado início à Primavera de Praga. Aqui no Brasil, no dia15 de outubro houve a prisão dos líderes do movimento estudantil no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE)

Bah!, São muitos os acontecimentos que marcaram 1968. Um ano em que a juventude mostrou que "que quem sabe faz a hora, não espera acontecer", como dizia a canção de Geraldo Vandré, em que muitos ainda acreditavam em um socialismo mais humano, em que a música dos Beatles, Jimi Hendrix e Janis Joplin embalava a juventude mundial. Vivia-se a noite da ditadura, com relâmpagos de dor arrancados à tortura do choque elétrico no Brasil, mas na luz das câmeras de TV brilhava a Tropicália, movimento musical, liderado por Caetano Veloso que servia como voz para aqueles que queriam um novo país, da mesma forma que a cultura do PAZ e AMOR dos Hippies se espalha pelo mundo e o Brasil girava feito a roda-viva de Chico Buarque, em especial no final do ano, com o Ato Institucional nº 5, que foi o golpe mais duro dos militares, pois com ele o Presidente assumia todos os poderes, podendo decretar o recesso do Congresso Nacional, intervir nos estados e municípios, cassar mandatos parlamentares, suspender, por dez anos, os direitos políticos de qualquer cidadão, decretar confisco dos bens considerados ilícitos e suspender a garantia do habeas-corpus. A partir disso a Ditadura Militar assume a sua forma mais violenta e nem a música "É Proibido Proibir" de Caetano Veloso conseguiu impedir a proibição geral que se instalou no Brasil. Segundo Zuenir Ventura, autor da obra 1968: o Ano Que Não Terminou, "Foi um ano muito especial. Um momento de uma sintonia mágica, misteriosa. [...] Achava que se podia mudar tudo através da ruptura, da revolução. A ironia da história é que eles [os jovens] não fizeram a revolução política, mas acabaram fazendo a revolução cultural". Ainda lembro da frase: "o mundo está grávido de mudança e os jovens são os parteiros!". Quanto a mim, nasci em 1968, exatamente no dia que, aqui em Triunfo, mais precisamente no Porto Batista, na Estação Ferroviária de Fanfa ocorreu um grande desastre de trem, onde faleceram mais de 40 pessoas, isso é um fato além de histórico marcante na mente das pessoas que presenciaram as cenas do acidente e após a tragédia. E, pensando bem, todos que nascemos em 1968, somos um pouco revolucionários...

FLORA FLÁVIA FREITAS -

SOCIÓLOGA - PSICOPEDAGOGA

Gabriel, mais um magistrado na OAB-Triunfo A nós, não bastaria sim- reça! Respire! E busque o plesmente parabenizá-lo por sua conquista, fomos tomados pelo desejo de tornar público nossa imensa satisfação de tê-lo como colega, e também de confidenciar-lhe que no momento em que juramos acreditar no Direito como melhor forma para convivência humana, prometendo fazer da Justiça uma conseqüência normal e lógica do Direito, estamos dando inicio a uma árdua e prazerosa carreira. E, muitas vezes, no caminho nos deparamos com conflitos próprios de quem ousa defender a liberdade, pois sem ela não há direito que sobreviva. Ainda assim, não esmo-

que sempre haverá de melhor em ti, busque aqueles valores que superam a todo e qualquer diploma, aqueles valores genuínos que Silvio e Neuza usaram para alimentar teu caráter e que fizeram de ti, o que chamamos em nosso linguajar gaúcho de "guri bom"! Aproveitando a oportunidade, parabenizamos também esses pais tão zelosos e dedicados, registrando aqui nosso sincero respeito e admiração por vocês: Silvio e Neuza! Da mesma forma, parabenizamos ao exigente e orgulhoso padrinho Dr. Lineu, que certamente muito contribuiu para concretização desse objetivo.

Por tudo isso, Dr. Gabriel, parafraseamos Maquiavel para dizer-lhe: Não deixes que a vida passe por ti como um simples suceder de coisas, mas sim passe tu pela

vida, deixando marca benéfica de uma personalidade digna de ser lembrada. Sucesso e forte abraço dos teus colegas da OABTriunfo/RS


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