"O sucesso do nosso crescimento deve-se à aposta em I&D"

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“O sucesso do nosso crescimento deve-se à aposta em I&D”

robótica

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Por: Helena Paulino e Ricardo Sá e Silva

ENTREVISTA

Alexandre Freitas, Diretor Executivo da Contrinex Portugal, contou à revista “robótica” todo o percurso da Contrinex desde a sua fundação até ao ano em que entrou de forma direta em Portugal, em 2008. As vantagens e diferenças das soluções Contrinex foram o assunto de fundo da conversa, onde foram enumeradas as razões da crise não assustar esta multinacional suíça.

Revista “robótica”(rr): Como surgiu o nome Contrinex? Alexandre Freitas (AF): O nome foi criado durante um fim de semana, tendo sido definido então pelo fundador e atual CEO, Peter Heimlicher, que o mesmo teria de ser internacional. Em vista disso, realizou-se um brandstorming com palavras e letras recortadas de revistas e jornais, que posteriormente foram sendo combinadas até se obter um nome que pudesse ser lido globalmente sem qualquer tipo de conotação. A razão pela qual se optou por um nome internacional já naquela época é porque se queria constituir uma empresa focada no mercado de exportação, pois, a única hipótese de viabilizar uma empresa com grandes investimentos em Investigação e Desenvolvimento (I&D) é exportando, já que a Suíça é um pequeno mercado. A prova de que aquela estratégia estava correta é o facto de que a Contrinex exporta mais de 96% da sua produção para todo o mundo.

rr: Fundada em 1972, a Contrinex cresceu e transformou-se num grupo multinacional. Como percorreu a Contrinex este caminho de ascensão? AF: O sucesso do nosso crescimento deve-se em grande parte à grande aposta que fazemos em I&D. Desde a sua fundação que a Contrinex tem tido um crescimento exponencial em todas as áreas em que tem investido. No início, Peter Heimlicher investigou e desenvolveu novas tecnologias de deteção que deram azo a várias patentes mundiais, e simultaneamente divulgava os seus produtos, assim como geria os canais de distribui-

ção por si desenvolvidos. Esta é a história que permitiu que um empreendedor transformasse uma empresa unipessoal numa multinacional que atualmente está presente em 60 países e tem mais de 500 colaboradores. Uma grande fatia dos nossos recursos - bem acima da média da indústria - é investida em I&D, o que nos permite liderar nichos de mercado de alta tecnologia que por sua vez geram as receitas necessárias para competir com os grandes players do mercado. Competimos com essas grandes marcas demonstrando aos clientes que a aplicação dos nossos produtos melhora de forma quantificável os seus processos produtivos. A Contrinex nasceu com o desenvolvimento de sensores indutivos e depois vieram os sensores fotoelétricos onde já temos grande notoriedade com as nossas soluções. A segunda área de negócio que desenvolvemos são os sistemas RFID para aplicações muito exigentes em termos de pressão, temperatura e agressividade química, e por último entrámos no segmento da segurança de pessoas.

rr: Ou seja, o valor dos vossos produtos baseia-se no investimento feito pela Contrinex em I&D? AF: Quando desenvolvemos um determinado produto não queremos que este seja mais um no mercado. Apostamos numa oferta de produtos de elevada tecnologia com um desempenho superior ao da concorrência, pelo que todos os nossos produtos são tecnologicamente avançados, mesmo aqueles que se destinam ao mercado de volume. Toda a nossa eletrónica é de topo, o que permite que o desempenho dos nossos produtos

se destaque relativamente ao da concorrência. Quando um cliente aplica um produto por nós desenvolvido, está de facto a usufruir do resultado de um longo e metódico processo de I&D, o que lhe garante uma grande fiabilidade na automatização dos seus processos produtivos que, por sua vez, aportam um retorno do investimento num período curto e facilmente mensurável. Esta é a proposta de valor da Contrinex!

“Não queremos ser conhecidos como mais um” rr: Durante estes anos em que valores se basearam na Contrinex? AF: A postura da Contrinex no mercado preza a resolução de problemas dos clientes, o que tornou a marca fidedigna. Não queremos ser conhecidos como mais um e, por isso, fabricamos produtos que se diferenciam pela sua tecnologia e que nos permitam sobreviver e crescer num mercado extremamente competitivo. É muito importante que quando fazemos uma aplicação com um determinado produto, o cliente reconheça que melhorou o seu processo produtivo de forma visível, e é esse o caminho que


to rĂĄpido, e essas melhorias repercutir-seĂŁo de forma considerĂĄvel no mercado.

rr: Em Portugal, como encaram a situação da Contrinex? AF: Curiosamente no caso das operaçþes da Contrinex Portugal não houve qualquer impacto da crise mundial desde o ano em que arrancåmos diretamente no mercado (2008), e temos desde então registado um crescimento robusto e muito acima do crescimento do mercado. Estamos a crescer a dois dígitos e acreditamos que assim continuaremos apesar dos problemas a que assistimos no nosso país.

rr: Mas houve alguma estratĂŠgia em Portugal diferente? AF: Em 2008 tĂ­nhamos menos de 1% de quota de mercado, pelo que tĂ­nhamos entĂŁo 99% do mercado para conquistar, o que ĂŠ muito mercado disponĂ­vel para crescer. Um dos eixos da nossa estratĂŠgia ĂŠ a ďŹ delização do cliente, e aĂ­ os casos de

sucesso são vitais na demonstração do valor dos nossos produtos e soluçþes. Os nossos produtos são tecnologicamente avançados, pelo que um outro eixo importante da nossa estratÊgia são os canais de distribuição. Assim sendo, a escolha de parceiros de negócio, que ainda decorre, com grande competência tÊcnica e apoio logístico local implica decisþes acertadas. Serå, porventura, a variåvel mais difícil de controlar, porque, por vezes, os interesses podem não convergir.

rr: Qual o futuro da Contrinex em Portugal? AF: Encaramos o futuro com otimismo. Temos crescimentos acima do mercado desde 2008, ano em que começamos com operaçþes diretas em Portugal. Este ĂŠ um mercado muito competitivo e a nossa vontade ĂŠ continuar a crescer de forma robusta e sustentada. Dentro de dois anos queremos atingir os 10% de quota de mercado, e este ĂŠ um objetivo ďŹ xado desde o inĂ­cio apesar da compe-

titividade do mercado. Temos feito um percurso muito sustentado com clientes que estão cada vez mais satisfeitos com as nossas soluçþes, pois, estas permitem a redução efetiva dos seus custos totais de propriedade (TCO).

rr: Encara a possibilidade de abrir uma fĂĄbrica da Contrinex em Portugal? AF: Os processos essenciais da Contrinex, onde se incluem por exemplo, a eletrĂłnica e a I&D, estĂŁo na Suíça por dois motivos: impedir a cĂłpia, que ĂŠ algo muito importante nesta ĂĄrea e o controlo da qualidade ďŹ nal das mesmas, sendo que nisto nĂŁo estĂŁo previstas alteraçþes. Relativamente Ă montagem ďŹ nal dos produtos jĂĄ estamos presentes em alguns paĂ­ses que apresentam o mix adequado para aĂ­ investirmos, e no caso portuguĂŞs tambĂŠm nĂŁo serĂĄ diferente. BastarĂĄ que se conjugem determinados pressupostos e a Contrinex avaliarĂĄ entĂŁo o custobenefĂ­cio de tal investimento. Tudo ĂŠ possĂ­vel!

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