Bienal de Coruche

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INTRODUÇÃO A iniciativa Envolvências Locais, tal como na anterior edição da Bienal de Coruche – Percursos com Arte, surge para dar protagonismo a artistas locais e envolver a comunidade em geral. Com o propósito de envolver a comunidade (450 colaboradores / 20 instituições) surge a intervenção artística “Vestida de Lobeira”, desenvolvida considerando a importância da dicotomia identidade / inovação. Uma intervenção artística em malha, cuja matriz é a tradicional manta lobeira, expressa em 2594 revestimentos de diversos elementos da praça da Liberdade e largo do Pelourinho.

Garantida está a envolvência de todos aqueles que deram de si em prol desta iniciativa, pelo que acreditamos ser um contributo interessante para esta edição da Bienal de Coruche – Percursos com Arte. O desejo de fruição deste evento está explícito, contudo também há vontade de que sejam apreendidas algumas mensagens, nomeadamente a defesa das nossas tradições como património cultural, que criaram valor no passado e que podem e devem alavancar o nosso presente e futuro, de forma a afirmarmos a nossa identidade face à globalização preponderante. Paulo Fatela

ENVOLVÊNCIAS

Nesta edição o enfoque acontece também no âmbito da fotografia, considerando o interesse local por esta forma de expressão artística. Com o advento da fotografia digital muitos paradigmas fotográficos foram alterados. Com aparelhos mais simples de manipular e os programas de edição de imagem, a fotografia tornou-se mais acessível e popular. Irão estar expostas fotografias de 20 autores, ao longo do percurso definido para o evento, sobre a temática genérica “Coruche”. A propósito de fotografia e de algumas vertentes de produções com fios, em termos mais convencionais/tradicionais e contemporâneas, haverá lugar a um colóquio sobre estas temáticas, com o contributo de José Fabião (fotógrafo e gestor pedagógico – Cursos de Fotografia na Escola Técnológica, Inovação e Criação), Rosa Pomar (investigadora na área das malhas, bloger, autora do livro “História das Malhas Portuguesas”), Patrícia Simões e Tiago Custódio (autores do projeto neofofo - revestimento com tricot de calçada portuguesa).

LOCAIS

Os colaboradores vão desde os 3 aos 89 anos de idade, ou seja, as peças foram pensadas com o objetivo de todos poderem contribuir, desde o simples pompom ao revestimento com maior grau de dificuldade, e que fosse, também, um desafio para o próprio executante. Foram utilizados 900 novelos e 171 000 m de fio. “Encontrar o fio à meada” é uma expressão vulgarmente utilizada mas que faz todo o sentido para apresentar o Espaço Malhas. É um local onde estará alguma informação sobre a história dos lanifícios, processos de produção, peças que identificam a nossa cultura, referências à intervenção “Vestida de Lobeira”. A partir do desenvolvimento desta intervenção surgiu a curiosidade sobre o que está aquém e além do fio. Na expectativa de também criar curiosidade no público sobre esta matéria, o Espaço Malhas pretende ter uma dinâmica de interação de transferência do saber fazer e de consciencialização da importância da nossa identidade. Para além desta vertente, pretende-se que seja um espaço de encontro, de trabalho em malha onde estarão previstas duas sessões com artesãs da região.


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