FORMAÇÃO
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o electricista Hilário Dias Nogueira (Eng.º) com o patrocínio de:IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.
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{ARTIGO TÉCNICO FORMATIVO Nº. 5}
Neste número, apresentamos a resolução do exercício colocado na revista anterior e um novo exercício cuja resolução será incluída na revista 26. Inclui-se ainda a correcção de erro no exercício da revista anterior (24). RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 5 Quadro Q 52-C3. Enunciado proposto na revista 24: - Determinar a corrente de curto-circuito numa canalização que alimenta um quadro de Distribuição a montante do quadro de coluna de um edifício, utilizando os dados que se indicam na tabela seguinte. No Q. Colunas - Pressupor que a Potência de C.C a jusante do Q .C é infinita (z = 0). - Protecção da canalização gG 50 A - Icc do fusível gG de In = 50 A é 250 A - Protecção da canalização gG 63 A - Icc do fusível gG de In = 63 A é 320 A
No Q. Distribuição - Potência alimentar é 30 kVA - Distância do Q. distribuição: 1ª hipótese -165 m 2ª hipótese - 50 m
Na Canalização - Cabo VV _________ - Modo de Instalação - Instalado a vista sobre braçadeiras e fixado a parede.
A calcular: › Icc para a distância 165 metros? › Icc para a distância 50 metros? › Está garantida a protecção a 165 metros? E a 50 metros? ›Q ual a corrente de fadiga térmica da canalização? 1º Determinação da corrente de serviço por fase, IB Utilizando a fórmula: SD 30000 IB = = = 43,3 A 3xU 3 x 300 2º Encontrar o Método de Refª e determinar a corrente admissível e respectiva secção dos condutores do cabo. Segundo as Regras Técnicas (RTIEBT), na Secção 5.2, encontra-se o modo de instalação da canalização escolhida (cabo instalado à vista em braçadeiras fixado a parede), que é classificado como, Método de Referência C A tabela a consultar para determinação da corrente admissível e da secção no cabo e que corresponde ao Método adoptado é a tabela do,
A corrente admissível, IZ, deverá ser de valor superior ao da corrente de serviço, IB: IZ t IB : IZ t 43,30 A Consultando o quadro, encontramos a corrente admissível, IZ= 57 A.
(RTIEBT 523)
A correspondente secção será, S = 10 mm2. Calculando a protecção, encontramos o valor da corrente estipulada (calibre) possível sendo o fusível de In=50 A e que verifica as duas condições das protecções. 1ªcondição I B d IN d IZ , --> 43,3 d 50 d 57 2ªcondição I 2 d 1,45 x IZ --> 80 d 82,65
(RTIEBT 523)
3º Verificação da queda de tensão absoluta e percentual (RTIEBT 525)
Utilizando a fórmula simplificada, para circuitos trifásicos equilibrados, sabendo que o comprimento é 165 metros determina-se a queda de tensão, u em volt, e em percentagem ('u%), UxL 0,0226 x 165 u= x IB = x 43,3 = 16,14 V S 10 u 16,14 'u% = 100 x = 100 x = 7,01% 230 U0 Como a queda de tensão se situa abaixo de 5%, a secção da canalização, para aquele comprimento, estará correcta. A secção, deverá ser de valor superior à escolhida e assim o valor da corrente admissível também o será: S =16 mm²com a correspondente corrente admissível de I z = 76 A Verificando novamente a queda de tensão absoluta e percentual teremos
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O fusĂvel com In=50 A terĂĄ como referĂŞncia Icc = 250 A, que nos permite concluir que o fusĂvel actuarĂĄ antes de atingir o valor de 396,55 A. 6Âş Determinação de Icc a 50 metros para a mesma secção. O valor calculado serĂĄ: 0,80 x 23 Icc = = 1314,28 A 50 50 0,0225 + 0,0225 16 16
seja do fusĂvel gG de In=50 A que tem uma Icc=250 A e assegura a protecção contra curto circuitos. 2Âş Qual o tempo limite a partir da qual canalização poderia sofrer danos irremediĂĄveis se o fusĂvel sĂł actuasse para o valor de Icc=396,55 A. s 16 t=k t = 115 = 4,64 Icc 396,55 t = 4,64
t = 21,5 segundos
(Superior a quatro vezes o tempo que seria necessĂĄrio para 822,8 A) Em relação Ă Q ueda de tensĂŁo os valores calculados serĂŁo mais baixos cerca de 30%, portanto a canalização estarĂĄ favorecida. Em relação Ă protecção e de acordo com a corrente de serviço IB podemos manter a mesma jĂĄ determinada, ou seja um In de 50 A e que nos garante uma margem muito maior de protecção do fusĂvel relativamente a Icc calculada anteriormente (1314,28 A).
Grandezas e caracterĂsticas determinadas
Protecção por fusĂvel gG
ST = 30 kVA IB = 43,3 A C Q52-C3 IZ= 76 A (Q 52-C3) VV 5G 16 mm² u= 10,09 V 'u% =4,38 % IN = 50 A
Icc do fusĂvel segundo CEI 269 Icc a 165 m Icc a 50 m Fadiga tĂŠrmica da Canalização
Icc = 250 A Icc = 396,55 A Icc = 1314,28 A Icc = 822,8 A
PotĂŞncia total Corrente de dimensionamento MĂŠtodo de referĂŞncia Quadro Corrente admissĂvel Tipo e Secção do cabo Queda de tensĂŁo em serviço
7Âş Determinação da corrente de fadiga tĂŠrmica da canalização (434.3.2) uando se dĂĄ um curto-circuito, a corrente resultante que se Q produz em qualquer ponto do circuito, nĂŁo deve ser superior ao tempo necessĂĄrio para elevar a temperatura da canalização ao seu limite admissĂvel. Para curto-circuitos de duração nĂŁo superior a 5 segundos que ĂŠ o tempo necessĂĄrio para que a corrente de curto circuito eleve a temperatura dos condutores da temperatura mĂĄxima admissĂvel em serviço normal atĂŠ ao valor limite tĂŠrmico, este tempo, pode ser calculado com aproximação atravĂŠs da fĂłrmula: s t=k Icc Em que: t ĂŠ o tempo em segundos, s ĂŠ a secção dos condutores em mm² Icc ĂŠ a corrente de curto-circuito efectiva (valor eficaz) em amperes, isto ĂŠ, corrente de curto-circuito franco verificado no ponto mais afastado do circuito considerado. K ĂŠ uma constante cujo valor varia com o Tipo de condutores, Tipo de isolamento e Ligaçþes (soldadura a estanho, com temperaturas correspondentes a 160Âş). Valor do k conforme referido:
No tempo de (5s)
ExercĂcio para resolução no prĂłximo nĂşmero (Revista 26) Sugere-se que o resolvam antecipadamente, comparando depois com a solução a apresentar na prĂłxima revista. EXERCĂ?CIO NÂş 6 Enunciado: Q ual o tipo e a secção do condutor de protecção, para ligação do barramento de terras (PE) do Q . Colunas ao Terminal Principal de Terra da instalação elĂŠctrica de um edifĂcio com uma potĂŞncia de dimensionamento de 150 kVA. O edifĂcio poderĂĄ distar cerca de 15 metros do ponto de Entrega. Dados a Utilizar
PotĂŞncia Total
PD = 150 kVA
Canalização: cabo VV (enterrado)
L =15 m
Nota: Sugere-se a consulta das RTIEBT, nomeadamente a parte 543.
Bom trabalho!
9DORUHV GH N &RQGXWRUHV GH &RQGXWRUHV GH &RQGXWRUHV GH FREUH H 39& FREUH H %RUUDFKD FREUH H 3(;
&RQGXWRUHV GH DOXP½QLR H 39&
&RQGXWRUHV GH DOXP½QLR H %RUUDFKD
&RQGXWRUHV GH DOXP½QLR H 3(;
/LJD¸ÆHV D FRQGXWRUHV GH FREUH VROGDGDV D HVWDQKR
Então neste caso e como uma 2ªcondição vamos calcular: 1º A fadiga tÊrmica desta canalização S Icc = K t
Icc = 115
16 = 822,8 A 5
Perante este valor verifica-se que a fadiga tÊrmica (822,8 A) para t=5 seg. Ê ainda superior à corrente de actuação da protecção, ou
ERRATA: Correcção ao ExercĂcio nÂş 4, publicado na Revista 24 Para o segundo modo de colocação de cabo (em calha) e na leitura da tabela 52-C14, por erro de “paralaxeâ€?, foi correctamente identificada a corrente admissĂvel de Iz = 35 A, mas na leitura da secção foi incorrectamente atribuĂdo o valor de S= 6 mm2, quando deveria ter sido atribuĂdo S = 4 mm2. ApĂłs esta anĂĄlise, verifica-se que a secção S = 4 mm2, se revela insuficiente, pelo que se deve passar para S = 6 mm2, tal como inicialmente proposto, por engano, na resolução publicada, ainda que neste caso tenha existido outro erro no cĂĄlculo do fusĂvel, por arredondamento de um valor, que acabou por passar incĂłlume e transformar em “correctaâ€? uma anĂĄlise errada. Os valores da tabela final estĂŁo todos correctos, mas a resolução do exercĂcio em causa, nĂŁo foi feita pela via correcta. Tudo faremos para que esta situação nĂŁo se repita.