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O melhor da

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Super-heróis literatos

Não ‘imagine na Copa’

Campanha viral leva clássicos às páginas policiais para incentivar russos a ler.

Presidente do Tatarstão quer compartilhar com Brasil experiência de evento internacional.

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PHOTOXPRESS

QUARTA-FEIRA, 4 DE DEZEMBRO DE 2013

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Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

NOTAS

Asilado Sem revelar novos empregadores na Rússia, Snowden começa a encontrar estabilidade no país

ITAR-TASS

Pútin critica onda de discriminação a LGBTs

Em reunião com representantes de siglas sem representação parlamentar no final de novembro, o presidente russo Vladímir Pútin criticou o preconceito exacerbado a minorias. “Não devemos alimentar sentimentos discriminatórios seja contra quem for, inclusive contra pessoas de orientação sexual diferente”, disse. Apesar da declaração positiva, ele reiterou a proibição de disseminar “valores não tradicionais” na Rússia. “Os senhores sabem que fui muito criticado, mas tudo o que foi feito em nível governamental e legislativo foi para impedir que a ‘propaganda’ chegasse a menores de idade.” Ele também rebateu críticas de outros países a essa lei como intervencionistas.

O espião que foi para o frio GLEB FIÓDOROV GAZETA RUSSA

Depois de receber asilo temporário na Rússia em agosto passado, parece que a estadia de Edward Snowden no país pode se estender por um período mais longo. Seu advogado, Anatóli Kutcherena, declarou que o ex-

-agente da NSA (Agência de Segurança Nacional) está trabalhando desde 1° de novembro, embora não tenha informado o nome de seus empregadores. Além disso, Snowden está aprendendo russo e tem demostrado “certo progresso”, disse ele. Responsável por revelar ao mundo documentos secretos do seu país sobre um programa de vigilância em massa, o agente poderia estar trabalhando agora para um dos

Igreja quer proibir subsídio de abortos A Igreja Ortodoxa Russa recebeu uma proposta dos legisladores de Samara, no sul do país, recomendando a proibição de custeio do orçamento federal para abortos. “Não se trata de abortos feitos em casos de necessidade médica, e também não significa que as mulheres estão proibidas do direito de realizar um aborto com seu próprio dinheiro”, disse o presidente do departamento de comunicação da Igreja, Vladímir Legoida. “A principal preocupação é que os contribuintes russos não compartilhem a responsabilidade pelo ato imoral de tirar uma vida com aqueles que se atrevem a fazê-lo”, afirmou Legoida.

NATALIA MIKHAYLENKO

Pivô de revelações sobre a espionagem americana está estudando russo e já tem um novo emprego.

Marina Obrazkova

principais sites da Rússia. Propostas não faltaram desde que lhe foi concedido o asilo no país. Pável Durov, fundador do Vkontakte, o “Facebook russo”, foi quem fez a primeira proposta de trabalho. Com cerca de 43 milhões de usuários, o VKontakte é uma das poucas redes sociais no mundo que ganhou a batalha contra o Facebook em um país específico. “Creio que você possa se

interessar por proteger os dados pessoais dos nossos milhões de usuários”, anunciou Durov a Snowden em agosto. Em novembro, porém, ele negou que Snowden pudesse começar a atuar em sua empresa. A segunda proposta de colaboração do norte-americano partiu do chefe do grupo de trabalho para a proteção de dados pessoais do Conselho da Federação Russa (o senado russo), Rus-

lan Gattarov. Ele sugeriu a abertura de uma conta bancária e arrecadação de fundos para o ex-agente da NSA. “Ele não é rico, e seus recursos próprios não vão durar por muito tempo. Quero agradecer aos blogueiros que não são indiferentes ao seu futuro. Eu, claro, também ajudarei o qua nto puder”, d isse o senador. CONTINUA NA PÁGINA 2

Pai do exagente norte-americano recomendou ao filho que fique na Rússia durante visita, em outubro. Snowden foi bem recebido no país, apesar de se mostrar recluso.

ITAR-TASS

Sharapova é a atleta mais bem paga de 2013

Brasil e Rússia alinham interesses voluntário para a libertação de ativistas do Greenpeace detidos na Rússia após protesto em uma plataforma de petróleo no Á r tico, em setembro.

Em visita a Moscou, ministro das Relações Exteriores brasileiro elogia libertação de ativista do Greenpeace e destaca cooperação bilateral. IAROSLAVA KIRIÚKHINA

Coincidência?

Em sua primeira visita oficial a um país estrangeiro fora da América do Sul desde que assumiu o cargo em agosto deste ano, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, esteve em Moscou no final do mês de novembro. “Não foi por acaso que escolhi a Rússia como destino em minha primeira visita bilateral fora da América do Sul”, disse Figueiredo em sua palestra “Grandes linhas da política externa brasileira e relações Brasil-Rússia”, na Academia Diplomática da Rússia. “A extensão dos nossos territórios, o tamanho das nossas populações e a magnitu-

A brasileira Ana Paula Maciel foi a primeira ativista estrangeira a conquistar o direito de liberdade sob fiança entre os 30 tripulantes, de 18 países. Sua libertação se deu apenas um dia antes de Figueiredo se reunir com Lavrov. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores brasileiro ressaltou, contudo, não haver qualquer ligação entre a libertação de Ana Paula e a visita do ministro brasileiro à Rússia, referindo-se ao ocorrido como “coincidência”. Figueiredo elogiou a decisão do tribunal russo de liberar a ativista brasileira durante coletiva de imprensa

© RIA NOVOSTI

GAZETA RUSSA

Na primeira visita oficial fora da América do Sul, Figueiredo (esq.) encontrou-se com Lavrov (dir.)

de das nossas fontes de energia naturalmente colocam nossos países como prot a g o n i s t a s no c e n á r io mundial.” Durante a visita de dois dias, o ministro se encontrou com seu homólogo russo, Ser-

guêi Lavrov, para discutir as perspectivas das relações bilaterais e a interação no âmbito de organizações internacionais como ONU, Brics, G20 e OMC. A visita, porém, também representou um estímulo in-

realizada após o encontro com Lavrov. “Foi uma feliz coincidência chegar aqui e saber da decisão tomada pelo tribunal russo que permite à cidadã brasileira Ana Paula Maciel participar das audiências judiciais em liberdade”, disse o ministro. A visita de Figueiredo à Rússia coincidiu com a celebração do 185° aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Brasil e Rússia. No site do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, um comunicado oficial destacou a importância da data, prevendo “o fortalecimento das relações de parceria estratégica entre os dois países”. Em discurso para estudantes da Academia Diplomática da Rússia e embaixadores estrangeiros, Figueiredo en-

VIKTOR VASENIN / RG

Diplomacia Libertação de ativista brasileira na chegada de chanceler foi vista como gesto de boa vontade

A temporada de 2013 não foi das mais favoráveis para Maria Sharapova, que não pôde participar do Aberto dos EUA e da final do torneio da Associação de Tênis Feminino devido a lesões. A tenista russa, porém, encerrou a temporada em 4º lugar no ranking mundial e no topo da lista da “Forbes” das atletas mais bem pagas do ano, acumulando US$ 29 milhões em 2013 (US$ 23 milhões em torneios e US$ 6 milhões em publicidade e produtos licenciados). Aleksêi Mosko

18 de dezembro

Próxima edição

CONTINUA NA PÁGINA 2

LEIA NO SITE: Coleção rara de Fabergé ganha museu em São Petersburgo

O símbolo mais barulhento da Guerra Fria

Forças Armadas recebem segunda brigada de sistemas de mísseis Iskander

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Política e Sociedade

GAZETA RUSSA WWW.GAZETARUSSA.COM.BR

Expressão Longe das empresas de comunicação tradicionais, profissionais migram para a internet em busca de independência

Jornalistas buscam liberdade on-line Doações de leitores e crowdfunding são os métodos mais comuns de financiamento, mas falta de visão de negócios atrapalha.

Meios independentes se multiplicam

DMÍTRI ROMENDIK

A quantidade de revistas eletrônicas semelhantes em russo continua a crescer. Por meio delas, os leitores se informam sobre o que acontece na vida política e social do país e do mundo sem ter que passar pelo crivo de canais oficiais, mas diretamente das mãos de jor na l istas e ativistas. Como meio de sustento, porém, os blogs suprem as ne-

© RIA NOVOSTI

Editores-chefes da rádio Eco de Moscou e da revista The New Times, Aleksêi Venediktov (esq.) e Evguênia Albats (dir.)

Protesto em Moscou por liberdade de imprensa: blogs se tornaram canal de expressão

cessidades de muito poucos, por enquanto. Um projeto do gênero é a revista “Postrane.Info” (do

Internet permite obter informações de jornalistas e ativistas sem intermediários russo, “Pelo País”), sobre pequenas e médias empresas operando na Rússia. Resquício de outra publicação da editora Irina Matiuchonok, extinta por falta de financiamento, o site hoje vive de doações dos leitores.

“A maioria dos usuários ainda não está habituada a este modelo, por isso temos que arcar com parte dos custos”, diz Irina. “Mas é evidente que as pessoas estão dispostas a pagar por um material bem escrito, tanto que há poucas edições alternativas sobre o assunto. É uma ideia promissora, e tenho certeza de que o financiamento coletivo é o futuro dos meios de comunicação social.”

nha virtual” – é um deles, pelo qual pessoas físicas custeiam um projeto de interesse coletivo.

Doações de leitores e crowdfunding são principais meios de financiamento das novas publicações O portal de cultura Colta. Ru escolheu a mesma via. Em maio de 2012, quando perdeu o patrocínio (então, o projeto chamava-se “Openspace”), a redação ficou com todo o material publicado, criou um novo site e passou a obter

Financiamento Outras publicações têm buscado meios diferentes para se financiarem. O crowdfunding – ou “vaqui-

Sem tempo ruim para espionar

AP

Snowden: flagrado pela televisão durante passeio em Moscou

Snowden aprende russo e começa a trabalhar no país CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

Apesar de sua experiência cuidando de segredos de Estado, especialistas russos não acreditavam que Snowden continuasse no ramo, agora do lado russo. A possibilidade de se usar sua imagem para fins publicitários também foi descartada por muitos. Com o futuro minado na terra natal, o analista foi aconselhado pelo pai, Lon Snowden, durante visita ao país em outubro, a permanecer na Rússia. Na ocasião, Lon declarou ter gostado do país e que os russos não são o que se imagina nos EUA. “Fui para a Rússia como

Após um sopro de liberdade quase anárquica nos anos 1990 que se seguiu ao fim da URSS, hoje muitos dos meios de comunicação russos, sobretudo os televisivos, permanecem sob o controle do Estado. Mas enquanto os veículos das províncias enfrentam maior pressão do governo, em Moscou se multiplicaram, nos últimos anos, meios de comunicação livres e independentes. Em 2010, por exemplo, quando a população da capital começava a despertar para movimentos sociais, organizando os primeiros protestos que levaram às ruas nomes como o do blogueiro anticorrupção Aleksêi Naválni e da ativista ambiental Evguênia Tchirikova, surgiu o canal Dojd (em russo, “Chuva”). Inicialmente transmitido pela internet, o Dojd logo foi para a TV a cabo

turista, como convidado, e sou muito grato a esse país por ter concedido asilo ao meu filho”, disse Lon. O pai de Edward recebeu um visto de múltipla entra-

Ex-agente ganhou obras clássicas de Dostoiévski do advogado e quer estudar e viajar mais da na Rússia e disse ter intenção de voltar acompanhado por outros membros da família. Segundo Lon Snowden, Edward ainda não revelou todos seus segredos. Assim,

os jornais devem manter os ouv idos atentos a suas histórias.

EUA de olho Em uma de suas mais bombásticas revelações, divulgada em 15 de outubro pelo jornal “The Washington Post”, o agente mostrou que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos coleta milhões de contatos dos usuários do Facebook, Gmail, Hotmail, Yahoo! e outros servidores. De acordo com informações de Snowden, um programa especial recolhe os dados de contato no momento em que os usuários acessam o sistema do servidor ou

Russos que estiveram associados com espionagem ou atividades secretas geralmente recebem propostas de trabalho interessantes na terra natal – o que muitas vezes gera escândalo. O político e empresário Andrêi Lugovoi, por exemplo, acusado de envenenar o ex-espião Aleksandr Litvinenko com polônio radioativo em Londres, em outubro de 2006, tornou-se deputado da Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo) pelo Partido Liberal Democrático um ano depois. Já a sexy espiã ruiva Anna Chapman, extraditada dos Estados Unidos em junho de 2010 sob suspeita de trabalhar para os serviços de inteligência da Rússia, entrou para o Conselho Geral do movimento juvenil pró-Kremlin “Guarda Jovem” e posou para fotos sensuais em um ensaio na revista “Maksim”. Em julho deste ano, Chapman propôs casamento a Snowden pelo Twitter: “Snowden, você quer se casar comigo?”. O exagente da NSA rebateu: “Eu me casaria com Chapman sem pensar duas vezes”.

fazem a sincronia entre dispositivos. Suas revelações geraram temor por sua vida mesmo em Moscou e até agora não se sabe onde o ex-consultor vive na Rússia. Seu advogado se limita a fazer declarações ocasionais. Ao longo dos meses que já passou no país, a única coisa que se sabe é que tem permissão para circular livremente pela Rússia e que pouca gente o reconhece nas ruas. Além disso, Kutcherena o teria presenteado com clássicos da literatura russa, incluindo obras de Dostoiévski. “Ele quer ler e estudar. Se pudesse, viajaria ainda mais”, disse Kutcherena.

fi nanciamento por meio do modelo de crowdfunding. Mas o financiamento não cobriu todas as despesas, apesar de o Colta.Ru ser um dos sites culturais mais populares na Rússia. Foi necessário, então, voltar a busc a r pat r o c i n ador e s e investidores. Por enquanto, boa parte desses projetos não consegue se manter exclusivamente com doações. Mas já estão satisfazendo aqueles que buscam a emancipação editorial e, ainda que eles não encarem suas publicações puramente como um negócio, por vezes já conseguem ver um pequeno retorno financeiro.

e tomou os corações até de russos que já não queriam saber de notícias na telinha. Da holding, de propriedade de Aleksandr Vinokurov e Natália Sindeeva, são também o portal Slon.ru e a revista “Bolshoi Gorod”. Ambos seguem a mesma linha de jornalismo independente do grupo SUP Media, que tem disseminado pelo país sua plataforma de blogs Live Journal, a mais popular da Rússia, e o portal de notícias Gazeta.ru. A liberdade de imprensa já não pode ser cerceada no país, como mostram o sucesso de marcas como a revista The New Times (fundada em 1943, mas com sua versão atual, mais ácida, formulada em 1998), e a rádio Eco de Moscou, controlada pela estatal Gazprom, mas altamente crítica do governo. Marina Darmaros

A pauta bilateral Brasil-Rússia CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

fatizou os pontos em comum entre os países: ambos de renda média, enfrentando o desafio de modernizar a produção industrial e infraestrutura para aumentar a competitividade e diversificar a economia.

Rússia tropical Figueiredo elogiou o estabelecimento da parceria estratégica entre os dois países, impulsionado pela criação da Comissão Mista Governamental Brasileiro-Russa para a Cooperação Econômico-Comercial e Técnico-Científica, em 2001. Ele também relembrou um comentário do então presidente russo Dmítri Medvedev, que chamou o Brasil de “Rússia Tropical” durante entrevista à TV Globo em fevereiro passado. O Brasil é o maior parceiro econômico da Rússia na América Latina, e o comércio bilateral cresceu quase 300% entre 2003 e 2012. “Estamos no caminho para alcançar um volume de comércio anual de US$ 10 bilhões, meta estabelecida pelo ex-presidente Lula e pelo presidente r usso V lad í m i r Pútin”, disse Figueiredo. Além disso, os bancos centrais do Brasil e da Rússia negociam um mecanismo para realizar transações comerciais em moedas locais. O ministro também evocou empresas russas a participar do processamento de gás natural no Brasil. A próxima reunião da Comissão Mista Governamental Brasileiro-Russa será realizada nos dias 9 e 10 de

PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO

Revistas eletrônicas

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“Jornalismo Sem Intermediários.” Foi assim que o correspondente de guerra Arkádi Bábtchenko batizou seu novo projeto. Ele trabalhou para diversos veículos impressos, assim como para T Vs . M a s e s c ol he u s e r independente. Para isso, criou um blog na internet e virou seu próprio editor. Ele publica reportagens e artigos opinativos dos lugares mais bombásticos do planeta. Doações de leitores sustentam o projeto. “Acho o formato de blog muito adequado. É o espaço de liberdade criativa de que sentia falta antes”, diz Bábtchenko. “Exercendo o jornalismo, faço o que quero e como quero. Não me preocupo se o editor vai gostar ou não, nem com a opinião do responsável pela fotografia, nem com o espaço que o editor-chefe vai me dar. Não dependo sequer dos revisores e posso descrever um acontecimento com a linguagem apropriada, que fala por si.”

Brasil é o maior parceiro econômico russo na América Latina

dezembro, em Brasília. Figueiredo falou ainda sobre a participação russa na implementação do programa de bolsas “Ciência sem Fronteiras”. Até o momento, 40 instituições de ensino superior russas foram incluídas no programa, entre elas a renomada Universidade Estatal de Moscou Lomonossov (MGU).

Artes e armas Em outubro passado, o ministro da Defesa, Serguêi Choigu, visitou o Brasil para promover as vendas de armamento russo. Durante as negociações em Brasília, ele propôs que os países desenvolvessem em conjunto um caça de quinta geração. Na sequência, as autoridades brasileiras revelaram planos de reforçar a defesa aérea para a Copa 2014 e nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. O país mostrou disposição para assinar um contrato com Moscou em meados de 2014 para o fornecimento de sistemas de defesa antiaérea Pantsir-S1e e mísseis antiaéreo Igla-S.

“A cooperação na área de defesa é um importante elemento da nossa parceria estratégica”, disse Figueiredo em Moscou. Sobre os laços culturais entre os dois países, o ministro disse se sentir honrado pelo fato de o Brasil abriga r a ú n ica f i l ia l da companhia de balé Bolshoi fora da Rússia. “Brasil e Rússia compartilham uma série de interesses e valores, bem como diversos desafios comuns. Estamos construindo e reforçando relações baseadas no respeito e benefícios mútuos”, disse ele. “A Rússia tem no Brasil um parceiro que estimula a paz, a proteção e promoção dos direitos humanos, o respeito pelo direito internacional e o desenvolvimento sustentável para todos. Vocês também encontrarão em nós um país determinado a moldar a ordem internacional multipolar e proteger a estabilidade e a prosperidade na região [da América do Su l] e a lé m”, a f i r mou Figueiredo.

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Economia e Negócios

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Comportamento Russos são mais informais que europeus

Empresários russos enfrentam estereótipos ocidentais desde os anos 1990, mas sua realidade é muito mais próxima do que pensamos. ANNA KUTCHMA GAZETA RUSSA

Na atualidade, os empresários russos têm sido representados mundo afora, na pior das hipóteses, como mafiosos durões, ou, na melhor delas, como empreendores comprometidos enfrentando dificuldades intransponíveis contra a burocracia e corrupção. Embora existam alguns elementos de verdade nesses estereótipos, as coisas mudaram muito na Rússia desde a década de 1990, e os empresários estrangeiros que vêm ao país para fazer negócios não têm tanta pressa de partir. “A Rússia não tem nada a ver com os estereótipos retratados nos meios de comunicação ocidentais”, diz Simon Fentham-Fletcher, britânico que vive em Moscou e trabalha como gerente de portfólio na consultoria de investiment o s R e n a i s s a nc e A s s et Managers. “No começo, pensei que

ficaria aqui por dois anos, e já estou há sete. Trabalhar na Rússia me tornou um empresário melhor, além de aumentar minha capacidade de solucionar problemas”, completa. Há, claro, truques que qualquer empreendedor interessado em se fixar na Rússia deve saber. Segundo Fentham-Fletcher, os russos se

Empresários são vistos por ocidentais ora como mafiosos, ora emperrados pela burocracia do país

Além disso, depois de desenvolver certo vínculo, as relações empresariais com russos frequentemente envolvem algumas doses de vodca, a bebida nacional. Os russos também não sorriem tanto quanto seus pares o c id e nt a i s du r a nt e a s negociações. “As tradições [russas] ditam que não se deve revelar felicidade ou orgulho, para evitar com que alguém sinta inveja e acabe com o motivo de sua alegria”, diz a gerente da PwC em Melbourne, Polina Lagútina, que é russa.

ALAMY/LEGION MEDIA

Um jeito diferente (mas nem tanto) de fazer negócios

O icônico beijo entre o líder soviético Brejnev e o alemão Honecker, em 1979, passou a simbolizar a emotividade russa

enquanto em Londres ou Nova York os acordos tendem a ser feitos durante o dia e dentro do escritório”, conta Fentham-Fletcher.

Direto ao ponto mostram cautelosos no início das negociações. Mas, uma vez que se ganha a sua confiança, ela irá durar por toda a vida.

Estilo emocional Os russos não têm receio de demonstrar suas emoções durante as negociações. Não é raro que eles fiquem animados, deem tapinhas nas costas de seus parceiros de negócios ou tenham menos limites que outros povos europeus.

Quanto mais os russos confiam em seu parceiros, menos inclinados ficam a perder tempo com formalidades e trocas de gentilezas. Assim, muitas vezes eles discutem negócios fora do escritório. “Jantares de negócios são uma prática comum. O dia útil para eles costuma começar um pouco mais tarde, mas também vai até tarde da noite. Pode-se ver restaurantes cheios de empresários fazendo negócios a qualquer momento do dia ou da noite,

Criatividade e dinamismo Assertividade, criatividade e dinamismo são algumas das características mais marcant e s no s r u s so s, apont a Fentham-Fletcher. Segundo ele, como o país está cheio de oportunidades, os empresários estão sempre atrás de possibilidades e, geralmente, são bastante cria-

país pode adiantar algumas de suas características no modo de fazer negócios. “Aqueles que têm mais de 50 anos normalmente possuem um estilo soviético de fazer negócios. Isso significa que eles são mais avessos ao risco e tendem a tripudiar suas realizações passadas. Aqueles que estão na faixa dos 40 estabelecem metas, e esses objetivos aumentam a cada novo negócio. Eu amo essa insaciabilidade. O desejo de continuar insistindo para conseguir mais é algo que emperra os europeus.

tivos na busca por novos negócios. O legado dos obstáculos burocráticos também faz com que os russos sejam inovadores e dinâmi-

Russos da era soviética têm tendência a dar conselhos, mas é um sinal de amizade cos na hora de solucionar problemas. O britânico enfatiza que a idade de um empresário no

Não na Rússia, onde nunca é o suficiente”, diz.

Vai um conselho aí? Em russo, a palavra “soviético” significa também “conselho”. E os russos da era sov iética podem ter u ma tendência irritante de dar conselhos, mesmo que o assunto esteja fora de sua área. Lagútina diz que essa tendência pode enlouquecer os empresários estrangeiros, mas deve ser entendida como um sinal de amizade e uma for ma de expressar carinho.

ENTREVISTA RUSTAM MINNIKHANOV

Não ‘imagine na Copa’ é conselho ao Brasil pecialmente depois da Universíada de Kazan, quando aumentou bastante o número de turistas.

Quais os principais objetos de interesse dos investidores estrangeiros? Temos muitas áreas para investir. Em particular, a hot e l a r i a at r a i mu it o a s empresas estrangeiras, es-

O que o senhor recomendaria às cidades de Sôtchi e do Rio de Janeiro, que se preparam para as Olimpíadas? Em primeiro lugar, ignorar todas os comentários negativos e trabalhar de modo

SERGEY SAVOSTIANOV / RG

E sobre benefícios econômicos a longo prazo, o senhor consegue prever? Os grandes eventos esportivos exigem investimento não só para a sua realização, mas também para a construção de instalações esportivas e infraestrutura da cidade. No entanto, depois que terminam as competições, isso não desaparece, fica lá a serviço da população. Trabalhamos nos preparativos para o evento ao longo dos últimos cinco anos. Depois da Universíada, Kazan mudou para melhor. Foram solucionados diversos problemas que, sem os jogos estudantis, levariam 20 anos para serem resolvidos.

Certa vez, o senhor apresentou a China como exemplo de país com forte regulação estatal e Cingapura, como uma economia de mercado... Não acho que a Rússia deva seguir cegamente o exemplo de China ou Cingapura, mas no Tatarstão estudamos a experiência de países que revelam crescimento econômico. Acompanhamos a experiência de Cingapura já há alguns anos, e todos os nossos ministros e diretores das entidades municipais fi zeram estágios nesse país para se familiarizarem com o sistema de governança deles. Já no caso da China, interessa-nos a criação de zonas econômicas especiais e de parques industriais, sobretudo em nível municipal.

gazetarussa.com.br/22901

© RIA NOVOSTI

A visibilidade da região mudou no exterior depois da Universíada em Kazan? Trabalhamos há muito tempo para que Kazan e a unidade federativa do Tatarstão se tornem mais conhecidas internacionalmente. Essa é uma condição vital para atrair investimentos ao país. Até poucos anos atrás, os estrangeiros conheciam apenas duas cidades na Rússia: Moscou e São Petersburgo. Em nossas visitas ao exterior, sempre falamos da nossa república e explicamos que o Tatarstão é uma das regiões mais dinâmicas do país. Acho que com a ajuda da Uni-

versíada conseguimos fazer isso. No total, foram 12 mil participantes de 160 países, fora os visitantes. Além disso, as provas da Universíada foram transmitidas pelos pr i ncipais canais de esportes.

OLEG KOSOV / RG

Grandes eventos esportivos contribuem para aumentar o fluxo de investimentos em cidades e até em regiões inteiras. Graças à Universíada, por exemplo, Kazan foi capaz de solucionar problemas que tomariam mais de 20 anos de trabalho. Em entrevista à revista “Brics Business Magazine”, o presidente da República do Tatarstão, Rustam Minnikhanov, fala sobre as melhorias na região e como a cidade está pronta a partilhar sua experiência com Sôtchi e o Rio de Janeiro.

“Depois que terminam as competições, as novas instalações esportivas, estradas e complexos viários não desaparecem, ficam lá a serviço do povo”, diz Minnikhanov

bem planejado na preparação do evento. Aqui também houve muita gente que não acreditou que conseguiríamos terminar tudo a tempo para a Universíada e eu res-

pondi que na manhã de 6 de julho, dia do início dos Jogos, tudo estaria pronto. E foi o que aconteceu. Estou certo de que os organizadores dos Jogos Olím-

picos de Sôtchi e o Comitê Organizador dos Jogos do Rio conseguirão executar todos os planos dentro do prazo. Da nossa parte, estamos

prontos para compartilhar a experiência adquirida na preparação e realização desses eventos esportivos de grande escala. Brics Business Magazine

Indústria bélica Já contando com alguns veículos de sucesso, Rússia espera agora por aeronave da Sukhôi de 20 toneladas

Veículos irão figurar entre as principais armas dos navios de guerra do futuro. Rússia já tem modelos de destaque, como Dozor-600 e Orlan-10. ANDRÊI KISLIAKOV ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Os vant (veículos aéreos não tripulados) são um dos principais temas da agenda do Ministério da Defesa russo, que almeja colocá-los a serviço de todos os ramos de suas Forças Armadas. “Na guerra aérea moderna, o desafio de eliminar o risco de perda de pessoal assume especial relevância.

Para preparar um piloto qualificado, são necessários mais de dez anos, enquanto a fabricação de um vant, por mais sofisticado e caro que seja, leva algumas semanas, no máximo”, diz o vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, Konstantin Sivkov.

Os vants e a Marinha As vantagens dos vants na guerra moderna são mais visíveis quando usados pela Marinha, e eles devem ser uma das principais armas do s f ut u r o s n av io s de guerra.

“Isso vai de encontro à tendência geral do desenvolvimento da aviação naval dos países mais desenvolvidos do mundo”, diz o comandantegeral da Marinha russa, almirante Vítkor Chirkov. Em um futuro próximo, conflitos militares serão, em grande medida, caracterizados por confrontos com forças-tarefa de superfície baseadas sobretudo em porta-aviões. Por isso, estão sendo criados grupos-tarefa compostos por navios de superfície, s u b m a r i n o s e av i a ç ã o naval. Mas sua eficácia de-

pende da disponibilidade de informações a tempo sobre os alvos recebidas de fontes externas. Por outro lado, as forçastarefa baseadas em portaaviões possuem uma poderosa defesa antiaérea, capaz de neutralizar os aviões de reconhecimento inimigos. Assim, os vants seriam capazes de executar missões de reconhecimento e a recriação do sistema naval de reconhecimento por satélite. Um vant tem alcance que varia de 2.000 km a 3.000 km, e pode levar a bordo um poderoso radar, capaz de de-

ITAR-TASS

Aviões não tripulados são aposta moderna do país

Forças Armadas e FSB já utilizam alguns dos vants russos

Vants têm alcance de 2.000 a 3.000 km e podem levar a bordo radares poderosos

tectar alvos de superfície a uma distância não inferior a 500 km, assim como aviões de caça e mísseis ar-ar e terra-ar.

Fabricação russa Os trabalhos com vants pro-

jetados por centros russos de desenvolvimento em tecnologias aeronáuticas já estão dando resultados. Um vant moderno, o Horizont Air S-100, equipado com um radar de longo alcance, foi apresentado na última mostra internacional Interpolitech-2013. Além disso, a maior empresa aeronáutica da Rússia, a Sukhôi, anunciou seus planos de criar, até 2018, um vant de ataque pesado, de 20 toneladas, com as tecnologias usadas no avião de caça de quinta geração T-50. A empresa Sôkol trabalha atualmente em um vant de até 5 toneladas. Entre outros vant russos se destacam o Dozor-600, Inspector-301, Orlan-10 e Fprpost. Alguns deles já foram adotados pelas Forças Armadas e o FSB (Serviço Federal de Segurança).


Em Foco

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Literatura Pesquisa indica que 44% dos russos não leram um único livro no último ano

RECEITA

Contra queda, campanhas atualizam clássicos russos

Adjika, o molho da Abecásia que foi russificado Elena Revínskaia ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

DIVULGAÇÃO (3)

Depois de viver muito tempo na Índia, passei a amar a comida local apimentada. Os sabores do frango estilo Andhra, masala papad do norte e peixe ao curry kerala me dão água na boca. Países quentes como a Índia historicamente desenvolveram pratos fortes – a comida apimentada faz suar e ajuda o corpo a se resfrescar. Utilizar muitas especiarias também ajuda a preservar a comida por mais tempo em climas quentes. Também há uma diferença na linguagem referente ao que as pessoas consideram como comida apimentada. Em russo, a palavra “ôstri” significa apimentado. A palavra “spicy” (“apimentado” em inglês) significa algo temperado com pimenta verde ou com pimenta vermelha em pó. Em russo, porém, essa palavra descreve não só comida com pimenta, mas também com alho cru, raiz forte ou vinagre. Um dos molhos mais populares usado como acompanhamento em pratos russos,

Com o intuito de promover a leitura, Púchkin, Tolstói e Tchékhov foram repaginados em cartazes e aparecem até cantando rap em vídeos virais

Campanha viral leva clássicos do século 19 às páginas policiais para atrair a atenção de internautas russos à literatura clássica.

depois da maionese e da mostarda, é o adjika. Trata-se de um molho bastante picante à base de tomate, temperado com alho, pimenta vermelha e ervas. Como você pode notar pelo nome, sua origem não é russa. Ele vem de uma região do Cáucaso chamada Abecásia, república no noroeste da Geórgia que declarou independência em 2008. “Adjika” vem da palavra “sal” em abecásio. Em vales remotos nas montanhas da Abecásia, velhinhas usam pedras para moer os temperos para o adjika. O sabor é divino, já que as ervas são secas ao ar fresco das montanhas da região e depois moídas à mão. Não é fácil perceber o que compõe o sabor original desse tempero. Dizem que ele contém pimenta, coentro, manjericão, aipo, endro, alho, óleo de noz, açafrão, sal e água. O sabor do adjika original é diferente do que existe na Rússia, já que pratos tendem a mudar de acordo com o paladar de cada país. Tomo a iniciativa de compartilhar a receita.

ALIONA TVERÍTINA

GETTY IMAGES/FOTOBANK

GAZETA RUSSA

“Ambientalistas alertam: programadores ameaçam bosque intacto”, “Homem atira em amigo por causa de cantada”, “Esposa de alto funcionário se suicida após briga com o amante”, “Zelador se revela cruel caçador de cachorros”. Essas manchetes pipocaram nos sites de notícias da Rússia a partir de setembro em uma campanha para promover a leitura no país. As reportagens que se seguiam eram versões jornalísticas de temas da literatura clássica russa: “O Jardim das Cerejeiras”, de Anton Tchekhov, “Evguêni Onéguin”, de Aleksandr Púchkin, “Anna Karenina”, de Lev Tolstói, “Mumu”, de Ivan Turguênev, entre outros. Mas os leitores que não sacaram a brincadeira não ficaram de lado, e puderam acessar e baixar as obras originais por meio de links nos textos. “Desse modo, conseguimos chamar a atenção do internauta para a literatura russa”, disse à Gazeta Russa Iúri Púlia, porta-voz da Rospetchat (Agência Federal de Imprensa e Comunicação de Massa), que organizou a campanha junto à União Livreira Russa e à agência de publicidade Slava. O principal objetivo do projeto é fazer com que os russos voltem a atenção para a literatura clássica do país, que, para muitos, tornou-se apenas uma obrigação do currículo escolar.

http://gazetarussa. com.br/arte/receitas LORI/LEGION MEDIA

Ingredientes:

Queda na leitura A divertida campanha é uma resposta à alarmante queda na leitura entre os russos. Em meados de 2013, o instituto de pesquisas Fundo Opinião Pública divulgou um estudo revelando que 44% dos russos não tinham lido um único livro no último ano. Igualmente preocupantes foram os números do instituto de pesquisa TNS Rossia, mostrando que os russos gastam, em geral, cerca de 8 horas de seus dias consumindo notícias, mas que a leitura de livros ocupa apenas 1,8% desse tempo, ou seja, cerca de 9 minutos diários. Foi diante de números como esses que a promoção da leitura passou a tomar atenção especial, inclusive por parte do Estado. Assim, lançou-se, ainda em 2006, o Programa Nacional de Apoio

e D e s e nvolv i me nt o d a Leitura. Por esse programa, no ano passado o projeto da Rospechat “Ocupe-se com Leitura” era dirigido diretamente a adolescentes, e os grandes escritores clássicos russos como Tolstói, Tchekhov e Púchkin figuraram em cartazes vestindo roupas esportivas e cantando músicas em estilo rap com seus pares Nikolai Gógol e Fiódor Dostoévski.

Outros incentivos Além da Rospechat, editoras, organizações comunitárias e até mesmo o metrô de Moscou estão realizando diversas campanhas para promover a leitura no país. Uma delas, realizada pela editora “Slova za knigu” (do russo, “Palavra por livro”) em 2008, por exemplo, espalhou cartazes com escritores rus-

sos proeminentes explicando a importância da leitura. Enquanto isso, no projetos “Leia um livro, seja uma Personalidade” e “Leia livros!”, da editora Eksmo, artistas populares, assim como jogadores e treinadores esportivos russos, falavam dos benefícios da leitura. Outras campanhas mergulham o leitor diretamente em textos. No metrô moscovita, por exemplo, vagões especiais intitulados “Moscou Lendo” e “Poesia no Metrô”, têm em suas paredes, em vez da tradicional publicidade, fragmentos de obras de ficção, biog r a f i a s d e e s c r it o r e s , ilustrações de obras e reproduções das grafias originais de autores. Periodicamente, o material exposto é trocado por outros novos, para não enjoar os usuários dos trens. Já a campanha “Livros nos

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Parques”, lançada pela Rospechat, transformou cinco espaços de lazer dos moscovitas – inclusive o renomado Parque Górki – em áreas de encontro com escritores. Além disso, os parques foram equipados com os chamados “módulos Gógol”, quiosques onde se pode comprar livros pelo preço mais baixo da capital. Para completar, instalaram-se retratos dos escritores pelos locais em “grass art”, uma técnica usada para produzir figuras com grama. Outra iniciativa projetada ainda para o segundo semestre de 2013 é a criação de clubes de leitura por toda a Rússia, conecta ndo, por conferências de vídeo, leitores escritores e editores. E que venham as próximas pesquisas sobre as tendências na leitura!

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LINGERIE EXPO 2014

ATÉ 7 DE DEZEMBRO, QUA. A SÁB. ÀS 20H, ESPAÇO REDIMUNHO DE TEATRO, SÃO PAULO

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O monólogo encenado por Cácia Goulart traz ao teatro a novela de Lev Tolstói sobre o fim de um alto funcionário público, passando por sua doença e a hipocrisia da família.

Precedida pelo curta “História do Banheiro”, a comédia romântica traz as aventuras amorosas de duas pessoas bem diferentes, no cenário da Geórgia, país vizinho da Rússia.

A vibração provocada pelas obras da construção do metrô no centro de Moscou fazem um túnel rachar e ser invadido pelas águas do rio Moscou, ameaçando a vida das pessoas presas do trem e a cidade toda.

Em sua 17° edição, a feira é uma das mais importantes da indústria do plástico e da borracha, recebendo mais de 20 mil visitantes todos os anos, com participantes de 56 países.

A 4ª edição da exposição internacional leva à capital russa moda íntima e moda praia de mais de 180 marcas, além de tecidos e equipamento para manufatura. É a única feira dedicada exclusivamente ao setor no país.

› www.redimunho.wordpress.com

› www.itaucinemas.com.br

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› www.interplastica.de

› www.lingerie-expo.com

Esta receita rende quase 2,5 litros do molho Adjika, mas você pode reduzir sua quantidade e usar uma panela de pressão para economizar tempo. • 1,7 kg de tomate; • 250 gramas de pimentão; • 250 gramas de cenoura; • 150 gramas de cebola; • 100 gramas de alho; • Pimenta a gosto; • 50 ml de óleo; • 100 ml de vinagre; • 1/4 de xícara de açúcar; • 1/8 de xícara de sal;

• Ervas a gosto (orégano, tomilho ou coentro).

Modo de preparo: 1. Lave os tomates, o pimentão e a cebola e bata no liquidificador. O molho deve ficar na cor vermelho vivo, já que utilizamos pimentões vermelhos. Se isso não for possível, use pimentões verdes, e a cor do molho será mais clara, mais próxima do laranja. 2. Leve a mistura à fervura e cozinhe por 30 minutos. Adicione alho picado, pimenta, açúcar, os outros temperos e sal, e cozinhe por mais 1 hora. 3. Adicione o óleo e o vinagre. O adjika está pronto para ser engarrafado. Na geladeira, ele durará muitos meses. Este molho é excelente para pratos grelhados não vegetarianos, para temperar verduras, salgadinhos industrializados ou bolinhos de massa.

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