Tomie Ohtake

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TOMIE OHTAKE

(1913)



TOMIE OHTAKE (1913) PINTURAS | ESCULTURAS | GRAVURAS



TOMIE EM FORTALEZA

É uma grande honra o Instituto Tomie Ohtake poder colaborar na organização de uma mostra da artista que lhe dá o nome, nesta cidade brasileira a 3 mil quilômetros de São Paulo, em espaço dirigido por este excepcional homem da arte, Max Perlingeiro. Tomie já expôs anteriormente em Fortaleza, a primeira vez há 24 anos e a última há 18, por isso mostrou-se muito entusiasmada pela oportunidade de apresentar novamente a sua obra aos compatriotas cearenses. Desta vez, na Galeria Multiarte, um dos braços da Pinakotheke Cultural, com trabalhos em pintura, gravura e escultura. Tomie encontra na gravura em metal a mesma liberdade do pincel e com seu ímpeto inovador, criou muitas possibilidades para o suporte. Esta exposição traz a mais recente série realizada pela artista, na qual emerge a sua gráfica renovada. A mostra traz ainda pinturas de vários períodos reunidas pelo olhar apurado de Perlingeiro e uma série de esculturas realizadas em 2008. São peças lineares feitas em tubos brancos cujas formas, ao surgirem da parede ou do teto, parecem moldadas pelas próprias mãos de Tomie. São as linhas, recorrentes em suas obras planas, que transitam para o espaço, transformando duas linguagens em um único objeto artístico. O Instituto Tomie Ohtake saúda esta parceria com a Pinakotheke Cultural, ressaltando o profissionalismo e a fraterna amizade que unem as duas instituições. Instituto Tomie Ohtake TOMIE OHTAKE | 3


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SEM OLHAR PARA O REAL Max Perlingeiro

É com grande entusiasmo que a Multiarte apresenta esta importante exposição da artista Tomie Ohtake em Fortaleza em cooperação com o Instituto Tomie Ohtake nosso parceiro de longa data, dirigido com grande competência por seu fi lho Ricardo Ohtake. Tomie Ohtake faz parte de uma geração de artistas comprometida exclusivamente com o seu trabalho. Veio para o Brasil em 1936, radicou-se em São Paulo, criou dois fi lhos, naturalizou-se brasileira e pinta sua primeira tela aos 39 anos de idade.Começou fi gurativa e tornou-se abstrata. Fez parte do Grupo Seibe,(Seibikai), grupo de artistas plásticos de São Paulo, que reuniu artistas japoneses interessados em criar um espaço de discussão que promovesse o aprimoramento técnico e a divulgação de suas obras criado em 1936. O Grupo realizou a sua primeira e única exposição dessa fase no Clube Japonês em 1938. A entrada do Brasil na II Guerra Mundial limitou as atividades da colônia japonesa do Brasil provocando a dispersão do Grupo. Mais tarde reiniciam as suas atividades, criando um ateliê coletivo e o ingresso de novos artistas entre eles: Tomie, ManabuMabe, Flávio Shiró, Fukushima entre outros. Consagrada no Brasil e no exterior é considerada a grande dama da arte brasileira. Suas obras fi guram nas maiores coleções publicas e privadas. A coleção apresentada é constituída de raras pinturas das décadas de 1960 ate 201X,entre elas cabe destacar uma das obras da série Pinturas Cegas.

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No fi nal da década de 1950, o critico Mario Pedrosa retorna do Japão depois de uma pesquisa em história da arte para formar um diálogo com a produção ocidental e pede aos artistas brasileiros que dessem atenção à cultura japonesa: a caligrafi a, a pintura sumi, a arquitetura, o espírito Zen, entre outros aspectos.Duas sugestões de Mario Pedrosa foram seguidas por Tomie: ler o fi lósofo MerleauPonty, a cuja fenomenologia a arte brasileira muito deve, e pintar de olhos vendados. “Tomie alternava, na elaboração de cada quadro, períodos de cegueira e de visão. As vendas nos olhos durante o processo da pintura tinham o sentido de realizar uma ação pictórica no limite da percepção. O pincel não buscava demarcar território ou produzir qualquer figuração. Tratava-se do puro fenômeno da passagem do tempo no processo Zen, através do ato de pintar”. A importância desta serie foi ressaltada através de uma exposição realizada no Instituto Tomie Ohtake em 2011 como comenta o critico Paulo Herkenhoff, curador e responsável pelo resgate destas obras: “Houve uma época em que Tomie Ohtake resolveu vendar seus olhos para criar obras que ela mesma chama de "pinturas cegas". Era o fi m dos anos 1950, começo dos 60, quando a artista se lançou a essa experimentação, num "momento capital de Tomie na vanguarda", é que a artista pintava "sem olhar para o real" e inominando suas imagens. Por muito tempo, os quadros dessa fase fi caram como que guardados, vez ou outra fi gurando em exposições, mas, isolados. Somente agora, aos 97 anos, Tomie apresenta pela primeira vez um conjunto reunido de cerca de 32 de suas obras dessa série. As esculturas selecionadas são de uma serie desenvolvidas pela artista entre 2006 e 2009 construídas em tubo de aço carbono 6 | TOMIE OHTAKE


pintadas de branco que saem das paredes e do teto e de acordo com a incidência da luz, imprimem desenhos de sombras. E uma extraordinária série de gravuras em metal feitas em 2008.A gravura começa na vida da artista como curiosidade. Inicia com a serigrafi a, a seguir a litografi a e fi nalmente nos anos 80 a gravura em metal. Sua consagração foi receber o convite para apresentar a sua obra gráfi ca nas Bienais de Veneza em 1972 e Tokio em 1974. Pensar em Tomie e sair totalmente da realidade. Uma artista completa, fi el as suas origens, disciplinada, que trabalha diariamente e que ainda aceita grandes desafi os. Atualmente cria um painel monumental para uma Universidade do ABC paulista e uma escultura de grandes dimensões para uma instituição fi nanceira em São Paulo. Tive o privilegio de participar das comemorações dos seus 97 anos e ver uma exposição de obras recentes e de grandes formatos. Nesta noite sentada numa cadeira e recebendo seus inúmeros amigos ousei perguntar: Onde você arranja tanta energia? E ela me respondeu: “Fui vero Paul McCartney. Você foi?” Não tive resposta. No próximo dia 21de novembro Tomie completará 98 anos de idade e a Galeria Multiarte se antecipa as comemorações. Parabéns Tomie e obrigado pela sua grande generosidade.

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BIOGRAFIA

Tomie Ohtake nasceu em Kyoto, no Japão, dia 21 de novembro de 1913, onde fez seus estudos. Em 1936 chega ao Brasil para visitar um de seus cinco irmãos. Impedida de voltar devido ao início da Guerra do Pacífi co acaba fi cando no País. Casa-se, cria os dois fi lhos e com quase 40 anos começa a pintar incentivada pelo artista japonês Keiya Sugano. A carreira atinge plena efervescência a partir dos seus 50 anos, quando realiza mostras individuais e conquista prêmios na maioria dos salões brasileiros. Em sua extensa trajetória participou de 20 Bienais Internacionais (seis de São Paulo, uma das quais recebeu o Prêmio Itamaraty), contabiliza em seu currículo mais de 90 exposições individuais e quase quatro centenas de coletivas, entre o Brasil e o exterior, além de 28 prêmios. A obra de Tomie destaca-se tanto na pintura e na gravura, quanto na escultura. Marcam ainda a sua produção as mais de 30 obras públicas desenhadas na paisagem de várias cidades brasileiras, feito raro para um artista no Brasil. Recentemente, entre 2009 e 2010, suas esculturas alcançaram também os jardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio e a cidade de Okinawa, no Japão. Sempre disposta a novos desafi os, Tomie levou a sua arte para outras frentes. Criou dois cenários para a ópera Madame Butterfly, o primeiro em 1983, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e o segundo em 2008, no Teatro Municipal de São Paulo. Costuma também ser convidada a criar peças para prêmios e comemorações, como por ocasião do centenário da imigração japonesa, em 2008, quando concebeu a monumental escultura em Santos e a do Aeroporto TOMIE OHTA OHTAKE T KE | 9 TA


Internacional de Guarulhos em São Paulo. Peças de menores dimensões, como o troféu da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, além de medalhas e objetos para laureados de muitos eventos fazem também parte de sua diversifi cada produção. Sobre o seu trabalho foram publicados dois livros, vinte catálogos e oito fi lmes/vídeos, um deles com a assinatura do cineasta Walter Salles. Em São Paulo, dá nome a um vibrante centro cultural, o Instituto Tomie Ohtake. A artista continua realizando pinturas, gravuras, esculturas e obras públicas. Neste ano, em comemoração ao seu aniversário de 97 anos, o Instituto com seu nome exibiu as suas pinturas recentes, cerca de 25 obras em grandes dimensões realizadas em 2010. Seu reconhecimento público tornou-a uma espécie de embaixatriz das artes e da cultura no Brasil. Assim Tomie é sempre convocada a receber grandes personalidades internacionais, como a Rainha Elizabeth, Imperador, Imperatriz e Príncipe do Japão, dançarino Kazuo Ohno, coreógrafa Pina Bausch, artista Yoko Ono, escritor José Saramago, entre muitos outros.

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PINTURAS

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Sem título, circa 1960 óleo sobre tela, 100 x 69,8 cm assinado Tomie no canto inferior esquerdo etiqueta de catalogação Instituto Tomie Ohtake P60-15 Sem título, circa 1968 óleo s/ tela, 29,7 x 90 cm assinado Tomie no canto inferior esquerdo etiqueta de catalogação Instituto Tomie Ohtake P-68-14

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Sem título, 1979 óleo sobre tela, 100 x 100 cm assinado e datado Tomie 79 no canto inferior esquerdo assinado Tomie Ohtake no verso etiqueta de catalogação Instituto Tomie Ohtake P79-5

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Sem título, 1982 óleo sobre tela, 100 x 100 cm assinado e datado Tomie Ohtake 1982 no verso etiqueta de exposição: Retrospectiva de Tomie Ohtake 11-30/out/83 etiqueta de catalogação Instituto Tomie Ohtake P82-29

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Sem título, 1983 óleo sobre tela, assinado e datado Tomie 83 no canto inferior esquerdo assinado e datado Tomie Ohtake 1983 no verso etiqueta de catalogação Instituto Tomie Ohtake P83-59

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Sem título, 1985 óleo sobre tela, 100 x 100 cm assinado “Tomie 85” no canto inferior esquerdo assinado e datado “Tomie Ohtake 1985” no verso etiqueta de catalogação Instituto Tomie Ohtake P85-28

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Sem título, circa 1987 óleo sobre tela, assinado Tomie no canto inferior esquerdo assinado e dedicado Para Paulo-san Tomie no verso etiqueta de catalogação Instituto Tomie Ohtake P87-47

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ESCULTURAS

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Sem título (para teto), 2006 tinta automotiva sobre aço carbono circular, 60 x 230 x 110 cm Sem título, 2009 tinta automotiva sobre aço carbono circular, 180 cm (aprox.)

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Sem título, 2009 tinta automotiva sobre aço carbono circular, 105 x 200 x 55 cm

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Sem título, 2009 tinta automotiva sobre aço carbono circular, 130 x 125 x 50 cm Sem título, 2009 tinta automotiva sobre aço carbono circular, 100 x 150 x 90 cm

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GRAVURAS

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Sem título, 2008 gravura em metal, 37 x 106 cm Sem título, 2008 gravura em metal, 106 x 37 cm Sem título, 2008 gravura em metal, 106 x 37 cm

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Sem título, 2008 gravura em metal, 75 x 54 cm Sem título, 2008 gravura em metal, 75 x 54 cm

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Sem tĂ­tulo, 2008 gravura em metal, 37 x 106 cm

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Sem título, 2008 gravura em metal, 54 x 75 cm Sem título, 2008 gravura em metal, 54 x 75 cm

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Sem título, 2008 gravura em metal, 106 x 37 cm Sem título, 2008 gravura em metal, 37 x 106 cm

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Sem título, 2008 gravura em metal, 54 x 75 cm Sem título, 2008 gravura em metal, 74 x 54 cm

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ENGLISH VERSION

TOMIE EXHIBITION IN FORTALEZA It is a great honor for the Instituto Tomie Ohtake to collaborate in the organization of an exhibition of work by the institute’s namesake, in this Brazilian city 3 thousand kilometers from São Paulo, at a space directed by the exceptional man of art, Max Perlingeiro. Tomie has exhibited previously in Fortaleza, the first time 24 years ago and the last time 18, so was enthusiastic to have the opportunity to, once again, show her work in Ceará. This time at the Galeria Multiarte, a branch of Pinakotheke Cultural, showing paintings, engravings and sculpture. Tomie found in metal engraving the same freedom she found in the paintbrush and, with her innovative impetus, created many possibilities to support this. This exhibition shows the artist’s most recent series, where her renewed graphics emerge. The exhibition also shows paintings from several periods chosen by the sharp eye of Perlingeiro, and a series of sculptures produced in 2008. These are linear pieces made from white tubes with shapes that, as they emerge from the walls or ceiling, appear to have been crafted by Tomie’s own hands. These lines, recurrent in her one-dimensional pieces, move towards space, transforming two languages into a single artistic object. Instituto Tomie Ohtake welcomes this partnership with Pinakotheke Cultural, with emphasis on the professionalism and close friendship which bring the two institutes together. Instituto Tomie Ohtake

SEM OLHAR PARA O REAL Max Perlingeiro É com grande entusiasmo que a Multiarte apresenta esta importante exposição da artista Tomie Ohtake em Fortaleza em cooperação com o Instituto Tomie Ohtake nosso parceiro de longa data, dirigido com grande competência por seu filho Ricardo Ohtake. Tomie Ohtake faz parte de uma geração de artistas comprometida exclusivamente com o seu trabalho. Veio para o Brasil em 1936, radicou-se em São Paulo, criou dois fi lhos, naturalizou-se brasileira e pinta sua primeira tela aos 39 anos de idade.Começou figurativa e tornou-se abstrata. Fez parte do Grupo Seibe,(Seibikai), grupo de artistas plásticos de São Paulo, que reuniu artistas japoneses interessados em criar um espaço de discussão que promovesse o aprimoramento técnico e a divulgação de suas obras criado em 1936. O Grupo realizou a sua primeira e única exposição dessa fase no Clube Japonês em 1938. A entrada do Brasil na II Guerra Mundial limitou as atividades da colônia japonesa do Brasil provocando a dispersão do Grupo. Mais tarde reiniciam as suas atividades, criando um ateliê coletivo e o ingresso de novos artistas entre eles: Tomie, ManabuMabe, Flávio Shiró, Fukushima entre outros. Consagrada no Brasil e no exterior é considerada a grande dama da arte brasileira. Suas obras figuram nas maiores coleções publicas e privadas. A coleção apresentada é constituída de raras pinturas das décadas de 1960 ate 201X,entre elas cabe destacar uma das obras da série Pinturas Cegas.

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No final da década de 1950, o critico Mario Pedrosa retorna do Japão depois de uma pesquisa em história da arte para formar um diálogo com a produção ocidental e pede aos artistas brasileiros que dessem atenção à cultura japonesa: a caligrafia, a pintura sumi, a arquitetura, o espírito Zen, entre outros aspectos.Duas sugestões de Mario Pedrosa foram seguidas por Tomie: ler o filósofo Merleau-Ponty, a cuja fenomenologia a arte brasileira muito deve, e pintar de olhos vendados. “Tomie alternava, na elaboração de cada quadro, períodos de cegueira e de visão. As vendas nos olhos durante o processo da pintura tinham o sentido de realizar uma ação pictórica no limite da percepção. O pincel não buscava demarcar território ou produzir qualquer figuração. Tratava-se do puro fenômeno da passagem do tempo no processo Zen, através do ato de pintar”. A importância desta serie foi ressaltada através de uma exposição realizada no Instituto Tomie Ohtake em 2011 como comenta o critico Paulo Herkenhoff, curador e responsável pelo resgate destas obras: “Houve uma época em que Tomie Ohtake resolveu vendar seus olhos para criar obras que ela mesma chama de “pinturas cegas”. Era o fim dos anos 1950, começo dos 60, quando a artista se lançou a essa experimentação, num “momento capital de Tomie na vanguarda”, - é que a artista pintava “sem olhar para o real” e inominando suas imagens. Por muito tempo, os quadros dessa fase ficaram como que guardados, vez ou outra figurando em exposições, mas, isolados. Somente agora, aos 97 anos, Tomie apresenta pela primeira vez um conjunto reunido de cerca de 32 de suas obras dessa série.

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As esculturas selecionadas são de uma serie desenvolvidas pela artista entre 2006 e 2009 construídas em tubo de aço carbono pintadas de branco que saem das paredes e do teto e de acordo com a incidência da luz, imprimem desenhos de sombras. E uma extraordinária série de gravuras em metal feitas em 2008.A gravura começa na vida da artista como curiosidade. Inicia com a serigrafia, a seguir a litografi a e fi nalmente nos anos 80 a gravura em metal. Sua consagração foi receber o convite para apresentar a sua obra gráfica nas Bienais de Veneza em 1972 e Tokio em 1974. Pensar em Tomie e sair totalmente da realidade. Uma artista completa, fiel as suas origens, disciplinada, que trabalha diariamente e que ainda aceita grandes desafi os. Atualmente cria um painel monumental para uma Universidade do ABC paulista e uma escultura de grandes dimensões para uma instituição financeira em São Paulo. Tive o privilegio de participar das comemorações dos seus 97 anos e ver uma exposição de obras recentes e de grandes formatos. Nesta noite sentada numa cadeira e recebendo seus inúmeros amigos ousei perguntar: Onde você arranja tanta energia? E ela me respondeu: “Fui vero Paul McCartney. Você foi?” Não tive resposta. No próximo dia 21de novembro Tomie completará 98 anos de idade e a Galeria Multiarte se antecipa as comemorações. Parabéns Tomie e obrigado pela sua grande generosidade.


BIOGRAPHY Tomie Ohtake was born in Kyoto, Japan, on November 21 st 1913, where she completed her schooling. In 1936 she travelled to Brazil to visit one of her five brothers. Unable to return, due to the outbreak of the Pacific War, she remained in the Country. She married, raised her two children and, at almost 40 years of age, began to paint, encouraged by Japanese artist Keiya Sugano. Her career took off after the age of 50, when she carried out individual exhibitions and won awards at most of the Brazilian art salons. During her long trajectory she took part in 20 International Biennales (six in São Paulo, at one of which she received the Prêmio Itamaraty award) and counts in her curriculum over 90 individual exhibitions and almost four hundred collective shows, in Brazil and abroad, besides 28 awards. Tomie’s work, in painting, engraving and sculpture, stands out. Her production is also highlighted by over 30 public pieces which are part of the landscape of several Brazilian cities, a rare feat for an artist in Brazil. Recently, between 2009 and 2010, her sculptures have also travelled to the gardens of the Museum of Contemporary Art of Tokyo and the city of Okinawa, in Japan. Always ready for a new challenge, Tomie took her art to other frontiers. She twice created scenery for the Madame Butterfl y opera, first in 1983, at the Municipal Theatre of Rio de Janeiro, and then in 2008, at the Municipal Theatre of São Paulo. She is also often invited to create pieces for awards and celebrations, such as on the occasion of the 100-year anniversary of Japanese

immigration, in 2008, when she designed the monumental sculpture in Santos and at the Guarulhos International Airport in São Paulo. Smaller pieces, such as the trophy for the São Paulo International Film Festival, besides medals and objects for award winners and guests of honor at many events, are also part of her diversified production. Her work has featured in two books, twenty catalogues and eight fi lms/videos, one by cinematographer Walter Salles. In São Paulo, a vibrant cultural center, the Tomie Ohtake Institute, is named after her. The artist continues to paint and produce engravings, sculptures and public pieces. This year, to commemorate her 97 th birthday, the Institute that bears her name exhibited her recent paintings, around 25 large dimension pieces produced in 2010. Public recognition has turned her into a sort of ambassador for arts and culture in Brazil. Thus, Tomie is always invited to meet important international visitors, such as Queen Elizabeth II, the Emperor, Empress and Prince of Japan, dancer Kazuo Ohno, choreographer Pina Bausch, artist Yoko Ono, writer José Saramago, among many others.

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EXPOSIÇÃO

FOTOGRAFIAS

Planejamento e curadoria Max Perlingeiro

André Arruda: Objetos em ateliê – pág. 2 e obras 1, 2, 6, 12, 16, 21, 23, 24, 26, 28, 30, 32, 33, 34, 35, 36, 38

Organização Max Morales Perlingeiro Gerência de projeto e montagem Maria Beatriz Castelo Crispino Equipe técnica François Bento de Oliveira Jerri Adriano Viana Lima João dos Santos Neto Karla Assunção CATÁLOGO Coordenação editorial Camila Perlingeiro Assistente editorial Vera Schettino Tradução Juliana Spink Mills Projeto gráfico e diagramação Adriana Cataldo e Priscila Andrade Zellig | www.zellig.com.br Digitalização de imagens Trio Studio Impressão e acabamento Gráfi ca Santa Marta

Arquivo Pinakotheke: O artista em seu ateliê – pág. 22 Jean Louis Lozi: obras 8, 10, 11 João Modé: obra 3 Maycon Lima: O artista em seu ateliê – pág. 40 Sérgio Guerini: obras 4, 5, 7, 9, 13, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 22, 25, 27, 29, 31, 37 Capa: 12. Tissu d´Afrique, 2008 óleo sobre tela, 200 x 180 cm



Rua Barbosa de Freitas 1727 | Aldeota 60170-021 | Fortaleza | Ceará Telefone 85 3261-7724 E-mail multiarte@fortalnet.com.br Período da exposição: 5 de agosto a 19 de setembro de 2009 de segunda a sábado, das 14 às 20 horas


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