caderno de viagem

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Jo達o Mendes Ribeiro


EUVG | Arquitectura | ATELEIR VIII|4º ano – 2º Semestre

João Mendes Ribeiro é um arquitecto português que cruza na sua carreira várias disciplinas: arquitectura, cenografia, requalificação de espaços com valor patrimonial, urbanismo e mobiliário. O seu carácter multifacetado provém da sua experiencia profissional e da sua formação na Faculdade de Arquitectura da ESBAP, no Porto.

regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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Natural de Coimbra, parte da sua obra reúne-se em torno desta região. Os projectos mais conhecidos são:

quiosques da Expo 98

Casa de Chá de Montemor-oVelho

regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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Palheiro de Cortegaça

regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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Centro de Artes Visuais de Coimbra

recuperação do Laboratório Chimico, Coimbra

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Pátio da Inquisição, Coimbra

regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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Casa das Caldeiras, Coimbra

regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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Arquitectura em Palco regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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João Mendes Ribeiro, vencedor do "Gold Medal for Best Stage Design" na Quadrienal de Praga, mostra o seu trabalho como encenador no teatro de Cerca de S. Bernardo, em Coimbra. Esta exposição, com o nome “Arquitectura em Palco”, pôde ser vista até dia 28 de Fevereiro. Nela, foram expostos os projectos desenvolvidos para a Escola da Noite assim como a curta-metragem intitulada “ A Sesta” da autoria da coreógrafa Olga Ruriz.

regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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João Ribeiro afirma que “a arquitectura e o teatro são disciplinas distintas mas existem pontos de ligação.” A ligação é fácil de entender uma vez que provêem as duas do mundo da arte, embora a arquitectura hoje tenda para o lado mais técnico. No entanto podemos encontrar aspectos em comum a cenografia. A cenografia estuda como criar o ambiente em que os actores realizam as suas representações, dito de modo mais simples, a cenografia cria uma casa para as personagens em palco. A ideia de organização de espaço a partir da ideia de uso é também comum na arquitectura. A grande diferença entre as duas disciplinas é perenidade da arquitectura em oposição com a efemeridade da cenografia. regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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O tempo e o ritmo são muito diferentes assim como a relação entre o desenho e a materialização física das ideias. A arquitectura tende a envelhecer e a adquirir com o tempo novas significações e o seu uso é muito mais contido. Pelo contrario, em cenografia, o objecto que se cria morre prematuramente. Todo o objecto é usado intensamente ao longo de um curto espaço de tempo, tempo de uma peça. Esta curta vida não deixa envelhecer nem que o objecto fique fora de moda, que caia em desuso. “

A efemeridade também tem as suas vantagens… não chegas a perceber o envelhecimento do objecto… desaparece de repente e tu guardas as boas memorias.” A relação com o ateliê e com a oficina (“terreno de obras” ou construção) são diferentes também. Em arquitectura o desenho tem de estar sempre muito bem definido antes de se avançar para a execução a obra ao invés, na cenografia, o desenho nunca poderá avançar muito. Requer-se uma maior experimentação em cenografia uma vez que todas as soluções têm de ser testadas e analisadas com os técnicos do teatro e isso só se realiza com a prática nos trabalhos de oficina. A cenografia ainda mantém um carácter artesanal, o que faz dela bastante mais experimentalista. regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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Os objectos de cenográficos de João Mendes Ribeiro são autónomos, de tal modo que recriam com a acção em palco. O carácter multifacetado do cenário possibilita um grande número de acções interpretativas dos actores, por vezes até se confunde como um género de actor. O uso de materiais naturais é um forte em João Mendes, uma vez que assim não lhes retira a verdade, ou seja, continuam a ser materiais reais. A estrutura, a modelação e a possibilidade de deslocar estes objectos para fora de cena torna-os verdadeiramente objectos arquitectónicos. É o guião e o diálogo com os actores que influenciam a cenografia. O facto de ter trabalhado repetidas vezes com os mesmos actores permitiu-lhe adiantar-se em relação às expectativas cénicas. A grande cumplicidade e entendimento entre todos os intervenientes permitem alcançar mais rapidamente para situações de experimentação prática. regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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O acto de fingir, ou de criar objectos a fingir não entra no pensamento de João Ribeiro. Para ele, é impossível fazer um muro de esferovite, pois não se trata de criar uma superfície mas sim de uma estrutura. É deste modo que se aproxima da arquitectura uma vez que prefere oferecer ao actor o objecto real para que não se possa fingir a relação imediata que se tem na interacção entre o actor e o objecto. De certo modo facilita o papel dos actores na medida que mantém a veracidade dos objectos, mudando apenas a sua escala ou a sua disposição, atribuindo-lhes novos valores.

regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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As linhas de actuação e metodologias prendem-se com soluções formais e estéticas que reflectem contemporaneidade, hibridez e experimentalismo. A efemeridade e a transformação aliada com o conhecimento de outras áreas tende a relacionar estes espaços simbólicos e ritualistas com um funcionalismo racionalista. Em todos os projectos cénicos explora-se a relação corpo-espaço, tudo possível graças à escala, gestualidade e materialidade das intervenções. É esta mistura artística com a arquitectura contemporânea que permite a melhor percepção dos processos de representação e comunicação.

regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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Para João Mendes Ribeiro, “flexibilidade é entendida como a possibilidade de mutação do espaço, embora condicionada por regras de transformação.” Os edifícios devem ter essa flexibilidade no entanto, por variadíssimas razões, na sua maioria são muito estáticos. Quer por impossibilidade económica ou por passividade do proprietário, os edifícios param no tempo. Recuperação, valorização, readaptação e requalificação são palavras esquecidas na sociedade. regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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Em cenografia não existem estes problemas uma vez que a escala é bastante menor e claro, como se tratam de objectos efémeros é muito mais fácil provocar a mutação dos mesmos. O pormenor dado às cenas, todas as especificações necessárias ao desenrolar da peça impõem uma maior personificação do espaço, isto é, o espaço é modelado de acordo com a acção do actor e com os efeitos cénicos que o encenador e o coreografo pretendem na acção do mesmo. Existe por isso uma maior proximidade entre os intervenientes e o arquitecto, deste modo a cenário conjuga-se com o corpo em movimento dos actores num diálogo constante.

regente: Pedro Costa | aluno: Daniel dos Santos | 2009


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Em arquitectura essa relação de proximidade é em parte menos vincada e é por isso que por vezes tendemos a desenhar o que achamos melhor para nós e não para o cliente, como que nos transpuséssemos no papel de cliente.

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