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ABRAFATI SHOW debateu sustentabilidade e inovação

O17º ABRAFATI SHOW reuniu o Congresso Internacional de Tintas, um dos principais realizados no mundo, e a Exposição Internacional de Fornecedores para Tintas, de maneira presencial depois de quase três anos. Foi o primeiro realizado com a coorganização da NürnbergMesse Brasil, e da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (ABRAFATI).

Durante três dias, mais de 9 mil visitantes, das principais empresas do mercado mundial, e especialistas, estiveram juntos para falar sobre o setor, e destacaram as matérias-primas de fonte renovável.

Cerca de 140 expositores puderam mostrar as novas tendências e tecnologias do setor, além de fechar parcerias, abrir novas oportunidades e discutir projetos. Neste ano, o ABRAFATI SHOW contou, pela primeira vez, com a rodada de negócios, que movimentou em duas horas R$ 15,1 milhões. Foram 224 reuniões, nas quais 75 empresas convidadas puderam conversar em um espaço reservado e propício à consolidação de contratos.

Paralelamente à exposição, foi realizado o Congresso Internacional de Tintas, um dos mais importantes do mundo, que contou com 22 patrocinadores, todos players importantes do mercado. Nos três dias de evento, foram 90 conferências técnicas, divididas em 15 sessões, que aconteciam simultaneamente em cinco diferentes salas.

O foco principal deste ano para a escolha das palestras que compuseram a programação foi: inovação, sustentabilidade, produtividade e a qualidade dos produtos. Com base nesses critérios, os temas foram selecionados por um Conselho Técnico-Científico, que trouxe muitas palestras sobre ESG e sustentabilidade, que abordaram, por exemplo, materiais de fontes renováveis.

Na edição deste ano, participaram profissionais do Brasil, bem como dos Estados Unidos, México, Colômbia, Argentina, Espanha, Alemanha, Holanda e Suécia, entre diversos outros países. “Nossa equipe técnica acompanhou o congresso, e foi muito positivo, conseguimos atualizar-nos sobre a indústria global”, explicou Fábio Barbosa, diretor para solventes da Braskem (terceiro da esquerda para a direita na foto). A Braskem enriqueceu o debate no Congresso, falando sobre a implementação da química verde na indústria de tintas, para o desenvolvimento de solventes sustentáveis.

Além das palestras técnicas, todos os dias, o Congresso foi marcado por uma sessão plenária de abertura, que discutiu os temas e tendências mais relevantes para a indústria de tintas no país.

No primeiro dia, Marcos Allemann, presidente do Conselho Diretivo da Abrafati – Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas e vice-presidente de Tintas Decorativas da BASF, destacou o desempenho do setor, nos últimos dois anos, quando houve forte crescimento e as oportunidades existentes. Em 2021, a produção cresceu 5,7%, e foram fabricados 1,72 bilhão de litros de tintas.

O presidente da Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química –, Ciro Marino, chamou atenção para o potencial de crescimento da indústria química brasileira, e disse que o segmento tem espaço para dobrar de tamanho, nos próximos 25 anos, se houver um projeto robusto de investimento em educação, infraestrutura e saúde.

A ABRAFATI lançou seu programa inédito de ESG, apresentado por Daniel Campos, chairman do Comitê de Sustentabilidade da associação, e Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu. Trata-se da primeira iniciativa de uma associação de empresas para mensurar práticas Ambientais, Sociais e de Governança. Um marco para o setor. O sistema de avaliação de ESG da entidade terá cerca de 40 indicadores, que irão abranger quatro temas – governança e liderança, capital social, capital humano e meio ambiente.

“O congresso foi sensacional. Excelente trabalho nestes três dias, com uma grade muito bem-feita. Tivemos mais de 1.500 participantes. É um público bastante significativo e gabaritado. Tínhamos sempre, na abertura de cada dia, um palestrante de destaque”, disse o presidente-executivo da Abrafati, Luiz Cornacchioni.

Compromissos na prática

ABraskem, como muitas companhias, há mais de década, mantinha ações de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente, regularmente do práticas de desenvolvimento sustentável, que dão suporte para que a performance em ESG continue crescendo constantemente, em nosso modelo de publicadas nos relatórios aos diferentes públicos, incluindo o GRI (Global Reporting Initiative), e o IIRC (International Integrated Reporting Conuncil). Com a formalização e aumento de visibilidade da sigla ESG – ou ASG –, e a organização de suas estratégias, ela decidiu inovar, e criou um único documento para todos os seus públicos de interesse, com informações que abrangem toda a estratégia de negócios, focada nos pilares sociais, econômicos e de meio ambiente. Assim, desde 2021, o mercado tem acesso a um material enxuto, com todas as informações relevantes, de acordo com diretrizes internacionais de prestação de contas, como GRI (Global Report Iniciative), IIRC (International Integrated ReportIIRC (International Integrated Reporting Council), e SASB (Sustainability Accounting Standards Board).

“A Braskem, desde sua fundação, tem atuado e crianegócios. Tem como ambição ser reconhecida mundialmente como uma empresa comprometida com o desenvolvimento sustentável, tendo como propósito melhorar a vida das pessoas, criando soluções sustentáveis da química e do plástico, com o envolvimento de toda a cadeia de valor. Estamos comprometidos com o fortalecimento dessas práticas, e em relações duradouras com diferentes públicos, como clientes, integrantes (colaboradores), fornecedores e parceiros, adotando iniciativas globais, com foco em ESG, para conectar, engajar e promover o desenvolvimento sustentável em sua totalidade. Para isso, no último ano, anunciamos nossos novos compromissos, estruturados em sete dimensões que direcionam nossa estratégia no longo prazo, e nossos investimentos e atividades”, conta Jorge Soto, Diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem.

https://www.braskem.com.br/nossoscompromissos

As dimensões que Soto aponta são saúde e segurança, resultados financeiros e econômicos, eliminação de resíduos plásticos, combate às mudanças climáticas, ecoeficiência operacional, responsabilidade social e direitos humanos, e inovação sustentável. E a estratégia e compromissos da Braskem foram construídos incluindo entrevistas com líderes de todas as regiões onde ela atua, para capturar as necessidades específicas das diversas culturas e geografias abraçadas pela Braskem.

E ainda, para garantir a transparência, a Braskem fez uma campanha global para dar visibilidade ao seu portal (www.braskem.com.br/macroobjetivos), onde fornece todas as informações sobre o cumprimento de nossas metas, em cada uma dessas dimensões.

“Na Braskem, entendemos que o desenvolvimento sustentável exige também o envolvimento de todos os elos da cadeia de valor. Nesse sentido, construímos parcerias com foco em iniciativas para promover práticas cada vez mais sustentáveis, que vão da cadeia produtiva ao consumo, pósconsumo e descarte adequado dos resíduos plásticos. Com isso, visamos a diversas ações que contribuam de forma efetiva na agenda contra as mudanças climáticas, para reduzir as emissões de carbono, diminuir o consumo de energia e o uso de recursos naturais, e promover a disseminação de boas práticas ambientais e sociais, que já são adotadas pelas companhias. O projeto de eteno verde é uma das frentes que contribui para a nossa estratégia de longo prazo em mudanças climáticas, removendo carbono da atmosfera, por meio da cadeia de produção do plástico verde, proveniente da cana-de-açúcar, matéria-prima renovável, que remove a emissão de 3kg de CO2, para cada kg de plástico fabricado. Além disso, o projeto também desenvolve nossa agenda de inovação, que vem sendo conduzida para substituir insumos fósseis por matérias-primas renováveis, na produção de químico”, pontua Jorge Soto, destacando que um dos temas materiais permanentes da política global de desenvolvimento sustentável da Braskem é o engajamento da cadeia de fornecimento, com o intuito de fortalecer a atuação deste elo na agenda ESG.

Como passo inicial e fundamental para relacionamento da Braskem com seus fornecedores, existe o Código de Conduta para Terceiros, que deve ser assinado no processo de contratação. Este Código estabelece condutas fundamentais, esperadas dos nossos parceiros, em termos de ética e integridade, direitos humanos, gestão ambiental, entre outros tópicos do desenvolvimento sustentável. Dependendo do fornecedor, também é feita uma avaliação de mídias, para identificar se há algum impacto socioambiental apre-

sentado em seu modelo de negócio. Os fornecedores já contratados são periodicamente avaliados, a partir da matriz de criticidade de compras, que identifica se o parceiro fornece insumos que apresentam riscos socioambientais e operacionais, de acordo com a nossa matriz de materialidade. Aqueles considerados críticos participam de diversos programas engajamento, para identificação e mitigação de riscos, sendo que o principal deles é o CDP Supply Chain. A Braskem envolve seus fornecedores neste programa desde 2012, para o tema Clima, e desde 2016, para o tema água, tendo sido reconhecida como empresa líder no ranking, pela 6ª vez consecutiva, em 2021.

Para incentivar a sustentabilidade em toda cadeia, a Braskem reconheceu 24 empresas por boas práticas em ESG, na segunda edição do prêmio “Braskem Supplier Sustainability Recognition”. Os fornecedores foram avaliados em cinco categorias, envolvendo melhor performance socioambiental, direitos humanos e trabalhistas, meio ambiente, ética e compras sustentáveis. Para o reconhecimento, foram utilizadas as avaliações realizadas pelas organizações Ecovadis, plataforma global de avaliação, quanto aos aspectos de sustentabilidade, e CDP (Carbon Disclosure Project), organização sem fins lucrativos, que avalia e analisa organizações quanto aos seus impactos nas questões relacionadas a clima e água. Ambas possuem critérios de avaliação eficientes para o setor privado, e são reconhecidas por sua credibilidade. Na categoria “trabalhista e direitos humanos”, foram premiadas Arkema e Oxiteno – que também ganhou na “categoria ética”, e dividiu a premiação na “categoria ambiental”, com Air Liquide, Arkema, Basf, Ecolab, Ernst & Young, Hitachi, Kobe Steel, KPMG, Linde, Raízen, Ricoh, SAP, Sasol, Schneider Electric, SGS, Siemens, Solvay, Spirax Sarco, Yokogawa. Na categoria “compras sustentáveis”, Basf e Deutsche Post – DHL foram as vencedoras, enquanto na categoria “ESG best performance”, destacaram-se Solenis, Evonik e IMCD.

“Especificamente para a produção de eteno verde, possuímos um programa de conduta e auditoria para fornecedores de etanol, em função do risco socioambiental identificado nesta cadeia, incluindo subfornecedores. Para certificar a adesão ao código, são realizadas auditorias in loco nos fornecedores, e em uma amostra de subfornecedores. Adicionalmente, buscamos cada vez mais a compra de etanol com a certificação Bonsucro, para a qual temos um procedimento de custódia que garante a destinação correta da matéria-prima certificada para o produto final”, afirma o Jorge Soto.

Construída entre 2008 e 2010 pela Tenenge para a Braskem, a planta de Eteno Verde, localizada na cidade de Triunfo/RS, vai ser ampliada pela mesma construtora, este ano. O objetivo da obra será adicionar 30% à atual capacidade de produção, de 200 mil toneladas/ano, passando para 260 mil toneladas/ano, atendendo à alta demanda do produto em nível global, o que significa um investimento em torno de US$ 61 milhões.

Esta foi a primeira planta no mundo a produzir polímeros, a partir de uma fonte renovável. O Eteno Verde é produzido a partir do etanol extraído da cana-de-açúcar. O polietileno verde e o EVA, ambos desenvolvidos a partir da matéria-prima sustentável, são utilizados para a produção de sacolas, tampas, calçados, itens do setor automotivo, entre outros. As resinas renováveis capturam gás carbônico da atmosfera, um dos elementos responsáveis pelo efeito estufa.

A ampliação da fábrica faz parte da estratégia sustentável da Braskem, que estabeleceu a meta de diminuir sua pegada de carbono em 15%, até 2030, e se tornar uma empresa carbono neutro, até 2050. O polímero feito na planta captura, ao longo de sua cadeia produtiva, 3,1 toneladas de gás carbônico para cada tonelada produzida. Estima-se que, desde 2010, quando começou a ser produzido, o polietileno verde tenha evitado a emissão de 5,5 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

A Tenenge possui uma Política de Sustentabilidade, estruturada através da norma ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental –, certificação concedida pelo Bureau Veritas. Neste sentido, a prioridade da empresa é o uso racional de recursos naturais, redução e reuso dos resíduos gerados, e mitigação dos impactos ambientais decorrentes de sua operação. Consequência direta desta ação é o fato de a empresa ter recebido, pelo oitavo ano consecutivo, o Selo Ouro do Programa GHG Protocol – ferramenta utilizada por empresas e governos para entender, quantificar e gerenciar emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Dois exemplos de boas práticas avaliadas pelo GHG Protocol são as ações voltadas ao reuso de efluentes, e ao reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos. A empresa realiza o inventário de suas fontes emissoras de GEE em todas as obras, e os verifica externamente, tendo tornado-se referência em sua área nos debates sobre baixo carbono. Além disso, no campo da Integridade, a companhia conquistou recentemente o selo ISO 37001 para todas as suas operações. A certificação concretiza o alinhamento da empresa às melhores práticas internacionais de compliance.

De acordo com Marcelo Hofke, diretor-geral da Tenenge, esta será uma obra desafiadora, pois, ocorrerá com a unidade em plena operação, e haverá apenas uma curta parada para interligações das novas instalações. “Estamos muito animados com mais esta oportunidade de trabalhar para um cliente tão qualificado como a Braskem, que compartilha conosco de conceitos sustentáveis em sua operação. Por termos sido os realizadores da primeira etapa desta planta, temos, dentro de casa, toda a expertise necessária para entregar o projeto requerido pelo cliente, com a qualidade que uma iniciativa desta merece”, afirma.

Sustentabilidade no centro de tudo Sustentabilidade no centro de tudo

“Unir-se é colocar a sustentabilidade no centro de tudo o que fazemos e, em 2020, vivemos isso todos os dias, e aceleramos nossa transição energética e nossos compromissos.” Ilham KadriCEO da Solvay

Para a Solvay / Rhodia, ESG é um tema sistematicamente incorporado no dia-a-dia desde 2007, com o programa na época denominado “Rhodia Way”, focado em atender às expectativas das diversas partes interessadas – clientes, empregados, planeta, fornecedores, acionistas e comunidades.

“Desde então, vem evoluindo e hoje nosso programa ESG se chama “Solvay One Planet”, composto por 3 pilares: Clima, Recursos e Qualidade de Vida. O programa possui 10 objetivos para 2030, tendo como referência o ano base de 2018. O “Solvay One Planet” é um elemento essencial da nossa estratégia G.R.O.W., e se baseia em nossas conquistas anteriores de sustentabilidade. O programa é inspirado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, e inclui dez compromissos mensuráveis em três áreas de foco principais, a serem alcançados até 2030. Ele é o nosso plano para um futuro sustentável, que oferece valor compartilhado para todos”, conta a Dra. Ronia Oisiovici, Gerente Sênior de Sustentabilidade e Inovação do Grupo Solvay na América Latina, engenheira química com mestrado e doutorado em Controle de processos pela Unicamp, auditora ISO9001 e 14001, GreenBelt (certified) e Black Belt (trained) pela Du Pont do Brasil. Quando a sigla ESG ganhou visibilidade, encontrou, na Rhodia / Solvay políticas de meio ambiente e inovação de sucesso. Ronia conta que a Rhodia sempre teve um forte compromisso com SSMA (Segurança, Saúde e Meio Ambiente) e Inovação, na sua história. “A visão ESG veio confirmar que esses temas são cada vez mais estratégicos para a nossa empresa, para a sociedade, o Planeta e para as partes interessadas com as quais interagimos. Hoje, por exemplo, através da ferramenta SPM (Sustainable Portfolio Management), avaliamos o Ciclo de Vida de todos os nossos produtos comercializados e do pipe de P&D, quantificando os impactos ambientais, não somente da nossa

operação, mas também da cadeia. Também avaliamos cada produto nas suas mais diversas aplicações, identificando os pares Produto/Aplicação que são Soluções Sustentáveis. Essas análises, em conjunto com os interesses e expectativas das nossas partes interessadas, são bem importantes para alimentar a nossa visão estratégica. Hoje, a área de Sustentabilidade está integrada na estrutura de Pesquisa & Inovação, identificando e fortalecendo cada vez mais as sinergias, em prol da química sustentável”.

As políticas da Rhodia incluem o correto descarte de materiais industriais e corporativos e, além do descarte correto de resíduos, busca minimizar a geração de resíduos, maximizar o reuso e a reciclagem, tudo alinhado aos conceitos de Economia Circular. “Em adição ao objetivo de aumentar as vendas de produtos advindos de fonte renovável ou reciclados, trabalhamos em projetos para redução do envio de resíduos para aterro, energia renovável e reuso/aproveitamento de embalagens – elementos importantes para a circularidade”, acrescenta Ronia. Os cases são muitos, mas é de se destacar o programa de Logística reversa de Embalagens desenvolvido junto aos clientes, focado nas caixas, tampas, pallets, cintas, e outras embalagens, que, além de garantir a correta destinação dos descartados, reduz o impacto dos custos de produção das embalagens, e de alguma falta de material para sua elaboração.

A Solvay/Rhodia mantém programa de logística reversa de embalagens

Destaque-se também o fio de poliamida biodegradável da Rhodia (BioAmni), feito parcialmente de fontes renováveis, alinhando conforto à sustentabilidade. Mas, essa preocupação não é de agora, afinal, os polímeros são a base de produção dos fios têxteis na fábrica da Rhodia Brasil em Santo André/SP, que, desde a década de 1960, implantou um processo industrial sustentável com o objetivo de utilizar o resíduo de produção da poliamida PA 6.6 (Nylon 6.6), e assim valorizar o material, e reduzir o impacto negativo do seu descarte no meio ambiente. Na época, quando isso nem era chamado de economia circular, a Rhodia Brasil, já enxergava o benefício da reciclagem e buscava usar todos os recursos disponíveis para criar seus produtos.

A fábrica da Rhodia Brasil em Paulínia/SP produz o Sal Nylon – matéria-prima para os polímeros e fios de poliamida – que passa pelos processos de polimerização, fiação e texturização na fábrica de Santo André. A polimerização, fiação e texturização geram resíduos que são destinados à reciclagem química, por meio de uma Polimerização Descontínua, compreendendo uma despolimerização, seguida por uma etapa de repolimerização. O resultado é um polímero reciclado, em formato granulado, que pode ser utilizado em aplicações, como plástico de engenharia ou fibras, proporcionando valorização do refugo, em aplicações nobres. Mesmo com todas as dificuldades técnicas, a Rhodia Brasil nunca desistiu de buscar alternativas para a reciclagem, aumentando a eficiência e a qualidade do seu processo produtivo.

Diversos projetos foram desenvolvidos para melhorar a qualidade e aumentar o volume de produção na fábrica, como

instalação de novos digestores, alteração do processo de polimerização, preparação das cargas, obedecendo a receita de cada tipo de polímero, instalação de silos homogeneizadores, implantação da automação para controle de processo, elevando assim a capacidade de produção dos polímeros reciclados. Integrada ao ODS 12 (Consumo e produção responsáveis), a Rhodia Brasil, por meio do projeto de reciclagem dos polímeros, faz o manejo adequado desse material, evitando o descarte no meio ambiente, e reciclando 100% dos resíduos oriundos da polimerização, fiação e texturização. A iniciativa está alinhada às metas do ODS12.

Com uma visão ampla da importância do que hoje denominamos ESG, já em 2006, a Rhodia implantou, no site de Paulínia/SP, o Angela – Abatement N20 Gas Emissions Latin America que elimina, por ano, aproximadamente 4,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente, construído dentro do escopo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto – e mesmo com o fim da vigência desse protocolo. Note-se que, sozinho, o Angela responde pelo abatimento de cerca de 40% do total de emissões do grupo Solvay, no mundo: 130 unidades industriais em 64 países! Ainda assim, em 2018, a Rhodia montou um grupo para elevar esse percentual e, depois de 57 melhorias implantadas, em 2019 e 2020 o Angela alcançou novo patamar de eficiência, que significou redução adicional de 100 mil toneladas de CO2 equivalente por ano.

Ao longo das últimas décadas, a Rhodia vem trabalhando para melhorar a vida de seus colaboradores e da sociedade, por meio do gerenciamento de materiais nocivos, da segurança de pessoas, processos e produtos; por meio de iniciativas de diálogo social, e por meio do portfólio de produtos; perseguindo o nível zero de acidentes e incorporando diversidade, equidade e inclusão em suas posturas, sendo uma das primeiras empresas a incorporar em seus benefícios 16 semanas de licença- maternidade, paternidade e co-parental.

Só que isso tudo está/estava sob outras siglas que não ESG, mas os ideais estão lá. E isso não é importante apenas para os clientes e a sociedade; é também para o grupo Solvay, porque seus acionistas, bancos e investidores do mundo procuram empresas com boas pontuações ESG: a mudança em direção ao investimento ético reflete a crescente importância de incorporar dados ESG na estratégia de qualquer empresa, para criar valor de longo prazo.

E o Grupo Solvay também está comprometido em obter classificações fortes nos índices financeiros e de sustentabilidade, para manter a confiança dos stakeholders. Por isso, reconhece que a classificação das agências é importante para medir pontos fortes e possíveis áreas que precisem de mais atenção. Entre os pontos fortes que as agências encontraram, está a Metodologia de Gestão Sustentável de Portfólio (SPM), e seu uso para tomar decisões. O SPM é uma análise de riscos e oportunidades para cada produto em cada mercado, de acordo com múltiplos critérios de sustentabilidade. Outro ponto destacado foi a estrutura de referência de sustentabilidade Solvay Way, que

permitiu que cerca de 50% dos funcionários estivessem ativamente envolvidos nos planos de ação de sustentabilidade, em 2020 – as agências elogiam a forte análise de materialidade do Relatório Anual Integrado, classificado entre os 10 melhores pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), pelo 3º ano consecutivo.

Mais importante: o Grupo leva a sério os comentários das agências de classificação sobre áreas de melhoria – como reduzir as emissões mais rapidamente. Estamos fazendo isso por meio de nossos compromissos Solvay One Planet, com foco na redução de emissões e efluentes, que podem impactar a biodiversidade.

O Grupo pode ostentar bons índices na avaliação MSCI ESG Ratings: em 2020, recebeu uma classificação de AAA (em uma escala de AAA-CCC); está no top 1% das empresas químicas, avaliadas pela EcoVadis; é um componente de longa data do Índice BEL 20, com sede em Bruxelas; é “Prime Company”, com nota B, pelo ISS-ESG, posicionando-se entre as líderes em produtos químicos; a Solvay está no índice FTSE4Good; está classificada como “B” pelo CDP no questionário Climate Change 2020; foi confirmada como constituinte do Ethibel Sustainability Index (ESI) Excellence, em 2020; faz parte do Euronext Vigeo World 120 Index, ocupando o 2º lugar no setor químico, no final de 2020.

Solvay ©2021 Relatório Integrado 2020 Última atualização

1: O crescimento orgânico exclui a conversão cambial e os efeitos de escopo. 2: Fluxo de caixa livre para os acionistas da Solvay é o fl uxo de caixa livre após o pagamento de juros líquidos, cupons de títulos híbridos perpétuos e dividendos para não controladores. Isso representa o fl uxo de caixa disponível para os acionistas da Solvay, para pagar seus dividendos e/ou reduzir a dívida fi nanceira líquida. 3: Retorno sobre o Capital Empregado, 4: Recomendado à Assembleia Geral de 11 de maio de 2021, 5: Emissões totais de gases de efeito estufa, escopos 1 e 2, 6: em número de espécies animais ou vegetais potencialmente impactadas em um ano. Método reCiPe, para avaliação de impacto na biodiversidade, 7: Os indicadores de economia circular ainda estão em fase de desenvolvimento, no âmbito do Circulytics abordagem, co-desenvolvida com a Ellen MacArthur Foundation, 8: Taxa de acidentes com tratamento médico, com ou sem paralisação do trabalho; funcionários e contratados

Abiquim trabalha para o Brasil dos sonhos

AAbiquim apresentou ao governo uma agenda de sustentabilidade para setor químico brasileiro, que leva em consideração frentes como gás natural, energia renovável, saneamento, bioprodutos e saúde. O trabalho foi dividido em cinco frentes no escopo de ESG – Governança ambiental, social e corporativa. A visão apresentada ganha importância, quando analisada à luz dos dados do Conselho Internacional das Indústrias Químicas, que mostram que, até 2050, as soluções geradas pela química poderão reduzir as emissões totais de dióxido de carbono de outros setores.

André Passos Cordeiro, Diretor de Relações Institucionais da Abiquim, reforça que a agenda ESG é “central na Abiquim e é ela que orienta as pautas da entidade. Já temos, inclusive, posicionamento público, sobre Mercado de Carbono e Economia Circular, temas endereçados exclusivamente pelo Comitê para o Desenvolvimento Sustentável da associação. Temos uma visão de que o futuro caminha para um mundo organizado sob os princípios de ESG, ao ponto de interferir no processo produtivo”.

A agenda da Abiquim já é estruturada a partir desses conceitos e princípios e, entre as suas ações, podemos destacar: a interlocução com o Ministério do Meio Ambiente, na questão dos planos setoriais de redução de emissões de carbono; o avanço na discussão do PL 528/21 no Congresso Nacional, que procura estabelecer um mercado de carbono cap and trade no Brasil; e a discussão com outros setores industriais, sobre um modelo de economia circular, sob a liderança da CNI.

“Ou seja, estamos avançando no sentido do desenho de políticas públicas que, cada vez mais, aprofundem a ideia de que o nosso país se una, para organizar-se pelos princípios de ESG. Nossa intenção é que o país promova um ‘ESG Made in Brazil’, e a química é fundamental, como setor produtivo, para viabilizar um modelo de produção sustentável, com baixa ou nula emissão de carbono, e com o princípio da circularidade”, conta André. O que a Abiquim desenha é o Brasil do futuro, de 2050: quarta maior indústria química global, líder mundial em química de renováveis e biocombustíveis, gerador de soluções sustentáveis para todas as cadeias de produção; é um país com economia circular — o que significa que resíduos se tornaram insumos – , emissões de gases de efeito estufa, zeradas; um país capaz de gerar energia limpa em abundância; o Brasil é finalmente um país sem fome, com um sistema de saúde eficiente e acessível, com água limpa abundante, e florestas preservadas; com uma infraestrutura de educação, ciência e tecnologia pujante, e nos tornamos um país rico; de geradores de 2% da riqueza mundial, passamos para 15%.

Algumas empresas já estão engajadas com essa visão. Mas, para chegar lá, é preciso que todos se comprometam.

@Braskem