2º ano C - Unidade II _ Contos pouco contados...

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Contos pouco contados... Reescrita de contos dos Irmãos Grimm

2º ano C Profª Giselle



Sumário A adivinhação As três penas Cotovia que canta e saltita O camponês e o diabo Os sapatos dançarinos Rumpelstilsequim Um-olhinho, Dois-olhinhos, Três-olhinhos



A ADIVINHAÇÃO Era uma vez um filho de um rei que gostava muito de viajar. Um dia ele saiu de casa para uma viagem com seu criado. Eles avistaram uma cabana. Bateram e viram uma moça bonita. O filho do rei perguntou se podia entrar e ela respondeu: -Poder, pode, mas eu não aconselharia, porque minha madrasta é uma bruxa. Não coma, nem beba nenhuma coisa que ela te oferecer. O menino entrou e perguntou: - Posso dormir aqui uma noite? Ela respondeu: - Claro que sim. Ao amanhecer saiu da cabana e subiu no cavalo. A bruxa disse: -Espere... não que tomar uma bebida? O homem não respondeu e seguiu seu caminho. A bruxa pediu ao criado que levasse a bebida ao príncipe. No meio do caminho o copo caiu, derrubou a bebida e o cavalo bebeu. O cavalo, enfeitiçado com a bebida, caiu falecido no chão. Um corvo veio e comeu a carne envenenada do cavalo. O corvo morreu e o criado o levou para o local onde o príncipe estava. Lá haviam também 12 assassinos que pegaram o corvo e o comeram. Esses assassinos acabaram sendo mortos pelo veneno. O príncipe voltou à estrada até que chegou ao castelo de uma princesa. A princesa era muito bonita, mas também arrogante. A jovem mandou anunciar que quem fizesse uma adivinhação que ela não soubesse responder, casaria-se com ela. Mas se ela adivinhasse, seria decapitado.


Nove pretendentes já tinham tentado, mas infelizmente não conseguiram. O filho do rei resolveu arriscar sua vida por causa da beleza da princesa e disse o desafio: - O que é: um não matou nenhum e, no entanto matou doze. Ela tinha três dias para descobrir. Se não adivinhasse, se casaria com ele. Se ela acertasse, o príncipe seria decapitado. A princesa não sabia a resposta, olhou em todos os livros de enigmas e não achou nada. Na primeira noite do príncipe em seu castelo, a princesa mandou sua conselheira, com uma capa, ir até o quarto dele ver se conseguia achar alguma coisa. Quando ela ia sair do quarto, ele tirou a capa dela e a colocou para fora do quarto com tapas. Na segunda noite ela mandou outra criada e aconteceu do mesmo jeito, ele tirou a capa dela e expulsou do quarto com tapas. Na terceira noite ele achou que seria tranquilo e deitou em sua cama. Dessa vez foi a própria princesa que foi até o quarto e perguntou: - O que quer dizer “Um não matou nenhum”? - Um copo de veneno oferecido para mim pela bruxa. -E “no entanto matou doze”? - Um corvo que comeu a carne envenenada do cavalo que acabou tomando o veneno. Doze assassinos comeram o corvo e morreram. – respondeu o príncipe. No dia seguinte ela chamou 12 juízes e disse: - Eu sei a resposta. Um cavalo que morreu envenenado e foi comido por um corvo, que serviu de alimento para 12 assassinos que também acabaram morrendo. O príncipe falou: - Ela me interrogou!


E os juízes disseram: - Você tem provas? Ele mostrou as capas e os juízes disseram: - Pode bordar essa capa de ouro e de prata, porque será a capa de seu casamento. E a princesa teve que se casar com o príncipe.

Reescrito por: Daniel Fernandes Melo de Almeida Gabriel Galvani Abreu Renan Martiniano Arruda



AS TRÊS PENAS Era uma vez um rei e seus três filhos. Dois deles eram espertos, mas o terceiro era bobo e o chamavam de João Bobo. Quando o rei sentiu que iria falecer chamou seus filhos e levou-os até a porta do castelo e disse: - Quem trouxer o tapete mais belo do mundo irá ser rei. E soprou três penas. Uma foi para o Oriente e a outra foi para o Ocidente. A de João Bobo voou um pouco e caiu no chão. João Bobo sentou-se e logo percebeu que ali havia uma porta de alçapão abriu-a. Lá havia uma escada, ele desceu-a e viu que tinha uma porta. Bateu na porta e ele ouviu uma voz: “Ó verde menina Da cor desta mata Que pula no lago E desce a cascata Vá já sem demora Ver quem tá lá fora” A porta se abriu e o João Bobo viu uma rã imensa rodeada de rãzinhas. A rã perguntou o que ele queria e João Bobo respondeu: -Eu quero o tapete mais belo do mundo. E a rã disse: “Ó verde menina Da cor desta mata Que pula no lago


E desce a cascata Vá já sem demora pegue a caixa agora” A rãzinha pegou a caixa e a levou até a rã. Ela retirou o tapete mais belo do mundo da caixa e entregou-o a João Bobo. Os irmãos de João Bobo pegaram o xale da primeira mulher que viram e o levaram para o rei dizendo que era tapete. Logo depois João Bobo também levou o tapete ao rei. O rei disse: -De direito o reino deve ir para o filho mais novo. Os dois irmãos insistiram para ter outra prova. O rei falou que sim e disse: -Quem trouxer o anel mais bonito do mundo vai ser rei. Saiu do castelo e soprou três penas. Elas voaram como da outra vez. João Bobo desceu a escada, bateu na porta e a rã abriu-a. Ele entrou e ela perguntou o que João Bobo queria. Ele respondeu: -Eu quero o anel mais belo do mundo. A rã disse para uma de suas rãzinhas: -Pegue a caixa e a traga a mim. A rãzinha levou a caixa à rã. Ela tirou um anel de dentro e entregou-o a João Bobo. João Bobo levou o anel ao rei. O anel de João Bobo era o mais belo. Os irmãos dele falaram ao rei que João Bobo era bobo demais para ser rei. O rei disse: -Eu darei outra tarefa a vocês, que é buscar a donzela mais bela do mundo. O rei soprou as penas novamente e elas voaram do mesmo jeito. De novo João Bobo desceu as escadas e bateu na porta. A rã abriu e João Bobo entrou. Novamente a rã perguntou o que ele queria.


Ele disse: -Eu quero a donzela mais bela do mundo. A rã deu a ele uma cenoura podre e esburacada com dois ratos dentro. E disse: -Escolha uma das minhas rãzinhas e coloque-a dentro desta cenoura. João Bobo fez o que a rã disse. A cenoura virou uma carruagem, os dois ratos viraram dois cavalos e a rãzinha virou a donzela mais bela do mundo. Enquanto isso os irmãos de João Bobo pegaram as primeiras camponesas que viram. João Bobo e seus irmãos chegaram ao castelo e quando entraram, encontraram o rei. O rei disse: - O mais novo deverá ser rei. Os irmãos de João Bobo pediram a ele que desse outra tarefa a eles. O rei disse: - Darei uma última tarefa a vocês. E a tarefa vai ser as donzelas pularem dentro de um arco. Os irmãos de João Bobo pensaram que as camponesas iriam conseguir e a donzela que João bobo levou ao castelo não iria conseguir. As camponesas pularam, mas caíram todas desajeitadas. A donzela de João Bobo pulou com graça e beleza. Os irmãos de João Bobo não podiam mais falar nada e João bobo reinou por anos e anos com muita sabedoria. Reescrito por: Beatriz Novaes Grazielle Filipini Pimenta Mariana Monsalvarga Serrão



COTOVIA QUE CANTA E SALTITA Era uma vez um rei que tinha três filhas. Duas eram mais velhas e a outra a caçula. No dia seguinte o rei saiu em busca de aventura e disse: — Minhas três filhas, vou viajar. Vão querer alguma coisa? A mais velha falou: —Vou querer diamantes. A segunda pediu pérolas. E a caçula disse: - Meu pai querido eu vou querer uma cotovia que canta e saltite. E o rei partiu. Ele ficou muito triste na volta de sua viagem, porque tinha as pérolas e os diamantes, mas não tinha conseguido a cotovia. Quando estava quase chegando em casa achou a cotovia de sua filha caçula e exclamou muito contente: - Que bom! Você apareceu bem na hora! E mandou o criado subir na árvore apanhar a criaturinha. Mas quando ele se aproximou, saltou um leão horripilante.E disse: - Eu te dou a criatura se me der a primeira pessoa que você verquando chegar em casa. O rei ficou com medo, mas respondeu: - Tudo bem.


Mas a primeira pessoa que viu foi a filha mais moça. E, muito triste e preocupado, disse à filha: - Eu te prometi a um leão e ele vai te devorar. -Então eu tenho que ir! -Não vá. Quando ela chegou, encontrou o leão e ele rapidamente se transformou em um rapaz atraente. Depois explicou que de dia ele é um leão e de noite rapaz. Desde então dormiam de dia e de noite ficavam acordados. Um dia ela foi a uma festa de casamento de uma das irmãs. Quando ela chegou todos ficaram muito alegres, pois tinham pensado que o leão havia devorado ela. Festejaram até o galo cantar. Um mês depois celebraram o casamento da irmã do meio e a moça falou ao leão: -Dessa vez quero que você vá comigo. E o leão disse: -É muito perigoso para mim. Se um raio de luz me atingir eu vou ficar no céu por sete anos como uma pomba. E a moça falou: - Vou mandar os criados fazerem um aposento que não entre nenhum raio de luz. - Tudo bem! E saíram. Quando acenderam as velas o rapaz entrou no cômodo. Veio um raio de luz e imediatamente ele virou uma pomba e disse:


- Vou voar por sete anos no céu. A cada passo você verá um pingo de sangue e uma pena. E se foi. Ela o seguiu por sete anos. Quando completou o prazo ela perguntou ao sol se ele tinha visto uma pombinha branca voando. O sol disse: - Não vi, mas se você precisar, toma essa caixa. Andando mais um pouco achou a lua e perguntou: - Você viu uma pombinha branca? - Não vi, mas tome esse ovo e quebre-o quando precisar. Quando encontrou o vento oeste e leste eles disseram que não viram, mas o vento da noite havia visto e disse para a moça: - Eu vi uma pomba se transformando em um leão em um castelo depois do Mar Vermelho. Você deverá ir até lá e bater no dragão com um graveto para eles voltarem à forma humana. Depois pegue um grifo e vá com o príncipe ao Mar Vermelho e jogue essa noz para o grifo descansar, senão ele vai jogar vocês no mar. A moça foi ao castelo e abriu a caixa. Lá tinha um vestido lindo. Quando a princesa que lá vivia viu disse: -Que vestido lindo! Está a venda? E a moça respondeu: - Nem por ouro, nem por prata, mas por carne e sangue sim. A princesa falou: - Como assim? -Se você me deixar ficar no quarto em que está o príncipe leão, eu te dou o vestido. A princesa concordou, mas como era muito esperta deu uma poção para o príncipe dormir mais rápido.


A moça perguntou várias coisas para o príncipe, mas ele não ouvia porque estava dormindo. No dia seguinte a moça quebrou o ovo e de lá saíram pintinhos. A princesa viu da janela e quis comprar, mas a moça falou: -Custa carne e sangue. Deixe-me passar outro dia no quarto do príncipe. A princesa deixou. Acontece que o príncipe soube da história e, dessa vez, não tomou nada que a princesa ofereceu. Quando a moça entrou no quarto e começou a falar com o príncipe, ele reconheceu a voz e soube que era da sua esposa. Com medo do pai da princesa, que era um mago, eles saíram escondidos montados no grifo. No meio do caminho o grifo pousou para descansar e eles viveram felizes até morrer.

Reescrito por: Gabriel Carvalho David Lino Pereira Rafaela Sanches Lira Sofia Minelli Campos




O CAMPONÊS E O DIABO

Era uma vez um camponês muito esperto. Se eu pudesse ficaria o dia inteiro contando apenas suas espertezas. Mas sua maior esperteza foi como ele enganou o diabo. Um dia quando o camponês estava voltando para casa ele deu de cara com um pequeno diabinho preto. Quando o camponês viu o diabo disse: — Até parece que você está sentado em cima de um tesouro. — E estou mesmo — confirmou o diabo. —Mas este ouro é meu por direito, afinal este ouro está em meu território!! —Pode ficar com ele, mas vou querer em troca tudo o que produzir nesses últimos dois anos. —Então tudo que produzir embaixo da terra é meu e o que crescer em cima da terra é seu.—disse o camponês. O diabo, muito contente com a proposta, aceitou. –De acordo! – respondeu o diabo. O camponês que, era muito esperto, plantou nabo. Quando o diabo foi buscar sua parte só encontrou folhas secas e amareladas. O camponês saiu com o nabo contente. O diabo, triste, disse: —Agora o que crescer em cima da terra é seu, e o que crescer embaixo da terra é meu. O camponês dessa vez não semeou nabo, semeou trigo.


Tempos depois o diabo foi buscar a colheita. Novamente não encontrou nada! —Você venceu. – disse o diabo. — É assim que se engana um ladrão. – disse o camponês e lá se foi colher seu tesouro.

Reescrito por: Isabela Galvani Abreu Kaique da Silva Landucci Maria Fernanda Liessi Magno de Lima




OS SAPATOS DANÇARINOS Era uma vez um rei que tinha doze filhas, cada qual mais bonita que a outra. Toda noite ele trancava a porta do quarto das princesas e passava o ferrolho. Quando ele abria a porta, via que os sapatos estavam gastos de tanto dançar. O rei não sabia como isso seria possível. Então o rei falou que o príncipe que conseguisse descobrir onde as princesas iam dançar, poderia casar com uma delas. Mas se não conseguisse descobrir perderia a vida. Vários príncipes vieram tentar a sorte, mas acabaram perdendo a vida. Tinha um soldado que tinha se ferido numas das lutas e não podia continuar no exército servindo o rei, então ele foi para cidade onde o rei morava. No caminho ele encontrou uma senhorinha, que perguntou: -Aonde você está indo? Ele respondeu: - Eu mesmo não sei aonde estou indo, quem me dera se eu soubesse onde as filhas do rei vão dançar. E a senhorinha respondeu: -É fácil! É só você não tomar o vinho que irão dar a você. E se você precisar, leve esta capa, ela deixará você invisível. O soldado seguiu as instruções da senhorinha.

Ele foi até o castelo e pediu para tentar a sorte.

De noite, os empregados do rei levaram o soldado a uma sala do lado do quarto das jovens. Lá a cama do jovem estava feita, então a filha mais velha levou o vinho ao soldado, mas ele tinha armado um plano: colocar uma esponja amarrada no queixo para o vinho escorrer.


Depois ele fingiu que estava dormindo e começou a roncar muito alto e as princesas começaram a rir. Então a princesa mais nova disse: - Eu estou com um mal pressentimento de alguma coisa horrível vai acontecer. - Deixa de ser boba!- disse a mais velha. Elas abriram armários e cômodas, tiraram de lá de dentro lindos vestidos e foram perto do espelho se vestir. Foram ver se o soldado estava dormindo. Então a mais velha foi perto da cama dela e deu umas batidinhas e a cama afundou no chão. Elas desceram as escadas, a mais velha na frente e as outras atrás. O soldado jogou a capa nas costa e saiu com elas, e o jovem foi atrás da mais nova. Sem querer ele pisou de leve na barra do vestido dela. E a jovem mais nova gritou assustada: - Ah! O que está acontecendo? Quem pisou na barra do meu vestido? A filha que nasceu primeiro disse: - Deixa de ser medrosa. No fim da escada tinha uma avenida que as folhas das árvores eram de prata. O soldado queria levar provas para o rei, então ele arrancou um galho da árvore de prata. O estralo foi tão forte ,que a princesa mais nova assustada gritou: -Que som foi esse, quem está aí? A jovem mais velha disse: -É só salva de tiros porque daqui a pouco nós iremos libertar nossos príncipes.


E elas andaram mais um pouco, veio a avenida das árvores de diamantes e o soldado arrancou um galho de uma árvore. Depois veio a avenida de folhas de ouro, cada vez que ele arrancava um galho o estralo era tão forte que a princesa mais nova levava um susto. No fim da avenida tinha um rio, na água tinha doze barcos e em cada barco tinha um príncipe. Cada princesa ia com o príncipe que estava em cada barco. O soldado foi no barco que a princesa que nasceu por último estava. Então o príncipe com quem ela estava disse: - Nossa, hoje esse barco está mais pesado! Tenho que remar com toda a minha força. -Deve ser por causa do calor, eu mesma já estou vendo coisas. Tinha um castelo que estava na outra margem do rio. Quando elas chegaram no castelo, dançaram com os príncipes. Sempre que a princesa mais nova pegava uma taça de vinho, o soldado esvaziava. E sempre que o soldado esvaziava a taça, a princesa se assustava. De madrugada os príncipes remaram até a outra margem do rio levando de volta as princesas. Dessa vez o soldado foi no barco da mais velha. Quando eles chegaram no castelo o soldado saiu correndo na frente, tirou a capa e começou a fingir que estava dormindo. As princesas foram para o quarto e colocaram os sapatos debaixo da cama e tiraram os vestidos. O soldado fez a mesma coisa nos outros dois dias. No último dia o soldado pegou uma taça que encontrou. Quando eles chegaram no castelo, o soldado saiu correndo e foi falar com o rei. O rei perguntou ao soldado:


- Aonde minhas filhas vão dançar toda noite? E o soldado respondeu: - Com doze príncipes num castelo subterrâneo. - E como você pode provar isso? – perguntou o rei. - Com as minhas provas. – disse o soldado e pegou as provas que recolheu durante a viagem e mostrou elas ao rei. Depois o rei mandou chamar as princesas. Elas viram que se traíram e contaram a verdade. Então o rei perguntou: -Qual princesa você vai querer se casar? O soldado respondeu: - Eu já não sou tão novo, então pode me dar a mais velha. Eles se casaram no mesmo dia e o rei prometeu que quando morresse herdaria o reino para o soldado. E os doze príncipes ficaram presos no encantamento tantos dias quanto eles estavam com as princesas. Reescrito por: Beatriz Silva Delfino Andrade Lucas Santos Oliveira Natália Bifi Gonzales




RUMPELSTILSEQUIM Era uma vez um moleiro muito pobre muito linda que tinha uma filha .Uma vez que o pobre trabalhador ia ao castelo falou ao rei: -Minha filha sabe fiar palha em ouro. O rei interessou –se e perguntou : -Esta é uma arte que me agradada, então deveras trazer sua filha para provar. E o pai da moça respondeu : -Perfeito! Vou traze-la amanhã sem falta. Ao nascer do sol o moleiro levou a sua filha no castelo. O majestoso rei pegou a mão da garota e levou-a a um quarto cheio de palha e trancou-a com suas próprias mãos. A moça começou a chorar, e no meio das palhas apareceu um homúnculo que perguntou: -Por que tanto choras ? E a moça explicou: -Porque meu pai falou ao rei que eu sabia fiar palha para virar ouro, mas eu não sei. O homenzinho falou: -O que me darás se eu fiar a palha para ti? A filha do moleiro respondeu: -Olha, eu tenho este cordão, mas não é de grande valor. O pequeno homenzinho falou:


-Ótimo! E rec rec rec na roda do fuso e a moça ficou espantada, porque ela tinha tentado e não conseguiu. O moço pequeno fazia rec, rec e rec e saía fios de ouro. No dia seguinte, o rei ficou espantadíssimo e falou quase sem folego: -Perfeito!!! O rei pegou na mão da moça e levou-a para um quarto ainda maior, com mais palha e exigiu que fiasse tudo em uma só noite. A moça gaguejou: - M-ma-s-mas não vou conseguir fiar tudo em uma só noite. O rei, sem olhar para trás, trancou a porta com suas próprias mãos. Saiu de dentro das palhas de novo o homenzinho. - O que me darás se eu fiar toda a palha para ti? E a moça respondeu: - Este anel, mas não é de grande valor. Então o homenzinho sentou diante da roca que começou a zunir, até o amanhecer. O rei quase desmaiou ao entrar no quarto. Levou-a para um quarto imenso e com grande quantia de palha. Ele prometeu que se a moça conseguisse, se casaria com ela. Saiu de dentro das palhas o pequeno homenzinho e ele perguntou: - O que me darás se eu fiar a palha para ti? E a donzela respondeu: - Não tenho mais nada para te dar.


O homúnculo falou: - E se você me prometesse dar o teu primeiro filho? A moça pensou “Se até lá...”, e respondeu: - Tudo bem! E a roca começou a zunir de novo e purr purr purr e estava cheia. No dia seguinte o rei foi ver se a moça fiou tudo. O rei não imaginou que ela conseguisse fiar toda aquela quantia em uma noite só. Três anos depois a jovem teve um filho com o rei. Silenciosamente o homúnculo deu um susto na moça. O homenzinho falou: - Você terá três dias para descobrir meu nome, e se você descobrir fica com o filho. Mas se não descobrir, o filho é meu. Ao amanhecer a moça começou com os seguintes nomes: - Alfredo, Baltazar, Gaspar, Melquior. E toda vez ele repetia “Eu não me chamo assim”. Ao nascer do sol a moça mandou o criado buscar o nome de um homem pequenino. Ao cair da noite o criado voltou e falou para a moça que não achou nenhum nome, mas disse: - Pois vi um homem cantarolando “Hoje a alegria é minha! Meu é o filho da rainha! Ninguém sabe além de mim, que eu sou Rumpelstilsequim!”. Você não sabe a alegria que a rainha ficou ao pensar que não vai perder o filho por um nome. No dia seguinte a moça perguntou ao pequeno homem:


- Por acaso seu nome é Kinzo? E Hugo? E ele respondeu: - Eu não me chamo assim! A jovem falou: - Por acaso seu nome é Rumpelstilsequim? O homem respondeu muito bravo: - Foi o diabo que lhe contou isso! Foi o diabo que lhe contou isso! E ele se rasgou em duas partes e desapareceu.

Reescrito por: Luisa Maria Parzanese de Araujo Mariana Rojas de Siqueira Thainá Lopes Campos




UM-OLHINHO, DOIS-OLHINHOS, TRÊS-OLHINHOS Era uma vez uma mãe e suas três filhas. A mais velha se chamava Três –olhinhos, porque tinha dois olhos dos lados e um no meio da testa. A do meio se chamava Dois-olhinhos, porque tinha dois olhos, como todo mundo. A caçula se chamava Um-olhinho, porque só tinha um olho no meio da testa. As irmãs e a mãe, só maltratavam a Dois-olhinhos porque era igual como todo mundo. Só deixavam ela comer as sobras dos pratos delas. Um dia mandaram Dois-olhinhos levar uma cabra ao campo para pastar. E lá Dois-olhinhos começou a chorar, porque as irmãs só maltratam ela. Depois uma Mulher Sábia apareceu e disse: -Porque você está chorando Dois-olhinhos? E Dois-olhinhos respondeu: -Porque as minhas irmãs me põe de castigo, só me vestem com farrapos, dão-me as sobras dos pratos delas. Então a Mulher Sábia diz: -Diga á sua cabra: “Cabrita, berre, cabrita Ponha coisas de comer Numa mesa bem bonita.” Quando estiver satisfeita diga: “Cabrita, berre, cabrita Já acabei de comer Leve a mesa bem bonita.”


E desapareceu. Dois-olhinhos pensou “Vou experimentar agora mesmo”. E diz: “Cabrita, berre, cabrita Ponha coisas de comer Numa mesa bem bonita.” Apareceu uma mesa bem posta, melhor que havia. No centro estavam os pratos mais quentes. Ela rezou a oração mais curta que sabia: -Que esteja sempre conosco amém! - E se atirou na comida. Depois de satisfeita disse: “Cabrita, berre, cabrita Já acabei de comer Leve a mesa bem bonita.” E a mesa e tudo o que estava nela desapareceu. Depois voltou para casa. Na manhã seguinte ela nem tocou na comida, nos primeiros dias as irmãs e a mãe nem repararam, mas quando isso começou a acontecer todos os dias elas acabaram reparando. A mãe e as filhas estavam decididas a descobrir se alguém estava dando o que comer e beber para ela. No dia seguinte mandaram Dois-Olhinhos ir pastar com a cabra. Quando estava saindo, Um-olhinho falou: -Vou com você para ver se a cabra está pastando direitinho e sendo bem cuidada. Mas como não estava acostumada a andar no sol ficou muito cansada e Dois-Olhinhos disse: -Venha que eu canto uma música para você. E cantou:


-Um-olhinho está acordada? Um –olhinho está dormindo? E Um-olhinho adormeceu. Dois-olhinhos disse: “Cabrita, berre, cabrita Ponha coisas de comer Numa mesa bem bonita.” Quando ficou satisfeita, falou: “Cabrita, berre, cabrita Já acabei de comer Leve a mesa bem bonita”. Acordou Um-olhinho e disse: - Você disse que iria tomar conta da cabra, mas acabou dormindo. Vem, vamos para casa. Quando chegou em casa a mãe perguntou: - Você descobriu quem está dando comida e bebida para aquela peste? Mas a única coisa que ela conseguiu dizer foi: - Eu dormi... Na manhã seguinte a mãe disse à Três-olhinhos: - Agora quero que você vá e vigie bem para ver se alguém está dando comida e bebida para ela. Então Três-olhinhos disse à Dois-olhinhos: - Vou com você para ver se a cabra está pastando direitinho e sendo bem cuidada.


Foram até o capinzal alto, mas como Três-olhinhos não estava acostumada a andar no sol, ficou muito cansada e Dois-olhinhos disse: -Venha que eu canto uma música para você. E cantou: -Três olhinhos está acordada? Mas ao invés de cantar “Três olhinhos está dormindo”, se distraiu e cantou: - Dois-olhinhos está dormindo? Ficou cantando uma música assim “Três-olhinhos está acordada? Dois-olhinhos está dormindo?”. Dois olhos de Três-olhinhos adormeceram, porque um olho não foi mencionado na canção. Fechou o olho deixando uma fresta aberta que via tudo o que estava acontecendo. E Dois-olhinhos disse: “Cabrita, berre, cabrita Ponha coisas de comer Numa mesa bem bonita.” Depois que comeu e bebeu até se fartar, disse: “Cabrita, berre, cabrita Já acabei de comer Leve a mesa bem bonita”. Depois acordou Três-olhinhos e disse: - Você não disse que iria tomar conta da cabra? Veja só, acabou dormindo. Venha, vamos para casa.


Quando chegou em casa disse para a mãe: - Eu vi tudo. Ela falou umas palavras mágicas que forçou meus dois olhos a dormirem. Mas como uma não adormeceu vi que ela disse à cabra “Cabrita, berre, cabrita Ponha coisas de comer Numa mesa bem bonita.”. E apareceu uma mesa com uma comida bem melhor do que a gente tem aqui. Então a mãe pegou a faca e falou: - Se ela pensa que é melhor que a gente está muito enganada! E enfiou-a no coração da cabrita. Quando Dois-olhinhos soube, quase morreu de tristeza. Então foi até o seu cantinho preferido e chorou. Pelo seu rosto apareceu a Mulher Sábia e perguntou: -Por que choras tanto, Dois-olhinhos? - E eu não tenho motivos? – respondeu Dois-olhinhos. – Minhã mãe matou a cabra que me dava comida. Agora voltarei a passar fome. A Mulher Sábia aconselhou: - Plante as tripas da cabra na porta da frente que lhe dará sorte. Quando chegou em casa disse às irmãs: - Queridas irmãs, será que podia ficar com alguma parte da cabra? Não estou pedindo as partes mais gostosas, as tripas servem. As irmãs riram e disseram: - Se é isso que você quer, está bem. De noite, quando tudo estava calmo, Dois-olhinhos seguiu o que a Mulher Sábia havia aconselhado..


Na manhã seguinte, no mesmo lugar onde estavam plantadas as tripas da cabra, estava uma árvore com folhas de prata e frutas de ouro. Então a mãe disse a Um-olhinho que subisse e pegasse as frutas. Quando subiu, foi pegar as frutas. Mas quando foi agarrá-las, elas escapavam de suas mãos. - Agora deixe sua irmã tentar, com seus três olhos ela terá uma visão melhor das frutas. Tentou, mas não não conseguiu. Então Dois-olhinhos disse: - Deixe que eu tento, vai que eu consigo. E elas falaram: - Se nós não conseguimos, como você conseguirá? Mas mesmo assim Dois-olhinhos subiu e encheu o avental com as frutas. Depois desceu. De tanta inveja elas passaram a maltratá-la mais ainda. Mais tarde passou um cavaleiro que quando as irmãs repararam, pegaram um barril e coloram em cima de Doisolhinhos. Ele se aproximou para apreciar a bela árvore e disse: - Eu daria tudo por um galho dessa árvore! E perguntou: - A árvore é de vocês? - Sim, responderam elas. E subiram para tentar tirar um galho, mas não conseguiram. Então o cavaleiro falou: - Se vocês são donas da árvore é muito estranho que não conseguem quebrar um galho dela. Mas novamente elas falaram que a árvore era delas. Elas contaram que tinham uma irmã que não podia aparecer porque só tinha dois olhos. Então o príncipe acabou dizendo:


-Dois-olhinhos, apareça. Então ela apareceu e quebrou um galho para ele sem menor problema. E Dois-olhinhos contou a ele que passava fome. Ele resolveu se casar com ela! Anos depois as irmãs viraram mendigas e foram bater na porta do castelo para pedir esmolas. Dois-olhinhos reconheceu as irmãs. Elas se arrependeram sinceramente do mal que fizeram a ela, e foram acolhidas no castelo.

Reescrito por: Rafaela Galvani Abreu Heloá da Silva Borja Laura Soares Laxy


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