Rochas & Equipamentos N. 104

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Rochas & Equipamentos | 2º Trimestre 2012 | Nº 104 | Preço: € 8.00

Global Stone Congress 2012 Residencial Vila Vilarinho Pedreira Protege História da Vida Na Terra


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REVISTA DA INDÚSTRIA DA PEDRA NATURAL NATURAL STONE INDUSTRY MAGAZINE PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL Nº 104 - 26º ANO 2º TRIMESTRE 2012 DIRECTOR NUNO HENRIQUES C.I.P. Nº 2414 nuno@rochas.info

Rochas & Equipamentos | 2º Trimestre 2012 | Nº 104 | Preço: € 8.00

PROPRIEDADE COMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA. NIPC - Nº 502 102 152 EDITORES: COMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA.

Empresa Jornalística Registada no Instituto de Comunicação Social nº 223679 Global Stone Congress 2012 Residencial Vila Vilarinho Pedreira Protege História da Vida Na Terra

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CAPA: Capa - Trilobite de Canelas Foto por Nuno Esteves Henriques EDITOR EXECUTIVO: NUNO ESTEVES HENRIQUES DESIGN E PRODUÇÃO: JOÃO MORAIS DIR. ADMINISTRATIVA: M. JOSÉ SOROMENHO REDACÇÃO: MANUELA MARTINS DEP. COMUNICAÇÃO E ASSINATURAS: M. JOSÉ SOROMENHO IMPRESSÃO: ETIGRAFE - Artes Gráficas, Lda. PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA: COMÉDIL, LDA. ASSINATURA ANUAL: PORTUGAL: 32 Euros

ADMINISTRAÇÃO, REDACÇÃO E PUBLICIDADE: Rua das Enfermeiras da Grande Guerra, 14-A 1170 - 119 LISBOA - PORTUGAL Telef.: + 351 21 812 37 53 | Fax: + 351 21 814 19 00 E-mail: rochas@rochas.info www.rochas.info ROCHAS&EQUIPAMENTOS E A SUA DIRECÇÃO EDITORIAL PODERÃO NÃO CONCORDAR NECESSARIAMENTE COM TODAS AS OPINIÕES EXPRESSAS PELOS AUTORES DOS ARTIGOS PUBLICADOS OU POR AFIRMAÇÕES EXPRESSAS EM ENTREVISTAS, COMO NÃO SE RESPONSABILIZA POR POSSÍVEIS ERROS, OMISSÕES E INEXACTIDÕES QUE POSSAM EVENTUALMENTE EXISTIR. ROCHAS&EQUIPAMENTOS NÃO É PROPRIEDADE DE NENHUMA ASSOCIAÇÃO SECTORIAL. DISTRIBUIÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL: EMPRESAS EXTRACTORAS E TRANSFORMADORAS DO SECTOR DA PEDRA NATURAL, FABRICANTES E REPRESENTANTES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, ABRASIVOS, FERRAMENTAS DIAMANTADAS, ACESSÓRIOS, ARQUITECTOS, CONSTRUTORES, DESIGNERS, ENGENHEIROS, GEÓLOGOS, EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO E SERVIÇOS, ENTIDADES OFICIAIS, ENTIDADES BANCÁRIAS, UNIVERSIDADES, INSTITUTOS E FEIRAS SECTORIAIS. PREÇO: 8,00 € DEP. LEGAL Nº 40622/90 REGISTADO NO I.C.S. Nº 108 066 ROCHAS & EQUIPAMENTOS É MEMBRO DAS ASSOCIAÇÕES JORNALÍSTICAS:

TIRAGEM: 3000 Ex. COLABORADORES A. Casal Moura Octávio Rabaçal Martins Victor Lamberto Hélder Martins Tiago Silva CORRESPONDENTES: Brian Robert Gurteen - Alemanha Cid Chiodi Filho - Brasil Manuel Santos Guedes - Portugal Paulo Flório Giafarov - Brasil Sérgio Pimenta - Bélgica

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BÉLGICA


Sumário Summary Editorial Editorial

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Empresas Companies

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ENTREVISTA Enterview

PORTUGAL TEM UM ATIVO HISTÓRICO PARA RENTABILIZAR Estudos Studies

CONDOMÍNIO DE LUXO USA PEDRA NATURAL PREFIRO OS MATERIAIS AUTÊNTICOS A PEDRA REDUZ A NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO GRAÇA VITERBO

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XIAMEN STONE FAIR 2012

O CONTRIBUTO DO DESIGN ÀS EMPRESAS DO SECTOR DA TRANSFORMAÇÃO DE PEDRA NATURAL, NO PROCESSO DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS COMPETITIVOS Feiras & Congressos Fairs & Congresses

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GLOBAL STONE CONGRESS 2012 EXPERIÊNCIA ENRIQUECEDORA PARA A ACADEMIA E PARA A INDÚSTRIA

Mercados Markets

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SOUTO DE MOURA RECEBE PRÉMIO PERSONALIDADE DO ANO DA ASSOCIAÇÃO DA IMPRENSA ESTRANGEIRA NOVA ROCHA ATRAI ARQUITETOS E DESIGNERS EUROGRANIPEX LANÇA PRODUTO INOVADOR SETOR EXTRATIVO EXPORTA MIL MILHÕES DE EUROS EXPORTAÇÕES 2012

PEDREIRA PROTEGE HISTÓRIA DA VIDA NA TERRA

VITÓRIA STONE FAIR 2012

EQUIPAMENTO INOVADOR REVOLUCIONA CORTE NA PEDREIRA

MISSÃO EMPRESARIAL LUSO-BRASILEIRA ROCHAS & EQUIPAMENTOS


Editorial Editorial Caros leitores, Que 2012 não ia ser uma pera doce, todos nós sabíamos. De fato, 2012 que para alguns seguidores do calendário Maia, é o último ano de uma era, não tem sido nada fácil para quem vive e trabalha neste paraíso à beira mar plantado. Subjugado pelos mercados e seus intervenientes, Portugal assiste a uma parada demagógica e irresponsável dos seus governantes. Letárgico, o país suspira por D. Sebastião. Mas o nevoeiro, não vai trazer nenhum D. Sebastião, mas sim, chineses, angolanos e brasileiros. Criando um novo paradigma nacional e um novo processo de gestão. Contudo podemos esperar que o produto final seja do agrado geral. Bem gerido chegamos lá... Eu sei, a parte do bem gerido, é complicada. Mas se o país não tem uma estratégia para os próximos 20 anos, o setor da pedra natural tem. Não a estratégia oficial, que continuamos à espera, mas a que o mercado ditou e a grande parte dos operadores compreendeu: Profissionalizar, Inovar, Qualificar e Internacionalizar. É neste contexto, que um grande número de pessoas e entidades resolvem andar para a frente. E é destes, caros leitores, que eu gosto! A Rochas & Equipamentos na sua gestão GALO* de 26 anos; acompanha, promove, relata e informa o que de melhor se faz. E neste número não seremos diferentes. Por isso, continuamos a olhar para Timor, pois será sem dúvida, um mercado de interesse. Gostaríamos, assim como eles, de ter parcerias Luso-Timorenses no futuro. Nesse sentido, podemos contar com o apoio do Professor Luís Lopes, que tem sido um verdadeiro embaixador do setor e um dos organizadores do maior congresso de recursos geológicos em Timor. O Global Stone Congress é um dos mais importantes congressos mundiais de pedra natural. E este ano será organizado em Portugal, por portugueses. Para explicar melhor a importância deste congresso, fomos falar com dois dos mais prestigiados académicos ligados ao setor. A Residencial Vila Vilarinha é um exemplo de topo em habitação residencial onde a pedra natural é um elemento de destaque. Seja ela no gosto purista e experiente do arquiteto Pedro Guimarães, ou na inquestionável classe da designer Graça Viterbo. Fomos ainda a Canelas ver uma exploração de ardósia. Uma pedra que está presente nas lojas da Cartier em todo o globo e contém as maiores Trilobites do mundo, preservadas e catalogadas por António Valério. Que durante um dia, nos levou a um passado com mais de 200 milhões de anos. Boa leitura, Nuno Esteves Henriques nuno@rochas.info

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* GALO: Gestão Andando de um lado para o Outro (Expressão usada por Leonardo Jardim sobre o seu tratamento direto com os intervenientes)

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Obras -Residencial Vila Vilarinha-

Condomínio de Luxo Usa Pedra Natural

O empreendimento residencial Vila Vilarinha, perto do Parque da Cidade, no Porto, é constituído por 35 moradias. Todas as casas têm 5 suites e duas salas de estar/jantar, independentes. O revestimento de interiores e acabamentos da maior parte das moradias (1ª fase) esteve a cargo da designer de interiores Graça Viterbo que escolheu pedra natural para o revestimento dos WC. Nalgumas situações houve uma harmoniosa conjugação entre a pedra natural e a cerâmica. A pedra para as casas de banho foi toda fornecida e transformada pelo Grupo Galrão. O mármore branco, Trigrashes, é proveniente da pedreira da empresa, em Estremoz. O travertino, foi adquirido em Itália e

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transformado pela empresa, o mesmo acontecendo com a ardósia de Valongo que foi adquirida pelo Grupo, em bloco, e transformada nas instalações da empresa em Pero Pinheiro. As fachadas exteriores estão todas revestidas a granito. O projeto é do arquiteto Pedro Torres Guimarães. O empreendimento habitacional, localizado na Rua da Vilarinha, representa um investimento global de 15 milhões de euros, com as casas a apresentarem valores de venda a partir dos 600 mil euros, ou 1500 euros/m2. As moradias receberam a classificação de A+, a mais elevada classificação prevista no Sistema Nacional de Certificação Energética de Edifícios.


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Obras

Prefiro Os Materiais Autênticos Pedro Guimarães Arquiteto do Condomínio Vila Vilarinha, no Porto

A pedra e a madeira são os materiais que há mais tempo são utilizados na construção. A durabilidade da pedra, a sua resistência às intempéries e os efeitos estéticos que a mesma pode proporcionar colocam este material natural entre os que têm mais capacidades para continuar a desempenhar um papel milenar. Tanto mais, que as técnicas e as ferramentas para a trabalhar tiveram uma evolução significativa nas últimas décadas, o que ajuda à sua atual maior utilização. Outra das vantagens da pedra é a evolução ao longo da sua vida, que normalmente resiste muito bem ao tempo, e envelhece ainda melhor, o que muitas das vezes até origina polémicas acerca da conveniência, ou não, de limpeza. Embora se fale genericamente de pedra, nem todos os tipos de pedra são os mais indicados para revestimento exterior, ou por uma maior porosidade, ou por ser demasiado macia, sendo o granito talvez a pedra que mais é utilizada em revestimentos exteriores. Como arquiteto, gosto pouco de imitações, daí o dar preferência a materiais autênticos. Por outro lado, e

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embora já tenha utilizado materiais inovadores noutros projetos, tenho por norma e por experiência que a qualidade do material só se vê com o tempo. E a utilização dum material novo e inovador, por mais garantias que sejam dadas não me oferece a confiança dum granito milenário. Assim, na Vila Vilarinha a escolha para as fachadas recaiu no granito amarelo de Alpendurada, aplicado em placagem com 6 cms de espessura e em peças de 60 cms x 40 cms, colocadas na horizontal. Panos de granito que contrastam com grandes envidraçados onde se utilizou perfis Shucco, compatíveis com a nobreza da fachada. Os restantes materiais utilizados nas fachadas estão ao nível da qualidade do granito (alucobond e aço inox). E obviamente que os materiais interiores, onde também foram utilizados outros revestimentos de pedras ornamentais, acompanham a qualidade do exterior, o que ajudou a tornar este empreendimento num case study comercial numa fase tão difícil da vida nacional. Pedro Guimarães, arq.


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Obras

A Pedra Reduz a Necessidade de Manutenção Paulo Martins é sócio gerente da Lagoazende, a empresa promotora do condomínio Vila Vilarinha no Porto. O que distingue este condomínio de tantos outros no Porto? A sua localização privilegiada, dada a sua proximidade ao centro da cidade, praia, hospitais, escolas, parque da cidade, aliada à qualidade dos acabamentos. Falamos de moradias individuais, de tipologia T5, com elevador e piscina, dotadas de equipamentos únicos, como o sistema de renovação de ar, o piso radiante para aquecimento e arrefecimento, a bomba de calor, painéis solares, a domótica, etc, resultando numa casa funcional e económica. Como têm decorrido as vendas? Qual é a percentagem já vendida? A Lagoazende, promotora deste empreendimento, dividiu-o em duas fases distintas. Uma primeira fase, que ficou a cargo do Atelier Graça Viterbo, que desenvolveu um projecto conceção/execução com o ajuste do layout de arquitetura e definição de todos os materiais de revestimento, interiores e exteriores. Cada espaço foi trabalhado a pensar no utilizador final. Das 19 moradias deste fase já construídas, 17 encontram-se vendidas, estando 2 em comercialização. Numa segunda fase, com 10 moradias, desenvolvida nos mesmos moldes, agora pelo designer de interiores Paulo Lobo, com 4 moradias em construção, três já comercializadas, estando previsto o início de construção das restantes seis, para o mês de Junho de 2012. Qual é o perfil do comprador? Dadas as caraterísticas morfológicas das moradias, moradias t5, o cliente alvo acaba por ser o agregado familiar de 5 a 6 pessoas, que privilegia a localização e o conforto, enquadrando-se num segmento médio/ alto.

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É uma construção cuja fachada está revestida a pedra natural tendo também alguma pedra no interior, designadamente nas casas de banho e no hall de entrada. Na sua opinião qual é a mais-valia que a pedra natural aporta à decoração de interiores e à qualidade da construção? A pedra sempre foi a base da construção, mas com o evoluir dos tempos, deixou a sua função estrutural, e passou a ser mais um elemento decorativo. Aqui, a aplicação no exterior deveu-se à necessidade de tornar estas casas confortáveis e eficientes a nível energético, sem perder a sua identidade, e claro de manutenção reduzida. Optou-se pela fachada ventilada, constituída por placas de granito amarelo, grampeadas. No interior a aplicação de pedra natural, acabou por dar qualidade aos espaços, quer ao nível do design, quer ao nível da manutenção. O padrão da pedra natural nunca se repete, e isso torna cada espaço onde é aplicado, único . As casas da Boavista do arquiteto Siza Vieira também têm pedra natural? Em que fase está este projeto, que é também promovido pela Lagoazende? Neste projeto o arquiteto Siza Vieira também optou por dar relevância à aplicação de pedra natural. Todas as zonas de circulação exteriores, revestimento da piscina e sua envolvente possuem pedra, cinza alpalhâo. Este projeto, que é único, é constituído por quatro moradias individualizadas T5, e encontra-se na fase final de construção, estando duas já vendidas.


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Graça Viterbo fez a decoração de interiores da moradia modelo e escolheu os materiais de revestimento interior da 1ª fase do condomínio Vila Vilarinha Graça Viterbo à Revista Rochas e Equipamentos:

“A mais valia que traz a pedra natural num espaço interior é sobretudo a qualidade que dá ao ambiente e o que a nobreza desse material pode valorizá-lo. Desde o xisto rustico ao mármore sofisticado, usado tanto como revestimento mural como em pavimento com esteriotomia mais ou menos trabalhada, a pedra, alem de valorizar, personaliza e torna única a decoração de interiores onde está inserida”.

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Empresas

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-Ard贸sias Val茅rio e Figueiredo-

Pedreira Protege Hist贸ria da Vida na Terra

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Empresas Companies É um caso exemplar de promoção cívica da ciência, da investigação, do turismo e do desenvolvimento regional, feito por uma empresa da indústria extrativa. Foi graças às escavações realizadas na “pedreira do Valério” e à cooperação da empresa concessionária da mesma, a Ardósias Valério e Figueiredo Ld.ª, que saíram e estão a ser preservados os maiores exemplares de fósseis referenciados de trilobites do mundo: animais marinhos fossilizados, anteriores aos dinossauros, com mais de 460 milhões de anos, que habitavam e dominavam os mares, numa altura em que a Terra era estéril e ainda não existiam plantas. Este valioso património paleontológico tem já projeção internacional e o seu estudo permite obter informações de grande relevância respeitantes à evolução da vida na Terra o que contribuiu para a classificação, pela Unesco, do concelho de Arouca, na categoria de geoparque. O Centro de Interpretação Geológica de Canelas (CIG), onde está integrado o museu que alberga os fósseis, figura também entre os exemplos do programa “Leader +”. Este guia de boas práticas de iniciativa comunitária, recentemente publicado, elege exemplos de quinze países europeus, destacando projetos de índole cultural e social, orientados para o desenvolvimento sustentável dos territórios e para a melhoria da qualidade de vida das populações. O CIG foi inaugurado em Julho de 2006 e é reconhecido publicamente como a concretização de um sonho do sócio gerente da empresa, Manuel Valério de Figueiredo que avançou para a construção da infraestrutura contando com o apoio da própria empresa e da associação de Desenvolvimento Rural Integrado das serras do Montemuro, Arada e Gralheira (ADRIMAG). Quase cinco anos volvidos desde a inauguração o espaço já recebeu a visita de quarenta mil estudantes, várias excursões científicas, congressos nacionais e internacionais e proporcionou a realização de várias publicações, artigos científicos, teses de mestrado e doutoramento. Além de ser o melhor cartão-de-visita da empresa louseira o CIG é, também, a montra que coloca o concelho de Arouca no mapa turístico. Ao Centro, já foi atribuído, pela Rota da Luz, o Prémio “Mérito Turístico “ (2007) que visa reconhecer e dar visibilidade aos equipamentos, instituições e ao sector empresarial dinamizador de ações empreendedoras na ótica do desenvolvimento turístico regional. Este é um exemplo, inequívoco,

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da responsabilidade social de uma empresa que, voluntariamente, protege património histórico-natural excecional, de interesse universal. “Foi afastada qualquer ideia que pudesse inviabilizar um projeto meramente familiar, tendo-nos mobilizado o objetivo de que era mais útil fazer algo, ainda que modesto, do que permanecer à espera de promessas sempre adiadas, apostando numa obra construída por etapas, sendo esta a primeira” afirma Manuel Valério, referindo-se à construção do CIG. O projeto, da autoria de Óscar Valério, compreende três edifícios- receção, sala de exposição e auditório – evidenciando, simbolicamente, a anatomia tripartida das trilobites, o primeiro animal na Terra a individualizar três partes no corpo: cabeça, tronco e cauda. Não é por acaso que as trilobites aparecem numa pedreira de lousas. A ardósia, xisto negro e fino, teve a sua origem em sedimentos que se acumularam em camadas no fundo do mar, tendo, assim, ficado resguardado no seu interior os vestígios da fauna que nele habitava há cerca de 465 milhões de anos. Acresce que os xistos explorados nas louseiras de Canelas pertencem à denominada Formação Valongo, uma das regiões consagradas em Portugal pela riqueza geológica que ostenta. Manuel Valério considera que a riqueza científica da “descoberta” destes fósseis não se esgota no tamanho: “As numerosas concentrações de animais que têm sido encontradas num espaço restrito permitem aferir novos dados comportamentais sobre estes animais, ou seja, a confirmação de que teriam já comportamentos gregários, abrindo assim amplos horizontes à investigação”, afirma. Os primeiros fósseis de Canelas terão sido encontrados quando se extraíram as primeiras lousas neste local, há quase 200 anos (em 1820).Ainda no século XIX há registos de recolha de fósseis efetuada pelo paleontólogo português Nery Delgado, posteriormente observados por Décio Thadeu que se deslocou a Canelas em 1953, publicando um pioneiro estudo paleontológico sobre os fósseis da Canelas (1956). Nessa época a louseira de Canelas era já explorada pelo avô do atual empresário. Entre várias vicissitudes a exploração esteve encerrada durante duas

O Que São Trilobites As trilobites foram um dos mais bem-sucedidos grupos de organismos desde o início da vida na Terra. A sua evolução foi marcada por numerosos avanços e recuos durante os cerca de 300 milhões de anos do seu registo na história do planeta. Apareceram abruptamente na parte inferior do Período Câmbrico (com início há cerca de 550 milhões de anos), tendo-se extinguido no final do Período Pérmico (há cerca de 230 milhões de anos), o último período da Era Paleozoica. As trilobites marcaram o início e o fim desta importante e longa era, em que todos os animais e plantas viviam no mar. Estão classificadas como artrópodes (invertebrados que possuem um exoesqueleto rígido e vários pares de apêndices articulados, cujo número varia de acordo com as classes) e o seu corpo divide-se em 3 partes: um cefalão (cabeça), um tórax (tronco) e um pigídio (cauda). Cada uma destas partes era composta por 3 lobos, um central e 2 laterais, daí o nome de trilobites. Pensa-se que a respiração se fizesse por guelras, localizadas num dos 2 ramos de cada uma das patas. O tórax era formado por segmentos articulados em número variável, o que permite o enrolamento da carapaça numa reação instintiva de defesa, similar à dos bichos-de-conta atuais. O sistema visual das trilobites era muito desenvolvido. Os seus olhos fossilizavam com facilidade pois eram compostos por inúmeras lentes de calcite cristalina. Durante o crescimento, as trilobites, tal como outros artrópodes, levavam a cabo várias mudas periódicas das carapaças, deixando no fundo do mar os exoesqueletos antigos e segregando novos em sua substituição. Por isso, na atualidade, a maioria dos fósseis de trilobites representam carapaças abandonadas e não trilobites completas.

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décadas, até 1988, ano em que os pais de Manuel Valério decidiram retomar a exploração, em conjunto com os dois filhos.”Com o recomeço dos trabalhos foi impressionante rever os fósseis, iguais aos que levávamos para a escola, nos finais dos anos setenta, para presentear os professores”, relembra. “Recordo perfeitamente os exemplares perfilados no canto da casa do guarda, em várias camadas, porque já os nossos pais e avós os encaravam como algo enigmático, um tesouro por identificar. Não resistiam à tentação de os guardar, facilmente os oferecendo a qualquer forasteiro como presente ocasional”. Com a mecanização da extração e o aumento da produtividade começaram a aparecer com mais frequência vestígios fósseis. “O aparecimento em grande quantidade de peças únicas levou-nos a fazer exposições com os fósseis encontrados e tivemos o apoio e esclarecimento de geólogos que nos incentivaram a preservá-los como mais-valia científica e para a região, culminando com a criação do centro interpretativo”. Até 1995 a empresa cresceu lentamente, em consonância com o ritmo de procura típico de um mercado essencialmente regional. As primeiras exportações para a Alemanha e outros países europeus iniciaram o ciclo de internacionalização, que culminou em 1997 com a adjudicação de fornecimentos regulares à multinacional Cartier, conhecida marca de joias e de relojoaria, que durante 4 anos remodelou as fachadas das suas lojas espalhadas por todo o mundo com ardósia de Canelas. Atualmente a empresa emprega 26 funcionários, 4 na pedreira e os restantes na unidade de transformação e exporta cerca de 40% do material produzido, com

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destaque para diversos países da União Europeia e o Japão. O ano 2008 foi o segundo melhor em faturação. E se no século passado as lousas eram quase exclusivamente usadas em telhados atualmente as lousas para pavimentos constituem a maior parte da produção, logo seguida dos revestimentos de fachadas. Uma das obras mais recentes fornecidas pela louseira de Canelas foi o Hospital privado de Alfena recentemente inaugurado (em Janeiro). Manuel Valério reconhece que houve uma quebra na produção provocada pela crise que se vive no setor da construção. Com 100 hectares de área as estimativas apontam para se poder continuar a extrair lousa durante mais 50 anos. “ O maior problema da produção desta pedra, além da fracturação, são os desperdícios, que representam 90% do material extraído. Apenas 10% vão para a transformação e desses apenas aproveitamos 5%. A maior parte dos resíduos vai para a escombreira”, considera o empresário.“O buraco da pedreira é hoje uma das principais atracões dos visitantes. Todos o apreciam e não o encaram como prejudicial ao ambiente, pois além de ser o viveiro das trilobites está muito camuflado na paisagem”. A importância dos fósseis desta jazida foi oficialmente reconhecida em 1999 com a inclusão de uma trilobite no brasão da freguesia de Canelas o que constitui uma das raras representações de fósseis em heráldicas, em todo o mundo. Com tantos atributos e com o reconhecimento municipal desta empresa “é absurdo que o regulamento de construção da região limite o uso de ardósia. Ou seja, para poder colocar um telhado em ardósia é necessário que haja outro num raio de 50 metros!”


A Trilobite Mais Preciosa de Canelas POR MANUEL VALÉRIO DE FIGUEIREDO*

Dia 27 de Janeiro de 2011, oito horas da manhã. Mal o barulho ensurdecedor das máquinas industriais irrompe, um novo dia de trabalho arranca nas Louseiras de Canelas. Assim recomeça a sinfonia diária que caracteriza a rotina de transformar rochas brutas em lâminas finas que resolvem eficazmente algumas das necessidades básicas do ser humano um pouco por todo o mundo. Rapidamente recebi o recado dos maquinistas, os escavadores da louseira, para me deslocar ao seu interior pois novos achados fósseis deveriam ser vistos e recolhidos com urgência. O meu coração num instante acelerou de forma descontrolada, saltei energicamente para o trator nesta manhã fustigada por um frio polar, segui em marcha acelerada na direção da cratera, na minha mente fértil surgindo imagens coloridas de fósseis sonhados, desejados. O trajeto parecia interminável, o vento norte gelado vergava os pinheiros da berma do caminho, parecendo anunciar tempestade. No momento da chegada, já no local de destino, irromperam também uns míseros flocos de neve como que anunciando um acontecimento que se revelaria extraordinário. Observada de relance a parte exposta do fóssil, logo adivinhámos um momento “único”, um exemplar gigante, ao que tudo indica semi-completo da espécie mítica de Canelas, Hungioides bohemicus arouquensis. Carregando o trator como se de um tesouro se tratasse, lentamente retomámos a marcha de regresso á unidade de transformação, onde iremos executar a melindrosa operação de descobrir a parte ainda coberta. Condicionava esta operação delicada o fato de a rocha de suporte estar visivelmente fracturada.

Era meio-dia quando, acompanhado de ferramentas apropriadas, enceno de forma singular o golpe final, partilhando como sempre com a minha máquina fotográfica o momento de um novo renascimento. Mais uma vez um acontecimento épico, diria sublime, acontece com o surgir do interior destas camadas de rocha, afirmativo como nunca, de um perfeito representante da fauna mais genuína da Louseira de Canelas. Como que fulminado o meu pensamento recua mais de cinquenta anos e evoco com toda a emoção um senhor, que não tive o privilégio de conhecer em vida, o professor Décio Thadeu, o pai da paleontologia em Canelas. Quando visitou pela primeira vez a louseira na companhia de Carlos Teixeira (outro senhor da geologia portuguesa), também terá sido fulminado pelo cenário e pelos fósseis que pôde observar, alguns nunca antes descritos em Portugal, outros inéditos em todo o Sudoeste da Europa. Também por ser português o seu trabalho paleontológico publicado em 1956 sobre os fósseis de Canelas foi e será sempre uma referência no estudo das rochas paleozoicas a sul do Douro. Em Canelas, referiu de forma óbvia o gigantismo de algumas espécies, entre essas uma seria uma nova subespécie regional, que batizou de forma despretensiosa de Hungioides bhoemicus arouquensis, como forma de homenagear a região de Arouca. (….) Esta será para mim a mais importante trilobite de Canelas, sendo também o símbolo do Centro de Interpretação Geológica, a única trilobite até ao momento apelidada de “Arouquensis”. Admiro sempre a vertente regionalista. Sabendo todos nós que os cientistas podem batizar novas espécies, não deixa de ser caricato quando lhe dão por vezes o nome da esposa ou do marido, dos filhos ou dos netos. Outros, submissos, apelidam-nas com o nome pessoal de superiores hierárquicos a quem devem favores, esquecendo a importância primordial e patriótica de referenciar a região ou o país de origem. Caro Professor Décio Thadeu, um dia terá em Arouca uma verdadeira homenagem, talvez escrita de forma singular, mesmo ao lado deste precioso exemplar de trilobite que ousaste apelidar com o nome da terra que viu nascer os arouquenses. * In Trilobites de Canelas – Duas Décadas de vivências por entre ardósias e trilobites gigantes.

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Empresas Companies -Fantini Em Portugal-

Equipamento Inovador Revoluciona Corte na Pedreira É uma motoserra que tem a versatilidade de andar sobre rodas, pois está fixada num tractor (modelo JCB). É operado por uma única pessoa, move-se com rapidez, não precisa de pessoal auxiliar e trabalha sem água, o que torna muito mais prático e limpo o trabalho na pedreira. Falamos do sistema de corte com a patente Fantini, que já é comercializado em Portugal pela GPA, Lda. A inovação do equipamento reside no fato de a unidade de corte estar acopulada a um trator o que lhe confere mais agilidade e rapidez no corte da pedra na parede ou em qualquer outra zona de trabalho da pedreira.

O equipamento tem capacidade para proceder a cortes frontais verticais em pedras duras e/ou abrasivas, exceto no granito. Este sistema de corte reduz os tempos mortos subjacentes aos métodos de trabalho tradicionais que implicam o transporte do bloco para a zona da pedreira onde está a lâmina de corte ou o equipamento de fio diamantado. O trator equipado com a motosserra consegue alcançar blocos que estão a ser extraídos da bancada da pedreira sem necessidade de grandes movimentos. Uma vez posicionado em frente ao bloco de pedra o equipamento Fantini consegue executar cortes verticais frontais até 3 metros de profundidade. Uma guia horizontal (de 2 metros) permite colocar rápidamente a lâmina na posição de corte escolhida. A grande versatilidade deste sistema permite realizar os cortes verticais diretamente nas bancadas da pedreira (com uma altura máxima de 3,5m) evitando intercetar as fraturas expostas e comprometer os bons blocos e otimizar os tempos de trabalho. O equipamento tem ainda a vantagem de ser de fácil manuseamento e aprendizagem acessível a qualquer trabalhador.

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Comércio e Manutenção Industrial, Lda.

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Entrevista -Timor Leste-

Portugal Tem um Ativo Histórico Para Rentabilizar Luís Lopes foi um dos organizadores do 1º Congresso Internacional de Geologia de Timor Leste que se realizou no início deste ano, de 16 a 20 de Janeiro em Dili. Considera que Portugal deveria colaborar mais ativamente com Timor, através do know-how dos serviços governamentais portugueses, na exploração dos recursos geológicos deste país. Fez doutoramento em Geologia na Universidade de Évora, onde leciona, entre várias cadeiras, a disciplina de Rochas Industriais e Ornamentais. Orienta várias teses de mestrado na Universidade de Timor. É vogal do Comité Científico da 4ª edição do Global Stone Congress.

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Parte do grupo participante na visita de campo. (Prof. Luís Lopes, primeiro da esquerda).

Universidade de Évora, designadamente o Departamento de Geociências, foi coorganizador do 1º Congresso Internacional de Geologia de Timor Leste que se realizou em Dili. Que balanço faz deste congresso? De que forma é que se concretizou a participação portuguesa? Efectivamente o 1º COGETIL foi organizado por nós (DGUE- Departamento de Geologia da Universidade de Évora), pela Secretaria de Estado dos Recursos Naturais de Timor Leste (SERN) e pela Universidade Nacional de Timor Leste (UNTL). A equipa portuguesa era constituída por mim e pelos professores Pedro Nogueira (coordenador), Rui Dias, Alexandre Araújo e Domingos Rodrigues, este da Universidade da Madeira, e ainda pela Dr.ª Dália Cristóvão responsável

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pela composição e design gráfico do livro de actas do congresso. Também e desde a primeira hora as companhias de petróleo Conoco-Philips, Woodside, Shell e Osaka Gas Group, se associaram. As duas primeiras responsabilizaram-se inclusivamente por toda a logística, almoços e coffee-breaks, etc. Coube-nos essencialmente a coordenação científica do evento, a realização da exposição sobre a Geologia de Timor Leste e muito apoio na logística. Enfim, no final, ficámos com uma sensação de dever bem cumprido. O resultado não poderia ter sido melhor! A vários níveis. Por exemplo, antes do congresso já tínhamos 80 interessados na licenciatura em Geologia e Petróleo que o DGUE está a coordenar na UNTL. Depois do congresso o número


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Entrevista

de interessados aumentou para 250… o que nos obrigou a uma seleção mais difícil e morosa, mas tudo correu bem e a licenciatura já está em funcionamento. Ramos Horta, Aurélio Guterres e Alfredo Pires

Carlos Brauman, Aurélio Guterres, Alfredo Pires e Ramos Horta

Uma ala

Uma das fotos de grupo no final do congresso

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Só por si o número total de participantes, 1200, é impressionante. Destes cerca de 200 eram estrangeiros, estando representadas uma dezena de nacionalidades com destaque para os portugueses, australianos, sul coreanos e ingleses. Os 1200 participantes devem-se ao facto da SERN ter aberto o congresso à população em geral. Vários chefes de Suco e de aldeia estiveram presentes mas foram essencialmente os estudantes finalistas do ensino secundário que marcaram presença. Um aspecto deveras positivo que quero realçar, num país marcadamente patriarca em que a mulher ainda é relegada para segundo plano, foi a participação feminina, ao nível da masculina, tanto em número como nas intervenções nos períodos de debate de todo o congresso. Este é outro aspecto que nos surpreendeu positivamente, os timorenses realmente interessam-se pela sua terra e gostam de estar esclarecidos e saber o que se passa. Algo exuberantes em fazer ver o seu ponto de vista, questionaram praticamente todos os oradores de forma entusiasta além de que na sua grande maioria assistiram estoicamente a todas as comunicações. A disposição em “T” da sala de conferências e os adequados sistemas de som e imagem também contribuíram para o sucesso do congresso com tão elevado número de participantes.


Uma questão importante relacionava-se com a comunicação, o congresso tinha quatro línguas oficiais (português, inglês, tetun e bash (indonésio); a maior parte das comunicações foram apresentadas em inglês e português com tradução simultânea em tetun. Outras, proferidas em português ou tetun, eram acompanhadas por powerpoints em inglês. Pelo elevado índice de participação já referido, podemos concluir que as mensagens passaram e que não houve graves problemas de falta de comunicação. Resta-me referir que constituíram a mesa da sessão inaugural o Presidente da República Democrática de Timor Leste e Prémio Nobel da Paz, Ramos Horta, assim como os magníficos reitores das universidades de Évora e Nacional de Timor Leste, Professores Carlos Braumann e Aurélio Guterres, respectivamente, e o Secretário de Estado do Recursos Naturais, Dr. Alfredo Pires, principal impulsionador do evento, geólogo e profundo conhecedor tanto da geologia timorense como do seu Povo. Das comunicações apresentadas quer destacar alguma (s) principalmente no sector das rochas ornamentais? Efetivamente, nos cinco dias do congresso, foram apresentados 39 trabalhos, entre os quais 13 conferências por convite que permitiram fazer uma retrospectiva do conhecimento geológico atual do Pais. De modo geral as conferências foram muito boas, destacaria, pela lucidez e atualidade, a apresentada pelo Professor Michael

Aspecto geral do espaço exterior com amostras da geologia de Timor

Audley-Charles que, apesar de não estar presencialmente presente, por questões de saúde, enviou-nos a comunicação gravada que foi apresentada na abertura dos trabalhos. Este investigador de 77 anos fez a cartografia geológica de Timor na escala 1:250.000 nos anos 60 e 70 do século passado e desde então publicou vários trabalhos sobre o tema, o último dos quais data de 2011. Apesar da pequena escala , este trabalho tem sido uma referência para os estudos posteriores. O nosso trabalho em Timor Leste também contemplou a discussão de dez teses do Mestrado em Ciências da Terra e Atmosfera da Universidade de Évora. Todas elas previam a cartografia à escala 1:25.000 de uma área, para além disso duas tiveram também como objectivo fazer uma avaliação de alguma rochas para fins ornamentais. Estes dois trabalhos foram apresentados e demonstram que há potencialidades que merecem ser exploradas com mais detalhe. A questão das Rochas Ornamentais em Timor Leste foi abordada por mim em dois momentos. Na apresentação que fiz sobre o

CEVALOR, e aqui quero destacar que para além das duas companhias de petróleo (Conoco-Philips e Woodside), entre os privados, apenas o CEVALOR marcou presença, e na conferencia “Recursos Geológicos e Desenvolvimento Sustentável: Rochas Industriais e Ornamentais”. Aproveitei ambas as ocasiões também para promover o Cluster da Pedra Natural e a Associação Valor Pedra que a par do CEVALOR, por via dos seus sócios, serão os parceiros privilegiados quer para o estudo quer para a posterior pesquisa, prospeção e extração destes recursos. O programa do Congresso incluía trabalho de campo. Que rochas ornamentais é que foram observadas? Pode fazer-nos uma breve análise das principais rochas ornamentais que há em Timor e principais características? A 21 de Janeiro realizou-se a visita de estudo do congresso, foi essencialmente dedicada a questões estratigráficas e estruturais relacionadas com a cartografia elaborada pelos nossos dez alunos e apresentada no congresso. As rochas com potencial ornamental não foram visitadas. As rochas

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

25


Entrevista

no negócio, de outro modo, arriscaríamos a dizer que, atualmente, é impossível. Há apoios do Estado português à extração de rochas ornamentais em Timor Leste? Seria desejável esse apoio?

mais interessantes e com maior potencial para fins ornamentais são os calcários pérmicos da Formação de Maubisse. De modo geral estão pouco fraturados e algumas variedades rosadas com fósseis (crinóides e amonites) são realmente únicas. No imediato os mármores, de várias cores, padrões e tonalidades, apresentam-se com caraterísticas modestas e apenas devem ser considerados para consumo interno. Como realcei no Congresso, as várias fase da prospecção geológica são fundamentais para a planificação da extração de um recurso. É preciso conhecer o que existe, como está, quanto existe e qual a sua qualidade. Estas fases não estão concluídas e aguardamos a chegada de amostras que colhemos para, no Laboratório de Ensaios Mecânicos do CEVALOR e no Departamento de Geociências da Universidade de Évora, realizarmos os testes de caracterização de alguns calcários e mármores. Se for possível é nossa intenção apresentar estes resultados no Global Stone Congress 2012.

26

Como está o mercado da extração, transformação e negócio das rochas ornamentais em Timor? Essa pergunta tem uma resposta muito simples: praticamente não existe! Há margem para o estabelecimento de parcerias entre empresários portugueses e timorenses? Há boa vontade e alguma abertura da SERN mas ainda há muitas questões administrativas e de direito do território, para resolver. A propriedade privada exclusivamente estrangeira não tem enquadramento jurídico, a propriedade da Terra é do Estado e, em última instância, quem a governa é o poder local eleito (Chefe de Suco, mais ou menos equivalente aos nossos concelhos, lá existem 442; cada suco tem um número variável de aldeias -existem 2149onde quem manda é precisamente o Chefe de Aldeia e é com ele que devemos falar quando exploramos o território que governa). Assim qualquer indústria que se pretenda instalar terá que cativar estes parceiros e envolvê-los ativamente

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Desconheço esse apoio. Sem dúvida que o apoio governamental seria bem acolhido, desde logo há questões logísticas muito importantes a considerar. A começar pela distância que implica tempo de deslocação demorado desde Portugal e em Timor onde os acessos locais, na maioria dos casos, são maus. Acresce ainda a necessidade do estabelecimento de condições de conforto e segurança nos locais de trabalho. Portugal está a aproveitar as relações históricas que tem com Timor para se envolver mais, como parceiro, na exploração dos recursos geológicos daquele país? R. Portugal tem um ativo histórico invejável! É impressionante constatar como uma simples bandeira portuguesa na lapela serve para quebrar o gelo e esboçar sorrisos. Normalmente os portugueses são muito bem recebidos em qualquer lugar do território, é claro que é preciso conhecer os usos e costumes e, acima de tudo respeitá-los. A partir daí o relacionamento é fácil e amistoso, mesmo quanto a língua se torna uma barreira. Em Timor Leste, entre línguas e dialetos locais, falam-se quase três dezenas de idiomas num território de 15 000 Km2, por isso um guia poliglota é requerido para o explorar.



Entrevista

Em relação à pergunta, o envolvimento português deveria ser muito mais ativo, por exemplo no Congresso, a Direção Geral de Energia e Geologia fez-se representar pelo Dr. Luís Martins que reuniu com o Dr. Alfredo Pires. Para além das Rochas Ornamentais e Industriais e talvez mesmo com maior potencialidades, há recursos energéticos, petróleo mas também energia geotérmica, por exemplo, e indícios de vários metais que vale a pena investigar. Atualmente são necessários trabalhos de cartografia geológica detalhada, idealmente à escala 1:25.000 e de prospecção sistemática para vários metais onde a geologia, mesmo que definida a escalas pequenas, já dá alguma orientação do potencial mineiro. Conhecendo a experiência portuguesa e o know-how existente nas universidades e serviços do estado, bem gerido e organizado poderia desenvolver-se um programa conjunto mais abrangente. Dentro da suas possibilidades a Universidade de Évora está a desenvolver este trabalho, mas há muito por fazer e uma

Imagem da visita de campo

ação concertada a nível governamental seria mais frutuosa. Também seria uma oportunidade de vender serviços e assim criar uma auto-sustentabilidade dos mesmos. Não sou político mas quando se fala tanto em crise e quando o próprio Presidente Ramos Horta se oferece para comprar dívida soberana portuguesa, vejo aqui uma oportunidade de troca que mais nos prestigia e valoriza. A intervenção da Universidade de

Évora em Timor Leste e em concreto na UNTL não se limita à coordenação do Curso de Petróleo e Geologia, mas também a Saúde Animal, a Engenharia Informática e outros, contam com a nossa colaboração. Por outro lado, em Évora também temos alunos a frequentar Licenciaturas, Mestrados e Doutoramentos. Para além do ensino, os docentes que se dirigem a Timor para leccionar também são estimulados, é aliás uma condição, a fazer investigação e a orientar alunos e investigadores locais. A distância entre Portugal e Timor, sendo uma dificuldade não é um impedimento, Timor Leste está em crescimento acentuado e tem condições para, em poucas décadas, se tornar um caso sério na economia dos sudoeste asiático e se a muito curto prazo, Portugal não se declarar assertivamente como um parceiro interessado, outros o farão, isso podemos constatar pelas apresentações no congresso.

De camisa azul Alfredo Pires com a equipa da SERN

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Estudos Companies

O Contributo Do Design Às Empresas Do Sector Da Transformação De Pedra Natural, No Processo De Criação E Desenvolvimento De Produtos Competitivos SUSANA PAIXÃO-BARRADAS Resumo As empresas do sector da transformação da Pedra Natural vivem atualmente um momento de impasse, pois, por um lado, têm o conhecimento técnico e científico adquirido durante anos na exploração e transformação do material mas, por outro, com a entrada de produtos oriundos de mercados extra Europeus com políticas comerciais agressivas e elevada produtividade, perdem competitividade. Para afrontar, com êxito, esta realidade, as empresas devem apostar em estratégias de diferenciação, de inovação e Design no sentido de acrescentar valor ao produto. Este estudo, de carácter quantitativo, mostra a realidade das empresas Portuguesas e Espanholas entrevistadas em duas feiras nacionais, em diferentes aspectos do Design, em que os objetivos são: identificar a importância dada ao Design pelas empresas e contrastar as diferentes opiniões com os diferentes tipos de empresas. Os resultados mostram que poucas empresas têm departamento interno de I+D+i; quem decide e cria os novos produtos são departamentos internos que desenvolvem ao mesmo tempo, outro tipo de atividades na empresa. Com perguntas de valoração podemos classificar, através de um cálculo de médias, a opinião das empresas quanto ao papel do Design e sua contribuição; e por outro lado, através de um

30

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

ANOVA, relacionar essa opinião entre os diferentes tipos de empresas. A maioria dos conceitos foram considerados positivos (m>3), e são as empresas que têm departamento interno de I+D+i as que melhor os valorizam. O conceito de que o Design ‘Melhora a comodidade no uso do produto’ foi o mais apreciado pelas empresas que têm departamento interno de I+D+i, mas ao mesmo tempo, o menos valorizado a nível geral. Podemos concluir que a maioria das empresas reconhece a importância do Design e seus efeitos para a competitividade nos mercados, mesmo que não o considere no momento da sua contratação a nível interno. As empresas que subcontratam serviços externos de Design são as que menos importância dão a todos os conceitos apresentados. 1. Introdução As empresas do sector da Pedra Natural em Portugal e em Espanha, perdem competitividade no mercado mundial. Contudo, destacam-se pelo conhecimento técnico e tecnológico acumulado. Para avançar, necessitam de uma estratégia promocional mais sólida, bem fundamentada, inovadora, única e incisiva (Paixão-Barradas S. , 2008). O design oferece um valor considerável ao crescimento das empresas, contribuindo para a harmonização


dos seus produtos e serviços com as necessidades e expectativas dos clientes. Gerido corretamente, o design constitui uma fonte de vantagens competitivas, uma eficaz metodologia para a inovação dos produtos e dos processos, e um factor de rentabilidade económica em qualquer sector (Callejón, 2005). Baseado numa entrevista aos diretores, gerentes e comerciais de empresas que estiveram presentes nas feiras Portuguesas e Espanholas mais relevantes do sector – PEDRA e CEVISAMA - damos a conhecer as opiniões mais significativas no que diz respeito aos valores que o Design oferece às empresas do sector da transformação da Pedra Natural. Com respeito a estes aspetos, os objetivos gerais deste estudo são: • Identificar os valores do design mais apreciados pelas empresas; • Contrastar as diferentes opiniões com os tipos de empresas existentes na amostra. 2. O setor da Pedra Natural Uma análise ao mercado mundial da Pedra Natural, permite-nos identificar a existência de quatro grandes produtores, com uma produção superior a 10 milhões de toneladas: China, Índia, Irão e Itália (AIDICO - Instituto Tecnológico de la Construcción, 2008), assim como a existência de grandes mercados de consumo, onde 8 países apresentam um consumo superior a 1,75 milhões de toneladas que incluem a China, a Índia e os Estados Unidos (CEVALOR – Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais, 2004). Os dados indicam que o setor pétreo decorativo mundial prossegue em crescimento, embora na União Europeia prevaleça a estagnação, relacionada em grande parte com a forte e imbatível concorrência dos custos praticados na China. As expectativas para a produção, consumo e exportação mundial indicam uma tendência de crescimento de mercado, projetando-se para 2025 um aumento na ordem de cinco vezes superior ao consumo mundial atual, assim como de transações internacionais de 2,1 biliões de m2 equivalentes/ano (Peiter, 2001).

Para que as empresas europeias sejam mais competitivas, é importante que a dinamização do sector passe a apostar na diversidade de produtos colocados no mercado, no design, na informatização, nos processos CAD-CAM, na automatização... Afrontar com êxito os objetivos do futuro, utilizando como ferramentas para inovar e manter suas posições de liderança (Martins, 2008). 3. O Design como um factor de competitividade nas empresas Utilizando o Design de forma estratégica significa gerir um projeto, encarando-o como um processo de convergência prévio à tarefa de Design de um produto. Através deste processo considera-se toda a cadeia do produto, desde a extração da matéria prima à sua distribuição, e propõe-se projetar em função de um planeamento estratégico e global dentro da empresa. A estratégia permite-nos incorporar valor agregado e distinguir o produto face à concorrência. Num processo de Design estratégico todas as variáveis do sistema são analisadas, enfatizadas ou valorizadas segundo uma intenção comum (Becerra & Cervini, 2005). Nalguns países, como na Dinamarca, em que o Design está enraizado na cultura do país, verifica-se a sua influência no desenvolvimento económico. Explora-se este recurso tanto no sector publico como nas pequenas, médias e grandes empresas privadas. Os estudos estatísticos mostram que o Design melhorou o rendimento bruto das empresas em 22%; que os investimentos em Design, por parte das empresas, contribuem entre 18% a 34% para o aumento das exportações; nas empresas que possuíam estratégias baseadas no Design, o emprego foi notavelmente mais sólido (Walton, 2004). Trabalhar a Pedra Natural como matéria prima requer uma atenção especial, que considere diferentes aspetos em todo o seu processo, desde a extração, transporte, corte e acabamentos… Sobressaem o peso e a dureza do material que dificultam a manipulação e versatilidade formal. Podemos encontrar diferentes exemplos de todo o tipo na história da arte que elevam o material a uma simplicidade extrema, fazendo-nos esquecer a complexidade técnica e tecnológica utilizada no pro-

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

31


Estudos Companies cesso de transformação da matéria prima (Paixão-Barradas, Hernandis, & Maciel Mazarelo, 2012). Atualmente existem algumas empresas no setor, que integram o design como uma ferramenta estratégica na promoção e diferenciação do produto. É comum, por parte das empresas, convidar designers de reconhecido prestígio para colaborar em projetos específicos, promovendo as novas linhas de produto das empresas, como é o caso da empresa italiana MARZOTTO EDIZIONE (Keh, 2011); ou a adoção de conceitos inovadores que pretendem estimular a curiosidade e as sensações do consumidor, propondo soluções originais com diferentes acabamentos e formatos, trabalhando com diferentes tipos de pedra e combinando-a com outros materiais, como é o caso das empresas SCALEA, L’ANTIC COLONIAL, LEVANTINA, MÁRMOLES SERRAT, S.L., etc (Federación Española de la Piedra, 2009).

A feira CEVISAMA - Salón Internacional de Cerámica para Arquitectura, Equipamiento de Baño y Cocina, Piedra Natural, Materias Primas, Fritas y Esmaltes – realiza-se anualmente em Valência (Espanha), de âmbito internacional, dirigida a um público profissional, oferece produtos industriais centrados em I+D+i, orientados para a Arquitetura e o Design. A feira PEDRA – Feira nacional da pedra, é uma mostra de blocos, chapa serrada e produto acabado, máquinas, equipamentos, acessórios e ferramentas que se realiza na Batalha (Portugal) bianualmente, dedicando-se sobretudo ao produto nacional e dirigida a todo o sector. Num total obtivemos 31 respostas: 16 empresas responderam na primeira fase, em Espanha; e 15 na segunda. Considerando que esta amostra tem um comportamento normal, representa um nível de confiança na ordem dos 90%. 5. Resultados

4. Material e Método Este estudo, de carácter quantitativo, utilizou a entrevista como método para a obtenção de dados mediante um questionário desenhado com perguntas fechadas, de resposta única, múltipla ou de valoração unipolar, estabelecidas e distribuídas de acordo com uma determinada sequência (Briones, 1996). A realização das entrevistas processou-se em dois momentos: numa primeira fase, pessoalmente entrevistaram-se os diretores ou comerciais das empresas presentes na feira CEVISAMA, de 8 a 11 de fevereiro de 2011 em Valência (Espanha); e, numa segunda fase, foram enviadas por mail e realizadas através de uma plataforma online entre julho e agosto, às empresas que participaram na feira PEDRA, na Batalha (Portugal) em abril do mesmo ano.

Em primeiro apresentaremos as empresas que participaram no estudo, quanto à sua origem, tamanho, idade e certificação assim como, no que diz respeito à sua atividade, tipo de pedra e tipologia de produto. Em seguida veremos como estão organizadas as empresas para a criação de novos produtos, depois analisaremos a opinião destas quanto ao contributo do Design, e por ultimo, contrastaremos essas opiniões entre as diferentes empresas que participaram no estudo. 5.1. Identificação da amostra Através de perguntas de resposta única, podemos classificar as empresas, quanto à sua origem, tamanho, idade e certificação – Tabela 1.

Tabela 1. Classificação da amostra Origem

Tamanho

Idade

Certificados

Fonte: Elaboração própria

32

ROCHAS & EQUIPAMENTOS


A maioria das empresas entrevistadas são Portuguesas (54%) e Espanholas (44%), têm menos de 50 empregados, consideradas, por isso, Pequenas Empresas (45%). Mais de metade da amostra (53%), foi fundada entre 16 e 20 anos – empresas de idade Adulta. Algumas destas estão certificadas com o selo de Gestão da Qualidade, ISO 9001 (35%), embora a maioria não tenha nenhum tipo de certificação (58%). Com perguntas de resposta fechada, mas com a possibilidade de escolher varias opções (perguntas de resposta múltipla), estudamos a amostra quanto ao tipo de atividade que mantêm, o tipo de pedra com que trabalham e o tipo de produto que transformam – Tabela 2.

Todas as empresas entrevistadas trabalham com Produto Elaborado (100%); quase metade da amostra tem as suas próprias pedreiras e participa na extração do material (45,2%); algumas trabalham com grandes armazéns para a distribuição e venda dos seus produtos e outras com distribuidores de pequena dimensão. O tipo de pedra mais explorado é o Mármore (67,7%), seguido do Calcário (61,3%) e do Granito (35,5%); sendo o Xisto ou Ardósia o tipo de pedra menos explorado pelas empresas da amostra. Todas as empresas fazem produto de Revestimento para Interior (100%) embora grande parte delas também se dedique à criação de Pavimento (93,3%) e Revestimento para Exterior (80%).

Tabela 2. Caracterização das empresas Atividade

Tipo
de
Pedra

Tipologia
de
Produto

Extração

45,2%
 Granito

35,5%
 Rev.
Exterior

80,0%

P.
Semi‐Elaborado

51,6%
 Basalto

25,8%
 Rev.
Interior

100%

25,8%
 Pavimento

93,3%

P.
Elaborado

100,0%
 Arenito

Dist.
Grande

58,1%
 Calcário

61,3%
 Estrutura

66,7%

Dist.
Pequenos

41,9%
 Travertinos

35,5%
 Mobiliário
Urbano

46,7%

Mármore

67,7%
 Arte
Funerário

33,3%

Xisto/Ardósia

25,8%
 Artesanato

33,3%

Outros

19,4%

Fonte: Elaboração própria

Tabela 3. Tipos de empresas Para
a
investigação,
criação
e
desenvolvimento
de
novos
 produtos

n.º
empresas

percentagem
 (%)

Departamento
interno
de
I+D+i

3

9,7

Outro
departamento
interno

16

51,6

Empresa
externa

1

3,2

Contratação
de
free
lancer

1

3,2

Cliente

8

25,8

Outro

2

6,5

TOTAL

31

100,0
 Fonte: Elaboração própria

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

33


Estudos Companies 5.1. Posicionamento do I+D+i nas empresas entrevistadas Na seguinte tabela – Tabela 3 – podemos verificar como trabalham as empresas no que se refere à investigação, criação e desenvolvimento de novos produtos. Os resultados mostram que poucas empresas têm um departamento interno que se dedique especificamente à investigação, criação e desenvolvimento de novos produtos, apenas 9,7% da amostra. Existem algumas empresas (25,8%) que trabalham diretamente com o cliente na criação de novos produtos, mas na maioria das empresas (51,6%) quem se dedica a criar novos produtos são outros departamentos internos que ao mesmo tempo realizam outro tipo de atividades na empresa (produção, marketing, vendas, gerência ou direção).

Os contributos do Design às empresas, considerados por estas como ‘mais importantes’, foram: ‘Melhora as vendas e a projeção da empresa’, ‘Melhora a estética do produto’ e ‘Garante a satisfação do cliente’. Em contrapartida, os valores do Design considerados como ‘menos importantes’ foram: ‘Melhora a relação qualidade/preço do produto’, ‘Melhora a sustentabilidade no processo produtivo’ e ‘Melhora a comodidade no uso do produto’. 5.3.1. Contribuição do Design em relação ao tipo de empresas.

Através de uma Tabela Básica, que relaciona as variáveis obtidas de uma pergunta de valores graduais com outra de resposta única, podemos calcular os dados estatísticos dentro de um subgrupo – o aporte do design com o tipo de empresas existentes na amostra, segundo o seu processo para a criação de novos produtos. Realizou-se um ANOVA, para identificar as 5.2. Valorização da contribuição do Design nas variáveis com maior dependência na amostra. empresas Neste estudo as variáveis mostram, na sua maioria, Utilizando perguntas de graduação unipolar do um uma significância inferior a 0,5 apenas a variável ao quatro – onde o um se considera ‘nada importan‘Melhora a comodidade no uso de produto’ apresente’ e o quatro ‘muito importante’ podemos classifita um nível de confiança maior, na ordem dos 90% car, através de um cálculo de medias, a opinião das (sig.<0,1). A maioria dos conceitos foram consideraempresas enquanto à contribuição do Design. Quase dos positivos (m>3); são as empresas que têm detodos os aspectos foram considerados como ‘imporpartamento interno de I+D+i, as que atribuem maior tante’ (m>3) – Tabela 4. importância aos conceitos apresentados – Tabela 5. Tabela 4. Valorização do aporte do Design às empresas Valores
do
Design
 Garante
a
satisfação
do
cliente

 Garante
a
fidelidade
do
cliente

TOTAL
 (media)
 3,23
 3,19

Melhora
a
estética
do
produto
 Melhora
a
relação
qualidade/
preço
do
produto
 Melhora
a
comodidade
no
uso
do
produto
 Melhora
o
aproveitamento
do
material
e
suas
características
 particulares
/naturais
 Melhora
a
sustentabilidade
no
processo
produtivo

3,32
 3,06
 2,94

Melhora
as
vendas
e
a
projeção
da
empresa
 Cria
segurança
dentro
da
empresa

3,42
 3,13

3,13
 3,06

Fonte: Elaboração própria

34

ROCHAS & EQUIPAMENTOS


ROCHAS & EQUIPAMENTOS

35


Estudos Companies Tabela 5. Contributo do Design em empresas com departamento interno de I+D+i Para
a
investigação,
criação
e
desenvolvimento
 de
novos
produtos
 
 Valores
do
Design

Garante
a
satisfação
do
 cliente

 Garante
a
fidelidade
do
 cliente

 Melhora
a
estética
do
 produto
 Melhora
a
relação
 qualidade/
preço
do
 produto
 Melhora
a
comodidade
no
 uso
do
produto
 Melhora
o
aproveitamento
 do
material
e
suas
 características
particulares
 /naturais
 Melhora
a
sustentabilidade
 no
processo
produtivo
 Melhora
as
vendas
e
a
 projeção
da
empresa
 Cria
segurança
dentro
da
 empresa
 TOTAL

Dep.
 i+D+I

Outro
 Emp Free
 Cliente
 Dep.

 .Ext.
 Lancer

TOTAL

ANOVA

Outro

M

m

m

m

m

m

m

Sig.

3,67

3,38

2,00

3,00

3,00

3,00

3,23

0,244

3,67

3,31

3,00

3,00

2,88

3,00

3,19

0,617

3,67

3,50

3,00

3,00

3,00

3,00

3,32

0,331

3,33

3,25

2,00

3,00

2,75

3,00

3,06

0,423

4,00

3,06

2,00

2,00

2,50

3,00

2,94

0,045

4,00

3,19

3,00

3,00

2,75

3,00

3,13

0,379

4,00

3,13

2,00

3,00

2,75

3,00

3,06

0,221

3,67

3,50

3,00

4,00

3,13

3,50

3,42

0,317

3,67

3,25

3,00

2,00

2,75

3,50

3,13

0,260

3,74

3,29

2,56

2,89

2,83

3,11

3,16

Fonte: Elaboração própria

As empresas que dão mais importância aos conceitos apresentados são as que têm um departamento interno de I+D+i, seguidas das que desenvolvem os novos produtos a partir de outros departamentos internos, e das que seguem outros sistemas de trabalho. As que criam os produtos a partir da opinião do cliente e as que subcontratam estes serviços a empresas externas são as que menos valor atribuem ao contributo do Design nas empresas. Os conceitos valorizados como ‘Muito Importantes’ (m=4), pelas empresas com Departamento Interno de I+D+i são: ‘Melhora a comodidade no uso do produto’, ‘Melhora o aproveitamento do material e suas

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS

características particulares/naturais’ assim como ‘Melhora a sustentabilidade do processo produtivo’. Os restantes aspectos foram valorizados, por este grupo de empresas, como ‘Importantes’ (3<m>4). ‘Melhora a relação qualidade/preço do produto’ foi o conceito menos valorizado por estas (m=3,33). As empresas que criam e desenvolvem novos produtos desde departamentos internos que se dedicam simultaneamente à gestão de outras atividades da empresa, valorizam com maior importância a estética e a projeção que o Design oferece, e como menos importante o papel do Design na sustentabilidade do processo produtivo.


6. Conclusões O sector pétreo Espanhol e Português bastante desenvolvido do ponto de vista tecnológico e com equipamento moderno, não dispõe contudo das ferramentas de design managment adequadas que lhe permita resolver os problemas e responder às necessidades atuais de diversificação dos produtos, devido à forte concorrência mundial a que as empresas do sector estão sujeitas. A situação atual do mercado obriga as empresas a oferecer mais produtos, diferentes, e a melhorar o serviço ao cliente, assim como a adaptar-se às mudanças de gosto dos consumidores. Neste trabalho apresentámos e analisámos os dados de uma sondagem realizada às empresas do sector da transformação da Pedra Natural em Espanha e Portugal, com a finalidade de identificar sua postura quanto à inovação, criação e desenvolvimento de novos produtos e contrastar as diferentes empresas com as suas opiniões. Concluímos que a maioria das empresas estudadas reconhece a importância do Design e seu contributo, mesmo que não possuam um departamento específico. Para as empresas que trabalham com o Design a nível externo, através da subcontratação desses serviços a empresas externas ou a free lancers, estes conceitos são muito menos importantes. O conceito considerado mais importante para as empresas que têm departamento interno de I+D+i é que

o Design ‘Melhora a comodidade no uso do produto’, sendo o conceito menos valorizado pelas empresas que desenvolvem produtos a partir de outros departamentos internos não especializados em I+D+i. O estudo oferece uma contribuição relevante ao setor, uma vez que considera, através de uma amostra representativa das empresas presentes em feiras nacionais de cada país, a opinião e o tratamento estatístico, quantificável, de dados compilados. É um trabalho, na área do Design e para o sector, considerado inovador. Através do estudo destes dados podem traçar-se perfis de empresas mais favoráveis e desenvolver projetos piloto de implementação de planos estratégicos de Design para a criação de novos produtos. Como trabalho futuro apontamos para a recolha de informação sobre o estudo de um novo conceito a introduzir no setor, comparando a opinião dos empresários e do consumidor para verificar a possibilidade de desenvolver novas linhas de produto mais competitivas no sector. 7. Referencias (s.d.). AIDICO - Instituto Tecnológico de la Construcción. (2008). Informe sectorial de la Piedra Natural 2007. Ámbito Nacional. Valencia: Observatorio del Mercado de la Piedra Natural.

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Estudos Companies AIDICO - Instituto Tecnológico de la Construcción. (2010). Informe sectorial de la Piedra Natural en España 2009. Ambito Nacional. Observatorio del mercado de la Piedra Natural. AIDICO - InstitutoTecnológico de la Construcción. (2011). Informe sectorial de la Piedra Natural en España 2010. Observatorio del mercado de la Piedra Natural. Valencia: AIDICO. Becerra, P., & Cervini, A. (2005). En torno al producto. Diseño estratégico e innovación PyME en la Ciudad de Buenos Aires. Buenos Aires. Briones, G. (1996). Metodología de la investigación cuantitativa en las ciencias sociales. Programa de especialización no publicado . Bogotá. Callejón, M. (2005). Estudio del impacto económico del diseño en España. . DDI Sociedad estatal para el desarrollo del diseño y la innovación. CEVALOR – Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais. (2004). Estudo de mercado de exportação da Pedra Natural Portuguesa para a Alemanha e principais países do alargamento. Analise e diagnostico. Federación Española de la Piedra. (2009). Anuario de la Piedra Natural. Madrid: ADS Printing.

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Keh, P.-R. (February de 2011). Best Finishing Touch. Wallpaper , 62. Martins, O. (2008). Mercados de Rochas Ornamentais Itália, Estados Unidos Da América, Brasil E Índia. Rochas & Equipamentos . Paixão-Barradas, S. (2008). PICNIC: A Paisagem e a Pedra. Lisboa: Edições Colibri. Paixão-Barradas, S., Hernandis, B. O., & Maciel Mazarelo, K. P. (2012). La piedra natural como materia fundamental en el diseño de equipamiento urbano – Estudio de un caso. Iconofacto - Revista de la Escuela de Arquitectura y Diseño , 9 (11). Peiter. (2001). Rochas Ornamentais No século XXI: Bases para uma Política de Desenvolvimento Sustentado das Exportações Brasileiras. Rio de Janeiro, Brasil: CETEM/Abirochas - Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais. Walton, T. (2004). Design as Economic Strategy. Design Management Review , 15 (4), 6-9. Susana Paixão-Barradas. Designer de Produto, Docente e Investigadora na Universidade Politécnica de Valência (UPV/ Espanha). Com formação em Design Industrial pelo Instituto de Artes & Design (IADE/Portugal), mestrado em Desenho, Gestão e Desenvolvimento de Novos Produtos (UPV) e doutoranda em Desenho, Fabricação e Gestão de Projetos Industriais (UPV).


Máquinas e Ferramentas para Extracção e Transformação

PROJECTO, FABRICAÇÃO E INOVAÇÃO l l l l llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll l l

25 Anos

1985 - 2010

excelência’ 11

Venda e Assistência Técnica:

Zona Industrial l Lote 1 e 2 l Apartado 50 7160-999 Vila Viçosa l Portugal Telf.: +351 268 889 380 l Fax: +351 268 889 389

Email: poeiras.lda@mail.telepac.pt http://www.poeiras-mf.pt


Feiras & Congressos

-Global Stone Congress 2012-

O Acontecimento da Pedra Natural É Em Portugal

Luís Guerra Rosa,

Em contagem decrescente para o encontro o Presidente do Comité Científico, Luís Guerra Rosa, Professor no Instituto Superior Técnico*, respondeu à revista Rochas e Equipamentos que a organização do congresso já recebeu 118 “abstracts” (resumos de candidaturas a apresentação de trabalhos).O Comité Científico aceitou 117, excluindo apenas um que não se enquadrava nos objetivos do congresso.

Professor no Instituto Superior Técnico é o presidente do Comité Cientifico do Global Stone Congress 2012

Investigadores e empresários da pedra natural, provenientes de vários países, vão encontrar-se em Julho, no Alentejo, onde vai realizar-se a 4ª edição do Global Stone Congress, um evento que se realiza há 6 anos e onde os empresários poderão ficar a par de novas tecnologias e técnicas, entre outros temas com interesse para a indústria. A sessão inaugural vai ser no Cevalor, em Borba. Todos os dias haverá “visitas técnicas”, com deslocações dos participantes a pedreiras e a unidades de transformação.

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Quais foram os países com mais candidaturas de “papers” (comunicações)? Recebemos “abstracts” (resumos) oriundos de 13 países. Os países com mais comunicações são: Portugal (39), Brasil (31), Espanha (20) e Turquia (12). Em Portugal qual é a universidade que vai apresentar mais “papers” (comunicações)? As comunicações portuguesas (39) são oriundas não só das universidades mas também de outros centros de investigação e de empresas. Estamos muito satisfeitos com a adesão dos técnicos portugueses. Temos comunicações vindas de vários pontos, de norte a sul de Portugal continental. Não me parece que deva salientar quem enviou mais, uma vez que a distribuição é bastante equilibrada e cobre as atividades que têm sido desenvolvidas e as competências próprias de cada um.


Como analisa a adesão/participação que está a verificar-se? Acima das suas expectativas ou em linha com as mesmas? Há dois anos, no Global Stone Congress 2010 que se realizou em Alicante (Espanha) o número total de comunicações foi de 79 (sendo 54 orais e 25 em forma de poster). Em 2008, no congresso que teve lugar em Carrara (Itália) o número total de comunicações foi de 92 (64 orais e 28 em poster). Parece que vamos exceder claramente estes números e isso significa que, apesar da crise económica, o sector está bem vivo, quer participar ativamente, dar-se a conhecer melhor, discutir temas que lhe interessam. O que espera deste congresso? R- Na linha das edições anteriores, esp ero que seja uma grande manifestação de pujança de um sector dito tradicional em que o progresso técnico - científico se tem afirmado de um modo muito significativo, mas que é pouco valorado pela generalidade dos decisores. Estes eventos servem para mostrar a panóplia de estudos e tecnologias que se aplicam ao setor. O setor da pedra natural emprega hoje algumas das tecnologias mais avançadas. Tem, também, preocupações ambientais e de sustentabilidade em geral. A investigação e os estudos de carácter científico que se debruçam sobre os vários temas que envolvem o sector da pedra natural merecem ter um fórum como este: um congresso técnico-científico internacional que lhes é especialmente dedicado, organizado nos moldes habituais, internacionalmente aceites, tal como acontece com outros setores. Que mais-valias destaca em relação às edições anteriores? Em relação às três edições anteriores destaco que, pela primeira vez, os autores dos artigos apresentados no congresso podem submetê-los, posteriormente, a um processo de revisão por pares (peer-review) para que possam ser publicados numa revista científica internacional (a “Key Engineering Materials”, cujos textos completos estão disponíveis na Web através da plataforma www.scientific.net). Isto reforçará, certamente, a qualidade dos trabalhos apresentados e aumentará o prestígio internacional destes congressos.

O Global Stone Congress, cuja primeira edição foi no Brasil, em 2005, foi um acontecimento pioneiro no sector, pelas características técnico-científicas do evento? As duas primeiras edições, a primeira em Guarapari, no Brasil (2005), a segunda em 2008,em Carrara, Itália, tiveram outra denominação – International Congress on Dimension Stones. Só em 2010, em Alicante, é que surgiu o atual nome, que deverá manter-se. As raízes do Global Stone Congress, se assim se podem chamar, estão também ligadas à EUROTHEN e à OSNET. A EUROTHEN (European Thematich Network on Extractive Industries) foi uma rede temática, criada no fim dos anos 90 pela União Europeia que funcionou agregando muitas instituições ligadas à investigação na área das indústrias extrativas e que tinha um sub - grupo só para rochas ornamentais. Houve reuniões em vários países europeus. Posteriormente foi criada a OSNET -Ornamental and Dimensional Stones Network, cujo site ainda está ativo e que era uma rede temática financiada pela União Europeia que editou vários livros e pôs várias instituições a trabalhar em rede. Há pessoas e organizações que participaram nestes encontros que vão também estar presentes no GSC 2012. Nada se faz sem alicerces e sem boas parcerias…Daí a presença da ABIROCHAS, a associação brasileira, na comissão organizadora da 4ª edição do GSC, assim como do CETEM, centro de tecnologia mineral do Brasil. Vai apresentar alguma comunicação? O nosso grupo de investigação trabalha nas áreas da caracterização e do processamento das rochas ornamentais. No Congresso de Alicante fui um dos keynotespeakers, com o tema “Novas tendências e desafios da indústria de transformação de pedra”. Nesta edição o grupo de investigação que coordeno vai apresentar 5 comunicações de que sou coautor. O grupo tem elementos mais jovens que irão apresentar as comunicações. Se algum deles não puder, eu estou disponível para o/a substituir, mas em princípio serão outros a apresentar. *Luís Guerra Rosa é Professor Associado no Instituto Superior Técnico. Licenciado em Engenharia Metalúrgica (IST 1977), com Doutoramento em Engenharia Mecânica (IST 1986) e Agregação em Engenharia de Materiais (IST 2004).

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Feiras & Congressos

Programa e mais informações em http://globalstone2012.com/pt/

CONTEÚDOS DO GLOBAL STONE CONGRESS 2012

►►

PEDREIRAS - PROSPEÇÃO E EXPLORAÇÃO

(geologia e dimensionamento de depósitos; geotecnia; geofísica; caracterização de blocos, etc)

COMITÉ ORGANIZADOR

►►

►► ►►

FABRICAÇÃO - FERRAMENTAS E OTIMIZAÇÃO

(corte; polimento; novos equipamentos, ferramentas e processos de fabricação, análise de superfície e métodos de classificação; etc)

►►

MEIO AMBIENTE

(reabilitação de áreas de exploração, reciclagem e valorização de resíduos; ordenamento do território, etc)

PRESIDÊNCIA

VALOR PEDRA - Entidade Promotora/Organizadora MEMBROS

ANIET - Associação Nacional da Industria Extractiva e Transformadora ABIRochas - Associação Brasileira da Industria das Rochas Ornamentais ASSIMAGRA – Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins CÂMARA MUNICIPAL DE BORBA CÂMARA MUNICIPAL DE ESTREMOZ CÂMARA MUNICIPAL DE VILA VIÇOSA

►►

CARACTERIZAÇÃO E NOVOS PRODUTOS

(avaliação de propriedades físico-mecânicas, CETEM – Centro de Tecnologia Mineral do Brasil desenvolvimento de metodologias de ensaio; CEVALOR – Centro Tecnológico para o Aproveitaesforços de padronização; aplicações inovadoras mento e Valorização das Rochas Ornamentais e Inpara a Pedra Natural; etc) dustriais

►►

PEDRAS NATURAIS NA ARQUITECTURA E DESIGN

(exemplos de aplicação; modelação virtual; conservação, alteração, durabilidade, etc)

DGEG – Direcção Geral de Energia e Geologia IST – Instituto Superior Técnico UE - Universidade de Évora UNL - Universidade Nova de Lisboa COMITÉ CIENTIFICO ►►

PRESIDENTE

Luís Guerra Rosa – Instituto Superior Técnico ►►

VOGAIS

Luís Lopes – Universidade de Évora Zenaide Silva – Universidade Nova de Lisboa 42

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Feiras & Congressos

Experiência Enriquecedora para a Academia e para a Indústria Zenaide Carvalho Silva, Professora jubilada na Universidade Nova de Lisboa, é vogal do Comité Científico do Global Stone Congress 2012

Zenaide Carvalho Silva participou em todos as edições do GSC (Global Stone Congress) com exceção da que se realizou em Alicante, por incompatibilidade de agenda. Lembra-se que tanto no Brasil como em Alicante estes encontros decorreram paralelos a feiras do sector, que os congressistas visitaram. Em todos, apresentou comunicações, como vai, aliás, fazer este ano, no Alentejo, todas relacionadas com um dos seus temas de estudo preferidos, “a alteração de rochas, com acabamentos diversos, quando expostas a ambientes agressivos”. Considera que estes encontros são “ experiências enriquecedoras e fontes de conhecimento tanto para quem está no terreno e na indústria como para quem investiga na universidade. São excelentes momentos de intercâmbio de saberes”. Afirma ter um contacto estreito e regular com vários empresários portugueses que estão sempre generosamente disponíveis para lhe facultar amostras de pedras naturais para as suas experiências. Os seus estudos têm-se desenvolvido em áreas como a petrologia e geoquímica de rochas ígneas e metamórficas, rochas ornamentais, património cultural em pedra, degradação da pedra em monumentos e efeito dos poluentes atmosféricos.

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Tem várias obras publicadas nestas áreas, mas a mais recente data de 2007 e intitula-se “O lioz português” (edições Afrontamento, Porto). Considera, com humor, que o estudo das rochas se torna uma doença contagiosa “que nunca mais nos larga”. Licenciada em Geologia fez o doutoramento na especialidade de Petrologia e Geoquímica, disciplinas que, juntamente com a Minerologia, coordenou na Universidade Nova de Lisboa. Organizou já duas reuniões científicas internacionais sobre pedra e arquitetura, no departamento de Ciências da Terra da UNL, que contaram com a participação de vários arquitetos e considera que pode dar-se mais qualidade e sensibilidade ao ensino de rochas ornamentais, nas faculdades de arquitetura. Classifica como experiencias profissionais extremamente enriquecedoras a elaboração, em coautoria, da obra “O Perfil Analítico dos Mármores e Granitos do Brasil” e o ter trabalhado como geóloga nos serviços geológicos do Brasil e de Angola.



Feiras & Congressos -Vitória Stone Fair 2012-

Rampa de Lançamento das Rochas Ornamentais O gigante do hemisfério sul canalizou 1,79 milhões de euros para promover, nos próximos 12 meses, as suas rochas ornamentais. O anúncio foi feito, com pompa e circunstância, debaixo dos holofotes da inauguração do maior certame de pedra natural e equipamentos de toda a América Latina, a 33ª edição da Vitória Stone Fair, que se realizou, como sempre, no Espírito Santo, de 7 a 10 de Fevereiro. O protocolo foi assinado entre a Apex, Agência Brasileira para a Promoção de Exportações e Investimentos e a Abirochas, Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais e vai financiar várias ações de promoção nos mercados externos. O objetivo é definir uma estratégia de branding, com vista a fortalecer um posicionamento mais agressivo do Brasil, promovendo-o como o principal fornecedor mundial de pedra natural, em qualidade e em variedade. O financiamento vai beneficiar 205 empresas, 80% localizadas no Estado do Espírito Santo. O acordo determina a participação destas empresas em pelo menos 3 feiras internacionais: Xiamen, na China, Coverings, nos Estados Unidos e Marmomacc, em Itália. Abrange, também, o aconselhamento de ações de marketing; inserção de publicidade; consultoria técnica e de negócios; criação e lançamento de um website para divulgar o mercado e os produtos brasileiros; o convite a jornalistas estrangeiros para visitarem o Brasil e fazerem a cobertura de novidades a lançar pelo sector.

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS


para Branding Brasileiras Na mira estão alvos já definidos, através de um estudo desenvolvido pela Apex em parceria com a Abirochas –pretende-se consolidar os bons clientes, como a China e os E.U.A , entrar em novos mercados, como os Emirados Árabes Unidos e França e fazer prospeção de oportunidades de negócio na Polónia, no Reino Unido, no Chile, no Japão, no Canadá e no México. Durante a Feira a Abrirochas e a Apex organizaram também um seminário intitulado “Exportar é Inovar” que suscitou o interesse e a participação de muitos empresários. Foi também no palco da inauguração da Vitória Stone Fair que foi assinado um protocolo entre o governo do Estado do Espírito Santo e o Sindirochas (Sindicato das Industrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Estado do Espírito Santo) que contempla significativas reduções do ICMS- imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte interestadual – na circulação de produtos acabados e semiacabados, como as chapas polidas. As vendas das rochas ornamentais produzidas no Espírito Santo representaram 70% das exportações brasileiras do sector, em 2011, e a feira Internacional de Mármore e Granito do Espírito Santo está entre os 4 maiores eventos do género no Mundo, pelo que é natural que a Feira tenha sido escolhida para o anúncio de medidas que visam aumentar a competitividade das exportações das rochas ornamentais brasileiras.

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

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É quase supérfluo dizer que, segundo números divulgados pela organização, a Vitória Stone Fair 2012 contou com 25 mil visitantes, oriundos de 65 países e 420 expositores sendo 110 internacionais, provenientes de 18 países (Itália, Espanha, França, Portugal, Índia, Argentina, Grécia e Turquia, entre outros). Quem visitou a feira sentiu um país e um setor dinâmico e repleto de projetos. A crise que se vive na Europa e o lento retomar dos EUA abrem ao Brasil perspetivas de afirmação no comércio internacional que o país está, como se constata, a aproveitar. Em 2011 as exportações aumentaram globalmente, 4,22% (em faturação). Os números de Janeiro do

corrente ano, já disponíveis, revelam um acréscimo de 24,63% (também em faturação) face ao período homólogo. Os principais clientes continuam a ser a China, para os blocos, representando este país 14,16% do volume de faturação e os EUA, cujas vendas, principalmente de chapas de granito polido, representam 50,68% da faturação das exportações. As pedras translúcidas foram um produto comercializado em 2011, com muito sucesso, no mercado norte-americano e estiveram também expostas na Vitória Stone Fair: são peças de granito, com luminárias laterais, que lhes conferem o aspeto de transparência. Na feira podia também encontrar-se uma pedra (mármore) rara no Brasil, extraída em Minas Gerais, denominada Matrix. O resultado da combinação das tonalidades chumbo e prata – semelhante a rocha vulcânica – conquistou os arquitetos alemães responsáveis por um centro comercial de 10 andares, em construção na Alemanha. Quando a viram exposta na feira, em 2009, decidiram que seria esse o revestimento da fachada. Foram necessários 15 mil metros quadrados de pedra para forrar o edifício que será inaugurado no fim do ano. O tamanho solicitado (3,80 metros cada pedra) foi um desafio, nas palavras do empresário que comercializa a Matrix. Mas o mais arrojado ainda, foi o acabamento - as peças foram escovadas, a pedido dos arquitetos, num acabamento que forma um ligeiro alto-relevo e que lhe dá um ar ultra moderno. Também proveniente de Minas Gerais saltava à vista, pela cor e pela ausência de nome comercial uma pedra de um amarelo forte, gritante. Foi descoberta recentemente (há 7 meses) e o nome definitivo será selecionado numa lista elaborada com as propostas de vários clientes.

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS


Missão Empresarial Luso-Brasileira Empresários disponíveis para a inovação e a criatividade: os principais ingredientes para a afirmação e a diferença, num mercado cada vez mais competitivo.

Organizada pelo departamento de Geociências da Universidade de Évora decorreu, paralelo à Vitória Stone Fair, um encontro entre empresários portugueses e brasileiros. Ruben Martins e Luís Lopes, docentes na Universidade de Évora, foram os organizadores da Missão. Não é muito frequente uma universidade ter esta preocupação de organizar ações integradas de promoção comercial internacional. Porque o fizeram? Ruben Martins Bom, eu não tenho conhecimento que alguma universidade se tenha envolvido diretamente numa missão empresarial, mas admito que já possa ter acontecido. O Departamento de Geociências da Universidade de Évora fê-lo porque temos uma grande proximidade ao tecido empresarial do sector da pedra natural. É assim que a Universidade deve funcionar, deve estar aberta à sociedade e às forças vivas do país. Uma universidade ao fechar-se sobre si mesma tem os dias contados. Por outro lado as empresas têm um papel fundamental na formação dos nossos engenheiros pois recebem os nossos alunos em estágios curriculares, no âmbito de algumas disciplinas. Mas há que dizer que a Universidade de Évora não esteve sozinha nesta organização. Também colaboraram nesta missão a Assimagra, o Cevalor, a Associação Valor Pedra e a Rochas e Equipamentos, parceiros

fundamentais para se ter conseguido um grupo muito significativo de empresas. Um dos pontos da nossa agenda foi divulgar o Global Stone Congress 2012 que irá decorrer no Alentejo entre 16 e 20 de Julho. Acho que nesse aspeto fomos muito eficientes, pois vamos ter uma enorme comitiva brasileira. Qual foi e como analisa a adesão e participação dos empresários portugueses e brasileiros? Relativamente à participação das entidades portuguesas foi excelente. Conseguimos reunir quatro instituições não-governamentais, duas câmaras municipais da Zona dos Mármores e dezasseis empresas. Do lado brasileiro tivemos a preciosa colaboração da ANPO, Associação do Noroeste de Pedras Ornamentais e em particular do Dr. Mário Imbroisi que foi a pessoa que preparou todo o programa. A ANPO ficou com o registo das empresas portuguesas e do seu perfil e divulgou-o junto de todos os seus associados, daí que eu acredite que futuramente poderá haver mais contactos.

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

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Feiras & Congressos

Neste momento posso avançar que já há negociações com duas empresas que integraram a comitiva e no próximo mês de Abril vamos ter a visita do Dr. Mário Imbroisi e do Dr. Domingo Sávio Otaviani que é presidente da ANPO e também um importante industrial brasileiro. Sei que fazem questão de visitar alguns dos participantes da comitiva. Tenho alguma expectativa no que possa surgir desta visita. Sei que o Cevalor rentabilizou muito bem a ida ao Brasil, pois assinou ou vai assinar protocolos de cooperação com centros homólogos, particularmente o CETEM, para o intercâmbio de técnicos para trabalhos específicos, facto que, penso que já se vai concretizar dentro de pouco tempo. Sente que Portugal é encarado, de facto, pelo Brasil, como uma plataforma entre continentes e mercados, e uma porta de entrada para o mercado europeu e de língua portuguesa? Isso foi o que os brasileiros nos transmitiram e variadíssimas vezes. Eles querem encarar Portugal como uma porta de entrada das suas pedras para a Europa e nós temos que nos assumir como tal. Se nós não o fizermos, os brasileiros arranjarão outras portas na Europa que, aliás já as têm e até no Magrebe. Se não assumirmos isso vamos ficar literalmente a ver os navios, a passar ao largo e ficamos de fora de um fluxo comercial cada vez mais importante. Sendo o Brasil tão rico em pedra natural que pedra portuguesa é que poderá interessar aos brasileiros importar a Portugal? De facto, os nossos granitos terão, por certo mais dificuldade em entrarem no mercado brasileiro, tal a diversidade de rochas ígneas que eles têm; a não

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS


ser que algum industrial português tenha algum produto verdadeiramente inovador, como o caso de um industrial do norte do país que nos acompanhou e que desenvolveu uma aplicação muito interessante para o seu granito. Quer os calcários sedimentares, quer os mármores poderão ter mais possibilidade de sucesso no mercado brasileiro, mas penso que haverá ainda muita “pedra para partir”. Durante a nossa estadia no Brasil aconteceu um episódio surreal… Numa visita a uma fábrica, na Barra de São Francisco a pessoa que me mostrava chapas de pedras exóticas brasileiras, a certa altura diz-me que quer mostrar uma pedra da China. Qual foi a minha surpresa quando percebi que se tratava de um calcário do Maciço Calcário Estremenho. Na altura chamei prontamente um industrial da zona que integrava a comitiva e claro, ficou tão surpreso quanto eu, afirmando que ele tinha uma pedreira com aquela pedra e era especificamente calcário do Codaçal. Fiquei ainda mais admirado quando o senhor que nos fazia a visita me disse que as pedras exóticas brasileiras (e diga-se em abono da verdade que são absolutamente espetaculares) custavam cerca de 120, 130 e 140 dólares o metro quadrado e o tal calcário “chinês” custava 150 dólares o metro quadrado. Então eu disse-lhe – agora você começa a comprar esta pedra na origem que é em Portugal e está aqui o industrial que a explora. Acho que o industrial brasileiro acabou por ficar tão surpreendido como eu. Penso que os dois industriais acabaram a trocar cartões. Afinal o Brasil até importa pedra portuguesa, por certo, não será muita, mas fá-lo, não pela via mais vantajosa para nós e isso é que não pode ser…

ROCHAS & EQUIPAMENTOS

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Feiras & Congressos -Xiamen Stone Fair 2012-

O Ano Do Dragão Foi na edição deste ano, a 12ª, que a Xiamen Stone Fair destronou a histórica Marmomacc…. Os empresários que participaram, coincidiram numa afirmação - o volume de negócios realizados na feira de Xiamen deste ano (2012) foi superior ao de qualquer outra feira. No espaço de 12 anos a consolidação da feira de Xiamen como evento incontornável para fazer negócios e contactos, no sector da pedra natural, fez-se a pulso e consumou-se. Já alcançou a tradicional feira de Verona, na sua 46ª edição (Setembro 2011), tanto no número de visitantes, como no número de expositores e está quase a atingir, também, a diversidade de países expositores presentes. Fizemos o exercício dos números analisando as estatísticas divulgadas pelas organizações dos dois certames. Veja as diferenças! Há, no entanto, uma falha que a feira de Xiamen tem em relação à feira de Verona que é a presença Edição
 Edição

12ª




 12ª




 Xiamen
 Xiamen
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2012)
 (Mar.
2012)

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Visitantes
 Visitantes

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Expositores
 Expositores

1518
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1
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Nº
Países
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 Visitantes

46ª
 46ª
 Marmomacc
 Marmomacc
 (Set.
2011)
 (Set.
2011)

de poucos expositores de equipamentos e tecnologia para a indústria da pedra. Em contrapartida, em Marmomacc encontram-se sempre as últimas novidades, num setor onde os italianos dão cartas…

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Como fator negativo assinala-se, também, a cada vez mais abundante presença de expositores de aglomerados, um dos principais concorrentes das rochas ornamentais…. Em relação à edição anterior (2011) houve mais 130 expositores; afluíram mais 7008 visitantes; houve mais 8 países visitantes e mais 2 países expositores Estes são os países expositores que podem contabilizar-se através das inscrições feitas no site da feira de Xiamen:


Os países expositores na feira de Marmomacc, divulgados pela organização, foram os seguintes: Afeganistão, Algéria, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Alemanha, África do Sul, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, China, Coreia, Chipre, Croácia, Egipto, Espanha, Estónia, Eslovénia, Emirados Árabes Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Hungria, Holanda, Índia, Irão, Israel, Japão, Jordânia, Líbano, Luxemburgo, Macedónia, México, Marrocos, Montenegro, Nigéria, Noruega, Omã, Paquistão, Palestina, Polónia, Portugal, República Checa, República Dominicana, Rússia, Roménia, Sérvia, Suécia, Suíça, Síria, Taiwan, Tunísia, Turquia, Ucrânia, Vietnam, Zimbabwe. Em 2013 a organização da feira já anunciou que será inaugurado um novo pavilhão para o evento, de forma a permitir a participação de um maior número de empresas, bem como proporcionar áreas individuais maiores. Depois dos ciclos históricos recentes de maior representatividade das feiras de Carrara, Nuremberg, Coverings e Verona, a vez agora é da China, com o evento de Xiamen. Arábia Saudita, Austrália, Alemanha, Arménia, Brasil, Canadá, China, Espanha, Egipto, EUA, França, Finlândia, Filipinas, Federação Russa, Grécia, Itália, Irão, Índia, Indonésia, Japão, Líbano, Macedónia, México, Noruega, Omã, Portugal, Polónia, Palestina, Paquistão, Reino Unido, Suíça, Singapura, Síria, Suécia, Taiwan, Turquia, Tunísia, Vietname. Edição
 Espaço
 (m2)
 Nº
 Expositores
 Nº
 Visitantes
 Nº
 Visitantes
 de
outros
 continentes
 Nº
Países
 Expositores
 Nº

Países
 Visitantes

2006

2007

2008

Prevê-se que o ciclo positivo da Feira de Xiamen perdure pelo menos nos próximos 3 ou 4 anos em função da evolução da economia chinesa e do seu mercado imobiliário. A China continua a ser o maior cliente da pedra portuguesa, absorvendo 17% das exportações nacionais. Em 2011 o crescimento das exportações para a China foi 9,27%. Xiamen Stone Fair/Retrospetiva

2009

2010

2011

2012

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60
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75
000

90
000

95
000

105
000

115
000

158
000

550

850

1
000

1
211

1
300

1
370

1
500

2
000

42
500

50
000

70
981

86
713

101
526

120
478

127
486

5
500

8
000

11
782

13
896

20
168

22
185

23
221

20

30

35

42

45

50

52

67

85

115

125

130

140

148

Fonte: Organização da Xiamen Stone Fair

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Mercados

Promova A Sua Empresa, Realize Um Evento! (Continuação do número anterior)

Hélder Martins Lic. em Gestão de Marketing MBA em Negociação e Finanças Internacionais Lisboa, Nov. 2011

II. Eventos de Natureza Institucional e Promocional Assembleia-Geral Nas organizações de tipo associativo, a Assembleia Geral é o órgão supremo que decide sobre as políticas a seguir. Normalmente é composta pelo conjunto dos sócios com direito a voto. As funções essenciais da Assembleia-Geral são examinar o exercício anual da actividade, discutir questões fundamentais para a organização e fazer recomendações. Atribuição de Prémios (a jornalistas, alunos finalistas, etc.) Pecuniários ou meramente simbólicos, os prémios têm como objectivo distinguir os melhores trabalhos de jornalistas, alunos finalistas, etc. Destinam-se sobretudo a projectar a imagem de prestígio da organização através dos meios de comunicação social, meios académicos, etc. Briefing Consiste numa exposição oral de um profissional de renome para participantes que possuem conhecimento prévio do assunto a ser debatido. É um pro-

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duto informativo mais focado que, normalmente, acompanha uma conferência. Existem dois tipos de briefing: introdutório e avançado. O primeiro procura oferecer aos participantes a informação necessária para acompanhar as discussões desenvolvidas numa conferência relacionada. Já o segundo dá um aprofundamento sobre determinado assunto que foi objeto de discussão numa conferência. Comemoração É um evento que pretende assinalar uma data fundamental para a organização junto dos seus públicos internos e externos, de uma forma prestigiante. Concurso (de ideias, de trabalhos, etc.) É uma iniciativa para premiar a criatividade e a qualidade de trabalhos oriundos de públicos ligados à organização. Conferência de Imprensa Continua a ser uma forma eficaz de estabelecer a ligação entre a organização e o público destinatário, acrescentando-lhe ainda a mais-valia da difusão de imagem junto do público em geral. Congresso É uma reunião promovida por entidades associativas, visando o debate de assuntos que interessem a um determinado segmento. Pode ser composto por várias atividades, tais como mesas-redondas, conferências, palestras, comissões, painéis, entre outras. Vários oradores de diferentes setores discutem um


mesmo tema abrangendo todos os seus aspectos. Propõe-se o debate aberto com os participantes e a obtenção de conclusões, registadas num documento final com as resoluções.

partes têm interesses diversos e opostos; no convênio, os participantes têm interesses comuns e coincidentes.

Os congressos podem ser regionais, nacionais e internacionais. É um produto bastante abrangente, porém não muito focado. É interessante para contatos e para se manter informado sobre o que está a acontecer no setor que ele representa.

É um tipo de reunião derivado da mesa-redonda. A diferença é que no debate os oradores debatem entre si os assuntos da agenda e apresentam diferentes pontos de vista, cabendo ao público assistente funcionar somente como espectador. Outra distinção: no debate, os oradores são profissionais altamente credenciados, o que não acontece necessariamente na mesa-redonda. Além do presidente, o painel poderá ter um coordenador e um moderador que estabelece regras como o tempo de exposição dos oradores. O público pode ou não participar e, muitas vezes, o debate pode ser transmitido pela comunicação social como acontece com os debates políticos.

Convenção É promovida por entidades empresariais ou políticas. Em todas as convenções procura-se a integração das pessoas pertencentes a uma determinada organização, para a defesa dos interesses da instituição promotora. Há uma maior abrangência de assuntos, um maior número de intervenientes e a presença de um director ou coordenador. A dinâmica é escolhida pelo organizador e a duração pode ser de vários dias. Como as convenções são reuniões fechadas, que têm por objetivo obter conclusões, as informações são muito específicas e direcionadas ao grupo que participa no evento. Convénio Convénios são acordos firmados entre órgãos públicos ou entre órgãos públicos e privados para realização de atividades de interesse comum dos participantes. Convénio é acordo, mas não é contrato. No contrato, as

Debate

Pode assumir as formas de almoço-debate, jantar-debate ou mesmo painel de debates. Delegação É um evento que busca sobretudo o conhecimento e a aproximação de dirigentes e altos representantes de diferentes entidades e o estabelecimento de compromissos e parceiras formais ou informais. Pode realizar-se a assinatura de um acordo ou protocolo, o registo no Livro de Honra da organização, e servir-se um cocktail.

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Mercados

Demonstração, Prova e Degustação No quadro de feiras , congressos e outros eventos com elevado número de participantes, estas iniciativas são muito eficazes pelo contacto estreito que proporcionam entre a oferta e a procura. Dia (da empresa, do empresário, da poupança, da formação, do exportador, do visitante, do associado, etc.) Constitui sobretudo um pretexto para motivar vários tipos de público a reflectir e debater um determinado tema de interesse geral. Dia da Porta Aberta, Biblioteca aberta, etc. É uma excelente forma de – a custo zero - criar uma boa imagem da organização e proporcionar o contacto directo com os seus destinatários actuais ou potenciais.

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Elaboração/Divulgação de Estudo, Análise, Inquérito e Relatório Tem um carácter académico e de serviço público, pelo que transmite uma imagem muito favorável do seu promotor. Fórum Tipo de reunião menos formal que tem como objetivo conseguir a efetiva participação de um público numeroso, que deve ser motivado para uma livre manifestação de idéias e interação com os oradores. Bastante comuns, são usualmente eventos mais abrangentes que tratam de assuntos gerais de setores económicos ou temas de interesse social ou político. Homenagem e distinção Pode tratar-se da entrega de um diploma (de cliente de honra, sócio-honorário, por ex.) a uma personalidade nacional ou estrangeira de grande prestigio, de uma medalha de ouro ou prata, de troféus como “Empresário do ano”, “Empresa exportadora do ano”, etc.


Inauguração Permite chamar a atenção para determinado evento e pôr em contacto os seus principais protagonistas. Jornada Tem a duração de pelo menos seis horas e destina-se a membros de um sector ou organização que pretendem expressar as suas opiniões e ideias, debater, analisar e encontrar respostas para determinadas questões essenciais da sua actividade. Lançamento de livro, de primeira pedra, etc É um momento de grande intensidade e eficácia uma vez que fica perpetuado por uma marca física que o assinalará para o futuro. “Guia do Investidor”, “Manual de Negócios em África”, são exemplos de títulos de grande utilidade. Mecenato É uma iniciativa que transmite o carácter altruísta

duma organização e a associa ao objectivo da entidade beneficiária. Mesa-redonda É uma reunião do tipo clássico, preparada e conduzida por um coordenador, que funciona como elemento moderador, orientando a discussão para que ela se mantenha sempre em torno do tema principal. Os intervenientes têm um tempo limitado para apresentar as suas ideias e para o debate posterior. Normalmente, a mesa-redonda está inserida em eventos mais abrangentes. É utilizada quando o assunto ainda não está consolidado e suscita discussões. Ideal para quem quer ter várias visões diferentes sobre um determinado tema. Mostra Também podendo ser designada “Exposição”, a Mostra é, basicamente, uma Feira sem objectivos comerciais imediatos.

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Mercados

Parceria Trata-se de um acordo estabelecido, formal ou informalmente, entre duas ou mais entidades com interesses numa mesma iniciativa. Quando duas ou mais organizações reúnem esforços para atingir determinado efeito, conseguem normalmente resultados mais positivos com menos custos. Palestra É sempre protagonizada por um orador de elevada craveira, que é convidado a falar sobre um tema de grande profundidade e importância para o promotor. Pequeno-almoço (brunch, almoço ou jantar) de trabalho Assume um carácter muito prático e procura tratar de questões profissionais através da convivialidade e da informalidade. Protocolo, Acordo e Parceria É uma forma de estabelecer regras de aproximação e actuação conjunta e coordenada em determinadas situações, retirando daí benefícios “de escala” para os signatários. Roadshow / Exposição Itinerante É uma mostra itinerante para a promoção de um projecto ou produto em diferentes localizações do país ou do estrangeiro. O Roadshow tem também como objectivo levar às comunidades locais exemplos do que de melhor está a ser feito pelo promotor, através de conferências, workshops e exposições. É também uma oportunidade para as organizações locais poderem apresentar as suas realizações e projectos. O Roadshow pretende ser um agente de mudança de atitudes e comportamentos, contribuindo para sensibilizar, alertar e consciencializar a sociedade civil sobre a importância dos temas apresentados. Semana Temática Trata-se de um evento em torno de um tema abrangente, como os transportes e a mobilidade, a poupança de energia, o financiamento, etc. Pode incluir

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uma campanha de publicidade, um curso, conferências, e tem o objectivo de chamar a atenção e sensibilizar um elevado número de pessoas para questões de grande interesse público. A “Market Week” é uma forma particular desta iniciativa, usada em feiras internacionais, e que pode incluir encontros de negócios, apresentação de produtos, workshops, degustações, etc. Sessão Pública É um encontro que procura a máxima divulgação de uma posição ou de um trabalho desenvolvido pelo promotor. Simpósio É um derivado da mesa-redonda, possuindo como característica o facto de ser de alto nível, para o levantamento de aspectos diferentes de determinados assuntos - e sempre com a presença de um coordenador. A diferença fundamental entre o simpósio e a mesa-redonda é que no primeiro os expositores não debatem entre si os temas apresentados. O tema geralmente é científico. O seu objetivo principal é realizar um intercâmbio de informações. As perguntas, e pedidos de esclarecimento por parte da plateia são reservados para o final do evento. Tele-Conferência Trata-se sobretudo de uma forma de comunicação interna para empresas e organizações, permitindo encurtar distâncias e tempos e reduzir despesas. Tomada de Posse É um acto público que a organização aproveita para promover a sua identidade e imagem junto do público em geral. III. Eventos de Natureza Convivial Cocktail e Porto de Honra Habitualmente usado para fechar ou abrir um encontro importante ou um evento de grandes dimensões, esta iniciativa proprociona bons momentos de aproximação e troca de experiências.


MÁQUINAS CNC DE CORTE E FRESAGEM CNC MACHINES TO CUT AND MILLING

Centro de trabalho para mármore e granito

Working center to marble and granit

Máquina CNC de 5 eixos - Destinada ao corte e fresagem de mármore e granito.

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS Tel. +351 219 678 280 Fax. +351 219 678 289 email: geral@cfm-maquinas.pt

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Mercados

Prova desportiva (Escalada, corrida, karting, rally paper, etc) É uma iniciativa que permite momentos de grande convivialidade e de interacção na busca de objectivos lúdicos. Reunião Outdoor É um encontro de quadros de empresa ou organização, longe do seu local tradicional de trabalho. Tem como objectivo desenvolver o sentimento de pertença, realizar brainstormings sobre a actividade da empresa ou ganhar a adesão para a política adoptada. Destina-se exclusivamente a elementos da empresa. Torneio (golf, ténis, bridge, etc.) Termo com origem nobre, pois designava os jogos públicos de cavalaria na Idade Média, aplica-se hoje muito a modalidades como o golf, o ténis, o bridge, que são desportos de eleição dos executivos de topo. Muitas empresas organizam estes torneios para reunirem os seus públicos externos, reforçarem o networking empresarial e transmitirem uma imagem de prestigio. Visita a entidades (Câmaras, Institutos, Universidades, etc.) Trata-se de uma deslocação organizada para permitir um melhor conhecimento do tecido empresarial e

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do meio envolvente. São muito importantes para estreitar os contactos com actuais e potenciais clientes, fornecedores e investidores). IV. A concluir Com o aprofundamento das tecnologias de informação e comunicação, muitos outros instrumentos e iniciativas começaram a ser usados pelas organizações e pelas empresas no sentido de aproximarem os seus públicos internos e externos, difundirem a imagem corporativa, desenvolverem a comunicação e enriquecerem o networking. Site, portal, twitter, facebook, tv online, são expressões com uso crescente no jargão diário do universo das empresas e outras entidades, a somar às formas de comunicação interna e externa acima referidas e a outras, como média training, brainstorming, caixa de sugestões, e outros, a que aludiremos em futuro artigo.


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Notícias

Souto de Moura recebe Prémio Personalidade do Ano da Associação da Imprensa Estrangeira O Prémio Personalidade do Ano/Martha de la Cal, da Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP), foi entregue no dia 10 de Abril no Casino Estoril ao arquiteto Eduardo Souto de Moura. A AIEP considerou o arquiteto portuense a “pessoa ou instituição portuguesa que mais fez pela imagem do país no exterior” no ano passado. O galardão da AIEP foi atribuído ao arquiteto no mesmo ano em que o autor do Estádio Municipal de Braga recebeu o Prémio Pritzker, o mais importante reconhecimento mundial na área da arquitetura. A AIEP considera Souto de Moura, juntamente com Siza Vieira, “um dos mais relevantes arquitetos de sua geração”. “Mesmo sem recorrer à monumentalidade, as construções que planeia deixam uma marca no seu entorno”, numa linguagem “clara, simples e pragmática”, característica de alguém “que considera a arquitetura como transformação e metamorfose da realidade”, salienta o comunicado. Entre as obras mais conhecidas de Eduardo Souto de Moura, destacam-se o Estádio Municipal e o Mercado de Braga, a Casa das Histórias, em Cascais, a Casa das Artes e a Estação de Metro da Trindade, no

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Porto, o Centro de Arte Contemporânea de Bragança, o Hotel do Bom Sucesso, em Óbidos, a Marginal de Matosinhos-Sul, o Crematório de Kortrijk, na Bélgica, o Pavilhão de Portugal na XI Bienal de Arquitetura de Veneza e a Casa Llabia, em Espanha. Souto de Moura foi considerado, também no ano passado, pelo jornal espanhol El País, uma das 100 personalidades que marcaram 2011, tendo sido a única personalidade portuguesa entre as escolhas ibero-americanas. O Prémio Personalidade do Ano/Martha de la Cal distinguiu, em edições anteriores, entre outros, a Fundação Champalimaud, Carlos Paredes, os Capitães de Abril, José Saramago, Mariza, António Guterres, Durão Barroso, Rosa Mota, Álvaro Siza Vieira, Luís Figo, Joaquim de Almeida, Vanessa Fernandes e a Fundação Calouste Gulbenkian. Fundada há 32 anos, a Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal distingue anualmente uma pessoa ou instituição portuguesa. A escolha é feita por cerca de 50 jornalistas estrangeiros, baseados em Portugal, e que representam atualmente meios de comunicação de mais de 20 países. (Lusa)



Notícias

Nova Rocha Atrai Arquitetos e Designers Foi descoberta na Turquia, com 6 toneladas, a maior Obsidiana do mundo, propriedade do grupo empresarial Garipoglu, que adquiriu recentemente vários engenhos com o objetivo de começar com a produção de chapas deste material. Esta rocha é de origem vulcânica, e embora disseminada um pouco por todo o mundo é do Vale Rift, em África, que são provenientes os maiores exemplares até hoje conhecidos. O uso ornamental é cada vez mais procurado por designers e arquitetos de topo, sendo claramente um material a acompanhar nas novas tendências mundiais.

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Notícias

Eurogranipex Lança Produto Inovador Há 2 anos em Portugal a Eurogranipex mudou as suas instalações de Venda do Pinheiro para Negrais. O objetivo “é ficarmos mais centrais na rota da pedra natural e assim mais próximos dos nossos clientes”, afirma Gisella Tortoriello, arquiteta, gerente da empresa em Portugal que faz um balanço muito positivo destes 2 anos. O fato de as ardósias terem preços mais baixos, em relação a outras pedras naturais, “tem ajudado a desenvolver o negócio mesmo num contexto de crise”. Os preços, a paleta de cores diversificada e a textura homogénea têm contribuído para uma boa aceitação e penetração da ardósia brasileira no mercado português. Em Portugal a empresa funciona, também, como plataforma de distribuição das ardósias brasileiras em toda a Europa, designadamente para França, Itália, Espanha e Alemanha. Portugal é, aliás, a única filial do grupo fora do Brasil. Segundo a arquiteta, metade do volume de negócios é

proveniente da venda de pedra portuguesa, particularmente para o Brasil e para toda a América Latina, na sequência de várias parcerias que a Eurogranipex

A equipa do Grupo Granipex em Portugal.Da esquerda para a direita Gisella Tortoriello,arquiteta,gerente, José Gouveia, comercial (mercado nacional e Palop’s) e Marisa Lourenço, comercial (mercado externo)

já estabeleceu com pedreiras portuguesas de mármores e de calcários. Para 2012 o grande projeto é a comercialização, a muito curto prazo, de um produto inédito – chapas de ardósia de grandes dimensões- com 280 – 340 x 135 – 150cm, que respondem à carência existente no mercado de bancadas de cozinha tipo ilha, numa peça única.

Setor Extrativo Exporta Mil Milhões de Euros Números recentes divulgados pelo INE revelam um aumento de 17,82%, em 2011, nas exportações globais dos minérios metálicos não ferrosos. Em 2011 as exportações do sector registaram 469 milhões de euros, face aos 398 milhões de euros assinalados em 2010. As exportações dos minérios de tungsténio (volfrâmio) foram as que registaram uma maior subida - + 74%. As exportações de estanho aumentaram 48,23%. O cobre continua também a destacar-se com um valor global de vendas de 238 milhões de euros o que significa um acréscimo de 26% em relação a 2010. As exportações de zinco cresceram 14,28% Estes números fazem sobressair o relevante potencial

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geológico de Portugal no contexto mundial, designadamente no sector dos minérios metálicos, destacando-se na produção de cobre na mina de Neves Corvo (Alentejo), uma das mais ricas da Europa, e na produção de volfrâmio na mina da Panasqueira (Beira Alta), onde ocupa a posição de líder como produtor europeu. Os principais países de destino das “saídas” destes minérios são a Suécia, a Alemanha, a Finlândia, a Espanha e o Brasil. Numa análise que abrange as outras indústrias extrativas (rochas ornamentais e rochas industriais) o sector exporta globalmente quase mil milhões de euros, o que representa 2,3% do valor total das exportações do país.

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Notícias

Exportações 2012 As exportações de rochas ornamentais subiram nos Fonte:
Comércio
Internacional dois primeiros meses deste ano em relação ao períFluxo:
Exportação odo homólogo.

Período:
Janeiro
e
fevereiro
de
2011
e
2012
(dados
preliminares)

A revista Rochas e Equipamentos solicitou ao INE

os números referentes a Janeiro e Fevereiro de 2012 que aqui publicamos. As estatísticas referentes às exportações do primeiro trimestre serão disponibilizadas pelo INE em Maio.

Unidade:
Euros 2011

TOTAL
PAÍS

6.434.897.973

2012

7.288.500.509

Unidade:
Euros COD. NC

2514 2515 2516 6801 6802 680221 680223 680291 680292 680293 9610

DESIG. NC

2011

2012

Ardósia,
mesmo
desbastada
ou
simplesmente
cortada
à
serra
ou
por
outro
meio,
em
blocos
ou
placas
de
forma
quadrada
ou
rectangular;
pós
e
d 275.619 438.430 Mármores,
traverOnos,
granitos
belgas
e
outras
pedras
calcárias
de
cantaria
ou
de
construção,
de
densidade
aparente
=
>
2,5,
e
alabastro,
mesm 10.024.110 11.101.826 Granito,
pórfiro,
basalto,
arenito
e
outras
pedras
de
cantaria
ou
de
construção,
mesmo
desbastadas
ou
simplesmente
cortadas
à
serra
ou
por
ou 4.524.576 6.032.259 Pedras
para
calcetar,
meios‐fios
e
placas
(lajes)
para
pavimentação,
de
pedra
natural
(excepto
ardósia) 2.953.038 5.372.769 Pedras
naturais
de
cantaria
ou
de
construção
(excepto
de
ardósia)
trabalhadas
e
obras
destas
pedras;
cubos,
pasOlhas
e
arOgos
semelhantes
par 24.101.397 24.838.158 Mármore,
traverOno
e
alabastro
e
suas
obras,
simplesmente
talhadas
ou
serradas,
de
super^cie
plana
ou
lisa
(excepto
de
super^cie
total
ou
parc 4.562.927 4.666.548 Granito
e
suas
obras,
simplesmente
talhadas
ou
serradas,
de
super^cie
plana
ou
lisa
(excepto
de
super^cie
total
ou
parcialmente
aplainada,
area 1.876.979 1.666.991 Mármore,
traverOno
e
alabastro
de
qualquer
forma,
polidos,
decorados
ou
trabalhados
de
outro
modo
(excepto
ladrilhos,
cubos,
pasOlhas
e
arO 8.023.137 6.284.222 Pedras
calcárias
(excepto
de
mármore,
traverOno
e
alabastro),
de
qualquer
forma,
polidas,
decoradas
ou
trabalhadas
de
outro
modo
(excepto
la 4.515.358 5.233.678 Granito
de
qualquer
forma,
polido,
decorado
ou
trabalhado
de
outro
modo
(excepto
ladrilhos,
cubos,
pasOlhas
e
arOgos
semelhantes
da
subposi 2.548.110 4.103.641 Lousas
e
quadros
para
escrever
ou
desenhar,
mesmo
emoldurados 237.993 5.240.646

Voto de Pesar Faleceu no passado dia 8 de Abril, Francisco do Rosário Frazão, uma das mais importantes figuras do nosso sector. Fundador do Grupo Frazão, foi juntamente com os seus filhos, o responsável pela introdução de rocha ornamental portuguesa em obras de relevo nos quatro cantos do globo. Sendo que hoje, a marca Frazão, está associada ao que de melhor se faz em transformação e aplicação em obra. Missão que certamente terá a melhor continuação por parte dos seus descendentes. Francisco Frazão e os seus filhos, Joaquim e Abel Frazão.

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António Jacinto Figueiredo, Lda. Uma Imagem de Qualidade desde 1953 Máquinas e Equipamentos para Rochas Ornamentais l Máquinas de Corte Tipo Ponte de 350 a 3500mm l Engenhos de Serrar Mármore e Granito l Multifios Versão de 6, 15 e 30 Cabos l Monofios l Tornos Automáticos l Talha Blocos Mármore ou Granito l Máquinas de Polir de: l Uma Cabeça com mudança automática l Chapa l Ladrilho até 1200mm

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