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QUARTA-FEIRA, 5 DE JUNHO DE 2013

O melhor da

gazetarussa.com.br

PRODUZIDO POR RUSSIA BEYOND THE HEADLINES

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Assad tem mais culpa

Um tanque para latinos

Ex-embaixador do Brasil na Rússia explica posição do país, distinta à dos outros Brics sobre o conflito sírio

Participando de diversas feiras na região, T-90S mira América Latina depois de grandes vendas à Índia

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Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

Transporte Enquanto mercados europeu e norte-americano vivem declínio, Rússia segue na direção oposta

NOTAS Imposto predial declarado no espaço

REUTERS

O cosmonauta Pável Vinogradov tornou-se o primeiro homem a utilizar o site do Serviço Federal de Impostos russo a partir da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Em missão a bordo da ISS durante os últimos três meses, Vinogradov entrou no site para pagar o imposto predial sobre sua propriedade nos arredores de Moscou. “Só demos a ele o login e a senha”, contou o chefe do Serviço Federal de Impostos, Mikhail Michústin. “O pagamento foi efetuado”, acrescentou. Aleksandra Guriánova

Escolas siberianas on-line

Entrada de montadoras estrangeiras derruba venda de carros russos, mas acordos protegem fabricantes de autopeças. ANDRÊI CHKOLIN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

A propriedade de carros particulares, alternativa ao transporte público que era ignorada em tempos soviéticos, tem vivido um boom sem precedentes desde a virada do século, com um crescimento de 12% em 2012. No ano passado, foram vendidos 2,93 milhões de carros no país. A mesma alta no preço do

combustível que atingiu os consumidores norte-americanos na década passada foi o principal fator para a alta no país. A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo. “Embora os atuais documentos que descrevem a política de Estado para a indústria automobilística não explicitem isso, pode-se ver claramente que o objetivo é reduzir as importações”, afirma Kirill Tachênikov, analista da UBS. Um imposto de importação de 30% sobre carros novos (antes da adesão da Rússia à

OMC, no ano passado) aumentou a montagem de carros estrangeiros em território russo de 290 mil unidades em 2007 para 1,22 milhão em 2012. No ano passado, a importação foi de 970 mil carros, contra 750 mil em 2007.

Proteção à indústria As políticas estatais e o aumento da renda vêm afetando os fabricantes de automóveis locais. As vendas de carros 0 km nacionais caíram de 920 mil em 2002 para 580 mil no ano passado. Entre os carros de passageiros, apenas os sedãs da Lada produzidos

em Togliatti, os jipes off-road e os utilitários esportivos da UAZ, vindos de Uliánovsk, sobreviveram. Muitas empresas locais começaram a produzir em parceria com gigantes mundiais em suas fábricas, levando a alianças como a Ford-Sollers e a Renault-Nissan-VAZ (a última, uma líder russa na produção doméstica de automóveis e proprietária da marca Lada. Hoje, o principal acionista é a sociedade Renault-Nissan, que usa as instalações para as produções da Lada e de veículos importados montados no país).

gazetarussa.com.br/12345 ITAR-TASS

Indústria automobilística em alta velocidade

Apesar do pessimismo em relação à produção nacional, o objetivo do governo russo de maximizar a produção local e trazer tecnologia estrangeira para dentro do país parece estar funcionando. Acordos firmados em 2011 com a Renault-Nissan, GM, Ford e Volkswagen estipulavam que os componentes locais deviam ser de cerca de 60%, com uma produção de 300 mil carros por ano em cada montadora. Além disso, 30% dos automóveis estrangeiros produzidos na Rússia devem ser equipados com motores e caixas de câmbio de fabricação russa. Como resultado o mercado de componentes automobilísticos do país cresceu 8% no último ano (quase o dobro da média de crescimento econômico mundial) e atingiu os R$ 84,2 bilhões.

Riqueza ilegal Peculato e abuso de poder são crimes mais associados por russos à política

Russos ligam fortuna de servidores públicos a corrupção tivas anticorrupção, tais como as de Aleksêi Naválni, conhecido blogueiro e oposicionista político, caíram em solo fértil. “Como resultado, o governo reagiu com uma campanha anticorrupção”, explica o especialista.

Quase dois de cada três entrevistados defendem a adoção de um teto de renda para parlamentares e altos funcionários do Estado. OLGA DORÔNINA ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Cassados

AFP/EASTNEWS

Os russos deixaram de ser tolerantes com as grandes fortunas de servidores públicos e parlamentares – e consideram imprópria a sua vida de luxo, associando a riqueza aos crimes de peculato e abuso de atribuições. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo instituto de opinião pública Centro Levada. De acordo com o levantamento, 13% dos russos considera normal um servidor público ou um deputado ser rico. Já 33% dos entrevistados consideram isso “indecente”, enquanto 44% veem o fato como “condenável”. O estudo não especifica o que é “ser rico” para os entrevistados. Mas pesquisas anteriores mostram que rico na Rússia é quem ganha cerca de 110 mil rublos (algo como R$ 8 mil) por mês.

Em ato contra corrupção, manifestante ergue faixa com os dizeres “parem com as propinas”

A maioria dos entrevistados (62%) é a favor de que se fixe um teto de renda para os servidores públicos. A ideia é colocá-los no mesmo patamar de renda da maioria da população. Outros 20% também defendem a necessidade de limitar bens e valores em poder de servidores públicos, considerando que uma pessoa que

não possua ativos de negócios é mais livre para tomar decisões. Denis Volkov, especialista do Centro Levada, considera os resultados obtidos como previsíveis. “Por muitos anos, predomina entre os russos a opinião de que o poder público é corrupto”, diz Volkov. Segundo Volkov, as inicia-

A lista de envolvidos em recentes revelações está crescendo. Alguns parlamentares tiveram seus mandatos cassados por suspeita de administrarem negócios próprios enquanto ocupavam o cargo, como os deputados federais Guennádi Gudkov e Aleksêi Knichev. Outros, como o deputado federal Vladímir Pekhtin e o senador Vitáli Malkin, foram cassados por não declararem devidamente bens e valores, inclusive aqueles localizados no exterior. Ainda prossegue uma investigação contra ex-altos funcionários da indústria armamentista. “As pessoas comuns estão convencidas de que os servidores públicos e deputados escolhem esse trabalho para enriquecer”, afirma Volkov.

Mercado de componentes automobilísticos do país cresceu 8% desde 2011 e atingiu R$ 84,2 bilhões depois de acordos com montadoras

O projeto Rede de Escolas a Distância testou uma iniciativa pela qual crianças de três distritos começaram a estudar com um professor que passava as lições de seu computador pessoal em Novosibirsk. “O principal obstáculo foi a internet muito lenta das aldeias. Mas, mesmo com dificuldades, nenhuma escola deixou de participar”, conta a idealizadora do projeto, Nélia Kim. Elena Klímova

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Sharapova quer ouro nas Olimpíadas Rio-2016 WWW.GAZETARUSSA.COM.BR/19299

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Especial

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“Fiz a coisa mais importante da minha vida. A Rússia nunca vai voltar ao passado. A partir de agora, a Rússia vai seguir sempre em frente.” Boris Iéltsin Primeiro presidente da Federação Russa

DATA MARCA O INÍCIO DA NOVA RÚSSIA E O FIM DA URSS Presidente russo Boris Iéltsin faz discurso sobre tanque em frente ao antigo prédio do Conselho de Ministros em 19 agosto de 1991

ções para presidente da RSFSR foram marcadas para a mesma data. Isso pode ser explicado pelo temor que a equipe política de Boris Iéltsin tinha de que a mudança para uma data posterior impedisse a vitória do seu candidato no primeiro turno, já que os eleitores sairiam para as férias prolongadas de verão, que no país ocorrem em meados do ano, e viajariam para suas “datchas” (casas de campo).

O feriado, também celebrado como “Dia da Independência”, nasceu como data nacional durante o governo de Bóris Iéltsin. GLEB TCHERKASOV

Enquanto a Federação da Rússia estiver celebrando seus 23 anos de existência, no ano que vem, um importante evento internacional será celebrado em seu território: os Jogos Olímpicos de Inverno de Sôtchi-2014. Agora, os preparativos entram na reta final. Faltam cerca de oito meses para a abertura oficial da vila olímpica e todas as provas pré-olímpicas concebidas

MIKHAIL MORDASOV

para testar o equipamento e instalações esportivas de Sôtchi foram concluídas com sucesso. “Temos a infraestrutura olímpica mais moderna do mundo. Praticamente todas as instalações foram construídas do nada e são mais inovadoras e tecnologicamente sofisticadas do que outros estádios e pistas análogas no exterior”, afirma o presidente do Comitê Organizador de Sôtchi-2014, Dmítri Tchernitchenko.

ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Apesar de a Rússia pós-soviética completar 22 anos em 2013, é somente há 21 que o 12 de junho é celebrado como o feriado do Dia da Rússia. Tudo começou nessa data, em 1990, quando o Congresso dos Deputados do Povo da República Socialista Federativa Soviética Russa (RSFSR) votou a favor da Declaração de Soberania desse Estado. Nessa ocasião, os parlamentos das repúblicas da União Soviética estavam, um a um, adotando suas próprias declarações de soberania, e a RSFSR não poderia ficar de fora. Os delegados do Congresso votaram quase por unanimidade a favor da inclusão da questão na agenda do dia. Mas o texto final do documento foi motivo de muitos debates. Por isso, sua elaboração se arrastou por um mês e apenas no dia 12 de junho acabou aprovado. Em 1991, as primeiras elei-

Volta aos tempos do tsar A construção do novo país estava baseada em duas premissas ideológicas. Em primeiro lugar, vinha o retorno às tradições da Rússia pré-soviética. Assim, comerciantes e “nobres” viraram uma moda que se propagou. Começaram a surgir “guildas de comerciantes” e “assembleias da nobreza”. Houve também o retorno da palavra “senhor” à linguagem cotidiana, assim como o da bandeira tricolor que quase imediatamente começou a ser assimilada como bandeira oficial da RSFSR – embora até agosto de 1991 não houvesse qualquer base legal para tanto.

© RIA NOVOSTI

A festa da Federação em Sôtchi-2014

Brincando de EUA

De alguma forma, isso se assemelhava ao que ocorria naquele momento nos países da Europa Oriental, quando os integrantes do ex-bloco soviético se despiam do socialismo sob o lema do “retorno à Europa”. Não foi por acaso também que em 12 de junho de 1991 realizou-se um referendo para devolver o nome São Pet e r sbu r go à c id ade de Leningrado.

Dia da “Independência”

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2 1. O Nobel da Paz Andrêi Sákharov discursa diante da nova Rússia em 1989

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2. Último presidente soviético, Mikhail Gorbatchov (esq.), e primeiro presidente russo, Boris Iéltsin (dir.), em 1991 3. Menina sobre tanque é figura-símbolo da queda da URSS

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AP/EASTNEWS

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CORBIS/FOTO SA

“O projeto mais difícil em termos de construção foi confiado à S/A Estradas de Ferro Russas. Trata-se de uma estrada combinada com uma ferrovia que liga a cidade de Adler a Krásnaia Poliana e consiste unicamente de pontes e túneis. A circulação ferroviária já foi inaugurada e o conjunto será colocado em operação em outubro próximo.”

to na data da aprovação da Declaração de Soberania. Inicialmente, o Congresso dos Deputados do Povo da RSFSR apoiou esse jogo e até participou dele diretamente. Em 1992, de acordo com a Resolução do Conselho Supremo, o dia 12 de junho foi transformado em feriado. Boris Iéltsin reiterou a instituição do feriado em 1994 com um decreto, já que o dia do país não poderia ser oficializado pela resolução de um Conselho Supremo que já não existia. Porém, a euforia em torno da data já havia diminuído.

Os pais da nova Rússia brincavam um pouco de se fi ngir de fundadores dos Estado s Un ido s, como o s chamados “pais da pátria” que criaram o país norte-americano do zero. Guennádi Búrbulis, o principal ideólogo da fase inicial de Boris Iéltsin, atribuía grande importância aos símbolos. Assim, o presidente da Rússia deveria ser elei-

4. Monumentos a líderes soviéticos, como Félix Dzerjínski, foram removidos de seus pedestais

O feriado também ficou conhecido por muitos russos como “Dia da Independência”, e até os dias atuais causa confusão entre os cidadãos do país. Em junho de 1990, ninguém poderia imaginar que a Rússia iria se retirar da União Soviética. A desintegração da URSS parecia impensável, e a Declaração de Soberania, apenas um elemento do jogo político entre a administração federal e a equipe de Iéltsin. Em meados da década de 1990, a iminente queda da URSS já era considerada por mu itas pessoas como a “maior catástrofe geopolítica do século 20”, como mais tarde foi denominado o acontecimento pelo atual presidente Vladímir Pútin. Foi então que um sentimento de nostalgia em relação à União Soviética se espalhou pela sociedade, e

o apoio aos democratas radicais da equipe de Boris Iéltsin entrou em declínio. Assim, o feriado de celebração do novo país era necessário à nova geração de integrantes do círculo de Iéltsin como afi rmação do direito ao poder. Desde meados da década de 1990, o dia 12 de junho passou a ser bem recebido por todos como um dia de folga que serve de ponte entre os feriados de maio (no dia 9 celebra-se o principal do país, o Dia da Vitória na 2ª Guerra Mundial) e as férias de verão, mas é pouco compreendido por muitos. Com o passar do tempo, ele foi se tornando cada vez mais oficial e solene. A ruptura final com qualquer relação do feriado com a “independência” russa ocorreu em 1998, quando o presidente Boris Iéltsin alterou seu nome e a data foi batizada simplesmente de “Dia da Rússia”. O evento pode ter ligação com a guerra que se instalara no sul do país no período, quando a Rússia passou a reprimir o desejo de soberania de repúblicas do Cáucaso do Norte como a Tchetchênia. As declarações, soberanias, pais fundadores e a marcha em direção à época pré-bolchevique ficaram para trás, bem longe dos novos tempos na Rússia. Adiante, estavam a inadimplência, o término e o recomeço da guerra na Tchet c hê n i a, novo s r ic o s e oligarcas, Vladímir Pútin, e um país novo e desconhecido.


Especial

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a todos os parabeniz os no tas exilad compatrio ional ac n o ad ri Brasil no fe Rússia! do Dia da

LINHA DO TEMPO

Competindo com São Paulo, Iekaterinburgo-2020

1994 A Primeira Guerra da Tchetchênia foi fruto da reação à insurgência islâmica que buscava independência da Federação Russa. Mais de 35 mil civis morreram durante o conflito.

1999

2012

Em 16 de agosto de 1999, Vladímir Pútin foi eleito premiê da Rússia. O então presidente Boris Iéltsin, que renunciaria no final daquele ano, o apontou como sucessor.

Em dezembro de 2011 iniciaram-se protestos contra os resultados das eleições parlamentares e o presidente Pútin. Foram as maiores manifestações desde o fim da URSS.

Durante a 152ª sessão da Assembleia Geral do Bureau Internacional de Exposições, realizada em Paris, a Rússia apresentou um pedido para sediar a Expo-2020 em Iekaterinburgo, nos Urais. “Trata-se de uma cidade jovem que desenvolveu-se rapidamente e tem um poderoso potencial industrial, científico e educacional. A Expo-2020 ajudará a dar um novo impulso para o seu desenvolvimento e também do país como um todo”, declarou o vice-primeiro-ministro, Arkádi Dvorkovitch, explicando por

que a cidade, localizada entre a Europa e a Ásia, deveria abrigar o evento. Entre seus concorrentes, estão Izmir (Turquia), Ayutthaya (Tailândia), Dubai (Emirados Árabes) e São Paulo. Iekaterinburgo, que ocupa o terceiro lugar na maioria dos indicadores socioeconômicos na Rússia, atrás apenas de Moscou e São Petersburgo, tem experiência em sediar grandes fóruns internacionais. “A cidade já foi sede de uma cúpula da Organização para Cooperação de Xangai, de uma conferência dos Brics e

de um encontro Rússia-Alemanha, além de receber anualmente a mostra de inovações industriais Innoprom. Neste ano, a mostra contou com a presença de representantes de 50 países”, disse Evguêni Juivachev, governador da unidade federativa de Sverdlovskm, cuja capital é Iekaterinburgo. A cidade também irá abrigar alguns dos jogos da Copa do Mundo de 2018. Os pavilhões previstos para a exposição devem ocupar uma área de 182 hectares. Também estão previstos novos hotéis, escritórios, restaurantes e lojas.

LORI/LEGION MEDIA

Guerra, sucessão e protestos

Economia Experiência diferenciada levou país a sobreviver melhor a crises financeiras

Nem só de petróleo vive a economia Mescla única entre a herança do império comunista e o ideário moderno, economia russa contrasta com a de países europeus.

Reduzir a dependência

InvestKafe, Timur Nigmatullin, no dia 1º de abril de 2013 a dívida externa russa somava US$ 49,8 bilhões, com o PIB beirando os US$ 2 trilhões.

Dependente? O país certamente deve sua prosperidade aos consumidores de seus recursos energéticos no exterior. Em 2012, as exportações de petróleo e de gás natural proporcionaram mais de 50% da receita orçamentária. Isso faz com que as finanças públicas sejam extremamente sensíveis às flutuações dos preços mundiais das commodities. No entanto, tendo aprendido com a amarga experiência dos anos 1990, a Rússia mantém parte de suas receitas provenientes das exportações de recursos energéticos em fundos especiais. Como resultado, o país saiu menos prejudicado da crise econômica de 2008/2009 do que outras nações, apesar de uma queda significativa do PIB (7,8%) e redução de três a quatro vezes

País reduziu participação das receitas provenientes de petróleo e gás natural, e o setor de TI ganhou destaque entre os demais. Sua ferramenta de busca Yandex movimentou US$ 1,43 bi na abertura da oferta inicial de ações (IPO) na Nasdaq em março deste ano

dos preços mundiais dos recursos energéticos. A economia russa resistiu à crise graças a um amplo programa de apoio financeiro bancado pelos cofres do Estado. E o objetivo foi atingido: as agências de classificação de risco elevaram a nota

russa à primeira escala no grau de investimento. “É mais rentável investir na Rússia hoje do que em um belo amanhã, quando as medidas tomadas para melhorar o clima de investimento e crescimento econômico entrarem em ação. Nesse caso, o

princípio é o mesmo do mercado de valores: é mais rentável comprar um papel quando ele está em queda. Os custos são mais baixos”, afirmou à Gazeta Russa a diretora do departamento de análise da Agência Nacional de Rating, Karina Artemieva.

cela que mantém suas poupanças na moeda local subiu para 80%. Na União Soviética não havia mercado de valores mobiliários. Atualmente, a capitalização total do mercado de ações russo é da ordem de 20 trilhões de rublos (cerca de US$ 650 bilhões) ou 32% do PIB. O desafio é fazer com que esse indicador seja de 100% do PIB até 2018. Enquanto o governo russo não se cansa de falar sobre a necessidade de reduzir a dependência do país das exportações de matéria-prima, a participação das indústrias primárias no PIB continua crescendo. Apesar do declínio da demanda por recursos energéticos na Europa, o maior mercado para a exportação de hidrocarbonetos russos, a economia do país está registrando crescimento, ainda que pequeno, do PIB. A rentabilidade média das operações na Rússia é de 20% a 30%, ou quatro a cinco vezes superior à da Europa.

ITAR-TASS

ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Em 2009, a economia russa caiu quase 8%, deixando muitos russos preocupados com a possibilidade de uma repetição da crise da dívida pública de 1998, quando o setor ficou estagnado, os bancos mais importantes do país faliram e o rublo perdeu quase totalmente seu valor. Mas a Rússia aprendeu com o final da década de 1990 a viver de acordo com suas possibilidades fi nanceiras. Durante 13 anos, o governo executou o orçamento do Estado sem déficit. Em 2012, ano de eleições presidenciais, as despesas federais superaram as receitas em 0,1% do PIB. Hoje, a Rússia tem uma das menores dívidas externas do mundo. Segundo o analista d a a gê nc i a de a n á l i s e

REUTERS

VÍKTOR KUZMIN

A participação das receitas provenientes das exportações de petróleo e de gás natural no PIB vem, paulatinamente, diminuindo. E o governo pretende reduzi-la ainda mais: dos atuais 10,5% do PIB para 8,5% até 2015. A Rússia herdou da extinta União Soviética um sistema completamente contrário à economia de mercado. Se o país parece progredir muito lentamente no plano econômico, há de se lembrar que, há 22 anos, muita coisa não existia no país. Não havia, por exemplo, um setor bancário competitivo. Hoje, os bancos são o verdadeiro sistema nervoso da economia russa. De acordo com a Agência de Seguro de Depósito, no primeiro trimestre de 2013, a carteira total de depósitos bancários subiu para cerca de R$ 920 milhões. Estudos do centro de pesquisas Romir mostram que o percentual dos russos detentores de poupança atingiu 75%, um nível recorde nos últimos 20 anos. A par-

Cultura Da literatura ao cinema, país inspira o mundo

Uma herança para a eternidade

KOMMERSANT

Casa do arquiteto Konstantin Mélnikov na alameda Krivoarbátski, no centro de Moscou

DMÍTRI SUKHODÓLSKI ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Quer saber um fato surpreendente sobre a arte contemporânea? Ela foi inventada por um artista russo. Em 1915, Kazimir Malevitch pintou Quadrado Negro, obra emblemática da vanguarda que teve grande impacto sobre todas as artes. O conceito de “transformar em arte aquilo que ninguém poderia sequer ter imaginado antes de você” teve seus reflexos não só em “A Fonte”, mictório de Marcel Duchamp exibido em 1917, e na “teoria da evitação” do músico Arnold Schoenberg, mas também na composição silenciosa 4.33, de John Cage, e em várias outras obras, do dadaísmo à “arte povera” do pós-guerra. Só o nome de Malevitch seria suficiente para atestar a contribuição russa para a cultura mundial. Mas há também um outro artista contemporâneo seu, Vassíli Kandínski, que aos 40 anos abandonou o cargo de professor de economia para se tornar um dos fundadores e principais teóricos da pintura abstrata. De seu grupo fez parte o arquiteto Konstantin Mélnikov, um grande excêntrico do vanguardismo russo que começou a brilhar alguns anos antes – e se apagou alguns anos depois da Revolução de 1917. Mélnikov é considerado o melhor arqui-

teto da história da Rússia. Seu destino não é menos surpreendente do que suas obras. Nascido em uma família numerosa cujo chefe era inspetor de linhas ferroviárias, Mélnikov trabalhou na empresa de um engenheiro rico que notou o talento do menino e lhe permitiu estudar com os mentores de seus filhos. Como resultado, aos 15 anos Mélnikov foi aprovado por uma prestigiada escola de arte da capital russa e se tornou, no início dos anos 20, o mais famoso arquiteto de Moscou.

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Entre outros feitos, a Rússia contemporânea tem um legado para se orgulhar: sua cultura.

Biblioteca Estatal Russa

Cada nova obra experimental causava sensação e lhe rendia fama internacional. Seu talento brilhou até 1936, quando o regime stalinista proibiu o arquiteto de trabalhar, acusando-o de formalismo. Mélnikov viveu enclausurado o resto de sua vida em uma incrível casa feita com dois cilindros que se comunicam e cerca Dançarinos do Balé Nacional da Rússia apresentam o espetáculo “Lago dos Cisnes”

de 60 janelas em forma de hexágono no centro de Moscou.

De escritores a químicos Se você perguntar a um estrangeiro culto o que ele sabe sobre a cultura russa, a primeira coisa que ele lembrará será provavelmente a literatura clássica do século 19. Um europeu falará sobre a obra de Lev Tolstói, um norte-americano, sobre os livros de Fiódor Dostoiévski, enquanto um apaixonado por teatro comentará o espólio dramático de Anton Tchekhov. Vale notar que, além desses, os russos veneram outros grandes nomes pouco conhecidos no Ocidente. Um deles é Aleksandr Púchkin. Em 25 anos de trabalho, esse poeta genial “traduziu”, ou melhor, adaptou ao solo russo milhares de anos de literatura ocidental, imprimindo aos gêneros literários criados na Europa um tom original. Para o leitor russo, a obra de Púchkin continua a ser um modelo de linguagem e estilo. Para o ocidental, ela soa demasiadamente densa. Mas não se preocupe com o fato de os melhores exemplos do discurso melódico russo não estarem disponíveis para quem não estudar bem nossa língua. A música é compreensível a todos: os balés e óperas de Piotr Tchaikovsky fazem parte do repertório dos melhores teatros estrangeiros, de Sydney a Boston. Os especialistas veneram também a obra do compositor Aleksandr Skriabin, funda-

dor da música de cores, enquanto Serguêi Rachmaninoff é item obrigatório na programação de pianistas virtuosos. A Rússia tem do que se orgulhar na cenografia, como as temporadas parisienses de balé promovidas por Serguêi Diaghilev, e na teoria e prática teatrais, com o ator Michael Tchekhov, que emigrou para os Estados Unidos e lá implantou os princípios fundamentais da arte dramática em Hollywood. Como resultado, todos os atores modernos atuam de acordo com os princípios de Stanislávski ou de Tchekhov. No cinema, qual apreciador desconhece os nomes de Serguêi Eisenstein e Andrêi Tarkóvski? Em um contexto mais amplo, não podemos deixar de mencionar o norte-americano de origem russa Vladímir Zvorikin, natural da cidade de Murom, na Rússia central, conhecido internacionalmente por ter levado à prática a teoria de TV. Até mesmo as revoluções psicodélicas dos anos 1960 e 1980 foram causadas, em grande parte, por Alexander “Sasha” Shulgin, farmacologista e químico americano de origem russa, conhecido por seus trabalhos na área de substâncias químicas psicoativas e por ter sintetizado pela primeira vez a maior parte das drogas “de expansão da mente”. Dos clássicos à psicodelia, a arte e a cultura têm muito a celebrar junto à Rússia!


Internacional

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ENTREVISTA CARLOS DA ROCHA PARANHOS

No Brics, Brasil diverge sobre Síria APESAR DE TER POSIÇÃO SEMELHANTE ÀS DOS OUTROS BRICS, BRASIL JULGA QUE RESPONSABILIDADE MAIOR É DO GOVERNO SÍRIO, QUE TEM OBRIGAÇÃO FORMAL DE PROTEGER DIREITOS HUMANOS, SEGUNDO EX-EMBAIXADOR NA RÚSSIA

MARINA DARMAROS, VASSÍLI KRILOV

RAIO-X

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Apesar de ter uma posição similar às dos outros países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil “defende não ser possível igualar as responsabilidades do governo e da oposição pelas violações dos direitos humanos cometidas durante o conflito”. Essa é a opinião do ex-embaixador brasileiro Carlos Paranhos, que falou em entrevista exclusiva à Gazeta Russa sobre a Síria, perspectivas do Brics e relações bilaterais entre Brasil e Rússia.

FORMAÇÃO: CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS (UFRJ) IDADE: 63 ANOS

Carlos Antonio da Rocha Paranhos foi embaixador do Brasil na Rússia de março de 2008 a 4 de junho de 2013, quando deixou o cargo para assumir em Brasília a Subsecretaria Geral de Política I. Serviu nas embaixadas brasileiras de Paris (1976-1979), Caracas (19791983), Roma (1993-1995) e Genebra (1995-1999 e 20032008). Recebeu, em 2008, a condecoração brasileira “Medalha do Pacificador”. RUSLAN SUKHUSHIN

Qual a posição oficial brasileira quanto à questão síria? Pode-se dizer que há consenso entre os Brics sobre a situação no país? Assim como todos os outros países do Brics, o Brasil manifesta profunda preocupação com a atual situação na Síria e apela pela cessação imediata de toda violência e violações dos direitos humanos. Defendemos que o tratamento da crise se dê por meios pacíficos que encorajem um amplo diálogo nacional, refletindo as legítimas aspirações de todos os setores da sociedade síria e o respeito à independência, à integridade territorial e à soberania daquele país. O objetivo compartilhado pelos Brics é o de facilitar

principais desafios internacionais. Por ora, os países do Brics preferem a consolidação do agrupamento com os atuais cinco membros, mas não excluem a possibilidade de diálogo com outros países e organismos, sempre que oportuno.

adicionais. As áreas especializadas dos governos dos países do Brics estão engajadas nesse processo.

um processo político inclusivo conduzido pelos sírios. Assim, a despeito de nuances em suas posições, os países do Brics favorecem uma solução política do conflito, mediante negociações e diálogo abrangente para a transição política na Síria, à luz do Comunicado do Grupo de Ação de Genebra, celebrado em junho de 2012. Os países Brics rejeitam o recurso à alternativa mili-

tar para buscar superar a crise. Não obstante a posição brasileira ser similar às visões dos outros países Brics, o Brasil defende não ser possivel igualar as responsabilidades do governo e da oposição pelas violações dos direitos humanos cometidas durante o conflito, uma vez que ao governo recai a maior responsabilidade, por ter a obrigação formal de proteger os direitos huma-

nos, embora se reconheça que setores da oposição também cometam violações.

sustentável nos próprios países Brics e em outros países em desenvolvimento.

Quais foram, na sua opinião, os principais resultados da cúpula dos Brics em Durban? Um dos principais resultados da Cúpula de Durban foi a decisão de se criar, no futuro próximo, um “Banco de Desenvolvimento do Brics”, para financiar projetos de infraestrutura e de desenvolvimento

Essa ideia de um banco dos Brics tem futuro? A decisão é plenamente viável política e economicamente, e continua sendo uma das prioridades dos cinco países participantes do grupo. Para avançar na implementação do projeto, reconhecemos que são necessários estudos técnicos

Na sua opinião, os Brics podem se tornar um centro de influência geopolítica comparável aos EUA e à União Europeia? Isso poderia acontecer em um futuro próximo? O Brics é um mecanismo de coordenação e cooperação sem estrutura rígida e sem pretensões de se tornar um bloco ou aliança política, em sentido estrito. Entretanto, parece razoável supor que, atuando em conjunto nos temas de interesse mútuo, como no que se refere à reforma das estruturas de governança mundial, o Brics terá de ser ouvido com mais atenção no processo negociador. Em suma, o peso geopolítico crescente do Brics no plano internacional é resultado da própria expansão das economias emergentes.

Como anda a cooperação bilateral nos preparativos para grandes eventos esportivos como a Copa e as Olimpíadas? Há algum intercâmbio de especialistas e tecnologias? O Plano de Ação prevê o intercâmbio de especialistas em diversas áreas, como treinamento esportivo, nutrição, fisiologia e controle de dopagem, e a troca de informações sobre o campo teórico das tecnologias ligadas à área esportiva, o que envolveria a participação de universidades. No plano governamental, a Autoridade Pública Olímpica brasileira manifestou interesse em instituir um Programa de Observadores Governamentais, por meio do qual representantes de instâncias do governo envolvidas na organização dos Jogos Olímpicos de 2016 realizariam missões técnicas à Rússia para conhecer a preparação do país para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sôtchi. Um programa similar foi instituído com êxito durante a preparação para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Muitos outros países aventam a possibilidade de integrar os Brics, como Egito, Argentina, Vietnã... Qual sua opinião a respeito dessa pretensão? O interesse demonstrado por esses países é indicativo da relevância internacional que o agrupamento Brics adquiriu desde sua criação em 2009. O Brics congrega as principais economias emergentes do mundo e países com projeção política global para tratar dos

Defesa Presidente russo compara facilidade do novo tanque T-90S ao uso de uma bicicleta

Depois da Índia, T-90S quer invadir América Latina MIKHAIL VOLKOV ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Um dos destaques da quarta edição do Salão Internacional de Tecnologia para Defesa e Prevenção de Desastres Naturais (SITDEF), que aconteceu em Lima de 15 a 19 de maio, foi a terceira geração do tanque de batalha T-90S. Produzido pela russa Uralvagonzavod, o armamento tem sido exportado para Ásia, Europa, África e América Latina durante a última década. “Trata-se de uma peça de armamento que dispara com precisão e se move rapidamente. As equipes sobem no tanque como em uma bicicleta. Ele desliza. Incrível!”, comentou o presidente russo

“O valor do tanque está em seu poder de fogo, capacidade de manobra e robustez” milhões a US$ 4,25 milhões por unidade. O T-90S dispõe de um canhão de tanque liso 2A46 de 125 milímetros e uma metralhadora montada de 12,7 milímetros controlada remotame nte, que pe r m ite ao comandante mirar e atirar em alvos localizados em uma couraça blindada. O tanque tem recebido elogios por seu de-

EXPEDIENTE WWW.RBTH.RU E-MAIL: BR@RBTH.RU TEL.: +7 (495) 775 3114 FAX: +7 (495) 775 3114 ENDEREÇO DA SEDE: RUA PRAVDY, 24, BLOCO 4, 12º ANDAR, MOSCOU, RÚSSIA - 125993 EDITOR-CHEFE: EVGUÊNI ABOV; EDITOR-CHEFE EXECUTIVO: PÁVEL GOLUB; EDITOR: DMÍTRI GOLUB; SUBEDITOR: MARINA DARMAROS;

sign simples e de fácil atualização, bem como pelo curto espaço de tempo necessário para treinar as equipes que irão usá-lo. Além disso, foi apelidado de “tanque voador” devido a sua capacidade de saltar até 10 metros no ar a partir de um trampolim. “Em termos de contenção, o tanque só perde para as armas nucleares”, observou Dilbag Singh, adido militar da embaixada da Índia em Moscou, depois de acompanhar uma demonstração do T-90S. Seu governo já encomendou centenas desses tanques, em contratos avaliados em bilhões de dólares.

Econômico e noturno Com um único tanque de combustível, o T-90S pode percorrer até 550 km a uma velocidade de 60 quilômetros por hora. Ele está equipado com armas antitanque guiadas a laser e detector

PRESIDENTE DA RÚSSIA

PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO

Vladímir Pútin durante a Ural Arms Expo. O tanque tem vantagem sobre os concorrentes em termos de capacidade de manobra e adaptação a situações extremas, e é vendido por um valor que varia de US$ 2,77

Vladímir Pútin

Trata-se de uma peça de armamento que dispara com precisão e se move rapidamente. As equipes sobem no tanque como em uma bicicleta. Ele desliza. Incrível!”

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© RIA NOVOSTI

Econômico e com acessórios que otimizam atividade noturna, os tanques T-90S têm sido destaque em feiras de defesa.

FRASE

Para especialistas, tanque pode ser o mais potente da atualidade

térmico de 3,5 quilômetros de alcance. Isso faz do tanque o veículo ideal para combate noturno sob condições extremas. Também há a possibilidade de se implantar uma arma de pulso eletromagnético. “Hoje, o T-90S é o tanque que apresenta maior potencial”, afirma Viatcheslav Davidenko, representante da Rosoboronexpor t, a única exportadora autorizada de armas e equipamentos mili-

EDITOR NO BRASIL: WAGNER BARREIRA; EDITOR-ASSISTENTE: ALEKSANDRA GURIANOVA; REVISOR: PAULO PALADINO DIRETOR DE ARTE: ANDRÊI CHIMÁRSKI; EDITOR DE FOTO: ANDRÊI ZÁITSEV; CHEFE DA SEÇÃO DE PRÉ-IMPRESSÃO: MILLA DOMOGÁTSKAIA; PAGINADOR: MARIA OSCHÉPKOVA PARA A PUBLICAÇÃO DE MATERIAL PUBLICITÁRIO NO SUPLEMENTO, CONTATE JÚLIA GOLIKOVA, DIRETORA DA SEÇÃO PUBLICITÁRIA: GOLIKOVA@RG.RU © COPYRIGHT 2013 – FSFI ROSSIYSKAYA GAZETA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

tares da Rússia. “O valor do tanque está em seu poder de fogo, capacidade de manobra e robustez. A Rússia já forneceu mais de mil T-90 para clientes estrangeiros até o momento.” A Uralvagonzavod fica na cidade de Níjni Taguil, nos Montes Urais, e apresentou faturamento de quase US$ 5 bilhões em 2011. É a maior fabricante de tanques do mundo, com mais de 30 fábricas de produção, centros de

PRESIDENTE DO CONSELHO: ALEKSANDR GORBENKO (ROSSIYSKAYA GAZETA); DIRETOR-GERAL: PÁVEL NEGÓITSA; EDITOR-CHEFE: VLADISLAV FRÓNIN É EXPRESSAMENTE PROIBIDA A REPRODUÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO OU RETRANSMISSÃO DE QUALQUER PARTE DO CONTEÚDO DESTA PUBLICAÇÃO SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ESCRITA DA ROSSIYSKAYA GAZETA. PARA OBTER AUTORIZAÇÃO DE CÓPIA OU REIMPRESSÃO DE QUALQUER ARTIGO OU FOTO, FAVOR SOLICITAR PELO TELEFONE +7 (495) 775 3114 OU E-MAIL BR@RBTH.RU

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pesquisa e desenvolvimento, e laboratórios de design que desenvolvem equipamentos civis e militares. O tanque de guerra T-90S responde por cerca de um quinto da produção total de veículos de combate da empresa. De acordo com o Relatório de Defesa de Moscou, a companhia Uralvagonzavod fabricou em 2008, sozinha, mais tanques do que as fábricas de todos os outros países do planeta.

19 de junho

NÚMEROS

2,77 milhões de dólares é o preço mínimo pago pela unidade do tanque T-90S. Valor pode chegar a US$ 4,25 milhões

550 km é a distância percorrida pelo T-90S com apenas um tanque de combustível a 60 quilômetros por hora

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