Bienal de Coruche

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COM ARTE

PERCURSOS

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BIENAL DE CORUCHE - PERCURSOS COM ARTE Foi com redobrado prazer que a equipa municipal, responsável pela organização da VII Bienal de Coruche – Percursos com Arte, se envolveu na concretização desta iniciativa, motivada pela experiência e resultados alcançados na edição anterior. Mantendo a mesma orientação, proporcionando aos visitantes que percorrem as ruas do Centro Histórico da Vila o contacto com variadas formas de expressão artística, ainda que agora subordinadas a temas que procuram chamar a atenção para os valores do concelho, foram todavia, as obras sujeitas a concurso, confinadas a estruturas

NOTA INTRODUTÓRIA

pré-concebidas, de forma a tornar mais evidente a relação entre o objeto artístico e a linguagem publicitária. Doze anos passados desde a primeira edição da Bienal de Coruche, é com muito orgulho que podemos afirmar que tem sido feito um percurso louvável, de referência, de coragem e empenho num projeto que pelas suas características precisou de tempo para se estabelecer e afirmar. Neste caso podemos afirmar, como o ditado popular, que a “persistência é o caminho do êxito.” Contam-se pelos dedos as iniciativas deste âmbito no país, o que faz de Coruche um modelo nacional, na medida em que aposta num evento dedicado exclusivamente às artes plásticas e, em particular, na edição de 2013 e de 2015, à Arte Urbana. Nesta edição aposta-se numa interpretação do espaço público com recurso a várias técnicas de expressão artística, comunicando e causando impacto no público assíduo e que visita nestas duas semanas o centro histórico de Coruche, transformado numa galeria viva, enquadrada nesta nova tendência de cultura visual urbana que prolifera atualmente. Paralelamente ao concurso nacional, a iniciativa engloba uma vez mais a intervenção da comunidade local, de forma transversal e com a colaboração de pequenos e grandes artistas que, em conjunto ou individualmente, produziram as peças em malha que vestem a Praça da Liberdade, um dos espaços privilegiados do centro da nossa vila. Creches, IPSS, Centros de Dia e outros grupos de trabalho informais contribuíram, com dedicação e esforço de muitas horas, para o resultado que todos podemos 2 6 DemEgrande S Eescala. TEMBRO apreciar nesta intervenção

Não tendo sido elevado o número de projetos recebidos, acreditamos contudo que as dez obras selecionadas, pela diversidade de técnicas exploradas e qualidade demonstradas, terão com certeza um forte impacto nos diversos públicos que as venham apreciar, permitindo-lhes também usufruir da ambiência do nosso Centro Histórico, por estes dias mais vivido. O projeto Envolvências Locais vem enriquecer ainda mais o percurso, com apontamentos fotográficos de diversos fotógrafos amadores e profissionais do concelho, bem como com uma intervenção, que envolveu grande parte da comunidade coruchense no revestimento a malha de diversos objetos inseridos no coração do Centro Histórico, denominada “Vestida de lobeira”. Relacionado com esta última temática estará patente ao público na Galeria do Mercado Municipal o “Espaço Malhas” que, para além de uma exposição, permitirá apreciar trabalhos em execução por artesãs locais. Nos dias que antecedem a Bienal e no decorrer desta serão proporcionados outros eventos culturais, quer nas áreas das artes plásticas quer performativas, ateliês para os mais jovens e ainda um colóquio, que se debruçará sobre os temas do projeto Envolvências Locais, tornando a Bienal de Coruche - Percursos com Arte uma vez mais um momento único na agenda cultural da Vila de Coruche. Luís Marques

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A exposição e o espaço de encontro programado na galeria do Mercado Municipal, o colóquio, os espetáculos, os artistas a trabalhar ao vivo serão complemento e suporte da componente artística, abrindo espaço ao debate, à pedagogia, disponibilizando informação acrescida a todos os que se interessam em aprofundar estas matérias. Também os fotógrafos da nossa comunidade, entre amadores e profissionais, estarão presentes no percurso pré-definido pela organização, oferecendo-nos o seu “olhar” sobre Coruche e pontuando generosamente as ruas com os seus registos. A todos desejo que apreciem, que se envolvam, que se inquietem, fruindo das propostas artísticas dos projetos a concurso e das envolvências locais, pois esta é uma experiência que certamente ficará registada e perdurará na nossa memória futura. Quero ainda agradecer a todas as entidades e pessoas individuais que se disponibilizaram a colaborar, bem como à equipa municipal que organizou, produziu e executou a Bienal de Coruche – Percursos com Arte. Francisco Silvestre Oliveira Presidente da Câmara Municipal de Coruche

FICHA TÉCNICA Coordenação geral: Luís Marques | Co-coordenação Bienal de Coruche - Percursos com Arte: Dulce Patarra Co-coordenação Envolvências Locais: Paulo Fatela | Secretariado: Ana Paiva e João Fradique Design gráfico: Carlos Janeiro, Helena Claro e Paulo Matias | Comunicação: Ana Marques | Multimédia: Tânia Prates Montagem: Município de Coruche e Museu Municipal de Coruche Produção: Museu Municipal de Coruche e Câmara Municipal de Coruche CATÁLOGO

Coordenação: Ana Marques | Design gráfico: The Brand Affair | Revisão: Ana Paiva Produção gráfica, impressão e acabamento: Mais Verniz | N.º de exemplares: 1.500 Depósito Legal: 398657/15 | ISBN: 978-989-8335-05-0 Edição: Município de Coruche e Museu Municipal de Coruche


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INSTALAÇÕES A CONCURSO 1 SOFIA BAPTISTA

3 CLÁUDIO GARRUDO 4 IPU COLLECTIVE

Germinar Sorria

6 NUNO PIMENTA

Ponte para todos mundos

Sinking in disguise

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Terra das corujas

8 INÊS ISIDORO

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Quercus Carbonis

5 SOFIA LEITÃO & HENRY NESBITT 7 SKRAN

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Vindima

2 ROSÁRIO NARCISO

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A Arquitetura | A Natureza

9 GREGÓRIO MÚCIO

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Time is [on/off] my side Espigar

A JOSÉ JOÃO FERREIRA / FERNANDO CAÇADOR

H JOÃO COSTA PEREIRA / JOAQUINA ESTÊVÃO

B SÃO TRINDADE / JOAQUIM MESQUITA

I PEDRO RIBEIRO / MÁRIO BRANDÃO

C NUNO CAPAZ

J JOSÉ CORDEIRO / JOSÉ FATELA

D JOÃO DINIS / HÉLDER ROQUE

K CLARISSE HENRIQUES / MÁRIO SANTOS

E CARLOS M. SILVA

L NATALINA ASSEICEIRA

F ZÉ DA QUINTA

M VASCO PITSCHIELLER

G GREGÓRIO MÚCIO

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F O T O G R A F I A E N V O LV Ê N C I A S L O C A I S

Jardim 25 de Abril

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10 ESTER MONTEIRO

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PERCURSO E N V O LV Ê N C I A S L O C A I S INTERVENÇÕES A CONCURSO E S PA Ç O M A L H A S MURAL ARM COLLECTIVE I N T E R V E N Ç Ã O “ V E S T I D A D E L O B E I R A”

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SOFIA BAPTISTA

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VINDIMA

GERMINAR

Fundamentação histórica Foram os Tartessos 2000 a.C. que começaram a fazer vinhas nesta mesma região, mais tarde os Fenícios introduziram diferentes castas e passaram a dominar o comércio do vinho. No século VII a.C. os Gregos instalaram-se na Península Ibérica e também deram o seu contributo para o desenvolvimento da cultura da vinha, alcançando grandes progressos tanto na forma de cultivar como na forma de produzir o vinho. Mais tarde, com a presença dos Romanos no século II a.C., o vinho tornou-se símbolo cultural, sendo um dos ícones do poder e da riqueza do Império Romano. Segundo o “Estudo Histórico de Coruche”, a origem de Coruche remonta à época de pacificação das zonas conquistadas pelos romanos, em que as principais produções agrícolas eram os cereais, o azeite, a bolota, a figueira e a vinha. Projeto artístico - Vindima, instalação com materiais diversos, 200cm x 150cm x150cm A nossa região do Ribatejo, especialmente entre o vale do Tejo e o rio Sado, ao longo de milénios que é palco desta atividade agrícola – a vindima. A partir de agosto até outubro, depois de um longo ano de exploração da vinha, as videiras estão preparadas para oferecer os seus seletos frutos – as uvas. Quando estão bem maduras, gentes de todas as idades juntam-se para a colheita. Sendo feita de forma tradicional as 2 pessoas 6 D Epartilham S E Thistórias E M Brecentes R O e outras de um passado sempre presente na memória daqueles que as OsEvindimadores desteDmodo A contam. 11 D O U T Upassam BRO E 2as0horas 1 5de trabalho árduo brincando e rindo para aquietar o sofrimento e as dores que vão passando, resultado do esforço que lhes é exigido ao corpo. Os mais novos vão aprendendo com os mais velhos as artes do ofício para não se perder este saber que os nossos antepassados nos deixaram. Podemos assistir a um momento de transmissão de um modo de Ser característico das nossas gentes para as gerações futuras. Cada vez mais em desuso devido à mecanização de todo o processo agrícola. O meu projeto surge da necessidade de expressar os sentimentos e o poder imaterial que este momento tem. Acaba por ser o meu sentir e o meu olhar para um trabalho agrícola que está impregnado de sentimentos, desejos, saber e de certa forma algum mistério e devoção. Devoção de quem passa todo ano à mercê das condições climatéricas e põe fé de que o seu trabalho seja bem sucedido – que dê “para o pão”. Os agricultores fazem suas preces a uma força sobrenatural que cuide bem das suas vinhas para que as videiras estejam carregadas de belos cachos de uvas. Em tempos que já lá vão... no final da vindima faziam-se romarias até à festa de Nossa Senhora do Castelo, de certa forma para agradecer a colheita. Através desta obra tridimensional podemos olhar e contemplar a bendita planta trepadeira Vltis Viníferas que produz este fruto tão desejado. As três videiras encontram-se suspensas, presas a um cabo de aço por cima de uma lata virada ao contrário sobre uma manta ribatejana. Em torno da lata encontramos várias folhas (parras) feitas de papel. A lata pintada de branco imaculado encontra-se virada ao contrário, escondendo assim o resultado da safra.

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instalações

ROSÁRIO NARCISO

1. Contextualização O concelho de Coruche está a criar raízes para o futuro, a criar a sua identidade cultural a nível nacional, a sua marca, a sua pegada na história cultural através da Bienal – Percursos com Arte. A instalação apresentada foi especificamente pensada no contexto da temática desta Bienal, e tem como intenção o jogo de afetos entre o passado, presente e futuro, numa relação de materiais orgânicos e naturais (as raízes) e materiais recuperados (as telas publicitárias), produzidos pela necessidade humana, onde serão representadas raízes de sobreiro e de arroz (através de uma máscara e pintada a spray). Esta combinação de materiais cria um jogo de texturas e volumes bidimensional/tridimensional. O porquê desta escolha?! As raízes são a essência de qualquer cultura. Cada raiz é única e está em constante crescimento, a mudança, o chegar mais longe ao longo do tempo. Cada raiz é singular... logo uma obra de arte única, prolífera em pormenores que cada observador Vê, remetendo-o para um sem fim de ideias, o germinar da criatividade, o futuro de uma cultura necessária na nossa sociedade. A disposição dos materiais cria a ilusão de um código de barras, a alternância entre as teias, com as representações de raízes em tons de branco e azul, e as disposições verticais de várias raízes naturais, suportadas através de cabos de aço. As raízes são grafitadas em figura/fundo, segundo as cores branco e azul, como se encontram no casario local, sendo que cada face da tela é o inverso da outra. A máscara/stencil, a produção em série de imagens perenes, o código de barras, símbolo do consumismo, da rapidez, do imediato, entram em confronto com o elemento de ligação à terra, a raiz, que se desenvolve continuamente, lentamente, numa escala temporal indiferente à urgência dos nossos dias. Passado/ presente/ futuro. A vontade de realçar as raízes do concelho... a proposta de as materializar fora do local do seu parto, através da sua identidade individual, das suas diferenças de observador para observador, tanto quanto ao interesse ou escolha estética, mas igualmente na linguagem estética atribuída e a sua incorporação individual fazendo parte de um todo, da marca da terra. 2. A instalação A instalação é constituída por seis tiras de tela em lona com 2,80m de altura, com 0,22m e 0,44m de largura, pintadas em branco e azul, onde estão grafitadas representações de raízes de arroz e sobreiro, alternadas com disposições verticais de várias raízes naturais, suportadas através de cabos de aço. A disposição das telas e das raízes naturais tem a intenção de fazer a alusão a um código de barras. O peso total do conjunto não deverá exceder os 55kg, distribuindo-se 15kg pelo peso das telas e 40kg pelo conjunto das raízes naturais. 3. Localização Tento realçar o elemento raiz, valorizando a cor como valor em si mesma, mas igualmente fazer uma síntese dos vários elementos numa composição visual. O local escolhido para esta obra sugere um diálogo privilegiado entre esta instalação, o museu e o rio, permitindo inter-relacionar as referências visuais e técnicas com o contexto do património social, cultural, natural e histórico. Existindo uma interação entre as várias partes, torna-se um ato social onde as trocas de informação são recíprocas entre os vários interlocutores neste processo de comunicação entre passado/futuro.

FRENTE

VERSO

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CLÁUDIO GARRUDO

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SORRIA

Conceito SORRIA é um projeto site specific de artes visuais, materializado numa instalação à beira do rio SORRAIA e desenvolvido especificamente para a Bienal de Coruche. Foi pensado tendo em conta duas premissas base: interação com o público e adequação ao local. Por um lado, a peça SORRIA pretende conseguir interagir com a população local e com os visitantes, mesmo que não estejam despertos para a arte contemporânea ou que estejam alheados de outras formas e expressões artísticas e culturais. Por outro, assume a necessidade de uma criação site specific e a não importação de ideias ou conceitos que poderiam vigorar em Coruche ou noutras coordenadas. Desde 2013 a Bienal de Coruche assumiu de uma forma mais vincada nas ruas da vila o contacto dos públicos de arte e dos meros transeuntes com as diversas expressões artísticas. Esta abordagem de mostrar arte na rua e não arte de rua permite captar2novos públicos 6 D E S levando-os E T E Mao BMuseu R O e, ao mesmo tempo, despertar para outro tipo de intervenções artísticas, assumindoAum11 papel D fundamental cruzamento dos mesmos. E O Una T criação U B RdeOpúblicos D E e no 20 15 Neste sentido, a apresentação do projeto SORRIA integra-se nesta linha e vai ao encontro do objetivo e das mais-valias do concelho integrando características deste território. SORRIA é uma instalação de rua 6x3m em suporte tipo outdoor, de fundo negro com as letras SORRAIA feitas em luz. Como o primeiro “A” está intencionalmente apagado criamos uma dupla leitura SORRIA/SORRAIA num clara analogia com o rio local. Com este jogo incitamos o público a sorrir, mesmo numa altura difícil para os portugueses, ao mesmo tempo que trabalhamos sobre as características da região. Ao desenvolver uma dupla leitura entre SORRIA e SORRAIA o conhecimento dos locais prevalece sobre quem visita e vila, transformando os locais em guias “orgulhosos” da sua terra. Imagino a Dona Zé a sorrir, sentada no banco do Jardim 25 de Abril, virada para o rio e para o outdoor SORRIA... E saber que a criação da obra “tocou” às pessoas é a maior forma de retribuição que o autor pode ter. Tendo em conta que na altura da Bienal viveremos um período conturbado de eleições, as datas da Bienal também não são alheias a esta proposta. A campanha política tem sido marcada pelas várias problemáticas em torno dos outdoors dos vários partidos. Assim, a utilização de um suporte semelhante ao outdoor publicitário pode também criar aqui mais um nível de leitura, como se fosse um teaser de uma campanha. Características técnicas: Tinta preta no fundo e estrutura de letras em luz branca.

QUERCUS CARBONIS

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instalações

IPU COLLECTIVE

O nome de Coruche prende-se na história desde os tempos mais remotos. A prova disso está nos vestígios deixados pelo homem desde o paleolítico, à época romana, domínio muçulmano e reconquista de D. Afonso Henriques. Essa ocupação manteve-se até aos dias de hoje. O rio Sorraia foi determinante e continua a ser fulcral no desenvolvimento deste concelho, quer pelo seu papel como via de comunicação quer pela sua importância no desenvolvimento da agricultura que ainda hoje é uma das principais fontes económicas do concelho. Uma das atividades mais típicas do concelho está ligada à indústria madeireira, quer na comercialização de madeira e cortiça quer na produção de carvão. Devido ao seu importante peso socioeconómico no concelho considera-se que o carvão deveria ser valorizado, e resolveu-se abordar o tema “Carvão” para a nossa participação na Bienal de Coruche. Propõe-se então a utilização deste na nossa instalação, e elevar o carvão enegrecido, despedaçado e sujo a obra de arte esteticamente atrativa. Numa breve memória descritiva, propõe-se um outdoor (junto ao jardim) sem fundo, apenas com uma moldura exterior, na qual será colocada uma árvore reconstruída em carvão, tendo por fundo a mítica ponte metálica, símbolo de Coruche. Tem-se assim como objetivo recriar uma fotografia viva, utilizando como fundo a paisagem natural da vila, acrescentando a árvore de carvão de forma a promover e a divulgar o concelho e a atividade dos carvoeiros. Além da divulgação do concelho e dos carvoeiros, a árvore irá ser um símbolo de recriação e reconstrução, de algo que teoricamente teria chegado ao fim de um ciclo. Foi árvore viva, proporcionou abrigo, fez parte da paisagem até ser abatida, mas mesmo assim não se rendeu, renasceu do fogo, para ao fogo voltar. Será um símbolo de persistência e de criação, foi despedaçada e reerguida, foi queimada mas não perdeu a sua beleza, embora agora permaneça enegrecida em uma eterna melancolia. O apelo final do ciclo do carvão será tão forte que irá haver um culminar na árvore, que teimou em não desaparecer: irá ser incinerada, renascida mais uma vez, o seu tom negro irá ficar incandescente. Não irá receber a sua beleza de outrora mas uma beleza artificial que vai fazer recordar toda a obra com saudade e lentamente se transformará em cinza. Assim irá terminar o percurso da árvore e o ciclo da bienal, com toda esta beleza efémera da qual apenas se poderá lembrar quem dela usufruiu. Em suma, este projeto consiste em colocar uma árvore de carvão no outdoor, pretendendo-se no último dia da exposição incinerá-la. Bibliografia: Os dados aqui mencionados foram recolhidos por depoimento oral junto de funcionários e proprietários dos fornos de carvão. https://pt.wikipedia.org/wiki/Coruche Descrição técnica: 50 kg carvão; peso aproximado da obra 55kg

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SOFIA LEITÃO & HENRY NESBITT

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P O N T E PA R A T O D O S M U N D O S

Para a Bienal de Coruche propomos uma instalação em estrutura de madeira, em forma de paralelepípedo, com 5,5 metros de cumprimento por 3 metros de altura e 1,5 metros de largura, forrado com tiras de cortiça em cima e nas laterais; em cada extremidade tem uma cortina de rolhas de cortiça, que é a entrada e saída, com uma rampa também em cortiça por onde os espetadores podem entrar e interagir com a peça de arte, passando por dentro e ouvindo sons típicos do concelho de Coruche. A intenção desta intervenção é, usando materiais da zona, criar uma ponte onde as pessoas podem passar por momentos sonoros gravados na região de Coruche, sons esses característicos da zona, mostrando as mais-valias de forma criativa, levando as pessoas a uma viagem no tempo e no espaço. Para além da estrutura e som, nas partes laterais, algumas das tiras estão pintadas de várias cores, dando a perceção de que estamos a atravessar uma ponte, sentindo uma cultura viva através do som, passando de um mundo para outro. No dia da inauguração Henry Nesbitt e Sofia Leitão vão participar também com uma performance ao vivo, andando entre os convidados com mochilas equipadas com sistemas de áudio, com sequência de som, interagindo com o público e provocando reações emotivas consequentes dos sons que estão a ouvir. Sofia Leitão é uma artista visual e Henry Nesbitt um técnico de som, que vivem em Lisboa e participaram em vários projetos em conjunto, como o projeto Mortra’15 organizado por Patrícia Pires de Lima em Lisboa, com instalação de som das máquinas e vida do Museu de Eletricidade de Lisboa, com pinturas sobre o tema Indústrias de Sofia Leitão, som de Henry Nesbitt.

SINKING IN DISGUISE

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instalações

NUNO PIMENTA

SINKING IN DISGUISE é uma intervenção que transforma um dos suportes publicitários com maior visibilidade e impacto – o outdoor – numa peça antipublicitária. A sua habitual função comercial é subvertida, transformando este cobiçado espaço vertical numa plataforma para a livre expressão. A associação de elementos tridimensionais ready-made relacionados com o comércio em grande escala – carros de compras – a uma superfície bidimensional publicitária pretende transmitir uma mensagem de consciencialização quanto ao estilo de vida contemporâneo altamente ligado ao consumismo através da apropriação dos seus próprios mecanismos. Estes elementos, com a mesma cor do fundo, parecem estar a afundar-se de forma camuflada no suporte. Assim, esta mensagem poderá ser encarada como positiva ou negativa dependendo da perspetiva do observador: estaremos nós discretamente a afundar-nos num consumismo desenfreado ou estarão estes mecanismos disfarçadamente a desaparecer? O tema é portanto transversal e universal, sendo a sua formalização altamente relacionada com Coruche e com o seu património. Inspira-se a nível formal e cromático num dos mais notáveis ícones do seu património contemporâneo, a Ponte General Teófilo da Trindade. O contágio da cor e da complexa estrutura metálica permite a relação direta com a envolvente, optando-se assim pela colocação desta peça na proximidade da ponte.

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SKRAN

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TERRA DAS CORUJAS

Este projeto foi baseado na lenda sobre a origem do nome de Coruche. Segundo a lenda, o nome “Coruche” está relacionado com D. Afonso Henriques. Vindo de Santarém, o rei tinha como objetivo evitar que os Mouros reconquistassem aquela grande cidade. Chegando ao local, no alto de dois pinheiros, viu pousadas corujas, que ficaram impassíveis diante da agitação dos soldados e do barulho das armas. “Acabámos de chegar à terra das corujas.” Características técnicas: Painel pintado a spray e tinta de parede.

A ARQUITETURA | A NATUREZA

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instalações

INÊS ISIDORO

A Arquitetura A Natureza é uma instalação fotográfica que teve por premissa o registo da arquitetura habitacional em ruína e a natureza envolvente, noconcelho de Coruche. Entre a arquitetura e a natureza, estes são espaços ambíguos que estão obsoletos e esquecidos. A sua exposição no centro da vila promove uma relação de proximidade com o público levantando questões culturais onde a memória é a forma de pensar o futuro. Com este projeto interessou-me questionar a representação da paisagem e da arquitetura obsoleta, de forma a estabelecer uma nova relação com o lugar. As operações de transformação que ocorreram nesses espaços impõem mudanças de perspetiva resultantes do confronto permanente com a natureza que os rodeia e invade. A fotografia foi assumida como um procedimento que reúne fragmentos da arquitetura e a sua relação com a natureza. As paisagens são lugares que refletem as ações humanas e a constante evolução, migração e mudança das suas comunidades. A arquitetura assume agora o papel de ruína, memória de um espaço físico, que testemunha a passagem e a transformação operada pelo tempo. Deixa de existir uma utilização quotidiana e presente do espaço. Estes já não são espaços habitados, habitáveis, mas que confirmam a ausência do humano e a presença do vazio. A medição destas duas forças cria assim uma tensão entre a linha reta, disciplinada da arquitetura e as linhas imprevisíveis da florestação. Um confronto em que a natureza tenta recuperar o espaço que outrora fora ganho pela arquitetura que agora se encontra esquecida. Refletindo a flexibilidade contemporânea na diversidade de meios, o registo analógico da fotografia é posteriormente digitalizado, manipulado, apropriado, conjugado, selecionado, justaposto de forma a obter a montagem final. A fotografia não foi pensada como um registo documental mas sim como um percurso singular, procurando um cruzamento entre o poético e o político reafirmado pela estética do preto e branco. A proposta apresentada consiste numa imagem que será impressa em offset, sendo o papel monolúcido (de gramagem ainda a definir) de forte resistência às intempéries a que é submetido, e inserida em estrutura metálica, referenciando de forma direta o carácter do cartaz publicitário, na expressão do outdoor que se caracteriza pelo forte impacto visual e comunicação imediata. O local no percurso é um ponto na vila de Coruche onde as suas características históricas, patrimoniais e naturais se manifestam com maior evidência, estando assim em diálogo direto com a instalação fotográfica.

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GREGÓRIO MÚCIO

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TIME IS [ON/OFF] MY SIDE

Da adaptação título is on my side”, eternizada pelos Rolling Stones, é aqui convertida numa narrativa 2 6do D E daSmúsica E T E“time MB RO entre o tempo-espaço, entre sujeito-território, entre o antes e o agora, entre a consciente e o inconsciente. A 11 D E O U T U B R O D E 2 0 1 5 Um retrato/ensaio crítico da relação entre sujeito-tempo, o velho [como representação simbólica do seu próprio tempo com o tempo dos outros, e agente gestante e perpetuador da nossa herança sócio-histórica], e o sujeito-espaço, como sujeito pertencente a um território dito “envelhecido” [representado aqui pelo património histórico coruchense]. Expressão onde se funde sujeito-tempo-território, traduzindo-se num território “rico” em tempo. Dependendo essa perpetuação e/ou (in)finitude do tempo, do sujeito, do território à distância da (in)consciência de cada um. “Sou mais velho que o Tempo e que o Espaço porque sou consciente. As coisas derivam de mim; a Natureza inteira é a […] das minhas sensações.” [Bernardo Soares, Livro do Desassossego. Vol. I (Fernando Pessoa)] Descrição técnica: Pintura digital s/fotografia [fotografia I – O Velho; fotografia II – fachada da Ermida da Nossa Senhora do Castelo; fotografia III – pormenor de painel de azulejos na Praça da Liberdade]; 6,00 x 3,00 m; Impressão em lona; aprox. 5kg.

ESPIGAR

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instalações

ESTER MONTEIRO

Se por ready-made se entende uma desconstrução da função-forma de um objeto industrializado face a uma construção conceptual, então, passados mais de 50 anos desde a iniciação desta corrente artística, é necessário questionar a relevância da denominação de “objeto industrial” numa era de plena industrialização. Os meios publicitários visam estabelecer uma relação de desejo com o consumidor que se traduza numa transação monetária – a concretização de um desejo por via da compra. É na intenção de desconstrução desse desejo que a instalação Espigar surge: uma relação de confronto entre o típico outdoor publicitário e as características do concelho – como a prática agrícola, ainda enraizada nos habitantes desta terra. Outrora fora relevante a transposição dos objetos industrializados do quotidiano para o espaço museológico, enquanto veículo de questionamento dos valores estéticos relativos à arte. Hoje, esse espaço já não é determinante para a concretização artística, tendo o espaço urbano sido cada vez mais preponderante no formato expositivo. Espigar vem deste modo não só desconstruir a prática da mensagem publicitária no centro urbano, mas também enfatizar a paisagem agrícola que, se por um lado é fruto do trabalho centenário desenvolvido na região, por outro ele próprio também se torna um meio industrializado. Este trabalho surge da tentativa de reunir as intenções da proposta apresentada, as características do concelho de Coruche e a minha investigação e interesse artístico. Face à proposta de instalação, entendi que o trabalho deveria ser orientado para uma composição que compreendesse em si não só as noções históricas e territoriais da região mas também parte dela, parte física. Elementos impregnados de costumes e tradições inevitavelmente presentes no quotidiano. Decidi enfatizar as formas da natureza – enquanto visitante e citadina é-me impossível negar a envolvência natural da zona, traduzindo-se, a meu ver, numa mais-valia da área. Seguindo esta linha de ideias, almejei um horizonte de plantas de milho onde caule, folha, fruto e flor se reunissem a fim de realizar a paisagem. Esta proposta realiza-se na concretização de uma malha a partir de cordas (com cerca de 2 cm de diâmetro) na estrutura outdoor, formando quadrados de 20cm. Nessa malha são amarrados os caules das plantas, na vertical, em filas decrescentes de forma a criar a ilusão de um campo de milho. Espera-se que ao longo do período de exposição o trabalho sofra a erosão do tempo e que uma primeira paisagem verde se transforme num manto amarelo, até que apenas reste a estrutura de sustento da peça. As matérias utilizadas são recolhidas junto dos proprietários e cidadãos de Coruche, ampliando a área e fase de contacto com a vila e a sua população. As características efémeras deste projeto revelam-se pertinentes, uma vez que os resíduos aqui reunidos são naturais e de decomposição sustentável. Uma vez que toda a indústria publicitária se move por valores quantitativos, cabe à intervenção artística apelar à sensibilidade estética da paisagem tanto urbana como natural.

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INTRODUÇÃO A iniciativa Envolvências Locais, tal como na anterior edição da Bienal de Coruche – Percursos com Arte, surge para dar protagonismo a artistas locais e envolver a comunidade em geral. Com o propósito de envolver a comunidade (450 colaboradores / 20 instituições) surge a intervenção artística “Vestida de Lobeira”, desenvolvida considerando a importância da dicotomia identidade / inovação. Uma intervenção artística em malha, cuja matriz é a tradicional manta lobeira, expressa em 2594 revestimentos de diversos elementos da praça da Liberdade e largo do Pelourinho.

Garantida está a envolvência de todos aqueles que deram de si em prol desta iniciativa, pelo que acreditamos ser um contributo interessante para esta edição da Bienal de Coruche – Percursos com Arte. O desejo de fruição deste evento está explícito, contudo também há vontade de que sejam apreendidas algumas mensagens, nomeadamente a defesa das nossas tradições como património cultural, que criaram valor no passado e que podem e devem alavancar o nosso presente e futuro, de forma a afirmarmos a nossa identidade face à globalização preponderante. Paulo Fatela

ENVOLVÊNCIAS

Nesta edição o enfoque acontece também no âmbito da fotografia, considerando o interesse local por esta forma de expressão artística. Com o advento da fotografia digital muitos paradigmas fotográficos foram alterados. Com aparelhos mais simples de manipular e os programas de edição de imagem, a fotografia tornou-se mais acessível e popular. Irão estar expostas fotografias de 20 autores, ao longo do percurso definido para o evento, sobre a temática genérica “Coruche”. A propósito de fotografia e de algumas vertentes de produções com fios, em termos mais convencionais/tradicionais e contemporâneas, haverá lugar a um colóquio sobre estas temáticas, com o contributo de José Fabião (fotógrafo e gestor pedagógico – Cursos de Fotografia na Escola Técnológica, Inovação e Criação), Rosa Pomar (investigadora na área das malhas, bloger, autora do livro “História das Malhas Portuguesas”), Patrícia Simões e Tiago Custódio (autores do projeto neofofo - revestimento com tricot de calçada portuguesa).

LOCAIS

Os colaboradores vão desde os 3 aos 89 anos de idade, ou seja, as peças foram pensadas com o objetivo de todos poderem contribuir, desde o simples pompom ao revestimento com maior grau de dificuldade, e que fosse, também, um desafio para o próprio executante. Foram utilizados 900 novelos e 171 000 m de fio. “Encontrar o fio à meada” é uma expressão vulgarmente utilizada mas que faz todo o sentido para apresentar o Espaço Malhas. É um local onde estará alguma informação sobre a história dos lanifícios, processos de produção, peças que identificam a nossa cultura, referências à intervenção “Vestida de Lobeira”. A partir do desenvolvimento desta intervenção surgiu a curiosidade sobre o que está aquém e além do fio. Na expectativa de também criar curiosidade no público sobre esta matéria, o Espaço Malhas pretende ter uma dinâmica de interação de transferência do saber fazer e de consciencialização da importância da nossa identidade. Para além desta vertente, pretende-se que seja um espaço de encontro, de trabalho em malha onde estarão previstas duas sessões com artesãs da região.



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COLABORADORES/PRODUÇÃO – Vestida de Lobeira Adélia Cruz, Adriano Alcobia, Afonso Evangelista, Afonso Gafaniz, Afonso Miguel Ferreira, Alda Matias, Alfredo Gonçalves, Alice Maria, Alice Silvéria, Amílcar Tomé dos Santos, Ana António, Ana Carolina Félix Serrão, Ana Catarina Santos Ferreira, Ana Cristina Azinhaga, Ana Délia Silvestre, Ana Gonçalves Ferreira, Ana Joaquina Filipe, Ana Maria Marques, Ana Maria Ribeiro, Ana Marques, Ana Paiva, Ana Rita, Ana Rita Velez, André Vidigal, Angelina Moreira Felícia, Anita Branco, Antónia Carapau, Antónia Margarida Pereira Prates, Antónia Patarra, Antónia Pereira, António Mendes, Antónia Rouxinol, Augusta Frigideira, Aurora, Beatriz Malta, Beatriz Ferreira, Beatriz Felizardo, Beatriz Gonçalves, Beatriz Parreira, Belmira Azinhaga, Benilde Martiliano, Bernardo Miguel Pereira Cavaco, Bruno Fernandes, Caetana Cecílio Ribeiro, Carla Coelho, Carla Maia, Carlos Martins, Carlota Branco da Fonseca, Carlota Pereira de Sousa, Carmina Pena, Carmo Fonseca, Carolina Silva, Carolina, Castelo Santos, Catarina Isabel Galvão, Célia Ferreira, Célia Piteira, Célia Recatia, Clara António Ferreira Tadeia, Clara Neves, Clara Palminha, Clara Santos Pedro, Clara Simões, Claudina Silva, Clotilde Fatela, Cristina Calais, Cristina Faria, Cristina Ferreira, Cristina Orvalho, Cristina Pereira, Cristina Trippmarcher, Custódia Carlota, Custódia Domingos Vicente, Custódia Maria Rita, Daniel Alexandre Teles, Daniela Baltazar, David Felipe Pacheco, David Luís do Porto Lopes, David Marques, David Mata, Dinis Almeida, Dinis Andrade, Dinis Miguel Patrício Gasopo, Diogo Filipe Brazão, Diogo Paraiba, Diogo Silva, Docelina Elvira Cardoso, Docília Recatia, Domingas Galvão, Donzília Silvestre, Dora Martins, Dora Ribeiro, Duarte Forte Vaz, Dulce Patarra, Durvalina Duarte, Eduardo Coelho, Emanuel Brianco, Emília Maria Lopes, Emília Maria Rouxinol Lopes, Emília Rodrigues, Ercília Antónia Ferreira, Ermelinda Mota, Ermesinda Tenrinho, Ernestina Oliveira, Estrela Duarte, Estrela Vital, Eulália Gouveia, Eva Coelho, Fábio Silvestre, Fátima Bento, Fátima Conceição Alves, Fátima Esteves, Fátima Galhardo, Fátima Nunes, Felismina do Rosário, Fernanda Maria, Filipa Ana Teles Fernandes, Filomena António, Filomena de Almeida Fernandes, Florbela Duarte, Floriana Calais, Florinda Faria, Francisca Capaz, Francisca Ribeiro, Francisco da Silva, Francisco Duarte Formigo, Francisco Piturca, Glória Maria Ventura, Gonçalo Correia, Gracinda Morais, Guilherme Rebelo, Guilherme Silva, Guilherme Vicente, Guilhermina Mesquita, Guilhermina Simões, Helena Azevedo, Helena Rosalino, Henrique Gaspar, Henrique Salgueiro da Câmara, Henriqueta Bom, Idalina Cardoso, Idalina Cordeiro, Inês Feijão, Inês Sousa, Isabel Bandeiras, Isabel Carlota, Isabel Gonçalves, Isabel Maria Direito, Isalinda Galvão, Ivan Dai, Jaime de Oliveira Casinhas, Jardel Eliseu, Joana Laureano, Joana Moreno, Joana Palma, Joana Paulos Galvão, João Carlos Pereira, João Carlos Ribeiro, João Felgueiras, João Francisco Formigo, João Lopes da Silva, João Maria Sousa de Oliveira, João Prancha, João Tiago Moreira, Joaquina Bandeiras, Joaquina Batista, Joaquina Lourença Cardoso Oliveira Costa, Joaquina Mendanha, Joaquina Rodrigues, Joaquina Rosa, Joaquina Rosa Simões, José Carlos Severino Cabecinhas, José Diogo Martins, José Miguel Dias Carvalho, José Pedro Brotas, José Tomás Caetano Martins, Júlia Maria, Júlia Ribeiro, Julieta Galvão, Lara Anselmo, Laura Fatela, Leandro Silva, Leandro Simões, Leonel Eliseu, Leonor Augusta, Leonor Custódio, Leonor Isabel Cardoso, Leonor Isabel Ribeiro Bispo, Leonor Lourenço, Leonor Maia Serrão, Leonor Margarida Mateus, Leonor Pereira, Lília Direito, Lília Maria B. Vicente, Liliana Dinis, Liliana Gafaniz, Lina Fernandes, Lisete Jesus Matias Escaninha, Lourenço Manuel Felismino, Lúcia Rodrigues, Lucília Romão, Lucinda Maria Sousa Ferreira, Lucinda Oliveira Morais, Luísa Portugal, Lurdes Ferreira Gafaniz, Lurdes Martinho, Lurdes Rato, Lurdes Silva, Luzia da Mota, Madalena Eusébio, Mafalda Mesquita Leitão, Mafalda Soares, Manuela Coelho, Manuela Fonseca, Manuela Maria, Manuela Mesquita, Manuela Paulos, Manuela Sousa, Marcelina Sesmaria, Márcia Branco, Marcos Paiva Ribeiro, Mariana Serrão, Margarida Morais Silva, Margarida Salvador, Margarida Soares Tomaz, Maria Adelina, Maria Alexandra Rato, Maria Alice Jerónimo, Maria Angélica Rama, Maria Antónia Carvalho Galvão, Maria Antónia Cordeiro Costa, Maria Antónia Fernandes, Maria Antónia Joaquim Santos, Maria Carlota Branco, Maria Carolina Duarte Ferreira, Maria Constança Frade, Maria Cristina, Maria de Jesus Rodrigues Ferreira Ramalho, Maria de Lourdes Ferreira, Maria de Lourdes Oliveira, Maria Dilar Sousa Varela, Maria do Carmo Coutinho, Maria do Castelo Canejo, Maria do Castelo Santos, Maria do Céu Matos, Maria do Rosário, Maria Duarte Ferreira, Maria Eduarda Baltazar, Maria Eduarda Ribeiro, Maria Elvira Alturas, Maria Emília Ferreira, Maria Fernanda Carvalho, Maria Fernanda Matias Lopes, Maria Fortunata, Maria Guilhermina Ferreira, Maria Guilhermina Moita, Maria Helena Alves Justo, Maria Inácia Aldeano, Maria Inês Branco, Maria Inês C. A. de Sousa, Maria Inês Ferreira, Maria Inês Pinto Mira, Maria Inês Silva Simões, Maria Isabel Condeço, Maria Jasmim Ferreira, Maria João Lima, Maria João Marujo, Maria João Pitschieller Cunhal Patrício, Maria Joaquina Ramos, Maria José Caçador, Maria José Oliveira, Maria Leonor Feliciano, Maria Leonor Nunes, Maria Leonor Tadeia Dias, Maria Lubélia Raposo, Maria Luciana Bento Teles, Maria Luísa Canelas, Maria Madalena Rosinha, Maria Margarida Vieira Gonçalves Ribeiro, Maria Medinas, Maria Natália Ferreira Candeias, Maria Odete Santos Caçador, Maria Piegas, Maria Rita Ferreira, Maria Rosa Cabral, Maria Rosa Ferreira Dias, Maria Rosa Ginó Lopes, Maria Rosário Ruas, Maria Santos, Maria Teresa Paiva Brandão, Maria Zulmira Ferreira Fernandes, Mariana Henriques João, Mariana Marques, Mariana Mendes, Mariana Neves, Marlene Pereira, Martim Falcão, Martim Narciso, Martinho Faria Dimas, Matilde Gonçalves, Matilde Moutinho, Matilde Nunes Fernandes, Ménia Dias, Micael Reis, Miguel Ferreira, Miguel Lino, Miguel Martins, Miguel Soares Esgueira, Natalina Asseiceira, Natalina Eusébio, Natalina Ferreira, Nélia Correia, Neuza Aldeano, Noémia Justino, Noémia Maria Cotrim, Nuno Cambaio, Núria Andrade, Ofélia Rama, Patrícia Narciso, Paula Crispim, Paula Serra, Pedro Maia Serrão, Pedro Miguel Ramos, Pedro Rita, Pedro Simões, Quitéria Rosa, Raquel Barroso, Raul Miguel Ribeiro Pena Ferreira, Rita Baltazar, Rita Galveia, Rita Margarida Cardoso, Rodrigo Alexandre Severino Neves, Rodrigo Lopes, Rosa Monteiro, Rosária Pé-Leve, Rosário Prates, Rosinda Grilo, Rute Leal, Salvador Rita, Salvador Santos de Carvalho, Santiago Simões, Sara Portalegre, Sara Rodrigues Rocha, Sílvia Silva, Simão Cabecinhas, Simão Evangelista, Simão Monteiro Carvalho, Sofia Leiria, Susana Brás Lopes, Susana Ferreira, Susana Moreno, Suzete Maria Casimiro Silva, Teresa Margarida, Teresa Martins, Teresa Ribeiro, Tiago Escada, Tiago Páscoa, Tomás José Simões, Vânia Cardoso, Vasco Rodrigues, Vera Cabanita Paiva, Vera Morais, Vitalina de Jesus Santos, Zélia Maria Palmo Norte.

envolvências

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JOSÉ JOÃO FERREIRA Nasceu em Janeiro de 1974 em Coruche. Vive e trabalha em Coruche. Desde muito novo que tem um grande fascínio pela fotografia, desenvolvendo todos os seus conhecimentos técnicos de forma autodidata. A Fotografia é o seu hobby de eleição e a câmara fotográfica acompanha-o sempre para toda a parte. José João aprecia e aborda vários géneros fotográficos, no entanto é a fotografia de paisagem aquela com que mais se identifica e caracteriza grande parte do seu trabalho.

FERNANDO CAÇADOR Antes de mais devo dizer que iniciei o meu percurso artístico como artista plástico e não como fotógrafo, pelo que estou, portanto, a fazer o percurso inverso ao habitual. Apaixonei-me pela fotografia quando descobri que podia expressar-me artisticamente através da pintura com a luz. Um processo muito mais rápido. Iniciei-me em 2010 com uma câmara Panasonic do tipo “Bridge”, a qual foi rapidamente substituída por uma reflex de marca Pentax. A opção pela marca Pentax foi bastante ponderada, e decidi que seria essa a minha marca para o futuro, pois tem características que me permitem usar objetivas da era do filme, totalmente manuais, e da época de ouro em que a marca dominava o mundo da fotografia, para além de desfrutar das suas características únicas entre as quais destaco os tons “vintage” e a sua nitidez incomparável; pratico assim um hobby economicamente muito mais viável e amigo do ambiente. Toda a minha evolução como fotógrafo deve-se quase exclusivamente à pesquisa constante de informação e formação através da Internet. Tenho duas publicações no catálogo da exposição permanente do Museu Municipal de Coruche, intitulada “Coruche: o Céu, a Terra e os Homens”, e estou a desenvolver neste momento um projeto de minha iniciativa que pretende fazer o levantamento paisagístico, da fauna e flora do rio Sorraia, desde a nascente à foz.

INSTITUIÇÕES: Associação Ninho de Esperança, Associação Sénior de Coruche – ASSECOR, Associação Solidariedade Social de São José da Lamarosa – Centro de Dia, Associação Solidariedade Social da Fajarda – Centro de Dia/ Grupo de Ginástica, Cáritas – ATL, Cáritas – Casa Comunitária, Cáritas – CLS+Inova (Carapuções/Brejoeira, Lagoíços, Santana do Mato), Cáritas – Oficina d’Artes, Centro de Reabilitação Integração de Coruche – CRIC, Creche e Jardim de Infância – Quinta do Lago, Creche e Jardim de Infância – Lar de São José, Creche e Jardim de Infância – Azervadinha, Oficina d’Artes de Coruche – ODAC, Oração de São Torcato, Santa Casa da Misericórdia de Coruche – Centro de Dia, Vicentinas – ATL. APOIO/COLABORAÇÃO Amorim Alves, António Nunes, António de Matos Marques, Carlos Peseiro, José Sebastião de Leite Perry, Maria Alexandra Neto, Maria João Pitschieller Cunhal Patrício, Maria Natália Candeias, Maria Odete Santos Caçador. PATROCÍNIO:

Heraldo

locais

Queimadas no Sorraia


bienal

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coruche

2015

envolvências

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SÃO TRINDADE Natural de Coruche, licenciada em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, vive e trabalha em Lisboa. Exposições individuais: 2014 – New Places, Old Bones, VPF gallery, Lisboa; 2010 – The tailor, VPF gallery, Lisboa; Kglamour, Kgaleria, Lisboa; 2008 – Sobreviver a uma cidade de futebol, Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa; 2007 – Bad Liver and a Broken Heart, Kgaleria, Lisboa; Friday Night, Saturday Morning, Casa das Artes, Tavira; 2004 – Coser a ferida, no Centro de Artes das Caldas da Rainha / Museu António Duarte. Participou em várias exposições colectivas, entre as quais: 2015 – Edita: Secuencia/ Sentido, Centro Galego de Arte Contemporánea, Santiago de Compostela, Espanha; Dar a volta ao sol, Colégio das Artes, Universidade de Coimbra; 2014 – Nós, Plataforma Revólver, Lisboa; 2013 – Dive in, Plataforma Revólver, Lisboa; The Non Zero-Sum Art Games, Mart, Dublin; 2012 – O sonho de Wagner, VPF gallery, Lisboa; 2009 – Fronteiras do Género, Encontros da Imagem, Braga; 2007 – Precariedade, Casa dos Dias da Água, Lisboa; 2006 – Construir Desconstruir, Galeria Formarte, Estoril; Madalena, Kgaleria, Lisboa; 2005 – Errância, Centro Cultural Emmerico Nunes, Sines; My Own Private Pictures, Plataforma Revólver, Lisboa; 2004 – Metamorfoses do real, Encontros da Imagem, Braga; 2003 – Territórios, Lisboa; 2002 – Salão Europeu de Jovens Criadores, Montrouge, França; Amarante, Portugal; Sant Cugat, Catalunha; 2002 – Fotografia Portuguesa Hoje, Módulo, Porto; 2001 – Casa Invisível, Lisboa. Está representada em coleções institucionais e privadas. Publicações: Bad Liver and a Broken Heart; Ghost Editions, Lisboa, novembro 2012.

Alternativa 2015

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JOAQUIM MESQUITA Tem 50 anos, é técnico de farmácia e a tauromaquia e a fotografia tauromáquica são os seus hobbies. Aficionado desde sempre, em 1994 surgiu como primeira experiência a participação no programa radiofónico “Tauromaquia” na Rádio Voz do Sorraia. Dois anos depois assumiu a responsabilidade de realizar e apresentar o programa em solitário ao longo de doze anos ligado à rádio. Programas sempre em direto, passando pelos estúdios as mais importantes figuras da tauromaquia da atualidade. Com as novas tecnologias cibernéticas surgem os primeiros sites taurinos e os sucessivos convites para neles colaborar. Ao mesmo tempo nasce a revista Ruedo Ibérico e o convite do seu diretor e fundador, Pedro Pinto. Surge a necessidade de se ilustrarem os artigos e as crónicas com fotos das corridas e a primeira experiência com fotografia taurina em 2006, encontrando a pouco e pouco na fotografia taurina uma forma de arte que imortaliza a arte espontânea que é a Tauromaquia e os seus momentos inolvidáveis e inesquecíveis. Apurando a técnica e evoluindo naturalmente, convivendo com os fotógrafos taurinos de então, o saudoso Trigueiros, Emílio, Cecílio ou Duarte Chaparreiro, os da nova geração, Fernando Henriques, Florindo Piteira, Pedro Cardoso, Pedro Batalha, António Santos “Tobrantes” e Arsénio Franco. Excelentes fotógrafos, alguns profissionais, cujo convívio e amizade, alheado à troca de experiências, foi enriquecedor e crucial para atingir um nível satisfatório sempre em aprendizagem e evolução, fotografando 80 a 90 corridas por temporada. Em 2008 aparece o primeiro convite para expor algumas fotos numa exposição coletiva só de fotógrafos da Ruedo Ibérico, na vila alentejana de Cuba. No mesmo ano expõe no stand da mesma revista na feira do toiro em Olivença (Espanha). Em 2009 foi a vez de expor em Coruche no stand do extinto Jornal de Coruche durante as Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo. Um dos trabalhos de maior relevo foi sem dúvida o vídeo estático sobre a temporada dos 25 anos de alternativa do cavaleiro António Ribeiro Telles, disponível na página de internet do António. Posteriormente houve um abrandamento no número de corridas fotografadas e o regresso à Radio Voz do Sorraia, em 2014, com um renovado programa intitulado “Porta Grande”, realizado e apresentado em Encierro conjunto com a jornalista Sílvia D’elquema.

locais

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N U N O C A PA Z

JOÃO DINIS

1,94m. 90 kg. Nasci em Lisboa em 1976 mas mudei-me para Coruche com cerca de 1 ano. Apesar de já não viver em Coruche há mais de 20 anos ainda digo, a quem quiser ouvir, que “sou de Coruche”! Tiro fotografias desde que me lembro, as primeiras, por brincadeira, numa velhinha Brownie (não confundir com o bolo se não vão estragar alguns dentes) Cresta II da minha Bisavó Cacilda. Formado em Sociologia, sou também fotógrafo profissional… quando me pagam. Quando não me pagam… sou fotógrafo amador. Não tenho máquina digital porque gosto de rolos e do cheiro a químicos. Também gosto de almoçaradas (e jantaradas) e de almoçaradas que se esticam até às jantaradas… mas do que eu gosto mesmo a sério é do Vicente, do Benjamim e do Max, as obras de arte que já fiz (em co-autoria) e das quais mais me orgulho. Já não fumo. Dedico esta fotografia à “velhota” Maria Manuela que me ensinou a ver touradas.

A paixão aliada à vida e carreira… É assim que a “fotografia” lida com João Dinis e a forma como João Dinis vive com a fotografia. Os estágios complementam-se hoje, mas tiveram a sequência cronológica que se adequa ao aperfeiçoamento. Nos seus primórdios, gozando ainda a sua “inconsciente” juventude, a velhinha Fugifilm era a sua mais “fiel” companheira, recriando a simbiose tão comentada por artistas da imagem estática… a natureza, as cores, os movimentos, a vida… em versão ternamente estática. Noutra fase, de maior maturidade e menor quantidade da tal “inconsciência”, chegou o tempo dos estudos. A conclusão da formação na área das tecnologias da informação criou a parceria ideal e nível de interesse, mais que percetível, pelo mundo da comunicação. A paixão da juventude, aliada à versatilidade do fotojornalismo como área de “compromisso” e carreira, “empurraram-no” para colaborações com diversos órgãos de comunicação. Desde sempre radicado em Coruche, João Dinis foi editor eotográfico no extinto e prestigiado jornal Farpas, função que hoje ocupa no site noticioso taurino www.touroeouro.com, acumulando ainda as funções de freelancer em variadíssima e generalista imprensa, como o Grupo Cofina, Jornal Correio da Manhã, Jornal Record, Revista Caras, entre tantos outros… Desses outros acrescentam-se colaborações em livros de temática taurina, como “João Moura – 30 Anos de Glória”, sendo também co-autor do livro editado por ocasião dos 25 anos de alternativa do cavaleiro Luís Rouxinol, bem como a participação em algumas exposições.

s/título

Artes desportivas


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envolvências

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HÉLDER ROQUE Nasce em Coruche em 1976. O interesse pela fotografia surge desde cedo, frequentando no Movimento de Expressão Fotográfica diferentes formações de fotografia. Participou no projeto “Mãos com Alma”, publicado em 2014, e colabora com algumas publicações digitais.

No jardim há histórias sem fim

C A R L O S M . S I LV A Natural de Angola, comecei na fotografia aos 12 anos. Tive professores extraordinários, o que me permitiu ter experimentado várias áreas da fotografia. Hoje, com uma vasta experiência, participação em edições de livros sobre fotografia, exposições individuais e coletivas um pouco por tudo o mundo, foi com muita prazer que aceitei o convite para participar na Bienal de Coruche. Não foi fácil a escolha destas imagens, pois escolher, entre mais de uma dezena de belíssimas fotos, apenas duas... Espero que apreciem este meu ponto de vista sobre Coruche, tema que nos foi proposto.

Cavalos – Vale do Sorraia – Coruche

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ZÉ DA QUINTA José Lourenço Coruche Ribeiro da Cunha nasce em Lisboa a 5 de dezembro de 1967. Técnico agrícola, numa empresa do concelho de Coruche, assume-se como fotógrafo profissional em 2003, trabalhando como freelancer para diversas publicações e websites. Os seus trabalhos, com especial preferência pela natureza, a vida selvagem, o golfe, o rugby e a tauromaquia, começam a ganhar projeção em 2005, ano em que surgem os primeiros prémios. Não obstante a sua predileção pelas novas tecnologias, defende, desde sempre, que a fotografia puramente artística é determinada pelo olhar e pelo momento ideal de disparo, minimizando ao máximo o recurso à pós-produção que possa, eventualmente, dissimular a autenticidade da peça final. Em 2010 aceita o desafio do INEM, onde é Técnico de Emergência Médica, tornando-se igualmente responsável pelo audiovisual do Instituto. Em 2013 frequenta a Restart na formação de vídeo e, desde então, colabora em variadíssimos projetos, enquanto assistente, produtor e realizador de diversas produções galardoadas. Da fotografia ao vídeo, o Zé da Quinta (nome profissional) é hoje detentor de um amplo portfólio de fotografias e vídeos de autor.

Melros no pinhal

GREGÓRIO MÚCIO Oriundo da lezíria ribatejana, vale do Sorraia, Coruche. Um quase analfabeto artístico, tem utilizado as diversas formas de expressão artística, a pintura, a arte digital, a fotografia, o vídeo, a música, como um convite à associação livre de ideias. A sua “arte” (se assim se pode dizer) assume-se pela experiência sensorial das coisas e do seu próprio sentimento estético da vida. O seu processo criativo nasce a partir do agora, onde a razão e o método entram no domínio do subjetivo. Tem realizado diversas exposições individuais e coletivas, estando representado em algumas coleções particulares.

O galanteio

locais


bienal

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envolvências

H

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JOÃO COSTA PEREIRA Nasci em Coruche em 1947. Tiro retratos porque gosto.

Ameaça

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JOAQUINA ESTÊVÃO Nasci em Coruche em 1965. Fotografo quando estou p’r’aí virada.

Janela

locais

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PEDRO RIBEIRO

MÁRIO BRANDÃO

Nascido em Coruche em 1973, filho de fotógrafo da terra, sempre se habituou a viver rodeado pela imagem, tendo desenvolvido uma apetência inicialmente para as imagens em movimento e tendo-se especializado na área do vídeo, área essa que seguiu profissionalmente. O gosto pela fotografia desenvolveu-se mais tarde, na altura do boom da fotografia digital, quando começou a fazer experiências com novas técnicas e a fotografar de tudo um pouco, mas focando-se sobretudo em paisagens e no seu tema preferido, Coruche. Foi responsável pelo site e página de facebook das Festas de Coruche e nessa altura expandiu os seus temas para os espetáculos musicais, atividades taurinas, entre outros. Alguns dos seus trabalhos podem ser vistos em http://fotografias.mediasmile.net

A paixão pela fotografia nasceu e cresceu comigo, atingindo o seu expoente máximo quando, no ano de 2010, me pude permitir adquirir a minha primeira digital: uma Nikon d90. Nesse ano, e enquanto estudante na cidade de Aveiro, juntei-me a um grupo de amigos com a mesma paixão e juntos fomos explorando e partilhando conhecimentos, numa busca pela minha identidade enquanto fotógrafo. No meio de todas essas experiências percebi ser a fotografia de rua a área que mais me preenchia e paralelamente desenvolvi um interesse crescente pela fotografia analógica, potenciado por uma formação sobre laboratório de fotografia, revelação e ampliação. Com os cheiros a químicos sentia-me em casa, não fosse a minha formação em Engenharia Química, e nada se compara à emoção de esperar pela revelação da fotografia e finalmente ver o nosso trabalho a aparecer, sem filtros, sem manipulação, apenas a arte em captar o momento. Atualmente a residir em Coruche, o tempo disponível é menor para dedicar a esta paixão, sendo mais habitual fazer fotografia de concertos mas, seja a Nikon, a Yashica ou a Mamya, tenho sempre alguma por perto para captar algum momento que me possa chamar a atenção.

As cheias

Rios de luz


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JOSÉ CORDEIRO

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JOSÉ FATELA

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CLARISSE HENRIQUES

MÁRIO SANTOS

Nasci em Coruche a 21 de junho de 1962. O fascínio pela fotografia surgiu na adolescência, prendendo-me nos detalhes das revistas, séries televisivas e cinema. Apenas em 2010, com a massificação da fotografia da era digital, foi possível iniciar o hobby de uma forma mais empenhada, direcionando a minha atenção para a natureza, descobrindo na zona macro a beleza da flora e fauna que por norma pisamos distraidamente. Em 2012, com a aquisição de novo equipamento e frequência de uns excelentes workshops, tornou-se possível iniciar outros tipos de fotografia. Influenciado por fotógrafos mais experimentados descobri o fascinante mundo das aves. Se bem que com um equipamento básico, foi nessa área que mais conhecimentos adquiri e mais tempo tenho dedicado. Por uma questão geográfica, que coincide com o percurso do rio, da nascente à foz, tenho dedicado atenção especial ao vale do Sorraia e charneca envolvente. Apesar de integrado na Bienal de Artes de Coruche, não considero que sejam arte as fotos expostas. Neste tipo de registos tento ser o mais fiel possível à realidade, evitando alterar de qualquer forma artística a beleza já presente na natureza, bastando para tal exercitar a atenção ao que nos rodeia, dedicar tempo e algum empenho na aprendizagem. O objetivo é não estragar o que já é belo.

Nasceu em Santarém; a infância foi passada na vila de Coruche. Entre jogos de futebol e saídas com os amigos descobriu, aos 17 anos, uma paixão: a fotografia. Aquilo que começou por ser uma brincadeira tornou-se, aos poucos, algo mais sério. Decidiu que a sua vida profissional teria de passar por esta arte e ingressou no curso de três anos de Fotografia da Escola Tecnológica de Imagem e Comunicação (ETIC). Do seu currículo destaca a exposição fotográfica de moda, em nome próprio, que esteve patente na sede do Jornal de Coruche, durante as Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo de 2009. Em 2010 colaborou com a Surf Portugal durante o WCT que decorreu em Peniche e que juntou os melhores surfistas mundiais. Em 2012 foi um dos fotógrafos do Festival Internacional Gourmt – “Tributo to Claudia” Vila Joya - Algarve Participou com diversas fotografias no livro “Mãos com Alma – artes e ofícios tradicionais de Coruche”, de Paulo Fatela. O desporto é a área que mais espaço ocupa nas suas referências fotográficas, mas todas o fascinam, porque podem resultar numa imagem única e especial. Não gosta de rotinas, mas tem um vício: andar sempre em busca da luz perfeita para captar a melhor imagem.

Nasci a 2 de abril de 1959 em Coruche. Licenciei-me em Educação Comunicação e Multimédia e sou colaboradora do Instituto de Informática, IP do MSSS, na área de infraestruturas do Instituto. Vivo em Santarém, cidade que me acolheu, mas sempre com a minha vila no coração, a vila de Coruche. O gosto pela fotografia nasceu de uma forte necessidade de ocupar os tempos vazios (...) e acabou por transformar a minha forma de observar e sentir a natureza e o Mundo. Pequenos pormenores, que passavam despercebidos ao olhar, ganham nova dimensão (…). Momentos únicos e que nunca voltarão... ficam “escritos numa imagem” que poderá ser “revisitada e partilhada”... Ao longo do percurso na fotografia já participei em vários eventos: Grupo de Fotógrafos Amadores do Ribatejo “O outro lado da Cor”, que tem percorrido alguns concelhos do nosso distrito; Artamatriz em Viana do Castelo no evento Mostr Art, que decorreu de 4 a 16 de julho, na galeria da Câmara Municipal; exposição “Lina S.O.S.” em Viana do Castelo, em que a venda das imagens reverteu a favor de uma campanha de solidariedade em favor da Lina; II Coletiva Criativa e Artística DIM|Dia Internacional da Mulher, em Coruche. A participação em alguns destes concursos converteu-se em menções honrosas e prémios.

Natural de Mangualde, nasceu em 14 de novembro de 1944. Fotógrafo de profissão, iniciou a sua atividade em 1960 na Foto Moderna de Mangualde, até 1963. Trabalha na Foto Cinelândia em Viseu, de 1963 a 1965. No ano seguinte obtém o diploma em Fotografia e Cinema pelos Serviços Cartográficos do Exército e exerce a sua atividade como operador de Fotografia e Cinema no Exército Português – Quartel-General em Díli, Timor, até 1969. Em 1971 volta a Mangualde, onde exerce a atividade, primeiro na Foto Prazeres e depois por conta própria, na Foto Santos, até 1976. Em 1978 muda-se para Coruche, onde trabalha durante seis meses para a Foto Cine como fotógrafo de estúdio, laboratório e reportagem. Entre 1978 e 1980 trabalha em parceria na Foto Cor e Arte, também em Coruche. Em 1983 exerce atividade como fotógrafo de reportagem na estação de Ski, Foto Zambiazi, em Verbier, na Suíça, voltando a este país entre 1985 e 1987 para trabalhar nos Laboratórios Centrais de Fotografia – Foto Service Schelemberg, em Lausanne, Suíça. A partir de 1996, e até 2005, trabalha como fotógrafo por conta própria na Foto Santos em Coruche. Atualmente encontra-se reformado.

Coruja-das-torres (Tyto Alba)

A cegonha (Ciconia Ciconia)

O Mercado

Flora de Coruche


coruche

2015

26 DE SETEMBRO L

NATALINA AS SEICEIRA Na adolescência os meus Pais ofereceram-me uma pequena máquina fotográfica com o intuito de registar alguns momentos em família. Mal sabiam eles que foi o despertar de uma paixão e um libertar de sentimentos que me prende até hoje. Tive também a felicidade de ter um marido que partilha comigo esse prazer e sensibilidade. Gosto de fotografia em geral, não tenho nenhum género em particular, mas gosto de registar o que naquele momento é para mim único e insubstituível. O gosto pela fotografia sente-se em cada momento, em cada disparo e é isso que tenho feito ao longo dos anos, registando momentos ímpares e irrepetíveis, como o crescimento dos meus filhos, a sua vida académica e desportiva, até às fotos mais artísticas que me valeram um 1.º Prémio e uma Menção Honrosa atribuídos pela Câmara Municipal de Coruche. De facto, se algo me prende o fôlego é olhar uma foto tirada no momento certo, que me transmita vida, sentimento e paixão. Se esses três componentes não estiverem presentes será apenas uma moldura sem alma. “A vida não é medida pela quantidade de vezes que respiramos, mas pelos momentos que nos tiram a respiração”. (George Carlin)

Da espiga ao prato

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VASCO PITSCHIELLER 62 anos. Oficial da Marinha Mercante – Aposentado. Fotógrafo Amador Em março de 1995 frequenta o curso de formação, ministrado por Álvaro Rosendo, no CCEN – Centro Cultural Emmérico Nunes em Sines na OEF – Oficina Experimental de Fotografia. Em 2014 frequenta o curso de iniciação à pintura na USCB – Universidade Sénior do Concelho de Benavente. Exposições: 1995 – Coletiva no CCEN de Sines; Coletiva no restaurante O Migas, em Sines. 1996 – OEF em coletiva nos Centros de Juventude de Setúbal e de Grândola; Coletiva no Bar Turco, em Vila Nova de Milfontes; Coletiva no Restaurante-Bar Ponto d’Encontro, em Sines; Individual no Restaurante-Bar Ponto d’Encontro, sob o tema “...algumas fotos do Porto de Sines e arredores...”; Coletiva Fotógrafos de Sines, na Capela da Misericórdia, com apoio CMS; Coletiva da “Festa da Terra e do Mar”, no Castelo de Sines, com apoio CCEN/CMS. 1998 – “Viajem”, coletiva no CCEN e na Capela da Misericórdia, apoios CMS e IPJ; Individual no Restaurante-Bar Sítio, em Sines, sob o tema “...Algumas imagens de lugares e atmosferas do Alentejo...”. 1999 – Individual no Restaurante-Bar Sítio, sob o tema: “Esculturas Naturais”; Individual no Restaurante-Bar Sítio, sob o tema: “Algumas imagens aéreas dos arredores de Sines e de locais em Santiago do Cacém”. 2000 – Individual no Restaurante-Bar Sítio, sob o tema: “Fluxos e Refluxos”. 2001 – conjunta no restaurante-bar sítio, sob o tema: “Simbiose, entre as fotografias de VP e aguarelas de Silva Pinto”. 2001 – Individual no Restaurante O Migas, sob o tema: “Costa Vicentina. Pormenores”. 2001 – Individual no Restaurante-Bar Sítio, sob o tema: “Retrospetiva a P/B”. 2003 – Individual Livraria “adasartes”, Sines. 2004 – “Um Olhar Sobre o Alentejo”, fotografia (Vasco Pitschieller) e pintura (Charles Vincent), CCEN, Centro Cultural Emmérico Nunes, Sines. 2010-2011-2012 – Participação no Projeto Valores do Sítio de Sines – Fotógrafos de Sines (1.ª, 2.ª e 3.ª edições). 2013 – Individual de Fotografia na Herdade das Gamas – Coruche, sob o tema: “Máscaras”. Outras participações: AGEFE, Concurso Nacional de Fotógrafos Amadores, 1998, 1999 e 2001; CEAI, Centro de Estudos de Avifauna Ibérica, Évora, 1998. Prémios: Concursos de Fotografia da Administração do Porto de Sines, SA: 1995 – “A Melhor Fotografia do Concurso” e Menção Honrosa (Pormenor P/B); 1996 – 1.º Prémio (Pormenor P/B); 1997 – dois 1.os Prémios (Pormenor P/B e Generalidades Cor); 1998 – três 1.os Prémios (Generalidades Cor, Pormenor P/B e Generalidades P/B; 1999 – “A Melhor Fotografia” e dois 1.ºs Prémios (Pormenor P/B e Pormenor Cor); 2002 – 1.º Prémio (Pormenor P/B); 2003 – Melhor Fotografia e dois 1.os Prémios (Pormenores P/B e Cor); 2004 – três 1.os Prémios (Generalidades P/B e Cor e Pormenor P/B) e Menção Honrosa (Cor). 2000 – 1.º Prémio no II Concurso de Cavalo e a lua Fotografia – OFICIAISMAR.

15h30 – Abertura Oficial da Bienal de Coruche – Percursos com Arte Entrega do Prémio Distinção “Bienal de Coruche” Apresentação do projeto Envolvências Locais 2015 Local: Auditório do Museu Municipal de Coruche 16h00 – Espetáculo de Abertura – “Coruche meets Pop Art” Associação Cultural Conta Cenas e co-produção dos Caducado – Associação Cultural Local: Pátio do Museu Municipal de Coruche 16h30 – Visita guiada aos diversos espaços da Bienal de Coruche - Percursos com Arte e Envolvências Locais: - ARM Collective, artistas de arte urbana executam peça ao vivo - Praça da Liberdade “Vestida de Lobeira” - Espaço Malhas - Obras a concurso e exposição de fotografia no percurso definido No fim da visita será servido um Porto de Honra no pátio do Museu Municipal 3 DE OUTUBRO 15H30 – Colóquio Bienal de Artes Oradores convidados: JOSÉ FABIÃO – fotógrafo e coordenador dos cursos de Fotografia da ETIC, Escola de Tecnologias, Inovação e Criação Tema: “A Fotografia nas redes Sociais” NEOFOFO – Tiago Custódio e Patrícia Simões Tema: Projeto Neofofo – A calçada portuguesa como nunca viu ROSA POMAR, investigadora, bloger, autora do livro “História das Malhas Portuguesas” Tema: ”As meias bordadas dos maiorais ribatejanos: uma técnica antiga recuperada” Local: Praça da Liberdade, Coruche * Se as condições meteorológicas não permitirem, o colóquio terá lugar no Auditório do Museu Municipal de Coruche.

10 DE OUTUBRO 23H00 – “Da horta …with love” – Espetáculo de animação e performance multimédia Local: Centro de Exposições de Coruche

DE 26 DE SETEMBRO A 11 DE OUTUBRO Espaço Malhas - Galeria do Mercado Municipal de Coruche Aberto de segunda a sábado: 10h30/12h00 - 15h00/17h30; domingo: 15h00 /17h30 30 DE SETEMBRO Sessão com artesã Lurdes Sousa - tecelagem em tear 7 DE OUTUBRO Sessão com a artesã Leonor Costa - execução das tradicionais meias de campino DE 25 A 28 DE SETEMBRO Os artistas gonçaloMAR e RAM estarão a trabalhar uma pintura mural - técnica mista (acrílico/ tinta plástica) designada “Vigilantes”, intervindo no edifício inacabado na Rua Júlio Maria de Sousa. Produção a ser acompanhada pelo público “Decidimos basear a nossa intervenção numa lenda local que remonta ao ano de 1166, aquando da conquista por D. Afonso Henriques aos Mouros. Conta-se que o Monarca, ao chegar de Santarém para tomar o castelo, terá avistado dois frondosos pinheiros, em cujas copas pousavam duas corujas. O rei terá, então, dito “Estamos a chegar à terra das corujas” batizando, assim, a povoação. A Coruja é a ave soberana da noite. Para muitos povos a coruja significa mistério, inteligência, sabedoria e conhecimento.(...) Queremos prestar um tributo à Terra, à nossa História e acima de tudo dar a conhecer aos transeuntes que a Arte também ela é importante para perpetuar ações e encher corações e chega a lugares onde tantos outros movimentos não conseguem, como as Corujas.” ARMcollective DIA 11 DE OUTUBRO 19h30 - “Quercus Carbonis” de IPU COLLECTIVE – - incineração da obra a concurso como uma componente fundamental ao conteúdo do projeto (instalação artística localizada no ponto 4 do percurso) ATELIÊS Durante a semana decorrerão visitas com a comunidade educativa (3-5 anos) ao espaço “Vestida de Lobeira”

COM ARTE

de

PERCURSOS

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