Revista Expansão - Edição 119

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e eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça”. O trecho final do tradicional juramento dos formandos em Medicina, ditado por Hipócrates, pode bem resumir o pensamento e a conduta que deveria nortear todo o profissional e todos os médicos, sobre o verdadeiro significado da palavra ética. O médico é aquela figura que sempre nos inspira confiança, verdade e, acima de tudo, segurança. Afinal, são poucos os que ousam contestar uma orientação ou afirmação que venha daquele de jaleco branco. E foi com inspiração na figura do médico de homens e de almas, o apóstolo São Lucas, que 18 de outubro foi escolhido para comemorar o Dia do Médico.

Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.

Médicos enfrentam, diariamente, mesmo que em pequenas situações, a difícil escolha entre o bem e o mal Por Aline de Melo Pires e Graziela Dannenhauer

Lucas foi o único apóstolo que não conheceu Jesus Cristo, mas sua fé era tão forte que desde pequeno ele curava as pessoas para as quais rezava, enquanto as tocava com as mãos, que sempre foram quentes. Os milagres aconteciam e as pessoas tinham cada vez mais fervor pelo médico que curava as feridas do corpo e também as da alma. E lembrando dessa história que paramos para refletir sobre a ética. Conversamos com representantes de importantes entidades no Estado, onde atuam, todos os dias, cerca de 25 mil profissionais, que prestaram o juramento de salvar vidas, mas que nem todos o cumprem. O conceito de ética, inevitavelmente, passa pela moral - uma parte da filosofia que trata dos deveres do homem para com seus semelhantes. Daí a necessidade de criar códigos de ética na conduta de várias profissões. “O médico pode cometer algum deslize, até porque ele tem que tomar decisões sobre a vida de uma pessoa que pode morrer ou viver, e para evitar esses deslizes que criamos o código de ética. Imagine como ficaPara Aguiar, conceito de ética, inevitavelmente, passa pela moral ria, se não houvesse? Talvez, para algumas profissões, não seja necessário um código de ética profissional. Mas, em se tratando de médicos, não vejo outra saída para melhorar o relacionamento entre estes e os enfermos”, observa o diretor de Assuntos do Interior da Associação de Medicina do Rio Grande do Sul (Amrigs), Bernardo Avelino Aguiar.

Fotos: Divulgação

Outubro/2009

Como Deus Médico é um profissional liberal e, por definição, tem “liberdade” para trabalhar como julgar melhor. No entanto, esta mesma liberdade é limitada pelos preceitos da ética, que servem para proteger a profissão e aqueles que dela se beneficiam. A afirmação é do presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Cláudio Franzen. “Antes de tudo, é preciso gostar de gente. Ninguém jamais se realizará na Medicina se não gostar de gente. E todo o desempenho tem de ser para o bem”, diz Franzen. Já para o presidente da Associação Médica de Novo Hamburgo, Kleber Fisch, o conceito de ética é bem simples e pode ser encarado da mesma forma, mas, bem pelo contrário, sem diminuir a sua importância. “A realidade tem de ser esta, o médico exercendo sua profissão em boas condições, respeitando a lei, usando os meios, conhecimento e bom senso para salvaguardar a saúde e integridade do paciente”, avalia Fisch.

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