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Pereira – Predição do parto prematuro coce do grupo com risco elevado de início do trabalho de parto prematuro subseqüentes iria melhorar o resultado da gravidez através de uma intervenção precoce. Existe uma nítida relação linear do índice de consistência cervical com a idade gestacional, e também revelou este índice foi menor em gestações com história prévia de nascidos prematuros. Índice de consistência cervical teve uma alta sensibilidade para a predição de trabalho de parto prematuro espontânea menor que 34 semanas e pode ser determinado facilmente, mostrando um alto nível de repetibilidade intra-e interobservador. Deste modo, existe uma relação clara e bem descrita entre o comprimento do colo do útero curto e trabalho de parto prematuro espontânea. Essas podem ser avaliadas através de mudanças na consistência do colo do útero que são aparentes como um índice de consistência cervical baixo, logo no primeiro trimestre da gravidez 10. Trabalho de parto prematuro é uma doença causada por múltiplas etiologias. No entanto, a via comum, pode ser um início de amolecimento do colo do útero (talvez causada por edema e inflamação), que causa encurtamento precoce e trabalho de parto prematuro subsequente. O comprimento do colo do útero torna-se mais curto no final da gravidez em um modelo que difere da que verificamos no índice de consistência cervical. Pode haver uma diminuição contínua no comprimento cervical desde o inicio da gravidez, uma redução a partir de cerca de 30 semanas de gestação, ou uma diminuição brusca no comprimento cervical no momento do nascimento. Em pacientes com os dois últimos padrões de encurtamento, trabalho de parto prematuro não será previsto pela medição do comprimento do colo do útero antes de 23 semanas, mas pode ser previsto pela avaliação do índice de consistência cervical 11. Fonseca EB em 2007, publica um estudo demostrando o uso da progesterona em mulheres com um colo curto pela ultrasonografia transvaginal em 20-25 semanas onde notificou uma redução na taxa de parto prematuro espontâneo de uma gestação com menos de 34 semanas. Entretanto, este estudo não avaliou a ultrasonografia transvaginal em idade gestacional mais avançada. Além disso, esse estudo não foi desenhado para detectar uma redução da morbidade e mortalidade perinatal 12.

Experts in Ultrasound: Reviews and Perspectives

Além da ultrasonografia, vem sendo utilizados fatores bioquímicos para predição de parto prematuro como, por exemplo o teste de fibronectina fetal. Alguns estudos vêm tendo promissores resultado demonstrado o encontro de quantidades aumentadas de fibronectina, proveniente do deslizamento das membranas ovulares nas secreções vaginais de mulheres que evoluem para o parto prematuro 13. Considerações finais Encontramos diversos fatores de risco com relação ao nascimento prematuro, devido às diversidades das populações estudadas ou diferentes métodos utilizados para a coleta e análise. A predição, diagnóstico precoce, tratamento ou mudanças em relação a alguns fatores de risco antes da concepção ou no início da gestação pode evitar o trabalho de parto prematuro. Apesar de ainda não haver um método ideal para a predição do parto prematuro, o uso de múltiplos marcadores como comprimento cervical e índice de consistência cervical pode ser válido em um futuro próximo, especialmente em gestantes sintomáticas. Entre as pacientes assintomáticas, o uso desses marcadores ainda apresentam altas taxas de resultados falso-positivos. Evidências mostram que o comprimento do colo uterino por via ultrassonografia transvaginal é um dos melhores marcadores para esta finalidade. Sendo importante fator preditor de trabalho parto prematuro. Algumas características do colo cervical como a presença de afunilamento, ausência do eco glandular endocervical e o índice de consistência cervical estão entre as características avaliadas adicionalmente. A relevância clínica do diagnóstico antecipado do parto prematuro reside na possibilidade de aumento nos dias de gestação, por meio de uma intervenção em tempo hábil. Tal intervenção permitiria uma melhora no número de partos prematuros, peso fetal ao nascer, associada a uma diminuição da morbidade e mortalidade neonatal. Compreender, detectar e, quando possível, erradicar os fatores de risco da interrupção precoce e espontânea de uma gestação. Isso representa a maior aspiração da atual assistência pré-natal. Prevenção é a principal saída, se não a única, para a diminuição dos péssimos resultados neonatais observados.

EURP 2012; 4(2): 44-48


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