Revista de Terapia Ocupacional CREFITO-8 - ANO XVII

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Revista de Terapia Ocupacional

CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 8ª REGIÃO

www.crefito8.gov.br

2ª Edição ANO XVII - CURITIBA - PARANÁ - BRASIL

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Anos

DE HIST Ó R I A 1917 - 2 017

Terapia Ocupacional: 100 anos de atuação em prol da ocupação humana


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Í N D I C E

Editorial

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Atenção Domiciliar

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Relato de Experiência

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Centenário da TO

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Clínica-Escola

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ACTOEP

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Artigo

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XV Congresso

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CREFITO-8 informa

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Eventos 2017

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O CREFITO-8 promove a profissão e o profissional, realizando encontros das Câmaras Técnicas Temáticas e Parâmetros de Fiscalização, para uma prestação de serviço mais ética e resolutiva à população. CURITIBA: Rua Jaime Balão, 580 - Hugo Lange - CEP 800400-340 Fone: (41) 3264-8097 - 0800 645 2009 CASCAVEL: Rua Maranhão, 790 - sl 309, 3º andar - Centro - CEP 85801-050 Fone: (45) 3038-8818 LONDRINA: Rua Senador Souza Naves, 441 - sl 13, 1º andar - Centro - CEP 86010-160 Fone/Fax: (43) 3344-6166 MARINGÁ: Rua José de Alencar, 477 - loja 6, zona 4 - CEP 87014-050 Fone: (44) 3224-4310


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EDITORIAL

Neste ano de 2017, corrido como todos os demais, tivemos algumas novidades no âmbito da Terapia Ocupacional.

quer na apresentação de trabalhos de suas práticas, quer na construção de políticas da profissão, participando das diversas reuniões de entidades lá ocorridas.

Em 17 de Abril, comemorou-se o Centenário da profissão. Porém, ao longo do ano, em todos os eventos oferecidos pelo Conselho, quer seja, nos “Conversando sobre Terapia Ocupacional”, nos eventos de interiorização (em Londrina e em São Miguel do Iguaçu), e mesmo no Curso de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares, fizemos menção ao importante ano comemorativo.

Não podemos deixar de falar da construção do novo prédio do CREFITO-8, cuja área total, acolherá o ESPRO, que será o Espaço do Profissional, onde poderemos oferecer os cursos, os eventos, reuniões, enfim, pensado especialmente para que os profissionais possam utilizá-lo para seu aprofundamento, seja na área de sua especificidade, seja na elaboração de estratégias de ações em prol da categoria.

Com uma parceria bastante significativa, o CREFITO-8 somou esforços com a Associação Cultural de Terapeutas Ocupacionais do Paraná (ACTOEP), com o Sindicato de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – seção Paraná (SINFITO) e com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), para promover um jantar comemorativo, ocorrido neste último dia 09 de Novembro.

Com isso, desejamos um ano repleto de realizações e novos compromissos, que a esperança e a ternura tome conta de cada coração, para que saibamos viver mais e melhor nesses dias tão difíceis para todos.

Essa aproximação entre as entidades que compõem a Terapia Ocupacional, fez revitalizar as ações em prol da categoria no estado. Temos que salientar que a Universidade Federal do Paraná tem sido grande parceira em todas essas atividades, cedendo o espaço físico, a logística para que os cursos, os eventos enfim, possam acontecer. Outro importante passo para a profissão, foi a Resolução nº 477 que aprovou a criação da Especialidade de Terapia Ocupacional em Gerontologia, promulgada em 20 de dezembro de 2016, pelo Conselho Federal. Com isso, o CREFITO-8 prontamente criou a Câmara Técnica dessa especialidade, a fim de amparar a área. Tivemos o Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional, ocorrido em Porto Alegre em setembro, com a participação de muitos profissionais paranaenses,

Dra. Maria Luiza Vautier Teixeira Diretora-Secretária do CREFITO-8


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Atenção Domiciliar e Terapia Ocupacional O que é? A Atenção Domiciliar é um modelo de atenção à saúde que pode substituir ou complementar outros contextos de trabalho da Terapia Ocupacional. Sua principal característica é permitir um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio a partir de um cuidado mais próximo da rotina do paciente, evitando hospitalizações desnecessárias com garantia de continuidade de cuidados e podendo também estar integrada às redes de atenção à saúde. Normatizada como especialidade da Terapia Ocupacional em 20 de dezembro de 2016 (Resolução 475), os serviços desse contexto tendem a expandir no nosso país, frente ao envelhecimento da nossa população (fenômeno também mundial), associado ao declínio da qualidade de vida, à adequação do sistema de saúde, bem como a mudança no perfil epidemiológico da população (mais de 70% morre atualmente das DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis) e também os custos do sistema hospitalar.

Por que Atenção Domiciliar? A Terapia Ocupacional na Atenção Domiciliar tem papel fundamental na atuação preventiva de saúde, curativa, paliativa, reabilitadora e educativa. O terapeuta ocupacional é responsável pela avaliação e adequação do ambiente bem como quanto à orientação da confecção e prescrição de dispositivos de auxílio, além de orientações a familiares e cuidadores. A Terapia Ocupacional, nesse contexto, atua no favorecimento da participação social de indivíduos e famílias na comunidade, com foco em seus projetos de vida e nas ocupações que lhes sejam significativas. Ocorre que as demandas dos profissionais que atuam neste contexto trazidas ao CREFITO-8 vêm aumentando gradativamente, principalmente no que se refere às questões legais e envolvem pacientes em situação vulnerável. Trata-se de casos de imperícia,

imprudência, negligência ou até mesmo circunstância de maus tratos por parte de familiares e/ou tutores à incapazes. São muitos desafios a serem enfrentados pelo profissional da área, como a complexidade do contexto domiciliar, a remuneração e a organização da assistência, o trabalho em equipe, a construção de redes de suporte, entre outros.

Participação da OAB Com o objetivo de elaborar um material educativo sobre a postura ética e legal do profissional terapeuta ocupacional que atua na Atenção Domiciliar/Home Care, a Comissão de Comunicação do CREFITO-8 firmou parceria com as Comissões dos Direitos do Idoso e dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Paraná - OAB/PR, na ocasião contando com a contribuição das presidentes das respectivas comissões, as Dras. Rosangela Maria Lucinda e Berenice Lessa.

Desafios no atendimento domiciliar O atendimento domiciliar tem muitos benefícios tanto para o paciente/cliente quanto para o profissional. Mas também é muito desafiador, pois o profissional é responsável por questões administrativas (agendamento, cobrança) e ainda se depara com situações delicadas e até constrangedoras por estar muito próximo a privacidade do paciente. Na Atenção Domiciliar, bem como em todos os outros contextos de trabalho, os padrões éticos, legais e regulamentares devem ser rigorosamente seguidos e o profissional deve estar devidamente registrado no CREFITO e na Prefeitura Municipal. É importante lembrar que o registro na prefeitura é obrigatório tanto para quem é autônomo, quanto para quem tem empresa. E no caso de o terapeuta ocupacional ser empresário do ramo, sua empresa deve estar também registrada no CREFITO. Portanto, tal contexto de trabalho deve ser pautado minimamente em duas resoluções: Resolução COFFITO nº 425/2013, que estabelece o Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional e a Resolução COFFITO nº 475/2016, que normatiza a intervenção terapêutica ocupacional domiciliar /Home Care.


5 Os serviços de saúde em atendimento/ atenção domiciliar surgiram na década de 1960 e vêm se multiplicando no Brasil mais intensamente a partir da década de 1990. A expansão desta modalidade de prestação de serviço é decorrente, principalmente, de fatores sócio-ambientais, econômicos e epidemiológicos como:

• • •

• Dificuldade de mobilidade urbana por falta de tempo do paciente ou comodidade e dificuldade de mobilidade de alguns pacientes pela sua condição de saúde;

• Necessidade de um atendimento mais próximo da rotina da família, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo o risco de infecções.

Comodidade do lar; Diminuição de custos; Evita deslocamentos desnecessários; Evita riscos de infecção hospitalar; Permite a convivência familiar; Diminuição do estresse; Atendimento individual e personalizado, com maior possibilidade de evolução do quadro clínico; Humanização do atendimento; Maior rapidez na recuperação do paciente; Proximidade do paciente com sua família e contexto sociocultural.

Benefícios para o profissional: • • • •

• Envelhecimento populacional e consequente aumento do número de DCNT;

Benefícios para o paciente: • • • • • • •

Benefícios para o município:

Diminui custos de clínica/consultórios; Permite um atendimento personalizado; Maior flexibilidade de tempo; O Terapeuta Ocupacional leva consigo todo o material necessário.

Melhora e ampliação da assistência a pacientes com agravos de saúde, podendo receber atendimento humanizado; Pacientes submetidos a cirurgias e que necessitam de recuperação, quando atendidos em casa apresentam redução dos riscos de contaminação e infecção; Estima-se uma economia de 80% nos custos de um paciente, quando comparado ao custo desse mesmo paciente internado em um hospital. Otimização de leitos hospitalares para pacientes que deles necessitem.

Desafios para o profissional:

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Enfrentamento de pacientes ou familiares difíceis e exigentes; Manter a formalidade e o profissionalismo no ambiente domiciliar que é tão propício à informalidade; Envolvimento em conflitos emocionais com familiares e pacientes; Desafios relacionados às crenças, conhecimentos, emoções e aos valores pessoais e ao trabalho em equipe.

Atuação do Terapeuta Ocupacional na Atenção Domiciliar O terapeuta ocupacional em conjunto ou não de uma equipe multiprofissional pode realizar ações em todos os níveis de atenção à saúde (promoção, prevenção, tratamento, recuperação, manutenção da saúde e prevenção de agravos - baseados na continuidade do cuidado para pacientes crônicos), nas formas de Assistência Domiciliar - em que o paciente recebe cuidados semelhantes ao que receberia em uma clínica; ou de Internação Domiciliar - em que o paciente recebe cuidados semelhantes ao que receberia em uma internação hospitalar. O CREFITO-8 relacionou as principais questões referentes ao atendimento domiciliar:


6 Como registrar os atendimentos? O uso do prontuário é obrigatório e também uma segurança para o profissional e para o paciente. No prontuário devem ficar registradas todas as ações relacionadas ao atendimento terapêutico ocupacional em linguagem clara e acessível. É de responsabilidade do profissional mantê-lo fora do alcance de estranhos à equipe de saúde.

Como estabelecer honorários? Para estabelecer os valores dos honorários, o terapeuta ocupacional deve considerar como parâmetros básicos o Referencial Nacional de Honorários de Terapia Ocupacional – RNHTO que determina os valores mínimos para pagamento dos atendimentos e é reajustado pelo COFFITO uma vez ao ano. O RNHTO deve ser submetido periodicamente a um processo de atualização com o objetivo de acrescentar, excluir ou modificar procedimentos de acordo com a deliberação da ABRATO, visando à contemplar os avanços tecnológicos e científicos na área da Terapia Ocupacional. Conforme previsto na legislação trabalhista e nos Acordos Coletivos de Trabalho, os honorários terão acréscimo de 50% nos atendimentos de urgência e emergência e/ou realizados no período das 19h às 7h do dia seguinte e de 100% em qualquer horário de domingos e feriados. Ademais é proibido prestar atendimento gratuito ou a preço ínfimo. Salvo se parentes (ascendente, descendente, colateral), dependência econômica ou pessoa reconhecidamente hipossuficiente de recursos econômicos. Os valores do referencial de procedimentos estão expressos em CHTO (Coeficiente de Honorários Terapêuticos Ocupacionais). Cada CHTO tem um valor mínimo que é reajustado pelo COFFITO uma vez por ano. Atualmente, 1 CHTO = 0,30 reais. ,equivalente, atualmente, a 1 CHTO = 0,30 reais. Para se chegar ao valor final do procedimento o número em CHTO deve ser multiplicado pelo coeficiente. Por exemplo, o valor da consulta de Terapia Ocupacional é de 150 CHTO x 0,30 = R$ 45,00.

Como utilizar o ambiente domiciliar como o local de atendimento?

No ambiente domiciliar os objetos presentes (cadeira, andador, escada, utensílios domésticos, etc.) e a própria estrutura (piso, degraus, etc.) podem ser instrumentos facilitadores do processo terapêutico. Entretanto, esses objetos também podem representar riscos ao paciente e ao profissional. Cabe ao terapeuta ocupacional a responsabilidade de proporcionar ao paciente um ambiente e equipamentos adequados e favoráveis para a realização do atendimento, bem como avaliar as condições desses, podendo solicitar adaptações, de forma a nunca expor o paciente ou a si próprio a risco de acidentes.

Postura ética e comportamento em relação a vida íntima dos pacientes: Na atenção domiciliar, os padrões éticos, legais e regulamentares resguardam o profissional e o paciente. A postura ética valoriza o ato profissional e mantém o distanciamento adequado do profissional quanto à intimidade do paciente e de sua família. Bons exemplos de boa conduta: o uso de jaleco e/ou vestimentas adequadas, o cumprimento de horários, a manutenção do afastamento dos hábitos do domicílio. Caso entenda por necessário, o profissional pode solicitar a presença de algum acompanhante durante o atendimento para evitar constrangimento ou até mesmo para auxiliar em transferências no caso de pacientes com restrições de mobilidade. O ambiente domiciliar pode ser mais propício para ocorrência de assédio moral ou sexual. O profissional, deve denunciar à polícia sempre que sentir-se assediado e/ou buscar orientação com o CREFITO.

Como agir diante de maus tratos? O terapeuta ocupacional que trabalha na Atenção Domiciliar está mais suscetível a presenciar situações de maus tratos contra idosos, crianças, pessoas com deficiência e incapazes. Tais agressões podem ser físicas, verbais, ameaças, extorsões, por parte de familiares, tutores, cuidadores ou outros profissionais que prestam atendimento. As notificações de casos contra pessoas com deficiência e idosos estão previstas em legislação específica (Artigo 26, da Lei nº 13.146 de 06 de Julho de 2015 e Lei nº 10.741 de 01 de Outubro de 2003).

Saiba como denunciar: Disque 100 O Disque 100 é um órgão de assistência direta e imediata da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania, que tem por competência legal exercer as funções de ouvidoria geral da cidadania. O serviço funciona 24 horas todos os dias, inclusive domingos e feriados.


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Relato de Experiência: A PRÁTICA DA TERAPIA OCUPACIONAL NA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR Dra. Mônica Estuque Garcia Queiroz Coordenadora do Núcleo Integrado de Cuidados Paliativos - domiciliar e hospitalar do Instituto de Infectologia Emilio Ribas. Terapeuta Ocupacional do Hospital TotalCor - responsável pelos pacientes na UTI, CP e Longa Permanência (entra a programação de alta) e membro do Escritório da Experiência do Paciente. Docente do Instituto Paliar e da PósGraduação em Gerontologia da PUC Responsável pelo Projeto Casa Segura - OMINT. “A função do terapeuta ocupacional é proporcionar e garantir a independência do paciente dentro do seu domicílio” Em maio de 2017, a Câmara Técnica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares do CREFITO-8, em parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisa de Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos - GETOCP da Universidade Federal do Paraná - UFPR, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital TotalCor realizaram a palestra “Atuação do terapeuta ocupacional no domicílio, na perspectiva de Cuidados Paliativos”, nas dependências do Campus Jd. Botânico da UFPR, em Curitiba e convidaram a Dra. Mônica Estuque Garcia Queiroz para ministrar o evento. A Dra. Mônica contribuiu com a reflexão e experiência sobre a atuação do terapeuta ocupacional no domicílio em diferentes serviços e população, como exemplo o trabalho no hospital de Infectologia com paciente em situação de terminalidade e na UTI com pacientes com permanência prolongada em que o cuidado oferecido no hospital pode ser transferido para o domicílio. Apresentou o trabalho inovador de prevenção à saúde do idoso com projeto Casa Segura.

Em agosto de 2017, a Dra. Mônica participou do II módulo do Curso de extensão: Terapia Ocupacional: Atuação Profissional, Formação e pesquisa em Contextos Hospitalares, organizado pela Câmara Técnica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares do CREFITO-8, Curso de Terapia Ocupacional da UFPR e Associação científica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos (ATOHosP), sendo uma das palestra com o tema “Processo de avaliação de intervenção do terapeuta ocupacional na atenção domiciliar oferecida por equipe hospitalar”, esclarecendo as diferentes formas de atuação com foco em cuidados paliativos e na transferência do cuidado hospitalar para o domicílio.

Confira o relato da experiência da Dra. Mônica na Atenção Domiciliar: “É fundamental a atuação do terapeuta ocupacional na Atenção Domiciliar porque ele trabalha com o fazer e com o cotidiano. Isso porque, o primeiro lugar onde as pessoas realizam suas tarefas cotidianas e de autocuidados é dentro de suas casas. E, se apropriar deste espaço terapêutico é inerente da Terapia Ocupacional. Fazer o treino do autocuidado com o paciente


8 fora de sua casa, como no hospital e na clínica, no ambulatório por exemplo, é fazê-lo de forma modificada. Pois, não é seu espaço, não é sua mobília, não são suas roupas, seus talheres, seu banheiro, etc”.

Modalidades da Atenção Domiciliar “Nesta atuação, há pelo menos três modalidades identificadas. Tem uma modalidade que é a visita domiciliar, com objetivo de orientação e prevenção. Outra atuação é o atendimento domiciliar, onde o terapeuta ocupacional vai na casa do paciente para fazer atendimento, para modificar o espaço do paciente e pode atender sozinho, sem estar necessariamente, inserido numa equipe. E, tem o Home Care ou internação domiciliar: quando se leva o aparato do hospital para dentro da casa do paciente”.

O Programa Melhor em Casa “O Programa Melhor em Casa é um programa do Ministério da Saúde que os municípios aderem e fazem o seu modelo próprio. Ele tem os dois formatos: uma equipe nuclear onde a equipe está presente em todos os casos (desde o paciente mais complexo ao mais simples) e uma equipe de apoio - onde está inserido o terapeuta ocupacional – que é acionado pela equipe nuclear conforme uma demanda. Nas diretrizes do programa, o terapeuta ocupacional está inserido apenas na equipe de apoio. Ainda sim, uma boa estratégia seria provar que ter o terapeuta ocupacional dentro desta equipe significa prolongar a permanência do paciente na casa. Isto porque, quando aumenta o grau de dependência do paciente, ou seja, ele deixa de realizar as atividades, aumenta a possibilidade dele ter uma intercorrência e ser reinternado. Esse paciente custa muito mais caro no hospital do que na casa dele. A diferença de custo é muito significativa (são vários elementos que fecham esta conta, mas só exemplos básicos: água, luz, equipe, comida). Você ter 30 idosos internados com um custo, enquanto ter um terapeuta ocupacional para atender 30 idosos, será outro tipo de custo muito diferenciado. O objetivo do terapeuta ocupacional é aumentar/ garantir a permanência do paciente em casa com o máximo de independência possível.

O objetivo do terapeuta ocupacional é aumentar/ garantir a permanência do paciente em casa com o máximo de independência possível. E isso se reflete na questão de reinternações, na questão do preparo do cuidador. Por exemplo, com o idoso, a questão do abandono - quando a família não dá conta, seja por motivo de tempo ou condições financeiras - o papel do terapeuta ocupacional é conseguir neste paciente o máximo de independência possível para que ele não gere internação e faça esse uso do serviço público que é mais caro, mais complexo”.

Terapeuta Ocupacional e a capacitação para a Atenção Domiciliar “Agora, é fundamental que o terapeuta ocupacional se capacite para isso. As questões de Atenção Domiciliar que são abordadas na graduação são pequenas se comparado com a necessidade do mercado o qual o profissional irá se deparar. Isso porque, ir à casa de alguém exige que você saiba avaliá-la, desde a altura da tomada, a altura do degrau, a largura da porta, etc. Depois, é necessário saber quais as adaptações ou mudanças estruturais necessárias de acordo com a competência. Por exemplo, hoje se encontra uma barra de apoio por uma média de 30 reais. Cabe ao profissional avaliar, qual a competência da barra, qual a necessidade do paciente. Assim ele aponta soluções, por exemplo, pode ser uma barra de tubo de PVC, feito o recorte e inserido na altura adequada”.

Dificuldades enfrentadas no domicílio “Acredito que um dos problemas do atendimento domiciliar, isso como em outras profissões, é que dentro da casa do paciente, o profissional estará muito exposto. É diferente do hospital ou da clínica que você atende o paciente no quarto e fecha a porta. Na casa você está num espaço em que todos da família transitam. Você tem que atender o paciente no quarto e alguém pode entrar lá porque precisa pegar uma roupa. E, às vezes também fica alguém do lado vendo o profissional realizando o atendimento e ele precisa ter uma postura acolhedora e educada, assim como inci-


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siva. A resposta para isso é a capacitação, pois se profissional estiver seguro, não vai importar quem está ao lado do paciente”.

Adaptações e condições de uso “Outra coisa é essa questão dos dispositivos de auxílio. Pensar que pequenas mudanças fazem muita diferença. Por exemplo, quando há necessidade de colocar ventosa no prato para fixá-lo na mesa. Ventosa custa. Porém, pode-se substituir por uma toalha umedecida. É onde entra a competência do terapeuta ocupacional. E as adaptações possíveis com objetos simples em casa. A realidade das famílias fez com que o terapeuta ocupacional passasse a avaliar as condições e repensar nas adaptações”.

Experiência exitosa: “Trabalho preventivo na Atenção Domiciliar” “O trabalho que eu faço na OMINT (operadora de

saúde), refere-se ao atendimento de idosos que não tem sequelas e nem doenças e eu vou para casa deles para observar a residência e orientá-los para que seja uma casa segura, sendo um trabalho totalmente preventivo. Essa operadora de saúde identificou que o profissional que tem capacidade e competência para avaliar e modificar a casa de uma pessoa e deixá-la segura é o terapeuta ocupacional. O trabalho que faço com eles é realizado na forma de 3 a 5 visitas preventivas, para evitar quedas e fraturas que, muitas vezes, levam à cirurgias, outros agravos e até mesmo ao óbito. É importante diferenciar que atendimento domiciliar não é só a desospitalização, é atendimento domiciliar. Não é só tirar o paciente do hospital, significa que ele efetivamente possa ser cuidado num outro lugar e que ele tem condições de estar nesse outro lugar”.


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Centenário da Terapia Ocupacional no mundo:1917 - 2017 Em março de 1917, foi fundada em Nova York a Sociedade Nacional de Promoção de Terapia Ocupacional, posteriormente denominada Associação Americana de Terapia Ocupacional, com a participação de Eleanor Clarke Slagle, uma das principais precursoras na representação e no ensino da Terapia Ocupacional. Portanto, 1917 pode ser considerado um marco histórico para a profissão, e em 2017, comemoramos o Centenário da Terapia Ocupacional no mundo.

No Paraná, as entidades representativas CREFITO8, COFFITO, SINFITO e ACTOEP fizeram uma parceria e promoveram um jantar em comemoração a data. Estiveram presentes cerca de 50 profissionais e seus familiares, sendo uma oportunidade de confraternização e encontros. Tivemos a presença da vereadora Noêmia Rocha, que muito nos honrou em aceitar nosso convite e que também tem nos prestigiado em outras oportunidades. Confira as fotos do evento.

Representantes: Dra. Patrícia Luciane Santos de Lima, Vice-Presidente do COFFITO Dra. Maria Luiza Vautier Teixeira, Diretora-Secretária do CREFITO-8 Dra. Elfi Gusava, representante do SINFITO Dr. Milton Carlos Mariotti, representante da ACTOEP


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Clínica-Escola de Terapia Ocupacional - UFPR A Clínica-Escola da Terapia Ocupacional (CETO) é um serviço vinculado ao Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que presta serviços à comunidade gratuitamente desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão. As atividades iniciaram em 2013, com a contratação de duas terapeutas ocupacionais, e atualmente conta com quatro terapeutas ocupacionais e uma assistente administrativa. A CETO possui ambulatórios que oferecem atendimentos em diversas áreas, buscando articular as demandas apresentadas pelas pessoas que procuram os seus serviços com a necessidade de formação dos acadêmicos. Atualmente a CETO oferece atendimentos nas seguintes áreas: Neurologia Adulto pessoas com doenças ou sequelas de condições neurológicas como: Acidente Vascular Encefálico (AVE), Lesão Encefálica Adquirida - LEA (como por exemplo, AVC, Traumatismo Craniano), Distúrbios do Movimento, etc; Neuropediatria: crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor ou sequelas de Paralisia Cerebral (PC); Reumatologia: pessoas com condições reumáticas como Artrite Reumatóide, Artrose, Fibromialgia e Lúpus Eritematoso Sistêmico; Ortopedia: Reabilitação de membros superiores; Gerontologia: pessoas idosas com queixas cognitivas (como perda de memória, e/ou com demências), além de intervir com medidas preventivas relacionadas aos riscos de quedas em ambiente domiciliar e um ambulatório relacionado à mobilidade e risco de acidentes de trânsito; Saúde Mental: grupo de convivência para pessoas com transtorno mental;

Hanseníase: prevenção de incapacidades a pessoas acometidas pela Hanseníase; Contextos Sociais: oficinas terapêuticas para mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade. Os atendimentos ocorrem das 8 às 20h30, de segunda a sexta. Os interessados poderão entrar em contato e deixarem seus dados para agendamento de triagem. As vagas de atendimento são limitadas e os critérios para inclusão no serviço são definidos conforme a área de atendimento e peculiaridade do ambulatório, estágio de prática ou projeto. Contatos: Endereço: Av. Pref. Lothário Meissner, 632, Bloco Didático II, CEP 80210-170 - Jd. Botanico - Curitiba – PR E-mail: ceto.ufpr@gmail.com Telefones: (041) 3361-3742; (041) 3361-3741; (041) 9 9752-1697 (whatsapp) Site: http://www.saude.ufpr.br/portal/terapiaocupacional/ clinica-escola/

Da esq. para dir: Dras. Marina Siqueira Campos, Alexsandra Santos Silva, Ádila Poli (secretária), Kelly Regina Dias da Silva Scipioni, Karina Stella Aoki Ferreira. Foto: Aline Maciel.


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ASSOCIAÇÃO CULTURAL DOS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS DO ESTADO DO PARANÁ – ACTOEP A ACTOEP, fundada no ano de 1986, completou, no ano de 2016, trinta anos de existência. No decorrer desses 30 anos prestou inúmeros serviços à Comunidade de terapeutas ocupacionais e à Profissão Terapia Ocupacional no estado do Paraná. Para que serve uma Associação? A Associação foi criada para promover o desenvolvimento e defender os interesses científicos, culturais e políticos da profissão e dos profissionais. Trabalhou para a vinda do CREFITO para o Paraná, que ocorreu no ano de 1992. Até então todas as necessidades dos profissionais eram atendidas pelo CREFITO-3, de São Paulo e isso como se pode imaginar gerava grandes dificuldades. Teve a iniciativa de solicitar à Universidade Federal do Paraná no ano de 1990 a abertura do Curso de Terapia Ocupacional. O processo demorou dez anos, sendo acompanhado pela Associação, que participava em todos os eventos nacionais e solicitava moções de apoio para reiterar a solicitação. A realização do pedido ocorreu no ano de 2000, tendo tido início a primeira turma no ano de 2001. A ACTOEP teve ainda participação ativa na solicitação de vários concursos públicos que ocorreram tanto na Secretaria Municipal como na Secretaria Estadual de Saúde. Realizou sete Encontros Científicos e oito Congressos Paranaenses de Terapia Ocupacional, que ocorreram a cada dois anos, incentivando o desenvolvimento científico e a divulgação dos trabalhos desenvolvidos pelos profissionais. Tem desenvolvido trabalhos em parceria com o CREFITO-8, SINFITO PR e Universidade Federal do Paraná, no sentido de unir esforços das entidades representativas. A ACTOEP apresenta uma trajetória de sucesso em

suas ações. No entanto, há dificuldades enfrentadas. No ano de 2016, durante a realização do VIII Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional, a Associação Brasileira de Terapeutas Ocupacionais – ABRATO, esteve presente e sugeriu uma reformulação nos estatutos, uma vez que o sistema ABRATO - Associações Regionais está sendo reformulado para eleições quadrianuais. Neste Congresso não houve eleição para a Diretoria, pois não se completou o número de pessoas necessárias à formação de uma chapa. Tendo conhecimento do ocorrido um grupo de pessoas, reuniu-se e decidiu assumir essa Diretoria no período de agosto de 2017 a agosto de 2018. A proposta desse grupo é repensar as funções da Associação na atualidade. Uma dessas funções seria com certeza pensar as especialidades e as Associações de especialidades. Para isso realizará no mês de Junho de 2018 o IX Congresso Paranaense e o I Congresso Sul-Brasileiro de Terapia Ocupacional, que contará com simpósios de todas as especialidades. A atual diretoria está composta da seguinte maneira: Dr. Milton Carlos Mariotti, Presidente; Dra. Jaqueline Calixto, Vice Presidente; Dra. Monica de Mello Macedo Ignácio, Diretora Secretaria; Dra. Alexsandra Santos Silva, Diretora Tesoureira; Dr. Derivan Brito da Silva, Diretor Científico. Existem ainda os membros do Conselho fiscal e suplentes. Aproxime-se da Associação, ela é sua e só existe para o interesse da profissão e com sua participação.

Dr. Milton Carlos Mariotti Presidente da ACTOEP


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A mais nova especialidade profissional da Terapia Ocupacional: a Gerontologia O processo de envelhecimento populacional ocorre em âmbito mundial e, de maneira particular, no Brasil, acontece de forma acelerada e intensa1. A longevidade implica significativas transformações econômicas e sociais, que se tornam um grande desafio para as políticas públicas e os setores sociais, pois se espera que estes anos a mais sejam vividos com qualidade. Isso exige uma reorganização do Estado e da sociedade, principalmente em relação às políticas públicas, aos sistemas de saúde, mercado de trabalho e ao sistema previdenciário2,3. Para adequada atenção a esses idosos e em face às necessidades da sociedade, torna-se imperativo que os profissionais tenham habilidades e competências específicas para assistir às necessidades dessa parcela da população. Reconhece-se, assim, a necessidade da criação da especialidade em gerontologia a fim de formalizar os atributos necessários à prática profissional. No campo da Terapia Ocupacional, a especialidade da GERONTOLOGIA foi reconhecida e disciplinada, no final de dezembro, pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, por meio da Resolução nº 477. A elaboração desta especialidade favorece o crescimento de profissionais que atuam na área da gerontologia, assim como contribui para o reconhecimento de seu papel social. Nesse documento, são definidas as ações profissionais e os conhecimentos teórico-científicos que dão suporte à sua prática. Ademais, são abordadas as funções que podem ser desempenhadas, as áreas de atuação e os cenários de prática que os terapeutas ocupacionais podem se inserir4. Para o exercício da especialidade, é esperado que o profissional tenha domínio para implementar as ações avaliativas (aplicar e interpretar escalas, questionários e outros instrumentos), ao realizar o diagnóstico terapêutico ocupacional, ao elaborar o plano de intervenção e para realizar encaminhamentos, emitir laudos e pareceres. Durante o processo interventivo, deverá ter competência para a aplicação ou utilização de métodos, técnicas, recursos e procedimentos que possam favorecer o desempenho ocupacional do idoso. De forma complementar, o treinamento para o uso de produtos assistivos, treino de atividades de vida diária, adequação ambiental e estruturação de rotinas constituem-se como algumas estratégias que favorecem o engajamento em ocupações4. Na concepção de um modelo integral à saúde, a resolução ainda reforça o papel do terapeuta ocupacional na implementação de cuidados paliativos4 àqueles com doenças crônicodegenerativas potencialmente fatais, no intuito de minimizar

Dra. Lilian Dias Bernardo CREFITO – 8 7286-TO Dra. Taiuani Marquine Raymundo CREFITO – 8 14996-TO

os desconfortos físicos, psicossociais e espirituais vivenciados, assim como assegurar atenção à família no período de luto/perdas5. Nos diferentes cenários de prática (ambulatorial, hospitalar, domiciliar, atenção básica, serviços de proteção social, entre outros) e nos variados setores (saúde, educação, assistência social, cultura e lazer), a especialidade em gerontologia prevê que o terapeuta ocupacional exerça práticas de assistência, consultoria, gestão, perícia, preceptoria, ensino e/ ou pesquisa4. Por essa perspectiva, a resolução está em consonância com os princípios éticos da profissão. As orientações das ações do terapeuta ocupacional são voltadas à integralidade e humanização na atenção à pessoa em processo de envelhecimento4, em busca da garantia de seus direitos sociais, econômicos e culturais além da participação e (re) inserção social. Entretanto, o recente documento da Organização Mundial de Saúde (2015)6 sobre envelhecimento e saúde, alerta que ainda há baixa prioridade das políticas de saúde para a questão do envelhecimento, baixa formação dos profissionais na área de saúde dos idosos e pouca prioridade para o suporte à família. No tocante ao cenário brasileiro – frente à análise das políticas de atenção ao idoso – permanece o enorme desafio para a implementação de muitas ações já garantidas legalmente, para a elaboração de estratégias inovadoras centradas nos idosos, atualização das políticas públicas existentes e a criação de novas políticas que sejam resolutivas7. Esse cenário impõe ao terapeuta ocupacional reflexões sobre o seu papel técnico, político e ético em prol da população em processo de envelhecimento. Referências 1 – ZANON, R. R.; MORETTO, A. C.; RODRIGUES, R. L. Envelhecimento populacional e mudanças no padrão de consumo e na estrutura produtiva brasileira. Revista brasileira de estudos de população, Belo Horizonte, v. 30, p. 45-67, 2013. Suplemento. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/ rbepop/v30s0/04.pdf>. Acesso em: 08 abr. 2015. 2 – PEREIRA, R. J. et al. Influência de fatores sociossanitários na qualidade de vida dos idosos de um município do Sudeste do Brasil. Ciência e saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.16, n.6, p. 2907-2917, 2011. 3 – PORCIÚNCULA, R. C. R. et al. Perfil socioepidemiológico e autonomia de longevos em RecifePE, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 315-325, 2014. 4 – CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Reconhece e disciplina a Especialidade Profissional de Terapia Ocupacional em Gerontologia e dá outras providências. Resolução nº 477, de 20 de dezembro 2016. Disponível em:< https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=6306>. Acesso em: 28 nov. 2017. 5- DE CARLO, M. M. R. P.; KEBBE, L. M.; PALM, R. C. M. Fundamentação e processos da Terapia Ocupacional em contextos hospitalares e cuidados paliativos. In: CARLO, M. M. R. P.; KUDO, A. M. Terapia Ocupacional em contextos hospitalares e cuidados paliativos. São Paulo: Payá, 2018. p. 1-32. 6- WHO.World Health Organization. World report on ageing and health. Genebra: WHO, 2015. 7- CAMARANO, A. A. Introdução. In: ALC NTARA, A. O.; CAMARANO, A. A.; GIACOMIN, K. C. Política nacional do idoso: velhas e novas questões. Rio de Janeiro: Ipea, 2016.


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XV CONGRESSO BRASILEIRO DE TERAPIA OCUPACIONAL – CBTO Narrativas da Ocupação Humana: Resgate, Atualização e Inovação

Este evento ocorreu em Porto Alegre entre os dias 11 e 15 de outubro de 2017. O evento celebrou os 100 anos da Terapia Ocupacional no mundo, 52 anos da Associação Brasileira de Terapia Ocupacional – ABRATO, 25 anos da Confederação Latino Americana de Terapia Ocupacional – CLATO e 32 anos da Associação Gaúcha de Terapia Ocupacional – ACTORGS. Os organizadores afirmaram que reconhecer nosso passado nos faz compreender melhor o que somos e nos aponta diretrizes para onde precisamos trilhar para avançar sem perder a essência. Foram discutidos temas atuais e temas com enfoque em futuros dilemas da carreira, e novos conhecimentos científicos, desde a formação, a especialização e o papel do terapeuta ocupacional na atualidade e perspectivas no futuro. O Congresso contou com palestrantes nacionais e internacionais, onde Brasil, Chile, Portugal e Estados Unidos tinham representantes dentre os palestrantes. Ocorreram apresentações orais de trabalhos e pôsteres inscritos pelos interessados de todo o país. Além disso, o evento disponibilizou espaços para os grupos de trabalho das diversas especialidades para a discussão dos processos de cada um desses grupos. Na Terapia Ocupacional a única Associação Científica de especialidade existente é ATOHosP - Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contexto Hospitalares e Cuidados Paliativos. Os demais grupos encontram-se em processos de discussão. A Associação Brasileira de Terapeutas Ocupacionais também promoveu discussões com as Associações Estaduais sobre o desenvolvimento das atividades

Da esq. para dir: Dr. Milton Carlos Mariotti, Dra. Christiane Siegmann, Dra. Adriana Belmonte Moreira, Dra. Iranise Moro Pereira Jorge, Dr. Derivan Brito da Silva, Dra. Andréia Maria Fedeger

nas diversas regiões e nacionalmente, propondo uma agenda nacional para a Terapia Ocupacional. Esse Congresso ocorre a cada dois anos e a cada realização uma das Associações regionais se responsabiliza pela organização do evento. O próximo Congresso Brasileiro será realizado na cidade de Recife sob a organização da ATOPE – Associação de Terapeutas Ocupacionais de Pernambuco. O estado do Paraná contou com representantes do CREFITO 8, da ACTOEP e da Universidade Federal, com a apresentação de trabalhos científicos além da participação política, compartilhando estratégias a fim de amparar e promover a categoria. Dr. Milton Carlos Mariotti Representante da CREFITO-8 no Congresso


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CREFITO-8 INFORMA

Fim da Licença Temporária de Trabalho - LTT Desde janeiro de 2017, a partir da ResoluçãoCOFFITO nº 468/2016, houveram algumas alterações nas normativas referente ao Registro Profissional, dentre elas o fim da concessão de Licença Temporária de Trabalho (LTT). Antes das alterações o profissional recém formado somente poderia realizar o registro no Conselho Regional quando estava em posse do diploma profissional, o que muitas vezes não era possível devido à demora das instituições de ensino em disponibilizar esse diploma. Sendo assim, antes do registro definitivo, era concedido ao recém formado a LTT, o que o possibilitava de trabalhar, enquanto aguardava a disponibilização do diploma. As alterações propostas pela Resolução COFFITO 468/16 garantem o registro profissional em caráter definitivo também àqueles que não possuem o diploma, desde que apresentem documentos que comprovem a conclusão do curso e a efetivação da colação, tais como a Certidão de Conclusão de graduação em Fisioterapia ou Terapia Ocupacional (com a data em que a colação foi realizada e não com a previsão da data), e o histórico acadêmico, devidamente autenticado, obtido em Instituição de Ensino Superior, oficialmente autorizada e credenciada, enquanto se processa o registro do diploma junto ao Ministério da Educação. É pré-requisito para a concessão do registro a submissão à colação de grau. A partir de 2018, não existirão mais registros temporários vigentes na circunscrição do Paraná. Os profissionais que possuem a LTT e ainda não estão com seus diplomas em mãos, deverão dar entrada no Registro Profissional, apresentando os documentos necessários (a listagem com a documentação necessária e as orientações relacionadas estão disponíveis no site do CREFITO-8). É importante salientar que após o vencimento da LTT o profissional passa a atuar de maneira irregular. Fonte: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=5186

O Portal Eletrônico do CREFITO-8

O novo Portal Eletrônico está mais fácil de acessar. Siga o passo a passo e aproveite de todos os benefícios que o CREFITO-8 traz para você. Acesso ao portal: 1) Entrar no site do Crefito -8 (www.crefito8.org.br) e clicar no link Portal Eletrônico do Profissional, ou acessar diretamente pelo link: http://portal.crefito8. gov.br/portal/login.xhtml 2) Na opção tipo de Registro, escolha a categoria desejada: fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional, caso precise acessar dados relacionados ao seu registro profissional, e consultório ou empresa caso precise acessar dados de pessoa jurídica ou local de atendimento sob sua responsabilidade. Atenção: caso a opção não seja selecionada não será possível realizar o login.


17 3)Preencher os dados de CPF e senha (previamente cadastrada), e em seguida clicar em entrar.

4) Após acessar ao portal, você terá acesso às funcionalidades presentes na barra à esquerda.

coordenamos mais um grandioso projeto: o primeiro Espaço do profissional paranaense - ESPRO. O edifício que está sendo construído na capital do Estado vai assegurar aos profissionais e associações de Fisioterapia e Terapia Ocupacional um espaço físico e totalmente gratuito adequado para realização de encontros, seminários, fóruns, simpósios, palestras, capacitação técnica, eventos científicos, câmaras técnicas, audiências públicas, além de contar com uma biblioteca e sala de informática. A nova sede será um grande patrimônio dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Nossas conquistas serão sempre muitas e nossos esforços projetam continuidade. Parabéns, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, essa é a nossa história, esse é o nosso legado.

Rede de Benefícios

Espaço do Profissional Paranaense ESPRO

O CREFITO-8 tem uma novidade para você: a nova Rede de Benefícios. São vantagens para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais na contratação de planos de saúde/odontológico, cursos e serviços. Saiba como funciona:

O CREFITO-8 sela mais um compromisso com o profissional paranaense, e é por isso que neste ano, quando completamos 25 anos de grandes feitos,

Para obter os benefícios oferecidos, é obrigatório apresentar à empresa credenciada (fornecedora do benefício) a carteira de identificação profissional e a declaração de “Nada Consta” que deve ser emitida pelo próprio profissional no site do CREFITO-8, no link (http://portal.crefito8.gov.br/portal/paginas/certidoes/nadaconstapf.xhtml). Esta declaração é válida por 30 dias e depois do prazo você pode emitir outra quando precisar.


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Fotos dos eventos de Terapia Ocupacional - 2017

Atenção à saúde do idoso, processo de envelhecimento e impacto na vida cotidiana possibilidade e desafios - Londrina

Fórum Paranaense sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Terapia Ocupacional

Panorama da Terapia Ocupacional em Paranaguá e Litoral Rede Pública e Privada


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Atuação do terapeuta ocupacional no domicílio na perspectiva de Cuidados Paliativos

Conversando sobre TO – Terapia Ocupacional e Acupuntura - A dor e seu tratamento na visão da Medicina Tradicional Chinesa

Conversando sobre TO-Fortalecimento do terapeuta ocupacional na atuação em Contextos Sociais

Curso Terapia Ocupacional - atuação profissional, formação e pesquisa em Contextos Hospitalares

Reunião com formandos Terapia Ocupacional UFPR – 2ºsem/2017

Treinamento Básico em Prevenção de Incapacidades em Hanseníase

Curso Terapia Ocupacional - atuação profissional, formação e pesquisa em Contextos Hospitalares

Treinamento Básico em Prevenção de Incapacidades em Hanseníase

ERRATA

Conversando sobre TO –Reabilitação na direção de automóveis uma possibilidade de mobilidade na comunidade

Encerramento do Curso Terapia Ocupacional atuação profissional, formação e pesquisa em Contextos Hospitalares

Na edição anterior, Revista 25 anos de história do CREFITO-8, sobre as primeiras turmas formadas no Paraná, pg. 20: A primeira coordenadora do curso da Faculdade Tuiuti foi a terapeuta ocupacional, Dra. Doris Broide Fridman.


TUDO O QUE O SISTEMA COFFITO/CREFITO FAZ pelo profissional O que o Conselho faz pelo profissional? Reconhece as especialidades das profissões; Delimita áreas de atuação; Normatiza metodologias e técnicas com parâmetros assistenciais e éticos; Representa a profissão e profissional no Serviço Público (Prefeitura, Estado e União) representando a atividade profissional, visando maior inserção com cargos e concursos; Defende 30 horas de jornada; Atua na defesa do cumprimento de normativas relacionadas à prática profissional; Fiscaliza o exercício garantindo a presença do profissional em clínicas, hospitais e com técnicas, métodos e especialidades próprias; Atua na defesa da sociedade em relação a prestação de serviços éticos e de qualidade; Apoia e participa das negociações com Planos de Saúde; Cria e fiscaliza o referencial de procedimentos dos profissionais; Propõe e acompanha Projetos de Lei no Congresso que digam respeito às profissões. Garante as Prerrogativas Profissionais.

O que o Conselho não pode fazer pelo profissional? Estabelecer piso salarial (compete ao Sindicato); Negociar valores (ainda assim, o Conselho tem participado das negociações com a APFisio e FENAFISIO com as Operadoras de Planos de Saúde, colocando o Referencial de Procedimentos mínimos Fisioterapêuticos e Terapêuticos Ocupacionais), assim como os Parâmetros Assistenciais.

SERVIÇOS QUE O CREFITO-8 OFERECE AO PROFISSIONAL • Site – O site do CREFITO-8 é repleto de informações que mantém o profissional sempre atualizado sobre a profissão e sobre as ações do Conselho. Lá é possível encontrar: Legislação, vagas de emprego, cursos, concursos, eventos, pesquisa por profissional, emissor/verificador de DRF, banco de currículos, portal de denúncias, notícias, etc. • Portal Eletrônico do Profissional – Situado no site do CREFITO-8, o profissional pode alterar informações cadastrais, emitir boletos e outros serviços. • Boletim Informativo – Enviado quinzenalmente por e-mail, para manter o profissional informado sobre as ações do Conselho e atualidades. • Facebook – Portal de comunicação com o profissional, atualizado constantemente, trazendo sempre informações. • Revista – Traz textos técnicos, assuntos temáticos e entrevistas com profissionais. • Comissões – São 17 Comissões que compõe o CREFITO-8, com mais de 50 profissionais, estando entre elas a Comissão de Tomada de Contas, Comissão de Fiscalização, Comissão de Ética, Comissão Científica, dentre outras.

• Fiscalização – Atualmente o Departamento de Fiscalização (DEFIS) do CREFITO-8 possui 7 fiscais, sendo 6 fisioterapeutas e 1 terapeuta ocupacional, distribuídos em Curitiba, Londrina, Cascavel e Maringá. • Agenda Positiva – Ações para a população em parceria com as especialidades para promover a identidade profissional dos Fisioterapeutas. • Representação Jurídica – Defesa das Prerrogativas Profissionais: exercício professional junto aos planos de saúde, cumprimento da carga horária de 30 horas semanais. • PGF – O Plano de Gestão para a Fisioterapia foi criado coletivamente a partir de discussões em audiências públicas regionais com base nas demandas da profissão. • PGTO – O Plano de Gestão da Terapia Ocupacional foi criado coletivamente a partir de discussões em audiências públicas regionais com base nas demandas da profissão e dos profissionais. • Pareceres/ Laudos Técnicos – Elaboração dos pareceres e laudos técnicos sempre que solicitados pelos profissionais e órgãos públicos. • Assessoria Técnica ao Profissional (ATP) – Atendimento virtual com retorno em até 24 horas e 0800 625 2009 para atender o profissional. • Assessoria de Comunicação – Divulgação de eventos, intermédio de informações com a mídia, produção de conteúdo e marketing. • Participação nas Políticas Públicas – Inserção dos profissionais nas políticas públicas com representatividade nas Comissões Municipais e Estaduais de Saúde. • Programa Movimenta Paraná – Programa de inserção do fisioterapeuta ao mercado de trabalho, em consonância com o perfil epidemiológico da população. • Programa Viver com Independência – Programa que busca promover o aprimoramento da Terapia Ocupacional no Paraná, o estímulo à qualidade no exercício da profissão, o bom conceito dos profissionais, e a divulgação da Terapia Ocupacional para os profissionais da Saúde, gestores e população. • Câmaras Técnicas Temáticas de Fisioterapia – Promovem atualização técnica das áreas de atuação e especialidades da Fisioterapia. • Câmaras Técnicas de Terapia Ocupacional – Grupos de discussão de temas relacionados às Especialidades de Terapia Ocupacional, com a finalidade de atualizar os estudos relacionados ao tema e, com isso, fortalecer a profissão. • Atualização Técnica e Parâmetros Fiscalizatórios – Sua anuidade revertida também em qualificação profissional.


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