Revista do Clube do Choro de Santos 2ª edição

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Perfil >> Depoimentos

O primeiro Clube do Choro Por: Sérgio Cabral

cena que se repetiu, praticamente, todos os dias: o público exigia bis, assim que ele encerrava o solo de Noites Cariocas. O fato é que, a partir de 1974, eu era chamado para fazer shows de Choro em todo o Brasil (a Universidade de Londrina me encarregou de promover apresentações uma semana inteira. Levei do Rio um total de 56 instrumentistas). Em seguida, fui convidado para dedicar um dia por semana ao

Sérgio Cabral

Divulgação

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m 1973, participei, como diretor, roteirista (as duas funções em parceria com Paulinho) e apresentador de um show com Paulinho da Viola, o conjunto Época de Ouro e o compositor Élton Medeiros denominado Sarau, que, após uma temporada vitoriosa, de dois meses, com espetáculos quase todos os dias (chegamos a fazer dois num dia) no antigo Teatro da Lagoa, no Rio, viajamos pelo Brasil, sempre com o mesmo sucesso, e o show foi apontado como responsável pelo início de um processo que marcou a volta do gênero musical aos palcos brasileiros e a criação de novos grupos de Choro. Sarau marcou também uma espécie de ressurreição do conjunto Época de Ouro, que nascera para acompanhar Jacob do Bandolim e deixara de atuar desde agosto de 1969, com a morte do genial instrumentista e compositor. Paulinho foi quem teve a ideia de reagrupá-lo quatro anos depois para que participasse do nosso show. No lugar de Jacob Bitencourt, o jovem bandolinista Déo Rian, principal responsável por uma

Choro no Teatro Casa Grande, do qual fui diretor artístico nos seus primeiros anos de vida. Que nome dar àquelas noites de Choro? Clube do Choro, sugeri, com a intenção de criar um clube mesmo, com sócios e pagamentos de mensalidades. Convidei Paulinho da Viola para presidir o Clube do Choro, mas ele não aceitou. Pediu, porém, que fi-

gurasse como um dos fundadores. Conversei com os músicos – Artur Moreira Lima, o violonista, baixista e cantor Luís Roberto, marido da nossa Herlinha, o pessoal do Época de Ouro e outros que atuavam no Teatro Casa Grande – e concluímos que o melhor nome para presidente seria Mozart de Araújo, nosso mestre em matéria de música. Ele aceitou, até ser sucedido por Jorginho do Pandeiro, meses depois. No início da década de 1980, fui eleito vereador pelo Rio de Janeiro e a minha vida mudou muito, pois a política me absorvia demais. Além disso, continuava com a minha coluna de futebol no jornal O Globo. Tive de dar uma parada nas minhas atividades de criador de espetáculo com o pessoal do Choro. Mas nunca me distanciei muito do Clube do Choro, que, embora não tivesse prosperado no Rio de Janeiro, espalhou-se pelo Brasil inteiro. Era rara a cidade brasileira que eu visitava sem receber a visita de um morador que ia dar-me conta da existência de um Clube do Choro, porque não tenho viajado muito. Atualmente, não sei se é assim. O que sei é que os Clubes do Choro existentes em Santos e Brasília são tão maravilhosos que valem por um país inteiro.

Sérgio Cabral Santos é jornalista, escritor, compositor e pesquisador brasileiro. www.clubedochoro.org.br

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migos, neste ano o Clube do Choro de Santos completa 11 anos. Uma trajetória coberta de sucesso, fruto de muito trabalho e dedicação de seus diretores e conselheiros, cada um fazendo sua parte. Durante o ano de 2008, aconteceu um fato muito interessante que gostaríamos de contar. Demos início ao processo de criação do Dia Estadual do Choro no Estado de São Paulo, em homenagem ao compositor e multi-instrumentista Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto. Pois bem, fomos ao encontro do então deputado estadual Paulo Alexandre Barbosa, que nos recebeu de forma amável e simpática, transformando nossa proposta em Projeto de Lei e encaminhando à Assembleia Legislativa para discussão e futura aprovação, o que aconteceu em 10 de março de 2009, quando veio à luz a Lei Estadual 13.447.

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Luiz Fernando Ortiz

Carta ao Leitor

O ineditismo da proposta e o tirocínio do então deputado santista tornou São Paulo a primeira unidade da Federação a comemorar o Dia Estadual do Choro, iniciativa logo seguida pelos Estados do Pará e Rio de Janeiro, este último local de origem deste estilo musical, hoje com diferentes sotaques Brasil afora. Quis o destino que nas eleições de 2012, o ex-deputado tivesse seu nome sufragado nas urnas tornando-se Prefeito de Santos, vindo em 2013 a sancionar a Lei Municipal 2893/2013, de autoria do então vereador Odair Gonzalez, em prol da OSCIP Clube do Choro, mantenedora da Escola de Choro e Cidadania “Luizinho 7 Cordas”, no Mercado Municipal, em parceria com a Prefeitura de Santos. O “Choro” é o primeiro gênero brasileiro de música popular urbana, de caráter nacional, mas com sotaques regionais. Não parou de ser produzido, continua


forte e atemporal, é uma linguagem viva e essencial à música brasileira. Serviu de inspiração inclusive a compositores eruditos brasileiros e estrangeiros. Dentre as composições de Heitor Villa-Lobos, o ciclo dos Choros é considerado um conjunto de obras importantes. O compositor francês Darius Milhaud, que foi adido cultural da França no Brasil, inseriu em sua peça “Scaramouche” algumas ideias de Choro, inclusive com um plágio de “Brejeiro”, de Nazareth. Neste ano também comemoramos o sesquicentenário de Nazareth, nascido no Rio de Janeiro em 1863, e um dos principais criadores do Choro. Mas foi Alfredo da Rocha Viana Filho, o nosso Pixinguinha, também carioca de 1897, quem deu forma a linguagem do Choro hoje conhecida. Nazareth e Pixinguinha viveram num Rio de Janeiro, que nos anos 1910 fervilhava. A capital brasileira havia passado por uma extensa reforma urbana, com a derrubada dos cortiços do centro da cidade. Toda a gente humilde que vivia nos cortiços foi expulsa para os morros da periferia, para as primeiras favelas. Outros foram morar em bairros distantes como o Estácio, conhecido como Pequena África, por causa dos terreiros onde as tias baianas comandavam as festas e o batuque. O mais famoso terreiro foi a casa da Tia Ciata, onde nasceu o gênero musical “samba”, que também terá especial destaque em nossa programação deste ano. Em Santos, a Intendência Municipal em 1896 proibiu as construções de cortiços e casas de madeira cobertas de zinco no perímetro da cidade, conforme transcreve edital publicado. Enfim, grande parte das moradias construídas no Brasil ocorreu de forma precária e em locais vulneráveis a enchentes e falta de saneamento básico. Cerca

de 52,3 milhões de pessoas vivem em favelas no Brasil. Graças a uma emenda parlamentar do então vereador Reinaldo Martins, nas comemorações do “Dia Municipal do Choro” em 2013, como forma de chamar a atenção sobre o assunto, vamos cantar os problemas da habitação e moradia, inspirados no cancioneiro popular. O ápice de nossa programação de 11º aniversário será o show “Dos Cortiços e Palafitas ao Guarany”, um bate-papo musical com o jornalista e escritor Sergio Cabral, sob o comando de Luizinho 7 Cordas, que acompanhará músicos e cantores de nossa cidade, além de convidados. Nessa programação teremos ainda a participação dos “Meninos Chorões”— alunos da Escola de Choro e Cidadania do Clube do Choro, criada para atender também a população dos cortiços e que, a partir deste ano, passou a contar com o patrocínio da empresa santista Logitrade. Neste ano o Clube está selando importante parceira com o Instituto Arte no Dique, que desenvolve significativo trabalho de inclusão social na Vila Gilda, em Santos, e o “Coletivo Querô”, mantido por esta instituição também participará dessa programação. Tendo o Choro como linguagem, nossa meta, em médio prazo, é criar um movimento nacional de divulgação e promoção dos “Sotaques do Choro Brasileiro”. O Clube já conseguiu incluir o dia 23 de abril, Dia Municipal do Choro, no Calendário Oficial de Santos e instituir o dia 28 de junho como o Dia Estadual do Choro. Reconhecemos, por fim, que ainda temos muito trabalho pela frente. Boa leitura, Marcello Laranja e Luiz Antônio Pires, Presidente e Vice-presidente do Clube do Choro de Santos. www.clubedochoro.org.br

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>> Tradição Santista

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Por: Renê Rivaldo Ruas

Reprodução

Choros Carnavalescos

Grupo Sapeca Choro, 1919

antos, cidade festiva, sempre comemorou o Carnaval. No final do século XVIII, a cidade brincava o Entrudo que era marcado pela vulgaridade e pela violência. Em meados do século XIX, os bailes de máscaras eram realizados, sobretudo, no Teatro do Largo da Coroação, atual Praça Mauá, lugar esse frequentado pelos “bacanas” da época. Nesse local, durante o Carnaval, os foliões se exibiam, em suas carruagens enfeitadas, pelas poucas ruas da cidade, aliás, corajosos foliões, pois tinham que encarar a fúria dos agressivos Entrudos. Em 1857, com o intuito de promover os festejos carnavalescos em sintonia com os novos tempos, alguns ditos “homens de bem”

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resolvem criar a Sociedade Carnavalesca Santista. Nasce assim o primeiro Carnaval de Santos organizado. Nesse carnaval incipiente, grupos formados por rapazes que tocavam instrumentos de cordas e sopro e executavam modinhas, lundus e polcas, tinham presença garantida nos dias de folia. No domingo de Carnaval de 1903 se apresenta em frente ao jornal O Diário de Santos o Grupo dos Boêmios com seus violões, cavaquinhos e bandolins. No Carnaval seguinte, 1904, o Grupo dos “Pierrots” se exibe em frente ao Jornal A Tribuna – com violões, bandolins, cavaquinhos e pandeiros – tocando polca, quadrilha e o “indecente” lundu chorado, dança desavergonhada e, é nessa mistura

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de ritmos, mais a forte influência negra é que se dá a forma inicial do Choro como gênero musical. Esses grupos musicais, sem dúvida, deram a forma e as características marcantes dos grupos típicos de Choro, não só carnavalesco, como também de toda a tradição do Choro e que vai desaguar nos futuros grupos musicais chamados de “Regional”, que foram fundamentais para o sucesso dos programas de Rádio. O primeiro grupo de Choro organizado em Santos foi o famoso Sapeca Choro, criado em 1919 para o Carnaval de 1920.

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O sucesso do Sapeca Choro foi tanto que, depois dele, surgiu uma infinidade de Choros Carnavalescos, entre eles, o Gato Preto (1921), Aborrecidos (1934), Marujos Santistas (1936), Rumba Calunga (1938) e tantos outros. Destacamos aqui a persistência do Choro Carnavalesco Rumba Calunga que por mais de 30 anos atuou nos Carnavais de Santos e São Vicente. Com o declínio desses grupos, somente em 1963 surge o Chorões Santistas e, nos anos 80, o simpático e efêmero Choro Carnavalesco Cantinho do Céu. Fica claro, portanto, que as primeiras manifestações carnavalescas de rua foram fortemente influenciadas pelos Choros Carnavalescos e, também, que a existência desses grupos traduz uma manifestação única do Carnaval Santista, devido, principalmente, à realização de acirrados e concorridos campeonatos. O que se propõe aqui, afinal, neste dia 23.04.2013, em que se comemora o Dia Nacional e Municipal do Choro, é destacar a importância histórica do Choro Carnavalesco, pois essa manifestação popular do Carnaval Santista, tem a mesma relevância das tradições culturais e folclóricas de outras regiões do País. *Renê Rivaldo Ruas é cantor, músico, escritor e apaixonado pela cultura brasileira.

>> Expediente & sumário

Clube do Choro de Santos OSCIP

www.clubedoChoro.org.br | CNPJ/MF nº 05.798.009/0001-03 Ministério da Justiça nº 08026.012288/2004-11 Declaração de Utilidade Pública Municipal - Lei nº 2389, de 18/05/2006 Diretoria Executiva Presidente: Marcello Machado de Campos Laranja Vice-Presidente: Luiz Antonio Pires Secretário: Renê Rivaldo Ruas Diretor Adm/Financeiro: Ademir Gargiulo Soares Diretor da Escola de Choro: Luiz Fernando Costa Ortiz Diretor Artístico: Jorge Maciel Diretor de Patrimônio: Adilvaldo Domingues Peres Diretor Jurídico: Luiz Simões Polaco Filho Diretor Jurídico Adjunto: Jean Rodrigues Teixeira Diretor de Projetos: Osvaldo de Souza Freires Diretor de Arte: Joacir Alves de Oliveira (Jotarelli) Diretora de Multimeios: Marcia Salles Okida Conselho de Administração Geraldo César Pierotti - Presidente Florival Amado Barletta Sérgio Cabral Santos Luiz Araújo Amorim (Luizinho 7 Cordas) Henrique L. Santos Flho (Reco do Bandolim) Carlos Frigério Egeu Laus Simas Newton da Silva Plínio Ganev Cristina Bezerra Caetano Conselho Fiscal Herlinha Gomes de Souza Guiomar Szabo Fabrício Gandini Caldeira Jussara Paulino de Souza Obed Zelinschi de Arruda Reinaldo Vieira dos Santos

Sumário: O primeiro Clube do Choro____ 03 Carta ao Leitor____________04 Tradição Santista: Choros Carnavalescos_________06 Artigos: Chorinho no Aquário___________08 Choro em Brasília___________09 Opinião: Poder Público e Setor Cultural___10 Instrumento: O violão____________________11 A semente: Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas_____________14 Especial: Lenha no Coração___________16 Relatorio de atividades: Relatório de atividades_______18 Parceiros/ Q-Frango Tradição que permanece_____20

BUENO EDITORA, DESIGN E COMunicação Av. Bernardino de Campos, 338 A | Sala 22 | Vila Belmiro | Santos/SP CEP 11065-000 | Tel.: (013) 3345-3241 www.buenoeditora.com.br | contato@buenoeditora.com.br Editores: Fábio Amador Bueno e Elaine Ferreira Responsável: Marcello M. de C. Laranja - MTB 0067256 - SP Redação: Girliane Martins Assistentes de arte: Felipe Bueno, Leon Denis Ribeiro e Ricardo Bueno A revista Clube do Choro de Santos é uma iniciativa da própria entidade, com distribuição dirigida. Todos os direitos são reservados ao Clube do Choro de Santos. A revista não se responsabiliza pelos serviços e produtos apresentados pelas empresas que estão sendo veiculadas nesta obra, os quais estão sujeitos às normas de mercado do Código de Defesa do Consumidor. As reportagens, fotos e artigos assinados são de responsabilidade dos colaboradores e autores.

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>> Artigos

“Chorinho no Aquário”, um projeto que veio para ficar

Grupo Amigos do Clube do Choro

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Por: Ademir Gargiulo Soares

o próximo mês de julho, o “Projeto Celebra Chorinho no Aquário”, patrocinado pelas empresas Tecondi e Termares, em parceria com a Prefeitura Municipal de Santos e com apoio do Clube do Choro de Santos, completa seis anos ininterruptos de sucesso. A Praça Vereador Luiz La Scala, mais conhecida como Praça do Aquário Municipal de Santos, situada no bairro Ponta da Praia, transforma-se, todos os sábados, a partir das 18 horas, em palco de apresentações de Choro, recebendo um público cada vez mais fiel e participativo. Além de abrir espaço para que os músicos, grupos e cantores “chorões” da região possam mostrar seus trabalhos, o “Chorinho no Aquário” recebe sempre, também, artistas consagrados de outras partes do país. Assim,

já se apresentaram no projeto instrumentistas e grupos de Choro de renome internacional como Luizinho 7 Cordas, Euclides Marques, Zé Barbeiro, Aleh Ferreira, Izaías do Bandolim, John Berman, Grupo Quatro a Zero, Choronas, Choro das Três, Demônios da Garoa e muitos outros. O público que comparece todos os sábados na Praça do Aquário representa um espetáculo à parte: as cadeiras colocadas à sua disposição são disputadas cerca de uma hora antes das apresentações, e os demais espaços são ocupados pelos atentos apreciadores do Choro com cadeiras de praia que trazem de casa e espalham ao redor. E um contingente ainda maior da plateia posiciona-se em pé nos espaços vazios, e ali permanece entusiasmada até o final dos shows. Jamir Lopes é o responsável técnico e coordenador do projeto

e o Clube do Choro de Santos não só participa ativamente como apresentador de vários grupos locais, como o auxilia na contratação de grupos e artistas renomados para aqui se apresentarem. Por todos esses predicados, pelo seu sucesso e pela sua continuidade, o “Chorinho no Aquário” já se tornou uma referência da cidade de Santos para todo o Brasil.

Luizinho 7 Cordas, Alexandre Ribeiro e Zé Barbeiro

*Ademir Gargiulo Soares é economista, compositor, produtor musical e diretor do Clube.

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Por: Reco do Bandolim

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nova sede do Choro em Brasília, inaugurada em novembro de 2011 e construída através de projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, transformase no Espaço Cultural do Choro, que reune num mesmo ambiente Clube, Escola e Centro de Memória e Referência, este, em fase de estruturação em parceria com a Universidade de Brasília. Cumprimos assim o papel de formar e ampliar plateias, criando um círculo virtuoso que vai garantir a renovação e a perenidade do Choro.

Podemos afirmar que a realidade ficou maior que o sonho, diante da constatação de que o Choro deixa de viver de aluguel em seu próprio País e passa a ter casa própria em plena Capital da República. Nessa mesma linhagem, surge o Clube do Choro de Santos como um exemplo de dedicação, determinação e sensibilidade e que a cada ano avança no sentido de democratizar a mostra e o ensino do Choro, essa cultura genuína, brasileiríssima, capaz de fazer o perfil da alma brasileira. O Clube do Choro de Brasília e o Clube do Choro de Santos são

Luisa Spindola

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Choro em Brasília

Reco do Bandolim

instituições irmãs que, na medida em que trabalham em favor do resgate de alguns dos mais geniais autores nacionais, frequentemente fora da grande mídia, trazem uma inequívoca vocação para estreitar parcerias absolutamente benéficas para a juventude brasileira.

Reco do Bandolim é músico, presidente do Clube do Choro de Brasília e conselheiro do Clube do Choro de Santos.

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>> Opinião

Poder Público & Setor Cultural

Luiz Fernando Costa Ortiz

Por: Reinaldo Martins

Colégio Barnabé - Natal de 2012. Wagner, Gabriel, Guilherme, Jhonatan, Raphaella e Matheus (ao fundo), Lucas, César, Mayara e Marcelo (à frente)

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á muita discussão sobre a relação entre o poder público e o setor cultural. Há os que acham que a produção cultural deve se ater às leis de mercado, quem consegue público, consegue recursos financeiros. Há os que acham que só o poder público tem a obrigação de “bancar” toda ação cultural. No caso da produção e das manifestações culturais e artísticas que fogem ao modismo, que são o nutriente da vida de uma comunidade ou sociedade, que criam uma identidade entre as pessoas, não se veem interessados em estimulá-las, em divulgá-las, sequer em mantê-las. Nesses casos é obrigação do

poder público cobrir essa lacuna, garantir-lhes a sobrevivência e mais do que isso articular-se com os que criam arte e, sem dirigir, sem mandar, sem manipular, com respeito e admiração por esses criadores, proporcionar os meios financeiros e materiais para que não apenas conservem, mas recriem, refinem, transmitam essa herança às novas gerações e divulguem seu trabalho. Esse é o caso do “Choro” e do Clube do Choro que temos em nossa cidade como um elo entre gerações, como uma marca da nossa maneira de ser, que não se limita a conservar, mas a recriar constantemente essa música tão brasileira e tão santista, e mais,

preocupa-se em envolver jovens que chegam a toda música pela via do “chorinho”. Prefeitura e Câmara Municipal não têm que sustentar o Clube do Choro, mas complementar meios para que, parte do que se chama sociedade civil, tenha garantidas as condições mínimas de um trabalho contínuo. A beleza é por conta do Clube e do Choro, os meios materiais cabem ao poder público.

Reinaldo Martins

Reinaldo Martins é professor de História formado pela USP em 1976, com pós-graduação em Ciências Sociais pela PUC/SP e ex-vereador na cidade de Santos/SP.

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O violão Por: Homero Nardi

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omo luthier com mais de 20 anos de experiência, nunca encontrei uma forma geométrica para construir um instrumento musical com timbre agradável. Tenho apenas como guia seguro, uma forte intuição e uma profunda sensibilidade.

Com essa vivência, notei que é impossível a fabricação de um instrumento se não usarmos madeiras nobres. Para essa construção, precisamos de madeiras apropriadas, como: abeto alemão ou suisso para o tampo; ébano indiano para a escala; jacarandá da Bahia para a lateral e tampo traseiro; cedro rosa ou mogno para o braço.

Dentro desse padrão já conquistei aceitação de músicos conceituados na Espanha, Argentina, na Inglaterra e no Brasil. Na Espanha, que é um país tradicional na fabricação de violões, tive a oportunidade de fabricar um instrumento para o grande violonista Fernando de la Rua. Tenho, pelo menos, 6 violões nesse país europeu, especificamente desenvolvidos para a música flamenca. No Brasil, meus instrumentos estão entre músicos de Choro, como o Éverton do Conjunto Branco e Preto, Joca do violão, Jorge Maciel, Milton Mori (Tachinha), Maik do Bandolim, Miltinho do Cavaco, Canhotinho do Conjunto Demônios da Garoa, Agnaldo do Bandolim, Monteiro do Bandolim, Manecão, Jorginho do Cavaquinho, Carlinhos (filho do Joca), entre tantos outros espalhados pelo Brasil. *Homero Nardi é empresário e luthier por paixão.

Desenho Alex Ponciano www.clubedochoro.org.br

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>> A semente

Escola de Choro e Cidadania

Luizinho 7 Cordas

Luiz Fernando Costa Ortiz

Por: Luiz Fernando Costa Ortiz

Workshop com o grupo israelense Chorolê em 24/11/12 no Mercado Municipal

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“Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas”, mantida pelo Clube do Choro de Santos em parceria com a Prefeitura Municipal, entra neste 2013, em seu terceiro ano de atividades. Criada com o propósito de ser uma opção de programa complementar à escola formal, oferece um curso de musicalização, formação de músicos e de grupos de Choro. É a primeira escola específica desse gênero

musical em Santos e no Estado de São Paulo. Localizada no Mercado Municipal, atende crianças e adolescentes, de ambos os sexos, com idade entre 9 e 17 anos, preferencialmente que se encontrem em situação de vulnerabilidade e carência social, residentes e estudantes no Centro de Santos. Após dois anos de aulas já tem constituído um grupo de “Meninos Chorões”, que tem se apresentado nos mais variados espaços, em eventos e comemora-

ções promovidos pela Prefeitura e por entidades da sociedade civil. Nesse período, dentre vários eventos, destacamos o Workshop realizado em 24 de novembro de 2012, com o Grupo de Choro Israelense Chorolê, cujos membros fundaram o Clube do Choro de Israel. Mereceu destaque também a visita do diretor presidente de “A Tribuna”, Marcos Clemente Santini, na confraternização de encerramento do ano letivo, em 19 de dezembro de 2012.

*Luiz Fernando Costa Ortiz é advogado, coordenador da Escolinha, apaixonado por música e fotógrafo oficial do Clube do Choro.

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Luiz Fernando Costa Ortiz

Ensaio da turma avançada em novembro de 2012

Luiz Fernando Costa Ortiz

Durante os dois primeiros anos a Escola foi mantida graças ao empenho e dedicação pessoal dos diretores do Clube do Choro e de voluntários que tornaram esse antigo sonho uma realidade. Para este ano foi firmada parceria com a empresa santista Logitrade, que na condição de patrocinadora possibilitou, não só a manutenção da turma atual, como a formação de uma nova no horário matutino. Com esse patrocínio, a Escola de Choro passou a contar, além da Diretoria específica, com Coordenador Pedagógico e monitores preparados para ministrar as aulas, que se desenvolvem as segundas e quartas-feiras, nos horários das 9 às 11 e das 14 às 16 horas. A nova turma, iniciada em 04 de março de 2013, já vem revelando a sua veia musical. Parabéns a todos aqueles que de alguma forma contribuem para o fortalecimento de nosso projeto e estejam cientes de que com a força de todos, ano a ano, vamos formando uma nova geração de “chorões” que, com certeza, serão um dia os herdeiros do Clube do Choro de Santos!

Turma iniciada em 04 de março de 2013 e muitos já revelando a veia musical Edilson Horneaux faz a manutenção dos instrumentos de corda usados na escola

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Cândido Portinai/ reprodução

>> Especial

Lenha no coração Por: Renê Rivaldo Ruas

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Lili passa aí o torresmo! — Ô Landufo passa a pimenta! O domingo prometia. Calor de matar o cristão, a cervejinha, bem geladinha, já estava desde cedinho no tanque, o feijão preto bem gordo com paio, costelinha, carne seca e a couve bem temperada. E, claro, aquela cachaça da Nova Cintra, o morrão do morro e a roda formada debaixo do bambuzal. Pra variar um pouco, chega atrasado, Didi Canela Grossa, de calça branca, sapato branco, cabelo engomado e a timba debaixo do braço. A roda estava completa, Seu Lili no 7 cordas, Joãozinho do Clarinete, Zequinha do Bandolim, e nos violões de 6, Horacio, Vadico, Chiquinho (filho do velho Duduca do Sax) e Seu Canhoto com o violão no aconchego da imensa barriga e o elétrico Moraes (Caiçara) fazendo misérias no pandeiro contro-

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lado pelos olhares severos do Seu Lili. Não podia faltar também Nelson Jumba, que chegou com sua malacaxeta e a elegância de sempre, assim como o não menos cotado Churrasco, que tinha voz forte e encorpada que nem parecia sair daquele corpo franzino. Nessas alturas já estavam por lá, Malandrinho, Eduardo, Nenê, Toninho Braçanã, Lobinho, Josino, Juca e outros assíduos frequentadores do chalé. — Ô Lili, dá aí um ré menor! Seu Lili dá o acorde pedido e Joãozinho ataca no Chorando Baixinho. O amigo não conhece o Chorando Baixinho do Abel Ferreira? Nunca ouviu mesmo? Então, amigo, como explicar a passagem pela vida sem nunca ter ouvido o clássico do clarinete do Joãozinho, sem nunca ter visto o Pescadinha dançar Tango e nem ter saboreado o pastel do Shiro em frente a Alfândega. Não tem desculpa. É de chorar baixinho e ajoelhado.


Arquivo Pessoal

A lenha vai comendo solta. Cada Choro. Um perigo para os cardio-displicentes. O copo de morrão vai passando de mão em mão, irmãos solidários do mesmo copo, copo ecumênico. Didi Canela Grossa brigando com uma costelinha, afinal de contas, dentes na boca do Didi eram uma raridade, um aqui outro acolá e, na frente, somente o ponta direita e o ponta esquerda. Seu Zequinha do Bandolim pede um acorde e arremata com o Migalhas de Amor, do Jacob, que é para deixar o vivente com a alma feliz e o coração a gargalhar. A lenha pegando fogo, Seu Lili com o coração em festa e o sorriso largo de felicidade caprichava nas “baixarias” do potente Soros de 7 cordas. Não perdia uma nota. Às vezes, porém, olhava feio para o Caiçara que adiantava o compasso no pandeiro. E assim ia o domingo. Lá pelas tantas o silêncio é quebrado, aquela algazarra, aquele alvoroço e não é pra menos, eis que aparece, com o violão debaixo do braço e já com o copo de morrão na mão, o grande Maurici Moura, que vai logo pedindo: Mano Lili, dá um lá maior pro degas aqui! E ataca: “ Desta vez eu vou brigar com ela, mesmo que por isso eu tenha que sofrer...” Aí, irmãozinho, o caldo entornou e “Seu” Lili, já caído nas Graças do Senhor, pede quase implorando: — Ô Carolina traz aí aquele cambuci. Sobe no ar aquele cheiro adocicado da cachaça com cambuci, fruta que ele mesmo trazia de Itatinga, local da usina da antiga CDS, pros lados de Bertioga,

quando lá ia trabalhar. Logo, logo o garrafão é nocauteado. E tome Choro, tome valsa e tome emoção. Ou seja, um mata e o outro esfola. Maurici, já levemente chamuscado pelo cambuci, pede: — Ô Lili dá aí um lá menor! E ataca com aquele vozeirão, do mestre Ataulfo: “Eu daria tudo que tivesse, pra voltar aos tempos de criança.” Bem, não preciso dizer mais nada. A turma enlouqueceu. Seu Lili, emocionado, arrepiava nas passagens, Seu Zequinha do Bandolim fazendo loucuras nos contracantos e, na volta pra primeira parte, Maurici deixou a bola pro Joãozinho, que simplesmente lavou a alma do pessoal naquele fim de domingo. Lenha na fogueira. Lenha no coração. Eu, menino, com o rosto enfiado entre as ripas da cerca, ouvindo, ouvindo em silêncio e gravando tudo em minha memória afetiva. Confesso: meu coração ficou ali. Para sempre. E toca o bonde.

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>> Relatório de atividades Comemorações do 10º Aniversário -2012 24 de abril de 2012 Sessão Solene na Câmara Municipal de Santos com participação dos alunos da Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas. Na ocasião foi outorgada placa comemorativa aprovada pelo Decreto Legislativo nº 08/2012. 26 de abril de 2012 Concerto de aniversário no Teatro Coliseu, com a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, sob regência do maestro Gustavo Petri e os convidados Gilson Peranzzetta (piano), Mauro Senise (sax) e Amoy Ribas, percussão. 28 de abril de 2012 Apresentação de Choro na Praça Mauá, seguido do tradicional passeio de bonde pelo centro histórico de Santos, com músicos chorões e convidados.

Outras atividades 20 de junho de 2012 Apresentação dos Alunos da Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas, em iniciativa socioambiental realizada pela Casa Vó Benedita, comunidade e Prefeitura de Santos, em parceria com Tintas Coral e Companhia AkzoNobel, com o descerramento de placa alusiva e o mutirão de pintura em imóveis no bairro Vila Nova. 28 de junho de 2012 Dia Estadual do Choro - Show “Na Corte de Edmundo”, com o Trio Choro de Câmara, no Teatro Guarany, com outorga de título honorário ao maestro Edmundo Villani-Côrtes, e apresentação dos Meninos Chorões do CER de São Vicente. 7 de julho de 2012 5º Aniversário do Projeto Chorinho no Aquário, que contempla apresentações de Choro todos os sábados na Praça Luiz La Scalla, na Ponta da Praia. Este projeto patrocinado pelas empresas Tecondi e Termares, tem a Prefeitura Municipal e o Clube do Choro de Santos como parceiros. 3 de agosto de 2012 Show “Noites Cariocas - Evocação a Jacob do Bandolim” em homenagem póstuma ao músico e compositor, com a participação de 12 músicos no Teatro Guarany, em Santos.

Obra de Jotarelli, diretor do Clube, retratando Gilson Peranzzetta

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24 de novembro de 2012 Workshop com o grupo Chorolê, de Israel, na Escola de Choro e Cidadania, no Mercado Municipal.

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19 de dezembro de 2012 Apresentação dos alunos da Escola de Choro no Mercado Municipal no encerramento do ano letivo de 2012. Essa apresentação contou com a presença do Diretor de A Tribuna, Marcos Clemente Santini. Na ocasião foram abertas vagas para inscrição de novas turmas. 14 de janeiro de 2013 Eleição do Clube do Choro para o Conselho Municipal da Juventude, no segmento Organizações de Jovens do Movimento Cultural Popular para o mandato 2013/2015. 27 de fevereiro de 2013 Apresentação dos alunos da Escola de Choro, na posse do Conselho Municipal da Juventude, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Santos. 8 de março de 2013 Apresentação dos alunos da Escola de Choro no Mercado Municipal de Santos, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Comemorações do 11º Aniversário - 2013 Estão programadas, entre os dias 20 e 23 de abril, várias atividades e shows com a presença do jornalista e escritor Sérgio Cabral, convidado de honra do clube e tendo como homenageado o Instituto Arte no Dique.


Luiz Fernando Costa Ortiz

ACONTECEU EM 2013

Luiz Fernando Costa Ortiz

Sessão Solene na Câmara

Luiz Fernando Costa Ortiz

Show Noites Cariocas

• No dia 27 de fevereiro, tomou posse no Conselho Municipal de Juventude, em sessão solene, com a presença do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, a diretora de Arquivo e Patrimônio Cultural do Clube do Choro, Luciana Gomes de Souza. • Foi realizada no dia 17 de abril, na Universidade Católica de Santos, em parceria com o Clube do Choro, a I Jornada de Estudos do Choro e Musicalização Infanto Juvenil que visa, através de palestras, auxiliar na formação continuada de profissionais para o uso do estilo musical do Choro, como ferramenta de trabalho e expressão, tendo como público alvo, estudantes, professores e demais interessados. O evento contou com a participação do presidente do Clube, Marcello Laranja, do Professor Dr. Gil Nuno Vaz e do educador social William Dias da Silva, coordenador pedagógico da escola de Choro. • No dia 22 de abril, o Clube do Choro e o Instituto Arte no Dique firmaram um Protocolo de Intenções e Parcerias, com vistas a desenvolver parcerias para a realização de oficinas, cursos, programas, projetos e intercâmbio de assuntos culturais, utilização de instrumentos e material didático para a pesquisa da linguagem do Choro e Percussão.

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Passeio no Bonde

Concerto no teatro Coliseu www.clubedochoro.org.br

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>> Parceiros

Q´Frango, a tradição que permanece Por: Zé do Camarim

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princípio era o Bar 1º de Maio ou Bar do Chico, como também era conhecido. Tudo começou entre o final dos anos 70 e o início dos anos 80, ali ao lado onde era a farmácia que depois virou açougue, mercadinho até que o prédio foi incorporado ao restaurante, agora, recentemente. Bem na esquina da Duque de Caxias com a Bernardino de Campos, onde, em outros tempos, passava todo garboso o bonde 17, em pleno coração do Campo Grande. Quando veio para o prédio onde está até hoje, tocado pelo Carlinhos e o Nino, mudou o nome para Ki-Frango e permanece com a mesma tradição. Tempos depois, o novo proprietário, o Dias, reformou a casa e mudou o nome para Jobim. Depois dele che-

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gou a passar por diversos donos. Só quando Carlinhos retornou, pela segunda vez, trocou o “Ki” pelo “Q”. Aos sábados, no mezanino, que levava o nome de “Sala da Música Floriano Fernandes”, ainda existe a roda, hoje em dia com um número de músicos bem mais reduzido, pois, muitos daqueles que um dia pertenceram ao “Regional Amigos do Campo Grande”, não estão mais entre nós. Ah...importante ressaltar, com uma sala nova. Existem alguns remanescentes, poucos, mas ainda estão por lá como que reverenciando a tradição do samba, do Choro e da seresta. Não do mesmo jeito, não, até porque seria impossível, mas de alguma forma parecido com o que faziam Floriano Fernandes, Wilson Boloti, Osmar do Pandeiro, Walter do Bandolim, Zinomar Pereira, Hugo Fernandes, Braguinha “O Cavaquinho Ninja”, Dorival Paiva Loureiro, Macalé, Jacozinho, Cairo “Mingote”, Carlos Poyares, Pirapora do Pandeiro, Geraldinho e Ventura Ramires, ex-Demônios da Garoa, Arnaldinho do Cavaco, Zezinho e Leroy Amendola, ambos acordeonistas, Bando de Macambira e tantos outros. Até o “titio” Silvio Caldas andou por lá deixando impresso na parede da sala sua assinatura. Quando da primeira reforma, passaram tinta por cima do autógrafo

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sepultando-o definitivamente. Mas ainda encontram-se por lá Dario 7 Cordas - que hoje toca em dupla com o Quinho do Cavaco - os cantores Denis Roberto, Nilza, Rosangela Ribeiro e outros, além do Vicente com seu arsenal de percussão. Nelsinho do Bandolim e Moacir Cardoso, vez por outra, ainda aparecem por lá e mais uma “pá de gente” que se reúne nos finais de semana pra cantar e tocar. Até há pouco tempo se ouvia a timba do Perácio e o pandeiro do Pozinho (falecidos recentemente). Tá certo que a maioria é gente nova, que veio depois, mas, são todos muito bem-vindos. O Q´Frango é assim, pessoas se encontram para cantar ou tocar um instrumento, é a típica “lenha” como sempre chamamos e conhecemos, um lugar de musicalidade e poesia e onde é sempre um prazer renovado voltar.

Personagem inspirado em um integrante do Clube do Choro de Santos. Arte Fábio Bueno


www.clubedochoro.org.br

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>> Agradecimentos

“Ao longo dos 11 anos em atividade, o Clube do Choro de Santos foi agraciado com a colaboração de inúmeras pessoas, personalidades e empresas. Dessa forma desejamos registrar nossos agradecimentos a todos aqueles que direta ou indiretamente forneceram apoio, incentivo, amizade e carinho pelo nosso trabalho, pois é impossível relacionar todos os nomes neste espaço. Sintam-se todos, sem exceção homenageados e abraçados”. A diretoria

Parceiros

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