Leão em Foco - n. 2 - setembro/2009

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tetracampeonato

Jerônimo Rubim

era do

paixão da torcida, pode admirar muitos jogadores, mas seus grandes ídolos são os fundadores do Inter. O FanátiColorado já virou marca registrada de Davi, 32 anos, que há 16 pinta o corpo para demonstrar o amor que sente pelo Inter. O jovem militar já é a terceira geração de colorados da família. É quase impossível não notá-lo, com sua peruca cor de fogo e o rosto pintado. É essa paixão a herança sentimental que Davi deixará para o filho de dez meses, “Little Colorado”, que já assistiu a cinco jogos com o pai. Primeiras décadas O time, que tem mais de 500 consulados espalhados pelo Brasil e em todos os continentes, também passou por muitas dificuldades. Até na compra do terreno para a construção do estádio Beira-Rio precisou da ajuda dos torcedores. Cada colorado levava tijolo, cimento, para que o sonho de ter um estádio fosse realizado. Hoje são mais de quatro mil pessoas envolvidas nos consulados do colorado. “São pessoas que se doam por pura paixão”, ratifica Gelson Tadeu Pires. Milton Vergara, hoje com 77 anos, ex-goleiro do Colorado, lembra muito bem dessa época. Na década de 50, o Inter ainda não tinha recursos para pagar os jogadores. Milton começou no juvenil em 1950 e, já naquele ano, o time foi campeão da categoria. Quando foi se apresentar para jogar, o ex-goleiro pediu

emprestado uma chuteira para um amigo. Em 1951, o ex-goleiro já era aspirante do Colorado. Nesse ano, também conquistou o campeonato e subiu para a categoria profissional. Milton jogou por dez anos, sendo sete pelo Inter. Nessa época, ele também ajudava o roupeiro do time a cortar a grama. Hoje, o ex-jogador não assiste aos jogos pela televisão, tampouco os ouve pelo rádio. Ele espera os intervalos para perguntar ao filho o resultado, porque o coração do goleiro não aguenta mais a emoção. Foram sete anos jogando pelo Vermelho, mas Milton não esquece o ano de 1956 quando a seleção brasileira, formada pela base do Internacional, disputou o PanAmericano. O ex-goleiro, na época, foi convocado, mas não jogou porque havia fraturado um dedo da mão esquerda. Uma de suas maiores marcas: é o único goleiro do Inter que nunca perdeu um Gre-Nal. A torcida do Inter veio em peso assistir ao duelo contra o Avaí. O adversário reservou uma parte da arquibancada coberta para a torcida mista. Uma inovação avaiana criada para abrigar torcedores de outros times. Um espaço que favoreceu o encontro do casal de namorados, Cristian Xavier Aranha, 25 anos, florianopolitano, e Laís Favero, 17 anos, de Chapecó. Ele, avaiano de coração, e ela, colorado “desde que nasceu”. O encontro, agendado há dois meses, marcou oficialmente o início do namoro. n

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