Clínica Veterinária n. 101

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Dermatologia Uso do iodeto de potássio no tratamento da esporotricose em cão refratário ao cetoconazol e itraconazol – relato de caso Use of potassium iodide in the treatment of sporotrichosis in dog after failure treatment with ketoconazole and itraconazole – a case report Uso del ioduro de potasio en el tratamiento de la esporotricosis en un perro refractario al ketoconazol e Itraconazol – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 101, p. 116-120, 2012 Martha Hathaway Grassani médica veterinária

marthahg@globo.com

Ana Lucia C. de Azevedo Juppa MV, dra.

ana.crissiuma@gmail.com

Denise Amaro da Silva MV, mestre, doutoranda PPGPCDI/IPEC/Fiocruz

denise.silva@ipec.fiocruz.br

Fabiano Borges Figueiredo MV, doutor LPCDAD/IPEC/Fiocruz

fabiano.figueiredo@ipec.fiocruz.br

Resumo: A esporotricose é uma doença que acomete o homem e os animais de forma subaguda ou crônica, sendo considerada a micose subcutânea mais comum na América Latina. No estado do Rio de Janeiro, assumiu proporções epidêmicas, sendo o gato infectado o principal transmissor da doença. No cão, a doença é menos frequente, entretanto, estudos descrevem que desde 1998 houve um aumento do número de casos. O tratamento de infecções micóticas em animais é um desafio aos veterinários, uma vez que a maioria dos agentes antifúngicos sistêmicos apresenta efeitos adversos importantes. Este estudo relata um caso de esporotricose canina que foi refratário ao uso de cetoconazol e itraconazol, tratado em seguida com iodeto de potássio. Com esse relato, verificou-se que nos casos refratários ao tratamento convencional com cetoconazol e itraconazol, o iodeto de potássio em capsulas é uma alternativa para o tratamento da esporotricose canina. Unitermos: canino, terapêutica, Sporothrix schenckii Abstract: Sporotrichosis is a disease that affects humans and animals in a subacute or chronic form. It is considered the most common subcutaneous mycosis in Latin America, having reached epidemic proportions in the state of Rio de Janeiro. The infected cat is the main transmitter of the disease. Although it occurs less frequently in dogs, studies report an increase in the number of cases since 1998. The treatment of fungal infections in animals is a challenge for veterinarians, since the majority of systemic antifungal agents have significant adverse effects. This study reports a case of canine sporotrichosis that was refractory to the use of ketoconazole and itraconazole that was treated with potassium iodide. We conclude that potassium iodide in capsules is an alternative for the treatment of canine sporotrichosis in cases that are refractory to conventional treatment with ketoconazole and itraconazole. Keywords: canine, drug therapy, Sporothrix schenckii Resumen: La esporotricosis es una enfermedad que afecta tanto al hombre como a los animales de forma subaguda o crónica, siendo considerada la micosis subcutánea más común en América Latina. En el estado de Río de Janeiro se ha transformado en una enfermedad epidémica, siendo el gato infectado el principal agente transmisor. En el perro es menos frecuente; no obstante existen estudios comprobando que desde 1998 ha habido un aumento en el número de casos. El tratamiento de las infecciones micóticas en animales es un desafío para los médicos veterinarios, ya que la mayoría de los agentes antifúngicos sistémicos suelen presentar importantes efectos adversos. En el presente relato se presenta un caso de esporotricosis canina que fue refractario al tratamiento con ketoconazol e itraconazol, que posteriormente recibió tratamiento con ioduro de potasio. En este trabajo se pudo comprobar que en los pacientes refractarios al ketoconazol e itraconazol, el ioduro de potasio en cápsulas representa una alternativa para el tratamiento de la esporotricosis canina Palabras clave: canino, tratamiento, Sporothrix schenckii

Introdução A esporotricose é uma doença causada pelo Sporothrix schenckii, considerado um fungo dimórfico, saprofítico ambiental, presente no solo em associação com vegetação mor116

ta e em decomposição, como esfagno, feno, palha e espinhos de roseira 1,2. Na forma saprofítica ou em meio de cultura a 25 °C, o fungo cresce como colônias filamentosas, enquanto em

Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 101, novembro/dezembro, 2012


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