DJ Guide 01

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David Guetta

inspire-se no estilo do DJ Francês edição 01 ano 1

BOB SINCLAR

janeiro 2014

O homeM que devolveu o Groove à pista!

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entrevistas

_Milton Muraro _TIko's Groove _Tânia Saraiva _Ricardo Menga _Felguk

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dicas para aprimorar sua produção musical

DJ Bemsucedido

desvendamos o caminho das pedras para você se tornar um TOP DJ Da E-MUSIC

potência com qualidade

Conheça o poderoso resolution 3 festivais

Descubra as próximas grandes festas e faça as malas




Estreia com vitória

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lguns projetos já nascem vencedores, e a revista que você tem em mãos é prova viva disso. Em tempo recorde conseguimos unir os melhores profissionais da cena eletrônica para lançar a pri-

meira edição de um veículo que veio para ficar. É com muita satisfação e orgulho que apresentamos a todos os DJs e profissionais da música eletrônica a edição de lançamento da revista DJ GUIDE. Agora, além do portal djguide.com.br que você já conhece, a marca DJ GUIDE tem sua revista própria, que já estreia como referência do mercado e com a importante missão de preencher a lacuna que o segmento, até hoje, tinha de uma publicação como esta. O sucesso pode ser conferido nas próximas páginas, com a veiculação de 48 anúncios e a produção de um conteúdo qualificado, dividido em entrevistas exclusivas com os melhores profissionais e novidades sobre o mercado. É apenas o início de uma trajetória duradoura, e que você poderá conferir a cada três meses. Obrigado a todos que ajudaram a construir e escrever esse novo capítulo da cena eletrônica no país. Um forte abraço e boa leitura!

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revista DJ GUIDE



Diretor- Geral Jean Lacer Publisher Ivan Zumalde Editora executiva Susanne Sassaki Editor convidado Marcel Sgognamiglio Repórter Vera Maria Atendimento ao leitor Daiane Lisboa Imagens editora mymag e divulgação Produtora de moda Alice Alves Revisão Renata Siqueira Colaboradores: Ricardo Menga, Milton Muraro, Tiko’s Grooove, Tânia Saraiva, Felguk, Viktor Mora, Fabio Reder, Mike Frugaletti Concepção editorial e projeto gráfico Editora MYMAG Ctp e impressão Leograf Tiragem 5 mil exemplares Agradecimentos: Sirena, Dj.com, Tune, Royale, Suicide Lemon, Anzu, Sea Club e Bside

djguide.com.br www.facebook.com/djguide PARA ANUNCIAR: contato@djguide.com.br

Todos os direitos são reservados. Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo editorial. Os artigos assinados são de exclusividade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da editora e do Sirena. Todas as informações, fotos e anúncios são de responsabilidade do grupo Djguide.

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expediente: A revista dJGUIDE é uma publicação customizada da Editora mymag para o GRUPO DJGUIDE. Publisher: Ivan Zumalde (MTB 29263); editora executiva: susanne sassaki; executiva de contas: daiane lisboa; designer: murilo mendes. Os artigos contidos nesta Edição representam as opiniões de seus autores e não são de responsabilidade dos editores. Os anúncios veiculados nesta edição são de responsabilidade das respectivas marcas. editora mymag: Rua Breves, 727, São Paulo - SP / editoramymag.com.br / mymag.com.br Para fazer sua revista: facasuarevista@mymag.com.br / 2539.9011 / 9 8316.6642 / 9 8432.3013 /

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DJ MUSIC tecnologia 10 Conheça o Resolution 3, um completo e poderoso sistema de som com design impecável

cena atual 52 O mercado brasileiro de e-music nunca esteve tão aquecido; aproveite as oportunidades com essas dicas valiosas

PROdução 14 O produtor Viktor Mora explica o que se fazer (e o que não se fazer) com sua track

curiosidades 60 Muito além de DJ e pickups, a e-music é um gênero musical cheio de curiosidades. Conheça as mais inusitadas.

agenda 18 Descubra as próximas grandes festas de E-Music e programe-se!

DJ GUYS Milton Muraro 30 A história de sucesso de Milton Muraro Filho e seu sonho chamado Anzuclub bob sinclar 36 O homem que devolveu o groove à pista tiko’s groove 46 Música eletrônica está distante da cultura brasileira? O Tiko’s Groove ousa em discordar.

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tracks 64 Perguntamos aos brasileiros do Felguk, o que entra no setlist!

DJ LIFE Style 70 O estilo de David Guetta gourmet 76 O “cara” da baía de San Francisco, residente no Brasil, mostra jogo de cintura e explica por que comida e música têm tudo a ver social 82 Confira as festas que rolaram na virada do ano nas principais casas

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DJ DROPS

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tecnologia | produção | agenda

Potência com qualidade Conheça o Resolution 3, um completo e poderoso sistema de som com design impecável por Ricardo Menga

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ais que uma caixa de som, o Resolution 3 da inglesa Funktion-One é um poderoso e completo sistema de som com respostas de frequência entre 45Hz a 18Hz. Seu design avançado e inconfundível integra um poderoso drive de graves de 18”, além de um drive de alta performance de 10” para médios, e outro de 1” exclusivo para agudos com compressão para altas frequências. Assim como acontece com todos os sistemas de som Funktion-One, marca com muitos anos de experiência e pesquisas com desempenho sonoro, no Resolution 3 há muita atenção dedicada à alta potência e afinação de seus componentes, resultando em eficiência, clareza e incrível realismo sonoro.

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DJ DROPS | tecnologia

O Resolution 3 pode ser utilizado sozinho ou combinado aos também poderosos subgraves Funktion-One F121 (1 Driver de 21” com respostas entre 20Hz e 200Hz , 105 Db e 750 Watts) e F221 (2 Drivers de 21” com respostas entre 20Hz a 200Hz, 107 Db e 1500 Watts). Além da versão ativa (amplificada), o sistema também pode ser passivo (com amplificação externa). Neste caso vale ressaltar que, para obter o resultado satisfatório, é extremamente importante o uso de processadores e amplificadores adequados ao sistema, fornecidos separadamente pela Funktion-One. Altura de teto limitada? Procure as opções do Resolution 3 na versão horizontal para instalações menores. Conheça mais em: www.funktion-one.com | www.lodsystems.com.br

Top 5 Gadgets - Choose your Headset!

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Listamos 5 fones que habitam os sonhos dos profissionais da música. Todos combinam qualidade e isolamento com maestria. 1. AKG K267 2. Sennheiser HD25 CII 3. Shure SRH750 4. Pioneer HDJ500 5. Sony MDRV55

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DJ DROPS | Produção

5 dicas para aprimorar a sua produção musical O produtor Viktor Mora explica o que se fazer (e o que não se fazer) com sua track

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uitos fatores podem fazer de uma música um grande sucesso ou não. A inspiração e a criação são, claro, fundamentais, mas é a produção, a parte técnica bem trabalhada que pode fazer toda a diferença, para o bem ou para o mal. Para descobrir quais os passos para uma boa produção musical, a DJ GUIDE procurou um nome que entende do assunto, o DJ e produtor musical Viktor Mora. São 19 anos de experiência e revelou em 5 segredos simples como fazer uma boa produção musical. Confira abaixo:

Dica 1: Se você tiver um bom estúdio, um estúdio profissional, ok! Caso não tenha, você deve ouvir sua faixa em um fone de ouvido de boa qualidade. Assim você consegue ouvir o que realmente está saindo do seu som, sem ter os problemas internos de um estúdio (sala, quarto) sem tratamento acústico nas paredes e teto. O carro também é um ótimo teste para o som.

Dica 2: Nunca finalize sua faixa com o master batendo no vermelho! Com certeza não vai “ficar” bom no soundsystem dos clubs. 14

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DJ DROPS | Produção

Dica 3: Comece seus tracks com o kick 4 db”s acima dos demais canais da faixa. Isso ajuda o kick a sempre ficar forte e à frente dos demais canais.

Dica 4: É muito importante usar samples com uma boa qualidade. Compare sua track com tracks que você gosta. Assim consegue ver o peso dos sons e volumes.

Dica 5: O que ajuda muito é você seguir um track pronto, que você gosta, e tentar seguir a métrica, as viradas de baterias etc. Você cria a sua nova melodia e tenta chegar o mais próximo de um track que você realmente gosta de tocar e escutar. O produtor | Viktor Mora, 33 anos Viktor nasceu em Sorocaba, no ano de 1980. Influenciado pela paixão musical do pai, decidiu desde cedo o que queria e começou a carreira aos 16 anos, tocando em festas de aniversário e casamentos pelo interior de São Paulo, até começar a receber convites para tocar fora do estado. A primeira grande conquista veio em 1994, quando foi convidado a ser o DJ residente da Anzuclub, em Itu, onde permanece até hoje. Em 2001 começou a se aventurar pela produção musical, adorou e não parou mais. Hoje tem mais de 70 tracks lançados ao lado do seu parceiro Naccarati. Produzir e tocar suas faixas viraram a realização do sonho, “é incrível receber uma reação boa da pista após você ter ficado dias e dias dentro do estúdio pensando em como seria a reação das pessoas com sua produção! Arrepia!”. No Brasil já se apresentou nos principais clubs e festivais, como o Green Valley SC, Spirit Of London – SP e o Kabalah - SC. No exterior já marcou presença no Space Ibiza (Espanha), Pacha @ Mallorca (Espanha), Nocturnal (Miami), Winter Music Conference (Miami), entre outros. Em 2011 alcançou o décimo lugar no top 100 do beatport, ganhou reconhecimento como produtor musical e como DJ. Mora ainda chegou a negociar uma de suas músicas com David Guetta, com quem posteriormente dividiu o palco, incluindo na última passagem do DJ francês pelo país. “Já toquei antes e depois do Guetta e é sempre muito bom! Subo no palco tremendo, barriga bagunçada, mas depois do primeiro play e ouvir a multidão, tudo fica perfeito!”

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DJ DROPS | agenda

agenda dj guide Descubra as próximas grandes festas de E-Music e programe-se! The BPM Festival Riviera Maya, Playa de Carmen, México 3 a 12 de janeiro Nove dias e nove noites em uma verdadeira imersão em música eletrônica de qualidade, em um dos lugares mais paradisíacos do mundo, a Praia de Carmen. A experiência também dá direito a contemplar muita gente bonita, simpática e bronzeada. Principais DJs: Fedde Le Grand, Neverdogs, Akbal Music, Bedrock Records, Cadenza e Digital Delight.

Holy Ship!!! - Miami, Estados Unidos da América 9 a 12 de janeiro Embarque literalmente na viagem do ano, com o festival Holy Ship. Serão quatro dias ininterruptos de música e curtição a bordo de um cruzeiro MSC Divina. O roteiro também inclui passagens pelas principais praias de Miami, com direito a desembarque em ilhas privadas que servirão de palco para continuar a festa. Principais DJs: Skrillex, Duck Sauce, Diplo, A-Track, Baauer e Just Blaze. holyship.com

We Love SP São Paulo, SP, Brasil 24 janeiro Sampa vai receber a primeira edição do WE LOVE SÃO PAULO FESTIVAL, no dia 24 de janeiro de 2014 no inédito Complexo Áudio, nova casa do Grupo São Paulo Eventos (Villa Country, Espaço das Américas e Expo Barra Funda). O evento promete quebrar o estigma que a cidade tem em não conseguir público para festivais do tipo. Principais DJs: Magui, Edu Lopes, R3hab e Victor Ruiz.

Creamfields Florianópolis, SC, Brasil 25 de janeiro Essa é sua chance de conhecer o renomado Creamfields, em pleno verão de Floripa. O festival de 2014 já tem data confirmada: um sábado, dia 25 de janeiro. Dica DJ GUIDE: estique sua visita à “Ilha da Magia” e, além de aproveitar um dos melhores festivais de música eletrônica da região, faça uma viagem inesquecível. creamfields.com.br

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thebpmfestival.com



DJ DROPS | agenda Gem and Jam - Tucson, Arizona, Estados Unidos da América 7 a 9 de fevereiro Música, arte e filosofia são as três bandeiras deste festival anual que rola em fevereiro no país do Tio Sam. O Gem é a melhor pedida para quem gosta de curtir som com algum embasamento filosófico; o artista renomado Alex Grey, conhecido por suas pinturas visionárias do corpo humano, é um dos envolvidos nessa releitura da música eletrônica em 2013. É o lugar certo para fazer amizades com outras pessoas nessa vibração. Principais DJs: Mimosa, The Motet, Boom Box e Bluetech. gemandjamfestival.com

I AM HARDWELL - Espaço das Américas, São Paulo, SP 21 de fevereiro O novo proprietário da posição 1 de melhor DJ mundial, Hardwell, chega com seu novo projeto I AM HARDWELL, que esgotou ingressos em todas as cidades pelas quais passou. Em sua nova tour, a WORLD TOUR 2013 / 2014, a lenda passará por São Paulo no dia 21 de fevereiro de 2014. Imperdível para todos os entusiastas pela cena da música eletrônica mundial.

Wanderlust 2014 O’ahu, Hawaii, estados unidos 27 de fevereiro a 2 de março Yoga, música e surfe serão os 3 pilares da edição 2014 do Wanderlust, festival que ocorrerá em O’ahu, no Havaí.

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I AM HARDWELL Green Valley, Camboriú, SC 24 de fevereiro Após uma passagem antológica pelo Dream Valley Festival desse ano, o atual melhor DJ do mundo estará de volta ao melhor club do planeta. greenvalley.art.br

MUTEK Barcelona - Barcelona, Espanha 5 a 8 de março O festival que percorre o mundo é reconhecido principalmente pela ousadia na montagem, sempre muito tecnológica. Inovação em iluminação, novidades sonoras e visuais, e equipamentos de última geração sempre estão presentes. A próxima edição acontecerá na Espanha. MUTEK.ORG

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DJ DROPS | agenda

Bugged Out Weekender Southport, Reino Unido 7 a 9 de março A cena de música eletrônica inglesa é uma das mais ricas do mundo, e este festival sabe aproveitar muito bem as pratas da casa. São dois dias de evento com muita música eletrônica. O festival acontece num complexo na beira da praia, com um esquema de acomodações muito interessante para os visitantes. buggedoutweekender.net

Horizon Festival Bansko, Bulgária 8 a 14 de março Um Ski Resort recebe 50 DJs dos mais importantes da cena mundial para 7 dias e 6 noites de festival. Principais DJs: Kerri Chandler, Bondax, Catz ‘n Dogz e Phaeleh. horizonfestival.net

Future Music Festival Asia Malásia, sudeste asiático 13 a 15 de março O continente asiático mostra que não está brincando quando o assunto é festival. A edição 2014 do FMFA tem um dos lineups mais almejados do ano, divididos em 3 dias de evento. Principais DJs: Armin Van Buuren, Deadmau5, Rudimental, Paul Van Dyk, entre outros.

Electric Daisy Carnival Cidade do México, México 15 e 16 de março

futuremusicfestival.asia/2014/

electricdaisycarnival.com/Mexico

Buku Music and Art Project - New Orleans, LA, Estados unidos 21 e 22 de março Buku é um dos festivais mais bacanas do primeiro trimestre quando o assunto é estrutura e experiência. Combinação precisa entre arte e música, com artistas tão bons quanto DJs. Serão dois dias de uma fina mistura entre ver e ouvir. thebukuproject.com

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DJ DROPS | agenda

Ultra Music Festival - Miami, Flórida, Estados Unidos da América 28 a 30 de março Com um dos lineups mais estrelados do mundo e a maior estrutura do continente americano, o Ultra, que acontece em Miami, é destino obrigatório no primeiro trimestre de 2013 para quem aprecia a cena da música eletrônica. Principais DJs: Hardwell, Armin Van Buuren, Avicci, David Guetta, Tiesto, Afrojack, entre outros. ultramusicfestival.com

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Coachella 2014 Indio, Califórnia, Estados Unidos da América 11 a 21 de abril O foco do Coachella sempre foi a música, sem distinções. Neste ano, além de grandes nomes de outros gêneros musicais, as duas semanas de evento darão o devido destaque à cena eletrônica, tornando uma experiência ideal para quem faz o tipo mais eclético. Principais DJs: Hardwell, Infected Mushroom, PJ Harvey, Major Lazer e Fedde Le Grand.

Snowbombing Mayrhofen, Áustria 7 a 12 de abril Imagine a experiência de curtir a nata da música eletrônica no alto de uma montanha gelada na Áustria. São cinco dias com direito a SPA e hotel de 4 estrelas. Esse é o Snowbombing, um clássico entre os festivais de inverno que terá a edição 2014 realizada em abril. Principais DJs: The Prodigy, Chemical Brothers, Groove Armada e Chase and Status.

Euphoria 2014 - Austin, Texas, Estados Unidos da América 25 e 26 de abril Depois de dois anos consecutivos entre os melhores festivais da cena, os EUA voltam a receber o Euphoria. Prova do sucesso é que, mesmo com lineup totalmente desconhecido do evento que acontece somente em abril, a procura por ingressos já é grande.

snowbombing.com

euphoriafest.com

coachella.com

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DJ GUYS

MILTON MURARO | BOB SINCLAR | tiko's groove

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Music is our business A história de sucesso de Milton Muraro Filho e seu sonho chamado Anzuclub

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iltinho Muraro, como é conhecido, herdou o nome do pai, mas não só isso. Herdou dele também a determinação, o caráter e o espírito empreendedor. Milton Muraro Filho nasceu em 1973, em Sorocaba. Seu pai Milton Muraro era à época um megaempresário de prestígio, mas a caminhada até lá foi difícil. Muraro começou do zero, e sozinho conquistou cada vitória, cada propriedade e cada empreendimento. Miltinho ouvia as histórias do pai e o tomou como exemplo pessoal e profissional. Cresceu com o mesmo olhar atento e curioso do pai, formou-se em administração de empresas e aprendeu a ter responsabilidade cuidando do patrimônio da família. Mas faltava algo, faltava a oportunidade de ter o seu próprio negócio, a sua própria realização. Sonhos existiam, mas faltava a chance de torná-los reais. E ela veio em 1995, quando recebeu o convite de abrir uma casa noturna em sociedade com um amigo. O ramo das casas noturnas sempre o impressionou. Miltinho aceitou a proposta, se afastou dos negócios da família e dois anos depois se viu tocando a ideia sozinho. Inspirado pelo pai, sabia que com muito trabalho qualquer coisa era possível. Era o nascimento da Anzuclub, a realização do sonho idealizado desde adolescente. A Anzu abriu as portas em 1997 na cidade de Itu, interior de São Paulo. Miltinho, com 24 anos na época, projetou cada detalhe do Club inspirado nas suas experiências em diferentes baladas pelo mundo. Hoje, 16 anos depois, a casa noturna é considerada a 23ª melhor do mundo pela revista inglesa DJ Mag. O lema da Anzu, “music is our business”, não é à toa; o club é referência na cena eletrônica internacional. Miltinho, exemplo de dedicação e sucesso, conta os passos de como foi chegar ao topo do reconhecimento e levar a Anzu a um patamar além do imaginado.

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DJ GUYS | milton muraro

Quando começou a querer ter seu próprio negócio? Sempre fui um adolescente curioso e precoce. Nas minhas férias frequentava, desde meus 12 anos, domingueiras em São Paulo, como a antiga Up & Down na Rua Pamplona, depois Rose Bombom, US Beef Rock, boatinha do Clube Sírio-Libanês. Sempre que ia para uma boate ou restaurante, ficava prestando a atenção em tudo o que acontecia ao redor, não ficava só naquela de me divertir, eu ficava atento em como funcionava o esquema como um todo, o som, as luzes, o bar etc. Mas foi a partir dos meus 17 anos, quando mudei para São Paulo, que comecei a despertar interesse pela noite. Quais as inspirações para a concepção do club? Quando estava com 22 anos fui procurado pelo Herbert Steiner, proprietário do restaurante Bar do Alemão. Ele tinha interesse em abrir um club em Itu e me convidou para ser sócio. Pronto! Vi uma oportunidade de ter meu próprio negócio e fazer aquilo que sonhava. Convenci meu pai por “n” contas que o negócio era bom e entrei de sócio. Após o 2º ano, com a saída do Herbert da sociedade, toquei o barco em carreira solo. O club foi feito100%, desde o chão, para atender as expectativas do público. Muitas das ideias para a Anzu vieram de observações suas de baladas do exterior. Quais foram? Sim, com certeza, Europa foi o principal referencial. Os clubs que mais me influenciaram na época foram a Ministry of Sound e Fabric. A ideia da arquitetura do prédio foi sua? Não, a ideia partiu do arquiteto Washington Fiuza. Ele se inspirou na história da cidade, que viveu economicamente por muito tempo de olarias. A ideia da arquitetura foi deixar a Anzu com aparência de um galpão tipo fábrica. Fiuza foi genial no projeto. Utilizou de elementos atemporais, como tijolo, aço e muito vidro.

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“O club foi feito 100% desde o chão, para atender as expectativas do público”



DJ GUYS | milton muraro Foi um desafio empreender sendo filho de um empresário de nome? Sim, pois não tinha chance de errar. A responsabilidade era muito grande e tinha que mostrar que eu era capaz de me tornar reconhecido por mim mesmo, sem a “sombra” do meu pai. A Anzu sempre foi um sonho. Houve dificuldades até a Anzu chegar a ser reconhecida? Muitas. Me lembro que antes da Anzu inaugurar fizemos uma proposta de patrocínio incrível e comecei a bater de porta em porta nas empresas em busca de parceria, mas sempre escutava o mesmo discurso: “parabéns pelo projeto, mas nós não temos investimento para o interior”. No dia da pré-inauguração escutei de um amigo, que hoje é dono de uma das maiores agências de marketing do Brasil, falar: “ esse cara é louco em construir uma boate dessas no nada, parece filme de Las Vegas, nunca este negócio irá se pagar”. Qual sua relação com a música eletrônica? Toda. Gostava dos vocais e batidas eletrônicas das bandas, fui da geração New Wave 80’s, escutava Depeche Mode, Billy Idol, Talking Heads, depois Eurythmics, New Order etc. O cenário da música eletrônica contribui para o sucesso da casa? Sim e não. Na época as baladas grandes tocavam axé. Foi muito difícil “educar” o público a escutar música eletrônica, principalmente no interior, onde tudo chegava atrasado. Mas depois do 2º ano o eletrônico acabou ajudando a tomar um rumo certo. Quais os DJs mais importantes que já estiveram na Anzu? A Anzu sempre foi precursora em trazer grandes nomes. Fomos o primeiro club a trazer Deep Dish em 1999, Armin Van Buuren em 2002 e DeadMau5 em 2008. Já passaram neste anos pelo club artistas como John Digweed, Sander Kleinenberg, Jamies Zabiela, Pete Tong, Nic Fanciulli, Eddie Halliwell, Paul Van Dyke, Sharam, Luciano, Erick Morillo, Feed Le Grand, Sebastian Ingrosso, Steve Angelo, Axwell, Above Beyond, Ferry Corsten, Kaskade, Alesso, Solomun etc. Qual o segredo do sucesso da AnzuClub? Barriga no balcão, ou seja, trabalho e perseverança. O que a Anzu representa em caráter nacional? A Anzu tem 16 anos e acho que tem uma ótima reputação no cenário noturno no Brasil, sempre contribuindo para a difusão da música eletrônica de qualidade e a profissionalização do segmento. O que te fez um empresário de sucesso? Trabalho e determinação, juntar forças quando parece que não dá mais e seguir em frente sem passar por cima de ninguém, sabendo respeitar as pessoas, e ter humildade para escutar e aprender. 34

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Anzuclub Avenida Tiradentes, 2555 - Parque Industrial, Itu - SP, 13309640, (11) 4024-8810



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DJ GUYS | BOB Sinclar

O homem que devolveu o groove à pista 36

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por marcel scognamiglio



DJ GUYS | BOB Sinclar Pai da “Love Generation”, Bob Sinclar está perto de se tornar uma lenda viva da house music, e não pretende parar agora. ocê já ouviu falar dele. Mas muito provavelmente não conhece a mente visionária por trás de Mighty Bop e Réminiscence Quartet. Bom, estamos falando da mesma pessoa: Christophe Le Friant. Um francês de 46 anos que respira música 24 horas por dia e, além dos dois projetos, toca nas maiores baladas do mundo sob o nome artístico de Bob Sinclar. Quando é Bob Sinclar, sua tônica é house music, uma das ramificações mais lucrativas da cena eletrônica mundial. Bob tem a cara do house. É versátil, bem-humorado e tem gabarito para animar qualquer pista do mundo; além de trazer uma música suingada, positiva, de batidas graves, com muitas influências do hip hop dos anos 80. Essa alquimia lhe rendeu um número grande de sucessos em 15 anos de carreira, tais como “Love Generation”, “Rock This Party”, “World Hold On”, entre outros hits. Hoje, próximo de se tornar uma lenda viva da cena, um dos mais reconhecidos do mundo da música eletrônica, Christophe mantém sua verdadeira identidade numa espécie de sigilo discreto francês. Enquanto isso, como Bob Sinclar, ele mescla em suas letras uma filosofia neo-hippie, trazendo à tona o lado bom de estar vivo, faz odes à relação humana ideal e às vibrações positivas da natureza. Ele mesmo gosta de se autodefinir sobre uma tríade: “paz, amor e house music”. Nessa vibe, o artista criou o single Love Generation (em tradução direta “A Geração do Amor”), que fala mais precisamente sobre a geração nascida a partir de 2000, e que, segundo a letra, vai encontrar o verdadeiro “amor”. O vocal da música remete muito com ao rei do reggae, Bob Marley, e a mistura tornou a canção um hit instantâneo. É assim, influenciado por diversas vertentes musicais, que Bob Sinclar atraiu nomes de outras vertentes, como o rapper Snoop Dogg (que faz uma participação em “Wild Thing”), os popstars Sean Paul (no hit “Tik Tok”) e Pitbull (“Rock the Boat”) e até a musa italiana, Raffaella Carrà (“Far L’Amore”). Em entrevista exclusiva concedida a DJ GUIDE, Bob contou sobre sua relação com o Brasil, país que já visitou diversas vezes, e em especial qual foi a sensação de tocar em pleno carnaval de Salvador. Um francês que não é fã da cozinha de seu país, ele confessou que admira o trabalho de Maria Gadú, e que a música do mundo inteiro influencia sua música dançante. Sobre o futuro da cena eletrônica? As mãos do DJ parecem estar prontas para o próximo play certeiro. Ele afirma, em tom confiante: “Uma certeza que tenho é de que a cena só vai crescer. As pessoas vão sempre precisar se divertir”. E lá estará Bob Sinclar para agitar a festa.

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DJ GUYS | BOB Sinclar Você costuma tocar seus maiores hits em suas apresentações. Como você definiria seu estilo na pickup? Acho que o mais importante para um artista é ser original e ter personalidade. Originalidade na escolha das músicas. Toco meus hits e as músicas de que eu gosto. Meu objetivo sempre foi o mix variado, misturando gêneros para criar um novo som. Gosto de jogar com diferentes culturas e criar mash up (canção ou composição criada a partir da mistura de duas ou mais canções pré-existentes) com minhas experiências eletrônicas. Quais são seus clubs favoritos, e a melhor GIG (tour) da sua vida? E a pior? Meu tour preferido foi o carnaval de Salvador. É uma loucura tocar a frente de 3 milhões de pessoas que estão lá para se divertir. Meus clubes preferidos são Pacha Ibiza, Zouk Singapore e o clube Sirena no Brasil. Os piores são as festas privadas VIP onde toco para apenas algumas pessoas. Não gosto da vibe. Como francês legítimo, você é bom na cozinha? Qual o seu prato favorito? Eu não gosto de cozinha francesa. Tudo tem muita gordura. Minha culinária preferida é a italiana.

4 músicas favoritas

“Rock With You” de Michael Jackson

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“These sounds fall into my mind” do Bucketheads

“Mas Que Nada” de Jorge Ben Jor

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“Wish you were here” do Pink Floyd



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“Os brasileiros sonham música. É um país onde a música é um estilo de vida. Música aqui é uma energia”

Como se tornou DJ? Teve alguém que te inspirou? Em 1986, a música dos guetos, o hip hop, me levou a ser DJ. Os DJs da época estavam reciclando o jazz, o soul e o funk para criar suas próprias batidas. Masters At Work (MAW, dupla de produtores e remixers de House), Little Louie Vega e Kenny “Dope” Gonzales foram meus produtores favoritos de house music na época. Você já esteve no Brasil várias vezes. Qual a sensação de visitar o país? Eu tenho procurado por tantos anos as raízes da música, as diferentes mães da música. O Brasil hoje vive de sua própria música. As pessoas comem música por aqui. Os brasileiros sonham música. É um país onde a música é um estilo de vida. Música aqui é uma energia. Quais são as diferenças entre o público brasileiro e os outros? O Brasil é um país feito de música. A música está em todo lugar. Minha música é baseada em percussões e energia instantânea que se encaixa perfeitamente a sua linguagem corporal. O Brasil se trata disso também. Você tem alguma inspiração da música brasileira para compor suas músicas? Música brasileira está em minhas raízes desde a década de 60. A bossa nova foi importada na França por cantores como Henri Salvador e ficou muito popular nas rádios. Eu comecei a minha gravadora Yellow Productions com produção de acid jazz, com muitas influências brasileiras. Descobri uma cantora brasileira chamada Salomé de Bahia (cantora brasileira da década de 60), e eu trabalhei com ela em diferentes projetos. Ela cantava em português. Nessa época eu estava muito influenciado por Jorge Ben Jor, Elis Regina, Quarteto Novo e Tom Jobim.

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DJ GUYS | BOB Sinclar

4 momentos da carreira 1980’s

Conhecido como Chris the French Kiss (Chris o beijo francês), aos 18 anos, Chris ainda nem sonhava com o sucesso de Bob Sinclar, quando atuava como DJ na Europa, atuando com artistas de hip hop, e estudando o groove do funk.

1990’s

Depois de assistir ao longa-metragem francês sobre um espião de Phillipe de Broca’s, chamado “Le Magnifique”, Chris encontraria o nome artístico “Bob Sinclar” que o acompanharia até o momento atual da carreira.

2000’s Já como Bob Sinclar, o DJ lança seus dois maiores hits, “Love Generation” e “World Hold On”. Love Generation, em particular, atingiu as principais paradas de sucesso da Europa em 2006, e foi considerada a canção número um pela Billboard como dance song daquele ano.

Bob apareceu por trás de remixes de canções pop, como E.T. de Katy Perry, ou produzindo estrelas do pop mundial em “Rock the Boat”, que tem participação dos rappers Pitbull, Dragonfly e Fatman Scoop.

2010’s

Booking Bob Sinclar - Mark Ursa - markattack@hotmail.com 44

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DJ GUYS | tiko's

Música eletrônica no horário nobre! Música eletrônica está distante da cultura brasileira? O Tiko’s Groove ousa em discordar xiste espaço para música eletrônica feita no Brasil. O país que respira música e exporta estilos originais, como samba, forró, pagode, sertanejo, também está descobrindo o potencial e a diversão que a E-music pode providenciar. Parte dessa responsabilidade, erguer a música eletrônica em terras tupiniquins, está sobre os ombros de uma geração de DJs talentosíssimos que tocam nos maiores festivais do mundo, e toda vez que sobem nas pickups mostram que os brasileiros não estão para brincadeira. Tiko’s Groove, um exemplo de revelação do talento verde e amarelo, está aqui para falar de sua carreira, ou melhor, de sua aventura como músico. Pois além de DJ, ele também se destaca como produtor. Foi em 1990 que Tiko’s começou a discotecar. Mas antes disso, de subir nas pickups definitivamente, ele trabalhou em mais de 15 lojas de discos em São Paulo, o que certamente lhe garantiu milhões de referências de música boa. Já mais recentemente, em 2010, foi vencedor do prêmio DJ Sound Awards na categoria “Revelação Produtor Música Eletrônica”. Para poucos. Seu sucesso recente e arrebatador, o single “I Don’t Know What To Do”, foi trilha de novela do horário nobre da Rede Globo, quebrando muitos tabus da E-music no Brasil. A faixa foi ouvida por milhões de pessoas, virou um hit nacional, e poucos sabiam que se tratava de uma composição genuinamente brasileira. Tiko’s explica: “ainda falta mais respeito com os nossos artistas”. Ainda no começo de 2014, Tiko’s já tem uma agenda pra fazer inveja pra qualquer DJ. Engajado, o produtor ainda tem tempo de tocar um programa de rádio, o Tiko’s Groove Radio Show, na Energia 97 (97.7 FM), uma das grandes referências em música eletrônica no mainstream nacional. Não é à toa que o dono de tanta energia e groove é considerado por muitos um dos maiores entre os DJs do Brasil. Leia a entrevista a seguir para saber mais sobre o DJ brasileiro.

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DJ GUYS | Tiko's

Como surgiu o Tiko’s Groove? Trabalhei muitos anos em lojas de discos em SP, onde tive grandes experiências com a música eletrônica. Foi a minha escola! Na época me chamavam de “Tikinho”, os mais íntimos (risos). Depois fui trabalhar na gravadora Building Records e foi lá onde tive toda estrutura como artista, minha carreira se expandiu. Foi fundamental! Em 2006, lancei o meu 1º EP “ Everybody Jumping” pela gravadora Juicy Music de Robbie Rivera! Ele disse que eu tinha um groove especial, único, por isso ficou Tiko’s Groove! Encontrou alguma dificuldade na carreira? Muitas! Quando eu comecei, DJ era pura arte. Só hoje um DJ tem um reconhecimento de artista! Existem bons profissionais, então você precisa estar preparado. Exige paciência e dedicação, mas as oportunidades aparecem, é questão de tempo! Fale um pouco da trilha que fez para Insensato Coração. O que aprendeu com essa experiência? Foi no momento importante. Eu produzia músicas em português e fazia muito sucesso na Europa. Mas no Brasil eu não era reconhecido. Nessa época, eu estava preparando “I Don’t Know What To Do”, e acho que ela veio no momento certo. O trabalho expandiu-se, recebi mais convites, trabalhos e tive uma equipe enorme por trás, com um “big support” da agência Royale Booking. Foi perfeito. Você também produz. Fale da diferença de um DJ e de um músico completo de música eletrônica. Um completa o outro. É importante o DJ ter suas produções, mas a música tem que ter alma, groove e emoção. Qual a importância para um músico da cena estar nas redes sociais? Tem uma importância gigante. Esses são grandes meios de você divulgar o seu trabalho. Eu não vivo mais sem essas ferramentas! Elas são cruciais numa trajetória de sucesso. São incríveis! Você toca no Brasil inteiro, segundo a agenda. Qual a localidade tem a melhor vibe do país? Todos os lugares para mim foram especiais. Eu agradeço todos os dias por ter conhecido e recebido tanto carinho por onde eu passo! A música tem isso, leva você até o público em qualquer canto do planeta. É mágico!

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“A música tem isso, leva você até o público em qualquer canto do planeta. É mágico!”



DJ GUYS | tiko's

“A estrutura em nosso país não perde nada para os gringos” Em questão de estrutura, o que o Brasil tem a aprender com a cena internacional? A estrutura em nosso país não perde nada para os gringos. Existe apenas uma questão: lá fora, os artistas internacionais ganham cachês bem mais altos do que se paga aqui. Acho que dão muito valor para eles, e, ao mesmo tempo, falta mais respeito com os nossos artistas. O que o público pode esperar do Tiko’s em 2014? Continuo estudando e fazendo experiências, as gigs (performances ao vivo) tomam bastante o meu tempo. Acho que já posso falar que estou preparando meu álbum, e vou finalizar em breve! [Este será o primeiro álbum de Tiko’s gravado em estúdio] Aguardem! Quando não está ouvindo música eletrônica, o que curte? Eu escuto de tudo, minha cabeça é totalmente livre! Para mim, na verdade, descobrir coisas novas é algo sempre bem-vindo! Além da profissão de músico, você tem alguma outra formação ou hobby? Sempre fui envolvido com a música, desde criança. Meu pai tinha um estúdio simples onde ele gravava bandas do nosso bairro, e eu, ainda pequeno, já ficava do lado dele tentando descobrir os seus segredos (risos)!

o Top 5 do tiko’s groove Erick Morillo Roger Sanchez Axwell Peter Tong David Guetta

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DJ MUSIC cena atual | curiosidades | dj tracks

DJ Bemsucedido O mercado brasileiro de e-music nunca esteve tão aquecido. aproveite as oportunidades com essas dicas valiosas

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erseverança. Essa parece ser a virtude que acompanha todos os DJs de sucesso. Mas além de força de vontade, uma pequena cartilha do que fazer (e não fazer) quando você entra pra cena da música eletrônica. A primeira coisa é acreditar: “Quando eu comecei, eu enviava minha música para várias pessoas na indústria, mixtapes aos promotores, demonstrações de minhas produções para gravadoras e DJs”, confessou o DJ revelação Tommy Four Seven, que ganhou sua primeira residência com apenas 17 anos. Você tem algo em comum com o comportamento acima? Se sim, está no lugar certo. Para a missão de escalar os conselhos mais preciosos da carreira de DJ, convidamos a empresária Tânia Saraiva, que trabalha com o agenciamento de DJs há mais de 10 anos e é dona da Tune Agency de São Paulo, e o DJ é colunista Fabio Reder. Conheça os mandamentos e aproveite o sucesso que isso lhe trará!

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Seja original! Crie sua identidade! Acredite em seu potencial! Busque informação, descubra quem são os pioneiros, encontre suas referências. “Nada pior que um DJ sem referência e personalidade”, Tânia garante. O cenário busca novos talentos que apresentem algo novo, mas que tenham uma essência do passado e boas referências. Um bom nome também conta “É sempre a parte mais importante na divulgação do DJ, demonstra a real qualidade e profissionalismo”, explica o DJ Fabio Reder. Mas não se preocupe se seu nome artístico parecer diferente demais. “O mais importante é o conteúdo por trás deste artistas, o nome com o tempo as pessoas se acostumam e aceitam! Por exemplo, não aceitaram o DeadMau5 (Rato Morto)? Pois então veja o conteúdo dele, pois é o que fez a diferença.” diz Tânia. Domine o equipamento e o setlist O nível do profissional muitas vezes é medido pelo conhecimento que ele tem dos equipamentos que ele tem para trabalhar. Então todo esforço nesse sentido é crucial para sua performance. “O DJ que exige aparelhos para tocar demonstra que, qualquer problema que ocorra durante o trabalho, ele dificilmente conseguirá resolver ou passar por cima. DJ que é DJ de verdade é profundo conhecedor de pelo menos 90% dos equipamentos.”, garante Fabio. Sobre o setlist, trilha que o profissional leva para discotecar, Tânia aponta a importância de ter bom feeling, entender de pista, como os fatores mais importantes. “O artista escolhe duas maneiras, ou um set com o estilo musical que ele toca, ou um set com estilo que o público quer ouvir”, afirma. 54

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Antes de discotecar O começo não é exatamente fácil. Clubs e promoters não acreditam no potencial de um artista que está iniciando carreira, é difícil darem uma chance para eles mostrarem seu trabalho. “90% dos donos de club só contratam artistas de renome”, explica Tânia. Nenhum contratante quer abrir o club sem a certeza de que irá lucrar naquela noite. Mas o mercado está mudando, Tânia garante: “Nos dias de hoje existe uma facilidade muito grande em começar a ser DJ, principalmente pela quantidade de ferramentas que possuímos, como softwares e redes sociais.” Aproveite-as!

“Explore, se comunique com seu público, mostre que você esta trabalhando, que está em busca de algo novo que possa surpreendê-los” Tânia Saraiva



“Se você não pratica, você não quer isso” DJ Z Trip, um dos artistas mais prestigiados da música eletrônica, tuitou em sua conta particular. O público É fundamental ter um bom relacionamento com o público. Hoje, graças à internet isso é tão fácil quanto apertar o play. “Explore, se comunique com seu público, mostre que você está trabalhando, que está em busca de algo novo que possa surpreendê-los”, conta Tânia. Em outras palavras, faça com que eles queiram você na cena. Não faça só amigos, faça negócios A indústria da música é um círculo muito pequeno. Empregos bem remunerados são preciosidades e para ter acesso a eles você precisa ter acesso aos promoters, donos de clubs e agentes. “Networking é vital. Atualmente o network da profissão de DJ se tornou o foco principal da carreira de um DJ, chego até a dizer que é mais importante do que o DJ toca”, explica Fabio. Estude! A cada ano, o Brasil está se aprimorando nas oportunidades para DJs. Hoje em dia, se você vive em uma capital, é fácil encontrar cursos de formação para produtores musicais, discotagem e até cursos mais rápidos, que ensinam a preparar sets, operar equipamentos etc. O DJ que estuda pode passar até 18 horas de seu dia se informando sobre músicas, equipamentos, além de fazer cursos. Fabio indica até outros estudos: “Outros cursos, como informática, tecnologia, línguas, administração, mesmo não tendo uma associação concreta e reconhecimento como profissão, podem ser fatores agregadores à profissão de DJ”. A cena brasileira Todo mundo fala da vibe do público tupiniquim, e nada mais importante para obter sucesso do que conhecer quem vai visitar os clubs quando você estiver tocando. “Acho que a vibe do público brasileiro é unica, já tive oportunidade de viajar e ver outras festas, e aqui é tudo muito especial”, explica Tânia. Quer agradar seu público? “O DJ que toca de cabeça erguida sabe exatamente o que acontece na pista de dança, isso se chama feeling”, explica Fabio. 56

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“Uma relação legal entre agência e DJ é quando os dois lados se respeitam, como em um casamento” DJ Fabio Reder



O que é um booker?

Direitos autorais

“O booker nada mais é do que a ponte entre o artista e o cliente. Eu ajudo o contratante a fazer o melhor da festa, lhe proporcionando os melhores DJs da cena eletrônica; é necessário que o booker acredite no casting que ele está trabalhando, que conheça o artista bem para que tanto o cliente quanto o artista se sintam satisfeitos ao final de cada evento. Particularmente, eu me encaixo bem neste perfil, e acredito que este é o motivo pelo sucesso da minha carreira, pois eu amo vendas, eu adoro ajudar as pessoas e me sentir bem quando vejo o cliente e o artista felizes com o resultado do meu trabalho.”

“É fundamental para um DJ conhecer sobre direitos autorais. Vivemos no Brasil; aqui até que se prove o contrário você é culpado. Eu mesmo tenho um livro de leis de direitos autorais o tempo todo comigo. Já soube de colegas DJs que tiveram seus materiais confiscados e tiveram que retirá-los na delegacia. Isso não está na lei, mesmo assim o problema foi enorme. Já presenciei na Expo Music 2010 uma cobrança indevida de direitos autorais, onde no contrato do espaço já vinha cobrado o valor vigente, mas o fiscal cobrou novamente na minha frente, virou as costas e deixou o responsável do espaço falando sozinho. O famoso “se vira pra provar que pagou”.

por Tânia Saraiva

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por DJ Fabio Reder

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DJ GUYS | curiosidades

20 fatos que você não sabia sobre a música eletrônica Muito além de DJ e pickups, a e-music é um gênero musical cheio de curiosidades. Conheça as mais inusitadas

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Thomas Edison, inventor da lâmpada, telefone e o cinescópio, fez o fonógrafo em 1877, primeiro aparelho capaz de reproduzir eletricamente sons previamente gravados, peça fundamental para a E-music.

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Em 13 de março de 1913, exatos 101 anos atrás, o italiano futurista Luigi Russolo escreveu um manifesto chamado “arte dos barulhos”. Aquele assunto, muito estranho à sociedade da época, seria, anos mais tarde, considerado a origem da música eletrônica.

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Foram os norte-americanos Paul e Phill Hartnoll que fizeram, na década de 80, a primeira apresentação de música eletrônica ao vivo. DJs por hobby, os dois eram lavadores de pratos de uma pizzaria na época.

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Até a década de 60, a tecnologia da música eletrônica era utilizada para composição de música no estilo clássico, assim como as orquestras. Só a partir de passar pelo rock é que o ritmo dos sintetizadores começou a ficar dançante.

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Aulas de dança e festas como tratamentos: cientistas do Einstein College of Medicine, de Nova Iorque, descobriram que dançar ritmos intensos (como muitos gêneros eletrônicos) diminui consideravelmente os efeitos de demência.

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Mexa-se: dançar por 2 horas gasta mais calorias do que 8 quilômetros de cooper e 1 hora de natação intensa.

Agitado demais ou com sono? Seu coração muda e imita as batidas quando você escuta música eletrônica.

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DJ GUYS | curiosidades

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Em pesquisas recentes ministradas nos Estados Unidos e Canadá, descobriram que flores crescem mais rápido se forem expostas à música clássica, rock progressivo e trance music.

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Ritmo de felicidade: ouvir música eletrônica faz seu cérebro liberar dopamina, uma substância química que causa bem-estar. E-Music é o gênero musical com maior número de subgêneros. São mais de 200, como Dubstep, UK Funky e Tecno.

Males que vêm para o bem: a corrida por tecnologia sonora e comunicação entre os rivais na Segunda Guerra Mundial trouxe avanços determinantes para os engenheiros do som criarem os pilares da música eletrônica.

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Sintetizadores apenas geram sinais elétricos (ondas sonoras) que são convertidas em som através de caixas de som ou fones de ouvido. Tomorrowland é atualmente o maior evento de música do mundo. São 400 DJs, 72 horas e 200 mil espectadores. O DJ Avicii começou um trabalho de caridade para combater a fome do mundo em 2011, assim que começou a fazer sucesso.

O sueco Alesso é produtor e um dos Top 20 DJs do mundo, mesmo com seus recentes 22 anos.

O grupo Kraftwerk não só introduziu experimentações de vanguarda no cenário do rock como também indicou uma tendência para a música pop eletrônica nos anos 70.

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As primeiras raves teriam surgido, segundo conta Nicolas Saunders no livro “Ecstasy and the Culture Dance”, em Ibiza (Espanha), em 1987.

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O cenário brasileiro de E-music movimentou cerca de US$ 515 milhões - mais de R$ 1 bilhão só em 2011.

O subgênero house, escolhido por astros das pickups como David Gueta e Bob Sinclar, surgiu na década de 1980 em Chicago pelas mãos de Frankie Knuckles e tem esse nome por conta do club onde nasceu, o The Warehouse.

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O DJ Steve Aoki é detentor de um recorde mundial do Guinness Book of Records, o mais longo grito do público. A balbúrdia durou 2 minutos e 5 segundos e atingiu 80 decibéis.

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DJ GUYS | TRAcKS

Eles estão mudando a cena! Perguntamos aos brasileiros do Felguk, formado por Felipe e Gustavo, o que entra no Setlist!

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3 referências para carreira Daft Punk (Portugal-França) The Prodigy (Reino Unido) Justice (França) 3 DJs que são “os caras” Skrillex (EUA) Tommy Trash (Austrália) Dada Life (Suécia) 5 tracks Wolfgang Gartner - Montezuma Merk & Kremont - Zunami Deadmau5 - Ghost n’ Stuff Dada Life - White Noise / Red Meat TJR - Ode to Oi 3 Clubs Brasil: Anzu (Itu - SP) Green Valley (Camboriú - SC) Eazy (São Paulo - SP) Mundo: Avalon (Los Angeles - EUA) Webster Hall (Nova Iorque - EUA) Ruby Skye (São Francisco - EUA) 3 Artistas PJ Harvey, Pearl Jam e Radiohead 3 Hobbies Cinema, xadrez e, mais recentemente, UFC

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DJ GUYS | tracks

Como a carreira de vocês começou? Trabalhávamos juntos em uma produtora de aúdio no Rio de Janeiro. Eu fazia música eletrônica no computador por curtição e o Felipe era DJ de electro e já tocava em algumas festas no Rio e arredores. Não demorou muito pra que nos identificássemos em nossa paixão por música eletrônica e, resolvemos nos juntar para fazer música. Após um ano de estúdio e uma hora de música original, começamos a tocar como Felguk. O nome é uma fusão dos nomes “Felipe” e “Guka”, que era o apelido pelo qual o Felipe me chamava. Quando descobriram que o projeto ia bem? Antes mesmo da nossa primeira apresentação. Passamos o ano de 2007 concentrados e produzindo uma hora de música autoral. Ao longo desse ano o Felipe ia mostrando nossas músicas aos seus amigos DJs que, desde o início, diziam que tínhamos um som diferenciado e que naturalmente conseguiríamos destaque na cena. Vocês não só apresentam sets, também produzem. Não somente, são principalmente as suas músicas próprias que têm força para alavancar e lhe dar destaque na cena. E dar a noção da arte de conduzir o público em uma jornada (set) se aperfeiçoa. Qual a diferença do Felguk para os outros DJs do Top 100 mundial? São muitos fatores somados, nem todos exclusivos a nós. Mas, sem dúvida, a combinação desses fatores acaba tornando-se única. Por exemplo: o fato de sermos um duo, o fato de sermos brasileiros, a intensidade das nossas apresentações, a originalidade da nossas produções e de nossos sets, nosso tempo de estrada, a “internacionalidade” de nossas carreiras etc. O grupo surgiu após o boom da internet com a cultura do download que, para muitos especialistas, quebrou (ou renovou) o mercado fonográfico. O que vocês acham deste cenário? O Felguk começou em 2007, não só a produzir como a lançar músicas, e, a partir de 2008, começamos a nos apresentar. Acho que começamos na melhor época possível, logo antes do boom da música eletrônica e pudemos estar presentes nessa ascensão. Quanto à internet e à pirataria, apesar de terem seus contras, acho que foram extremamente benéficas à cena.

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“a internet e a pirataria, apesar de terem seus contras, acho que foram extremamente benéficas à cena”



DJ GUYS | TRAcKS

Vocês tocam no Brasil inteiro, segundo a agenda. Qual a localidade tem a melhor vibe do país? Falem sobre uma apresentação lá que ficou marcada na memória. Já julgamos vários lugares como tendo a melhor “vibe” do país, e isso parece mudar. São Paulo, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Recife, Santa Catarina já foram algumas de nossas escolhas, mas atualmente não há “vibe” melhor do que em Vitória. Quais as diferenças da cena nacional e internacional? O Brasil tem muito o que aprender com o profissionalismo lá de fora. Todas as entidades que envolvem o trabalho do DJ produtor de música eletrônica, cada um com sua especialidade, e os vínculos que se tem com outros setores da indústria musical como um todo deixam o mercado internacional muito à frente do nosso em seu potencial de gerar tendência. E a cena internacional poderia aprender com a gente que as festas não precisam começar e acabar tão cedo (risos)! E o público? Qual a diferença entre o público de música eletrônica dos demais? O público de música eletrônica tem uma expectativa do set, o do festival genérico não. Às vezes me sinto mais livre num festival por causa disso, e por saber que eles não estão se apegando a rótulos, nem gêneros musicais. Porém, no festival exclusivo de música eletrônica, podemos nos aventurar por uma linguagem mais sofisticada do eletrônico e sabemos que seremos compreendidos.

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DJ LIFE style | gourmet

O estilo de David Guetta D por Alice alvez

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avid Guetta, o DJ e produtor francês que foi eleito em 2011 pela Revista DJ Magazine britânica o DJ mais popular do mundo de Eletro Pop, tem um estilo “cool” de se vestir. Ele tem o estilo usual dos DJs, porém suas roupas refletem sua personalidade e por isso existem foruns na internet para saber qual é a marca das roupas que ele usa. Corremos atrás e achamos informações úteis para você que quer se vestir no estilo de David Guetta: para tocar ele usa camisetas que vão de American Apparel até marcas mais chiques, como Dior Homme, jeans skinny, acessórios de pulso e relógio sempre. Para receber prêmios, ele já ganhou 2 Grammys, geralmente usa roupas escuras e de marcas como Balmain, Yves Saint Laurent, e sneaker e botas Christian Louboutin. Aqui no Brasil existem marcas que recriam o estilo de David Guetta. Confira nas fotos a seguir:

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DJ LIFE | STYLE

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Guetta Style 01- Camiseta Mr. Fox R$ 98,00 02- Camiseta HB R$ 89,88 03- Rel贸gio Orient R$ 458,00 04- T锚nis Pretorian R$ 249,99 05- Jaqueta Hering R$ 279,99

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DJ LIFE | STYLE

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Guetta Style 01- Calça Jeans Sommer R$ 169,90 02- Pulseira Key Design R$ 79,00 03- Pulseira Key Design R$ 109,00 04- Pulseira Key Design R$ 79,00 05- Pulseira Key Design R$ 79,00 06- Cinto Usina R$ 110,00

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Créditos Dafiti www.dafiti.com.br (11) 3053-7500 CNS SAC: 0800 773 2344 Site: www.cnsonline.com.br HB SAC: (11) 4591-8610 / sac@hb.com.br Site: www.hb.com.br / www.lojavirtual.hb.com.br

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ORIENT SAC – (11) 3049-7777 Site – www.orientnet.com.br USINA JEANSWEAR www.usinajeans.com.br (11) 3546-6140 KEY DESIGN www.keydesign.com.br MR.FOX http://www.mrfox.com.br/

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NIXON Nixon na Billabong (11) 5189-4688 Pretorian Rua Oscar Freire, 228 – Jardim Paulista Telefone: 11. 2344-2250 http://www.pretorian.com HERING SAC: 0800 473114 www.hering.com.br

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DJ LIFE | GOURMET

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Receita de DJ! O “cara” da baía de San Francisco, residente no Brasil, mostra jogo de cintura e explica por que comida e música têm tudo a ver

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ria da Califórnia, Mike Frugaletti hoje se divide entre uma vida norte-americana e visitas longas à Cidade Maravilhosa, Rio de Janeiro. Isso já mostra um pouco da versatilidade. O motivo das viagens? Como DJ no Brasil, Mike é destaque em qualquer grande festa de música eletrônica, como D-Edge, Manga Rosa, entre outras, enquanto nos EUA, ele é uma referência na cena underground enriquecida de San Francisco. Ainda assim, resolvemos convidar o DJ para participar das páginas da DJ LIFE, um ambiente propício para um profissional da cena eletrônica mostrar algo que sabe fazer longe das pickups. Mike escolheu a cozinha por razões hereditárias: “meu pai é italiano e gosta muito de cozinhar. Acho que depois de alguns anos assistindo, eu aprendi como fazer algo”, brinca. Apesar da ascendência da Terra da Bota, a cozinha escolhida por Mike foi a do México, representada em deliciosas enchiladas de frango. Confira abaixo uma receita e um pouco mais sobre o Mike. A rotina de um DJ aparenta ser algo extremamente corrido, com viagens e ponte aéreas. Cozinhar não parece ser a coisa mais prática para essa situação. Como você começou? Meu pai é italiano e gosta muito de cozinhar. Ele sempre cozi-

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DJ LIFE | GOURMET

nhou algo diferente para a família. Ele tem muita criatividade na cozinha, acho que eu gostava disso. Qual culinária do mundo você prefere? Minha comida preferida no mundo é a comida mexicana. Eu amo todos os pratos dessa culinária! Tem alguma indicação de mexicano no Rio? Os melhores lugares aqui no Rio de Janeiro para comer são os restaurantes Guacamole, no Jardim Botânico, e o Azteca, em Ipanema. Eles são meus preferidos, mas a comida mexicana de verdade, só aqui em casa quando eu preparo. Existe relação entre a música e a culinária? Entre a pick-up e o fogão? Eu acho a relação entre música e cozinha que existe está na criatividade. Da mesma forma que a gente escolhe quais músicas vamos tocar no set, os estilos, cada bpm, a intensidade, e ainda saber o que a pista quer escutar, os chefs precisam acertar nos sabores, nas combinações, nas cores dos pratos, e também saber o que a público vai gostar de comer. Em San Francisco eu fazia o “happy hour” num restaurante mexicano todas as terças. A gente tocava com as promoções de comida e bebidas no “Taco Tuesdays”. As pessoas chegavam, comiam, bebiam e ficam ouvindo música. Era muito legal. Você poderia indicar alguma música para ouvir enquanto degustamos seu prato, por favor? Enquanto estou comendo, eu gosto muito de escutar funky house, DJ Sneak de Porto Rico. Muito bom!

Enchilada de frango por DJ Mike Frugaletti Rendimento: 4 porções Ingredientes • 4 coxas de frango • 8 tortilhas de milho • 5 dentes de alho • 4 colheres (sopa) de óleo • 2 colheres (sopa) de azeite • 4 colheres (sopa) de creme de leite • 150 g de queijo cheddar em cubos • Sal

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Molho • 1 kg de tomates • 3 pimentas japalenos • 2 dentes de alho • 4 colheres (sopa) de azeite • Sal

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Modo de preparo 1. R efogue a seco os tomates e os dentes de alho com casca em uma frigideira por 5 minutos, até a casca começar a escurecer; 2. Descasque o alho e os tomates; 3. Misture-os com as pimentas; 4. A queça o azeite em uma panela baixa, despeje o molho de tomate, salgue e reduza por 10 minutos; 5. Preaqueça o forno a 180º; 6. S algue as coxas de frango e coloque-as em uma assadeira com os dentes de alho inteiros; 7. Regue com o azeite e leve ao forno; 8. C ozinhe por 1 hora, regando regularmente com o caldo desprendido durante o cozimento; 9. D eixe esfriar à temperatura ambiente e retire os ossos da carne, desfiando grosseiramente; 10. A queça o óleo em uma frigideira grande e frite as tortilhas uma a uma; 11. R eserve-as sobre papel toalha; 12. Espalhe 1 colher (sopa) de molho de tomate sobre cada tortilha, coloque um pouco de frango sobre uma das extremidades e feche a tortilha; 13. C oloque as enchiladas em uma assadeira; 14. C ubra com o resto do molho de tomate e leve ao forno por 20 minutos; 15. R etire do forno, cubra com o creme de leite, polvilhe com queijo cheddar e sirva em seguida. 80

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feliz ano novo confira as festas que rolaram na virada do ano nas principais casas

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anzu club otto knows 1- Otto Knows 2- Flavia Carneiro 3- Kolombo e Rogerio Soldera 4- Kolombo

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KISS&FLY Bauru 1- PressKit 2e3Frequentadoras Kiss&Fly

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Sea club 1- Tom Keller 2- Pista 3- Carolina Lacaz 4- Maria Luiza Tonon 5- Alberto Monaco e Helena Duarte

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Green valey Ao som do DJ Yves V, Neymar curte o final do ano com frequentadores Green Valey

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Sirena 1- Pistona 2- J ulio Leite, Mauricio Neves, Vitor Prezotto, Fabio Fanganielo e Fabio Forentzvaig 3- D J YvesV 4- D J Betoko

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