Sustentabilidade - A hora do Planeta

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CORREIO

Paraíba - Sábado, 31 de março de 2012

Planeta sustentável. A hora é essa Apague as luzes Hoje Das 20h30 às 21h30

PARTICIPE!


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Paraíba, 31 de março de 2012

S U S T E N TA B I L I D A D E FOtO: antôniO rOnaldO

a vida precisa continuar ... Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, votação do novo Código Florestal, implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e Olimpíadas de Londres. Esses acontecimentos têm ocupado os noticiários nesse ano. Por isso, o Jornal Correio produziu este caderno especial, no qual são abordados diversos aspectos sobre o conceito de sustentabilidade. Hora do Planeta A oportunidade se dá diante do evento mundial “Hora do Planeta”, promovido pela Rede WWF. Na aldeia global, as pessoas que aderirem irão apagar as luzes hoje, das 20h30

às 21h30, como forma de conscientização. Pela primeira vez, desde 2006, quando a mobilização iniciou na Austrália, a escuridão será registrada do espaço sideral. O astronauta e embaixador da Rede WWF, André Kuipers, irá vigiar a Terra, da Estação Espacial Internacional. João Pessoa foi uma das 125 cidades que aderiram ao evento, até ontem, no Brasil. As luzes do Paço Municipal serão desligadas, além de parte da iluminação da Estação Ciência Cabo Branco. No Sistema Correio, a fachada permanecerá às escuras neste período, como forma de envolvimento na campanha.

Eco92 + 20

A Rio+20 marca os 20 anos da Eco92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992. A engenheira ambiental Candice Praga lembrou que a Eco92 foi a consolidação da idéia ambientalista no Brasil. “Não havia um pensamento coletivo sobre o tema. Havia movimentos esparsos em benefício da natureza, com pouca ou nenhuma força política. Através da luta recente contra a votação do código florestal, vemos que essa força ganhou robustez. Na última manifestação em Brasília, no início de março, representantes de 160 ONGs protestaram contra a aprovação do novo Código e a votação foi adiada”, analisa Candice. “O fato é que, infelizmente, há um longo caminho para que possamos nos considerar como ‘sustentáveis’ ”, lamenta a engenheira.

Olimpíadas sustentáveis

... sem esgotar os recursos FOtO : divulgaçãO MillEniuM inOrganiCal CHEMiCalS

“O desenvolvimento sustentável é uma questão complexa. A sociedade ainda não conseguiu captar as diversas ações que englobam esse paradigma”, alegou Jerônimo Villas-Bôas, coordenador de Estudos Ambientais da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema). Muito mais do que o buraco na camada de ozônio, produzido pelas emissões de gás carbonico no ar, o planeta está sofrendo um nível de exploração do qual não está mais com capacidade de regenerar-se, segundo diversos estudos ambientais feitos ao redor do mundo. Os recursos naturais estão chegando à escassez. Este debate é o maior desafio da conferência Rio+20, a ser realizada em junho, no Rio de Janeiro. Considerado um dos eventos mais importantes da década, a Rio+20 trará discussões que vão além da ecologia e englobam a formação de modelos de desenvolvimento que as nações querem para o futuro, incluindo a eliminação da pobreza.

Projeto Especial Sustentabilidade

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Segundo o site oficial das Olimpíadas de Londres, London 2012, o objetivo é fazer desse acontecimento, as olimpíadas mais sustentáveis da história. O conceito do modelo Olímpico foi baseado em um plano de sustentabilidade, produzido em conjunto com a Rede WWF. A visão é “usar a força dos Jogos para inspirar mudanças”. O objetivo é construir um evento que empregue os recursos naturais de um planeta, ao invés de usar os recursos de três planetas, como normalmente é feito no Reino Unido.

Gestão de resíduos Em João Pessoa, a média da produção de lixo é de 1Kg por dia, por pessoa. Com uma população de mais de 730 mil habitantes (IBGE), calcula-se que são produzidas cerca de 730 toneladas de lixo. Edmildon Fonseca, da Coordenadoria de lixo acumulado e aterro sanitário da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), de João Pessoa, admite que a gestão de resíduos é um problema. “Estamos trabalhando na atualização do Plano de Resíduos Sólidos, mas saliento que ele deve estar amparado por um plano estadual”, explica Edmilson. FOtO: aSSuErO liMa

Coleta seletiva no aterro sanitário de João Pessoa

Editor Geral, Walter Galvão | Diretor Comercial, Augusto Correia Lima Reportagens e textos, Márcia Dementshuk | Foto da capa, Thiago Casoni | Diagramação, Paulo Maia Arquivo fotográfico, Jornal Correio da Paraíba | Industrial, Egídio Oliveira Agradecimento especial à Floricultura Agroflora Cabo Branco


S U S T E N TA B I L I D A D E FOTO: MANO DE CARvAlhO

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Código Florestal (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965)

35%

M. A ON i U S NT

FOTO: ASSUERO liMA

Manguezais

Poderão deixar de existir. Detalhe importante: a vida marinha só existe por causa dos mangues. Eles são berçários de espécies marinhas e centenas de espécies dependem deles. Cerca de 90% da energia em forma de alimento que vai para o mar é produzida nos mangues. Acabem com os mangues, e o mar vai virar um “deserto” sem vida.

Rita, esclarecendo que as permissões para explorações, anistia de multas, diminuição da reserva legal, permanecem.

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Áreas de Preservação Permamente (APPs) são locais em propriedades particulares rurais ou urbanas, considerados frágeis e devem ter a vegetação original protegida: margens de rios, topos de morros e encostas, entre outros. O novo Código diminui a extensão e amplia o uso dessas áreas.

Qual a diferença entre APP e Reserva Legal?

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A Reserva Legal é o pedaço de terra dentro de cada propriedade rural - descontando a APP - que deveria manter a vegetação original para garantir a biodiversidade da área, protegendo sua fauna e flora. Como é tratada a Reserva Legal no Código atual: 80% do tamanho da propriedade na Amazônia 35% no Cerrado nos Estados da Amazônia Legal 20% no restante do território. Na nova proposta: De acordo com Rita Mascarenhas: “Pequenos produtores serão isentos da Reserva Legal. Isso possibilitará que grandes fazendeiros dividam suas terras e, assim, obtenham isenção. No fim, o bioma da região vai desaparecer”.

responsáveis por desmatamento e outros crimes ambientais. Várias tentativas para tornar o Código mais flexível foram feitas desde 1990. Finalmente, em maio do ano passado, o deputado federal Aldo Rebelo apresentou no Congresso uma proposta para o novo Código Florestal, a qual traz aspectos discutíveis:

Permissão para o cultivo em Áreas de Preservação Permanente (APP); Diminuição da conservação da flora em margens de rios; Diminuição da reserva legal; Isenção de multa e penalidade aos agricultores que desmataram; Liberação do cultivo no topo de morros.

Ambientalista e bióloga Rita Mascarenhas

O que são as APPs?

Novo Código Florestal trará riscos ambientais se for sancionado A floresta no Brasil é um bem de interesse comum a toda a população. Com base nisso, o Código Florestal foi criado em 1965, para regulamentar a exploração da terra. Além dos parâmetros de preservação, foi determinado o tipo de compensação que deve ser feito por setores que explorem matérias-primas, assim como as penas para os

FOTO: RAFAEl PASSOS

Depois de passar pelo Senado, projeta aguarda votação na Câmara A ambientalista e bióloga Rita Mascarenhas, que atua na Paraíba e acompanha os trâmites do novo Código desde o início, explicou que o projeto inicial recebeu alterações e foi votado e aprovado em 24 de maio de 2011, na Câmara Federal. Mas, o impasse entre ambientalistas, cientistas e ruralistas, não terminou. Como a proposta foi encaminhada para votação no Senado, ambientalistas e pesquisadores uniram-se num esforço para conscientizar os senadores sobre os perigos do novo texto. A pressão deu resultado, mas não totalmente. O novo Código recebeu alterações positivas e retornou para a Câmara. “Mas só podemos dizer que ficou “menos pior”, afirma

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Qual é a polêmica S. TAliãO

Douglas Zeppelini, professor de biologia da Universidade Estadual da Paraíba, responde:

Com o aumento nos limites de desmatamento permitido pelo novo Código, os “serviços ambientais” básicos sofrerão alterações: o ciclo das chuvas e dos ventos, a proteção do solo, a polinização ou o controle natural de pragas. Por enquanto, eles são totalmente gratuitos, garantidos pela natureza. A produção agrícola está atrelada ao trabalho dos insetos polinizadores. São eles que levam o pólen de uma planta para a outra para fecundar a flor. Só assim ela poderá germinar e se transformar em uma semente, um grão de feijão, por exemplo. Os insetos vivem nas matas. Se tirarmos as matas, eles morrerão. Sem insetos, o homem será obrigado a fazer polinização agrícola manualmente, como já ocorre na China, na região de Sichuan, onde o uso excessivo de pesticidas exterminou os po-

?

linizadores, segundo informações do jornal britânico The Guardian. E em algumas partes dos Estados Unidos, agricultores alugam colméias de abelhas para polinizar as plantações a um custo médio de 64,40 dólares americanos por colméia. (Dados do Mid-Atlantic Apiculture Research and Extension Consortium – MAAREC/2009). Com base nesse serviço, calcula-se que os insetos ofereçam de graça um trabalho que custaria entre US$ 1,5 a US$3 trilhões por safra. Tornaria a agricultura inviável economicamente e causaria fome e pobreza em todo o planeta. Os ruralistas alegam que precisam de mais terra para abastecer população, como se o alimento fosse distribuído gratuitamente por eles para os brasileiros! A modernização tem que chegar às lavouras brasileiras. Existem técnicas de plantio, de irrigação, que maximizam a produção. O que não pode é comprometer todo o ecossistema em favor de alguns que se beneficiam com a comercialização das “commodities” ambientais que pertencem a toda a humanidade e não ao proprietário do imóvel.”


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Aves silvestres voltam a seu habitat natural o papagaio-do-mangue foi a primeira espécie a passar pelo processo de readaptação ao seu habitat natural, através da parceria da Millennium inorganical Chemicals e o iBAMA. o papagaio-verdadeiro e a arara-canindé, também terão atenção especial. Essas aves são espécies nativas da Mata Atlântica, ameaçadas de extinção. As que foram apreendidas recebem tratamento no Centro de triagem de Animais silvestres (CEt As), em Cabedelo, e depois são transferidas para a mina, em Mataraca (PB), onde são alimentadas e passam um período de readaptação, até serem liberadas. Foto: DivulgAção MillEniuM inoRgAniCs ChEMiCAls

Renato Costa Gerente – 39 anos Foto: thiAgo CAsoni

Keldma Karla de Brito Faturista – 30 anos Foto: thiAgo CAsoni

“Eu não tenho atitudes 100% sustentáveis, mas procuro pensar sobre isso. Eu me policio para jogar o lixo sempre no lugar certo. Acho que é preciso mudar o hábito, falta essa consciência. A geração que veio depois da minha apresenta mais interesse por essa questão.”

“Eu assumo que gasto muita folha de papel e poderia gastar menos. Já estou com a consciência pesada! Nem o lixo, no trabalho, eu não separo. Mas, em casa, sim. Para não ser totalmente vilã, tem uma coisa legal que eu faço: eu não desperdiço água.”

Nerivanda Brito O. Batista Auxiliar administrativa, 32 anos

Marcelo Medeiros Policial - 27 anos Foto: thiAgo CAsoni

“A gente tem que se conscientizar sobre o desperdício. Eu tenho um problema, que é o consumismo. Compro com os olhos. Mas entendo as consequências disso e vou me controlar! Vou prestar atenção em como poderia reutilizar as coisas.”

“Na verdade, cada um tem que fazer a sua parte. Sempre tento reutilizar as coisas, como os sacos plásticos, ou até nem usá-los. Na delegacia onde trabalho procuro guardar meu copo para não ter que usar outro. Se cada um fizesse isso, pense no resultado final!”

PEgAdA EcológIcA A maneira como cada pessoa vive deixa marcas no meio ambiente. São os rastros, que podem ser maiores ou menores, depende da forma como se caminha. O desperdício, o consumismo, a quantidade de resíduos gerados, são as pegadas da passagem do homem pelo planeta. Segundo o site WWF-Brasil, a Pegada Ecológica é uma estimativa que mostra se estamos vivendo de acordo com a capacidade naturais e absorver os resíduos que geramos desde que nascemos. O estudo foi desenvolvido pela entidade americana Global Footprint Network e comprova que o planeta não tem mais meios para se regenerar naturalmente, dentro dos padrões atuais de consumo.

6 bilhões de habitantes = 40 litros de água/pessoa/dia

Fonte: WWF

Foto: thiAgo CAsoni

? o quE é ISSo

Conscientização deve estar em cada um

EUA

EUROPA

200/250 litros/ pessoa/ dia.

140/200 litros/ pessoa/ dia. JOÃO PESSOA

200 litros/ pessoa/ dia*.

AFRICA

15 litros/ pessoa/ dia**.

*Segundo a Cagepa. É a média brasileira. ** disponíveis por dia, em algumas regiões da África. © 2012 infografiCORREIO Sergio Bilous


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Você age de forma sustentável?

Esta atitude pode ser difícil no início, pois é necessário envolver todos que estão à sua volta.

Terra para colheita, pastoreio, corte de madeira e outros. MAR BIOPRODUTIVO

Área necessária para pesca e extrativismo. TERRA DE ENERGIA

Área de florestas e mar necessária para a absorção de emissões de carbono.

Área para casas, construções, estradas e infra-estrutura. TERRA DE BIODIVERSIDADE

Cada tipo de consumo é convertido, por meio de tabelas específicas, em uma área medida em hectares. (Fonte: WWF-Brasil)

5r

5 Rs: Repensar Reduzir | Reutilizar | Reaproveitar | Reciclar

Hábitos: Todos têm relação direta com a utilização dos recursos naturais. Lixo: A média gerada nos grandes centros urbanos é de 1kg por pessoa. Separe o lixo entre seco (reciclável) e o úmido (orgânico). Alimentação: Prefira produtos sem agrotóxicos, livres de embalagens como isopor ou plástico. Reutiliza embalagens de vidro.

TERRA CONSTRUÍDA

Dos tipos de territórios produtivos; das formas de consumo; das tecnologias usadas; dos tamanhos das populações; outros dados.

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NãO DEIxE PISTAS

TERRA BIOPRODUTIVA

Para calcular a pegada é preciso estudos:

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Transporte: Prefira o transporte coletivo ou bicicleta.

Áreas de terra e água destinadas à preservação da biodiversidade.

Estilo de vida Quanto você consome de água, energia, alimentação, transporte ou descartáveis? Acesse o link e descubra o tamanho de sua pegada. (Versão em Português). www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/

Globalização: Utilizar recursos de todas as partes do mundo, afeta locais cada vez mais distantes. “Avaliar até que ponto o nosso impacto já ultrapassou o limite é essencial, pois só assim poderemos saber se vivemos de forma sustentável.” (WWF-Brasil) © 2012 infografiCORREIO Sergio Bilous


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S U S T E N TA B I L I D A D E Foto: StAnlEy tAlião

Mata Atlântica O BiOma mais ricO em diversidade dO planeta Mata Atlântica (Lei Federal 11.428/2006 e Decreto Lei 6.660/2009)

75.641

ha É o remanescente da Mata Atlântica naParaíba.

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Presente em estados brasileiros.

Quase 70% da população brasileira dependem da preservação da Mata Atlântica

A responsabilidade pela preservação da Mata Atlântica é incontestável. João Pessoa foi a primeira cidade brasileira a dispor de um Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, formado em 2010. Hoje, a Mata conta com cerca de apenas 7% de sua cobertura original, no território brasileiro. Segundo a secretária municipal do Meio Ambiente (Seman-JP), Lígia Tavares, a aplicação do plano reflete os esforços para uma gestão municipal ambientalmente responsável. “A orientação é salvaguardar os serviços ambientais que a natureza presta gratuitamente”, declarou. A elaboração do plano foi coordenada pela Semam, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica. Agora, João Pessoa é modelo para outros municípios e a Associação Paraibana dos Amigos da Natureza (Apan), integra comissões para a formação do Plano de Preservação da Mata Atlântica na Bahia e em Pernambuco.

15%

Ocupa do território nacional.

123

milhões de pessoas vivem na área da Mata Atlântica.

3,4

mil municípios brasileiros são abastecidos por águas provenientes da Mata Atlântica.

70%

Quase da população brasileira dependem, em grande parte, da vegetação nativa, para ter qualidade de vida.

em João pessoa: Foram catalogadas > 581 espécies vegetais > 275 da fauna. > 20 espécies estão ameaçadas de extinção.

Fonte: PMJP/Seman e SOS Mata Atlântica

© 2012 infografiCORREIO Sergio Bilous

Área total: 128.898.971 hectares. Representa 98% da área estabelecida pela Lei da Mata Atlântica.


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Programa de reuso da água A mineradora Millenium inorganical Chemicals conseguiu reduzir em 15% a captação de água do Rio guajú com a implantação do Programa de Reuso de Água. Atualmente, a Millennium reusa de 100 % do efluente gerado na operação de forma direta e indireta. o aproveitamento de até 400m³/h das águas de processo das plantas fixas da mina se dá na separação do minério que se encontra misturado na areia.

Foto: DivulgAção MillEniuM inoRgAniCs ChEMiCAls

Menos de 1,5% da PB é protegida pelas ucs Unidade de Conservação (UC) é um espaço de território preservado para garantir a proteção e conservação dessas características naturais. Em algumas delas é permitido o uso sustentável e controlado.

Conforme informações do coordenador de Estudos Ambientais da Sudema, Jerônimo Villas-Bôas, para que haja a efetiva conservação dos biomas e serviços ambientais a eles associados, ao menos 10% de cada

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS (SUDEMA) NOME

PE Ferro Mata do Pau PE Mata do Xém-Xém PE Pico do Jabre

ÁREA (Ha) MUNICÍPIO

607 182 851

Areia Bayeux Maturéia e Mãe D’água 157,26 Araruna ---Cabedelo

PE Pedra da Boca PE Marinho de Areia Vermelha PE Mata de Jacarapé 380 PE Mata do Aratú 341 PE do Poeta e Repentista 419,51 J. de Oliveira MN Vale dos Dinossauros 40 RE Mata do Rio Vermelho 1.500 EE Pau Brasil 82 ÁRIE de Mata Goiamunduba 67 APA das Onças 36.000 APA de Tambaba 11.500

APA do Roncador APA do Cariri

6.113 18.560

APA Área de Proteção Ambiental ÁRIE Área de relevante interesse ecológico EE Estação Ecológica RESEX - Reserva Extrativista

BIOMA

Mata Atlântica Mata Atlântica Mata Atlântica Caatinga Corais

Mata Atlântica Mata Atlântica Florestal Semi-desidual Souza Caatinga Rio Tinto Mata Atlântica Mamanguape Mata Atlântica Bananeira Mata Atlântica S. João do Tigre Caatinga Conde, Mata Atlântica Alhandra e Pitimbu Bananeira e Semi-desidual Pirpitituba Cabaceiras Caatinga Boas Vista S. João do Cariri

bioma deveria estar protegido em Unidade de Conservação. Na Paraíba temos menos de 1,5% do Estado protegido. “Foi uma deliberação de um congresso da União Internacional para Conservação da

Natureza (IUCN), em 1992. Se levarmos em conta as unidades totalmente conservadas, onde não há qualquer tipo de uso, temos menos de 1% da área do Estado preservada, oficialmente”, esclarece Jerônimo.

“Serviços ambientais” para a sociedade, garantidos pelas UCs: Regulação do clima; manutenção do ciclo hidrológico natural, o que garante o fornecimento de água de qualidade para a população; produção de oxigênio e manutenção da qualidade do ar; prevenção da erosão do solo; abrigo para polinizadores; espaços turísticos e de lazer. Existem 34 Unidades de Conservação na Paraíba, incluindo as federais (6), estaduais (16), municipais e particulares (12). Foto: Antônio RonAlDo

João Pessoa João Pessoa C. Grande

REBIo - Reserva Biológica PE - Parque Estadual MN - Monumento natural RE - Reserva Ecológica

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS NOME

ÁREA (Ha)

MUNICÍPIO

BIOMA

APA Barra do Rio 14.917,55 Baía da Traição Marinho Costeiro Mamanguape ÁRIE Manguesais da 5.769,45 Marcação Marinho Costeiro Foz do Rio Mamanguape ÁRIE Vale dos 147,5 Sousa Caatinga Dinossauros Flora Restinga 116,83 Cabedelo Mata Atlântica de Cabedelo REBIO de Guaribas 4.051,62 Mamanguape Mata Atlântica RESEX Acaú-Goiana 6.676,69 Pitimbu Marinho Costeiro Goiana/PE © 2012 infografiCORREIO Sergio Bilous


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Recuperação de dunas e reflorestamento O programa de recuperação do meio ambiente desenvolvido pela Millenium inorganical Chemicals, na Paraíba, contabiliza mais de 1 milhão mudas plantadas em uma área de 412,23 hectares, desde 1991. Em 2011 a cobertura envolveu 60,5 mil mudas de vegetação nativa reinseridas em 22,86 hectares. Dez famílias da zona rural trabalham na produção de mudas nativas. São realizadas pesquisas nas quais as espécies locais são catalogadas e testadas quanto às suas potencialidades de adaptação e colonização nas áreas mineradas. O programa é reconhecido nacionalmente, inclusive pelo ibama. FOTO: DivUlGAçãO MillENiUM iNORGANiCS ChEMiCAlS

Engenheiro Diogo Cruz afirma que energia solar já é produzida em larga escala

Fontes renováveis de energia elétrica serão priorizadas O aumento da demanda de energia no Brasil até 2020 está estimado em torno de 47%, conforme o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2020). O Brasil já contratou 70% da energia elétrica necessária para atender este aumento. Os 30% restantes, que ainda precisam ser contratados, terão como origem prioritária as fontes renováveis, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Entre as fontes renováveis consideradas pelo PDE estão a energia eólica e a biomassa. Porém, conforme o engenheiro Diogo Azevedo Cruz, especializado em energia solar, os avanços em pesquisas nessa área demonstram que essa fonte deverá passar a ser considerada como alternativa na produção de energia. “As experiências em torno da produção de energia solar estão avançadas e hoje já dispomos de possibilidade de produção em larga

MoDELoS DE CoLEtorES

escala. Empresas estão desenvolvendo com sucesso centrais de energia solar fotovoltaica. Essa tecnologia permite a captação do raio de sol e sua conversão direta em energia”, explica Diogo Cruz. De acordo com o engenheiro, uma central de energia solar instalada em 85 hectares produz 70 MW de potência, o suficiente para gerar eletricidade para uma população correspondente ao Bairro de Tambaú. Energia limpa, renovável, livre da produção de resíduos e não agressiva à natureza. Essa mesma solução pode ser aplicada também particularmente, em residências, indústrias ou pontos comerciais. “Antes, nós contávamos com a energia solar apenas para aquecer a água, ou para executar projetos em indústrias. Agora, essa poderá ser a fonte de energia elétrica integral, em uma residência”, afirma Diogo.

Energia elétrica

M. DE CARvAlhO

4,7%

Será o aumento da demanda de energia elétrica, projetado até 2020 (para um crescimento da economia estimado ao ano, em média em 5% ao ano - PDE 2020).

Participação das hidrelétricas no fornecimento de energia Hoje

Até 2020

75%

67%

DE EnErgiA SoLAr

Projeto de energia solar fotovoltaica: Local: Espanha Tamanho do sistema: 2,3 MW Área total: 17.000m2 Toneladas de CO2 evitadas em 20 anos: 27.000 (equivalente a emissões de 3.900 veículos em um ano). Captação solar feita através de placas à base de silício.

Concentrador de energia solar em indústria Local: Recife Tamanho do sistema: 0,5 MW Área: 600 m² Produção: 750.000 kWh de energia por ano. Equivale ao consumo de 1.000 casas populares. Aplicação somente industrial. Fotos cedidas pela Elios Soluções Energéticas

Coletor térmico de baixa temperatura (aquecimento de água) Local: João Pessoa Prédio com 26 andares e 52 aptos Redução de 70% do consumo gás Equivale a 40.000 m² de floresta plantada por ano, quase 1.000 m² por apto. Economia anual dos 52 aptos de R$ 65.000 por ano.


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Bairro sustentável Em Estocolmo, na Suécia, o bairro “Hammarby” foi totalmente projetado visando a sustentabilidade. Está localizado numa antiga zona portuária e insalubre, onde indústrias contaminaram o solo. O deslocamento é feito à pé ou de bicicleta, não entram carros, a água da chuva é coletada a partir dos telhados dos prédios, aquecida por sistema solar e distribuída aos apartamentos. Cerca de 9 mil pessoas usam biogás produzindo numa usina próxima, a partir de material orgânico gerado pelos próprios moradores. FOtO: divulgaçãO EliOS SOluçõES EnErgétiCaS

FOtO: klEidE tEixEira

CONSTRuçãO CIvIL:

Consumidores despertam para construção de imóveis sustentáveis O interesse pela sustentabilidade na construção civil paraibana impressiona os ambientalistas, mas o incentivo vem do consumidor O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa, Irenaldo Quintans, ressalta a amplitude desse conceito: “Nesse setor, a sustentabilidade é tanto aplicada pela construtora durante a obra, quanto disponibilizada para o usuário final, através de projetos, possibilitando-o a terem uma rotina sustentável”. Como exemplo, Quintans cita aproveitamento da luz natural, re-

aproveitamento da água, utilização de matéria-prima certificada, entre outros. Não existe uma regra, nessa área, existem ideias. Algumas deram certo, são copiadas e acabam servindo como “um ótimo argumento de vendas”. A ambientalista Socorro Fernandes, presidente da Associação Paraibana dos Amigos da Natureza (Apan), atestou o interesse dos profissionais da construção civil pela sus-

NÚCLEO REGIONAL OESTE DA ENERGISA PARAÍBA EM PATOS

Como funciona um prédio administrativo sustentável O primeiro prédio sustentável na Paraíba foi construído pela Energisa, em Patos. As instalações foram projetadas observando padrões internacionais de sustentabilidade. Com isso, a empresa obteve certificação internacional. O conjunto foi erguido, em sua maior parte, com materiais renováveis, reutilizáveis e recicláveis, e com a maioria dos fornecedores localizados num raio de 800 km da obra. O segundo prédio erguido dentro dos mesmos padrões, em Campina Grande, foi inaugurado em 2011, e aguarda o processo de certificação.

tentabilidade: “Eu e alguns colegas participamos do Fórum Estadual de Engenharia Civil, no ano passado, e ficamos surpresos com a preocupação dos técnicos, no que diz respeito à conceitos e aplicações”. Contudo, Irenaldo afirma que “o maior incentivador da sustentabilidade não é outro senão o consumidor, que já começa a despertar para o tema, diferenciando o imóvel produzido de forma sustentável”.

Sensores infravermelhos de presença e lâmpadas PL com economia de até 22%.

Telhas termo acústicas, na cor branca, com alto índice de reflexão solar.

Empresas que não obedecem às leis, não recolhem tributos e não respeitam os direitos dos seus empregados, a meu ver, não podem ser chamadas de sustentáveis.”

(Irenaldo Quintans)

Uso de madeira com certificação de reflorestamento

Captação de água de chuva para uso em instalações sanitárias, irrigação de jardins; e reuso da água.

Tijolos cerâmicoprensados maciços.

Cercas com metal reciclado.

Piso do terreno permeável.

Vagas solidárias reservadas para os motoristas que dão carona. Minimiza as emissões de CO².

Vidros laminados, com baixo fator solar.

Brise-soleil diminui a incidência do sol na parede, baixando a temperatura interna. © 2012 infografiCORREIO Sergio Bilous

A Energisa Paraiba obteve a certificação LEED® - NC (Leadership in Energy and Environmental Design – New Constuction), nível Prata


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Coletores de lixo subterrâneo Em Lugano, na Suíça, o engenheiro Diogo Azevedo Cruz, conheceu um sistema de coletores de lixo subterrâneo. Os detritos são coletados em uma grande caixa embaixo da terra, sem cheiro e evitando que pessoas mexam no lixo. No Brasil, a cidade de Paulínia (SP), construiu um sistema parecido e, em Brasília, está sendo implementado um projeto deste tipo. fOtO: ArquivO PESSOAL DiOgO Cruz

Certificação garante diferencial Em janeiro deste ano, a Gráfica JB obteve o certificado FSC. “É uma certificação de papel de origem controlada, a qual atesta que o papel que usamos para impressões é totalmente sustentável, ao longo de toda sua cadeia de produção”, explica Sérgio Baptista, diretor de Negócios. O processo de implementação na empresa envolveu todos os funcionários e durou quase um ano. “Foi um tempo de reaprendizado para todos. Passamos por diversos treinamentos e estamos sensibili-

zados pela causa”, disse Sérgio Baptista. O diretor mencionou também que agora, os clientes tem à disposição a garantia de estarem adquirindo um produto que contribui para a manutenção do planeta. “E não haverá modificações no preço final, ara o cliente. É um diferencial da empresa”, destaca Sérgio. A Gráfica JB irá completar 30 anos, no próximo ano e atua praticamente em todo Nordeste e está entre as maiores gráficas planas do país. fOtO: DivuLgAçãO gráfiCA JB

Selos são um meio de valorizar as formas produtivas sustentáveis. O conceito nesta área surgiu no início da década de 1990. FSC Foi criado em 1993, por um grupo internacional de empresários e organizações sociais e ambientais. Estabelece princípios universais para garantir o bom manejo florestal. (Forest Stewardship Council). Procel Na mesma época, no Brasil, foi instituído pelo governo federal o selo Procel, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética, com o objetivo de orientar o consumidor na hora da compra. O selo Procel tem diversos subprogramas, entre eles, o Procel Edifica (Eficiência Energética em Edificações). Selo SustentaX Surgiu com o propósito de identificar e atestar aos consumidores os produtos sustentáveis. LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) No Brasil ele vem sendo chamado de “Selo Verde”. Atesta que empreendimentos levaram em conta o espaço, a eficiência energética, o uso racional da água, qualidade ambiental interna e materiais. É aceito internacionalmente.

Produção aumenta depois que os colaboradores participam de treinamento, no processo de certificação


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