VIII encontro AGEFE: abordado o futuro do mercado de material eléctrico

Page 1

REPORTAGEM

revista técnico-profissional

o electricista

56

Helena Paulino

VIII Encontro AGEFE

{ABORDADO O FUTURO DO MERCADO DE MATERIAL ELÉCTRICO}

A AGEFE – Associação Empresarial dos Sectores Eléctrico, Electrodoméstico, Fotográfico e Electrónico organizou o seu VIII Encontro AGEFE | Material Eléctrico no Hotel Campo Real, em Torres Vedras. Neste evento foi discutido o presente e o futuro do mercado do material eléctrico em Portugal, com a apresentação de comunicações que abordaram os temas mais prementes deste sector.

O VIII Encontro AGEFE dedicou o primeiro dia, 24 de Março, a abordar três temas sobejamente importantes: o desenvolvimento do mercado eléctrico, os actuais desafios à gestão das empresas e ainda o estado actual e o futuro da economia portuguesa. Oradores conceituados abordaram questões subliminares a estes três temas principais, e o dia terminou de uma forma totalmente descontraída com a actuação do reconhecido humorista português de stand-up comedy, Pedro Tochas, com um espectáculo intitulado “Ser sisudo não é sinal de competência, é só sinal de que se é sisudo”, onde arrancou muitas gargalhadas aos presentes. No dia 25 de Março foi abordado o presente e o futuro do mercado de material eléctrico. Pedro Dionísio, do ISCTE-IUL, apresentou o estudo AGEFE_ISCTE de quantificação do mercado português de material eléctrico. Em seguida, para além da caracterização do mercado de material eléctrico em Espanha, colocou-se a questão de saber o futuro modelo de negócio para a distribuição de material eléctrico, à qual Pedro Fernandez, Presidente da ADIME – Asociación de Distribuidores de Material Eléctrico e Anton Chust

da AME Material Eléctrico responderam com casos concretos. Neste evento marcaram presença os maiores grossistas, distribuidores e fabricantes, e importadores de material eléctrico presentes no mercado português.

RENOVAR PARA DINAMIZAR E MELHORAR A SEGURANÇA Paes Afonso, Director-Geral da AECOPS (Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços) abordou o potencial do mercado da reabilitação, e indicou a aposta na eficiência energética como sendo um ponto fundamental devido à consequente redução na factura energética. Paes Afonso explicou “a aposta na eficiência energética irá alterar comportamentos, valorizar a energia, adoptar abordagens integradas e alterar o factor de ‘ciclo de vida dos edifícios.’” A AECOPS pretende dinamizar a reabilitação e modernização de edifícios públicos, criar e reforçar incentivos fiscais, estimular o mercado de arrendamento e aplicar apoios e incentivos à reabilitação, simplificar a legislação e agilizar os procedimentos. Carlos Botelho, Director-Geral da Certiel (As-

sociação Nacional Inspectora de Instalações Eléctricas – ANIIE), explicou a importância da remodelação nas instalações eléctricas porque garantem uma maior segurança, um maior conforto para os utilizadores, uma redução no consumo de energia, uma maior qualidade da iluminação, e simultaneamente, dinamiza a economia e cria emprego. Se não houver renovação aumentam os riscos de incêndio e perdas eléctricas por sobreaquecimento. Mas Carlos Botelho alertou que não há uma cultura de manutenção e uma obrigação legal que imponha uma verificação periódica das instalações eléctricas.

ILUMINAÇÃO E A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA A iluminação, a revisão do RSECE (Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios) e a certificação de edifícios foram os temas abordados por Dinis Rodrigues da ADENE – Agência para a Energia. Explicou as funções do Grupo de Integração e Coordenação, da Comissão Executiva, e do Conselho Consultivo, destacou os novos desafios implícitos na Directiva 2010/31/UE e que implicam um indicador


o electricista

REPORTAGEM

revista técnico-profissional

59

Pedro Fernandez reforçou que qualquer crise gera oportunidades, mas para isso é necessário evoluir e adaptar-se aos novos tempos, valorizando a actividade, gestão profissional e a relação com o cliente.

lacionados com o emprego, exportações e inovação, I&D e saúde, e ainda mencionou algumas soluções, como o benchmarking, o turismo, e até o golfe que pode representar quatro auto-estradas e mais de 500 mil empregos.

O MERCADO PORTUGUÊS DE MATERIAL ELÉCTRICO Pedro Dionísio do GIEM (Centro de Investigação e Formação em Marketing) do ISCTE-IUL (Instituto Universitário de Lisboa) apresentou um relatório de estudo AGEFE_ISCTE que efectuou a quantificação do mercado do material eléctrico português no ano de 2010. Este estudo foi realizado através da resposta de várias empresas a um questionário. Trata-se da quarta edição deste Estudo promovido pela AGEFE, em colaboração com o ISCTE e que constitui já uma referência para o conhecimento do mercado de material eléctrico em Portugal.

MERCADO ESPANHOL DE ENERGIA ELÉCTRICA Pedro Fernandez, Presidente da ADIME (Asociación de Distribuidores de Material Eléctrico) qualificou o mercado espanhol

de material eléctrico em 2010. Informou que o PIB espanhol em 2010 foi de - 3,7% (das mais baixas a nível europeu), a taxa de desemprego foi de 20% e a produção industrial situou-se nos 0,8%, um número muito abaixo do esperado. Perante tudo isto questionou: qual o futuro para a distribuição de material eléctrico? Um mercado em ascensão reduziu-se para metade provocando elevados custos, o financiamento, largos prazos de pagamento, e consequentemente, uma perda de margem de lucro. Mas Pedro Fernandez reforçou que qualquer crise gera oportunidades, mas para isso é necessário evoluir e adaptar-se aos novos tempos, valorizando a actividade, gestão profissional e a relação com o cliente. A mudança é algo indiscutível para Pedro Fernandez porque, segundo ditou, “os peixes não sobem para o barco, há que os puxar pela cana.” Por fim apontou vários vectores importantes para o futuro: eficiência energética, redes inteligentes, a implantação do veículo eléctrico e as suas redes de recarga.

empresa: a partir de uma fusão conseguiu modernizar a empresa ao nível de pessoas, armazém e informática, tendo investido 80 milhões de euros num armazém central bastante avançado. Em 2008, a AME possuía já três armazéns automatizados e 15 delegações. A terminar, Antón Chust resumiu um pouco do que disse ter aprendido no seu percurso: a importância da logística (ter produtos em stock no armazém); um armazém com as melhores infra-estruturas de acessos, um bom sistema de logística interna e um bom sistema informático que nos permita saber o que há e onde está. O distribuidor deve ter uma potente rede de venda, estar próximo dos clientes, investir num plano de software e de marketing relacional. No final deixou um conselho: “as crises também passam por aprender, mudar, inovar, conhecermo-nos a nós mesmos e sermos mais humildes.”

Para mais informações AGEFE ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DOS

Antón Chust falou do distribuidor de material eléctrico a partir do caso da AME Material Eléctrico, e quais as tendências e estratégias na Europa. Contou a história da sua

SECTORES ELÉCTRICO, ELECTRODOMÉSTICO, FOTOGRÁFICO E ELECTRÓNICO Tel.: +351 213 156 608/9 . Fax: +351 213 146 367 agefe@agefe.pt. . www.agefe.pt


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.