Centro de Educação Ambiental - Tecnologias Sustentáveis

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Empoderar para Transformar


CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Desde 2011, construindo de forma coletiva tecnologias permaculturais de baixo custo – e que podem ser multiplicadas – para atender às necessidades da comunidade do Jardim São Luís e entorno. No espaço da Fundação Julita, construímos e implantamos mais de 20 tecnologias sustentáveis que oferecem alternativas aos problemas ambientais da comunidade e de periferias urbanas.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS CISTERNAS Ao todo são 3 sistemas de captação, armazenamento (CISTERNAS) e distribuição de água da chuva, construídas com princípios de bioconstrução nos anos de 2013, 2015 e 2017, sendo duas na fazendinha e uma na área construída Capacidade atual de armazenamento: 75 mil litros Aproximadamente 3 milhões litros de água captadas até o momento Economia de R$ 27.000,00 desde implantação Manutenção de todo o sistema ambiental e rede de banheiros do refeitório central e do prédio da coordenação


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS CÍRCULO DE BANANEIRAS O círculo de bananeiras é um sistema natural de tratamento de águas cinzas (as que saem das pias, torneiras, chuveiros - menos privadas). Isso é possível graças ao tamanho das folhas das bananeiras que permitem uma maior evapotranspiração de água. Com isso, a água armazenada dentro dos círculos é filtrada pelas raízes destas plantas com a ajuda de microorganismos associados e evapotranspirada para a atmosfera novamente através de suas largas folhas, além de infiltrar no solo a água que não fora utilizada pela planta. As bactérias que se formam nos centros dos círculos de bananeiras trabalham na decomposição do material orgânico transformando tudo em um ótimo composto para as plantas. Esses sistemas alimentam os lençóis subterrâneos e os rios voadores (nuvens) e produzem alimentos, como bananas, taiobas, juçaras entre outras.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS SWALES Swales são valas de infiltração de água da chuva, mas não uma vala qualquer! Estes canais de infiltração são desenhados de acordo com as curvas de níveis do terreno que é mensurada a partir do uso de uma ferramenta caseira chamada “pé de galinha” e há ainda o plantio em suas margens que aumentam a barreira à água e criam um jardim. A existência do jardim e umidade cria microclima e microecossistemas (habitats), aumentando a diversidade local. Estes canais de água exercem uma importante função em terrenos em declive, reduzindo a velocidade de escoamento superficial, reduzindo a erosão do solo e lixiviação de nutrientes. A água captada alimenta os jardins (reduzindo a dependência de irrigação artificial) e parte segue para o lençol freático; alguns canais são interligados com os Círculos de Bananeiras, permitindo maior infiltração de água.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS BACIA DE INFILTRAÇÃO Também com função de infiltração de água da chuva, usado para o direcionamento de grande volume de água, visando diminuir o escoamento superficial de água e reduzindo inundações, lixiviação de nutrientes e erosão do solo. As bacias de infiltração, podem ter uma árvore de porte próximo a sua borda, pois a mesma irá se beneficiar desta umidade, além de outras plantas nas margens. Vale ressaltar o benefício dos lençóis freáticos urbanos. A metodologia consiste em escavar um círculo com dimensões que variam de acordo com o tamanho do terreno. Na Fundação Julita, as bacias que foram criadas ultrapassam os 2 m³, mas podem ser menores. A terra retirada do centro da bacia é colocada na borda para aumentar a altura da barragem e é feito um canal que conduzirá a água da chuva para este sistema.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

JARDIM DE CHUVA Criado para direcionar e infiltrar água de chuva. Entre outras funções, também foi desenvolvido para frear a erosão causada por altos volumes das águas pluviais. Também tem como benefícios a alimentação do lençol freático, a criação de microclima, de habitats e nutrição para seres como anfíbios, répteis, insetos, aracnídeos, pássaros entre outros.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

DA CISTERNA AO JARDIM Sistema de monitoramento quantitativo e automoção de irrigação de jardim aromático com água de chuva. Realiza o controle do uso da água de cisternas, de forma automatizada, para regas de jardins via interação com um aplicativo.

Link vídeo sobre o projeto: https://www.youtube.com/watch?v=frzKqwd5dbU


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

JARDIM DE BEIJA-FLOR Canteiros criados com plantas que co-evoluíram junto aos Beija-Flores. Trata-se de um espaço com objetivo ecológico (nutrição de beija-flores e outros seres como abelhas, borboletas, besouros) e pedagógico (desenvolvimento de atividades de observação de padrões da natureza). Além de receber grandes volumes de águas de chuva em seus swales integrados.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

ESTUFA DE MUDAS Estufa de mudas com irrigação por meio de aspersão de água de chuva de cisterna integrada. Seu funcionamento ocorre sem uso de energia elétrica, utilizando a gravidade para uso do recurso renovável.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS TELHADO VERDE Telhado construído para cultivo de plantas entre outros benefícios, dentre eles podemos citar: l criação de microclima; l criação de microecossistema com a atração de insetos, como borboletas, besouros e abelhas que buscam néctar de flores, também utilizado por pássaros. O microclima criado atenua os efeitos climáticos sobre a casa (De fora = frio, dentro mais quente e vice-versa), além disso amortece os efeitos acústicos na construção, tanto os ruídos externos, como sons internos na casa são parcialmente barrados; atuando assim na qualidade termoacústica da casa. Até o momento temos 3 telhados verdes na organização; um produzindo óra-pro-nóbis (comestível e medicinal), outro com boldo chinês e o terceiro com unha de gato – ambos medicinais.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS HORTA PANCs- plantas alimentícias não convencionais Há diversos jardins e canteiros produzindo comida na Fundação Julita como as famosas PANCs ou o tão conhecido “mato de comer” de nossas avós! São plantas que sempre fizeram parte da nossa alimentação, mas foram deixando de ser utilizados devido ao advento das feiras livres que passaram a fornecer produtos melhor adaptados à produção em escala, aumentando a oferta e reduzindo a diversidade alimentar. Atualmente o interesse pelo resgate de conhecimento acerca dessas plantas vem crescendo aliado ao interesse por culinária. Na Fundação Julita temos taiobas, feijão guandú, feijão mangalô, ora-pro-nóbis, capuchinha, peixinho, azedinha, caruru, entre outras.


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BIOFILTRO O Biofiltro é um sistema simples e natural de purificação da água de reúso. Dentre as funções que executa estão o tratamento da água cinza por meio de zona de raízes e filtro físico e a construção de um habitat aquático que cria microclimas diferentes. Também possibilita a diversidade ecológica, a partir da visita de pássaros, insetos e anfíbios entre outros seres vivos.


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ZONA DE RAÍZES Sistema de tratamento ecológico de esgoto (águas negras) por meio de sistema integrado de sedimentação, filtragem e degradação de resíduos presentes, bem como purificação da água por meio de criação de galerias para desenvolvimento de microorganismos decompositores na Zona de Raízes que, por sua vez, é cultivada com plantas com alto potencial de evapotranspiração devido às folhas largas.


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HORTA VERTICAL DE TEMPEROS São hortas produzidas em canteiros suspensos, conhecidas como horta vertical. Trata-se de uma alternativa para produção de temperos e hortaliças para locais com pouco espaço, sugerindo-se assim a ocupação das paredes. Há diversos modelos desse tipo de horta, com materiais diversos, como PVC, caixas de plástico e madeira, garrafas pets, galochas velhas, pneus, latas, sapateiras de parede, entre outros. O nosso foi feito em bambu.


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BIODIGESTOR Trata-se de um tecnologia para tratamento ecológico do esgoto muito eficaz, de baixo custo. Funciona com o direcionamento das águas negras (fezes e urina) para um sistema fechado onde se criam condições de alimento e temperatura para o desenvolvimento de bactérias anaeróbicas (que não precisam de oxigênio). As bactérias digerem todo o material que entra no sistema e produz gás metano (75%) e gás carbônico (25%) que podem ser canalizados para uso doméstico como gás de cozinha e produção de energia. O Biofertilizante, outro produto proveniente da biodigestão, pode ser utilizado em plantas como ótimo adubo!


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

TECNOLOGIAS DE BIOCONSTRUÇÃO Bioconstrução: conjunto de técnicas de construção vernacular que orienta o uso de materiais locais e de baixo impacto; geralmente de fácil aplicação. Na Fundação Julita temos um auditório e um banheiro seco que utilizaram destas técnicas mencionadas abaixo: Hiperadobe – técnica da terra ensacada; Taipa de mão – técnica de barro em bambu trançado; COB – bola de barro e fibra vegetal; Bamburia – uso de bambu em diversas estruturas do espaço (telhado, parede, estrutura da cisterna, tratamento de esgoto, fechamento da cumeeira, conduíte elétrico, estrutura de filtros UVA).


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BANHEIRO SECO – “BASON” Criado como alternativa aos banheiros tradicionais que usam água como dissipador dos resíduos, o bason cria um espaço de compostagem onde as fezes junto a serragem ou cinza (jogada após o uso do banheiro) criam os elementos necessários para decomposição dos resíduos com baixa produção de odores e nenhuma utilização de água. Produz adubo em seu final de ciclo que pode ser utilizado em jardins ornamentais. O banheiro seco da Fundação Julita foi construído com técnicas de bioconstrução como taipa de mão (barro em bambu trançado), bambu estrutural do telhado verde que está produzindo boldo do chile!


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

Pluvi.On - PLUVIÔMETRO DIGITAL Sistema de monitoramento real das condições climáticas locais a partir do cruzamento de informações de estações meteorológicas de baixo custo. Realiza a previsão do tempo em alta resolução disponível em facebook e telegram. A startup que criou o sistema foi ganhadora do Prêmio Startup de Impacto do Ano – 2017. Eles estão entre as 500 Startups de Deep-Tech do mundo que estão utilizando tecnologia a serviço do impacto positivo.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS COMPOSTEIRA A Fundação Julita produz cerca de 1.200 refeições diariamente e os restos de produção dos alimentos frescos são destinados à composteira desde 2011, reduzindo pressão em aterros sanitários. Até o momento houve a geração de aproximadamente 500 mil quilos de adubo que fazem a manutenção de todo o sistema ambiental. Parte do adubo é vendido localmente. Em termos de economia, geramos cerca de R$ 1.170.000,00 em adubo em sete anos de funcionamento. Todo chorume produzido é recolhido por canaletas e direcionado para tratamento em um círculo de bananeiras.


TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS RESTAURAÇÃO DO BOSQUE COM TÉCNICAS AGROECOLÓGICAS Agrofloresta é uma metodologia de cultivo de alimentos e outras plantas de interesse comercial nas quais a vegetação nativa é protegida, havendo apenas manejo do solo, água e luz do local (com podas para entrada de sol). O SAF (Sistema Agroflorestal) preserva a mata original, pois não necessita de remoção de plantas preexistentes e, ao mesmo tempo, produz alimentos e árvores de interesse de corte. Também revitaliza o solo e o suporte de carga do lençol freático da área. É um sistema que mimetiza o processo natural de evolução de uma floresta, porém com o manejo humano. Acelera o processo produzindo alimentos e madeira. Esta metodologia de manejo de cultivos pode tanto ser aplicada tanto em áreas florestadas quanto em áreas desmatadas, pois utiliza o princípio da “Sucessão Ecológica”, no espaço e no tempo da formação florestal. O Bosque da Fundação Julita está sendo recuperado, pois há tempos que novas árvores não nasciam por lá. Isso aconteceu porque os animais de porte (cavalo, vacas e ovelhas) que sempre tiveram livre circulação pelos espaços da Fazendinha comiam e pisoteavam as novas plantas. Com isso, as árvores que restaram no bosque possuem uma idade avançada considerando uma vegetação secundária. Dentre as ações realizadas de recuperação, temos: l Manejo de Luz com a supressão de 90% dos cipós; l Criação de núcleos de biodiversidade, utilizando restos de podas compostado por 6 meses; l Criação de bacias de infiltração, para aumentar a umidade do solo e reduzir erosão; l Plantio de árvores nativas de avefauna, beneficiando polinizadores e dispersores de sementes; l Manejo hídrico com a criação de caminhos de águas de chuva.


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