Formação básica em segurança: um contributo para a redução dos acidentes na manutenção!

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Espaço Higiene e Segurança no Trabalho

Sérgio Manuel Direcção de Segurança e Saúde EDP Valor - Gestão Integrada de Serviços, S.A. Grupo EDP

Formação Básica em Segurança Um Contributo para a Redução dos Acidentes na Manutenção! exemplos duma longa lista. Quantos acidentes, por vezes graves, derivados deste tipo de práticas e comportamentos irresponsáveis, por negligência ou por desconhecimento. Cada vez mais as grandes empresas recorrem ao outsourcing para as actividades da manutenção, o que vem facilitar e promover a participação das pequenas e médias empresas em trabalhos de crescente complexidade e risco. Mas se o recurso ao outsourcing significa mais mercado para as pequenas e médias empresas, também é verdade que deve exigir um maior rigor por parte das empresas contratantes e contratadas, para evitar o aparecimento de práticas e comportamentos incompatíveis com a segurança e saúde no trabalho.

No passado dia 13 de Abril, num Seminário promovido pela Autoridade para as Condições de Trabalho, assistimos ao prélançamento da próxima Campanha Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho 2010-2011, dedicada ao tema “Manutenção em Segurança”. Estou certo que todos concordamos com a oportunidade do tema. Os acidentes de trabalho na actividade de manutenção não têm normalmente o impacto nos media que têm os acidentes de construção, mas não deixam de ter consequências igualmente graves e penalizadoras para os trabalhadores e para as empresas, pelo elevado absentismo que provocam. A União Europeia estima que 10 a 15% dos acidentes de trabalho mortais e 15 a 20% dos acidentes ocorrem em operações de manutenção.

É inquestionável que apesar de todo o desenvolvimento regulamentar e do esforço desenvolvido ao nível do estado e dos agentes sociais, existem alguns sectores sujeitos a riscos especiais ou agravados, que tornam os trabalhadores mais vulneráveis. Esta vulnerabilidade torna-se ainda mais visível quanto mais se desce na cadeia de subcontratação. A instituição duma “Formação Básica em Segurança”, seria uma forma de promover a cultura de análise do risco e, estou convicto, um importante contributo para a redução dos acidentes de trabalho na manutenção. Mas só será possível se contarmos com a mobilização e esforço de todas as partes interessadas: estado, empregadores, trabalhadores e seus representantes.

Com a introdução de novas tecnologias e de protecções cada vez mais redundantes, os riscos mecânicos da manutenção vêm sendo gradualmente superados, fazendo sobressair os riscos relacionados com a organização do trabalho e com o que habitualmente designo por “factor F”, de facilitismo. Utilizar a coluna como se fosse um mastro de carga, conduzir um empilhador como se fosse um automóvel de turismo ou utilizar um alicate como se fosse um saca-fusíveis, são apenas alguns

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Sérgio Manuel sergio.manuel@edp.pt


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