Jornal Contato Especial - Avaí x Ponte Preta

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Esportes

99%

Edição Especial do

Jerônimo Rubim

São José, 1º de Novembro de 2008

CAMPEO N BRASILE ATO IRO

Série A

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B


CAMPEONATO BRASILEIRO

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SÉRIE B

• 1º DE NOVEMBRO DE 2008

Leão tem 99% de chance de subir à Série A Vitória contra a Ponte Preta deixa o time da ilha a um passo da sonhada classificação para a elite do futebol brasileiro

Jerônimo Rubim

Laís Novo

O matemático Marcelo Leme de Arruda, do site de estatísticas Chance de Gol, calcula 99,94% de chance para o Leão subir à Série A após o resultado de sexta, que deixou o time a três vitórias da classificação definitiva. O engenheiro Tristão Garcia, responsável pelo Infobola, mantém as probabilidades em 99%. A vitória contra a Ponte Preta garantiu ao Avaí uma distância de oito pontos em relação ao Barueri, que subiu para a quinta colocação da tabela após a vitória, ontem, contra o Criciúma. No entanto, apesar do cenário favorável, o Leão não pode descansar. O time precisa de 71 pontos para se estabelecer efetivamente no G4 até o final do campeonato e Silas diz que é preciso manter os pés no chão. “Nós ainda não estamos na Série A e, matematicamente, uma vitória contra o CRB, semana que vem, ainda não classifica”, alerta. O técnico avalia que os jogadores estão em um momento mágico, mas diz que trabalha para fazer o time manter a frieza e controlar as emoções. “Agora é hora de botar o talento para fora e a ansiedade lá embaixo”, enfatiza. Na opinião de Tristão Garcia, se o Avaí ganhar mais uma partida, ficará com 65 pontos, que já seriam suficientes para conquistar a classificação. Ele não acredita que o quinto colocado consiga superar essa marca. De acordo

com seus cálculos, Barueri, Juventude e Bragantino, respectivos quinto, sexto e sétimo lugar na tabela, têm menos de 50% de chance de subir para a Série A. “O Avaí é o melhor time da Segundona. Não há o que temer, é continuar como está e passar por cima dos outros”, afirma. “Se nada mudar, Avaí na Série A.”

Macaca As probabilidades de a Ponte Preta entrar para o G4 caíram para 3% após a vitória do Barueri contra o Tigre, de acordo com os cálculos do Infobola. O time está a sete pontos da quarta colocação e enfrenta um adversário de peso na próxima rodada, o Juventude, atual sexto colocado. A Macaca joga em casa, mas as últimas partidas em Campinas não foram favoráveis. Mesmo com a torcida, nas duas últimas partidas em seu território a Ponte perdeu para o CRB e empatou com o Fortaleza. Na visão do comentarista esportivo Rodrigo Faraco, da rádio CBN Diário e TVCom Santa Catarina, a situação do time é delicada, mas, teoricamente, ele segue na briga pela última vaga. No entanto, Faraco acredita que as chances são reduzidas. Opinião semelhante tem Tristão Garcia. “A Ponte está muito mal. Ela vem de quatro resultados negativos”, analisa. Para o engenheiro, o time já fez bobagens demais no campeonato e só um milagre levaria à classificação.

Classificação do campeonato 1 Corinthians 2 Avaí 3 Vila Nova 4 Santo André 5 Barueri 6 Juventude 7 Bragantino 8 Ponte Preta 9 São Caetano 10 Ceará 11 Brasiliense 12 Bahia 13 Paraná 14 ABC 15 América-RN 16 Marília 17 Criciúma 18 Fortaleza 19 Gama 20 CRB

p 70 62 55 55 54 52 49 48 46 44 43 42 40 40 37 37 36 36 33 19

J 32 33 33 33 33 33 32 33 32 32 33 32 32 33 32 33 33 33 33 32

V 20 17 16 15 17 15 14 14 12 11 12 11 11 10 10 9 10 9 9 4

E 10 11 7 10 3 7 7 6 10 11 7 9 7 10 7 10 6 9 6 7

D 2 5 10 8 13 11 11 13 10 10 14 12 14 13 15 14 17 15 18 21

GP 67 63 51 54 49 44 40 48 51 46 52 42 38 45 40 39 30 51 34 32

GC 22 31 46 36 47 39 36 43 45 42 56 59 45 50 45 53 42 52 65 62

SG 45 32 5 18 2 5 4 5 6 4 -4 -17 -7 -5 -5 -14 -12 -1 -31 -30

“Vamos subir, Leão!“: torcida mantém confiança na conquista da vaga para a Primeira Divisão

Recuperação do clube aumenta expectativas da diretoria avaiana Samira Moratti O resultado obtido contra a Ponte Preta (2 X 1) aumentou a expectativa da diretoria e jogadores do Avaí, principalmente dos torcedores, pela conquista de um lugar na série A. No entanto, para quem ainda está descrente no Leão, o conselheiro jurídico do clube, Tullo Cavallazzi Filho, dá um alerta otimista: “O Avaí é o maior time de Santa Catarina.” A perda do título estadual neste ano serviu de lição, mas não diminuiu as esperanças de alcançar a primeira divisão, de acordo com Cavallazzi Filho. “Teve pelo menos um aspecto benéfico ao grupo de jogadores, diretoria e à própria torcida: a certeza de que no futebol a comemoração só pode vir após o último jogo. E assim tem sido. Jogadores e diretoria estão unidos e focados no jogo a jogo”, afirma. Há dez anos o time luta para entrar na série A, o que gerou certa desconfiança na torcida. O fato irá terminar em breve, segundo o conselheiro avaiano. “O Avaí é o maior time de Santa Catarina. É também o mais conhecido no estado e fora dele. Isso gera ao time a obrigação de constantemente obter títulos. Tudo isso

mudará com uma grande conquista e a subida para a Série A”, garante. Mesmo sem possuir a garantia de estar na elite do futebol, a diretoria já faz planejamentos para 2009. “No final de 2007 eu, o presidente Zunino (João Nilson Zunino, presidente do Avaí) e o vice Eduardo Gomes nos reunimos para o planejamento da série B 2008, quando ainda faltavam seis rodadas para o término da série B 2007. Este ano já estamos fazendo o mesmo, embora atentos ao fato de que ainda precisamos de três vitórias para o acesso”, Cavallazzi explica. Outro ponto levantado nas rodas de discussão é a possibilidade de a capital ser sede de alguns jogos da Copa de 2014. Até o momento, o estádio do alvinegro Figueira é o mais cotado para ser palco das partidas. Porém, Cavallazzi Filho informou que o Avaí tem chances de ‘entrar na jogada’. “A Ressacada, segundo nosso projeto de expansão, poderia abrigar qualquer selecionado, transformando-se também num local para eventos de grande porte durante o período da competição, já que sua localização é privilegiada”, finaliza.

Esportes - Publicação especial dos alunos da 5ª fase de Jornalismo 2008.2 da Faculdade Estácio de Sá Coordenação: Prof. Fábio Cunha (Redação V) Prof. Lucio Baggio (Planejamento Gráfico) Prof. Silvio Costa Pereira (Fotojornalismo I) / Reportagem: Artur de Bem, Bárbara Nunes, Bruna Carvalho, Bruna Cassilha Correa, Carmelo Oliveira Cañas, Celina Keppeler, Diego Wendhausen Passos, Gabriela Wolff, Geovana Santos, Guilherme Cambri, Laís Novo, Maria Claudia Menezes, Mário Cesar Gomes, Ricardo Pitorini, Samira Moratti, Vanessa Silva, Yara Correa / Fotos: Ana Alice Francisco, Cristiane da Silva, Janaina Laur indo Vieira, Jerônimo Gomes Rubinho, Jonathas Cesário, Rachael Freitas, Ramona Zilli, Samantha Duarte Agradecimentos: Alceu Atherino e Gastão Dubois - Assessoria de Imprensa do Avaí


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Jerônimo Rubim

Em jogo difícil, Jef Silva (à frente) e Evando foram peças importantes na vitória por 2 x 1 do Avaí sobre a Ponte Preta, em mais uma noite que a torcida lotou o estádio da Ressacada

Gol no último lance dá a vitória ao Avaí

Com gol de Evando aos 44 minutos do segundo tempo, o time de Florianópolis dá mais um passo rumo à elite do futebol brasileiro Vanessa Silva e Ramona Zilli

Mais de 12 mil torcedores foram à Ressacada para comemorar outra vitória do Avaí. Diante da Ponte Preta, o time da capital não decepcionou e está a um passo de garantir o acesso a série A do Brasileirão. O jogo começou truncado e o Leão teve dificuldades para chegar ao ataque. O time de Florianópolis foi surpreendido pela Ponte que já começou atacando, mas nada que tenha assustado a zaga avaiana. Somente aos 25 minutos do primeiro tempo a equipe azurra levou perigo ao goleiro da Ponte. Em uma sobra de bola, Válber chutou forte, mas o goleiro Aranha fez uma bela defesa e evitou o gol da equipe catarinense. Até o final da primeira etapa, nenhum dos dois times criou grandes chances de gol. O primeiro tempo terminou em 0x0. No segundo tempo o Avaí mostrou que não estava disposto a perder a chance de conquistar mais uma vitória em casa. O time começou pressionando e aos dois minutos, Willian aproveitou um cruzamento de Válber e acertou um belo chute, mas a zaga da Macaca afastou o perigo, cedendo escanteio para o Avaí. Na cobrança, André Turatto cabeceou assustando o goleiro. Aos 21 minutos Odair entrou no lugar de Válber, que saiu com fortes dores na coxa esquerda. A substituição não diminuiu o ritmo do time da

casa e aos 25 minutos o Leão marcou o seu primeiro gol. Marquinhos cobrou escanteio e Turatto cabeceou no canto direito do gol de Aranha. O Avaí dominava o jogo até que num contraataque, o atacante Neto Baiano, que tinha entrado no lugar de Willian, recebeu um passe de Luís Ricardo e marcou o gol da Ponte Preta. Mas o gol não ofuscou o brilho de um artilheiro. Aos 36 minutos, Evando arriscou e quase encobriu o goleiro Aranha, assustando o time de Campinas. Faltando apenas um minuto para o fim da partida, Evando recebeu a bola de Martini, matou no peito, ajeitou na coxa e deu um chute certeiro, levando ao delírio a torcida do Leão. Depois de ter conquistado a vitória, os jogadores foram comemorar com a torcida, que não deixava as dependências do estádio. Os adversários do Avaí têm um tabu para quebrar dentro da Ressacada. Há 17 jogos o time catarinense não perde em casa sob o comando do técnico Silas.

Homenagem Após o término do jogo, o herói da vitória avaiana foi homenageado com uma placa na entrada do estádio da Ressacada. A iniciativa do clube foi pelo passe de calcanhar que .Evando deu para o atacante Willian marcar o terceiro gol do Avai contra o Marília. O jogador estava muito emocionado e comentou sobre a campanha do Avaí na série B. “A série

B é muito difícil e o próximo jogo não vai ser diferente. Ainda não estamos na série A, mas com essa vitória é quase impossível tirar a gente de lá.” Evando já foi jogador da Ponte Preta e disse que recebeu propostas para voltar ao time de Campinas, mas resolveu permanecer no Avaí. “Sou muito religioso, tive uma conversa com Deus e Ele me falou que o Avaí subiria de qualquer jeito, com ou sem mim. Resolvi continuar aqui porque quero fazer parte dessa história. Tenho uma identificação muito grande com esse time.”

Acesso O próximo jogo do Leão será contra a equipe do CRB, fora de casa. Apesar de o time alagoano ser o lanterna da competição, o técnico Silas afirma que nem a vitória na próxima rodada garante o Avaí na série A. “Não gosto muito de falar disso, mas matematicamente não estaremos classificados com mais uma vitória. Agora temos que trabalhar para conseguir o acesso com os pés no chão. Estamos começando a colher os frutos de um ano de muito trabalho. Sou muito feliz aqui no Avaí.” Caso o time catarinense tropece contra a equipe do CRB, o jogo da classificação pode ser na rodada seguinte. O Avaí recebe o Brasiliense e a certeza é de casa cheia e muita festa por parte da torcida azurra.

AVAI Eduardo Martini André Turtatto Cássio Arlindo Maracanã Jef Silva Marcus Winicius Batista Marquinhos Válber Evando Willian Técnico - Silas Substituições Odair Rafael Abuda Juiz: Carlos Eugênio Simon Auxiliares: Alexandre Antonio Pruinelli Kleiniche e João Lúcio de Souza Junior Estádio: Aderbal Ramos da Silva – Ressacada - Florianópolis

PONTE PRETA Mario Aranha Jeann Marinho Bilica Eduardo Arroz Vicente Ricardo Conceição Renato Danilo Luiz Ricardo Willian Técnico – Vagner Benazzi Substituições André Neto Baiano Horário: 20:30h Dia: 31/10/08 Público pagante: 11.352 Público Total: 12.450 Renda: R$ 79.580,00


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Ramona Zilli

Torcida apoiou o time até o fim do jogo

Torcedores promoveram um novo espetáculo, colocaram o time para frente e colaboraram com a vitória do Avaí, que ficou a um passo da elite

Torcedor novamente compareceu em bom número para assistir a vitória diante da Ponte Preta, deixando a equipe avaiana ainda mais perto da Série A Jerônimo Rubim

Diego Wendhausen Passos e Gabriela Wolff Os mais de 12 mil torcedores distribuídos pela Ressacada embalaram o time para mais uma vitória que colocou o Avaí mais perto da série A. Os cantos de “Vamos subir Leão”, “Oôôô, vai pra cima deles Leão”, motivaram o time que garantiu a vitória aos 43 minutos do segundo tempo. A previsão de tempo não apresentava perspectiva de chuva, comum nos jogos do Avaí este ano. Mesmo assim, o torcedor Edilson José Gallotti disse que garantiu o guarda-chuva antes do ingresso. “Espero que o Avaí não caia na onda da torcida, que acha que o time já subiu”, pedindo para a equipe manter o foco no jogo contra a Ponte Preta. Fora do estádio a movimentação começou às 4 da tarde, muita expectativa e ânimo dos torcedores avaianos com a fase do time. “É hoje que ficaremos a um passo da 1ª divisão”, falou João Vicente Savaris, prevendo mais uma vitória do Avaí. Nas cadeiras sociais, setor mais antigo da Ressacada, reuniram-se um grande número de famílias, crianças e idosos para torcer pelo Leão. A Mancha Azul e a Raça Azul, principais torcidas organizadas do Avaí, agitaram as arquibancadas. Em alguns momentos, cantaram juntas, em outros, cada um cantava seus enredos. Ambas empurraram e incentivaram desde o aquecimento antes do jogo. O jogo foi bem disputado na etapa inicial, apesar do placar em branco. A Torcida 10 Organizada Raça Azul, criou novas músicas incentivando a equipe da Ressacada. Thiago, Rudinei, Marcio e Sérgio, bateristas da torcida, criaram dois novos enredos. Um deles é o da música “Me deixa”, do conjunto musical O Rappa.

Podem avisar, podem avisar, que nesse ano o Avaí vai para a Série A, Me deixa, que esse ano eu vou para a primeira, primeira, Me deixa, deixa, deixa, que esse ano eu vou para a primeira, primeira, Lá Lá Lá Ra, Lá Lá Lá Ra A conhecida marcha de carnaval caiu na rede é peixe, de Rubens Campos, também teve uma letra criada pelo quarteto. Subir, lê, lê, lê, ola, lá, lá, eu quero ver, o Leão na Série A Na etapa final, os gols deram mais ânimo nas arquibancadas. Valber, que saiu contundido, foi ovacionado pelos torcedores. Aos 25 minutos, André Turatto cabeceou após a cobrança de escanteio e deu início a vibração nas arquibancadas. Mesmo o empate da Ponte Preta, aos 33, não desanimou os torcedores, que aos 43 foram ao delírio com o gol de Evando. Depois do apito final, muitos torcedores permaneceram no estádio vibrando e aplaudindo os jogadores. A música mais cantada era a “vamos subir leão”. Na Toca do Leão, bar ao lado do estádio, muitos ficaram até a virada da noite. Um grande número de famílias foram ao estádio juntas pela primeira vez. Com a vitória, as crianças ficaram muito motivadas para voltar à Ressacada. O pequeno Isaac, de 5 anos, vai todos os jogos. Nem mesmo a utilização de muletas impede o garoto de ir torcer pelo Leão. “A família toda torce pro Avaí, nunca faltamos aos jogos”, disse Guido, o pai do garoto. Já na família do engenheiro Charles, somente ele e a filha Manoela são sócios do Avaí, e vão a todos os jogos. No de ontem, foram acompanhados também por Josiane, esposa de Charles, e pelo outro filho do casal,

O leão, mascote do clube, é o maior símbolo do torcedor avaiano


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Fidelidade do torcedor resiste ao tempo São várias as histórias como a da família Rosa da Luz e do casal Nivaldo e Iolanda, que estão com o clube em todos os momentos

Jonathas Cesário

A família Rosa da Luz freqüenta o estádio há 30 anos, mesmo tempo que o casal Roberto e Soraya está junto. Os filhos, Juliana de 19, e Felipe de 16, vão ao estádio desde a gravidez. “As únicas vezes que não fui ao jogo foi na véspera dos partos, e por ordem médica”, conta Soraya. Todos da família são sócios, e costumam também ir a jogos do Leão pelo Estado. “Já fomos pra Joinville, Brusque, Criciúma, Blumenau, aonde o Avaí for, nós vamos atrás”, diz Roberto. Outro torcedor do Leão de longa data é o aposentado Nivaldo Souza, de 80 anos. Ele conta que desde que se entende por gente vai aos jogos do Avaí. Aproveitando a boa fase do time, a esposa Iolanda está acompanhando marido. “Quando nos casamos, há 56 anos, fui obrigada a virar avaiana”, ela brinca. Mas

o marido conta que a esposa é uma torcedora mais entusiasmada que ele. “Ela grita, fala mal, levanta e vibra muito”, conta Nivaldo. Presente em todos os jogos do Avaí em Florianópolis, o torcedor Vinicius Farinhaque disse que foi mais uma vitória sofrida. “A gente sofre por esse Avaí, mas vale a pena”, diz.

De Lages para a Ressacada As famílias Silva e Roedel vieram de Lages especialmente para assistir o jogo. Foi a primeira vez das crianças em um estádio de futebol, que estavam todas curtindo muito. No cardápio não faltou o tradicional “Churrasquinho de Gato”, comida típica em jogos. Todos estavam apostando na vitória do Avaí e confiantes que o time sobe para a série A. Após o jogo prometeram voltar mais vezes.

Família Rosa da Luz: todos são sócios do Avaí e assistem a todos os jogos pelo Estado

Do céu ao inferno em minutos: Macaca mais distante da Série A Mário César Gomes e Bárbara Nunes

Os 45 torcedores da Ponte Preta foram do paraíso ao inferno durante os 90 minutos de jogo de ontem. Os campineiros reconheciam as dificuldades do time, mas mantiveram-se esperançosos até o fim da partida. Apesar da arquibancada quase vazia, a intensidade da torcida destacava o preto e branco diante da imensa mancha azul, composta por cerca de 12 mil pessoas. O sonho de ver a Ponte Preta subir para a série A fez os ponte pretanos viajarem por 12 horas para acompanharem a partida. Após o primeiro gol do Avaí os torcedores ficaram apreensivos, sentimento logo substituído pelo alívio do empate alcançado pelo time paulista. Aos 43 minutos do segundo tempo, a tristeza retornou à arquibancada da Ponte, com o segundo gol do leão, o que confirmou a decepcionante derrota. Segundo o ex- diretor da torcida organizada da Ponte Preta, o empresário André Banchi, os torcedores do time paulista são de diversas classes sociais. “Temos pessoas de todo tipo, a grande maioria é humilde, eles têm o futebol como a única alegria e defendem o time como se

Fotos Gabriela Wolff

defendessem o próprio salário”, afirma. Na torcida da macaca existem aqueles que não medem esforços para demonstrar o amor pelo time. “Minha namorada pediu para eu escolher entre ela e a Ponte, eu escolhi o time. Ela eu não sei se amarei para o resto da vida, já a Ponte é amor eterno”, enfatiza o estudante de Administração, Raphael Damaso. O professor Paulo Ricardo Rigolino carrega nas costas o estádio da Ponte Preta, no sentido mais literal da frase. “Estou há 15 anos na torcida organizada, mas é como se estivesse desde o meu nascimento, por isso fiz essa tatuagem”, diz. Os torcedores da Ponte Preta prestaram homenagem a Anderson Ferreira Thomaz, de 27 anos, assassinado, em 2004, pela torcida organizada do São Paulo durante uma partida realizada em Campinas. “Esta faixa é a nossa homenagem para o Conde, ele era nosso irmão”, informa a presidente da torcida feminina, Edilaine Francisca Barbosa. Com a derrota para o Avaí, o time completou três jogos sem vencer e ficou em situação difícil na Série B do Brasileiro, ocupando a 8ª colocação, com 48 pontos. A macaca está cada vez mais distante de alcançar o objetivo almejado, a Série A. Jerônimo Rubim

Primeira vez O jogo de ontem foi o primeiro de Guilherme, de 3 anos. O pai do garoto, o professor de Educação Física, Luis Carlos vai a todos os jogos do Avaí, e pela primeira vez foi acompanhado de toda a família. A esposa Elizete e os filho Eduardo, de 14 anos estavam bastante confiantes. Guilherme estava com vestuário completo e adereços, e torcendo pela vitória do Avaí por 8x0. No final no jogo o pequeno acabou não resistindo e dormiu no colo da mãe. “Ele não viu os gols, mas adorou a experiência. Já disse que vai querer vir novamente”, ela conta.

Boa fase do time faz Loja do Leão aumentar vendas em até 80% Bruna Castro Carvalho

45 macacas contra 12 mil leões: apesar da disparidade de torcedores o jogo foi disputado

O Avaí é o segundo colocado na competição e está muito próximo da tão almejada vaga na Série A. A boa fase proporcionou, no último mês, um aumento de 80% nas vendas na Loja do Leão. Como reflexo do desempenho do time, os torcedores estão cada vez mais otimistas. Demosntram isso comprando roupas e acessórios em geral. Segundo a vendedora Karen Wisbech, essa procura dos torcedores por produtos personalizados faz com que os proprietários da loja busquem sempre novidades, para oferecer mais

opções aos clientes e atender suas necessidades. “Temos uma diversidade de produtos para atender todos os gostos e todas as idades, que vai do bebê recém nascido até os idosos.” Apesar da diversidade de opções, o campeão de vendas continua sendo a camiseta oficial do Avaí e, ocupando o segundo lugar, a toalha do Leão. Segundo o site chancedegol.com.br, a probabilidade do Avaí subir para a Série A é de 99,6%. Se eles vão chegar lá, ninguém sabe. O que se pode afirmar, de acordo com os dados da Loja do Leão, é que a procura por produtos vêm crescendo e as novidades estão chegando.


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O ‘leão azul’ que faz o estádio tremer

Uma das maiores responsáveis pela animação da arquibancada, a Mancha Azul é a maior torcida organizada do estado Ricardo Pitorini

Lááá láláiá láláiá, láláiá láláiá, láláia láláiáá, Mancha! A frase marca o começo do hino da maior torcida organizada do estado de Santa Catarina, a Mancha Azul. Como uma microempresa, a torcida tem seu presidente, seus diretores e conta também com seus “funcionários” para animar os jogos do “leão da ilha”. São auxiliados financeiramente por sócios que se dispõe a pagar uma mensalidade para fazer parte da torcida e o bar que funciona no mesmo local da sede da instituição, o Bar da Mancha, que arrecada dinheiro a partir da venda de bebidas antes e depois dos jogos. A concentração sempre começa uma hora e meia antes do horário do jogo. Mumu, como é mais conhecido, é um dos responsáveis pela bateria da Mancha e diz que a torcida é a alma do time. “Se o time tá bem, se o time tá mal, a gente sempre tá junto”, comentou. A sede fica na frente de um dos portões do estádio, porém a maior parte dos sócios da torcida não reside no bairro, fazendo do caminho até a concentração um aquecimento para o jogo. Esse ânimo acaba muitas vezes em confusão. O presidente da Mancha Azul, Minck, disse que a torcida tem regras claras a respeito da violência, porém com o aumento

do grupo se tornou difícil o controle. “É quase impossível ter uma fiscalização em cima da torcida toda, mas se a gente fica sabendo de algum sócio que ‘furou’ temos punições, como a expulsão da equipe dependendo do caso”, afirma. “Independente se é dia de jogo ou não, seja lá que time estiver jogando, tenho que fazer meu trabalho, mas em dia de jogo o trabalho é dobrado”, afirma Alfredo que é fiscal de uma empresa de transporte coletivo da capital. Ele trabalha há 3 anos no terminal do centro da cidade e comenta que sempre que torcedores, principalmente de torcidas organizadas, estão a caminho do estádio acaba tendo transtorno.

Sem problemas Já Natália, de 32 anos, que mora ao lado da sede da torcida Mancha Azul, falou que nunca teve problemas com o pessoal da torcida, pelo contrário, tem filho pequeno e torce pelo time alvinegro da ilha. “Os meninos sempre me respeitarem e me convidaram para os ecentos”, complementou. Jacaré é ex-jogador do time azul e disse que o time sem o apoio dos torcedores nenhum time faria um gol. “A torcida é a motivação que o jogador tem para marcar um gol pela equipe”, disse o ex-jogadora antes de gritar: Leão! Leão eÔÔôÔÔ! LEÃO eÔÔôÔÔ! Ana Francisco

A ala da Mancha: torcida organizada faz parte da história do time azul e branco da ilha.

CRÔNICA

Ramona Zilli

Torcedores da Mancha Azul, a maior entre as organizadas, fazem o estádio balançar

Campanha do Avaí incomoda torcedores do Figueirense Carmelo Cañas Enquanto os avaianos comemoram mais uma vitória no campeonato, os torcedores do Figueirense lamentam a ótima fase do principal rival. Se depender de alguns torcedores do alvinegro que se reúnem toda sexta-feira na Cachoeira do Bom Jesus, este campeonato não está definido e uma reviravolta ainda é capaz de acabar com o sonho do “Leão da Ilha”. “Contra a Ponte Preta não deu para comemorar, mas ainda vamos ver o Avaí tropeçar nesse campeonato”. A afirmação é do comerciante Regis Carvalho, torcedor do Figueirense. Ele e mais uma turma de amigos se encontram toda sextafeira para jogar futebol no Amazônia Sportcenter, no norte da ilha. Sempre que a “pelada” coincide com dia de jogo do Avaí, os amigos, após saírem do campo, vão para frente da televisão assistir futebol, tomar cerveja e torcer contra o time do sul da ilha. O dono do estabelecimento conta que eles não são nada discretos. “Ainda bem que eu não recebo muitos avaianos por aqui, senão ia dar confusão, esses aí são secadores profissionais”, afirma. Dos doze “secadores profissionais”, dez são

torcedores do Figueirense, um do Criciúma e um da Chapecoense. “Sorte que não tem nenhum torcedor do Avaí jogando com nós, senão teríamos que agüentar a gozação agora que eles estão ganhando a maioria dos jogos”, confessa Leandro da Silva, torcedor do time do Estreito. A má fase do Figueirense junto da boa fase do Avaí está deixando os secadores desanimados. Na ultima sexta-feira, enquanto passava Avaí e Ponte Preta na televisão, os amigos demonstravam preocupação com um fato extra-campo: o atual momento vivido pelo “Furacão do Estreito”. O debate sobre o “apagão” ocorrido no Scarpelli no dia anterior foi o principal tema das conversas. Porém aos 34 minutos do segundo tempo o gol de empate da Ponte Preta deu novo animo ao grupo, que voltou a focar a atenção à televisão e torcer pelo gol da virada do time paulista. Não foi o que aconteceu e quem acabou dando números finais a partida foi o Avaí, com um bonito gol de Evandro, no final do jogo. As palavras de Regis Carvalho após o término da partida resumem o sentimento que tomou conta do grupo depois de mais uma vitória avaiana: “Só o que faltava esses caras subirem pra Série A e o Figueirense cair para B. Seria um verdadeiro pesadelo.”

Se quiser se distrair, vá ao bar e ligue a televisão Artur de Bem Se a noite é uma criança, os bares deveriam fechar às 18h, porque lugar de criança não é em bar. Bar é um lugar sagrado. Principalmente em uma sexta-feira de tempo bom. Cervejas, petiscos, mulheres, mendigos, prostitutas, 3 televisões e um jogo de futebol à vista. Menos a conta, que pode ser pendurada. Dói ver um jogo desses. A tv fica na parte de cima de um pilar. Ao fim da partida a nuca reclama do jogo. Com 30 minutos de jogo os ânimos começam a se alterar. Os que estão em pé, na geral, já não prestam muita atenção no jogo. Começam os palpites, as sugestões para os jogadores. E não tem problema se eles não podem escutar. Também não escutariam se pudessem. Fim do primeiro tempo e o jogo está truncado. Zero a

zero. O bar é que continua aberto. E assim permanecerá até que o alvará de soltura das excelentíssimas permita. Segundo tempo. A torcida ainda chega ao templo. São torcedores, mas nas horas vagas são prefeitos, presidentes, advogados, juízes, poetas, profetas. No bar você pode ser qualquer um. O espaço sagrado te dá espaço para tudo isso. Diploma? Eles são formados na vida, no bar. Amigos desde pequenos, mas ninguém sabe o nome de ninguém. É um tal de Zé, Alemão, Negão, Barba, Barriga, Maluco, Tim Maia, Chico, Irmão... E assim eles se entendem. Os olhos vidrados no vidro do monitor. Lá do canto vem o recado. Milissegundos de silêncio. Um silêncio sábio de quem sabe o que se segue. Depois da calmaria vem a tempestade: GOOOOOLLLL!!!! Gritos de alegria! Agora sim! Sobra abraços

até pro secador. E deveria ter vários. Em um jogo como esse não houve chuva. Os secadores estavam fazendo seu trabalho. Sem chuva o time não desenvolve bem. Empate. Os mesmos palavrões que antes eram usados como forma de elogio, de incentivo, agora são usados para denegrir. Uma vitória não é completa se não tiver aventura, emoção. Eis que surge o jogador que vai levando a bola com classe e fuzila o arqueiro. E vem a chuva. Salgadinhos, cerveja, tudo vai pro ar. A festa está completa. Logo chegam os cantores e o hino é entoado. Todos cantam, batem palma. Curta, mas intensa, a festa termina quando termina o jogo. 90 minutos de jogo e 5 minutos para pagar a conta e terminar de comemorar no lar.


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Congestionamento atrasa ação da justiça

Torcedor joga bomba e fere policial, mas é liberado porque a juíza ficou presa no trânsito a caminho da Ressacada

Jananina Laurindo

Geovana Santos

A torcida chegou cedo para assistir ao jogo entre Avaí e Ponte Preta. A imprensa logo se posicionou. A polícia militar estava com 240 policiais a postos dentro e fora da Ressacada. Tudo pronto para garantir um jogo em paz., a não ser por um detalhe: a juíza do programa Justiça Presente ficou “presa no trânsito”. O tele-atendente João Vitor Assis, 19, esperou por uma hora e meia a equipe do programa do poder judiciário e acabou deixando o estádio sem receber punição. O rapaz estava com o grupo que colocou um rojão numa garrafa de cerveja que foi arremessada contra os policiais por volta das 18h. O incidente deixou o sargento Sidnei José Bittencourt com um ferimento no braço e uma pequena queimadura na perna. “Tenho 31 anos de polícia e é a primeira vez que me machuco em serviço”. Bittencourt reclamou da demora, e afirmou que o atraso é comum. Enquanto aguardava o restante da equipe o escrivão Tiago Albuquerque explicava ao sargento que se optasse por soltar o rapaz a responsabilidade passava a ser do policial já que a justiça só iria funcionar se o policial registrasse a ocorrência. Depois de levar uma bronca do sargento, Assis foi convidado a se retirar do estádio. A juíza Cristina Paul Cunha, o promotor Thia-

go Carriço de Oliveira e a delegada Ester Coelho chegaram ao gabinete improvisado na biblioteca do estádio às 21h20. “Não tenho realmente o que fazer”, disse a juíza sobre o rapaz que havia sido liberado enquanto ela estava presa no trânsito. O programa Justiça Presente é uma iniciativa catarinense que vem acompanhando as partidas do Campeonato Catarinense e Campeonato Brasileiro séries A e B desde 2006. Com o boné ensangüentado nas mãos o torcedor do Avaí, Samuel Silva Sampaio, 19, aguardava. Segundo o soldado André João da Silveira um grupo de seis avaianos tentava pular a catraca e foi repreendido pela vigilância do estádio a polícia foi acionada e conseguiu deter apenas Sampaio que acabou cortando a cabeça ao cair, porém o rapaz alega ter apanhado de cacetete dos policiais. Depois de ser atendido pela equipe médica do estádio da Ressacada, Sampaio assinou um termo circunstanciado que narrava o fato. O rapaz estava sem documentação e não sabia explicar onde morava. Em seguida o promotor de justiça propôs a aplicação de uma pena na qual ele não vai poder assistir aos próximos dois jogos do Avaí e deverá comparecer na central de polícia uma hora antes do início da partida e só sairá uma hora depois com a assinatura do delegado atestando o comparecimento. Ele não responderá a processo criminal e vai permanecer com a ficha limpa se cumprir o acordo proposto.

Torcedores avaianos apedrejam van e ônibus da torcida da Ponte Preta Celina Keppeler e Janaina Laurindo

A Polícia Militar desde cedo já escoltava o ônibus que conduzia os torcedores da Ponte Preta até o estádio da Ressacada, assim como os jogadores do time. O que não impediu que fogos de artifício fossem lançados contra o veículo, revistado em lugar afastado do local do jogo para evitar tumultos com os adversários. Porém nem todos os conflitos puderam ser evitados. Uma van que também transportava 15 torcedores da Ponte foi atacada em frente ao estádio por alguns torcedores avaianos. Duas pessoas saíram feridas e um rapaz foi detido. De acordo com o segurança Paulo Oliveira da CR Vigilância, os torcedores pararam a van onde estavam os torcedores e atacaram o veículo com pedras e garrafas. Os vidros laterais e traseiro do carro foram destruídos e outros automóveis que estavam estacionados próximos ao local da confusão também foram atingidos. A vendedora ambulante, Nair da Costa confirmou o relato do segurança e afirmou que a polícia pouco interveio. O proprietário da automóvel depredado, Higino Martins, queixou-se da falta de atuação dos policiais. “Ninguém levou o rapaz que estava machucado para o hospital, minha filha quem teve que prestar o socorro. Nem ambulância chamaram.” O outro rapaz ferido foi atendido no ambulatório do estádio. Martins, que demonstrava revolta, disse ainda que pretendia tomar providências, pois ficou com um prejuízo, avali-

ado por ele mesmo, de aproximadamente quatro mil reais. Segundo o Capitão Renato José, responsável pelo policiamento do evento, o incidente ocorreu porque não foi solicitada escolta policial para a van. As providências cabíveis foram tomadas no momento do tumulto. “A situação poderia ter sido evitada, mas a falta da escolta não nos possibilita encontrar um culpado”, declarou o capitão. O rapaz que foi capturado na ocasião teve que ser liberado logo em seguida porque as vítimas não o reconheceram. Durante a passagem pela capital catarinense dois torcedores pontepretanos foram detidos por algazarra. No decorrer do jogo foram registradas poucas ocorrências e nenhuma delas de maior gravidade. Um jovem portando tóxicos foi retirado do estádio e conduzido até a delegacia intinerante para conversar com as autoridades presentes. Outro momento que pediu a ação da polícia foi quando um grupo de torcedores do Avaí foram pegos tentando pular o muro e a catraca da Ressacada. Um jovem saiu com um corte na cabeça e acusou os PM’s de agressão, chocando seu depoimento com a versão dada pelos policiais. Para um dos coordenadores da empresa de segurança contratada para o evento, Marcos Santos, maiores incidentes não foram registrados pois os torcedores já vêm cientes da responsabilidade em manterem a ordem no estádio. “A polícia é responsável pela parte tática, nós pelo atendimento aos torcedores”, concluiu o coordenador.

Torcedor que alegou sofrer agressão policial prestou depoimento à delegada Ester Coelho Celina Keppeler

Prejuízo: carros que estavam estacionados próximos da confusão também foram atingidos Jerônimo Rubim

Policiais tiveram que controlar ânimo de torcedores que causavam tumulto na Ressacada


CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE B

Uma noite para ficar na história

Esportes

• 1º DE NOVEMBRO DE 2008


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