A questão que se apresenta ao profissional da saúde que pretende desenvolver uma ação duradoura, cumprindo sua missão de prover o equilíbrio individual, é saber como conciliar, em casos particulares, as necessidades de empregados e empregadores. E reagirá tanto melhor a elas quanto melhor tiver aprendido a basear suas decisões em conhecimentos precisos.
Ação favorável Quando existe na empresa, o médico do trabalho desempenha uma função tranquilizadora pelo simples fato de estar presente. Pela atenção que dá à adaptação individual e às condições do ambiente, exerce uma atividade preventiva inegável. Em relação a um caso pessoal, é capaz de intervir com objetividade e compreensão.
Trabalho como terapia e ação O trabalho pode ter efeitos terapêuticos quando usado como instrumento de reabilitação e ressocialização de doentes psíquicos.
A Qualidade de Vida no Trabalho e a Prevenção do Estresse
Hoje, o interesse da Psicologia do Trabalho não se restringe à identificação das condições de trabalho que geram distúrbio mental, mas se estende ao estudo da recuperação psíquica por meio do trabalho. Já não se considera o trabalho simplesmente como ocupação útil à recuperação de hábitos elementares, mas antes como um dos fatores que contribuem para a ressocialização indispensável à cura dos doentes mentais.
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Essa evolução das ideias possibilitou a introdução do trabalho como elemento essencial de uma terapêutica das afecções psiquiátricas. Nessa base, estão ocorrendo mudanças profundas nos estabelecimentos especializados, cujos reflexos positivos mais evidentes são a redução do tempo da internação/recuperação e o aumento do número de atendimentos. O que resta criar são centros que permitam a passagem progressiva das condições de cura para a vida profissional. Paralelamente aos estudos sobre as agressões à saúde mental geradas pelas condições de trabalho e, agora, à análise das condições que permitem inserir o trabalho na construção da saúde e da normalidade, estão se desenvolvendo, em centros avançados do mundo, pesquisas sobre as relações entre subjetividade e atividade. Segundo essa nova abordagem, trabalhar não é somente produzir, mas também viver junto e, eventualmente, cooperar. Daí se depreende que as ligações tecidas pelo trabalho e para o trabalho interferem não apenas na subjetividade e saúde mental, mas também na formação e na transformação da sociedade.