EmbalagemMarca 212

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Ano XVIII • Nº 212 • Abril 2017 • R$ 15,00

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Com impressão digital, Tang lança campanha que tem embalagens como carro-chefe

Sadia substitui embalagens cartonadas por flexíveis para produtos congelados

O PET AVANÇA Com evoluções tecnológicas, embalagens de PET ocupam espaços de outros materiais nas gôndolas de leites e sucos



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Ao completar 18 anos, uma nova revista Às vésperas de comemorar os dezoito anos de existência de EmbalagemMarca, em junho próximo, preparamo-nos para dar novo passo em nossa trajetória de maioridade. Sim, de maioridade, pois o que estamos anunciando nesta edição (veja abaixo e na pág. 26) consiste em novo avanço de um projeto que já se iniciou adulto e maduro, porém sem a presunção de que por isso já estava pronto e acabado. Naquele junho de 1999, dizíamos neste espaço estar estreando no mercado editorial não para ofertar a seus agentes “mais uma”, porém outra revista voltada para a cadeia de valor da embalagem. A ideia, que se consolidou em mais de duzentas edições publicadas desde então, era buscar o aperfeiçoamento permanente do resultado de nosso trabalho e influir na mudança do que era oferecido ao mercado em termos editoriais naquela área. Quem se dispuser a fazê-lo, poderá comprovar essa afirmação comparando o que era a imprensa brasileira especializada em embalagem antes e depois do surgimento desta revista. Na época, não prevíamos qual seria o impacto dos meios digitais de comunicação sobre a mídia impressa. Como se sabe foi enorme, e logo fomos integrando em nosso portfólio as tecnologias virtuais que se sucediam. Para citar alguns exemplos, EmbalagemMarca foi a primeira revista do setor no País a oferecer a seu público uma versão eletrônica, passível de ser folheada como se fosse um volume impresso; foi a

primeira a oferecer um boletim diário de notícias de interesse do packaging; foi pioneira ao elaborar uma newsletter semanal com o mesmo teor. A credibilidade da revista impressa e também no terreno virtual se traduz na visibilidade que estes instrumentos alcançam, várias vezes superior àquela de nossos principais concorrentes. Na progressiva incorporação de novas tecnologias a nossas atividades, coerentemente com a estratégia de melhorar sem cessar, agendamos para marcar o 18º aniversário do título que se consagrou como o mais criativo e inovador em sua seara o fortalecimento da versão on-line de EmbalagemMarca eletrônica. Ela utilizará com maior intensidade os recursos que o meio oferece crescentemente, como vídeos, áudios e aplicativos de interação com o público. Ao mesmo tempo vamos acrescentar a nosso leque de produtos uma edição impressa mais densa em relação à atual: será mais técnica e mais analítica de cases, fatos e tendências registrados no Brasil e em outros países em tudo que se relaciona com o tema da embalagem. Tais mudanças representam um aprofundamenso da missão que assumimos de transformar informação em conhecimento, ampliando as oportunidades de comunicação dos agentes do packaging com o público. Em suma, EmbalagemMarca é, cada vez mais, mais. Até maio.

Wilson Palhares

“EmbalagemMarca on-line será mais ágil e utilizará mais recursos como vídeos, áudios e aplicativos de interação com o público. Ao mesmo tempo será lançada uma edição impressa mais técnica e analítica de cases, fatos e tendências registrados no Brasil e em outros países em tudo que se relaciona com embalagem”


Sumário

Edição 212 • Abril 2017

3 Editorial EmbalagemMarca marcará seu 18º aniversário, em junho próximo, com inovações que irão aprofundar e fortalecer o conteúdo de suas versões impressa e digital

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6 Painel Filme para confecção de pacotes de café com

válvula de desgaseificação já aplicada • Garrafa cartonada da SIG Combicloc tem aplicação pioneira em bebida de baixa acidez • Bericap desenvolve nova tampa sportcap de duas peças • Tetra Pak lança dois novos tipos de embalagens para consumo em movimento

Reportagem de capa

16 Educação The Packaging Academy realiza primeira reunião de seu Conselho Consultivo, com foco nos interesses das empresas donas de marcas

Especial PET Com novos lançamentos de leites, sucos e chás, cresce nas gôndolas a presença de garrafas de PET com envase asséptico e no sistema hot fill

20 Impressão digital Tang no Brasil e outras marcas no exterior lançam promoções que têm embalagens como carros-chefes 24 Flexíveis Sadia adota filmes para acondicionar congelados, iniciativa que poderá influir em mudança no uso de embalagens na categoria

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20

26 Entrevista Wilson Palhares, diretor da editora de

EmbalagemMarca, anuncia mudanças que serão feitas nas edições impressa e virtual da revista

29 Reciclagem Grupo Pão de Açúcar passa a utilizar polietileno reciclado nas embalagens de tira-manchas

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30 Display Guaraná Antarctica leva receitas de drinks para latas • Cerveja Dádiva tem rótulo produzido por artista • Native amplia linha de açúcar em sachê • Vinho para cães em garrafa de vidro • Kitano muda layout das embalagens de temperos 34 Almanaque Maria, com lata d’água na cabeça • A morte do pai do coelho Trix • Hortaliças em caixas de querosene

Empresas que anunciam nesta edição Arclad............................................ 5 Avery Dennison........................34 Bosch Packaging......................11 BST.............................................. 15 CBA................................... 2ª capa

Cromex.........................................7 Designful.................................... 33 Grandes Cases................ 18 e 19 Husky................................ 4ª capa Indexlabel........................ 3ª capa

Krones........................................ 27 Optima....................................... 21 Pakmatic.....................................17 Simei...........................................29 TNA Solutions............................. 9

Redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br Diretor de comercial: Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Gerente comercial: Roberto Inson | roberto@embalagemmarca.com.br Arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas: assinaturas@embalagemmarca.com.br

TPA.............................................. 31 Versacolor................................. 23

Publicação mensal da Bloco Comunicação Ltda. Rua Carneiro da Cunha, 1192 6º andar • CEP 04144-001 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 • (11) 3805-5930 www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

FLEXÍVEIS

Ventilação simplificada Tendo apelos como conveniência, eficácia e economia, material para confecção de pacotes de café é fornecido com válvula de desgaseificação previamente aplicada

Acondicionar

café logo após a torrefação, para garantir o maior frescor possível, traz um desafio. O produto libera dióxido de carbono (CO2), que precisa ser eliminado da embalagem. Para resolver o problema, difundiu-se no mercado o uso de flexíveis dotadas de válvulas especiais, capazes de realizar a desgaseificação. A aplicação do acessório, porém, constitui um processo adicional, demandando máquinas, gestão de peças e mão-de-obra. Uma novidade da Amcor promete uma solução mais simples e econômica. O Vento é um sistema de embalagem em que o laminado para confecção das flexíveis é entregue já com um dispositivo de controle de ventilação integrado. Trata-se de uma proposta inédita, diz a Amcor. O recurso funcionaria em todas as máquinas de empacotamento de café, moído ou em grãos, dispensando equipamentos suplementares. A válvula desenvolvida para a inovação seria compatível com os principais tipos de laminados tríplex utilizados no mercado. E pode ficar na parte traseira da embalagem, evitando interferir no visual dos produtos.

Segundo a Amcor, o novo sistema elimina o risco de válvulas mal aplicadas, que podem causar retenção de oxigênio e prejudicar o conteúdo. Também ofereceria vantagens em termos de sustentabilidade. A leveza da válvula em relação aos modelos convencionais (até 87% mais pesados), somada à economia de energia, pela eliminação da etapa de aplicação, resultaria em até 8% de redução na pegada global de carbono para um pacote de 250 gramas. Para comprovar a eficácia e os supostos benefícios, o Vento passou por testes-piloto em seis torrefadoras na Europa. Com base em dados recolhidos nas provas, linhas com três turnos poderiam poupar em média 280 horas de downtime (inatividade) e até 10% de custos por ano, graças ao aumento da eficiência, dependendo do modelo da máquina e do tipo de válvula rígida sendo substituída. A Copenhagen Roaster, da Dinamarca, é uma das indústrias de café que já utilizam a solução. Haveria outros usuários ativos, não identificados pela Amcor. youtu.be/1hNucnxkEMk

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Vento seria compatível com principais empacotadoras de café. No detalhe, a válvula integrada na traseira da embalagem



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Em novas fronteiras Pela primeira vez a garrafa cartonada combidome, da SIG Combibloc, é utilizada no acondicionamento de produtos de baixa acidez. A novidade ocorre graças a uma iniciativa da Steuben Foods, que acaba de introduzir nos Estados Unidos a linha Elmhurst de bebidas à base de castanhas (amêndoa, castanha de caju, avelã e nozes). Os lançamentos se posicionam como alternativas a bebidas lácteas.

O projeto exigiu o desenvolvimento de um método de envase específico. “As embalagens seguem um padrão de esterilização mais alto, já que os germes podem se reproduzir de forma mais rápida em ambientes de baixa acidez, como leite”, explica Hanno Geissler, head de tecnologia asséptica da SIG Combibloc. A adoção pela Steuben representa outro marco: é a primeira vez que a combidome é utilizada no mercado americano.

Elmhurst representa uso pioneiro da combidome em bebidas de baixa acidez – e também nos EUA

AUTOMAÇÃO GENTE

Ingresso no Cosag Luis Madi (foto), diretor-geral do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, foi nomeado integrante do Conselho Superior de Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “É preciso fortalecer as discussões e análises da indústria de alimentos e bebidas, com um foco mais direcionado ao consumidor brasileiro”, diz o novo membro. “Vejo a necessidade da criação de um plano nacional para o setor”. Madi atua no Ital há mais de quatro décadas, ocupando sua direção geral há 17 anos. É Mestre em Embalagem de Alimentos pela Michigan State University (EUA).

VIDRO

Suape como hub Garrafas de vidro produzidas no Brasil estão abastecendo a indústria de bebidas não alcoólicas do México. A novidade ocorre graças a uma iniciativa da operação nacional da Owens-Illinois (O-I). A vidraria começou no final de 2016 a utilizar o Porto de Suape, em Pernambuco, para exportar embalagens para clientes mexicanos. Até fevereiro último, mais de 900 toneladas de garrafas, produzidas na fábrica do Recife, já haviam sido enviadas para o Porto de Veracruz, no país de destino. “Pensamos em utilizar Suape como hub para exportações”, afirma Leonardo Nogueira Pinto, gerente de compras da O-I.

8 | Abril 2017

Operador da O-I prepara embarque de garrafas. México é novo destino

Gama ampliada A ABB anunciou a aquisição da B&R, grande fornecedor independente de software e soluções de arquitetura aberta para automação fabril e de máquinas. O valor do negócio não foi divulgado. Fundada em 1979 na Áustria, a B&R (Bernecker + Rainer Industrie-Elektronik) atua em setenta países e tem mais de 3 000 funcionários, sendo cerca de 1 000 em P&D e engenharia de aplicativos. Com a manobra, a ABB pretende ampliar sua gama de soluções em controladores lógicos programáveis (PLCs), PCs industriais e controle de movimento, assim como sua oferta de softwares de automação.


FECHAMENTOS

Polegar para cima Uma nova tampa de duas peças do tipo sport cap foi desenvolvida pela Bericap. A Thumb’Up Crystal combina uma sobrecapa de polipropileno transparente e um bico vertedor colorido, feito de polietileno de alta densidade. O fechamento pode incorporar uma banda destacável, para coibir violações, ou so-

mente pontes que se rompem quando a sobrecapa é movida para cima com o polegar. A dobradiça Double Galileo abre em 180o, evitando que a sobrecapa entre em contato com a bochecha do consumidor. A Thumb’Up Crystal está disponível para a terminação PCO 1881 e o gargalo 29/25.

Novo filme para rótulos se destaca pela alta transparência

RÓTULOS

Clareza para in-mold

Thumb’Up Crystal: sobrecapa transparente, que se abre em 180o, e bico colorido

O RayoForm ICU é a novidade da Innovia Films para a confecção de rótulos in-mold – aqueles afixados a embalagens plásticas durante seu processo de moldagem, aderindo de forma permanente ao substrato. Trata-se de um filme de polipropileno biorientado de altíssima transparência, especialmente indicado para compor visuais do tipo no-label look em recipientes também cristalinos. O produto, com espessura de 58 micra, seria compatível com diversos métodos de impressão.


Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

DATAS

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Consolidação e crescimento

Para atender a demanda

A Optima do Brasil completa vinte anos em 2017. Fundada para ser uma unidade de suporte técnico da fabricante alemã de máquinas de embalagem para os clientes da América Latina, a empresa se consolidou e expandiu suas atividades rapidamente. A desvalorização do real no final dos anos 1990 impulsionou a fabricação local de peças de reposição e de equipamentos, permitindo a exportação para outros países da região. Para comemorar a data, a companhia realizou em 30 de março um encontro com colaboradores, clientes e parceiros, além de autoridades locais, em suas instalações em Vinhedo (SP). Além de um discurso de Rolf Geissinger, executivo que comanda a operação, o evento contou com palestras de três clientes da Optima do Brasil (Antônio Grandini, diretor da L’Oréal; Valdemar Lissoni, presidente da Mili; e Luciano Tavares, diretor de vendas da Nordika). Um coquetel encerrou a solenidade.

Duas novas opções de embalagem de bebidas voltadas ao consumo on-the-go (em movimento) acabam de ser lançadas pela Tetra Pak. A Tetra Prisma Aseptic Edge 200 e a Tetra Prisma Aseptic Edge 250, ambas com a tampa DreamCap 26, surgem na esteira do sucesso da Tetra Prisma Aseptic 330 com DreamCap, já utilizada por mais de 340 marcas no mundo desde seu lançamento, cerca de dois anos atrás. As novas caixinhas apresentam topo inclinado, característico dos modelos Edge. A tampa DreamCap, de rosca, permite a resselagem das embalagens. As capacidades volumétricas de 200 mililitros e 250 mililitros visam atender ao aumento da procura dos consumidores por bebidas para consumo fora do lar. Segundo estudos da Tetra Pak, a demanda mundial por bebidas em “portion packages” com menos de um quarto de litro deve atingir 72 bilhões de litros em 2019, índice 10% superior ao atual.

RECICLAGEM

MANUTENÇÃO

Troca de experiências

Limpeza facilitada

A Novelis, referência em laminados e reciclagem de alumínio, e o Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB) firmaram parceria para apoiar o desenvolvimento de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. A parceria terá duração de três anos e prevê a troca de experiências entre as diferentes organizações no trabalho com cooperativas, a busca por sinergias e o compartilhamento de tecnologia, entre outras propostas. “A união de forças irá favorecer o fortalecimento das cooperativas como negócio”, acredita Eunice Lima, diretora de Comunicação e Relações Governamentais da Novelis América do Sul. “Além de estimular a autoestima dos profissionais, o projeto também incentiva os catadores a identificar novas oportunidades dentro do negócio da reciclagem.”

10 | Abril 2017

O NT 90/2 é o mais novo aspirador industrial lançado no Brasil pela Kärcher. Capaz de aspirar sólidos e líquidos, o equipamento tem reservatório de 90 litros e dispõe de duas turbinas de troca fácil, simplificando a montagem e a manutenção. A mangueira ultrarresistente e os tubos de inox garantiriam alta durabilida-

Novo aspirador se destacaria pela versatilidade e pela robustez

Novas caixinhas, para até 250 mililitros, têm como foco o mercado de bebidas on-the-go

de ao aparelho. “O NT 90/2 vem para oferecer mais facilidade nas atividades de limpeza pesadas, com versatilidade para atender diferentes nichos de mercado e funcionalidades que permitem uma operação mais eficaz e ágil”, diz Rafael Ferrari, gerente da linha profissional de produtos da empresa alemã no Brasil.


GENTE

Rotação na KBA Paulo Faria (foto) é o novo diretor-geral da operação brasileira da KBA, fabricante alemã de impressoras. Ele sucede a Luiz Cesar Dutra. Com 25 anos de atuação no mercado gráfico, Faria será responsável pelo plano de expansão da base instalada da marca no Brasil -- “sobretudo em segmentos nos quais temos tecnologias bastante competitivas, como impressão de embalagens e impressão comercial”, diz o executivo.

númeroS

3,39

bilhões de euros Foi a receita obtida pela Krones em 2016. O valor representa um aumento de 6,9% em relação ao faturamento de 2015. Em lucro antes de impostos (EBT), o grupo alemão de fornecimento de soluções em envase e embalagem registrou no exercício avanço de 6,4%, alcançando 237,6 milhões de euros.

4,23%

Foi o aumento nas vendas de papelão ondulado no primeiro bimestre de 2017, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O escoamento em janeiro e fevereiro últimos totalizou 523 886 toneladas. O dado é da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO).

Abril 2017 |

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reportagem de capa » especial pet

Um intruso no ninho Novas tecnologias eliminam desvantagens que o PET apresentava frente às cartonadas e ao vidro no acondicionamento asséptico de leite, sucos e chás, e agora embalagens feitas com o material passam a ocupar cada vez espaço nos pontos de venda Por Flávio Palhares

Um intruso vem invadindo o atual domínio das embalagens cartonadas assépticas e das garrafas de vidro nas gôndolas de leites e de sucos integrais dos supermercados e das padarias. São as garrafas de polietileno tereftalato, o popular PET, que avançam nesse terreno, acondicionando marcas consagradas e conseguindo mostrar ao consumidor atributos que nada ficam a dever aos materiais concorrentes. A tecnologia de

envase em PET asséptico é recente, com grande nível de automação. As inspeções e garantias de processo são todas formatadas eletronicamente. Até algum tempo atrás o PET era oprejudicado por suas limitações de eficácia no acondicionamento de bebidas não refrigeradas. Graças às mais recentes inovações tecnológicas que os produtyores implementaram, esses entraves foram superados. Hoje os fornece-

Novas embalagens de PET dos sucos e chás Campo Largo têm capacidades entre 250 mililitros e 1,350 litro

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dores oferecem produtos que barram a entrada de luz e de oxigênio, com uma vantagem, pelo menos no caso da fabricante Plastipak: sua garrafa, já adotada pela Laticínios Jussara, é monocamada, um facilitador para a reciclagem. Outro dificultador descartado foi o da limitação de produzir recipientes herméticos com capacidades de volumes de maior porte. Hoje já estão disponíveis embalagens assépticas de PET


até em tamanho família. E, como lembra Ayrton Irokawa, gerente comercial da Krones, importante fornecedora de equipamentos de envase de produtos líquidos, várias empresas de segmento de masterbatches e fabricantes de injetoras de preforma têm soluções que as outras embalagens traziam como grande diferencial. O certo é que recentes lançamentos demonstram que os fabricantes de embalagens de PET não estão para brincadeira. É o caso dos sucos Campo Largo, da Vinícola Famiglia Zanlorenzi, que acaba de inaugurar uma fábrica com uma linha de envase de PET asséptico dedicada a sucos integrais e chás. Com investimento de mais de 40 milhões de reais, o novo parque industrial da empresa, com 5 mil metros quadrados, localizado na cidade paranaense que dá nome à marca, possibilitou levar às gôndolas de todo o País uma linha completa de sucos integrais e ingressar na catego-

ria dos chás de alta qualidade. A principal e mais significativa característica da linha de equipamentos de produção, fornecida pela alemã Krones, consiste no processo de envase a frio asséptico. Nesse sistema de acondicionamento, o grande destaque é a produção sem adição de conservantes, que segundo o fornecedor mantém ao máximo o sabor e as propriedades nutri-

cionais das frutas e dos vegetais. “O modo asséptico permite o envase a frio sem conservantes, resultando num produto de altíssima qualidade e que não necessita de refrigeração, e com shelf life de seis a nove meses”, ressalta Giorgeo Zanlorenzi, presidente da Famiglia Zanlorenzi. Com a nova linha de produção, a empresa passa a ter capacidade de enva-

Nova linha de envase de PET da Famiglia Zanlorenzi tem capacidade de até 55 mil garrafas por hora


se total de 55 mil garrafas por hora, trazendo como demais benefícios agregados o preço mais acessível em função da nova embalagem e a facilidade na portabilidade. As garrafas de PET da linha Campo Largo serão comercializadas nos tamanhos de 250 mililitros, 900 mililitros (carro-chefe) e de 1,350 litro (familiar). “O projeto de desenvolvimento do shape da garrafa, do rótulo e da tampa demandou cerca de um ano”, conta Teodosio Piedahita, diretor comercial da vinícola. “Trouxemos referências do mercado europeu, onde esse tipo de embalagem tem forte participação. Temos como resultado final uma garrafa com design moderno, para evidenciar que o conteúdo é um produto premium”, afirma o executivo. “Implementamos o que existe de mais moderno em tecnologia no mundo, para entregar ao nosso consumidor um suco como o feito em casa”, exalta Piedahita. “Esse movimento aconteceu a partir da leitura do mercado internacional, que mostra claramente a tendência no crescimento do consumo de produtos saudáveis.” Giorgeo Zanlorenzi, por sua vez, relata que a produção de sucos na empresa começou a ser acondicionada em embalagens de vidro, sendo em seguida adicionadas ao portfólio as cartonadas e, finalmente, as de PET asséptico. “Com isso, oferecemos ao mercado um leque maior de opções de compra”, diz. “O PET asséptico é uma opção de embalagem que traz várias vantagens em comparação às outras para bebidas sensíveis”, considera Ayrton Irokawa, gerente comercial da Krones. Em seu entendimento, “os avanços tecnológicos em barreiras para PET vêm inovando cada vez mais, conseguindo superar as desvantagens que o material tinha em relação aos demais, como barreira à luz e à oxidação”. O novo parque da Famiglia Zanlorenzi permitirá dobrar seu portfólio de bebidas saudáveis de 24 para 42 itens. Destes, 28 rótulos passam a ser envasados em PET asséptico, englobando sucos de frutas, de frutas e vegetais e chás, o novo lançamento da companhia. Os seis chás da marca Campo

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Largo complementam a linha de bebidas saudáveis produzidas pela empresa, e têm os sabores hibisco + cranberry zero, 3 Chás Zero (mistura dos chás branco, verde e mate), chá verde + gengibre + limão zero; e os mates com limão zero, com limão e açúcar demerara orgânico e o natural com açúcar demerara orgânico.

Outra novidade que chega ao mercado em PET asséptico é a garrafa de 1,5 litro do Leite UHT Jussara. A comercialização de embalagens tamanho família, já usual em diversos países e em crescimento no Brasil, se expande agora no mercado nacional para os consumidores de leite longa vida com o lançamento da garrafa PET de 1,5 litro. Inédita no segmento, a embalagem foi desenvolvida pela multinacional Plastipak em colaboração com a Usina de Laticínios Jussara, explorando o mercado de famílias numerosas e o âmbito da praticidade, uma vez que é de fácil manuseio e armazenamento, encaixando na porta do refrigerador. Outro destaque é sua tecnologia de camada única (monolayer), que, segundo o fabricante da embalagem, assegura

Garrafa de 1,5 litro de PET asséptico da Jussara é monocamada, o que facilita a reciclagem

não só a preservação correta, segurança e pureza do produto, mas também facilita o processo de reciclagem, beneficiando toda a cadeia de produção, inclusive podendo voltar a ser uma nova embalagem, no chamado ciclo “back to bottle”. No aspecto da sustentabilidade, a Plastipak, ressalta o que chama de “aplicações amplas e mais nobres” que podem ser dadas à resina fabricada a partir do descarte da embalagem PET monolayer em indústrias como a de fibra têxtil, cordas, vassouras, chapas e plásticos de engenharia, entre outras. Enfim, na argumentação do fabricante, “o PET monolayer permite um processo de reciclagem mais fácil em comparação com outras soluções de embalagens alternativas para leite UHT”. A Global PET é a empresa responsável pela transformação das garrafas descartadas em resina PET-PCR de grau alimentício (material resultante da reciclagem validado pela Anvisa) e comercialização para reutilização. “A tecnologia monocamada da Plastipak funciona como barreira à luz sem a necessidade de lâminas adicionais ou rótulos especiais, eliminando os riscos de delaminação, tipo de desprendimento interno de camadas e/ou materiais que pode ocorrer em outros tipos de embalagem comprometendo a validade do produto”, aponta o diretor geral da Plastipak no Brasil, Dinis Mota. Outro aspecto que sobressai, de acordo com Mota, é que “nos últimos anos vem crescendo a disponibilidade de embalagens tamanho família no mercado nacional para uma diversidade de produtos”. Segundo o executivo, essa tendência assemelha-se ao que acontece em outros mercados, especialmente o norte americano, em que se destacam a praticidade, a facilidade de manuseio e a conveniência, sobretudo em famílias numerosas. “Dessa forma, ficamos satisfeitos em ter desenvolvido, juntamente com a Usina de Laticínios Jussara, essa nova solução de 1,5 litro, complementando a variedade da linha de leites UHT da marca que, desde 2015, passou a utilizar nossa tecnologia PET em camada única nas embalagens de 1 litro, num movimento pioneiro no segmento”, acrescenta o executivo.


reportagem de capa » especial pet

Aposta no hot fill PET ganha espaço também quando utilizado no processo de enchimento a quente

O PET ganha mercado também em outra marca poderosa, mas utilizando a tecnologia hot fill (sistema de enchimento a quente, que dispensa a necessidade de adicionar conservantes ao produto). A Coca-Cola Brasil apresentou as novas embalagens individuais dos sucos Laranja Caseira e Del Valle 100% Suco (Uva, Laranja e Maçã) de PET de 300 mililitros. A marca trocou as caixinhas cartonadas assépticas pelas garrafinhas, aumentando o volume das embalagens de 250 mililitros para 300 mililitros. O conceito desse tipo de envase em PET baseia-se no enchimento de garrafas aquecidas a temperaturas de até 95ºC. Os recipientes são então imediatamente tampados e inclinados, e seu interior é esterilizado pelo líquido quente. Logo depois, são resfriados, para que o calor não afete as propriedades da bebida. “Tínhamos o desafio de manter a mesma qualidade que temos hoje na embalagem cartonada, tanto do ponto de vista de segurança de produto quanto em sabor”, conta Ana Carolina Curi, gerente da marca Del Valle. “Pesquisamos durante mais de uma ano e testes nos levaram à tecnologia hot fill, que é importante para se ter uma embalagem de PET com proteção, tanto na garrafa quanto no rótulo, evitando assim a ação da luz e do ar, alguns dos principais agentes de deterioração do suco”, detalha Ana Carolina. “Além disso, o sistema hot fill já é uma técnica utilizada largamente pela Coca-Cola no mundo, sendo já provada como técnica segura e de qualidade, e não houve a necessidade de investimento em nova linha de envase”, relata a executiva. “Temos uma grande preocupação com a qualidade dos nossos produtos. O rótulo escuro, que cobre toda a

embalagem, traz uma identidade mais premium e moderna para os sucos. Isso fará com que ele se destaque na gôndola”, diz Ana Carolina, lembrando ainda que o rótulo termoencolhível (sleeve) garante a mesma consistência, a aparência, o sabor e um prazo de validade maior para os sucos. Outra novidade é no canal de vendas dos produtos: as novas embalagens serão distribuídas também em restaurantes, o que não acontecia com as caixinhas. “Vamos buscar locais fora

Para doses individuais, Del Valle substitui cartonadas por PET

Rei do Mate investe em garrafas para crescer no varejo

da prateleira convencional, como as áreas de snacks. Os hortifrutis também estarão ativados. Vamos estar onde as pessoas buscam um suco mais natural e fiel à fruta. É uma estratégia para que as nossas garrafinhas estejam posicionadas em locais mais visíveis. Pela primeira vez estaremos também nas gôndolas frias”, conclui Ana Caroline.

Com o aumento da tendência de compra de chás prontos em supermercados e lojas de autosserviço, a rede de franquias Rei do Mate é outra que investe em novas embalagens para ampliar o leque de consumidores. A empresa traz ao mercado uma linha de chás em garrafas de PET. O produto é envasado a quente (hot fill). “Dos R$ 10 milhões que o Rei do Mate irá investir em 2017, R$ 2 milhões serão destinados à linha de chá envasado. Devido à crise, muitas pessoas passaram a consumir dentro de casa e, pensando nisso, a empresa prevê ampliar as vendas de varejo no Sul e Nordeste do Brasil”, explica o diretor de marketing e comercial do Rei do Mate, Antonio Nasraui. As opções oferecidas pela marca são chá mate natural, chá mate com limão, chá mate com pêssego, chá verde com lima-limão e chá verde com maçã verde. Abril 2017 |

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educação

Pelo olhar do brand owner The Packaging Academy apresenta Conselho Consultivo formado por profissionais de destaque na indústria usuária de embalagens

Lançada em março, a empresa de treinamentos e suporte à inovação em embalagens The Packaging Academy realizou em 13 de abril, em São Paulo, a primeira reunião de seu Conselho Consultivo. “Formamos um grupo que idealmente terá entre oito e dez profissionais com carreiras bem-sucedidas na indústria usuária de embalagens, atuantes em diferentes segmentos de mercado e em variadas funções, de forma a termos uma certa heterogeneidade de pensamento”, explica Renato Larocca, diretor da empresa. “Queremos assegurar que nosso olhar esteja sempre alinhado com as necessidades do brand owner, que é o foco de nossa atuação, e por isso decidimos criar o Conselho.” Estiveram nesse primeiro encontro Camila Storel, diretora de desenvolvimento de embalagens da L’Oréal, Carlos Eduardo Lopes, diretor de embalagens para a América Latina da Johnson & Johnson, Geraldo Cofcewicz, gerente executivo de pesquisa e desenvolvimento de embalagens da BRF, e Nicolas Oliva, gerente sênior de supply chain do McDonald’s. Outros dois membros do Conselho (Paulo Villas, diretor regional técnico da Coca-Cola, e Rafael Altavista, do marketing da Cacau Show) não puderam participar por conflitos de agenda. Há, ainda, outros nomes que passarão a integrar o grupo em breve, mas que ainda dependem de algumas formalidades para que possam assumir oficialmente o papel nessa equipe selecionada. “O papel do Conselho é consultivo, 16 | Abril 2017

The Packaging Academy reúne conselho pela primeira vez e foca atuação nas necessidades dos donos de marcas

e não executivo”, explica Larocca. “Pretendemos discutir nesse fórum assuntos mais teóricos, que possam orientar o setor de embalagem a compreender alguns temas pela ótica do brand owner, mas também queremos apoiar esses profissionais na busca por soluções práticas, de forma colaborativa, mas sempre respeitando os limites da

confidencialidade e da ética inerentes a qualquer projeto de desenvolvimento.” O Conselho deve ter novos encontros presenciais ao longo do ano. Um deles já está agendado para o dia 17 de outubro, programado para ocorrer pouco antes do início da cerimônia de entrega dos troféus do Prêmio Grandes Cases de Embalagem, em São Paulo.

Alemanha em maio e em setembro The Packaging Academy fará visitas técnicas à Interpack e à Drinktec/Simei Apesar de ter como seus dois pilares de sustentação a atuação na formulação de treinamentos sob medida e de apoio ao brand owner no desenvolvimento de projetos de inovação em embalagens, The Packaging Academy inicia, em maio, com a realização da Interpack, uma atividade complementar: a visitação a feiras internacionais, com a preparação de relatórios técnicos elaborados sob encomenda. “Nossa ideia foi unir uma necessidade nossa, que é a atualização constante em termos

de tecnologias e de tendências que afetam o setor de embalagem, com a necessidade de muitas empresas com as quais nos relacionamos, que precisam das informações apresentadas nas feiras internacionais, mas que não conseguem alocar profissionais para visitá-las”, conta Marcos Palhares, diretor de The Packaging Academy. “Estaremos na Interpack agora em maio, na Alemanha, e em setembro voltaremos para lá para esmiuçar os pavilhões da Drinktec-Simei.”





Impressão digital

Consumidor como protagonista Tang lança promoção que tem embalagem como carro-chefe

Como tecnologia

relativamente nova, a impressão digital só recentemente começou a ganhar relevância no mercado de embalagens, depois de se consolidar na área de rótulos. Mas em um curto espaço de tempo vem ganhando popularidade, principalmente desde que a indústria percebeu seu potencial como geradora de publicidade integrada e personalizada. De acordo com a empresa de pesquisa de mercado britânica Smithers Pira, em relatório divulgado no final de 2015, a impressão digital de emba-

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lagens é a área de impressão que cresce mais rapidamente em termos globais. O principal motivo para isso é a flexibilidade: a capacidade de mudar projetos de forma rápida e fácil. O argumento das empresas que já trabalham com equipamentos digitais é que esse tipo de impressão permite variar a sua produção mais rapidamente com base na demanda, agilizando a questão de estoques. As marcas também estão se tornando capazes de responder ao comportamento do consumidor com maior grau

de precisão. Projetar embalagens que atendam às necessidades do consumidor tem, até agora, exigido enormes investimentos. A impressão digital permite a personalização dentro de orçamentos menores, o que significa que as empresas podem adaptar as embalagens para diferentes grupos de clientes e mudar padrões de comportamento do consumidor, como ações recentes no exterior mostram (ver quadro na página 22). Foram justamente esses argumentos que convenceram a Mondelez Bra-


sil a utilizar a impressão digital na nova campanha de Tang, que utiliza as embalagens como carro-chefe. Como desdobramento da nova campanha “Somos feitos em casa”, Tang, líder em refrescos em pó, preparou duas ações para reforçar o conceito, ambas com estreia em abril. Com a promoção “Álbum de Família”, os consumidores podem ter suas imagens de momentos marcantes em família estampadas nas embalagens e ganhar como prêmio um ano de fornecimento do produto. A promoção convidou os consumidores a compartilhar fotos em famílias e a contar suas histórias através de um site criado para a ação (www.albumdefamiliatang.com.br). Serão utilizadas 110 fotos de consumidores impressas nas embalagens dos cinco sabores de Tang (Laranja, Morango, Abacaxi, Maracujá e Uva), o que resulta em 550 artes diferentes. “O primeiro desafio foi engajar os times multifuncionais Mondelez de uma forma diferente das empregadas nos projetos de packaging convencionais, onde o fator crucial foi vender a ideia de que esta poderia ser uma ferramenta poderosa de comunicação da marca e que não poderíamos mensurá-la por analises comparativas de custo ‘Digital x Processos Convencionais’”, explica Felipe Simone, engenheiro da área de embalagens da Mondelez Brasil. Vencida esta etapa, o segundo maior desafio foi viabilizar o projeto com duas empresas concorrentes, onde a Camargo Cia de Embalagens proveria a tecnologia de impressão digital (HP Indigo 20 000) e a Inapel Embalagens realizaria a conversão da estrutura, que possui desafios técnicos bastante elevados no que concerne a proteção do produto, velocidades e eficiencia das linhas de produção e no ‘timing’ esperado pela categoria”, diz Felipe. A relaç˜ao dos nomes dos ganhadores estava prevista para 5 de maio. As embalagens deverão chegar ao mercado no terceiro trimestre de 2017. Ao todo, serão impressas 25 milhões de emba-

lagens. Felipe Simone conta que a tecnologia de impressão digital foi escolhida “principalmente pela velocidade de resposta ao mercado, qualidade de impressão e simplicação da logística necessária para garantir uma distribuição das diferentes artes de forma ale-

atória nos displays, sem a necessidade de grandes intervenções operacionais nos processos”. Veja na próxima página outros cases recentes de ações apoiadas na impressão digital


Impressão digital

Cases recentes de embalagens impressas digitalmente no exterior Nutella Em fevereiro deste ano, a Ferrero lançou na Itália uma edição especial do creme de avelãs Nutella com embalagens únicas. A iniciativa, batizada de “Nutella Única”, levou para as prateleiras dos supermercados italianos sete milhões de potes com rótulos diferentes e numerados. Os rótulos termoencolhíveis foram impressos digitalmente com a tecnologia Mosaic, criada pela HP Indigo. Trata-se de uma técnica de rotação aleatória, que não repete a mesma arte em nenhum rótulo, criando desenhos únicos. A iniciativa foi um sucesso. As embalagens esgotaram-se em poucas semanas.

Coca-Cola A Coca-Cola European Partners retoma em maio de 2017 sua premiada campanha Share a Coke, mas com um toque de verão. Nos rótulos impressos digitalmente, o logotipo icônico da marca nas garrafas de Coca-Cola, Coca-Cola Zero e Diet Coke será substituído pelos nomes dos principais destinos de férias do mundo. Com destinos como o Havaí, Bali, Ibiza e Miami, os consumidores podem participar da promoção inserindo um código único encontrado nas embalagens dos refrigerantes no site coke.co.uk/summer. Os vencedores vão ganhar férias para quatro pessoas para o destino de sua escolha e haverá um vencedor sorteado todos os dias durante um período de oito semanas, de 10 de maio a 9 de julho. Simon Harrison, diretor de Marketing Operacional da Coca-Cola European Partners, diz que “a campanha Share a Coke foi um fenômeno global que levou a personalização do produto para o nível superior. Para apoiar a campanha nas embalagens, o orçamento foi de 10 milhões de libras esterlinas (cerca de 13 milhões de dólares) em marketing”.

KitKat Em fevereiro deste ano, a KitKat ofereceu a oportunidade de os consumidores receberem um chocolate com uma embalagem personalizada. A iniciativa, ocorrida no Reino Unido, envolveu 57 mil unidades do chocolate da Nestlé. Para participar, o consumidor precisava adquirir uma das embalagens promocionais e submeter o código especial que acompanha cada unidade ao site da marca. A KitKat revelava de imediato se o código em questão era um dos 57 mil premiados ou não. Os consumidores sorteados receberam em casa uma caixa de KitKat com a foto enviada e uma mensagem personalizada. As embalagens foram impressas pela gráfica Ultimate Digital em uma HP Indigo 20 000.

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flexíveis

Mudança que deve transformar u Disputa nos freezers deve presenciar mudança após adoção de embalagens flex de congelados da Sadia, que atendem anseios do consumidor e trazem vantage

Recentemente, duas linhas de produtos congelados da Sadia – empanados e pratos prontos – passaram a adotar embalagens flexíveis em lugar dos tradicionais cartuchos de papel cartão que hoje dominam a categoria nos freezers do varejo. O que, para os mais desavisados, pode ser apenas mais uma troca de materiais de embalagem entre tantas registradas corriqueiramente, aos editores desta revista indica ser o sinal de uma mudança mais significativa, e possivelmente sem volta, capaz de mudar o padrão de uma categoria inteira. O que leva EmbalagemMarca a acreditar nessa ruptura são os benefícios auferidos pelo fabricante, somados à percepção positiva do consumidor – uma combinação imbatível. “Partimos de um cenário inicial em que usávamos entre 90 gramas e 200 gramas de embalagem por quilo de produto acondicionado para uma situação em que esse consumo caiu para a faixa de 73 gramas a 118 gramas por quilo de produto embalado, gerando uma redução de até 45%”, conta Geraldo Cofcewi-

Novas embalagens flexíveis de congelados da Sadia receberam feedback positivo dos consumidores, diz BRF

Migração de cartuchos de papel cartão para embalagens flexíveis pode ser o início de uma tendência no mercado de pratos prontos congelados

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ma categoria

cz, gerente de pesquisa e desenvolvimento de embalagens da BRF, dona da marca Sadia. “As embalagens primárias passaram de 48 gramas para 5 gramas, e já temos recebido retornos positivos sobre a satisfação dos nossos parceiros, como a facilidade oferecida aos promotores na reposição e na distribuição dos produtos na gôndola, a colocação de mais produtos no mesmo espaço disponível anteriormente e a qualidade da comunicação e da impressão”, detalha. De acordo com o executivo, as primeiras reações do consumidor são favoráveis, e estão sendo acompanhadas de perto pela BRF. Além da percepção de que se trata de um produto inovador, a empresa diz ter registrado muitos feedbacks positivos sobre a nova embalagem, mencionando que ela faz com que o produto fique mais protegido e que facilita o armazenamento em casa. Cofcewicz conta que, durante o projeto, algumas pesquisas com consumidores revelaram, por exemplo, problemas com o excesso de embalagem em empanados, que dificultavam a colocação no freezer doméstico. Havia também a queixa de que, ao remover o cartucho para arma-

foto: Tatiana Abib

íveis em linhas ns para o fabricante

Embalagens novas e antigas ainda convivem nas gôndolas

zenar apenas seu conteúdo, reduzindo o espaço ocupado, os clientes perdiam a informação sobre o prazo de validade e as sugestões de preparo. “Conseguimos ajustar esses pontos com a mudança para as embalagens flexíveis”, comemora o especialista da BRF.

Os filmes utilizados são, basicamente, estruturas de polietileno, polipropileno e poliéster, em composições que variam de acordo com as necessidades de cada item. Na transição dos

cartuchos para as embalagens flexíveis, a BRF alterou também a tecnologia de marcação de informações, como datas de validade e número de lote. “Passamos a utilizar a gravação a laser, que torna os dados indeléveis e ainda dispensa o uso de tintas e diluentes em nossas linhas de produção”, afirma Cofcewicz. O projeto, que se materializou nas duas categorias citadas, iniciou-se em 2015, e envolveu a participação de fornecedores de máquinas, equipamentos e materiais de embalagem. “Houve conversas com todos os envolvidos na cadeia de suprimentos e com nossos diferentes times internos, como fábrica, engenharia, P&D, inovação, marketing e vendas, pois era uma mudança significativa, com inúmeras variáveis, e que afetava, num único movimento, muitas linhas por categoria”, explica o gerente da BRF. A magnitude dos movimentos, em termos de alterações no sistema de embalagem das linhas de congelado e os bons retornos registrados desde o lançamento dos produtos no mercado levam a crer que, em breve, outros itens das marcas pertencentes à BRF podem migrar para os filmes flexíveis. A empresa não confirma. Apenas diz que “entende e procura tratar todos os desafios do mercado como oportunidades para encontrar novas possibilidades de atendimento aos clientes e consumidores”. Abril 2017 |

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entrevista

Com a seguida e veloz introdução de novos recursos no universo da comunicação, os diferentes meios de transmissão de informações, desde o rádio e a televisão até jornais e revistas, sofreram enorme impacto. Muitas das publicações impressas sucumbiram ao avanço da internet, onde se multiplicam os canais de comunicação, agilizando o que é útil e também fazendo proliferar o que é, no mínimo, duvidoso, para não se dizer de péssima qualidade e até mesmo mentiroso. Tornou-se difícil, como se costuma dizer, “separar o joio do trigo”. Nesse quadro, em que se discute que meios sobreviverão ao avassalador avanço das chamadas redes sociais e de outros instrumentos de comunicação virtual, os editores de EmbalagemMarca decidiram por em prática duas medidas que vinham estudando há algum tempo. Dentre elas (outras se seguirão), vindas na sucessão da participação na recém-lançada empresa de treinamentos e apoio à inovação na área de embalagem The Packaging Academy, estão o fortalecimento da versão eletrônica desta revista e a criação de uma edição mais densa da versão impressa. Na entrevista que se segue, feita pela equipe de EmbalagemMarca, Wilson Palhares, diretor da Bloco de Comunicação, editora da revista, explica e apresenta detalhes das inovações que serão implementadas.

“Maior presença e mais conteúdo nos meios impresso e virtual” Wilson Palhares, diretor da editora de EmbalagemMarca, anuncia mudanças que serão feitas nas edições impressa e virtual como parte das comemorações de dezoito anos de circulação da revista

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Em variadas oportunidades EmbalagemMarca tem anunciado mudanças e inovações em sua estrutura e em seus conceitos editoriais, como agora que vai completar dezoito anos de circulação, em junho próximo. Que mudanças serão essas? A principal delas é a decisão de direcionar mais atenção à mídia on-line e colocar a impressa em nível mais elevado. O recentíssimo anúncio feito por alguns dos maiores anunciantes do mundo de reduzir ou cancelar investimentos na mídia digital reforça aquilo que sempre afirmamos: com a banalização da internet e sua contaminação por conteúdo duvidoso, a comunicação empresarial nesse canal é altamente prejudicada. Daí a decisão de fortalecer a versão eletrônica de nossa revista e, ao mesmo


tempo, robustecer nossa ação na mídia impressa. Essa decisão foi tomada só agora? Em que EmbalagemMarca on-line se diferencia disso que classifica de “conteúdo duvidoso” e de instrumentos semelhantes mantidos por outras revistas? Na verdade não é uma opção de agora, tanto é que a versão digital existe já há alguns anos. Nestes dezoito anos de presença no setor relacionado à embalagem, nossa marca se consolidou e foi aprovada pelo público por sua qualidade editorial e por sua imparcialidade. Isso lhe dá uma força muito especial, que é a da credibilidade. O que fornecemos, tanto na revista impressa quanto na virtual, é informação e conhecimento apoiados em bases sólidas e homologadas. No geral, o que se vê é bem diferente. Quanto do que recebemos todos os dias em nossos computadores pode ser classificado assim? O que se vê é bem diferente daquilo que oferecemos. Com relação a produtos concorrentes, sem falsa modéstia, quem compara e fala bem de nós é o mercado. Além da revista na web e nos demais instrumentos virtuais em que estamos presentes, nossa credibilidade se traduz na visibilidade que atingem, muitas vezes superior à que é alcançada por nossos principais concorrentes. Com todo o respeito a eles, isso traduz em maior preferência. Isso não contradiz a afirmação de que anunciantes globais estão com o pé atrás quanto à mídia digital? Esse pé atrás se refere mais às chamadas mídias sociais. A maravilhosa conquista que é a internet em termos de comunicação permite que todo mundo tenha opinião e a manifeste para públicos progressivamente numerosos. Mas na maioria das vezes tanto a emissão quanto a recepção da mensagem são feitas com mínima ou nenhuma reflexão, e sem fundamento algum. Em permanentes contatos que mantemos com a cadeia de valor da embalagem constatamos que as empresas vêm percebendo que suas marcas podem estar ameaçadas ao ser expostas em meio a conteúdos duvidosos. A questão é seletividade,

e é isso que a revista on-line já oferece e oferecerá em maior volume. Queremos – e entendemos que os profissionais de embalagem também querem – ficar de fora do aluvião. A internet consolidou o chamado Teorema do Macaco Infinito. Numa das versões dessa colocação, se for dado um teclado a um número infinito de macacos e deixá-los digitando aleatoriamente por um intervalo de tempo infinito, um deles certamente

acabará criando, por exemplo, a obra completa de William Shakespeare. Com a internet os macacos já têm seus teclados. Só que deles não surgiu ainda um só verso da obra do Bardo de Avon. Significa que a revista impressa será descontinuada? Muito pelo contrário. A versão digital cobrirá principalmente o lado factual das atividades do packaging, tirando


Caminha-se para um mercado de editoras híbridas

proveito da agilidade que a internet propicia. Ela será mais ágil, utilizará com maior intensidade os recursos que o meio oferece crescentemente, como vídeos, áudios e aplicativos de interação com o público. Já a revista impressa ganhará um upgrade, aprofundará o conteúdo que hoje a caracteriza, reforçando a inspiração e a vocação com que foi lançada, de ser analítica, interpretativa e abrangente na narrativa. Mais do que sempre fez, os fatos serão apresentados de forma contextualizada e não isoladamente, como é comum. Cada vez mais, a revista apresentará as notícias numa relação de causa e efeito. Assim, o reforço da revista on-line e o passo adiante e para cima da revista impressa robustecem a complementaridade de ambas. Não seria mais fácil fazer isso na atual revista? Por que ter duas versões isoladas e por que reforçar a edição impressa, quando esse meio parece estar refluindo? Primeiro, não são isoladas, são convergentes. O tal refluxo ocorre mais acentuadamente em jornais e revistas de assuntos gerais. Como já registramos, no Brasil há bom tempo esse tipo de veículos vem orientando seus jornalistas a escrever textos cada vez mais curtos, para “tornar a leitura mais fácil”. Dessa forma, há cada vez menos espaço para análise e contextualização dos assuntos. É um empobrecimento. Em nossa opinião, que é respaldada por técnicos e estudiosos das áreas gráfica e editorial, será longa a sobrevida das publicações especializadas, que por ser o que são podem conter informação e conhecimento concentrados, não esparsos, e aprofundados. Em outros países, ao adotar esta postura muitas revistas segmentadas são cada vez mais bem sucedidas editorial e comercialmente.

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Que mais diferenciará essa revista impressa do que é hoje e da versão on-line? Além de seu conteúdo, um diferencial será o título. Devido ao fato de estarmos agregando profundidade ao conteúdo da revista, decidimos chamá-la de EmbalagemMarca Mais, ou EmbalagemMarca+. Mas o principal acréscimo é que o conteúdo será mais denso, mais analítico e mais técnico. Que retaguarda apoiará essa intenção? Internamente teremos o respaldo do Conselho Consultivo da The Packaging Academy, recém-lançada empresa de treinamentos e apoio à inovação na área de embalagem na qual temos participação. Externamente contaremos com a colaboração de profissionais técnicos e acadêmicos atuantes no setor. E estamos levando adiante entendimentos em nível nacional e internacional com entidades especializadas no entendimento do packaging. Os atuais assinantes de EmbalagemMarca terão direito às duas versões? Sim, com benefícios adicionais. A versão on-line não será simplesmente uma reprodução da revista impressa. Esta será um novo instrumento de nossa marca na missão que nos autocolocamos de transformar informação em conhecimento, fortalecendo as bases da cadeia de valor de embalagem no Brasil e contribuindo para seu avanço. EmbalagemMarca+ poderá ser vista como uma extensão da revista atual, tanto no sentido horizontal quanto no vertical. Mas tudo isso não caracteriza uma ampliação do que propriamente uma mudança? A rigor, estamos nos empenhando em oferecer sempre maior volume de conteúdo especializado, selecionado

e ampliado em profundidade. Somos motivados pela dinâmica do mercado editorial. Como já disse em outras ocasiões, até por questão de sobrevivência, cabe às editoras encontrar formas adequadas de atendimento às necessidades de bom conteúdo de seu público. Na área editorial vem ocorrendo forte convergência de meios. Agências de conteúdo digital vêm se tornando editoras. Estas, por sua vez, buscam inovar nas formas como podem entregar conteúdo a seus públicos. Em resumo, caminha-se para a consolidação de um mercado de editoras híbridas. Estamos presentes nessa tendência. Numa mesma editora os meios impresso e eletrônico não acabam sendo conflitantes, principalmente do ponto de vista comercial? Como disse antes, eles são convergentes. Historicamente, quando o único meio de comunicação de massa que existia era o impresso e surgiu o rádio, generalizou-se a “certeza” de que os jornais iriam ser substituídos por aquele novo veículo. Não foi o que aconteceu, um se tornou uma espécie de extensão, um complemento do outro. Depois surgiu a televisão, que “acabaria” com o rádio. Ocorreu a mesma coisa. Quanto ao aspecto comercial, ao estabelecer estratégias de comunicação, os responsáveis por isso nas empresas devem contemplar a definição do media mix sem se ater a um só meio. E, na contramão do mau entendimento de que as redes sociais são o substituto “natural” da mídia impressa – que portanto deixaria de ter os anúncios que a sustenta -- o que se pode dizer é que, ao estabelecer uma linha editorial afinada com os objetivos de seu público, como é nosso caso, consolida-se uma parceria e uma relação de colaboração difícil de ser quebrada.


Reciclagem

Vai e volta GPA amplia Programa Novo de Novo e utiliza PE reciclado nas embalagens de tira-manchas O GPA (Grupo Pão de Açúcar) coloca no mercado novas embalagens do Tira-Manchas Qualitá produzidas com plástico reciclado, dentro do Programa Novo de Novo da rede varejista. A produção das embalagens é feita em parceria com a Braskem, através da plataforma Wecycle, criada pela petroquímica para a valorização de resíduos plásticos na cadeia produtiva. A iniciativa vai utilizar embalagens descartadas nas estações instaladas nos supermercados e hipermercados Extra e Pão de Açúcar, que são doados para cooperativas parceiras do programa. Depois de separado, o plástico é enviado a uma recicladora (Wisewood), que produz a resina composta de 70% de polietilenom (PE) reciclado e de 30% de resina virgem. O ciclo é auditado pelo Wecycle. As cooperativas agora

fazem parte da rede ser+realizador, programa da Braskem que visa aumentar a reciclagem de resíduos pós-consumo de maneira colaborativa, assim como desenvolver o trabalho de catadores e a profissionalização das cooperativas. Todo o volume de tira-manchas Qualitá vendido no Brasil – cerca de 10 mil unidades por mês – terá as embalagens fabricadas com a resina reciclada. De acordo com Amanda Ortolani, coordenadora de desenvolvimento de produto de marcas exclusivas do GPA, um dos fatores fundamentais para que o projeto desse certo foi o fato de a linha de produção ser verticalizada. Tanto o produto quanto a embalagem são produzidos pela Total Química. A escolha do produto também foi pesquisada. “O tira-manchas é bem agressivo, adequado

para essa embalagem”, explica Amanda. No total, serão recicladas anualmente, apenas com a parceria entre GPA e Braskem, 60 toneladas de plástico. Essa parceria representa um novo passo no programa “Novo de Novo” do GPA, que consegue reinserir no ciclo produtivo papéis e embalagens longa vida (parcerias com a Papirus e com a Tetra Pak) coletados nas estações das lojas Extra e Pão de Açúcar.


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

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Refrigerantes

Sorvetes

Cervejas

Alimentos

Açúcar

Receita na lata

Picolés em prata

Rótulo artístico

Arroz em SUP

Mais sachês

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O Guaraná Antarctica Zero lança uma edição limitada de 150 mil latas com receitas de drinks impressas nas embalagens. São quatro embalagens diferentes que trazem sugestões de coquetéis sem álcool feitos com o refrigerante e desenhos que remetem à receita. emb.bz/212guarana

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O sabores do sorvete gaúcho Makalu agora podem ser encontrados também na versão picolé. Foram usadas imagens reais dos ingredientes nas embalagens. Como fundo, para valorizar a qualidade do produto, foi usada a cor prata. emb.bz/212makalu

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A Cervejaria Dádiva comemora três anos com o lançamento da Dádiva 3. As garrafas rolhadas de 375 mililitros receberam rótulo artístico, desenvolvido a partir de uma tela pintada pela pernambucana Anna Guerra. A obra, uma alusão às libélulas ícones da marca, foi batizada de “Dádiva”, e adaptada à aplicação do rótulo em papel acetinado fosco. emb.bz/212dadiva

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O arroz Tio João lança dois novos sabores para a linha de semiprontos Tio João Cozinha Fácil: o Arroz Integral + Arroz Vermelho e Tomate e o Arroz Integral + Vegetais, ambos fontes de fósforo e magnésio, e ricos em vitamina B3 (niacina). Os produtos estão disponíveis em embalagens do tipo stand-up pouch (SUP) em porções de 200 gramas. emb.bz/212arroz

Preservativos

Sabor café 6

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A Native acaba de incluir em sua linha de alimentos as versões em sachê de açúcar orgânico dos tipos demerara e mascavo. O objetivo é atender principalmente ao mercado de food service. A Native tem ainda a versão sachê de seu açúcar cristal claro, lançada há 17 anos. emb.bz/212native

A Prudence lançou em 14 de abril, Dia Mundial do Café, a camisinha Prudence Café, com cor, sabor e aroma da bebida. Prudence Café chega ao mercado para incrementar o portfólio da marca, que já conta com mais de 40 itens. Só a linha de preservativos Cores & Sabores tem 10 variações: Morango, Caipirinha, Tutti-Frutti, Hortelã, Melancia, Uva, Chocolate, Vinho Espumante, Melão e Café. emb.bz/212prudence

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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

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Alimentos

Mini arroz

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A Camil Alimentos adota novas embalagens para a linha gourmet, além de lançar o Mini Arroz Camil. As embalagens repaginadas trazem também receitas em destaque. No redesign da linha, o preto foi mantido como base, assim como a diferenciação dos produtos por cores. O verso das embalagens traz sugestões de consumo. emb.bz/212camil

Sorvetes

Cachaças

Pet food

Saúde

Sabor francês

Rock na lata 3

Dose pra cachorro

Nova marca

A cachaçaria Pitú lançou uma lata especial com a arte personalizada do Abril pro Rock 2017 – festival de rock que aconteceu no final de abril em Olinda (PE). Foram produzidas três milhões de unidades da embalagem de 350 mililitros com layout que utiliza a ilustração oficial do evento. emb.bz/212pitu

O primeiro vinho nacional desenvolvido especialmente para cães chega ao mercado. O Dog’s Wine é acondicionado em garrafa de vidro de 250 mililitros, decorada com rótulo autoadesivo. A novidade imita o vinho para humanos, mas sem a adição de álcool e uva, ingredientes que podem prejudicar a saúde o animal. A bebida é produzida apenas com suco de carne e corante natural de beterraba. emb.bz/212wine

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Completando a linha Pâtisserie Francesa, composta pelos sabores Petit Gâteau e Crème Brûlée, o sorvete Magnum, da Kibon (Unilever) celebra a chegada do outono com o lançamento de mais um sabor inspirado em um ícone francês: Tarte aux Pommes, sabor baunilha com maçã e coberto com chocolate branco. As embalagens de Magnum Pâtisserie Francesa trazem um visual colorido e espelhado que traduzem toda a sofisticação da marca. emb.bz/212magnum

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Temperos 5

A rede Mundo Verde lança Elixir, nova marca de produtos de beleza e de saúde e beleza, com foco em mulheres com mais de 30 anos de idade. São seis categorias de produtos: Elixir Antiox, que desacelera o envelhecimento; Elixir Beauty, para cuidados com a pele, unhas e cabelos; Elixir Vita, à saúde feminina em geral; Elixir Slim, para controle do peso; Elixir Digest, para a digestão e intestino; e Elixir Osteo, para manutenção da saúde óssea. emb.bz/212elixir

Horta nas embalagens

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As novas embalagens da linha de ervas, especiarias, pimentas e temperos Kitano, têm design que buscam mostrar que os produtos são naturais. A marca criou uma “horta” nas gôndolas, com fotos de cebola, alho, pimenta do reino e orégano, entre outras, nas embalagens, que possuem sistema “abre e fecha” para conservar o aroma dos alimentos. emb.bz/212kitano



APOIO

Almanaque “Lata d’água na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria...” Jota Júnior e Luís Antônio compuseram Lata D’Água, a célebre marchinha carnavalesca de 1952, inspirados em Maria Mercedes Duarte. Era uma das muitas moças que subiam morros cariocas carregando água em vasilhas, devido à falta de abastecimento. Maria tinha talento para a tarefa. Tornou-se atração em circos, boates e sambódromos por dançar equilibrando no cocuruto uma lata de aço – no início, uma embalagem vazia de 18 quilos de banha de porco. Hoje, aos 83 anos de idade, Maria Mercedes acabou de lançar sua biografia, “Lata D’água na cabeça – Da passarela ao Sacrário”.

Maria Mercedes Duarte com a lata d`água na cabeça, na década de 1950, e hoje, na capa da sua biografia

Morre o criador do coelho mascote do cereal TriX Morreu no dia 26 de março, aos 89 anos de idade, o ilustrador Joe Harris, (ao lado) criador do coelho que ilustra as embalagens do cereal Trix, da General Mills. Nos anos 1950, Harris trabalhava na agência de publicidade Dancer Fitzgerald Sample, desenhando mascotes e criando storyboards de desenhos animados para vender produtos. Em 1959, criou o coelho branco que passou a estampar as embalagens e os anúncios de Trix (imagem 1), cereal com sabor de frutas da General Mills. Joe Harris também criou diversos personagens de desenhos animados, como King Leonardo, Klondike Kat e Tennessee Tuxedo, e o mais conhecido no Brasil, O ViraLata (imagem 2).

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K, de kerosene Uma das embalagens que mais foi utilizada para transporte de frutas, legumes e hortaliças é a tradicional caixa de madeira, conhecida como Caixa K. No início do século 20, latões de querosene – que em inglês se escreve kerosene, com K – eram levados à roça em caixas de madeira. Essas embalagens comportavam duas latas do combustível, que era utilizado em lamparinas e lampiões. Assim, a caixa de

madeira foi batizada popularmente de Caixa K e, aos poucos, passou a ser adotada para acondicionar frutas e hortaliças. Essas embalagens de transporte foram utilizadas largamente até as décadas de 1980 e 1990, quando passaram a ser substituídas por caixas de plástico e de papelão ondulado. Hoje a caixa K ainda é utilizada, de forma limitada, para o transporte principalmente de tomate, pepino e mandioca.




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