Balaio Cultural

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música

Festival Casarão completa 12 anos na Capital

teatro

Personagens do teatro se destacam em 2012

moda

Como se vestir bem no calor de Porto Velho

edição nº 1 nov. 2012

R$ 5,00


Duana F. Lopes 23 anos, quase publicitária com canudo. Desde adolescente ouve “mas o que isso faz?”. Resumese em produção cultural. Alia cultura e publicidade, queira os outros ou não, tinindo e trincando. Felipe Araújo Jornalista (por formação após essa Revista), 20 anos, irritante e irritado. Desconfiado das pessoas, aprendeu a apurar as informações dadas pelas fontes, em suas matérias e na vida. Maria Luísa Medeiros Há 23 anos somente “Maria”. Usou a faculdade como pretexto para desfrutar das experiências possíveis no âmbito profissional e pessoal, sempre alegando que o curso tem muitas opções pra vida. Vinícius Teixeira Tem 23 anos e é jornalista. Gosta de ouvir histórias, é relativamente efusivo e sofre de déficit de atenção. No tempo livre tenta organizar a sua vida financeira e alimentar.

Ilustrações Jhon Douglas Lorran Nery

editorial T

rês acadêmicos, sendo um do curso de Jornalismo e duas de Publicidade e Propaganda, se juntaram em torno de uma ideia: fazer o primeiro TCC de disciplinas integradas da Uniron. O projeto? Uma revista. O tema? A cultura de Porto Velho. Eles, atuantes profissionalmente na área cultural na cidade, tinham o desafio de criar um produto novo e com uma linha editorial até então inexistente no mercado de revistas local. Assim surgiu a Balaio, uma revista cultural feita por quem e pra quem é daqui. A Balaio foi criada para suprir as necessidades da população porto-velhense, que até então não dispunha de um título voltado totalmente para a área cultural, e também da classe artística, que não encontrava o espaço necessário para a divulgação de suas ações. São poucos os títulos que falam de cultura na Capital rondoniense e ainda é muito limitado o tempo para o assunto em outros meios de comunicação. A Balaio veio preencher essa lacuna e completar este espaço com características locais, valorizando o que existe aqui. A revista tem o objetivo de sintetizar todos os traços e detalhes que compõem a cultura de Porto Velho e sua comunidade. Suas páginas serão repletas de costumes da região e vão retratar minuciosamente a população que vive aqui. Os temas abordados nas nossas seções são os mais variados e atrativos possíveis, sempre optando por trazer a informação para o contexto regional e abrir a discussão para os que aqui vivem e entendem, mais do que ninguém, sobre os assuntos. O resultado do desafio que foi fazer uma revista você pode conferir nas páginas a seguir. Boa leitura. Duana, Felipe e Maria

diagramação Edson de Melo


índice 04

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Tradição e música boa. Em julho do ano 2000, Vinícius Lemos fez sua estreia como produtor cultural em Porto Velho com a Festa no Casarão.

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Projeto forma novos leitores. O Dia Nacional do Livro, comemorado em 29 de outubro, marca o aniversário do projeto “Leitura no sítio” que em 2012 comemora sete anos.

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Elas estão entre nós. Alguns dos personagens que se apresentaram em Porto Velho em 2012 foram além do sucesso dos palcos. Coincidência ou não, elas são mulheres, de personalidade forte e marcante, com humor irreverente.

Direitos Humanos. O Cine Sesc recebeu este ano, de 16 a 21 de novembro, a 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, cujo objetivo é possibilitar o diálogo sobre os direitos fundamentais do brasileiro.

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Atividades cada vez mais populares. Joaquim Carlos, o Joca, tinha como hobby a prática de atividades de aventura em todo o estado de Rondônia e teve a ideia de fomentar o turismo em Rondônia de forma diferente.

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Moda não é para poucos. O assunto ainda é um tabu para a população e fica ainda mais complicado quando tratado especificamente em Porto Velho.

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Linguagem característica marca a cultura de Porto Velho. A professora de Linguística, Nair Ferreira Gurgel do Amaral, conta como desenvolveu a pesquisa sobre a variação da língua em Porto Velho .

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História de migrantes. A jornalista Larissa Tezzari, exemplo da mistura de culturas de Porto Velho, fez um documentário contando algumas histórias que compõem a identidade da cidade.

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música

Tradição e música boa Texto > Fel ipe Araújo

edição nº 1 - novembro de 2012

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fotos > Avener Pr ado

m julho do ano 2000, Vinícius Lemos fez sua estreia como produtor cultural em Porto Velho com a Festa no Casarão. Tudo começou com a vontade de fazer algo diferente, num sítio e ao ar livre. Logo ele pensou no Casarão da Vila de Santo Antônio, um local fora da cidade que não precisa pegar a BR-364, abandonado, histórico e com um portão que parecia ter saído de uma história de terror. A primeira edição da festa, cujo objetivo era testar o modelo para os amigos de Vinícius, teve seu custo total orçado em aproximadamente R$ 3 mil e contou com a partici-

pação de cerca de 1.200 pessoas que prestigiaram o show do Ira! na Festa do Casarão. Com o objetivo atingido com sucesso, a festa passou a ser tradicional e realizada todos os anos. Em 2004 a festa cresceu e passou a contar com a participação de bandas do interior do estado. Foi quando a Festa no Casarão começou a ganhar moldes e integração de festival. Já em 2005, o Festival Casarão nasceu, ao som da banda Cachorro Grande, Ludov, Mezatrio e muitas atrações regionais.

Identidade O ano de 2008 marcou uma mu-

dança significativa para o Festival. A banda Dead Fish foi a última a se apresentar no Festival quando ainda era realizado no Casarão da Vila de Santo Antônio. “Claro que foi um baque. Perdemos em nostalgia, fator histórico, mas ganhamos mobilidade. Hoje podemos brincar, armar, ampliar e realizar por toda a cidade”, conta Vinícius Lemos. De acordo com ele o Festival não perdeu a identidade, pois o nome continua como representação da história de Porto Velho e a tradição é mantida a cada ano, com apresentações no Mercado Cultural e Palácio Presidente Vargas. “A tendência é espalhar”, afirma o produtor.


Atrações Podemos dizer que mais de cem bandas vieram pela primeira vez para Porto Velho para se apresentar no Festival Casarão. Não é simples fechar trinta apresentações, mas vamos inovando e tentando colocar Rondônia no mapa e agenda das bandas

Vinícius Lemos

edição nº 1 - novembro de 2012

Ao longo de suas edições o Festival Casarão tornou-se gigantesco para a realidade local. O custo gira em torno de R$ 100 mil e a demanda de trabalho também multiplicou com o tempo. Para decidir o lineup, Vinícius diz que a busca é por uma atração que acrescente à história. “Podemos dizer que mais de cem bandas vieram pela primeira vez a Porto Velho para se apresentar no Festival Casarão. Não é simples fechar trinta apresentações, mas vamos inovando e tentando colocar Rondônia no mapa e agenda das bandas”, destaca. O Festival é realizado sempre no segundo semestre de cada ano. Para que a população não fique sem ter um evento deste segmento até o próximo ano, foi criado o Doses Casarão, com pequenas amostras espalhadas por todo o ano. “O ideal seria ter possibilidade e recursos só para o Doses, mas essa não é a realidade. Caso fosse, seria realizado de dois em dois meses ou em até menos tempo”, afirma o produtor. Mas engana-se quem acha que o Festival Casarão é um evento voltado apenas para o público apreciador de rock. Ele nasce deste estilo musical, mas não se resume necessariamente a isso. A música no Brasil é miscigenada e acompanhando essa mistura o Festival foi encerrado nos últimos dois anos por rap e samba, com Emicida em 2012 e Wado em 2011.

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Projeto forma novos

leitores edição nº 1 - novembro de 2012

Texto e fotos > Fel ipe Araújo

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Dia Nacional do Livro, comemorado em 29 de outubro, marca o aniversário do projeto “Leitura no sítio” que em 2012 comemora sete anos. Criado a partir de uma solicitação feita por uma emissora de TV de Porto Velho em busca de personagens que pudessem ilustrar uma matéria sobre a data, o projeto incentiva crianças e adolescentes a serem leitores. Foi então que a bibliotecária

Glória Valadares saiu pelo bairro Triângulo convidando os jovens para uma manhã de leitura em seu sítio. Ela abriu as portas do seu acervo pessoal, que atualmente conta com dez mil livros aproximadamente, e mostrou para eles o quão interessante e encantador é o universo das histórias que eles conhecem quando lêem. Glória resolveu instituir que uma vez por mês, sempre no último sábado, teria o “Leitura no sítio”. Ela convidou algumas amigas e professoras para auxiliarem na

Há sete anos Glória Valadares abre seu sítio para receber jovens interessados em ler. Seu acervo funciona como biblioteca de apoio para alunos e escolas da região leitura de histórias para as crianças e também ministrarem oficina para os professores das escolas de bairros próximos. Uma média de sessenta crianças frequenta o sítio de Glória, todas moradoras da redondeza e estudantes das escolas estaduais de Ensino Fundamental, Coronel Carlos Aluízio Weber e Franklin Roosevelt. “Já teve sábado em que vieram mais de 100 crianças”, afirma Glória.

Os títulos Glória, que faz parte do Júri


Novos leitores Este é o objetivo do projeto: formar novos leitores. Mas como saber que foi atingido? Glória explica que um leitor é formado quando se lê de dois a três anos religiosamente. Através do controle de empréstimos de livros do seu acervo ela percebe essa formação nas crianças que frequentam o projeto. Gabriele Pereira Leal, 14 anos, é um exemplo disso. A estudante conta que frequenta o “Leitura no

sítio” desde o primeiro dia. Para ela, “Tchau”, o único livro de contos de Lygia Bojunga, é o seu favorito. Ela agora traz o irmão mais novo, de 10 anos, para participar do projeto. O estudante Matheus Alexandre, de 12 anos, também participa do projeto desde o primeiro dia. Ele conta que leva os livros para a escola e lê durante o intervalo e tempos vagos. A leitura o ajuda no desempenho escolar, pois aprende palavras novas e outras formas de linguagem.

Voluntários Glória Valadares conta com o apoio de professoras e acadêmicas do curso de Letras da Unir. “Algumas começaram e ainda eram estudantes, hoje já se formaram, algumas já fizeram mestrado, são professoras e também trabalham como voluntárias no projeto”, informa. A professora e pesquisadora da leitura, Neusa Tezzari, conta que o motivo pelo qual ela dedica um sábado por mês para trabalhar como voluntária no projeto “é a crença

em que a leitura transforma a vida das pessoas, na medida em que amplia a compreensão sobre o mundo em que vivemos e possibilita uma inserção, uma participação neste mundo, através da escrita”. O fato de não ter tido livros na sua infância e crescer numa família de não-leitores fez com que Neusa tivesse seu primeiro contato com os escritos na escola. Lá ela aprendeu que os livros eram sagrados e levou isso adiante. Inserida no mundo do trabalho, ainda muito cedo, para acompanhar a mãe, possibilitou que nos momentos de folga, encontrasse, pelas áreas de serviço, frequentemente no lixo, pedaços de escrita, geralmente gibis sem começos ou sem fins, tendo que construir sozinha os começos ou finais das histórias. “Acredito que, talvez, venha desse período também, não apenas meu interesse pela escrita, mas meu gosto por escrever. A escrita transforma a vida das pessoas. Das que escrevem. Das que leem”, finaliza.

edição nº 1 - novembro de 2012

Nacional de Literatura, conta que por semana recebe uma média de três livros novos e por isso não aceita doações para compor o seu acervo. “Geralmente as pessoas doam livros usados e velhos. As crianças não se interessam por livros assim”, justifica. Ela precisou adequar os títulos que dispusera para leitura da criançada. “Alguns vêm desde o primeiro dia. Hoje, já adolescentes, eles buscam por títulos condizentes a sua idade”, destaca.

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ilustração

Arte pouco explorada edição nº 1 - novembro de 2012

Texto > Fel ipe Araújo

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ocê certamente notou a ilustração que trouxemos na capa desta edição. Ela representa a mistura que é a população porto-velhense, refletida diretamente em sua cultura e costumes. A arte, criada por um artista rondoniense, acompanha o objetivo da Balaio ao juntar todos os componentes do cotidiano da comunidade local. Jhon Douglas Marin Bracher, de 24 anos, nasceu e foi criando em Vilhena. Saiu do município devido a

falta de espaço para o design gráfico e ilustração, área em que trabalha. Para ele, “ilustração pode ser uma forma de expressão ou uma representação de algo que pode se chamar de arte”. Atuou aproximadamente por quatro anos como designer gráfico freelancer atendendo a empresas locais em Vilhena. No segundo semestre de 2012, Jhon foi convidado a se mudar para Cuiabá, no Mato Grosso, para trabalhar em uma agência de publicidade, onde atua como diretor

de Arte e ilustrador, onde também concilia com seus trabalhos voltados para os vídeos. “Em Vilhena é ruim, mas em Porto Velho talvez haja mais oportunidades. Os profissionais devem meter a cara e buscar valorizar seus trabalhos. Cuiabá é uma cidade boa, com pessoas bacanas que sabem reconhecer esse tipo de trabalho, mas ainda há muito a evoluir”, afirma. Jhon também já fez trabalhos para Porto Velho, São Paulo e ilustrou uma residência em Brasília.


Em Vilhena é ruim, mas em Porto Velho talvez haja mais oportunidades. Os profissionais devem meter a cara e buscar valorizar seus trabalhos.

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Jhon Dougl as Marin Bracher

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moda

Moda não é para poucos Texto > Fel ipe Araújo

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assunto ainda é um tabu para a maioria da população. Seguir tendência, saber o que está ou não na moda, acompanhar o que é apresentado nas passarelas em desfiles que ditam o que as pessoas antenadas nesse mundo devem usar ainda não é compreendido com tanta facilidade por todos. E isso fica ainda mais complicado quando a moda é tratada especificamente em Porto Velho, cujo clima predominante é o calor e a temperatura marca em média 35ºC quase todos os dias. A informação e orientação sobre os conceitos de moda eram adquiridos na maioria das vezes através de programas televisivos para este segmento ou blogs nacionalmente reconhecidos acerca o tema. Para atender essa demanda e trazer para a realidade da região, alguns blogs de moda foram criados,

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Taísa Arruda, criadora do blog O Doce Murupi


“Tudo é uma questão de escolha certa. É só conhecer o próprio corpo”, diz. O estudante Francisco Oliveira, de 22 anos, define seu estilo como alternativo com uma pegada rock, mas não descarta as peças de outros estilos e aposta na mistura de tendências. Segundo ele, o Brasil sofre muita influência de países europeus e, em regiões como a nossa, nem todas as tendências podem ser aproveitadas ou necessitam de ajustes e modificações. Francisco aposta na calça jeans e bermuda com camisetas leves, estampadas ou não e em camisas sociais de fios menores, em cores como o azul, branco e rosa, que não absorvem tanto o calor das temperaturas. Ele não concorda quando dizem que roupa boa é roupa de marca, pois acha que dá pra achar boas peças em

lojas fast-fashion e na internet por um preço bem em conta. “Em nosso guarda-roupas tudo pode ser reciclado e tem muita gente ganhando dinheiro com customização. As roupas podem ser aproveitadas de brechó e revitalizadas. Basta saber reutilizar e tudo fica muito barato”, informa. Iasmine Barreto, 28, é advogada, empresária e ligada na moda. Sua inspiração, compartilhada através dos looks diários no Instagram, é a elegância e conforto de Gabrielle “Coco” Chanel. Segundo ela o calor da cidade limita, mas essa mesma dificuldade foi enfrentada quando morava no Sul, que devido ao frio, tinha que usar casaco pesado e sobretudo. “Acho que o limite é pequeno, entende? Cada ambiente é um ambiente e a gente dança conforme a música”, relata.

Iasmine Barreto

Iasmine Barreto

não muito recentemente, com o intuito de desmistificar o assunto para a população porto-velhense fashionista. O Doce Murupi, criado por Taísa Arruda, por exemplo, é um espaço dedicado a tudo que a autora gosta de consumir, abordando de uma forma mais abrangente, buscando as novidades da cidade. Ela então convidou a amiga Paula Azevedo para fazer parte do projeto e ele cresceu ainda mais. “Nosso maior diferencial é falar de moda de uma forma fácil. O Doce é um guia de compras inteligente e nós tentamos acabar com a história de que em Porto Velho tudo chega com atraso”, comenta Taísa. Para ela “é difícil manter a dignidade com esse calor que faz aqui”, e afirma que é possível se vestir bem, ser descolada e estar linda(o) com as roupas adequadas para a temperatura.

Francisco Oliveira Na pele O maquiador Iuri Mafra dá dicas para uma boa maquiagem e que resista aos dias quentes de Porto Velho. “O dia exige maquiagem leve, sombra e base sem coberturas exageradas. Já para noite o truque

é usar maquiagem com boa fixação na pele e produtos antibrilho, que reduzem a oleosidade. Também é importante retocar ao longo do dia ou da noite”, recomenda. Ele alerta para o uso do protetor solar no dia a dia. “Muitos produtos

já possuem protetor em sua fórmula. Caso não tenha, use o protetor solar para o rosto antes de se maquiar, é importante preparar a pele antes de passar os produtos. Hidrate bem e sempre remova no fim do dia”, conclui.

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roupas podem ser aproveitadas de brechó e revitalizadas. Basta saber reutilizar e tudo fica muito barato

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B ill Ma rques

Elas

estão entre n ó s Texto > Fel ipe Araújo

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Já Passam das 8 Montagem: Folk Produções Texto: F. Barros Direção: Alexandre Lemos Elenco: Alexandre Lemos (Tia Nalda), Juraci Júnior (Tia Alda) e Alexandre Braga (Tia Alda), Allan Hallse (Valdinho) e Madaí Dias (Maria Louísa) Maquiagem e figurino: Alexandre Braga

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Cabaret – Paródia do amor romântico Montagem: Cia Anômade Direção: Jória Lima Assistente de direção: Alexandre Lemos Elenco: Caio Setúbal, Cláudio Zarco, Eli Moreno, Jamila Marques e Lily Cavalcante. Direção musical: Sandro Bacelar Maquiagem e figurino: Polyana Alves

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fotos > Avener Prado

lguns dos personagens que se apresentaram em Porto Velho em 2012 foram além do sucesso dos palcos. Coincidência ou não, elas são mulheres, de personalidade forte e marcante, com humor irreverente. As tias Alda e Nalda, personagens da comédia “Já Passam das 8”, ganharam não só o público porto-velhense. Elas já circularam pelos municípios do interior de Rondônia, em 2008 se apresentaram no 5º Festival de Teatro da Amazônia, em Manaus, e em 2011 foram ao Festival de Teatro do Acre, em Rio Branco. Tamanha a repercussão de suas apresentações que a equipe da Folk Produções, responsável pela montagem do espetáculo este ano, pensou em aproximar o público e as


histórias. “Além de convidarem para o espetáculo, dão opinião e conselhos, conversam com o público e até jogam indiretas. Elas se tornaram personalidades na cidade”, destaca. O ator Alexandre Lemos, que interpreta a tia Nalda, compõe o elenco do espetáculo desde a sua primeira montagem e assina a direção. Ele revela que, mesmo as duas disputando o amor e atenção do sobrinho, as tias são cúmplices, como todo irmão, até o fim. “Em Porto Velho há excelentes produções artísticas. O que falta é uma preocupação maior em como fazer com que o público de Porto Velho saiba que aqui tem teatro, com artistas e espetáculos de qualidade. Vamos dar ao público motivos para que ele saia de casa e venha até o teatro. No caso da comédia“Já Passam das 8” deixamos a isca em vários lugares, tornando as personagens vivas e atraentes, sempre com muita verdade e buscando sair do óbvio. As

tias existem!”, finaliza Juraci.

Mais uma Com a mesma linha conservadora das tias Alda e Nalda, a personagem Maria Alzira, de “Cabaret – Paródia do amor romântico” surpreende ao tratar de religião. Caio Setúbal, 20, que interpreta Maria Alzira, se surpreendeu com o sucesso e repercussão. “Penso que se identificam com ela por ser cômica e tratar de assuntos que poucos têm coragem de criticar, como corrupção e religião. Ou seja, é divertida e crítica, e isso é seu grande atrativo”, afirma. Apresentada desde julho de 2012, “Cabaret” estreou em Porto Velho, mas também já foi apresentada em um sarau no Rio de Janeiro e no 9º Festival de Teatro da Amazônia, em Manaus, onde Caio foi comtemplado com o prêmio Sérgio Lima de Melhor Ator por sua atuação com a evangélica.

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protagonistas da peça, com a ideia de levar as tias para faculdades, veículos de comunicação e locais movimentados para despertar a curiosidade da população. Foi então que a jornalista Alisângela Lima as convidou para participarem do quadro “Sabores do Norte”, na rádio CBN, toda sexta-feira. “Nós adoramos a ideia! Alda e Nalda estavam presentes ao vivo, às sextas-feiras, para dar aquelas dicas preciosas de como escolher um bom peixe no mercado, fazer um mousse de cupuaçu, e muito mais, sempre com a marcante irreverência”, informa Juraci Júnior, ator que interpreta a tia Alda. Juraci conta que a interatividade com o público das redes sociais era um dos focos da equipe e diz que se o público que está na internet gosta, ele compartilha, recomenda, ri junto e se diverte. Para isso foi criado um perfil no Facebook para que as tias pudessem interagir com o público interessado no espetáculo e em suas

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ª MOSTRA

de ARTE INTEGRANDO SABERES

A III Mostra de Arte do Programa Integrando Saberes apresenta à comunidade atividades desenvolvidas dentro do Programa Integrando Saberes das escolas da rede municipal de ensino , oportunizando aos alunos da rede, interação, contextualização e troca de experências de suas habilidades exaltando suas potencilalidades desenvolvidas no decorrer do ano letivo através de apresentações de dança, teatro e música.

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19, 20 e 21 de novembro de 2012 Local: Teatro Banzeiros Das 19 às 22h. Integrando.saberes Departamento de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino - DADE

Divisão do Desenvolvimento da Cultura Escolar - DICE

www.portovelho.gov.ro.br 14


Mostra faz população refletir sobre

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Direitos Humanos

Cine Sesc recebeu este ano, de 16 a 21 de novembro, a 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, cujo objetivo é possibilitar o diálogo sobre os direitos fundamentais do brasileiro. Desde o ano de 2011 a Mostra é realizada em todas as capitais brasileiras e este ano contou com 255 filmes inscritos, sendo apenas 37 selecionados para exibição. O evento é fruto de uma parceria do Ministério da Cultura, com o patrocínio da Petrobras e apoio da Empresa Brasil

de Comunicação (EBC). Para a editora de vídeos, Michele Saraiva, 33, a Mostra promove o acesso da população de baixa renda a filmes de qualidade e tem o poder de difundir as produções cinematográficas, que fazem parte de um circuito alternativo, que dificilmente chegarão as salas comerciais de cinema. “É necessária, pois trata de temas ligados aos direitos humanos e leva assuntos tão importantes ao campo da reflexão, como o direito a terra, direito do índio, LGBT, da criança e do idoso”, comenta.

“Esperamos que todos os espectadores da Mostra reflitam sobre os temas abordados nos filmes. Que incorporem essas reflexões às suas práticas cotidianas ao longo de suas vidas e sejam, desta maneira, promotores e defensores dos valores mais caros aos Direitos Humanos, ajudando a construir um País que garanta os direitos básicos de todo o seu povo”, afirma, ao site da Mostra, Maria do Rosário Nunes, ministra chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

A Demora Rodrigo Plá (Uruguai / França / México, 84 min., 2012, fic.) À Margem da Imagem Evaldo Mocarzel (Brasil, 72 min., 2003, doc.) Batismo de Sangue Helvécio Ratton (Brasil, 110 min., 2006, fic.) Cabra Marcado para Morrer Eduardo Coutinho (Brasil, 119 min., 1984, doc.) Cachoeira Sérgio Andrade (Brasil, 14 min., 2010, fic.) O Cadeado Leon Sampaio (Brasil, 12 min., 2012, fic.) Carne, Osso

Caio Cavechini, Carlos Juliano Barros (Brasil, 65 min., 2011, doc.) Chocó Jhonny Hendrix Hinestroza (Colômbia, 80 min., 2012, fic.) Com o meu Coração em Yambo María Fernanda Restrepo (Equador, 137 min., 2011, doc.) Dez Vezes Venceremos Cristian Jure (Argentina, 75 min., 2011, doc.) O Dia que Durou 21 Anos Camilo Tavares (Brasil, 77 min., 2012, doc.) Disque Quilombola David Reeks (Brasil, 14

min., 2012, doc.) Elvis & Madona Marcelo Laffitte (Brasil, 105 min., 2010, fic.) Estruturas Metálicas Cristian Vidal L. (Chile, 47 min., 2011, doc.) Extremos João Freire (Brasil, 24 min., 2011, doc.) A Fábrica Aly Muritiba (Brasil, 16 min., 2011, fic.) O Fio da Memória Eduardo Coutinho (Brasil, 115 min., 1991, doc.) A Galinha que Burlou o Sistema Quico Meirelles (Brasil, 15 min., 2012, doc./fic.)

Funeral à Cigana Fernando Honesko (Brasil, 15 min, 2012, fic.)

Maria da Penha Felipe Diniz (Brasil, 13 min., 2011, doc.)

Santo Forte Eduardo Coutinho (Brasil, 80 min., 1999, doc.)

O Garoto que Mente Marité Ugás (Venezuela, 99 min., 2011, fic.)

Marighella Isa Grinspum Ferraz (Brasil, 100 min., 2012, doc.)

Último Chá David Kullock (Brasil, 97 min., 2012, fic.)

Hoje Tata Amaral (Brasil, 87 min., 2011, fic.) Juanita Andrea Ferraz (Ficha Técnica Brasil, 8 min., 2011, doc.) Justiça Andrea Ruffini (Bolívia / Itália, 34 min., 2010, doc.) Menino do Cinco Marcelo Matos de Oliveira, Wallace Nogueira (Brasil, 20 min., 2012, fic.)

Olho de Boi Diego Lisboa (Brasil, 19 min., 2011, fic.) Porcos Raivosos Isabel Penoni, Leonardo Sette (Brasil, 10 min., 2012, fic.) Saia se Puder Mariano Luque (Argentina, 66 min., 2012, fic.) Silêncio das Inocentes Ique Gazzola (Brasil, 52 min., 2010, doc.)

Uma, Duas Semanas Fernanda Teixeira (Brasil, 17 min., 2012, fic.) O Veneno Está na Mesa Silvio Tendler (Brasil, 50 min., 2011, doc.) Vestido de Laerte Claudia Priscilla, Pedro Marques (Brasil, 13 min., 2012, fic.)

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FILMES apresentados

Virou o Jogo: A História de Pintadas Marcelo Villanova (Brasil, 15 min., 2012, doc.)

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esporte

Atividades cada vez

mais populares Texto > Fel ipe Araújo

edição nº 1 - novembro de 2012

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fotos > Ama zônia Vertical

oaquim Carlos, o Joca, tinha como hobby a prática de atividades de aventura em todo o estado de Rondônia e teve a ideia de fomentar o turismo de forma diferente. Ele recebia constantes pedidos para levar alguns grupos para também praticar esses esportes no interior. No ano de 2011 Joca criou a Amazônia Vertical. Atualmente a empresa trabalha com turismo de aventura, esportes radicais e venda de equipamentos de segurança em altura. Dentre suas atividades se destaca a escalada esportiva, com cada

vez mais adeptos que contam com treinos regulares duas vezes por semana. As expedições são realizadas em cidades que têm favorecimento geográfico ou destaque pela beleza natural, além de estrutura para receber os turistas. Outra opção para pessoas que não tem contato com esportes de aventura é o rapel em prédio, que acontece sem frequência regular devido a disponibilidade para tal atividade. Janine conta que o público é muito diversificado. “Além dos esportistas inscritos para descer o prédio, muitos outros comparece-

ram para conhecer o esporte e se preparar para o próximo evento”, afirma. Para Vanessa Vasconcelos o medo e o nervosismo iniciais são inevitáveis, mas a equipe passa muita segurança e descontrai antes da descida. “Na saída a gente acaba dando uma travada, mas depois é só curtir o visual. A sensação é indescritível”, comenta. Joca explica que não há idade mínima para quem quer praticar. “Uma criança ou um idoso pode descer. Nós já descemos até um cachorro”. Saiba mais sobre os esportes através do site da Amazônia Vertical www.amazoniavertical.com.br.



Linguagem característica marca a cultura de Porto Velho Tex to > Fel ipe Araújo

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nteressada pelos estudos da diversidade cultural, a professora de Linguística, Nair Ferreira Gurgel do Amaral, conta que no ano 2000, com a criação do Grupo de Estudos Integrados sobre a Aquisição da Linguagem (Geal) na Universidade Federal de Rondônia (Unir), desenvolveu o gosto pelo trabalho com a linguagem. Após passar por algumas comunidades com o projeto “Alfabetização de Ribeirinhos na Amazônia”, Nair começou a catalogar as expressões características da região, que sofrem forte influência da mistura cultural predominante no estado de Rondônia. “Porto Velho não tem uma linguagem própria, mas uma variação da língua materna falada no Brasil. E isso é uma riqueza que acontece em todas as partes do mundo. As caracte-

rísticas do falar porto-velhense são oriundas dessa mistura de povos que para cá vieram desde o século XVIII. Os nordestinos foram os que mais migraram para cá, especialmente os cearenses”, afirma Nair. Para a professora, não se pode afirmar que em Rondônia haja um jeito peculiar de falar, pois há muita diferença entre as cidades que ficam no eixo da BR-364 e Porto Velho. Essa diferença pode ser explicada pelo processo de colonização. “Em cada região do estado houve uma influência diferente. É por isso que em Vilhena, Ji-Paraná, Cacoal e mesmo em Ariquemes as pessoas desconhecem algumas palavras ou expressões típicas de Porto Velho e Guajará–Mirim”, destaca. Com o objetivo de ampliar a discussão acerca do tema, foi criado um grupo de discussão no Face-

Portovelhês

book, denominado “Portovelhês”. “É aberta a quem quiser participar e contribuir. Já recebi muitas informações interessantes lá. Sempre que tenho dúvidas a respeito de algum termo, posto na comunidade e recebo muitas contribuições. É uma ferramenta moderna que auxilia bastante as pesquisas. Gosto da participação informal dos falantes”, conclui a pesquisadora.

palavras De acordo com Nair, existem algumas expressões ou palavras que são mais comuns e podem ser ouvidas com mais facilidade no cotidiano do porto-velhense. Mas, mesmo assim, segundo a professora, é preciso classificá-las em grupos: jovens, adultos, homens, mulheres, moradores da zona urbana, da zona rural, com escolaridade, sem escolaridade.

BROCADO – com fome CABA – marimbondo ou vespão CARAPANÃ – pernilongo ou muriçoca CEGA – mentira, não dá certo, falso ou que não cumpre o combinado GORÓ – bebida alcoólica forte MOCO - surdo NOME – palavrão PEIA – surra TILANGA – menina muito pra frente – meio quenga MUCURA – mulher muito feia PANCADA – muito legal, bacana, bom, ótimo, maravilhoso PISEIRO – festa, briga, bagunça Maceta – grande pitiú – cheiro característico do peixe ardosa – usada para qualificar a pimenta malinar – maltratar.


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edição nº 1 - novembro de 2012


artigo

No fim, o que importa? Texto > Vinícius Teixeira

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inda em 2011 escolhi falar sobre homossexuais no meu trabalho de conclusão do curso de jornalismo. Contei isso para os colegas de turma, nos rostos eu percebi espanto, curiosidade e alguns sorrisos amarelos. Com o tema decidido, precisava de um orientador, alguém que pudesse sugar de mim o melhor sobre o assunto. Eu queria um professor com dúvidas e com um pensamento totalmente contrário ao meu. Encontrei Andreia Gonzalez, que apostou na ideia e me transformou em um aluno louco para quebrar os tabus e apresentar o trabalho para uma banca composta por duas evangélicas (religião nunca esteve em discussão no meu trabalho, mas elas tinham receio de como o assunto seria abordado) e um professor perfeccionista. Defendi o meu trabalho. Provei que não seria uma apologia a homossexualidade. Seria, enfim, uma

maneira de mostrar como vivem os gays, como eles se relacionam com a sociedade e por fim como a justiça e as leis atuam para tornar dos homossexuais cidadãos com os mesmos direitos que os heterossexuais. No entanto, um assunto que não era esperado foi o que mais me chamou a atenção na produção do meu trabalho. Como os gays se escondem? Foi isso que vi, o medo da sexualidade influenciar na profissão, no convívio familiar e na relação com a sociedade me deixou preocupado. A busca por personagens era cada dia mais difícil. Os rostos não poderiam ser mostrados e muito menos os nomes revelados. Fábio Mota, transformista que vive a personagem Michele Hondda, aceitou me mostrar o rosto, o processo de transformação e sua história. A jornada dele foi preconceito e luta, ele contou sobre o submundo gay. Na época, Fábio afirmou que é muito difícil um gay

assumir postos de importância no trabalho. Não é bem assim. A sexualidade ainda está longe de definir o que é ser cidadão. É essa a interpretação que tive ao entrevistar a psicóloga Mariangela Aloise Onofre. A sexualidade é uma questão de desenvolvimento e não está ligada a criação dos pais e muito menos com o convívio com outros homossexuais. O que não concordo é com extremos, ou seja, defender uma causa sem pensar no coletivo não adianta. A comunidade LGBT, assim como aqueles que defendem outras causas devem pensar na sociedade e não apenas no próprio umbigo. A discussão sobre homossexualidade ainda está longe de acabar, mas a busca por igualdade já anda avançada. Já é possível casar, adotar, herdar e ser família. Ser gay não influencia em nada, o que é importante no ser humano são o caráter e outros requisitos básicos: honestidade, amor e respeito.


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História de migrantes Texto > Fel ipe Araújo

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ruto da união de uma pernambucana, que foi criada em São Paulo, com um paulista nato, a jornalista Larissa Tezzari, de 24 anos, é um dos muitos exemplos da miscigenação da população de Porto Velho. Sua mãe, a professora de Língua Portuguesa, Neusa Tezzari, veio para Porto Velho porque passou em um concurso. Seu pai, Tito Tezzari, professor de Artes Plásticas, veio impulsionado pela aventura. Ambos chegaram aqui em 1983 e se conheceram ao lecionar na mesma instituição, o colégio Araújo Lima. “Durante toda a minha vida ouço

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as histórias que eles contam sobre a vinda, principalmente meu pai que veio de ônibus, como foi a chegada, como era Porto Velho na época. Tudo sempre me chamou muito a atenção”, comenta Larissa. Há alguns anos sua mãe iniciou uma pesquisa sobre a migração para Rondônia, que foi tese de seu pós-doutoramento. Em uma das etapas do projeto, Neusa entrevistou pessoas que haviam chegado nas décadas de 1970 e 1980, o auge do garimpo e o principal ciclo migratório pelo qual Rondônia passou. “Achei sensacional”, afirma a jornalista.

De acordo com Larissa, histórias revelavam detalhes que os livros não contam. “Decidi então que meu trabalho de conclusão de curso seria baseado no trabalho dela, só que o meu registro seria em vídeo, por meio de um documentário”, diz e acrescenta que durante as gravações ouviu detalhes de histórias de vida, histórias de gente batalhadora, que veio em busca de uma vida melhor, histórias de gente que está feliz, gente que mostra em sua fala certo arrependimento, pessoas que demonstram uma paixão pelo estado que as acolheu e outras que declaram o amor pela


Assista ao documentário na nossa página www.facebook.com/ revistabalaio

que o Estado foi formado por uma mistura ou essa mistura é justamente a nossa identidade cultural? “O documentário fica como um legado para a população. Temos os nossos livros, mas é diferente quando ouvimos a história da boca quem a viveu. A riqueza de

informações e de detalhes faz com que tudo fique mais atraente, mais gostoso de ser ouvido. É um material histórico, mas também didático para ser usado nas escolas. Por que não?”, conclui Larissa, que no dia 16 de junho deste ano, teve seu documentário aprovado com nota 9,7.

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terra natal. Para ela, entrevistar esses migrantes nos responde muito das perguntas que nos fazemos hoje sobre o estado, principalmente quando se trata do aspecto cultural, pois são pessoas que trouxeram seus hábitos, seus costumes, suas comidas e seus jeitos de ver o mundo. Aqui esses aspectos culturais se misturaram. Hoje, muitos dizem que por isso Porto Velho não possui uma identidade cultural, uma cara, um carimbo. A pergunta é: nós não temos uma identidade por-

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Teia Comunicação - Fotos: Sergio P. Cruz/ Kanindé

Defender o meio-ambiente é defender a nossa vida

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A Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé nasceu há 20 anos do sonho de algumas pessoas que entendem a grande importância da preservação ambiental e valorização e autonomia dos povos indígenas. Hoje seu trabalho é reconhecido no Brasil e no mundo e inclui ações de vigilância e fiscalização, fortalecimento de organizações indígenas, diagnóstico etnoambiental participativo, etnozoneamento e plano de gestão para terras indígenas, educação ambiental, elaboração de projetos e acompanhamento de políticas públicas, entre muitas outras atividades. Visite o site www.kaninde.org e saiba mais sobre o nosso trabalho.

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