Edição 1096

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Diário da Cuesta

Ao comemorarmos o Dia 13 de Maio como o Dia da Libertação dos Escravos, com a assinatura da LEI ÁUREA pela PRINCESA ISABEL, estaremos simplesmente, reconhecendo a importância de seu gesto que representou-COM CERTEZA!-a vontade da maioria do POVO BRASILEIRO! A sociedade brasileira da época, de forma intensa e organizada, VIABILIZOU a ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA, contando não só com a simpatia MAS TAMBÉM com a MILITÂNCIA dos membros da Casa Imperial. PÁGINA 3

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO IV Nº 1096 SEGUNDA-FEIRA , 13 DE MAIO DE 2024
em: www.diariodacuesta.com.br
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13 de Maio: ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA!!!

Diário da Cuesta

A Libertação da Escravatura

A abolição da escravatura é um capítulo crucial na história da humanidade, marcado por uma mobilização incansável da sociedade civil, jornalistas e políticos liberais em prol da liberdade dos escravos Este artigo destaca os passos fundamentais desse movimento histórico e o papel crucial desempenhado pela Princesa Isabel e sua família real na luta pela emancipação.

1. Conscientização e Mobilização Social:

- Jornalistas, intelectuais e ativistas desempenharam um papel vital na conscientização da sociedade sobre os horrores da escravidão. A imprensa abolicionista promoveu debates e denunciou as injustiças do sistema escravagista, estimulando a indignação popular.

2. Atuação Política e Pressão Legislativa:

- Políticos liberais e progressistas levantaram a bandeira da abolição nos parlamentos, pressionando por mudanças legislativas que pusessem fim à escravidão Campanhas abolicionistas foram lançadas em todo o país, promovendo petições e manifestações pacíficas

3. Papel da Princesa Isabel e da Família Real:

- A Princesa Isabel, juntamente com membros proeminentes da

família real, como o Imperador Dom Pedro II, desafiou as convenções sociais da época ao se posicionar como defensores da libertação dos escravos.

- A assinatura da Lei Áurea, em 1888, marcou o ápice desse compromisso, com a Princesa Isabel exercendo um papel fundamental como patrona da libertação. Sua coragem e determinação foram fundamentais para a conquista da liberdade para milhões de pessoas.

4. Legado e Continuidade:

- A abolição da escravatura no Brasil representou um marco na história da luta pela igualdade e justiça social. No entanto, os desafios persistiram após a abolição, com a necessidade de garantir a plena integração dos libertos na sociedade e o combate às formas contemporâneas de escravidão.

Conclusão:

A libertação da escravatura no Brasil foi resultado de uma mobilização multifacetada da sociedade, com o envolvimento ativo de jornalistas, políticos liberais e, crucialmente, da Princesa Isabel e sua família real. Seu legado perdura como um lembrete do poder da união e da persistência na luta pelos direitos humanos e pela justiça social.

A Direção

da

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O Diário Cuesta
EDITORIAL

Diário da Cuesta

13 de Maio: ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA!!!

Através da LEI ÁUREA, DE 13 DE MAIO DE 1888, que a liberdade dos negros foi finalmente alcançada no Brasil. Essa Lei, assinada pela PRINCESA ISABEL, abolia de vez a escravidão no Brasil!

E a PRINCESA ISABEL, como REGENTE DO IMPÉRIO BRASILEIRO, foi a heroína dessa importante decisão governamental

SOCIEDADE ORGANIZADA FAZ AS MUDANÇAS !

Se foi a Princesa Isabel quem assinou a Lei Áurea, a sociedade organizada foi a garantia dessa mudança que transformaria radicalmente o futuro do país, inclusive com a queda da MONARQUIA pouco tempo depois. Os grandes fazendeiros e senhores feudais se mobilizaram contra a Monarquia responsabilizada pelos prejuízos causados com o fim da odiosa escravidão.

Temos procurado dar a importância da SOCIEDADE ORGANIZADA nas grandes mudanças do país. É preciso que sejamos sinceros e objetivos: se a VANGUARDA da sociedade, se o NÚCLEO PENSANTE da INTELIGENTZIA BRASILEIRA se posiciona, e mobiliza a população é IMPOSSÍVEL que não se consiga a MUDANÇA DESEJADA. A alienação social é que permite a

existência de grandes injustiças políticas. Somente a SOCIEDADE ORGANIZADA consegue ser o vetor das mudanças sociais. E o seu NÚCLEO PENSANTE, a sua VANGUARDA é a sua ELITE! E que fique claro o óbvio: os “núcleos pensantes” da sociedade, a “vanguarda da intelligentzia brasileira” são os seus centros universitários, a imprensa, os jornalistas com colunas ou blogs, os sociólogos, as lojas maçônicas, os clubes de serviço (Rotary, Lions), a CNBB, a OAB, a ABI, as Academias de Letras de todo o país, os órgãos representativos dos profissionais liberais e tantas outras entidades representativas e com destaque junto às comunidades às quais representam.

O MOVIMENTO ABOLICIONISTA

BRASILEIRO

E foi assim o movimento abolicionista no Brasil. Alguns estados estavam à frente das iniciativas abolicionistas, os jornais, as faculdades, a classe média da época, num crescente conseguiram mobilizar a SOCIEDADE BRASILEIRA de tal forma e com tamanha intensidade que o país estava preparado para exigir a ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA.

Em 1888, destaca Laurentino Gomes em seu livro “1889”, “...a aristrocrática e imperial Petrópolis foi declarada livre da escravidão. Liderada pela princesa Isabel, uma comissão de moradores arrecadara os fundos necessários para comprar a liberdade de 102 dos 127 cativos existentes na cidade. Curiosamente, na cerimônia de entrega das cartas de alforria, apareceram mais cinquenta escravos fugitivos, pedindo para serem incluídos entre os beneficiados pela ação. Ali mesmo foi providenciada uma nova arrecadação de fundos para libertá-los.”

E afirmava com segurança: “O recado era claro: a tarefa de eliminar a escravidão passava das ruas para o trono do Brasil.”

O “cenário” era explícito: “No começo de

1888, a maré abolicionista atingira tal ímpeto que incluía ninguém menos que os filhos da princesa Isabel, netos de dom Pedro II. Amigo da família imperial, o engenheiro André Rebouças conta em seu diário que nessa época catorze escravos africanos foragidos de fazendas vizinhas a Petrópolis foram convidados a almoçar com os príncipes – supostamente de forma clandestina – no palácio imperial. Com o apoio da mãe, os príncipes também inauguraram um jornalzinho abolicionista chamado CORREIO IMPERIAL, dirigido pelo filho mais velho deles, dom Pedro Alcântara de Orleans e Bragança. Na edição de 21 de fevereiro, referindo-se `emancipação de escravos, iniciada em Petrópolis o jornal anunciava:

Para coroar esta bela obra, falta somente que os senhores de escravos, inspirando-se em sentimentos generosos, facilitem por seu lado a emancipação, diminuindo, ao menos, o valor dos libertados desta cidade.”

RESUMINDO: a sociedade brasileira da época, de forma intensa e organizada, VIABILIZOU a ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA, contando não só com a simpatia MAS TAMBÉM com a MILITÂNCIA dos membros da Casa Imperial.

OS GRANDES ABOLICIONISTAS DO BRASIL! Impossível citar a todos sem esquecer de alguns. Mas a conscientização da sociedade brasileira – já que o Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão – foi num crescendo. Lideranças surgiram em vários estados, nos jornais, nas lojas maçônicas, nos partidos políticos. Ficou famosa a participação de Ruy Barbosa, ainda estudante de Direito do Largo de São Francisco, na campanha abolicionista na LOJA AMÉRICA, em 1870, quando se destacou nos debates, fazendo com que seu ponto de vista a favor de que todos os membros daquela Loja Maçônica libertassem o ventre de suas escravas, prevalecesse.

Da mesma forma as ações cívicas de Luiz Gama, de Joaquim Nabuco e de José do Patrocínio. E por todo o Brasil, nos municípios, de norte a sul, a sociedade começava a se organizar vindo a viabilizar a libertação dos escravos!

JUSTIÇA À PRINCESA ISABEL E AOS BRASILEIROS!

Então, ao comemorarmos o Dia 13 de Maio como o Dia da Libertação dos Escravos, com a assinatura da LEI ÁUREA pela PRINCESA ISABEL, estaremos simplesmente, reconhecendo a importância de seu gesto que representou – COM CERTEZA! – a vontade da maioria do POVO BRASILEIRO! (AMD)

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“O vestidinho rosa”

Finalmente recebemos uma notícia tão aguardada, que veio alegrar imensamente os nossos corações : viria um novo bisneto!

Ficamos torcendo descaradamente para ser a primeira menina e já tínhamos um nome guardado nos nossos corações para ela: Beatriz.

Enquanto aguardávamos o decorrer da gestação, íamos levando a vida, sempre visitando a querida mamãe, e acompanhando as notícias de perto.

Eles ainda moravam aqui em Botucatu, em uma casa antiga com grandes janelas e um imenso quintal com muitas árvores frutiferas: acerola, jaboticabeira, mexeriqueira, limoeiro.

A mãezinha feliz decorou um quartinho para a chegada da princesinha, com cortinas e adereços para o antigo bercinho que nos serviu e a muitos bebês da família por gerações.

Minha mãe já sonhava com aquele pequeno ser em seus braços.

Uma alegria leve e suave em compasso de espera pairava no nosso cotidiano.

Minha mãe comprou já uns metros de cambraia de suave cor rosa.

Desenhava a primeira camisinha que o bebê iria usar.

Com suas mãos cortou o tecido, costurou com linha delicada em pontos quase invisíveis e depois bordou com minúsculas flores delicadas, fez também com o mesmo tecido uma pequena blusinha sem mangas para usar por baixo do casaquinho, já pensando na proteção da pele do bebê, por causa do bordado.

Ficou uma beleza.

Não nos cansávamos de admirar e nem o tocavamos, depois de lavado e passado e envolto num papel de seda azul claro.

Guardado entre saches perfumados no gavetão do seu guarda roupa a sete chaves.

Aguardamos curiosamente para saber o sexo, mas, naquela torcida para ser menina.

E finalmente março chegou e para a nossa alegria veio a menina.

Recebeu nome diferente do que queríamos. Foi escolhido pelos pais um nome para homenagear o avô.

Interessante que se criou entre eles, avô e neta, um laço mais forte que o nome. Mudaram-se para outra cidade, onde fizeram nova vida.

Ela ficou uma linda moça.

O avô e a neta tinham longas e frequentes conversas pelo telefone celular.

Enquanto conversavam, ela ia dando voltas e mais voltas pelo jardim da casa, ao redor da piscina, e falando, falando, e falando...

Tagarelavam sobre vários assuntos.

A menina sabia nos encantar com seus grandes e lindos olhos escuros.

Quando chorava, vertia gordas lágrimas colocando todos a sua volta para consolar.

Minha mãe fez para ela um vestidinho rosa, cor preferida das meninas.

Desenhou o modelo, cortou o tecido e o costurou com muito carinho.

Ficou um encanto depois de pronto.

Nem preciso dizer que é guardado até hoje cuidadosamente como relíquia de família para uso das novas integrantes.

Aproximando-se o Dia das Mães encontrei essa bela foto da minha YoYô, ao lado dos amores perfeitos.

Na verdade nem sabia muito o que ia escrever e se ia homenageá-la.

Não queria dizer as mesmas velhas e batidas palavras.

Foi aí que dei com as fotos do casaquinho bordado, o bebê com o vestidinho rosa e a homenagem veio sincera.

Faltam palavras para dizer do seu grande amor pela família, sua delicadeza de alma, sua presença continua entre nós.

Diário da Cuesta 7

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