Comunicação e Expressão

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Modo de fazer: Misture tudo, mexa com cuidado e junte o sorriso, mesmo nas dificuldades. Sinta a textura desse colo que sempre está à disposição, até quando os filhos forem adultos. Veja como à volta dela a vida gira e acontece. Evite magoá-la. Ao lado dela, sempre haverá amor de sobra para todos. Sirva-se à vontade. Observe que estamos diante de uma receita, mas, à medida que vamos lendo, constatamos que essa receita não é de culinária comum, porque a autora usou um gênero, para falar de outro. Temos uma receita que se aproxima do gênero poético. O importante é que notemos o afastamento do usual de receita logo de início, até pelo título, embora os elementos componentes estejam presentes, como ingredientes e modo de fazer, que são marcados nas receitas culinárias. É por isso que Bakhtin (1992, p. 279) diz que “[...] a variedade virtual da atividade humana é inesgotável”.

Tipologia textual Com relação às tipologias, a classificação mais usual na escola é a divisão entre narração, descrição e dissertação argumentativa. Cada uma delas tem suas especificidades, mas é comum encontrarmos descrição em um texto narrativo, como também podemos encontrar narração em forma de poema. Veja o seguinte exemplo: O rumor das vozes e dos veículos acordou um mendigo que dormia nos degraus da igreja. O pobre-diabo sentou-se, viu o que era, depois tornou a deitar-se, mas acordado, de barriga para o ar, com os olhos fitos no céu. O céu fitava-o também, impassível como ele, mas sem as rugas do mendigo, nem os sapatos rotos, nem os andrajos, um céu claro, estrelado, sossegado, olímpico. (ASSIS, 1994, p. 65)

Tipos e gêneros textuais

Nesse trecho do romance Quincas Borba, de Machado de Assis, temos uma narração no primeiro período, nos demais, o autor descreve a personagem. Um caso típico de narração com descrição.

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Por isso, é preciso levar em consideração os seguintes aspectos: A linguagem é regida pelo princípio do dialogismo, isto é, há um “eu” e um “tu” virtualmente presentes. No exemplo anterior, o autor pressupõe um leitor. Então, o “eu” seria Machado de Assis, o autor; o “tu” seríamos nós, os leitores.


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