Revista Expansão - Edição 119

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Pássaro da Noite é um monólogo escrito por José Antônio de Souza. Luana interpreta uma mulher que questiona a ordem social, embriagada depois de uma noite de festa. Difícil de imaginar a musa de olhos claros e cabelos loiros, na perfeita expressão de rosto angelical, falando palavrões. Foi justamente o que viram cerca de 500 pessoas na Feevale. Depois do espetáculo, a atriz arrumou um tempinho na concorrida agenda para falar à Revista Expansão sobre a carreira.

Modelo Tudo começou com as passarelas e por acaso. Seu pai é engenheiro agrônomo e trabalhava em um escritório na cidade de Jabuticabal (SP). “Eu fui ao dentista e passei no trabalho do meu pai, quando uma mulher me viu e indicou a agência Ford”, lembra Luana. “Mandaram fazer umas fotos e deu certo.” Em resumo, como faz questão de destacar, surgia assim a modelo, aos 13 Mandaram anos. O primeiro papel na televisão foi com apenas 16 fazer umas anos, na Rede Globo. A produção da emissora fez uma fotos e deu seleção por book ­fotográfico para a minissérie Sex Appecerto. al. Ela ficou entre as quatro finalistas. Com os testes de vídeo e interpretação, ganhou o personagem e descobriu sua vocação. Fez algumas participações no Você Decide e aos 18 anos fez a sua primeira novela Quatro por Quatro. Fazia Eduarda, par romântico de Ralado, interpretado por Marcelo Faria. O cinema também desperta sua paixão, mas entra na história como coadjuvante. O trabalho mais recente, por exemplo, A Mulher Invisível, só foi possível porque O Pequeno Príncipe tinha recém saído de cartaz no teatro. A passagem pelo Rio Grande do Sul encerrou a temporada de Pássaro da Noite depois de um ano – esteve também em Porto Alegre, em setembro. Luana pensa em retomá-lo em São Paulo. Só que os paulistas terão que esperar um pouco. Agora, volta a dedicar-se ao teatro infantil. Trabalha em O Soldadinho e a Bailarina. Para os que estavam com saudades de vê-la na televisão, antecipa à Revista Expansão que será vista este mês na Globo, com o ator Lázaro Ramos, em um dos episódios da próxima temporada de Ó Pai, Ó. Nos próximos meses estará também no cinema em Insônia e Família Vende Tudo. Como foi encarar o trabalho de modelo no Japão e na Europa? Foi incrível, trouxe muita experiência e amadurecimento, mas também tem seu lado negativo. Me senti sozinha e triste algumas vezes. No fim, consegui fazer com que os momentos bons fossem maiores do que os ruins. Você já participou do Casseta e Planeta, como surgiu a vocação para o humor? Eles me procuraram. Fazia comédia anterior ao Casseta. Fui comediante, digamos assim, em O Homem que Copiava (filme), e em Quatro por Quatro. Eu acho que eles descobriram isso em mim. E Pássaro da Noite, por que o texto do monólogo é tão forte? O texto do José Antônio de Souza tem oito anos. Um dia nos encontramos em uma festa e ele comentou a respeito. Fui até a casa dele no dia seguinte e decidi fazê-lo imediatamente. O público teve uma reação bem legal. Ninguém imaginava a Luana fazendo uma personagem como essa. Por que decidiu fazer espetáculos infantis? Primeiro porque eu gosto muito de criança. Segundo, porque realmente acredito que se a gente quer morar num lugar melhor, temos que formar futuros cidadãos. É por um idealismo mesmo. Não quero só ficar fazendo televisão e enchendo meu bolso de dinheiro.

Outubro/2009

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