A Inaudita Guerra entre Renascentistas, Nazis e Extraterrestres

Page 1

Neptuno, o Deus dos Mares Mar

Clio, a Musa da História

Após desencadear uma guerra entre árabes do século XII e pessoas do século XX, a musa Clio não teve direito a ambrósia durante 400 anos, mas isso não fez com que um desastre semelhante ao primeiro acontecesse. Desta vez, a situação foi diferente. Clio tinha ido fazer um favor ao deus Zeus e por isso tinha deixado o seu tear por uns minutos. Foi então que Neptuno, o deus dos mares, foi à enorme sala onde Clio trabalhava. Não a encontrou lá e como estava com pressa, teve de fazer o que tinha em mente. Se Clio estivesse a trabalhar, Neptuno ter-lhe-ia dito para ela produzir o tapete da História mais rapidamente, pois ele queria que os fatos de mergulho fossem inventados (o que só seria possível no futuro), porque alguns deuses terrenos queriam explorar o mar e não tinham capacidade para o fazer. Foi então que Neptuno decidiu que iria ser ele mesmo a construir essa parte do tapete. No início, estava a ir muito bem e quando pensava que já tinha apanhado o jeito, fez um erro irreparável. Não deu conta do que tinha feito e continuou a fabricar o tapete até ao ponto que queria. Após terminar, foi-se embora e não se encontrou com Clio, para lhe dizer o que tinha feito. Quando Clio regressou, não reparou logo no que tinha acontecido e continuou a trabalhar descansadamente. Quando descobriu o desenho que estava no tapete, Clio ficou chocada e viu que era tarde demais para reparar aquele erro. No tapete estava desenhado um homem com cauda de peixe e na mão direita carregava um tridente. Foi aí que Clio percebeu o que se tinha passado. Neptuno tinha ido ali, tinha feito um pedaço do tapete, tendo-se ido embora e não lhe tendo comunicado o erro que tinha cometido. É importante referir que quando apareciam desenhos diferentes dos habituais naquele tapete, estes significavam que tinha sido feito um erro na sua construção e que deus o tinha provocado. Antes da musa Clio ir repreender o deus Neptuno, olhou para as datas que tinham sido misturadas. Descobriu um aspeto que ainda agravou mais a situação. Em vez de serem apenas duas datas enlaçadas (como já tinha acontecido), eram três! As datas que tinham sido amalgamadas eram as seguintes: 23 de novembro de 1510, 16 de agosto de 1941 e 1 de fevereiro de 2169. Clio não conseguiu reparar logo o erro (pois não tinha nenhuma ideia de como o fazer) e assim se desencadeou a história que vão ler a seguir. No ano de 2169, em Marte, o dia estava a nascer e a maior parte dos seus habitantes ainda estava a dormir; outros estavam a preparar-se para mais um novo e calmo dia. Em 1510, no planeta Terra, Miguel Ângelo estava a pintar a bela Capela Sistina; Leonardo da Vinci estava a fazer estudos sobre a anatomia humana e Copérnico tentava defender a teoria heliocêntrica. Já em 1941, os nazis estavam a preparar mais uma maquiavélica etapa da 2ª Guerra Mundial quando, de repente, apareceram vindos do nada, seres verdes, com um metro de altura e com dois grandes olhos pretos, que aterraram no chão. Poucos segundos mais tarde, tanto os nazis como as estranhas criaturas verdes foram transportados para um local desconhecido mas, estranhamente, bastante agradável e cheio de pessoas elegantemente vestidas. Foi então que os nazis perceberam que estavam em Itália, na época do Renascimento. Os marcianos, por sua


Nazis

Marciano Renascentistas

vez, chegaram à conclusão que aquele não era o seu planeta, mas sim um planeta repleto de indivíduos estranhos. Toda a gente que estava na rua ficou imobilizada, espantada e até um pouco assustada. Foi preciso muito tempo para se recomporem e se aproximarem dos estranhos que estavam agora na sua frente. Os artistas do Renascimento começaram a correr, para irem ter com todos aqueles seres verdes e, a seu ver, homens com máscaras pouco elegantes e com um símbolo na manga dos casacos que nunca tinham visto na sua vida. As elegantes senhoras que iam a passear na rua começaram a gritar e a correr, completamente aterrorizadas. Os nazis decidiram conversar entre si, para saber o que fazer naquela nova situação. Acabaram por chegar a um consenso que era: socializar um pouco com os renascentistas, de modo que estes pudessem confiar neles e, se tudo corresse bem, os nazis iriam iniciar uma guerra. Só os marcianos é que se sentiam completamente deslocados. Viam que aquele planeta não era o deles, mas nada mais. Neste novo lugar, os habitantes eram altos, com um tom de pele estranho, olhos pequeninos e tinham roupas muito esquisitas. Passado um tempo, os nazis começaram a falar com os renascentistas. Apresentaramse, perguntaram se alguém sabia o que se estava a passar e, quando já todos estavam à vontade, Hitler gritou bem alto: - Machen Sie sich bereit werden wir den Krieg zu beginnen! Preparem-se que a Guerra vai começar! Após ouvirem isto, todos os nazis ficaram quietos, à espera de mais ordens. Quando Hitler ia repetir a frase, não o conseguiu fazer, pois os estranhos seres verdes começaram a produzir um barulho, que parecia o choro de uma criança. Tanto os nazis como os renascentistas chegaram perto dos extraterrestres e puderam constatar que os aliens estavam a mudar da sua cor original, o verde, para cor-de-rosa fluorescente. Toda a gente ficou estupefacta, mas quando se aproximaram ainda mais, viram também que os seres estavam de facto a chorar. Mas porque seria? Ninguém o podia perguntar, pois ninguém falava a língua dos seres. O choro parou. Houve um silêncio instantâneo. De repente, e para surpresa de todos, os extraterrestres começaram a crescer e a ficar vermelhos, da cor de um rubi. Os seus olhos ficaram ainda maiores e mais assustadores. Quando pararam de aumentar de tamanho, tinham mais ou menos 3 metros de altura. Houve mulheres que desmaiaram; outras morreram de choque. Os habitantes de Marte começaram a andar, provocando mais mortes, pois as pessoas ficavam esmagadas debaixo dos seus enormes pés. Foi nesse momento, que (no ponto de vista dos nazis) se pode dizer que a guerra começou. Toda a gente começou a correr, desvairada e desorientada, para dentro dos edifícios. Apenas alguns nazis ficaram a observar a situação. Mas isso não quer dizer que eles estivessem a perceber o que se estava a passar. Porque, afinal, ninguém o estava a conseguir fazer. Decidiram então começar a guerrear com os extraterrestres. Apenas possuíam um tanque de guerra que tinha vindo com eles quando aterraram naquele estranho ambiente, muitos pincéis e telas (pois alguns pintores estavam naquele momento a pintar na rua) e umas quantas


Miguel Ângelo

espingardas que traziam ao ombro. Começaram a disparar tiros contra os extraterrestres, mas estes pareciam não sentir nada. Foi preciso que Miguel Ângelo saísse à rua e começasse a salpicar os extraterrestres com tinta para estes começarem de novo a chorar e a voltar ao seu tamanho e cor originais. Toda a gente olhou para Miguel Ângelo e perguntou se ele sabia o que se estava a passar. Em reposta a todas as perguntas, Miguel Ângelo disse: - Não sei quem são nem de onde vêm estes seres. Apenas me pareceu que eles estavam a sofrer uma mutação. Pelo que parece, no planeta deles a tinta é o líquido essencial. Se não forem salpicados com tinta, podem sofrer esta transformação. A multidão que se encontrava na rua começou a aplaudir e a agradecer a Miguel Ângelo. Aos poucos, as pessoas que se encontravam dentro dos edifícios saíram para a rua e acompanharam as palmas. Quanto à deusa Clio, ela teve uma ideia. Podia não ser a melhor, mas era a única que lhe ocorria. O que pensou foi: cortar aquele pedaço que tinha sido a origem de todos os problemas. Não podia dizer a ninguém, assim talvez não fosse descoberto aquele erro. Cortou com muito cuidado o bocado do tapete e ficou com ele na mão, a pensar onde o iria pôr, de modo a não ser encontrado. Decidiu pô-lo junto das suas roupas. Ainda estava toda a gente a aplaudir e a fazer os maiores elogios a Miguel Ângelo quando, dum momento para o outro, os aplausos e os gritos de agradecimento cessaram. Misteriosamente, os nazis e os aliens tinham ido embora, sem deixar vestígios de que tinham estado ali. Os renascentistas ficaram confusos e sem perceber o que tinha acontecido. Os nazis voltaram ao seu ambiente de guerra, baralhados e sem saber o que dizer aos restantes que tinham ficado na Alemanha. Os marcianos, quando chegaram ao seu planeta não sabiam onde tinham estado, com quem tinham estado nem o que se tinha passado. Dos que ficaram nos locais habituais, ninguém pediu explicações porque, pelos vistos, não deram por nada. Talvez alguém tenha feito com que se esquecessem do que tinha acontecido. Passados alguns dias, já quase ninguém se lembrava do sucedido. Exceto a musa Clio. Essa foi novamente castigada, contudo desta vez o castigo foi pior. Mas antes do seu castigo ser posto em prática, Clio teve a oportunidade de borrifar com água do rio Letes quem não tinha participado na ação, pois assim não iriam pedir explicações. Após ter feito isto, foi para as masmorras do castelo dos deuses e foi novamente privada de ambrósia, mas desta vez por 1000 anos. Para fazer o seu trabalho foi contratada outra musa. O erro não podia ser novamente cometido e talvez com uma nova deusa isso ficasse garantido. Neptuno não foi descoberto, pois Clio não disse nada a Zeus, o rei dos deuses. Mas Neptuno ficou ciente que não podia repetir o que tinha feito, pois não trouxe vantagens para ninguém.

Capela Sistina – à frente desta capela foi onde toda a ação decorreu


Madalena Castro Nº9 8ºB

Língua Portuguesa 2011/2012 Rosalina Simão Nunes


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.