Fighter Online

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ano i โ ข nยบ 03 - abril/ maio/ junho - 2011

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>> EDITORIAL E EXPEDIENTE

Caro Leitor da FighterOnline, Espero que tenha apreciado a 2ª edição da Revista Virtual FighterOnline, mas prepare-se por que a terceira está ainda melhor. Em nossa trajetória sobre as artes marciais, ganhamos mais um colaborador extremamente importante para as artes marciais do Brasil, o Judô. Nosso primeiro contato aconteceu com uma das Associações mais antigas na prática do Judô, a Associação Messias, fundada pelo professor Messias Rodarte que nos deixou em presença física, mas está vivo em seu filho Shihan Milton Correa e em seus inúmeros discípulos em todo o Brasil. Essa história de dedicação ao Judô ilustra nossa primeira homenagem nesta edição. Abrindo a coluna do Comportamento, o Dr. José Augusto Maciel Torres, nosso editor de filosofia, nos mostra uma reflexão sobre a arte marcial no Ocidente, seguida por um brilhante artigo de nosso novo colaborador Guilherme Fauque do Rio Grande do Sul sobre o Budo. Conheceremos a Liga Nacional de Pa-Kua que apresenta sua arte de origem chinesa. Teremos nosso grande amigo Kyoshi Rogério Wong, do Karate Shorin Ryu com suas noticias do Seminário Internacional de Karate em Córdoba, na Argentina e também do Karate o 2° capítulo do artigo “O que é Goju Ryu” com o Kyoshi Ydenir Machado presidente da Liga Brasileira de Goju Ryu.

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Recebemos contato de vários colaboradores novos de todas as partes do Brasil e agradecemos a todos sem exceção pela gentileza e pela qualidade do material enviado.

Fighter Online Dir. Geral/ Editor/ Designer: Fábio Amador Bueno. Editora Chefe/ Marketing/ e Produção: Elaine Ferreira. Copy-Desk e Revisão: Fernando Kalaf. Colunista voluntário: José Augusto Maciel Torres. Colaboraram nesta edição: Guilherme Fauque, Fernando Sandri, Milton Corrêa, Maurício Neves, Rogério Wong, Ydenir Machado, Diógenes Fernandes, Wagner Bull.

A Revista FighterOnline é uma publicação virtual trimest ral com acesso gratuito concebida pela Bueno Editora Design e Comunic ação. A Bueno Editora não se responsa biliza pelos serviços e produtos apres entados pelas empresas que anunciam nesta Revista, os quais estão sujeitos às normas de mercado do Código de Defesa do Consumidor. As reportagens e artigos assinados são de responsabilidade dos autores. As informações contidas nas matérias não constituem e nem sub stituem, em hipótese alguma, o acon selhamento, o diagnóstico, e o acom panhento de um profissional da área esportiva, médico ou profissional esp ecializado. Somente estes profissio nais estão aptos a fornecer o melho r diagnóstico, tratamento ou mesmo tre inamento diante da singularidade física, funcional e clínica(saúde) de cada um.


CARTAS DO LEITOR

Espaço reservado para a comunidade marcial enviar suas cartas, dicas de pauta, sugestões de matérias, críticas desde que construtivas, elogios e até mesmo fotos sensacionais de golpes. Todo o material enviado será avaliado e poderá ser publicado com os devidos créditos aos fotógrafos e colaboradores. Participe, opine e contribua com o conhecimento de toda a comunidade! Assuntos de interesse geral, treinamento, didática, reflexões sobre comportamento dos praticantes, exemplos de superação, responsabilidade social, treinamentos inovadores etc serão muito bem vindos. As artes marciais do Brasil agradecem... Aguardamos seu contato! Sua participação é muito importante! Saudações Marciais! contato@fighteronline.com.br redacao@fighteronline.com.br

Envie um tema a ser abordado na revista ou no site. Pode ser uma matéria, treino, entrevista ou qualquer ideia que deixe nosso trabalho ainda mais interessante. Participe agora mesmo!

Bueno Editora, Design & Comunicação Av. Dr. Bernardino de Campos, 338 A Sala 22 Santos/ SP CEP 11065-000 Tels.: (13) 3345 3241/ 3345 4041 www.buenoeditora.com.br

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Índice

COLUNAS E ASSUNTOS: Cultura Marcial: Artes Marciais no Ocidente - 06.

Cultura Marcial: Budo, além do Esporte, além do Marcial - 10.

comunidade marcial: Liga Internacional de PA-KUA - 14.

HOMENAGEM: Judo no Brasil - 18. Homenagem Sensei Messias Rodarte Corrêa - 22. Copa São Paulo de Judo no Brasil - 24. ENTREVISTAS: Mestre Nagata/ Kiokushinkaikan - 28. Mestre Paulo Silva/ Hapkido - 34.


MMA: A importância do porte físico - 38. MMA e as relações trabalhistas - 40. ARTE MARCIAL: O que significa Goju Ryu? - 44. Benefícios do Aikido - 48.

EVENTO: Seminário Internacional de Karate - 48. 11 Anos do Projeto Social Karate Do Sensei Byron - 54. SOCIAL: Uanderson pelo social - 58. medicina holística: Acupuntura contra depressão - 62. BIBLIOTECA MARCIAL: Livros, Filmes e DVDs - 76.


>>cultura marcial POR: José augusto maciel torres

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Artes Marciais no ocidente

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o pensarmos em artes marciais, a primeira imagem que nos vem à cabeça é o oriente, em especial o continente asiático. Karate, Judo, Jiu Jitsu, Kung Fu, Taekwondo, entre muitas outras às quais estamos acostumados são originárias do leste, o que nos leva à crer que o ocidente não tem qualquer tradição marcial. Essa ideia é equivocada, pois a história ocidental é marcada por inúmeras manifestações relacionadas às artes marciais. Já na Grécia antiga, considerada a “mãe” das sociedades ocidentais, estas desempenhavam um papel importantíssimo. Ali se valorizava a virilidade humana, defendida pelos grandes filósofos, sendo permitidos combates físicos até mesmo entre as mulheres. Por que, então, as tradições e registros históricos sobre artes marciais são infinitamente mais abundantes no oriente que no ocidente? É simples. Ali, os princípios filosó-


ficos, espirituais, tradições e até mesmo normas de conduta e etiqueta social sempre foram permeados pela marcialidade, considerada um caminho para a evolução, com base na crença da unidade corpo-mente-espírito, e portanto entranhada em quase todos os aspectos culturais. No ocidente não ocorreu essa integração, o que acreditamos ser o motivo para a escassez de registros. Uma das modalidades de combate mais populares na Grécia antiga era o Pancrácio, que significa “dominar a tudo e a todos”. Segundo a mitologia, foi dado aos homens pelo Deus Hermes, que o trouxe do Olimpo. Com esta luta, se objetivava ter o pleno domínio de todas as coisas existentes no universo. Nessa luta se fazia uso de golpes de pernas, mãos, joelhos, pés, sendo que nenhuma parte do corpo era desprezada nesDeus Hermes. tes combates. A violência do Pancrácio o tornou muito popular, atraindo para ele muitos adeptos audiência tal que chegava a lotar estádios. Outra modalidade bastante popular na Grécia antiga era o Pugilato, luta sem armas, quase tão antiga quanto o Pancrácio. Sua criação é atribuída aos heróis Amico e Epeo, e seu surgimento é anterior até mesmo à guerra de Tróia. Obteve grande e rápida popularidade entre os gregos, sendo realizada de duas maneiras: a primeira, com a cabeça e os punhos descobertos, e a segunda com os punhos cobertos com faixas e luvas, que eram amarradas com tiras de couro, e a cabeça coberta por protetores de cobre. Uma das curiosidades sobre as lutas gregas era o fato de os lutadores combaterem nus, com os corpos cobertos com óleos especialmente preparados, que dificultavam o ataque e impediam que o lutador fosse agarrado pelo adversário, além de proteger do calor. Outro fato curioso é a presença, nos estádios onde eram realizados os combates, de uma enorme estátua do deus Hermes, criador mitológico destas artes, que representava a proteção divina aos locais. Outra prova bastante significativa da presença das artes marciais no ocidente foram os famosos cavaleiros das cruzadas. Embora tenham ficado famosos por sua perícia no uso das armas brancas, também eram muito eficientes no combate corpo a corpo, sem

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>>cultura marcial 8

armas. Adaptando o antigo Pugilato grego ao Kick (técnica inglesa de combate corporal que usa os pés durante as lutas), ao Savate (método de luta francesa que faz uso dos pés e dos punhos assemelhando-se ao boxe ortodoxo) e ao Borzaghino (método de combate dos cavaleiros italianos), tornaram-se excelentes lutadores. O próprio Rei Ricardo Coração de Leão era um excelente lutador, tendo ficado famoso por suas habilidades marciais. As sete disciplinas do cavaleiro eram as seguintes: arte de montar; o bom uso do arco e flecha; habilidade em subir escadas, árvores e outros obstáculos; salto em distância; serviços de mesa, danças e conhecimentos dos jogos; habilidades em lutas com a espada; profundo conhecimento das táticas de lutas corporais antigas, como o Pugilato, Luta Greco-Romana e Pancrácio. O início do treinamento do guerreiro era feito aos sete anos de idade, e o término aos quatorze. Desta idade em diante o cavaleiro era moldado para a intelectualidade e as doutrinas espirituais, aprendendo então as línguas latina e grega, além de conhecimentos morais e sociais. Neste breve apanhado, demonstra-se que desde a antiguidade, passando pela idade média, houve tradição marcial no ocidente. Embora não tão incorporadas à cultura quanto no oriente, como já afirmamos, não é de maneira alguma desprezível seu papel na sociedade ocidental; ao contrário, pode-se afirmar com convicção que estas foram e ainda são extremamente importantes em nossa cultura.


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TEXTO: guilherme fauque

>> cultura marcial

Budo

AlĂŠm do esporte, alĂŠm do marcial


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o começarmos nossas práticas em artes marciais, não é incomum que nossos objetivos sejam parciais, pragmáticos e longe de uma concepção mais profunda de Budo. Objetivamos um esporte, um sistema de defesa pessoal ou apenas uma forma de vencermos nossas fraquezas e inseguranças. Embora admitamos que a ênfase no esporte e/ou apenas no desenvolvimento marcial sejam objetivos parciais e incompletos, certamente que não são, em absoluto, errôneos. Contudo, é evidente que a força exterior fenece com a idade, sucumbe à doença e, por fim, é ceifada pela morte. Já a consciência do desenvolvimento de uma força interior, em conjunto com a força externa, forma a busca perene do verdadeiro caminho marcial. Mente e corpo em harmonia, Ken Zen Ichinyo, como propunha Doshin So, fundador do Shorinji Kempo. Não obstante, devido à estagnação de muitos praticantes atuais somente nos aspectos físicos, vemos imperar uma compreensão errônea dos fundamentos do Budo e dos objetivos que os grandes mestres almejavam quando na fundação de seus sistemas. Logo, é importante compreendermos, mesmo que brevemente, o que seja o Budo. Budo é uma palavra japonesa composta pela raiz Bu, que é parcamente traduzida como guerra ou luta. Contudo, Doshin So nos deixa claro que o Kanji para Bu é composto pelos caracteres que significam “lança” e “parar” . Portanto, como fica explícito no Tokuhon, livro que esboça a filosofia do Shorinji Kempo, Bu tem

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>>cultura marcial 12

a significação mais acurada de “parar a lança”, ou seja, o Bu traz o sentido ético de interromper o conflito e contribuir para a paz, objetivo máximo desta raiz. (2008, p.9). A partícula Do , por sua vez, também é traduzida genericamente por caminho. Assim como o Bu, o Do também sofre uma grande dificuldade de tradução para a nossa língua. O Do refere-se a uma busca de sentido, algo muito difícil de reduzir nas palavras ocidentais. Provinda do Sânscrito mārga, que significa caminho para a iluminação, Do tem uma conotação geral de suprimir a violência e levar a um caminho de autoconhecimento. Deste modo, quando nos referimos ao Budo, es- Morihei Ueshiba. tamos enfatizando uma disciplina que tem como base a prática marcial, objetivando o fortalecimento do corpo e da mente, assim como o desenvolvimento das virtudes éticas e morais, num progresso harmonioso de corpo e mente. Embora saibamos que esta ainda é uma definição parca, afinal, como diz Tokitsu, a sua “definição é mais emocional do que teórica” (2003, p.2), cremos que é um importante passo inicial de conscientização da importância da arte marcial como um Budo. Assim, quando nos referimos à arte marcial unicamente como um sistema de defesa pessoal ou como esporte, fica evidente a incompletude de tal premissa. Jigoro Kano. Dizer que a arte marcial, em si, por definição, é um esporte, configura-se num erro grotesco de definição e de compreensão do cerne das artes marciais. O que não quer dizer que o aspecto esportivo e de defesa pessoal não sejam partes fundamentais desta. Ora, se tirarmos um copo d’água de um rio, este copo d’água não será o rio, embora tenha a presença deste na sua essência. Mas, ao colocarmos esta água novamente no rio, ela se funde a este e passa a ser parte integrante do mesmo.


Da mesma forma é com a arte marcial. Podemos utilizar uma parte dela para configurar um esporte, como fazem magistralmente o Taekwondo, o Judo, o Karate, entre outras. Contudo, esta parte, em si, não configura totalmente a arte marcial devido à incompletude do objetivo final. Parcamente, diríamos que no esporte busca-se, como fim, a vitória sobre o oponente para se chegar ao pódio e conquistar o campeonato. Já no Budo busca-se a vitória sobre si mesmo, calcado nas virtudes e na essência de um homem melhor. Embora, reforçamos, não sejam dois caminhos excludentes. Assim como a água no copo não deixa de ter a essência do rio, a arte marcial como esporte não Ginchim Funakoshi. deixa de ter na sua essência o Budo. Porém, o esporte não abarca a completude do Budo. Algo a mais é preciso. Como diz Donohue, no livro Deshi: Coisas diferentes são importantes para pessoas diferentes, contudo todos nós estamos buscando alguma coisa. Passei muito tempo treinando com pessoas que aparentemente estavam interessadas na luta. Mas é mais complexo do que isto. Ao rasparmos a superfície, vemos que todos nós buscamos uma dimensão mística mal-definida para a existência. (2005, p.31) Se recorrermos à história de vida de grandes mestres das artes marciais como Doshin So, Funakoshi, Jigoro Kano, Morihei Ueshiba, Ip Man, entre outros, veremos que seu objeto de busca sempre foi muito mais profundo do que fica aparente aos olhos do leigo. Por trás da aparente violência e de toda a disciplina, busca-se a formação de um homem melhor, para si e para a sociedade. REFERÊNCIAS: DONOHUE, John. Deshi. Onyx: New York. 2006. HAMA, Masao (coord.) Shorinji Kempo - Tokuhon. Trad.: Antonio Barbosa de Rezende Júnior. Editora Gráfica Topan-Press Ltda. 2008 TOKITSU, Kenji. Ki and the Way of Martial Arts. Shambhala Publications, Inc. 2003.

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TEXTO: fernando sandri

>>COMUNIDADE MARCIAL

pa-kua

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Liga Internacional de

PA-KUA

Organização sem fins lucrativos, fundada pelo Mestre Rogelio Magliacano, a Escola Internacional de Pa-Kua, ou Liga Internacional de Pa-Kua, é uma instituição de relevância mundial.


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undada no ano de 1976, logo após o regresso do Mestre Magliacano do Oriente, a Escola de Pa-Kua se desenvolveu no Brasil, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, Portugal, Suíça, Alemanha, Itália e Rússia. Hoje comemorando os 35 anos de ensinamentos, a instituição está sob a responsabilidade de seu discípulo mais avançado, Mestre Nicolás Darío Moyano - nomeado pelo Mestre Magliacano em 2006, sob o título de Mestre Titular Superior Responsável - e do Mestre Superior 8o Grau Fernando Martín Sandri. O Mestre depositário Responsável pelo conhecimento Pa-Kua, Rogelio Magliacano, veio a falecer em março de 2007. Seu amor, pensamentos e conhecimento seguem vivos dentro dos corações de todos os estudantes de Pa-Kua ao redor do mundo. Pa-Kua é um antigo conhecimento, passado de geração em geração, através da tradição transmitida oralmente. Atualmente, o Pa-Kua é ensinado no Ocidente através da utilização de um complexo e completo sistema de graduações, cursos, seminários e aulas regulares. O conhecimento Pa-Kua, baseado no antigo padrão de Pa-Kua, se aplica às artes marciais, à defesa pessoal, às armas antigas, à medicina chinesa, às vias de energia, à reflexologia, ao Chien Chi Kua, ao Yoga, ao Tai-Chi, à acrobacia, entre outras. A Liga Internacional de Pa-Kua oferece e garante assistência aos seus discípulos em qualquer lugar do planeta, oferecendo acesso ao conhecimento que permite o bem-estar, compreensão e auto-conhecimento.

A Arte Marcial na Liga Internacional de Pa-Kua Como pilar fundamental no ensino de Pa-Kua está a prática e desenvolvimento das técnicas de arte marcial. Abaixo, são abordadas as fases de treinamento de arte marcial na Liga Internacional de Pa-Kua. No início do treino serão desenvolvidos todos os elementos básicos necessários para o correto aprendizado do conhecimento Pa-Kua, como posturas, avanços, exercícios de fortalecimento específico, quedas, entre outros. Nesse início, os movimentos são lineares, para facilitar o aprendizado. Com o desenvolvimento do aluno dentro da escola e através da melhora de sua habilidade, o movimento em linha gradualmente se transforma em um circulo (ou curva), dando espaço a técnicas mais complexas, que utilizam de maneira mais eficiente a própria energia do praticante. Os movimentos circulares, além de serem

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>>COMUNIDADE MARCIAL

pa-kua

eficientes em combate, tem um efeito terapêutico profundo, alinhando os centros energéticos e distribuindo a energia pelo corpo. O trabalho de arte marcial é, além de uma defesa pessoal, uma prática para a mente e para o espírito, visando atingir um estado de calma e introspecção. Essa habilidade reflete positivamente em todos os aspectos da vida, trazendo harmonia, saúde e felicidade.

As Armas de Corte As armas de corte acompanham a humanidade desde o seu início, com as primeiras facas de pedra lascada e lanças improvisadas. Fazem parte do instinto e imaginação humanas. Diversos povos guerreiros desenvolveram o manejo das armas a níveis muito elevados. Os chineses, por exemplo, aprimoraram o manejo de diversas espadas, lanças e sabres. Como primeiro treinamento com as armas de corte, na escola de Pa-Kua, é introduzido o sabre, por ser a arma mais utilizada militarmente na história da China, e por ser uma arma prática e fácil de se aprender. Algumas escolas comparam o manejo do sabre ao movimento do tigre, linear e forte. Assim o sabre dará a base e postura mental necessária para a prática com as armas. No decorrer do treinamento serão utilizadas diversas outras armas de corte, para dar uma visão ampla de utilizações e estratégias. Tendo em vista que a utilidade prática imediata das armas de corte é muito menor que arte marcial, a prática tem como principal objetivo desenvolver a pessoa internamente, atribuindo a ela características das armas utilizadas, como decisão, firmeza, precisão e liderança.

Novidade na América do Sul Após anos de investigação, preparação, prática e treinamento, a Liga Internacional de Pa-Kua inicia o ensino de cursos de Arqueria Chinesa, revivendo técnicas milenares de tiro dentro do conhecimento Pa-Kua. “A Liga Internacional do Pa-Kua cumpre desta forma um papel histórico, ao reviver esse conhecimento, passando a ser possivelmente a única Escola a manter vivas as mais tradicionais técnicas de tiro com arco chinês e difundí-las na América Latina.” O arco sem dúvida é uma das armas mais nobres da humanidade, que equilibra efi-

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ciência de combate com a possibilidade de iniciar um caminho de auto-conhecimento e domínio do corpo e mente. Algumas escolas consideram o arco como a arma suprema, ainda mais importante do que a espada, pois permite o ataque à longa distância. Na realidade, essa escolha deve ser realizada pelo guerreiro, mas não há duvida que tanto o arco quanto a espada são as armas mais nobres da humanidade, inclusive para serem usadas em conjunto, como se sucedeu em alguns dos momentos mais decisivos da história, quando um guerreiro atacava primeiramente com seu arco a distância e na sequência rapidamente sacava sua espada para combater corpo a corpo contra seus oponentes. Os cursos de Arqueria ministrados pela Liga Internacional de Pa-Kua em nível internacional compreendem os aspectos Yin e Yang da prática: a meditação Chan aplicada ao tiro com arco e os aspectos relacionados com o tiro Tradicional Chinês orientado ao combate. Podem participar dos cursos e turmas de Pa-Kua Arqueria todas as pessoas interessadas, tendo ou não prática anterior com tiro com arco ou de artes marciais.

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POR: MILTON CORRÊA COLABORAÇÃO: MAURÍCIO NEVES/ ELAINE FERREIRA

>>homenagem

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Judo no Brasil

Sua origem, a chegada ao Brasil, o exemplo de um Professor que dedicou toda a sua vida a esta nobre arte e a festa do esporte num dos maiores eventos de São Paulo


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estilo de arte marcial atualmente conhecido como Judo foi criado no ano de 1882, por um jovem de 23 anos chamado Jigoro Kano, através da fundação do Instituto Kodokan, que contava à época com apenas 12 tatame e nove alunos. Ali, Kano adotou como forma de ensino o Randori, o Kata e os métodos catequéticos, adicionando educação física ao treinamento intelectual e à cultura moral. A harmonia entre estes três aspectos da educação constituem a forma ideal de ensino do Judo. O Instituto Kodokan veio a tornar-se a “meca” do ensino desta modalidade, de onde saiu para espalhar-se por todo o mundo. Atualmente contando com milhares de praticantes e federações espalhados pelos cinco continentes, o Judo se tornou um dos esportes mais praticados no planeta. Em razão de não haver qualquer restrição ao seu aprendizado, tem entre seus adeptos homens, mulheres, crianças e idosos, o que proporcionou um crescimento significativo no número de amantes desta nobre arte. O Judo tem como filosofia integrar corpo e mente. Nas palavras de seu criador, Mestre Kano, é a “arte em que se usa ao máximo a força física e espiritual”. Nas academias, procura-se passar algo além da luta, do contato físico. Para tornar-se um bom lutador, antes de tudo, é preciso ser um grande ser humano. Jigoro Kano.

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judo

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A chegada ao Brasil

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No início dos anos 20, Mitsuyo Maeda, também chamado Eisei Maeda, ou ainda Conde Koma, trouxe o Judo para o Brasil. Sua primeira apresentação foi em Porto Alegre/ RS, partindo então para demonstrações nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, tendo vencido todos os desafios dos quais participou. Radicou-se finalmente em Belém do Pará, onde montou sua escola, dando início à popularização da modalidade. Entre seus vários alunos, destaca-se a família Gracie, que deu continuidade ao seu trabalho, fundando escolas em algumas capitais brasileiras, ajudando assim a difundir a arte e projetando-a no cenário esportivo brasileiro. Dois fatores decisivos na escalada do Judo foram a chegada ao país, em 1934, do Mestre Ryuzo Ogawa, 8º dan, bem como a fundação da Academia Ogawa (Budokan) em 1938, que tinha entre seus objetivos principais aprimorar a cultura física, moral e espiritual, obedecendo aos princípios pregados pelo mestre Jigoro Kano. O trabalho realizado através da Academia Ogawa representou a consolidação do Judo no Brasil, acelerando a expansão deste por todo o país. Daí em diante, disseminaram-se cada vez mais a cultura e os ensinamentos do Mestre Kano, sendo a Federação Paulista de Judô, uma das mais antigas entidades representativas no Brasil, fundada em 1958 e que anos mais tarde teve grande participação na fundação da Confederação Brasileira de Judo, em 18 de março de 1969, reconhecida por Decreto em 1972. Atualmente, o Judo é ensinado em academias e clubes por todo o Brasil, e reconhecido como uma modalidade saudável e não violenta. Esporte olímpico de grande prestígio e muito disputado, tem no Brasil um “celeiro” de bons lutadores, o que faz o país ser reconhecido e admirado internacionalmente, até mesmo no Japão. Mitsuyo Maeda.


Associação de

Judo Messias

Há mais de 60 anos construindo a história desta arte no Brasil

Professor Messias Rodarte Corrêa (in memoriam).

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>>homenagem

judo

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A Associação de Judo Messias foi fundada em 1949 pelo Professor Messias Rodarte Corrêa, um dos pioneiros da modalidade no Brasil. A trajetória do Professor Messias confunde-se com a história do Judo brasileiro, e seu amor ao esporte contribuiu para consolidá-lo no País. O “Samurai mineiro”, como o Professor Messias era conhecido, veio a conquistar a faixa preta, certificada pelo Instituto Kodokan, em agosto de 1951 - parte do primeiro lote de faixas para atletas brasileiros - pelas mãos do Sensei Fukaya, mestre japonês do Kodokan, um dos responsáveis pela divulgação do Judô no Brasil e pela criação de inúmeros Centros de Treinamento. Sensei Fukaya havia reconhecido em seu discípulo uma das qualidades mais importantes para qualquer praticante de artes marciais: a compensação da força pela habilidade técnica, já que Messias era de baixa estatura e peso, porém ágil, aplicado e reconhecidamente implacável na luta de solo, capaz de derrotar adversários muito maiores e mais fortes. A importância de Sensei Fukaya na vida do Professor Messias pode ser medida pela emoção que o tomava quando lembrava da despedida de seu mestre e amigo, no aeroporto de Viracopos, em 1977, quando partiu para viver seus últimos dias em sua pátria. Professor Messias foi técnico de várias seleções, e responsável pelos treinos da modalidade na Federação Paulista de Judo e na Confederação Brasileira de Judo, tendo ainda participação destacada na fundação de ambas as entidades. Também foi o primeiro árbitro de Judo de origem não japonesa no Brasil, função que exerceu por muito tempo, destacando- se por sua competência e imparcialidade. Foi ainda responsável pelos treinamentos do Centro Olímpico. No dia em que recebeu o mais alto grau concedido aos brasileiros no Judo, a faixa vermelha de 9°Dan, em outubro de 1996, Professor Messias foi surpreendido pela presença de mais de 100 pessoas, entre alunos, ex-alunos e amigos, cujas demonstrações de admiração, respeito e carinho coroaram seu passado de realizações, reconhecendo o Mestre como um dos maiores e mais conceituados praticantes de esportes de luta do ocidente.


A então pequena e modesta academia, fundada em 1949, com a ajuda do Sensei Fukaya, na Rua Coronel Rodovalho, bairro da Penha, São Paulo/ SP, após 62 anos continua a formar campeões, sem esquecer-se da filosofia adotada pelo Professor Messias. Atualmente sob o comando do Professor Milton Corrêa, filho do Mestre, está instalada em uma ampla área de 250 m², com dois tatame.

“Jamais treinei um aluno, com interesse em formar um campeão, antes de tudo eu desejo formar cidadãos, pessoas melhores, disciplinadas e vencedoras, não apenas no esporte, mas também em todos os aspectos de sua vida”, Professor Messias Rodarte Corrêa.

Por quê treinar JUDO?

•Desenvolver a disciplina; •Desenvolver maior honestidade,

humildade, solidariedade e respeito;

•Desenvolver agilidade, equilíbrio, velo- cidade, coordenação e flexibilidade;

•Conhecer a filosofia, os objetivos e

aperfeiçoar as técnicas do Judo;

•Tornar-se um indivíduo mais útil à

sociedade;

•Fortalecer todos os aspectos da personalidade.

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>>homenagem

jud0

Copa São Paulo de

Judo 2011 Professor Francisco Carvalho Filho e sua diretoria vêm mostrando ao Brasil nos últimos anos, como a organização é importante para o sucesso de um evento

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o último dia 29 de março, na cidade de Praia Grande, no Estado de São Paulo aconteceu a COPA SÃO PAULO DE JUDO 2011, organizada pela Federação Paulista de Judo. Considerado um dos maiores eventos da modalidade no Brasil com a participação de quase uma centena de agremiações perfazendo um total aproximado de 2000 atletas, o evento é uma verdadeira festa do esporte. Em seis áreas de competição com excelente organização e a presença atenta de árbitros e do pessoal da organização, o evento se desenrolou num ambiente extremamente agradável, porém envolvido em grandes emoções e conquistas. Além das personalidades presentes, professores, clubes e academias, o evento contou com a cobertura de diversas mídias como o Programa Caminho Suave do jornalista José Jantália, colaborador atuante na Federação Paulista de Judo entre outras atividades sociais importantes, Programa Judo na TV com seu grande acervo em vídeos sobre a arte e a Revista Budô do conceituado Sr. Paulo Roberto que anteriormente produziu a famosa revista Kiai. Entre os convidados ilustres tivemos o grande prazer de conhecer pessoalmente o Professor Luiz Tambucci, 9° Dan um exemplo notável do Judo com seus 88 anos de idade.

Alessandro P. Puglia (Vice-presidente FPJ) e Everton responsável pelo Boletim Osotogari.

Antonio Mesquita (Jurídico FPJ),Elaine Ferreira e Prof. Milton.

Prof.Milton Corrêa, Prof. Tambucci, Elaine Ferreira e Pascoal Tambucci.

Fábio Bueno e Paulo Roberto da Budô Magazine.

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>>homenagem

judo

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Grandes Professores e Associações de destaque estiveram presentes no evento, Professor Milton 6° Dan da Associação Messias, comentou que o Judo é uma grande família, onde cada pessoa desempenha seu papel para o crescimento da modalidade. Na cerimônia de abertura realizada no domingo dia 27, três professores paulistas foram condecorados com a promoção de faixa. Antonio Honorato, Alcides Camargo e Luis Alberto dos Santos receberam a faixa kodansha 6°Dan das mãos dos professores mais graduados de São Paulo, lendas vivas da arte, Professores, Massao Shinohara 9°Dan, Luiz Tambucci 9°Dan e Shihei Okano. Na mesma ocasião, ao fazer uso da palavra, o Professor Francisco de Carvalho Filho promoveu o Professor Luis Alberto dos Santos a Coordenador Geral de Cursos da Federação Paulista de Judo. Com a conquista de 35 medalhas recebendo o título de Campeã Geral da Copa


São Paulo 2011, parabenizamos toda a equipe do Judo Alviverde do Esporte Clube Palmeiras, cujo diretor técnico é o Professor Edson Puglia.

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>>ENTREVISTA

Karate

Conversando com o

mestre Nagata

POR: JOSÉ AUGUSTO MACIEL TORRES

Mestre José Koei Nagata é um dos grandes nomes do karate de contato em nosso país. Nesta entrevista exclusiva, fala sobre sua vitoriosa trajetória marcial.

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Fighter OnLine: Comente sua trajetória nas artes marciais? Mestre Nagata: Iniciei o Karate Kyokushinkaikan em 1980, aos 13 anos de idade, primeiramente com meu Pai - Sensei Kojem Nagata - e depois com o Shihan Mayuki Mizukoshi. Em 1983 passei a treinar com o Shihan Eisho Nakaza, até me formar em 1985. Em 1986 obtive Licenciatura Plena em Educação Física, pela Faculdade de Educação Física da ACM de Sorocaba. Pratiquei Full Contact, Karate Shotokan (Sensei Edgar Ferraz), Karate Shorei Ryu (Kiyoshi Péricles Damiski Veiga), Kobudo (Sensei David Valentim), Kickboxing, Muay Thai (Mestre Carlos Silva), Jiu Jitsu (Professor Herman Gutierrez ) e Kali (Sifu Peterson Menezes). Atualmente ministro aulas de Karate Kyokushinkaikan, Kickboxing Kyokushinkaikan, Kobudo Kyokushinkaikan e Muay Thai . Fighter: Seu pai, Mestre Nagata, é muito conhecido dentro do cenário marcial brasileiro. Fale um pouco sobre a carreira dele: Nagata: Meu pai foi um desbravador, tanto na implantação quanto no reconhecimento do Karate Kyokushinkaikan, mostrando que este vai muito além da mera competição de Kumite de Contato. Foi também o introdutor do Karate Kyokushinkaikan em estados brasileiros onde não era conhecido, como Ceará, Amazonas e Mato Grosso do Sul . Foi


ainda o pioneiro na realização de torneios entre estilos de Karate de Contato. Fighter - Qual a verdadeira essência do estilo Kyokushinkaikan? Nagata - O Kyokushinkaikan é um desafio constante, e “superação” é a palavra chave. Quando usamos a expressão OSU, ela deve vibrar o nosso coração, a nossa mente, espírito, o ser humano como um todo. Esta expressão tem origem nas palavras Oishi Shinobu, que traduzem o significado de “perseverar enquanto se é empurrado”. Na minha opinião pessoal, a essência do Kyokushinkaikan é “desafiar e vencer a si mesmo, tendo como objetivo final o auto-conhecimento e o auto-domínio. Fighter - Existem muitas críticas em relação ao Karate Kyokushinkaikan e o Kickboxing, devido aos combates violentos. Qual sua opinião? Nagata - Tudo depende do ponto de vista. O Karate Kyokushinkaikan é um esporte de contato, portanto todo praticante está ciente de que haverá o contato físico. Para que este contato não seja prejudicial, é necessária rigorosa preparação física, mental e da técnica de contato. Assim, trata-se de uma sequência de treinamentos, através dos quais o atleta vai conhecendo o seu próprio corpo e seus limites, engrandecendo sua mente e sua capacidade de absorção de impactos. Para um leigo, o esporte é violento, mas para um lutador experiente não há qualquer risco, pois há toda um estrutura - física, técnica e mental - envolvendo este esporte. O nocaute só ocorre quando um dos atletas comete uma falha. Nesse caso, costumamos dizer que a culpa não é de quem acertou o golpe, mas daquele que não soube defender-se. Tanto o Karate Kyokushinkaikan quanto o Kickboxing Kyokushinkaikan são esportes de combate, que dinamizam os esportes de contato. Atualmente, o público que vai assistir a um espetáculo de combate quer ver a luta real, não uma fantasia.

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>>ENTREVISTA

Karate

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Fighter: Na atualidade, as lutas de ringues tem se tornado muito populares em nosso país. Qual sua visão sobre o futuro destas modalidades marciais no Brasil? Nagata: O público que aprecia um espetáculo de combate quer ver lutas reais de contato, portanto é justo adequar-se a isto. Empresários querem investir e patrocinar eventos de lutas de combate, pois a mídia dá ênfase a estes esportes. Quem ganha com isso são os atletas e o esporte, porque todos almejam conseguir alguma satisfação pessoal dentro dos ringues. Nós também temos um circuito itinerante de Karate e de Kickboxing, e com isso também buscamos parcerias com empresários, para assim valorizarmos os atletas de competição. Fighter: Quais são seus projetos para os próximos anos? Nagata: No Karate Kyokushinkaikan teremos quatro grandes eventos ao ano: o Campeonato Paulista, Mineiro, Brasileiro e Grand Prix. No Kickboxing e Muay Thai temos o Torneio Incentivos, o New Talents, entre outros. Retomaremos o Projeto Karate Fighting, nas categorias Absoluto Leve , Médio e Pesado. Cada Torneio ostentará um Campeão do Torneio e um Campeão do Cinturão, valendo um prêmio em dinheiro aos detentores de cinturões. Este evento será no ringue, e participarão todas as entidades legalmente registradas no Brasil, sendo que cada estilo marcial deverá ter a sua associação legalizada para poder participar. O New Talents (evento de Muay Thai ) deverá crescer cada vez mais, e em breve colocaremos também um cinturão em disputa, em todas as categorias de pesos. Temos um projeto para levar os atletas de destaque do New Talents para lutar no Circuito Japonês, com o apoio do empresário Danilo Zanolini. Em novembro deste ano estaremos no Campeonato Mundial de Karate Kyokushinkaikan - IKO Matsushima, para o qual levaremos uma equipe para competir e mostrar o nosso trabalho aqui no Brasil e na América do Sul (somos campeões sul-americanos). Aproveitando a estadia no Japão, irei ministrar seminários e contactar dirigentes de diversas entidades para realização de intercâmbios. Meu aluno Danilo Zanolini, que atualmente treina, luta e vive de artes marciais no Japão, deverá lutar no Heats e no K-1 Max. Participarei treinando-o para competir nestes eventos.


Fighter: Fale-nos um pouco sobre as entidades ligadas ao Karate de contato no Brasil: Nagata: Atualmente a Kyokushinkaikan está presente em 08 estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará e Amazonas. Temos Federações estaduais nos seguintes estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Temos ainda intercâmbios com diversas Federações coligadas, como a Federação Mineira de Muay Thai, Brazil Muay Thai Association, Confederação Brasileira de Kakuto Karate, além de diversas Associações e Academias de Karate de Combate, Kickboxing e Muay Thai. Temos também a Confederação Brasileira de Kyokushinkaikan Karate & Kickboxing, devidamente registrada no Ministério dos Esportes, é o órgão máximo dentro do Brasil, que supervisiona e dá aval a todas as Federações estaduais, e deu o suporte técnico para a realização do Demolition Fight, o maior evento brasileiro de Muay Thai. Como entidades internacionais, temos a International Kickboxing Kyokushinkaikan Organization é a entidade que credencia o Kickboxing Kyokushinkaikan, com filiais no Brasil, Chile, Bolívia e Japão, além da International Karate Organization, que dá suporte aos diferentes estilos de Karate de Combate. Fighter: O estilo de Karate Kyokushinkakan é mais violento que os demais estilos de Karate? Nagata: Só enxerga a violência aqueles que não compreendem o verdadeiro sentido do Karate. O fato de um estilo ser de contato não o torna mais violento, apenas exige que o atleta seja preparado de uma maneira diferente. Como dissemos anteriormente, os atletas são devidamente preparados mental, técnica e fisicamente para os combates, e após estes há grande confraternização e respeito entre eles. A atitude mental é um auxílio especial para o atleta controlar-se e entender a essência da arte marcial Kyokushinkaikan. A mente deve dominar o corpo e não o contrário. O Karate Kyokushinkaikan é um máquina de combate, que deve ser sabiamente dirigida. Fighter: Deixe a sua mensagem e os seus contatos para os nossos leitores.

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>>ENTREVISTA

Karate

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Nagata - Busque seu ideal e batalhe para a conquista deste. Nada acontecerá se você não persistir no seu objetivo; mesmo que o momento da conquista pareça demorar, não desanime, pois somente aquele que persiste atingirá a meta traçada. Quando tudo e todos parecem estar contra, você deverá redobrar seu espírito de luta, pois esta será travada não somente contra os adversários, mas também contra você mesmo, tornando-o ainda mais forte. Isso é Kyokushinkaikan! A Kyokushinkaikan está de portas abertas a todos os interessados em filiar-se, e está à disposição para ministrar seminários, cursos de Karate Kyokushinkaikan, Kickboxing Kyokushinkaikan, Muay Thai Kyokushinkaikan, Kobudo Kyokushinkaikan, arbitragem, primeiros socorros, realizar Intercâmbios, oferecer suporte técnico, realizar eventos e outros. Contatos: José Koei Nagata, Av. Dr. Afonso Vergueiro nº 1497 - Centro - Sorocaba/ SP CEP. 18040-000. Tel. (015) 3232-4499/ fax (015) 3411-7798. e-mail:koei_nagata@hotmail.com, kyokushinkaikan_iko3@yahoo.com.br , nagatajk@gmail.com, www.kyokushinkaikan.com.br.

Oyama Sensei praticando no makiwara.


Universidade Livre de Terapias Psicobioenergéticas Criada no ano de 1999 pelo Prof. Dr. José Augusto Maciel Torres, Reitor desde a fundação, a Universidade Livre de Terapias Psicobioenergéticas, com sede em Salvador/ BA, se caracteriza por ser uma universidade destinada à divulgação das terapias orientais. Na ViceReitoria da ULTEP está o Professor e Terapeuta Franklin Ferreira de Souza, responsável pelo trabalho profissional e educacional desta universidade de caráter livre.

• Tui-Nah (massagem chinesa); • acupuntura; • Seitai(quiropraxia japonesa); • reflexologia (pés e mãos); • Moxabustão; • Drenagem linfática.

franklinferreiradesouza@gmail.com • josemtorres@ig.com.br (71) 3494 3423 • 81016994

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>>ENTREVISTA Texto e fotos: Fรกbio Bueno

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Mestre PauloA forรงa Silva do

Hapkido em Pernambuco

Em entrevista exclusiva, Mestre Paulo Silva conta como contribui para o crescimento do Hapkido em Pernambuco


Fighter Online: Conte um pouco de sua história. Onde e quando o Senhor começou a praticar Hapkido? Mestre Paulo: Comecei o Hapkido juntamente com o Taekwondo em 1982 com o Mestre Juarez de Castro, Jorge Scotta e Edson Bernardes Batista, na cidade de Esteio, próximo a Poá, no Rio Grande do Sul. Com a vinda do Mestre Te Bo Lee iniciei o treinamento com este Grande Mestre que se caracterizava por ser o único mestre coreano no Estado. Treinava incessantemente todos os dias Taekwondo, Hapkido e Full Contact. Também tive oportunidade de treinar com Mestre Lim, Mestre Hoo e Professor Jarbas. Fighter: O que o levou a deixar o Sul do país para dar aulas no Nordeste? Mestre Paulo: A princípio vim para o Recife para trabalhar com uma agência de turismo, que tenho parceria em Gramado. Na ocasião procurei uma academia para treinar, e com o tempo fui convidado para ministrar aulas de Hapkido e Taekwondo. Fighter: Como está o panorama do Hapkido em Pernambuco? Mestre Paulo: Começou praticamente comigo, porque até então ninguém conhecia, mas agora já esta se desenvolvendo e muita gente está praticando. Em 2012 planejamos trazer o Dojunim Ji Han Jae, o pai do Hapkido da era moderna, que virá para um grande seminário. Fighter: O Sr. acha que o futuro será promissor para o Hapkido em Pernambuco? Mestre Paulo: Com certeza. No Estado já existem várias Federações atuando, tais como a ISA (International Sungjado Assossiation), a WOHF (World Olympic Hapkido Federation), a Sim Moo Hapkido e o Hapkido tradicional. A concorrência saudável só faz crescer o esporte no Estado, portanto devemos trabalhar com seriedade e profissionalismo. Fighter: Quais são seus planos para o crescimento da modalidade?

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>>ENTREVISTA

Mestre Paulo: Estou trabalhando com a Secretaria de Esporte do Estado, Prefeitura Municipal e escolas, em um projeto piloto para levar o Hapkido a todas as crianças de escolas municipais e estaduais. Fighter: O Senhor conta com apoio de patrocinadores e apoiadores? Mestre Paulo: Sim, contamos com o Governo do Estado, CEFD e PMPE (Prefeitura Municipal de Pernambuco), além de empresas privadas que sempre nos apoiam. Fighter: Como o Governo tem apoiado seus projetos? Mestre Paulo: O Governo é um grande incentivador, em todos os sentidos, com atitudes em conjunto com a comunidade, vamos acabar com a evasão escolar e combater as drogas nas escolas, através dos esportes e das artes marciais, como o Hapkido. Fighter: O Senhor faz ou pretende realizar algum projeto social? Mestre Paulo: Estamos fomentando junto ao Governo do Estado, através do CEFD, um projeto para trabalhar no resgate de cidadania ,valores e princípios de moral e cívica (policial mirim), com embasamento na filosofia das artes marciais.

Apresentação de Capoeira.

Mestre Paulo com Marcílio Gomes da Fonseca, Faixa preta de TKD instrutor da policial civil.

Banda da Polícia Militar.

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Equipe do Mestre Juarez / Sipalkido/ RS.

Competição de Defesa Pessoal.

Muitos combates!


1ª Copa Brasil de

Hapkido Recife/ Pernambuco/ out/2010

Com muita coragem e determinação, Mestre Paulo Silva conseguiu um feito inédito no Estado de Pernambuco com a organização deste campeonato, que reuniu mais de 200 atletas, público e personalidades convidadas. A Revista Fighter Online parabeniza o Mestre Paulo Silva pelo empenho em promover as artes marciais na região e deseja muita sorte e sucesso em sua nova parceria com a Sin Moo Hapkido do Mestre Fernando.

Atletas e personalidades presentes no evento.

Quebramentos.

Mestre Nilton/ TKD, Mestre Kang/ TKD e HKD e Mestre Paulo.

Deputado Estadual Marcondes Rodrigues com Mestre Paulo.

Mestre Kang e Mestre Chung Hwan Oh/ TKD 6º dan.

Competição de salto em distância. Mestre Kang e Dr. Cha Yun Sik.

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>>MMA POR: DIÓGENES FERNANDES/ FOTO: FÁBIO BUENO

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A importância do

porte físico A

inda hoje, soa em minha cabeça a frase constantemente repetida por minha mãe durante a minha infância: “não brigue com seu irmão, pois ele é menor!”. Obviamente, meu irmão três anos mais novo se favorecia desta condição. À época, eu não entendia o que tinha a ver a estatura com o fato de eu estar, em grande parte das vezes, com a razão... a ideia que ficava era esta: os mais altos sempre estariam em vantagem em relação aos mais baixos. Inicio desta forma para trazer à tona a principal questão deste artigo: qual a importância da estatura para determinados esportes? Lembro-me que em certa época se cogitou em estabelecer categorias por altura no vôlei. A ideia não vingou, por vários motivos; o principal é o fato de o atleta mais baixo compensar a perda em estatura com maior velocidade, ocupando, na maioria das vezes, a importantíssima posição de levantador, na qual a altura não faz a menor diferença. No MMA, a situação é bastante diferente. Quando comparado a outros esportes populares, é relativamente novo, e portanto encontra-se em constante adaptação, buscando sempre atrair cada vez mais público e mídia. Assim, uma questão que é frequentemente discutida é o critério de divisão de categorias. Obviamente, o peso é o parâmetro universal, aplicado a praticamente todos os esportes de contato, mas algo que já deveria estar sendo observado é a definição de uma altura máxima e mínima para cada divisão de peso. Na prática, inúmeros lutadores de categoria intermediárias, “cortam peso” para po-


derem lutar em categorias “de baixo”, pois sabem que posteriormente irão recuperar parte deste peso, e no dia da luta estarão em vantagem física sobre o oponente. Neste caso, os lutadores mais altos são favorecidos, por terem uma maior envergadura, se comparados com os mais baixos. Lembro-me que nosso campeão Acelino Freitas, o Popó, também utilizava este recurso, “cortando peso” e lutando duas categorias abaixo de seu peso habitual. Desta forma, enfrentava boxeadores menores, o que ajudou a tornar-se o grande campeão que é hoje. A maioria das organizações do MMA coloca entre os pesados a faixa entre 95 e 120 kg. Assim, pode ocorrer que na mesma categoria venham a enfrentar-se lutadores com diferença de 25 kg. É um verdadeiro absurdo, levando-se em consideração que nas demais categorias a diferença é inferior a 10 Kg. Neste caso, o critério velocidade não se aplica, pois o lutador mais pesado poderá ser bem mais alto do que o mais leve, havendo assim um combate desigual, no qual a diferença física faz toda a diferença. Um exemplo desta afirmativa foi a queda de um mito, que presenciamos há pouco tempo. Emilianenko Fedor perdeu a segunda luta consecutiva de sua carreira, para o gigante até então pouco conhecido Antônio “Pezão” Silva. Respeitada a competência e os méritos do vencedor, a diferença física foi determinante para a vitória. Fedor é um atleta meio pesado, que luta entre os pesados por escolha própria. O oposto acontece com nosso campeão Anderson Silva, que “corta peso” para enfrentar atletas menores, quando sua categoria de direito seria entre os meio pesados. Um dos resultados destas brechas existentes nos regulamentos é que o lutador acaba escolhendo em que categoria lutar, o que considero inaceitável para o esporte moderno. Entendo que já passou da hora de haver uma faixa de altura, juntamente com a de peso, para que o lutador tenha necessariamente que lutar em sua real categoria. Assim, este terá de vencer por mérito, enfrentando adversários de estatura semelhante à sua, evitando-se assim que o porte físico se sobreponha à competência de cada lutador. Falando em altura, cada vez que eu me considerava injustiçado pela proteção ao meu irmão menor, prometia: “um dia você ainda vai crescer, aí a gente conversa”. Hoje ele tem 1,91m, enquanto eu parei de crescer aos 1,78... fico feliz por ele não lembrar mais daquela promessa do passado!

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>>MMA POR: DIÓGENES FERNANDES / FOTO: FÁBIO BUENO

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MMA e as relações trabalhistas

A

s primeiras leis trabalhistas surgiram na Europa, com a proposta de preservar a dignidade do ser humano, insurgindo-se contra a exploração que sofria o trabalhador que migrava do campo para a cidade. No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi outorgada no governo de Getúlio Vargas e perdura até hoje. A CLT é resultado de uma série de conquistas dos trabalhadores, decorrentes das grandes greves do início do século XX, e regula todas as relações entre empresa e empregador. Atualmente, a relação entre empregado e empregador acontece mediante o contrato firmado entre as partes, podendo este ser na qualidade de autônomo ou efetivo.


No trabalho autônomo, estabelece-se, de comum acordo, qual o serviço a ser efetuado. A partir deste instante, interessa apenas ao trabalhador autônomo como será feita a execução do mesmo, não podendo sofrer interferências do contratante. A maior dificuldade para a distinção entre o trabalho autônomo e a relação de emprego (trabalho efetivo) ocorre na hipótese de prestação de serviços continuada, pois, como já dito, se o serviço é prestado continuamente, evidencia-se que o mesmo faz parte das necessidades normais da Organização. Nestas condições, somente a análise de cada caso, particularmente, permitirá a definição do trabalho como autônomo ou se caracteriza a relação de emprego (vínculo empregatício). Por fim vejo inúmeros eventos tratando atletas como objetos, pagando suas “bolsas” em envelopes no final dos eventos e se esquecendo de toda a responsabilidade previdenciária que os mesmos possuem junto à União e perante o próprio atleta em questão. O fato é que deverá sempre haver a relação contratado x contratante, mediante um contrato formal entre as partes e condizente com o estabelecido pela CLT (algo raríssimo nos eventos brasileiros). Desta maneira, os promotores tem as seguintes opções: 1 – Contratar os atletas na qualidade de trabalhadores autônomos com um contrato por tempo determinado. Esta alternativa elimina a necessidade de intermediários, mas expõe o promotor a possíveis reclamatórias trabalhistas, principalmente em caso de atletas que participam de forma sequencial de várias edições do mesmo evento, algo que facilmente poderá estabelecer o vínculo empregatício entre as partes. O pagamento do atleta de forma alguma poderá ser anunciado sob o título de “salário”, pois também caracterizará vínculo. Sempre que remunerado, o atleta deverá fornecer recibo ao promotor, com a declaração de “Autônomo” no verso, para fins fiscais (art. Inciso XIX do artigo 12 da Lei nº 691/84). 2 – Contratar atletas que possuam Representantes Legais. Esta alternativa é adotada na maioria dos esportes. Podemos inclusive utilizar o futebol

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>>MMA

como paradigma. Nesta condição, a relação do promotor é diretamente intermediada pelo Representante Legal do atleta que, por sua vez, também deverá ser pessoa jurídica (empresa registrada). O pagamento do atleta se dará mediante a apresentação de uma nota de “Serviços Prestados” por parte de seu representante. Mesmo assim, os valores deverão ser transferidos via depósito bancário, para que o extrato sirva como comprovante fiscal para ambas as partes. A relação trabalhista existirá apenas entre o Representante e o atleta em questão, isentando os Promotores de possíveis reclamatórias. 3 – Contratar atletas via contrato por tempo indeterminado: Esta alternativa só faz algum sentido caso o evento seja muito bem estruturado e possua edições sequenciadas em curto intervalo de tempo. Na prática, esta é a alternativa mais cara para o promotor, pois lhe sujeitará a todos os encargos a serem pagos, tanto para o atleta quanto para a previdência social (e Sindicato da Categoria, caso houver). Já para o atleta, só valerá a pena, caso haja uma boa projeção do evento e a remuneração seja compatível com sua condição de exclusividade, pois o lutador ficará “amarrado” ao contrato e não poderá lutar em qualquer outro evento sob o risco de ser demitido por justa causa pela quebra das clausulas contratuais. Nesta condição, toda a responsabilidade sobre o atleta será do promotor. Caso ele se machuque (acidente de trabalho) e tenha que ficar afastado (atestado médico) por mais de 15 dias, gozará dos benefícios previdenciários e ficará estabilizado no emprego pelo período de um ano, a contar da data de seu retorno. Resumidamente estamos vivendo uma época de “revolução” em nosso esporte, sendo que a necessidade de se adequar à CLT é eminente, pois evitará multas e demais sanções aplicadas pelos organismos competentes. Felizes serão aqueles que, desde já, derem um passo à frente em busca da adequação, que lembro não ser opcional, mas obrigação Legal. “Junto com as grandes atribuições, vêm as grandes responsabilidades.”

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>>ARTE MARCIAL

Karate

O que significa Goju Ryu? (2ª Parte)

POR: YDENIR MACHADO

A busca pelo conhecimento e equilíbrio para harmonizar o homem e o Universo

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A

penas relembrando, podemos dizer que Kanryo Higashionna ficou conhecido como “Kensei” (punho sagrado), e foi associado ao Naha-tê. Seu aluno Chojun Miyagi desenvolveu ainda mais o estilo do mestre, vindo a tirar o nome, em 1930, do clássico Bubishi, onde se lê “Ho Goju Donto”. A escolha não foi aleatória; representava a essência da arte. Como a grande maioria sabe, Miyagi foi conhecido como “Bushi”, que significa “guerreiro”. Diz-se que Miyagi, ao executar um kata, enraizava seus pés no chão de maneira tal que sua postura demonstrava uma defesa inexpugnável, e seus ataques, botes certeiros.


Pode-se dizer que Bushi Miyagi é o “pai do Goju Ryu”. Ensinou sua arte a muitos alunos, embora nem sempre ensinasse o mesmo kata para cada um deles. Sua morte, em 1953, deixou um vazio imenso no mundo das artes marciais. Entretanto, naquele ano, seus principais alunos (mais graduados) se reuniram (entre os quais Meitoki Yagi, Iha e Nakaiama), com o objetivo de eleger um sucessor para a linha Goju Ryu. O escolhido foi Ei’chi Miyazato, levando em consideração sua capacitação técnica, bem como o profundo conhecimento da arte, considerando ainda que Kei Miyagi (filho de Miyagi) disse na ocasião que seu falecido pai dissera que podia depender de Miyazato para tudo; Miyazato foi o faixa preta que passou mais tempo com Miyagi no Dojo, e também no Departamento de Polícia. Miyazato era o modelo vivo, e aceitou o desafio, permanecendo como sucessor do mestre até sua morte, em 1999. O legado de Miyagi, todavia, não se limitou ao seu sucessor Miyazato. Posteriormente, cada um de seus mestres/ alunos de Miyagi acabou fundando seu ramo de Goju Ryu. Entre eles, destaca-se Kiichi Nakamoto. Nakamoto, com a morte de Miyagi, veio a treinar com muitos mestres, não apenas de Goju, mas também de Kobudo. Manteve grande amizade com seu mestre, que reconhecia no discípulo um digno sucessor. Ademais, Nakamoto tem uma história familiar muito especial, pois descende do grande Uhugusuku, guarda pessoal dos Reis de Okinawa e encarregado da segurança do castelo de Shuri. Nakamoto ainda foi um dos primeiros mestres de Okinawa a ser reconhecido pelo governo japonês como 10º dan em Karate, além de ostentar também o 10º dan em Kobudo). Kiichi Nakamoto é o líder máximo do Goju Ryu Okinawa Kan Karate Do Kyokai. Seu aluno Jaime P. Sequeira e Pereira, que havia recebido o 6º e 7º dan do mestre Miyazato, foi o responsável pela introdução do Goju Ryu em Portugal. Com a morte deste, passou a seguir o Grande Mestre Nakamoto com quem veio a ser elevado ao 8º dan. Mestre Jaime trabalha incansavelmente pelo desenvolvimento e expansão do Goju Ryu Okinawakan Karate Do Kyokai pelo mundo, tendo por isso recebido várias homenagens, entre elas a Ordem “Vicente Emílio Sojo”, outorgada pelo Conselho Legislativo de Miranda, na Venezuela, em 2002, e a Cruz do Mérito Filosófico e Cultural, pela Câmara Brasileira de Cultura.

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>>ARTE MARCIAL

Karate

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O Brasil não poderia ficar longe dessa arrancada marcial. Assim, foi escolhido o Mestre Ydenir P. Machado, aluno de 6º e 7º dan de Nakamoto, teólogo, psicanalista, escritor e jornalista, atualmente 9º dan pela Federação Brasileira de Karate e Kobudo, que aceitou a honrosa missão. Recentemente, recebeu o título de Grão-Mestre pela Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias/ BA (reconhecida pelo MEC), entre dezenas de outros títulos. Visando a preservação e desenvolvimento do Goju Ryu na forma como foi erigido por Miyagi, criou-se a WOKKA (World Organization Karate & Kobudo Association), presidida por Mestre Jaime e representada no Brasil por Mestre Ydenir, que ainda representa em nosso país a Goju Ryu Okinawakan Karate do Kyokai, a World Goju Ryu Karate Federation (WGKF), além de presidir a Liga Brasileira de Goju Ryu Karate. Nas próximas edições, aprofundaremos nossos conhecimentos sobre o Goju Ryu e sua filosofia.


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ADAPTAÇÃO: ELAINE FERREIRA/ CONSULTORIA: WAGNER BULL

>>ARTE MARCIAL

AIKIDO

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Benefícios do A busca pelo conhecimento e equilíbrio para harmonizar o homem e o universo

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Aikido é uma arte marcial japonesa tradicional, cujos vocábulos podem ser traduzidos da seguinte maneira: AI (harmonia/ união), KI (energia/espírito), e DO (caminho). Não é um esporte, nem tampouco uma arte estritamente de combate; trata-se de uma prática, cujo foco é a busca de iluminação interior. Por não produzir lesões nos agressores ou atacantes algumas agências de segurança nos últimos anos tem utilizado o Aikido para treinar seu pessoal, como o GOE (Grupo de Operações Especiais em São Paulo). A própria Confederação Brasileira de Aikido possui um curso específico para este tipo de atividade. Criado na década de 40 pelo notável Mestre Morihei Ueshiba (O Sensei), a partir de sua experiência em mais de uma dezena de outras modalidades, se tornou conhecido pelo grande público através do ator Steven Seagal, faixa preta 7° Dan de Aikido, pelo fato de ter mostrado o Aikido nas cenas de ação em suas performances cinematográficas. Excelente método de defesa pessoal, que utiliza técnicas de projeção e imobilização, o Aikido usa a energia agressora do oponente contra ele mesmo, desenvolvendo o reflexo natural do praticante a utilizar esta energia para se defender ao receber uma agressão.


Aikido

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>>ARTE MARCIAL

AIKIDO Esta arte marcial trabalha o desenvolvimento da percepção do mundo, e das leis que regem o físico, o mental e o espiritual, dando ao praticante o relaxamento, a concentração, a não-resistência, a ausência de espírito de competição, a respiração abdominal, a ausência do conceito de adversário e a consciência do “parceiro”, buscando formar a ideia de complementaridade, sempre aumentando o uso do ki (Energia Interna). Como a mais moderna das artes marciais ela se adaptou perfeitamente ao modo de vida moderno dos executivos japoneses tendo crescido muito no Japão nos últimos anos bem como no exterior. Com a prática do Aikido, o estudante corrige sua postura e aumenta a amplitude de seus movimentos, através do trabalho com as mãos nuas, e também, com armas como o “Jo” (bastão de madeira), o “bokken” (espada de madeira) e o “Tanto” (faca de madeira). Em sua filosofia estão inseridas as tradicionais sete virtudes do guerreiro conforme o “Bushido” (Código dos Samurais): justiça, valor heróico, compaixão, cortesia, honra, sinceridade e sentido de dever e lealdade. Baseado no respeito às leis naturais e na filosofia japonesa tradicional, que envolve muitas tradições religiosas, entre elas o xintoísmo, budismo, taoísmo e confucionismo, o treinamento do Aikido busca a percepção e o exercício da harmonia, unidade e ação conjunta entre corpo-mente-espírito, mediante a prática da ressonância com todas as energias, através de técnicas similares à respiração e à alternância dos fenômenos do dia-a-dia. Ao longo do tempo de prática o Aikido passa a ser utilizado naturalmente pelo praticante em suas relações sociais, seja no trabalho, na família e nas amizades, facilitando o convívio humano.

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Shihan Wagner Bull aplicando um Shiho Nague Omote.

O treino traz também benefícios para melhorar a saúde tanto física como


psicológica. Suas técnicas sendo movimentos naturais fortalecem os músculos e as articulações, funcionando como uma ginástica especial, baseada nos movimentos circulares de defesa e métodos de respiração, trazendo como resultado melhorias no sistema cardiovascular, neuromuscular e metabólico, além da coordenação motora, flexibilidade, força e saúde em geral. Com o treinamento, o praticante aprimora sua reação inconsciente e reflexiva diante de situações de conflito desenvolvendo ao mesmo tempo um caráter firme que busca a harmonia e a paz. Eis porque pessoas que estão em posição de direção, como gerentes, supervisores, empresários tem procurado muito esta arte para ajudá-los no processo de gerenciamento de pessoas e controle emocional. A própria General Motors recomendou a alguns anos a seus executivos , e até aqui mesmo no Brasil a prática e estudo desta arte por esta razão. Consultoria: Shihan Wagner Bull, 6° dan. Fonte: www.aikikai.org.br

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>>EVENTOS

Karate

Seminário Internacional de

Karate O

Mestre Morinobu Maeshiro - Hanshi 9º Dan, diretamente de Okinawa, realizou este magnífico encontro internacional, na Argentina

rganizado pela Shinshukan (escola fundada pelo Mestre Yoshihide Shinzato) e ministrado pelos mestres 9º dan Hector Ceballos, Masahiro Shinzato e Morinobu Maeshiro, o evento, realizado em Córdoba, na Argentina, nos dias 4, 5 e 6 de março último, contou com cerca de 800 pessoas, oriundas de diversos países. De acordo com o mestre Rogério Wong, professor e mestre de Karate

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que participou do evento representando sua academia, localizada em São Vicente/ SP, o objetivo mais importante do seminário é criar um intercâmbio técnico entre o Karate de vários países, além de preservar os laços de amizade internacionais, fortalecendo assim a modalidade. Embora o seminário tenha lhe proporcionado novos conhecimentos sobre a modalidade, que serão repassados aos alunos brasileiros, Mestre Wong ressalta que, apesar de todos os esforços no sentido de atualizar sempre os conhecimentos e levar informações de diferentes aspectos aos karatecas brasileiros, falta bastante apoio à modalidade no país. “Estou há sete anos trabalhando em São Vicente, onde já foram descobertos vários talentos, que merecem atenção especial. Preciso de maior apoio do Poder Público e da iniciativa privada para poder levar cada vez mais informações e conhecimentos aos nossos atletas”. Além de toda a troca de conhecimentos e informações, o seminário ofereceu a oportunidade de ampliar os contatos internacionais e participar dos próximos eventos, como por exemplo o Seminário Internacional de Karate em 2012, que será realizado em Okinawa, no Japão, berço da modalidade, e o Mundial de Karate, competição mais importante do circuito, que será realizado na mesma cidade. Os atletas vencedores do Campeonato Brasileiro disputarão este último. Mestre Rogério Wong deverá levar de cinco a oito atletas para a disputa do Brasileiro, que acontece em novembro próximo, na cidade de Praia Grande/ SP.

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>>EVENTOS

Karate

11 Anos do Projeto Social Karate Do Sensei Byron O Karate a favor do social

A

tento à inclusão social dos jovens, há pouco mais de uma década, Mestre Byron resolveu unir sua vivência no ambiente escolar com a prática do Karate. Na qualidade de professor de contabilidade em escola municipal, atuando no ensino profissionalizante, este faixa preta 4° dan comprova que na vida nunca é tarde para começar.

Como ocorre com a maioria dos praticantes de artes marciais, seu desejo iniciar-se nestas manifestou-se na juventude, quando assistia a uma apresentação do saudoso “Hanshi Shinzato”, junto a um grupo de 12 faixas pretas de sua academia. Ficou bastante admirado, mas naquele momento, em razão de algumas circunstâncias adversas, não teve condições de começar a treinar. Em meados de 1972, já com 32 anos, durante um trabalho de divulgação realizado pelo Hanshi Shinzato, recebeu um panfleto que reavivou seu interesse pela arte. Contudo, em

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razão de sua idade, sentia-se constrangido em iniciar os treinamentos. Todavia, seu desejo de aprender a arte foi maior que sua insegurança momentânea, e assim, no mês de dezembro daquele ano, resolveu visitar a academia do mestre. Ao conhecer pessoalmente Hanshi Shinzato e receber as informações sobre a arte e os treinamentos, resolveu imediatamente assistir a uma aula. Ao observar os kata, as relações de amizade, o respeito e a integridade dos participantes, logo efetuou sua matrícula no Karate, participando de sua primeira aula no dia 06 de janeiro de 1973. Iniciou seus treinamentos, contando com o apoio de sua família, mas logo teve que interrompê-los, em razão de novos contratempos. Posteriormente, para conciliar sua carreira profissional com o Karate, Sensei Byron passou a treinar na famosa “turma Sensei Byron em primeiro plano. da madrugada”, às 5 horas da manhã, com Hanshi Shinzato, recebendo o constante apoio de Sensei Orfeu de Souza, seu grande incentivador e amigo. Atualmente, sua atividade como professor escolar se confunde com a de Sensei, que conta com vários alunos oriundos do curso profissionalizante da U.M.E.P. Acacio de Paula Leite Sampaio, em Santos/ SP, e da comunidade em geral. No último dia 13 de março, Sensei Byron comemorou 11 anos do Projeto Social Karate Do, desenvolvido na U.M.E.P. Acacio de Paula Leite Sampaio, recebendo convidados ilustres e amigos como os Sensei Orfeu de Souza (6°Dan), Antonio Carlos (4°Dan)), José Augusto (2° Dan)), Helio Santana e João Paiva. Apesar de todas as dificuldades que todo

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>>EVENTOS

Karate projeto social enfrenta, principalmente de ordem financeira, conseguiu formar seu primeiro faixa preta, Sr. Cleiton Alves dos Santos, que atualmente encontra-se ministrando as aulas do projeto social nesta escola, nos períodos de ausência do Sensei, entre outras duas alunas que fazem parte desta história, a karateca faixa marrom Maria Betânia Venâncio - uma das primeiras alunas da turma - e a karateca faixa roxa Ameline Calabrio Bertollini, que conta com quatro anos no projeto, além dos irmãos Humberto e Guilherme, jovens de grande futuro, todos motivo de orgulho para Sensei Byron.

Sensei Orfeu, João Paiva, Antônio Carlos, Fábio Bueno e Sensei Byron.

Na época que iniciou o Projeto, em 13 de março de 2000, a situação era bastante precária, faltavam recursos, tatame, kimono etc.; com o passar do tempo, Coquetel em comemoração aos 11 anos do projeto. graças à SEDUC (Secretaria da Educação e Cultura) do Município de Santos/ SP, bem como a alguns incentivadores, obteve seu primeiro tatame. Sua equipe tem recebido o apoio da empresa Engeplus Construtora, do Rotary Club de Santos, e da direção da Escola, que cede a estrutura para o desenvolvimento das aulas. O projeto é aberto a todos os interessados a partir de cinco anos de idade, e, em cumprimento ao seu objetivo de inclusão social, nada é cobrado dos participantes .

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Projeto Social Karate Do / Mestre Byron/ Unidade de Municipal de Ensino Profissional - Acácio de Paula Leite Sampaio Endereço: Rua 7 de setembro, 14 - Vila Nova Santos/ SP Dias e Horário dos Treinamentos: 2ª 3ª e 5ª a partir das 17h30 às 19 Email: byrondias@hotmail.com


A pedido do Sensei Byron, o professor Cleiton Alves dos Santos, posicionado no centro da foto, conduziu algumas demonstraçþes de Karate ao público presente, em conjunto com o Sensei Antonio Carlos, o terceiro professor na primeira fileira de estatura menor, no centro da foto.

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Kickboxing

>>social

UANDERSON PELO SOCIAL

TEXTO: JOSÉ AUGUSTO MACIEL TORRES

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Projeto Operação Kickboxing é um projeto desenvolvido pela Associação Desportiva Pit Bull há seis anos. Com o objetivo de contribuir com a prática de esportes e proporcionar entretenimento para as classe populares, a Associação ministra aulas gratuitas de Kickboxing, aberta a todos, independentemente do sexo ou idade.

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projeto da Associação Desportiva Pit Bull busca a inclusão social de crianças, adolescentes e adultos carentes através da prática do Kickboxing, com foco na melhoria da qualidade de vida.


Nestes últimos anos dedicados ao projeto, Professor Uanderson e seus alunos conquistaram vários títulos em artes marciais:14 cinturões e muitas vitórias, profissionais e amadoras. Além das aulas na Associação foram desenvolvidos projetos em cinco escolas, contribuindo para a formação não somente de campeões no ringue, mas principalmente, campeões na vida. O projeto vem obtendo o resultado desejado e modificando a vida de muitos jovens que não tinham quaisquer perspectivas. Atualmente, entre seus ex-alunos, encontramos servidores das forças militares, universitários, estudantes e técnicos buscando aperfeiçoamento para o mercado de trabalho. A despeito da falta de uma sede própria e de vários equipamentos e materiais necessários, são oferecidas aulas de qualidade, que caracterizam o projeto. O Kickboxing é uma atividade física e desportiva bastante completa, e quando praticado com regularidade, promove aumento da coordenação, do equilíbrio, da capacidade cárdio-respiratória, da força física, do autocontrole, da autoconfiança e da concentração. Fatores determinantes para uma boa qualidade de vida. Aos que não almejam aprender a prática desportiva para fins profissionais têm a oportunidade de conviver em um meio onde a disciplina, determinação, respeito, honra, solidariedade, união e fraternidade são evidentes. Desde sua criação, o projeto tem criado novas sementes de cidadania, formando competidores e professores, que seguem adiante realizando e divulgando o trabalho. No total existem quatro professores, que vêm dando continuidade ao projeto, e esse número promete crescer, com a formação de novos instrutores.

Como Funciona O projeto funciona em Escolas e Colégios públicos de Salvador. São oferecidas aulas gratuitas aos alunos da instituição e da comunidade, sendo cobrado dos alunos apenas o fardamento e o comprometimento com o cumprimento das regras da Associação Desportiva Pit Bull, além de um bom comportamento. Para fazer parte do projeto o interessado deve preencher a ficha de inscrição e apresentar seu documento de identidade.

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Kickboxing

Locais de atuação Colégio Estadual Duque de Caxias. HORÁRIOS: Seg., Quar. e Sex. das 18h30 às 21h. TEMPO DE ATUAÇÃO: 5 anos. Colégio Estadual Carneiro Ribeiro Filho. HORÁRIOS: Ter. e Qui. Das 09h às 11:00/ das 14h às 16h. TEMPO DE ATUAÇÃO: 1 ano. Colégio Estadual Márcia Meccia HORÁRIOS: Seg. e Ter. das 18h às 20h/ Sáb. das 09h às 12h. TEMPO DE ATUAÇÃO: 2 anos Outros colégios nos quais a Associação Desportiva Pit Bull já realizou este trabalho são: Escola Estadual Pierre Verger, Escola Estadual Divino Mestre e Colégio ICEIA.

Resultados alcançados Dentre os resultados alcançados, com vistas à inclusão social, destacam-se a formação de professores e monitores, que adotaram o Kickboxing como profissão. No momento, o Projeto conta com quatro professores faixas pretas e outros graduados, formados através do projeto, que passam adiante a ideia de cidadania, oferecendo aulas gratuitas nas escolas, dando continuidade ao Projeto Operação Kickboxing. Através do Projeto foram formados sete campeões baianos profissionais, além de dezenas de lutadores amadores.

Professor Uanderson Pit Bull Através de seu projeto, Professor Uanderson proporciona aos participantes não somente a prática de um esporte, mas também uma profissão. Sua história comprova que um trabalho bem feito gera bons frutos. Prova disso é que no passado, ele mesmo, foi aluno de um projeto social que oferecia aulas de Kickboxing para a comunidade. A paixão pelo esporte,

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aliada a sua determinação e preocupação com a comunidade, levaram este professor a continuar multiplicando ensinamentos tão valiosos e que contribuíram tanto com sua própria formação. Mesmo enfrentando dificuldadesdeordemfinanceira, faltadeequipamentos,materiais, entre outras, não desiste e ao contrário, o impulsiona a desenvolver cada vez mais a Equipe Uanderson Pit Bull. Pit Bull tornou-se um bom treinador, não por formar alunos invencíveis, mas por fazêlos acreditar e torná-los incansáveis. O professor também é atleta e treina sem patrocínio, e em quase dez anos de prática já realizou 20 lutas, obtendo 16 vitórias. Em 2010, seu valoroso trabalho foi reconhecido, o Professor Helio de Jesus, da Escola Ronin Do Internacional, viu o projeto através da internet, e resolveu conhecê-lo pessoalmente. Ao presenciar as aulas e conhecer com mais detalhes o projeto, gostou tanto que resolveu dar continuidade ao crescimento do grupo, convidando o professor Uanderson para fazer parte da Escola Ronin Do, representando-a no Brasil. O Professor Helio ainda custeou uma viagem para o Professor Uanderson ir à Suécia, onde está aprendendo uma nova modalidade e filiando-se à uma confederação internacional. Atitudes como a da Escola Ronin Do, em especial do Professor Helio e do Shihan Mats Tverin devem ser divulgadas pelo reconhecimento do trabalho desempenhado pela equipe Pit Bull. A equipe esta esperançosa e determinada a formar um grupo para representar esta entidade com honra, unindo a criatividade brasileira com a força da sua arte. É importante ressaltar esta conquista, pois ela não é somente da Professor Pit Bull, ou de sua Associação Desportiva, mas sim de todos os lutadores baianos e brasileiros que estarão sendo representados.

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>>medicina holistica POR: Marco CERVELLI - Parlare Assessoria de Imprensa / parlare.marco@terra.com.br

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ACUPUNTURA contra depressão

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correria do dia a dia, o acúmulo de atividades e o estresse contribuem para um dos distúrbios emocionais mais comuns na atualidade: a depressão. Os tratamentos alternativos são cada vez mais procurados, e a Acupuntura é um deles. Para a técnica chinesa, a depressão é resultado de um desequilíbrio energético relacionado ao coração, órgão em que ficam armazenadas as emoções, como explica o diretor científico do Instituto Brasileiro de Acupuntura e Massoterapia (IBRAM), Adriano Zumstein. Zumstein afirma que se coração está fortalecido, do ponto de vista energético, o indivíduo estará com uma mente saudável, pensando com clareza, a consciência é nítida, o


sono é normal e repousante, as idéias e sua vitalidade fluem naturalmente e os transtornos orgânicos, como as dores, inexistem. A Acupuntura age reequilibrando os diversos pontos energéticos distribuídos pelo corpo humano e ligados ao coração, devolvendo o bem-estar ao paciente com quadro de depressão. O tratamento varia caso a caso, e o número de sessões também. O diretor científico do IBRAM salienta ainda a importância da prevenção deste mal, evitando o desencadeamento energético que leve a pessoa às últimas consequências. Associar a técnica chinesa a outras atividades como relaxamento, massagem de acupuntos (pontos de Acupuntura), alongamentos, treino respiratório e atividades físicas auxiliam e previnem a depressão. Os principais sintomas deste distúrbio emocional é inquietação durante o sono, dificuldade em se levantar para um dia de trabalho, dores pelo corpo, falta de ânimo, dificuldade de respirar e grande opressão torácica. Informações à Imprensa Parlare Comunicação Integrada Marco Cervelli – parlare.marco@terra.com.br Anandha Correia – parlare.atendimento1@terra.com.br (16) 3236.0016/ 3235.1064 / 8155.0909 / 8143.0066 O IBRAM (Instituto Brasileiro de Acupuntura e Massoterapia) está a 15 anos no mercado, com a missão de transformar conhecimento em sabedoria e qualidade de vida à comunidade em geral. Com seis unidades, sendo cinco no Estado de São Paulo (Ribeirão Preto, Marília, Piracicaba, São José do Rio Preto e Sorocaba) e uma em Minas Gerais (Alfenas), o Instituto oferece seis cursos de Acupuntura (Sistêmica, Auricular, Auricular Avançado, Estética, Estética Avançada e Anestesia/Analgesia) e seis cursos de formação (Iridologia e Irisdiagnose, Terapeuta Floral, Quiropraxia, RPG/RCS, Cristais de Dharma e Liberação Miofascial), para acadêmicos e profissionais da área da saúde. “Nossos cursos dão ao profissional da área de saúde o conhecimento necessário para atualizar e aperfeiçoar sua prática terapêutica. O maior diferencial do IBRAM está na junção da teoria com a prática, seguindo de perto a tradição e as tendências dos maiores centros de acupuntura do mundo. Com os atendimentos ambulatoriais filantrópicos (Acupuntura Comunitária), o Instituto aproxima profissionais, alunos e sociedade. Todas as atividades que desenvolvemos possuem metodologia e caráter científico”, explica diretor científico do IBRAM (Instituto Brasileiro de Acupuntura e Massoterapia) e diretor representante da Xiamen University – China, no Brasil, Dr. Adriano Zumstein.

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>>BIBLIOTECA MARCIAL JOSÉ AUGUSTO MACIEL TORRES

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Grandes Mestres das Artes Marciais do Brasil - 2ª edição A 2ª edição (2010) contou com 71 mestres e 21 professores homenageados. Este trabalho, inédito no Brasil, faz parte de um projeto maior que a Bueno Editora está desenvolvendo no país, voltado às artes marciais e ao resgate de valores morais e históricos da comunidade marcial. “A melhor referência de um Mestre é seu trabalho, seu conhecimento, sua técnica e suas habilidades em transmitir esta bagagem para desenvolver seus alunos. Todo o empenho, dedicação e determinação dos artistas marciais não podem ser esquecidas”. Autores: Fábio Bueno e José Augusto Maciel Torres. Site: www.buenoeditora.com.br/shop

A magia da espada japonesa

Yoga para nervosos

Esta obra é um clássico do Yoga em nosso País. Apresenta um contexto global sobre o desequilíbrio emocional e o stress no ser humano, mostrando de forma simples e objetiva os vários mecanismos do Yoga para eliminar as múltiplas tensões nervosas comuns na atualidade. A leitura é muito útil para os marcialistas, pois proporciona uma visão específica com o objetivo de melhorias na postura física e nas técnicas de respiração. Contendo 390 páginas, esta obra pertence a editora RECORD. Autor:José Hermógenes. Site: www.record.com.br

É necessário sempre lembrar que a espada dentro do contexto japonês está aliada ao samurai e representa toda uma visão filosófica e espiritual que vai além da parte física. Esta obra permite a transmissão de toda uma dinâmica do bem viver e respeitabilidade do homem e do universo como um todo. Proporciona aos leitores a percepção de valores muito maiores relacionados a magia desta arma. A editora é a Cultrix. Autor: George Guimarães. Site: www.pensamento-cultrix.com.br


Kung Fu, milenar arte marcial chinesa O Kung Fu visto como um completo processo psicobioespiritual (mente,corpo e espírito). Vários estilos são apresentados neste livro, servindo como literatura base para os amantes do Kung Fu. A história, cultura e filosofia chinesa se faz presente em toda esta obra. E para quem deseja conhecer o maravilhoso universo das artes marciais chinesas esta obra fará o leitor se apaixonar facilmente. A editora é a OnLine e o número de páginas é de 98. Autor: José Augusto Maciel Torres. Site: www.editoraonline.com.br

Orientalismo

Confuncio, ou Confúcio, foi um pensador chinês que marcou o seu tempo, e até os dias atuais é um marco dentro da cultura Oriental. Obra indicada para todos aqueles que praticam ou de alguma forma relacionam-se com as artes marciais, e que os levará ao encontro do tão conhecido “guerreiro interior”, inúmeras vezes citado nesse meio. www.lpm.com.br

MASTER

A Revista MASTER é uma publicação da Bueno Editora Design e Comunicação com tiragem de 5.000 exemplares e distribuição bimestral. A Revista MASTER é o veículo que a comunidade marcial esperava. Disponibilizando espaços em diversos formatos a escolha do participante, seja empresa, academia, federação, mestre, professor etc, este periódico servirá como referência no mercado marcial abordando temas de interesse geral das modalidades praticadas no Brasil. www.buenoeditora.com.br/shop

Envie seu livro para a nossa redação: Teremos grande prazer em divulgá-lo em nossa biblioteca marcial e disseminar a cultura marcial para nossos leitores. BUENO EDITORA DESIGN E COMUNICAÇÃO Av. Dr. Bernardino de Campos, 338A CJ 22 Santos/ SP CEP 11065-000

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