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QUARTA-FEIRA, 8 DE MAIO DE 2013

O melhor da

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Latinos na mira

Quem salvará Eike Batista?

Evento no Rio atraiu atenção para mercado de armas regional

Petroleira Lukoil nega intenção de comprar fatia da OGX e diz ter se recusado a participar de leilão da ANP

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Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

NOTAS

Homem na Lua, agora para ficar

PHOTOXPRESS

Modelo abre mão do título de ‘Missis Russia’

A modelo Inna Jirkova decidiu abandonar o título de “Missis Rússia” após grande repercussão de uma entrevista divulgada no YouTube. Supostamente, o concurso “Missis Russia” seleciona as mais bonitas, inteligentes e socialmente ativas jovens mães do país. Entre outras pérolas, na entrevista Inna relacionou sua premiação à erudição, por se esforçar todos os dias “em parecer bonita”, explicou. Ela também não soube responder se o Sol gira em torno da Terra ou o contrário. RBC

Mais Glonass no Brasil

de 351 milhões de euros. Embora os cientistas russos garantam que é cedo para falar na colonização da Lua, na prática já se trabalha em uma futura nave espacial tripulada que será capaz de realizar futuras missões ao satélite natural da Terra.

RIA Nóvosti SHUTTERSTOCK/LEGION-MEDIA

A Rússia se lança novamente à conquista da Lua. A primeira missão espacial ao astro da época pós-soviética já tem data marcada: 2015. O ambicioso projeto prevê o lançamento de três sondas não tripuladas que ficarão encarregadas de coletar amostras do solo, buscar água e conduzir estudos astrofísicos, por um orçamento total

Uma nova estação do sistema de localização russo Glonass, a Sajem-TM, será instalada no Brasil até o final deste ano. O Brasil já possui uma estação do sistema, concorrente do GPS, a primeira do hemisfério Sul. “A nova estação fará ajustes na posição de satélites e no campo de navegação em tempo real”, disse o vice-presidente da agência Roscosmos, Serguêi Saveliev.

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Naválni quer presidência Um dos principais críticos do governo de Vladímir Pútin, Aleksêi Naválni anunciou a intenção de concorrer à presidência. O opositor se tornou conhecido por criar diversos projetos na internet de combate à corrupção, além de organizar protestos em Moscou desde as eleições para a Duma, no final de 2011. Recentemente, o Comitê de Investigação da Rússia abriu novo processo contra Naválni por supostos desvio de recursos na cidade de Kirov.

Mal planejada? Como Brasil, Rússia enfrenta o desafio de preparar a casa para receber o torneio em 2018

Copa sairá pelo dobro do previsto tender que os gastos não se limitarão aos compromissos obrigatórios determinados pela Fifa – construção de estádios e de centros de treinamento, reforma de aeroportos e vias de acesso –, custos que serão cobertos pelo orçamento federal.

Aleksandra Gurianova

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ITAR-TASS

Autoridades já informaram que orçamento federal não poderá absorver o custo de melhorias locais. OLGA KUVCHINOVA VEDOMOSTI

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) calcula que serão necessários US$ 41,5 bilhões para criar uma infraestrutura adequada nas onze cidades russas que sediarão a

Copa do Mundo de 2018. Apesar das previsões anteriores estimarem um gastos duas vezes inferior, o Ministério dos Esportes advertiu o governo que, para realizar o torneio de maneira apropria-

Estádio de futebol em Kazan terá capacidade para 45 mil pessoas

da, será necessário investir quase a mesma quantia dedicada às Olimpíadas de Inverno de 2014, em Sôtchi, cujos custos são estimados em US$ 50 bilhões. O órgão ainda deu a en-

Entre as demandas das regiões administrativas, estão incluídos custos de modernização da infraestrutura da cidade, transporte regional, estações ferroviárias e rede rodoviária. Cerca de 60% dos gastos estão relacionados a tais reestruturações das sedes. A cidade de Samara, no sul da Rússia, por exemplo, está planejando construir novas estações de metrô para a Copa do Mundo 2018. O custo estimado das obras é de US$ 11,17 bilhões – mais de um quarto do custo total do evento. A cidade de Kazan também solicitou US$ 10 bilhões para reformar suas estradas. De acordo com a S&P, apenas quatro localidades poderão cobrir os gastos com recursos próprios: Moscou, São Petersburgo, Tartarstão e Krasnodar. Para a maioria das outras sedes, os gastos ne ce s sá r io s supe r a m a CONTINUA NA PÁGINA 3

ALAMY/LEGION MEDIA

Modernização

Ursos nas ruas russas: verdade ou mito? WWW.GAZETARUSSA.COM.BR/18773

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Opinião

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A EUROPA À BEIRA DO ABISMO VÍTIMA DE CONTÁGIO, CHIPRE VAI CONTAMINAR ALEKSÊI KÚDRIN EX-MINISTRO DAS FINANÇAS

A

União Europeia poderia conceder 17 bilhões de euros necessários para salvar o Chipre, mas não quer ajudar os russos difícil convencer os eleitores sobre a necessidade de apoiar os países periféricos. E o Chipre agora é um exemplo que pode demonstrar força. As consequências da crise no

Aleksêi Kúdrin foi ministro das Finanças da Rússia e hoje é presidente do Comitê de Iniciativas Civis.

UMA FORMA DE CASTIGAR OS PAÍSES DO SUL SERGUÊI KARAGANOV ANALISTA POLÍTICO

ão tenho nenhuma informação secreta sobre o que realmente se esconde por trás do ultimato do Eurogrupo exigindo a expropriação parcial de depósitos para salvar o sistema bancário do Chipre. Mas tenho uma hipótese. A imprensa russa e a estrangeira afirmam que o novo imposto é destinado a combater o paraíso fiscal da Rússia. É possível, mas acredito que a maior parte do dinheiro depositado por russos foi retirado antes da crise. Quem sofre com o problema são os depositantes com contas congeladas e que poderão perder todo seu capital.

N

Mas os depositantes não são apenas russos. Há muitos alemães, ingleses e israelenses, entre outras nacionalidades. Na opinião de muitos especialistas e líderes russos, o esquema proposto pelo Eurogrupo para

A crise no Chipre não tem nada a ver com a Rússia e parece ser mais voltada à expulsão de países da zona do euro resolver o problema dos bancos cipriotas por meio de uma expropriação parcial de ativos não é apenas absurdo, mas também inju sto, não prof issiona l e perigoso.

NATALIA MIKHAYLENKO

inda nos idos de 1998, o governo russo declarou ser necessário acabar com o paraíso fiscal do Chipre. A afi rmação surpreendeu os líderes cipriotas, já que significava a perda de metade do seu volume de negócios. Mas o presidente do Chipre convenceu Boris Iéltsin a não proibir seus cidadãos de enviar divisas ao país. Então, o Chipre era considerado um aliado geopolítico da Rússia e os países mantinham fortes relações bilaterais. Em 2004, no entanto, a ilha entrou para a União Europeia e, quatro anos depois, para a zona do euro. Mesmo assim, o Chipre ainda não conseguiu decidir seu destino. Mais recentemente, a chanceler alemã Angela Merkel vem afi rmando que o modelo fi nanceiro cipriota é inviável, e que a credibilidade de seu sistema financeiro está decaindo. Mas o modelo cipriota se tornou inviável apenas quando os bancos locais foram obrigados a amortizar a dívida grega. Talvez o setor bancário não fosse muito exigente ao comprar obrigações gregas, mas a política europeia era resgatar a Grécia. E os investidores estavam certos de que a zona do euro resgataria o país. Uma das principais controvérsias da crise atual é que, por motivos políticos, os investidores superestimaram os “eurobonds” (títulos da dívida europeia) dos países periféricos da UE. Na verdade, o Chipre foi contagiado pela crise grega. A situação europeia no momento é muito delicada. O Chipre pode infectar outros países. Não só porque suas empresas perderão dinheiro na ilha, mas a ameaça de um imposto sobre os depósitos já assustou os investidores de governos problemáticos. Sem dúvida, a UE poderia fornecer a quantia necessária de 17 bilhões de euros para o resgate do Chipre, mas há duas nuances aí. Em primeiro lugar, o Chipre deve demonstrar esforços para cumprir seus compromissos, o que é absolutamente lógico. O segundo fator, muito menos evi-

dente, é a falta de vontade de ajudar os russos, cujas divisas, de acordo com deputados europeus, foram parar no Chipre como resultado de operações escusas. É óbvio que para os governos europeus se torna cada vez mais

Chipre não estão muito claras. Os detalhes da bancarrota do banco Laiki e o resgate do Banco do Ch ipre ainda não foram divulgados. Após as declarações de Angela Merkel, a conservação do modelo econômico cipriota atual já não é mais possível. De qualquer maneira, a qualidade de vida na ilha cairá e a taxa de desemprego aumentará. A falta de apoio da União Europeia e do Banco Central Europeu pode levar à saída do Chipre da zona do euro. Nesse caso, a conversão dos ativos bancários em moeda local e o pagamento de salários nesta moeda afetariam significativamente os negócios. Os riscos para países europeus periféricos aumentarão. A crise irá se intensificar, e o aparecimento de um novo elo mais fraco é só questão de tempo. A responsabilidade por um fi m na crise fi nanceira é toda da União Europeia. Por isso, ela deve tomar todas as medidas necessárias para salvar o Chipre. Superar as consequências da propagação da crise sairá ainda mais caro.

Aleksêi Kúdrin, o especialista em finanças mais importante da Rússia, afirma que a culpa da crise é da União Europeia e dos reguladores europeus, que se recusaram a resolver os problemas da dívida da ilha antes que a crise estourasse. As exigências para impor um imposto sobre os depósitos são totalmente absurdas e pouco eficientes. Quando os parlamentares do Chipre aprovaram essas medidas, cometendo um suicídio político, todo o sistema bancário do país foi condenado à morte. Os negócios bancários são baseados na confiança. Quando os parlamentares cipriotas aprovaram o imposto, abriram mão da confiança de que gozava o sistema bancário e que não poderá ser restaurada em um futuro próximo. É simplesmente impossível que os economistas do Eurogrupo não soubessem disso. Eles desmantelaram o sistema financeiro conscientemente, sabendo que a crise prejudicará todo o sistema bancário da União Europeia. Jogar fora a estabilidade e a reputação de todo o sistema financeiro europeu, destruir a economia de um país da União Europeia e da zona do euro só para prejudicar alguns milhares de russos e ingleses é realmente absurdo. Assim, parece que a crise no Chipre não tem nada a ver com a Rússia. Acredito que essa crise tenha o objetivo de mostrar o que aconteceria com outros países no sul da Europa caso eles proíbam a gestão financeira externa e cancelem as medidas de austeridade. O Chipre é uma ilha com apenas 800 mil de habitantes. Não é a Grécia, cuja bancarrota ameaça a estabilidade política de toda a região dos Bálcãs. Se os cipriotas não aceitarem o ultimato e não implementarem o controle estrangeiro sobre seu sistema financeiro, o país terá que deixar a zona do euro. Assim, o objetivo da crise cipriota pode ser a expulsão de alguns países da zona do euro. Não quero acusar a Alemanha, mas isso pode ser o início de uma batalha cruel para salvar toda a Europa. E, sem dúvida, é preciso salvar o euro. Eu próprio teria feito o mesmo se estivesse no lugar dos alemães. A Rússia não conseguirá nada incomodando os alemães, e até colocará mais a perder. A concessão unilateral de créditos e a compra dos bancos cipriotas será uma perda de dinheiro que não ajudará o Chipre. Serguêi Karaganov é o presidente do Presidium do Conselho de Política Externa e Defesa da Rússia.

UM EXERCÍCIO DE AUSTERIDADE Vladímir Mau ECONOMISTA

Banco Central da Rússia tem seguido uma política monetária bastante restritiva nos últimos três anos, mantendo a taxa básica de juros na máxima de 8,25%, em um esforço para conter a inflação. Esse era o objetivo vital. Ao contrário da maioria das economias ocidentais, a Rússia enfrentou um sério risco de “estagflação”, situação típica de recessão, depois do início da crise econômica global. Mas a política apresenta alguns limites e o nível atual da inflação é sacrificado por fatores institucionais e monetários. Em outras palavras,

O

a inflação está sendo atualmente impulsionada não só pelas taxas de juros ou políticas monetárias, mas também pelos preços praticados por monopólios naturais, bem como pela fraqueza dos negócios. Os preços implementados por monopólios de infraestrutura estão aumentando de 10% a 15% ao ano, alimentando, assim, o crescimento das tarifas de serviços públicos e os preços relacionados. Enquanto isso, a economia está desacelerando para reagir a esses valores. Em meados de 2012, o rendimento retornou ao nível pré-crise, mas os custos de produção haviam subido até 32% em 2008. A economia precisa agora de uma coordenação mais eficaz entre as po-

líticas monetária, estrutural e institucional. O Banco Central da Rússia terá que ajustar sua estratégia e tentar encontrar um equilíbrio entre estabi-

Não há razão para se esperar qualquer medida surpreendente ou mudanças drásticas na política quando Serguêi Ignatiev for substituído por Elvira Nabiúllina

Banco Central da Rússia terá que se responsabilizar pelo crescimento econômico

Economia do país não precisa de política monetária ou de crédito frouxa, mas de equilíbrio

lidade financeira e crescimento econômico, apesar de, segundo a Constituição do país, essa instituição ser responsável apenas pela política monetária e pela estabilidade dos preços (e não pelo crescimento econômico).

na presidência do banco. O objetivo principal de Nabiúllina é o de traçar um caminho que mantenha a estabilidade macroeconômica e, paralelamente, promova o crescimento econômico. É um grande desafio, mas os ban-

cos centrais do mundo desenvolvido estão cada vez mais começando a mirar os empregos e o crescimento. O Banco Central russo não pode ignorar esses problemas, seja por motivos econômicos ou políticos. A instituição também vai enfrentar uma enorme pressão de todos os lados ao sacrificar a estabilidade macroeconômica em prol do crescimento econômico. Pode ser difícil convencer seus adversários de que o crescimento desencadeado por essa troca não deve durar, e que, em um prazo mais longo, provavelmente levaria a um novo surto de crise. No atual ambiente institucional, uma política de estímulo econômico que inclui aumento das despesas, taxas

mais baixas e uma maior liquidez no sistema bancário irá produzir a aceleração desejada em termos de crescimento. Porém, os eventuais ganhos na produção acabariam perdendo para uma possível futura turbulência fin a nc e i r a e m m e io ao s crescentes riscos sistêmicos e desequilíbrios estruturais da economia. Vários outros problemas sociais e econômicos deverão ser abordados antes que a Rússia possa entrar em um período de crescimento sustentável. A estabilidade macroeconômica é prioridade máxima. O “histórico de crédito” do país ao longo das últimas duas décadas mostra que o governo não pode correr o risco da desestabilização financeira e monetária.

Uma nova política econômica pode ser baseada na transição da “economia do lado da demanda” para uma “economia do lado da oferta”. Estimular a demanda, especialmente do setor público, diante das atuais circunstâncias, estimularia sobretudo as importações e a inflação em vez da produção no mercado interno. É por isso que a economia russa não precisa de uma política monetária ou de crédito que seja frouxa, mas de um desenvolvimento equilibrado do setor financeiro que atue mais como facilitador do que como o principal motor do crescimento da economia. O crescimento sustentável deve gerar uma melhora rad ica l do cl i ma de negócios, em seu mais amplo sentido. Vladímir Mau é economista e reitor da Academia de Economia Nacional e Administração Pública.

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Economia e Negócios

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PERGUNTAS E RESPOSTAS

Petróleo Eike não terá socorro russo

“Queremos aumentar exportação de armas para latino-americanos”

Em que países da América Latina poderão ser fabricados armamentos e equipamentos militares russos? Estamos negociando a possibilidade de construir helicópteros, sistemas de defesa antiaéreos, armamentos, munições e sistemas de artilharia com vários países da América Latina, inclusive Brasil e Argentina. Essas propostas são muito importantes, porque ajudam a aumentar as cotas de exportação de armas para os países desse continente. A feira LAAD ajuda a intensificar a cooperação entre a Rússia e os países da América Latina? A seção russa na feira de 2013 foi maior do que em anos anteriores. As pessoas que visitaram a feira no ano passado puderam observar a diferença. A Rosoboronexport apresentou mais de 200 modelos de armamentos. AFP/EASTNEWS

Entre os sucessos russos na LAAD deste ano estiveram os sistemas de defesa antiárea, helicópteros e blindados

Chefe do departamento regional da Rosoboronexport, a única exportadora autorizada de armas e equipamentos militares do país, Serguêi Ladíguin falou durante a LAAD sobre os objetivos e problemas de especialistas russos que trabalham com os países da América Latina:

Serguêi Ladíguin IDADE: 56 CARGO: CHEFE DE DEPTO. FORMAÇÃO: MILITAR

Serguêi Ladíguin começou sua carreira em 1998 no Serviço Federal de Cooperação Técnico-militar da Rússia e hoje

DIVULGAÇÃO

Como o senhor avalia a cooperação militar entre a Rússia e os países da América Latina? É uma região especialmente promissora, mas o atual nível de cooperação militar não corresponde ao enorme potencial que poderíamos desenvolver. Atualmente, cooperamos com quase todos os países da região. Nos últimos anos, in-

RAIO-X

tensificamos a cooperação com Venezuela, Cuba, Colômbia, México, Peru, Equador e Uruguai. Assinamos contratos muito importantes com o Brasil e com a Argentina

para o for necimento de helicópteros. O Chile também está mostrando interesse. O interesse do Brasil em com-

chefia o departamento regional da Rosoboronexport, única exportadora autorizada de armas e equipamentos militares do país. Ladíguin chefiou a delegação russa na LAAD (da sigla em inglês, Feira Internacional de Defesa e Segurança), realizada neste ano no Rio de Janeiro.

prar sistemas de defesa antiaéreo russos tomou os noticiários. Para quando será o contrato de fornecimento de sistemas Pantsir-S1 e Igla-S? Já foram realizadas várias

Que armamento causou maior interesse entre os clientes latino-americanos? Evidentemente são os sistemas de defesa antiaérea. Apresentamos todos os modelos para exportação, incluindo os sistemas modernizados Petchora-M, cujas caraterísticas técnicas foram melhoradas consideravelmente, e os sistemas de localização de navios Palma. Além disso, os brasileiros querem receber helicópteros militares de transporte Mi-17, helicópteros de combate Mi-35M e helicópteros de transporte pesados Mi-26T2, que podem transportar volumes extraordinários de carga. Veículos blindados Tigr, sistemas de artilharia Kornet e submarinos diesel-elétricos também interessaram os latino-americanos. RIA Nóvosti

Lukoil não tem interesse em ativos da OGX Presidente da petrolífera privada russa refuta informação sobre interesse em adquirir fatia de 40% da companhia de Eike Batista. VÍKTOR KUZMIN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

No final de fevereiro, o presidente da Lukoil, Vaguit Alekperov, visitou o Brasil para discutir a possibilidade de implementar projetos conjuntos no país. Mas, apesar de a petroleira russa ter declarado repetidas vezes seu interesse pelo mercado brasileiro, nenhum acordo concreto foi assinado até o momento. O próprio Alekperov desmentiu rumores de que a Lukoil estaria em negociação com a OGX durante uma reunião do conselho administrativa da companhia na Sicília, onde a Lukoil possui uma fábrica. Na Itália, Alekperov disse que sua companhia não tem interesse em comprar nenhuma empresa brasileira e optou por não participar do leilão da ANP, previsto para acontecer neste mês de maio. “No início deste ano, a Lukoil disse ter interesse em participar de projetos na plataforma continental brasileira. O Brasil é uma região promissora em termos de aumento da produção de petróleo. O petróleo brasileiro tem boa qualidade e apresenta baixo teor de enxofre em comparação com o petróleo venezuelano”, diz o analista da Investkafe, Grigóri Birg. Para o especialista, a participação da empresa russa em projetos de exploração no Brasil poderia ajudá-la a otimizar seus custos no Ocidente. Paralelamente, fontes próximas à Lukoil dizem que, embora a transação corporativa não seja realizada, é possível que a Lukoil venha a

PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO

negociações preliminares, e no início deste ano especialistas brasileiros visitaram a Rússia para estudar os sistemas. Estamos desenvolvendo o projeto de contrato, mas ainda não podemos falar sobre prazos concretos.

Alekperov: Lukoil não quer fatia da OGX ou da ANP

aderir a um dos projetos da OGX. Na Rússia, a empresa tem dificuldades em obter acesso a novas jazidas na plataforma continental do país, onde só são admitidas empresas com uma grande participação do Estado, como Gazprom e Rosneft.

Foco no exterior Nos últimos três anos, a Lukoil tem registrado queda na produção. De acordo com o portal de internet Gazeta. ru, porém, em 2012 essa queda diminuiu de 5% para 1%. Em 2013, a empresa espera aumentar sua produção em 2%. A Lukoil está investindo em iniciativas no exterior e tem como meta aumentar a produção de hidrocarbonetos fora da Rússia em 20%. Responsável por 2,2% da produção mundial de petróleo, a empresa russa já está familiarizada com o mercado latino-americano. Em dezembro de 2012, a petrolífera deixou o projeto de exploração do bloco Condor, na Colômbia e, atualmente, a Lukoil Overseas opera na Venezuela como integrante do Consórcio Nacional de Petróleo para a e x plor aç ão do blo co Junin-6.

Copa-2018 pode custar US$ 41,5 bi CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

receita do orçamento anual da região. Para a maioria das outras sedes, os gastos necessários superam a receita de seus orçamentos anuais. Samara, por exemplo, quer quase o dobro do orçamento, enquanto Kaliningrado, mais que o triplo. Se os recursos federais cobrirem 70% dos custos, essas duas regiões não poderão pagar nem mesmo os 30% restantes. Mas se o governo federal assumir apenas 50% dos gastos, somente oito das onze sedes conseguirão absorver os custos remanescentes. Cabe lembrar, contudo, que durante os preparativos para a cúpula APEC, a Universíade e as Olimpíadas de Inverno, os recursos federais disponibilizados direta ou indiretamente, por meio de empresas estatais ou empréstimos, superaram a proporção de 90% do orçamento. “É claro que o apetite das

sedes terá que ser reduzido, mas sua infraestrutura realmente encontra-se em estado precário”, observa a vice-diretora da S & P, Karen Vartapetov. O governo irá enfrentar uma escolha difícil, conclui a S &P: aumentar os inves-

Algumas sedes querem receber, sozinhas, 25% do orçamento definido para a Copa timentos em infraestrutura regional ou reduzir a qualidade do torneio. O orçamento federal foi encolhido em consequência da crise econômica mundial. “O orçamento é bastante rígido e praticamente não há como redistribuir os recursos”, declarou recentemente o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov. Segundo as autoridades, já se determinou que os gas-

tos federais com a Copa do Mundo não ultrapassarão os US$ 10 bilhões até 2018.

‘Segunda Sôtchi’ O valor citado inclui os compromissos com a Fifa, segundo um funcionário federal que preferiu se manter anônimo. “Ainda existem as obrigações para com os hotéis, mas disso irão se ocupar os investidores privados. É simplesmente inaceitável que a Copa do Mundo se transforme, em termos de custo, numa ‘segunda Sôtchi’”, diz ele. “Todas as outras regiões, se quiserem, podem fazer os melhoramentos por conta própria, mas elas não receberão dinheiro para isso.” No valor proposto também não estão incluídos os planos de construção de linhas ferroviárias de alta velocidade para trajetos Moscou-São Petersburgo e Moscou-Níjni Novgorod-Kazan. Pela avaliação da companhia ferroviária RZhD, esses projetos custarão, sozinhos, aproximadamente US$ 50 bilhões.

Por onde passará a Copa de 2018

NÚMEROS

11

bilhões de dólares é o valor aproximado requerido pela cidade de Samara para construir novas estações de metrô.

90 por cento dos gastos com a cúpula da APEC e das Olimpíadas de Inverno de Sôtchi vieram de recursos federais.

10 bilhões de dólares será o valor máximo de recursos federais disponibilizado para a Copa até 2018.


Especial

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NOVA CORRIDA OS RUSSOS NO ESPAÇO PAÍS TEM PROGRAMA AMBICIOSO PARA ATERRISSAR NA LUA ATÉ 2020, INCLUINDO COLETA E ESTUDO DE POEIRA E ROCHAS LUNARES PARA PREPARAR TERRENO E TORNAR ASTRO HABITÁVEL

LUA, UM LUGAR PARA SE VIVER EM PAZ AFP/EASTNEWS

ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Desde sempre, a Lua exerce atração especial sobre a humanidade. E, apesar de o século 20 ser marcado pela presença do homem no satélite natural, a ambição hoje é muito maior: cientistas russos planejam habitar o astro. O sonho dos pesquisadores inclui a utilização de água e materiais de construção na Lua. Iúri Makarov, chefe de planejamento estratégico e de programas especiais da Roscosmos (agência espacial russa), considera a ideia bastante viável devido à ausência de ondas sísmicas na Lua. “Lá é possível erguer qualquer estrutura para fins científicos”, garante. Mas ainda falta muito para

Em primeiro lugar, será necessário fazer uma análise completa do terreno. Para isso, os técnicos russos do IPE (Instituto de Pesquisas Espaciais) estão desenvolvendo três sondas não tripuladas, destinadas a investigar a superfície lunar. Em 2015, está previsto o lançamento da primeira delas, a Luna-Glob-1, que terá como missão o desenvolvimento da plataforma de aterrissagem. Segundo os planos do instituto, no ano seguinte a sonda Luna-Glob-2 irá refazer esse caminho e, em 2017, será colocado em ação um módulo de aterrissagem pesado, o Luna-Resource, composto por um amplo aparato de instrumentos científicos. A ele será acoplado um mi-

FRASES

Ígor Mitrofanov

Lev Zelióni

CHEFE DO LABORATÓRIO DE ESPECTROS-

DIRETOR DO IPE

COPIA DO IPE (INSTITUTO DE PESQUISAS ESPACIAIS)

"

Temos que combater o estereótipo de que o projeto é caro. É importante entender que esse dinheiro não voará até a Lua. Será investido aqui, em infraestrutura e tecnologia. Serão criados novos empregos.”

"

Se o projeto for bem-sucedido, em seguida daremos preferência à pesquisa do planeta vermelho. O estudo de Marte proporcionará informações essenciais para a compreensão da biosfera e dos processos climáticos na Terra.”

Nova corrida espacial Um orçamento de 52 milhões de euros foi aprovado recentemente pelo governo russo para o desenvolvimento da indústria espacial russa até 2020. “Assistimos atualmente a algo parecido com aquela corrida espacial que existiu nos anos 1960 e 1970. O foco hoje, assim como naquela época, é a Lua”, afirmou o diretor do IPE, Lev Zelióni, à Gazeta Russa. A China também anunciou sua intenção de enviar um grupo de astronautas ao satélite. O renovado interesse é explicado, até certo ponto, pelos resultados das últimas pesquisas. Em particular, pelas contribuições norte-americanas (com a participação de cientistas russos) e sua sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO). Lançada no segundo semestre de 2009, a missão confirmou a existência de água, em forma de gelo, nos polos lunares. A descoberta foi possível com o auxílio de um dispositivo russo, o Lunar Ex-

LINHA DO TEMPO

Marcos da corrida lunar

1959 • Começam as pesquisas soviéticas sobre a Lua com sondas espaciais. A estação Luna-1 passa a funcionar.

Estação de pesquisa Se o programa atual tiver continuidade, a Lua poderia ser utilizada no futuro como uma estação de pesquisa. Nesse caso, seria construído um radiotelescópio automático, com receptores de rádio individuais e distribuídos de maneira uniforme sobre a superfície. Sua grande vantagem em relação à Terra seria a ausência de atmosfera, que proporciona maior sensibilidade ao instrumento, e a possibilidade de realizar observações angulares. Além disso, abriria o caminho rumo a outros planetas. “Se o projeto for bem-sucedido, deve ser dada preferência ao planeta vermelho. O estudo de Marte proporcionará informações essenciais para a compreensão da biosfera e dos processos climáticos na Terra”, afirma Zelióni.

1966 • A estação Luna-9 estuda o satélite e envia à Terra imagens panorâmicas da superfície lunar.

1969 • O homem pisa na Lua pela primeira vez com a Apolo 11 e os EUA ultrapassam a URSS na corrida espacial.

SHUTTERSTOCK/LEGION-MEDIA

NÚMEROS

2015

1970 • Os soviéticos lançam o rover Lunojod-1, que transmite fotos panorâmicas da superfície lunar por 11 dias.

1972 • A sonda soviética Luna-20 traz à Terra amostras de solo coletadas em uma região remota da Lua. A Apolo 11 faz a última viagem à Lua.

Ano em que será enviada ao espaço a sonda não tripulada Luna-Glob-1 com o objetivo de estudar sua exosfera.

1990 • O Japão se torna a terceira “potência lunar” ao enviar ao espaço o satélite artificial Hiten. As missões à Lua são suspensas nessa década.

2016 DIVULGAÇÃO

É quando será lançado o módulo orbital Luna-Glob-2, que deverá pousar no polo sul da Lua, examinar a cratera e operar por cerca de um ano.

2017

2003 • Agência Espacial Europeia faz sua primeira missão lunar com o Smart-1. A sonda cartografa a Lua com imagens de qualidade durante 3 anos.

O módulo de aterrissagem pesado Luna-Resource, desenvolvido pela Rússia em parceria com a Agência Espacial Indiana, entrará em ação.

O LADO BELO DO COMUNISMO: PIN-UPS À MODA SOVIÉTICA

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ENTREVISTA GUEÓRGUI GRETCHKO

“Americanos não eram vistos como inimigos” Condecorado duas vezes com o título de “Herói da União Soviética”, o cosmonauta Gueórgui Gretchko falou à Gazeta Russa sobre a concorrência com os norte-americanos e os problemas enfrentados atualmente no setor espacial russo. A corrida espacial entre a URSS e os EUA foi uma espécie de Guerra Fria no espaço? Não sei como os políticos entendiam a competição espacial entre as potências. Nós, cosmonautas e técnicos, não encarávamos os americanos como inimigos. Para nós, eles eram colegas. Tínhamos uma causa comum e enfrentávamos perigos comuns, além dos projetos conjuntos como a missão Soiuz-Apollo. Contávamos com o profissionalismo uns dos outros, e não com os políticos. Para nós, a política estava em último lugar. A União Soviética foi o primeiro país a lançar um satélite artificial e a realizar um voo espacial tripulado, mas os EUA foram os primeiros a pisar no solo lunar. Por que isso aconteceu? Naquela época, a cibernética era vista na União Soviética como pseudociência, estranha à ideologia oficial. Por isso, os cientistas da computação eram perseguidos no país por motivos ideológicos, embora projetos cibernéticos fossem muito importantes para otimizar a direção das espaçonaves. Em uma mostra, tive a oportunidade de comparar equipamentos soviéticos e norte-americanos. Os equipamentos fabricados pelos EUA tinham um tamanho muito menor, enquanto nosso equipamento era tão grande que simplesmente não cabia na espaçonave. Estávamos atrasados em relação aos EUA nessa corrida. Enquanto eles estavam prestes a desembarcar na Lua, nós só podíamos nos satisfazer em dar uma volta em torno dela e retornar à Terra.

22

Maio

RAIO-X

PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO

ANDRÊI LVOV

ploration Neutron Detector (LEND). “Isso acende as expectativas de criar algum tipo de instalação habitada”, afirma Zelióni. O Luna-Glob investirá no estudo da topografia e da estrutura química e mineral das rochas lunares. A ideia é transportar sondas de perfuração até a superfície do satélite a fim de estudar sua estrutura interna. Nos planos russos também está a sonda Luna-Resource, desenvolvida com a ajuda de cientistas indianos. Seu objetivo será coletar poeira lunar e preparar o terreno para o regresso dos seres humanos à Lua, um evento que a agência espacial russa calcula que poderá ocorrer em 2020.

© RIA NOVOSTI

Um longo caminho

nimódulo lunar de fabricação indiana. Os trabalhos de construção da sonda Luna-Glob-1 já estão em andamento. O primeiro desafio será conseguir simplificar e desenvolver a nave espacial. “O custo do projeto é de aproximadamente 351 milhões de euros, uma quantia mais do que razoável para uma estação interplanetária automática”, afirma o chefe do laboratório de Espectroscopia Cósmica de Raios Gama do IPE, Ígor Mitrofanov.

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que aventureiros possam expandir seus domínios e cultivar seus próprios jardins na Lua.

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Programada para 2015, primeira missão russa à Lua vai colher amostras do solo, procurar água e conduzir estudos astrofísicos.

IDADE: 81 LOCAL DE NASCIMENTO: LENINGRADO

FORMAÇÃO: Instituto de Mecânica de Leningrado, em 1955. REALIZAÇÕES: Diversos voos para o espaço a bordo das naves Soiuz 17, Soiuz 26 e Soiuz T-14. PRÊMIO: ‘Herói da União Soviética’, a mais alta condecoração durante o regime soviético.

Nosso programa lunar foi encerrado por não ter mais sentido depois que eles desembarcaram na Lua, embora todo o pessoal envolvido em nosso projeto pensasse que deveríamos ir à Lua para adquirir uma experiência valiosa e testar novas tecnologias. Quando o presidente norte-americano John Kennedy tomou posse, ele sugeriu que os dois países colaborassem na exploração do espaço. Você acha que a URSS estava certa em rejeitar essa proposta? Como estávamos muito à frente dos EUA, o então líder soviético Nikita Khruschov não quis dividir nossas conquistas com eles. Com o tempo, os EUA tomaram a dianteira e também não quiseram dividir suas conquistas conosco. Acredito que os projetos espaciais precisam ser concretizados em conjunto agora. Entrevista realizada por Vladímir Ierkovitch

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