Notícias de Israel - Ano 28 - Nº 8

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BETH-SHALOM

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AGOSTO DE 2006 • Ano 28 • Nº 8 • R$ 3,50



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Prezados Amigos de Israel

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A Babilônia na Profecia Bíblica

Notícias de

ISRAEL É uma publicação mensal da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” com licença da “Verein für Bibelstudium in Israel, Beth-Shalom” (Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel), da Suíça. Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil Fundador: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf

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Os Grandes Contestadores do Holocausto

Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann Assinatura - anual ............................ 31,50 - semestral ....................... 19,00 Exemplar Avulso ................................. 3,50 Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 28.00 Edições Internacionais A revista “Notícias de Israel” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, holandês e francês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial

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Os Protocolos dos Sábios de Sião

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HORIZONTE • O conflito no Líbano e em Gaza - 16 • Dez razões para apoiar Israel - 18 • Os acusadores previsíveis - 19

O objetivo da Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel é despertar e fomentar entre os cristãos o amor pelo Estado de Israel e pelos judeus. Ela demonstra o amor de Jesus pelo Seu povo de maneira prática, através da realização de projetos sociais e de auxílio a Israel. Além disso, promove também Congressos sobre a Palavra Profética em Jerusalém e viagens, com a intenção de levar maior número possível de peregrinos cristãos a Israel, onde mantém a Casa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monte Carmelo, em Haifa).


Já se passou um ano desde que Israel desocupou os assentamentos e retirou seu exército da Faixa de Gaza. Mesmo assim, a paz não chegou à região. Cidades israelenses têm sido alvejadas quase diariamente com mísseis disparados por grupos terroristas a partir de Gaza. Esse fato é mais uma prova de que o atual governo do Hamas não busca seriamente a paz. Durante algum tempo Israel reagiu de forma bastante contida a essas provocações, mostrando ao mundo quem é o verdadeiro agressor. Mas o ataque a um posto militar da fronteira, em que morreram dois soldados e um foi seqüestrado, desafiou Israel a uma reação mais enérgica. Essa reação, porém, vem acompanhada do risco dos israelenses se atolarem novamente no “lamaçal” chamado Gaza. Foi justamente o que o governo israelense tentou evitar, mas pelo visto os palestinos conseguiram novamente envolvê-lo em ações bélicas nessa região. Com isso, eles pretendem demonstrar ao mundo que o agressor é Israel e não eles. O Movimento Hamas, com sua contínua belicosidade militante contra Israel apenas cumpre um preceito do Corão, que proíbe firmar a paz com infiéis, ou seja, com não-muçulmanos. No Ocidente os representantes do islã costumam apresentá-lo como uma religião que preza a paz. Para embasar essa teoria, usam versos avulsos adequadamente retirados do Corão. Aos ouvintes incautos não é dito que, segundo a doutrina islâmica, revelações posteriores anulam as anteriores. Por essa razão, a conclamação à jihad (guerra santa) contra os infiéis anula os 114 versos do Corão que falam de paz e longanimidade. O Hamas é uma organização terrorista comprometida com o Corão, jamais podendo estabelecer uma paz real com Israel. Por isso, sempre ofereceu a Israel a assim chamada “hudna”, um cessar-fogo apenas temporário (que pode ser rompido, caso isso seja favorável ao lado islâmico). Nesse ponto os representantes do Hamas até que foram sinceros quando falavam de “paz”. Mas o que acontecerá no futuro, se os palestinos ficarem ainda mais isolados no cenário internacional devido ao seu comportamento e forem mais acuados? Nesse momento, um “acordo de paz” com Israel seria aceitável para eles, se com essa tática conseguirem ludibriar o “inimigo sionista”.

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Para os “fundamentalistas” muçulmanos, até mesmo os países islâmicos moderados e seus líderes são considerados traidores do islã por não cumprirem a obrigação de fazer a guerra santa. É por isso que o governo libanês não tem valor algum aos olhos do Hizb’allah (Partido de Alá). Essa organização terrorista, fomentada pelo Irã, comporta-se como um Estado dentro do Estado libanês. Seu líder, Hassan Nasrallah, que se apresenta como autoridade religiosa, acha que está apenas fazendo o que o governo libanês deveria fazer, ou seja, atacar Israel a partir do Norte. Mas justamente o ataque do Hizb’allah a uma patrulha militar forneceu a Israel o motivo de finalmente enfrentar massivamente esse grupo terrorista. Somente diante desse pano de fundo é possível entender o conflito entre os palestinos e Israel, que agora se estendeu novamente ao Líbano. Porém, o islã “fundamentalista” não tem se tornado um problema apenas para Israel, pois ameaça todo o Ocidente. Até agora foram os grupos islâmicos radicais que tentaram dobrar o mundo com seus ataques. Mas o que acontecerá quando possuírem armas nucleares – como o Irã está tentando? A idéia de que esse tipo de armamento de destruição em massa possa chegar às mãos dos muçulmanos fanáticos desperta o medo de uma guerra de escala apocalíptica. Diante de uma ameaça tão séria, como é precioso conhecer as palavras de Jesus: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Unidos nessa maravilhosa certeza, saúdo com um cordial Shalom!

r Fredi Winkle

Recomendamos: Mitos e Fatos A verdade sobre o conflito árabe-israelense Pedidos: 0300 789.5152 www.Chamada.com.br


“Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo” (Ap 18.10). A guerra no Iraque – a antiga Babilônia – tem ocupado as manchetes nos últimos anos. Será que a Bíblia tem algo a dizer sobre o papel a ser desempenhado pela Babilônia no futuro? A Babilônia mencionada na Bíblia tem alguma relação com o Iraque de nossos dias? Essas questões podem ser solucionadas respondendo à seguinte pergunta: todas as referências bíblicas à Babilônia devem ser interpretadas literalmente ou não? Eu creio que sim. O Dr. Charles Dyer declara: A Bíblia menciona o termo Babilônia mais de duzentas e oitenta vezes, e muitas dessas referências dizem respeito à futura cidade de Babilônia

que será edificada na areia fina do atual deserto.1

Na verdade, depois de Jerusalém, Babilônia é a cidade mais citada em toda a Bíblia. Mas qual será o seu destino profético? Para entendermos esse assunto de maneira adequada, precisamos iniciar a nossa viagem explorando o passado da Babilônia, já que os fatos relacionados ao seu nascimento prestam auxílio no esclarecimento de seu papel futuro.

O Passado de Babilônia A antiga cidade de Babilônia começou imediatamente após o Dilúvio e simboliza a expressão da rebelião direta do homem contra Deus e contra a Sua ordem: “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn 9.1b). Portanto, o reinado humano

começou na Babilônia com uma rebelião clara e evidente contra Deus. O Senhor interveio e espalhou a humanidade rebelde confundindo seus idiomas. O nome “Babel” foi dado à cidade de Ninrode, por causa da sentença de Deus sobre seus habitantes (Gn 11.1-9). O Dr. Dyer explica: Babel foi a primeira tentativa de unificação da humanidade para causar um curto-circuito no propósito de Deus. Essa primeira cidade pós-diluviana foi projetada expressamente para frustrar o plano de Deus relativo à humanidade. As pessoas buscavam unidade e poder, e Babel deveria ser a sede governamental desse poder. Babilônia, a cidade feita por homens, que tenta se elevar até o céu, foi construída em direta oposição ao plano de Deus.2 A Babilônia estava novamente em primeiro plano no sexto século

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também já está agendado por Deus – segundo foi revelado na profecia – que ela desempenhará um papel central no futuro. Ela se tornará, provavelmente, a capital do Anticristo durante os futuros sete anos de tribulação, conforme retratado na série de ficção Deixados para Trás de Tim LaBabel foi a primeira tentativa de unificação da humanidade para causar um curto-circuito no Haye e Jerry Jenkins. propósito de Deus. Essa primeira cidade A Babilônia foi a cidade pós-diluviana foi projetada expressamente para frustrar o plano de Deus relativo à humanidade. mais importante do mundo As pessoas buscavam unidade e poder, e Babel por quase 2000 anos, e a deveria ser a sede governamental desse poder. Bíblia nos diz que será reerguida e colocada no palco mundial do fim dos tempos para representar antes de Cristo3 quando Deus en- um papel de destaque (Ap 14.8; Ap viou o Reino do Sul de Israel (Judá) 16.19; Ap 17 e Ap 18). A profecia para os setenta anos de cativeiro. referente ao final dos tempos exige Foi nessa época que Daniel recebeu que a Babilônia seja reconstruída e de Deus muitas de suas visões pro- se torne uma cidade importante aos féticas. Nessas revelações, a Babilô- interesses mundiais durante a Trinia foi o primeiro dos quatro gran- bulação. O texto de Isaías 13.19 des impérios que se levantaram du- diz: “Babilônia, a jóia dos reinos, glórante os “tempos dos gentios” (Dn ria e orgulho dos caldeus, será como 2 e 7). A história revela que a Babi- Sodoma e Gomorra, quando Deus as lônia sofreu um declínio até o se- transtornou”. O contexto de Isaías gundo século depois de Cristo, 13 é “o Dia do Senhor”, expressão quando ficou deserta. Essa cidade mais utilizada no Antigo Testamensoterrada sob as areias do tempo to para o termo largamente conhedurante os últimos mil e setecentos cido como “Tribulação”. Além disanos recomeçou sua ascensão no so, no passado a Babilônia foi conséculo passado. Espere mais um quistada por outros povos mas pouco e você verá a Babilônia tor- nunca foi destruída num cataclismo nando-se uma força religiosa, co- (ou seja, “como Sodoma e Gomorra, mercial e politicamente dominante quando Deus as transtornou”). Atualno mundo, pois os capítulos 17 e mente a [região de] Babilônia tem 18 de Apocalipse predizem sua des- aproximadamente 250.000 habitantruição, mas, para ser a cidade que tes. O texto de Apocalipse 18.16,19 essas profecias projetam, Babilônia fala de uma súbita destruição pela precisa ser reconstruída em grande mão de Deus: “Ai! Ai! da grande ciescala, voltando a ser como nos dias dade,... porque, em uma só hora, foi de Nabucodonosor. devastada!” O Dr. Arnold Fruchtenbaum declara: As profecias referentes à cidade O Futuro de Babilônia de Babilônia nunca se cumpriram no Como a Babilônia desempenhou passado, o que qualquer enciclopéum importante papel no passado, dia pode testificar. Para que as profe-

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cias bíblicas se cumpram, é necessário que a cidade de Babilônia seja reconstruída na mesma área de outrora. A antiga Babilônia é o atual Iraque.4

A Babilônia tem um importante papel na história futura, mas será totalmente destruída num determinado momento ainda por vir. Em Apocalipse 17-18 Babilônia é citada como sendo a fonte da religião, do governo, e da economia ímpios. Todos os aspectos injustos da sociedade do fim dos tempos são, finalmente, derivados de uma fonte babilônica. O verdadeiro caráter de Babilônia é revelado a João em Apocalipse 17.5 como um mistério assim descrito: “BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA”. Como a mãe de todas as religiões falsas, Babilônia é a fonte onde nasce o falso cristianismo de nossos dias e, certamente, durante a Tribulação. Todas as correntes do cristianismo apóstata – catolicismo romano, as igrejas ortodoxas do Oriente e o protestantismo liberal – vão convergir na Babilônia eclesiástica (Ap 17) durante a Tribulação. O Dr. Dyer nos informa: ...em Apocalipse 17 João descreve a visão em duas partes. A primeira parte fala de uma mulher identificada como Babilônia. Simboliza uma cidade de extrema riqueza que controla – “povos, multidões, nações e línguas” (Ap 17.15). Ela é literalmente a cidade de Babilônia reconstruída.5 Esses povos, multidões, nações e línguas vão continuar sua tarefa de enganar, mas sofrerão o juízo de Deus durante e no final da Tribulação. Encontramos o mesmo parecer sobre Babilônia e a descrição de um destino semelhante em Apocalipse 18 referindo-se à Babilônia comercial.


Uma Babilônia Literal Ao longo da história da Igreja, grande parte dos intérpretes da Bíblia pensava que essa Babilônia fosse um tipo de palavra-código referente a alguma entidade como o Império Romano, o catolicismo romano, o cristianismo apóstata ou mesmo os Estados Unidos ou a Inglaterra. Entretanto, creio que, assim como o termo “Israel” na Bíblia sempre se refere a Israel, o termo “Babilônia” sempre se refere à Babilônia. Em primeiro lugar, creio que o livro de Apocalipse é uma grande estação central para onde convergem todas as profecias bíblicas referentes ao futuro. O Dr. Fruchtenbaum explica esse fato da seguinte maneira: As profecias do Antigo Testamento estão espalhadas pelos livros de Moisés, de vários profetas e pelos livros históricos. Seria impossível desenvolver qualquer seqüência cronológica dos eventos mencionados nessas profecias. O valor do livro de Apocalipse não está no fato de oferecer novas informações, mas em ordenar as profecias do Antigo Testamento em seqüência cronológica, possibi-

litando determinar a ordem dos eventos.6

Quando se estuda o que Deus declara acerca da Babilônia no livro de Apocalipse, obviamente vemos que essas profecias não se cumpriram em acontecimentos A única interpretação plausível para um literalista é que as passados e, porreferências são à “Babilônia às margens do Eufrates”. Na foto: tanto, terão seu uma vista do Rio Eufrates a partir da represa de Hadithah. cumprimento em eventos futuros. Os capítulos 17 e 18 de Apocalipse, que faUma “Exegese lam sobre a Babilônia, fazem muide Jornal”? tas alusões a ela citando profecias Os preteristas, como Gary Dedo Antigo Testamento como Isaías 13 e 14, Jeremias 50 e 51 e Zacarias Mar, por exemplo, zombam da 5.5-11.7 A única interpretação plau- perspectiva de voltar a existir uma sível para um literalista é que as re- Babilônia reconstruída no futuro e ferências são à “Babilônia às mar- desempenhando um papel na profegens do Eufrates”.8 O Dr. Robert cia do fim dos tempos. “Será que Thomas prossegue, dizendo: deveríamos esperar uma reconsti...no dia vindouro, predito nas tuição de Babilônia no futuro, tenpáginas dessa profecia, essa cida- do por base os eventos descritos no de se tornará o foco central de to- livro de Apocalipse?”, pergunta Dedo o sistema religioso que se Mar. “A Babilônia de Apocalipse é opõe decididamente à verda- a mesma Babilônia do Antigo Tesde da fé cristã. O sistema re- tamento?... De jeito nenhum”.10 Como a mãe de todas as religiões falsas, ligioso prosperará durante al- DeMar acredita que aqueles que Babilônia é a fonte onde nasce o falso cristianismo de nossos dias e, certamente, gum tempo, exercendo in- vêem uma correlação entre os evendurante a Tribulação. Todas as correntes do fluência sobre as instituições tos atuais e a preparação feita por cristianismo apóstata – catolicismo romano, as igrejas ortodoxas do Oriente e o protestantismo comerciais e políticas de sua Deus para o futuro período de Triliberal – vão convergir na Babilônia eclesiástica época, até que a Besta e os bulação estão desenvolvendo uma (Ap 17) durante a Tribulação. dez reis determinem que es- “exegese de jornal”. Diz ele que esse sistema já não tem qual- tamos “lendo a Bíblia pela lente dos quer utilidade para seus pro- acontecimentos atuais”.11 Porém, pósitos. Eles, então, o des- eu argumento que ocorre exatamantelarão.9 mente o contrário. A Babilônia de ApocalipOs intérpretes literalistas da Bíse é literal e, por conseguin- blia há muito tempo têm ensinado te, as profecias a seu respeito que Israel deve retornar à sua terra hão de se cumprir literal- antes da Tribulação, fundamentamente no futuro, talvez em dos na sua compreensão do cronoum futuro próximo. grama profético. Isso aconteceu

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com o estabelecimento do Estado de Israel em 1948. Os judeus estão de volta à sua terra e posicionados para cumprir o seu destino quando a Tribulação começar. No passado, antes de 1948, os intérpretes literalistas não se baseavam naquilo que os jornais diziam para crer no que a Bíblia profetizava. Pelo contrário, eles criam que Israel seria restaurado porque a Bíblia assim o dizia. O que realmente acontece é que Deus está cumprindo Suas profecias perante um mundo observador e os jornais apenas relatam os fatos. Se a convicção de que Deus cumpre o que diz tivesse sido uma espécie de “exegese de jornal”, antes de 1948 não teríamos começado a proclamar a nossa certeza de que Israel seria restabelecido. Contrariando essa “exegese de jornal”, os estudiosos da Bíblia já proclamavam o retorno de Israel à sua terra como um evento futuro centenas de anos antes que ocorresse. Por semelhante modo, estudiosos da profecia também têm ensinado, há muitos anos, que haverá um ressurgimento do Império Romano e que a cidade de Babilônia será reconstruída, já que essas entidades desempenharão um papel específico durante o futuro período da Grande Tribulação. Antes que Saddam Hussein subisse ao poder, Charles Dyer concluiu a sua tese de mestrado no Seminário Teológico de Dallas (em maio de 1979) falando da futura reconstrução de Babilônia. Bem antes de seu tempo, um significativo grupo de estudiosos da Bíblia argumentava “em alto e bom som” que a Bíblia prediz uma futura reconstrução da cidade de Babilônia às margens do Rio Eufrates [ou seja, a idéia de uma Babilônia reconstruída não é tão nova]. Em minha biblioteca limitada encontrei uma porção de autores que, baseados em Apocalipse 17 e

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18, ensinaram a respeito de uma futura Babilônia. Nesse grupo estão incluídos: B. W. Newton (1853),12 G. H. Pember (1888),13 J. A. Seiss (1900),14 Clarence Larkin (1918),15 Robert Govett (1920),16 E. W. Bullinger (1930),17 William R. Newell (1935),18 F. C. Jenings (1937),19 David L. Cooper (1942)20 e G. H. Lang (1945).21 Tenho certeza que muitos outros poderiam ser acrescentados a essa lista.

Conclusão Visto que uma Babilônia literal terá uma função na Tribulação vindoura, é razoável que a guerra no Iraque, embora não seja um cumprimento da profecia bíblica, sem dúvida está posicionando a Babilônia para a sua iminente tarefa. Será muito interessante observarmos quais serão os desdobramentos dessa guerra e que reflexões podemos fazer quanto à sua influência ou não na preparação do palco para a Tribulação. Maranata! (Pre-Trib Perspectives) Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética.

4.Arnold Fruchtenbaum, The Footsteps of the Messiah: A Study of the Sequence of Prophetic Events, (Tustin, Califórnia: Ariel Ministries Press, 1982), p. 192. 5.Dyer, Rise of Babylon, p. 162. 6.Fruchtenbaum, Footsteps, p. 9. 7.Para uma lista de 550 alusões ao Antigo Testamento em Apocalipse, veja Fruchtenbaum, Footsteps, pp. 454-459. Para a defesa de uma Babilônia literal e como as referências vétero-testamentárias em Apocalipse embasam essa perspectiva, veja Charles H. Dyer, “The Identity of Babylon in Revelation 17-18”, em duas partes, Biblioteca Sacra, vol. 144, nº 575 (Julho-Setembro de 1987), pp. 305-316, e nº 576 (Outubro-Dezembro de 1987), pp. 433449. Veja ainda Charles Harry Dyer, “The Identity of Babylon in Revelation 17-18,” Th.M.Thesis, Dallas Theological Seminary, 1979. 8.Robert Thomas, Revelation 8-22: An Exegetical Commentary (Chicago: Moody Press, 1995), p. 307. 9.Thomas, Revelation 8-22. pp. 307-308. 10.Gary DeMar, Last Days Madness: Obsession of the Mordern Church, (Power Springs, Georgia, EUA, American Vision, 1999), p. 358. 11.DeMar, Last Days Madness, p. 210. 12.B. W. Newton, Thoughts on the Apocalypse, and Conversation on Revelation, xvii. 13.G. H. Pember, Mystery Babylon The Great, pp. v, 22. 14.J. A. Seiss, The Apocalypse: Lectures on the Book of Revelation, p. 397. 15.Clarence Larkin, Dispensational Truth, pp. 140-144. 16.Robert Govett, The Apocalypse Expounded. 17.E. W. Bullinger, Commentary on Revelation, p. 530. 18.William R. Newell, Revelation: A Complete Commentary, p. 268. 19.F. C. Jennings, Studies in Revelation, p. 476. 20.David L. Cooper, World’s Greatest Library Graphically Illustrated, p. 100. 21.G. H. Lang, The Revelation of Jesus Christ, p. 305.

Notas: 1.Charles H. Dyer, The Rise of Babylon: Is Iraq at the Center of The Final Drama? Edição Revisada, Chicago: Moody Press, [1991], 2003, p. 16. 2.Dyer, Rise of Babylon, p. 47. 3.Para uma visão geral sobre a Babilônia, veja o Recomendamos os livros: nosso diagrama “Babylon in History and Prophecy” na obra de Tim Lahaye e Thomas Ice intitulada Glorioso Retorno – O Final dos Tempos (São Paulo, SP: Abba Press, 2004), p. 102. Veja também Joseph Chambers, A Palace for the Antichrist: Saddam Hussein’s Drive to Rebuild Babylon and Its Place in Bible Pedidos: 0300 789.5152 Prophecy (Green Forest, www.Chamada.com.br AR, 1996).


Há muitos anos, conheci um veterano da Segunda Guerra Mundial que serviu na divisão de blindados dos Estados Unidos que libertou os prisioneiros dos campos de concentração na Áustria. Em sua memória, estavam gravadas as lembranças dos alojamentos onde os doentes e enfermos foram jogados, empilhados uns sobre os outros e largados à morte cobertos de seu próprio vômito e fezes. Ele testemunhou as pilhas de cadáveres que aguardavam o enterro em valas abertas que, mais tarde, seriam terraplenadas. Sua divisão militar descobriu sepulturas em valas comuns, algumas das quais continham mais de 15.000 corpos. Ele nunca se esqueceu das cenas de seres humanos cadavéricos que mal conseguiam andar. Quando os Aliados chegaram, eles estavam tão fracos que sua saudação de aclamação quase nem era ouvida. Ele segurou firme a minha mão, apertando-a como um torno mecânico, e me implorou que eu fizesse tudo o que estivesse ao meu alcance para manter viva a memória dos crimes contra o povo escolhido de Deus. Enquanto ouvia sua história, pensei ser inconcebível que alguém

tivesse o atrevimento de duvidar das milhares de testemunhas oculares, de negar as atrocidades daquela época medonha, ou de tentar persuadir a população de que o genocídio nazista nunca aconteceu. Entretanto, desde então a legitimidade de seu apelo veemente tem se tornado cada vez mais clara. Apesar da maioria dos historiadores respeitáveis desprezar, até agora, o revisionismo do Holocausto como um dogma absurdo, tal ponto de vista tem ganhado uma publicidade cada vez maior, especialmente no mundo árabe. Com o argumento de que o extermínio de 6 milhões de judeus nunca ocorreu, os contestadores do Holocausto se utilizam de informações deturpa-

das, argumentos infundados e repetição enfadonha para imprimir as suas mentiras na consciência de um público ingênuo. Embora aleguem que estão à procura de respostas, seu verdadeiro programa é amplamente diferente.

Os instigadores O francês Paul Rassinier (19061967), é considerado o pai do “re-

Corpos de prisioneiros sendo removidos do campo de concentração em Gusen, Muhlhausen, nas proximidades de Linz (Áustria).

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visionismo” do Holocausto. Ao descartar as acusações contra os nazistas, classificando-as como uma mera tendência das vítimas de exagerarem os fatos, Rassinier insinuou que o próprio povo judeu causara o seu genocídio, e começou a minar os fatos que fundamentam a realidade do Holocausto. Em 1948 ele escreveu o livro intitulado Le Passage da la Ligne (A Travessia da Linha). Logo em seguida, várias figuras de destaque pró-nazistas e antisemitas nos Estados Unidos usaram as proposições de Rassinier e encabeçaram uma iniciativa para disseminar o engano. No final da década de 1950, Austin J. App (1902-1984), um ferrenho defensor da Alemanha Nazista, emergiu como o mais proeminente contestador do Holocausto. Ele não somente tentou contestar o assassinato de 6 milhões de judeus pelos nazistas, mas também teve a audácia de acusar o povo judeu de perpetrar um embuste em massa no mundo inteiro. App, um professor de literatura inglesa na Jesuit University of Scranton na Pensilvânia e, posteriormente, no LaSalle Col-

lege, foi um instrumento útil na constituição dos postulados fundamentais que caracterizam praticamente todas as atuais formas de negação do Holocausto. Ao valer-se de um perfil estatístico confuso e sem fundamento que pretensiosamente define os dados demográficos da Europa antes e depois da Segunda Guerra Mundial, App alegou que o número de baixas entre os judeus foi exagerado e que a verdadeira vítima foi a Alemanha, não a população de judeus da Europa. Nas duas décadas seguintes, a influência de App veio à tona em inúmeros movimentos de extrema direita nos Estados Unidos e na Europa. Em 1969, David Leslie Hoggan escreveu anonimamente o livro The Myth of the Six Million (O Mito dos Seis Milhões), publicado por Willis Carto, o fundador do movimento neonazista Liberty Lobby (Lobby da Liberdade). Em 1974, Richard Verrall, líder do movimento neofascista National Front (Frente Nacional) e editor do tablóide neonazista Spearhead (Ponta de Lança), escreveu um livrete de teor semelhante intitulado Did Six Million Really Die? (Será Que Realmente Foram Mortos Seis MiPrisioneiros no campo de concentração de Buchenwald próximo a Weimar, Alemanha, em abril de 1945, pouco lhões?). antes do campo ser libertado pelas tropas americanas. A Dra. Débora E. Lipstadt, uma estudiosa da questão do Holocausto, escreveu a respeito desses dois livros anteriormente citados: “Ambas as publicações constantemente misturam verdade e ficção, [...] citações fabricadas e absolutas mentiras com

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informações parcialmente verdadeiras”.1 Arthur R. Butz, professor da Northwestern University, acrescentou mais requinte a essa falcatrua em seu livro intitulado The Hoax of the Twentieth Century: The Case Against the Presumed Extermination of European Jewry (O Embuste do Século Vinte: O Argumento Contra o Suposto Extermínio dos Judeus da Europa). Seu livro, que inclui uma extensa lista de notas de rodapé e uma bibliografia para impressionar, contrasta totalmente com o grosso das críticas mal escritas e virulentas típicas da literatura produzida pelo movimento de negação do Holocausto. Ao utilizar-se de dados suspeitos que focalizam as limitações mecânicas e tecnológicas daquela época, Butz alegou que o extermínio de judeus, na proporção comumente admitida, nem mesmo era possível. Apesar de suas alegações evidentemente forjadas, e de pilhas de documentos que desbancavam-nas como falsas, Butz, no entanto, conseguiu proporcionar mais um impulso e um novo nível de aceitabilidade ao movimento da negação do Holocausto.

Manipulando a mídia No final da década de 1970, uma infra-estrutura do movimento de negação do Holocausto começou a ganhar forma e vários filamentos começaram a se unir debaixo do guarda-chuva do Institute for Historical Review (Instituto de Revisão Histórica) sediado na cidade de Los Angeles. Financiado por Willis Carto e dirigido pelo ex-chefe da National Front, William David McCalden (também conhecido como Lewis Brandon), o IHR fundou o Journal of Historical Review (Jornal de Revisão Histórica). Numa tentativa de imitar o formato de um jor-


nal acadêmico, a publicação tornou-se o meio de propagação da ideologia revisionista nas esferas intelectuais. Mantido por doações e heranças legadas por mantenedores ricos, a influência do IHR cresceu rapidamente. Numa entrevista, Leonard Zeskind, diretor de pesquisa do Center for Democratic Renewal (Centro de Renovação Democrática), teceu comentários sobre as conseqüências do alastramento da influência do IHR. Ao falar da herança deixada por Jean Farrel Edison, neta de Thomas Edison, para o IHR, Zeskind declarou: “Ele [o IHR] está recebendo uma doação de 10 milhões de dólares, legada por um dos herdeiros de Thomas Edison, para a finalidade exclusiva de promover a negação do Holocausto”.2 Além disso, o IHR instituiu e organizou conferências conhecidas como International Revisionist Conventions (Convenções Internacionais Revisionistas), as quais concentram e coordenam os esforços dos contestadores [ou negadores] do Holocausto no mundo inteiro. Em sua estratégia primordial, o IHR utilizou os meios de comunicação de massa para trazer a negação do Holocausto para o fluxo principal do debate público. O IHR, semeou dúvidas ao oferecer 50 mil dólares para qualquer pessoa que conseguisse provar que os nazistas mataram os judeus por envenenamento com gás. Quando um homem chamado Mel Mermelstein mostrou os atestados legais que detalhavam as mortes de sua mãe, de seu pai, de seu irmão e de duas irmãs no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, o IHR foi indiscutivelmente desmascarado. O referido instituto recusou-se a pagar os 50 mil dólares ao Sr. Mermelstein e este moveu uma ação judicial

contra o IHR. Apesar do tribunal de justiça decretar que o IHR agira fraudulentamente e que sua intenção nunca fora a de reconhecer as evidências fidedignas, muito menos a de pagar o prêmio, os contestadores do Holocausto atingiram seu objetivo de criar confusão. Na década de 1980, o principal proponente da negação do Holocausto era Ernst Zundel, um fervoroso nazista alemão que emigrou para o Canadá em 1958. Famoso por sua habilidade de impressionar a mídia, ele tem sido chamado de “o P. T. Barnum do Holocausto” (P. T. Barnum foi um showman americano – N.T.). Sua casa publicadora, Samisdat Publishers Ltd., é considerada uma das maiores distribuidoras de propaganda nazista e neonazista do mundo. Duas das publicações mais conhecidas da Samisdat são: The Hitler We Loved and Why (O Hitler Que Amamos e o Porquê) e o livrete (32 páginas), de autoria de Verrall, Did Six Million Really Die?. Em 1984, Zundel foi a julgamento por usar a Samisdat com a finalidade de incitar a intolerância social e racial. Embora tenha sido sentenciado a 15 meses de prisão, Zundel ganhou o recurso de apelação nas instâncias processuais e foi a novo julgamento em 1988. No seu segundo julgamento, o contestador do Holocausto David Irving se uniu ao quadro dos advogados de defesa. Utilizando-se da tese de Butz, a defesa obteve os préstimos de Fred A. Leuchter, um autodenominado especialista no funcionamento de

câmaras de gás. Seu relatório alegava ser “quimica e fisicamente impossível” que os alemães tenham envenenado pessoas em tão grande escala. Credenciado unicamente com um bacharelado em História, o tribunal decidiu que Leuchter tinha “pouca qualificação técnica que o capacitasse a chegar às suas conclusões”.3 Lipstadt escreveu: “O juiz ridicularizou os aspectos de sua metodologia, classificando-os como ‘especulação das grossas’ e recusou seu parecer como algo que não passava da opinião de um turista comum”.4 Embora o testemunho de Leuchter tenha caído em descrédito, o IHR, todavia, aproveitou-se da cobertura feita pela mídia sensacionalista. Zundel e seus partidários chegariam ao tribunal ostentando coletes à prova de balas e capacetes de proteção nos quais estava escrito o slogan: “Liberdade de Expressão”. Eles criaram um clima de circo virtual, usando o julgamento para mudar o opinião pública e dar a impressão de que se tratava de uma questão de liberdade de expressão. Em março de 2005, ao 65 anos de idade, Zundel foi deportado do Canadá como uma ameaça à segurança nacional. Em Mannheim, na

Ernst Zundel.

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Alemanha, ele aguarda o julgamento das acusações pelos crimes concernentes à promoção do ódio. Multidões carregando cartazes e formando piquetes, manipulavam a cobertura de sua deportação a fim de propagar as supostas injúrias que ele sofrera e para retratá-lo como uma pobre vítima da intolerância. O movimento de negação do Holocausto deu um salto ao se alastrar pelas universidades através dos esforços de Bradley Smith no início da década de 1990. Ao reconhecer que as faculdades e universidades eram um campo fértil para semear a negação do Holocausto, Smith passou a colocar anúncios discretos e subliminares em jornais universitários distribuídos no campus. Ele confessou: “Não quero mais perder tempo com os adultos. Quero me dirigir aos estudantes. Eles são superficiais. São recipientes vazios prontos para serem enchidos”.5 Seus anúncios abreviados convidam os curiosos a abrir um site da internet que contém textos de livros inteiros, bem como artigos e links de

Deborah Lipstadt, professora na Emory University que é especialista na questão do Holocausto e autora do livro History on Trial: My Day in Court with David Irving (A História em Julgamento: O Dia que Passei no Tribunal com David Irving).

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sites especializados na negação do Holocausto. Engajado no propósito de criar um debate onde nenhum debate existe, Smith, agora com seus 75 anos de idade, aproveita enormemente jornais O revisionismo do Holocausto não passa de um anti-semitismo camuflado. A cada ano que passa, diminui o universitários disnúmero de testemunhas oculares do horrendo genocídio tribuídos no campraticado pelos nazistas. Contudo, o testemunho delas não pus. Se um jornal deve ser enterrado junto com elas. publica seu anúncio, sua mensagem alcança o alvo. Se o jornal o rejeita, ele se faz livro faz o registro do processo que de vítima e lamenta, em alto e bom Irving moveu por difamação e calúsom, a morte da liberdade de ex- nia contra a professora Lipstadt, o pressão ou do ideal universitário de qual resultou numa batalha jurídica pesquisa aberta e liberdade acadê- que durou quase cinco anos. O julmica. De um jeito ou de outro, ele gamento não apenas desmascarou gera a publicidade que procura para “a pseudo-erudição e a desonesta difundir sua fraude. metodologia” do movimento de neNeste novo milênio, o movimen- gação do Holocausto, mas também to tem se tornado cada vez mais as- fez com que o juiz Charles Gray detuto na mídia, manipulando a co- clarasse que Irving é “um polemista bertura jornalística em seu próprio da direita pró-nazista” que “delibebenefício. Ao fazer uso do mito do radamente deturpou e manipulou a “jornalismo imparcial” os contesta- evidência histórica”.6 Para manter sua política de “jordores do Holocausto convencem a mídia jornalística a lhes conferir nalismo imparcial”, a C-SPAN igualdade de peso com a verdade, também programou colocar no ar para mais adiante confundir os te- um discurso de Irving, o principal porta-voz do movimento de negalespectadores ou leitores. No mesmo dia em que os líderes ção do Holocausto. Um diretor mundiais estavam reunidos em Je- executivo da C-SPAN justificou esrusalém para a inauguração do re- sa decisão ao declarar: “Vocês sacém ampliado Museu Memorial do bem como a integridade e a imparHolocausto Yad Vashem, a rede de cialidade são importantes na CTV americana C-SPAN programou SPAN [...] Nós nos empenhamos colocar no ar uma entrevista com muito, ao máximo, nesse sentido. Deborah Lipstadt, professora na Perguntamos a nós mesmos: será Emory University que é especialista que existe algum ponto de vista na questão do Holocausto e autora contrário a isto?”.7 Apesar da esmado livro History on Trial: My Day in gadora derrota de Irving nos tribuCourt with David Irving (A História nais, a C-SPAN trata suas mentiras em Julgamento: O Dia que Passei como um ponto de vista igualmente no Tribunal com David Irving). O viável.


A verdade Os revisionistas do Holocausto alegam que estão na busca de respostas, porém seu verdadeiro programa ideológico é muito diferente. Ben S. Austin, disse isso num artigo intitulado “Deniers in Revisionists Clothing” (Contestadores Numa Roupagem de Revisionistas): Os atuais contestadores do Holocausto não são revisionistas – nem mesmo neo-revisionistas. São contraditores. Suas motivações originam-se de seus objetivos políticos neonazistas e de seu desenfreado anti-semitismo.8 Em última análise, o revisionismo do Holocausto não passa de um

anti-semitismo camuflado. A cada ano que passa, diminui o número de testemunhas oculares do horrendo genocídio praticado pelos nazistas. Contudo, o testemunho delas não deve ser enterrado junto com elas. Os crentes em Cristo, munidos da verdade, têm que abrir o caminho contra as ondas da mentira e da informação deturpada acerca do Holocausto. Aquele meu amigo nunca se esqueceu do que viu no final da Segunda Guerra Mundial; e nós também não deveríamos deixar os fatos caírem no esquecimento. (Israel My Glory) Charles E. McCracken é diretor de The Friends of Israel no Canadá.

“Deus é o autor do klanismo” e Jesus Cristo foi o “primeiro membro real” da Klan. Foi o que a Ku Klux Klan (KKK)* declarou em 1925.1 “Exatamente como Cristo, eu tenho um dever para com o meu próprio povo [...] Aquilo que Cristo começou, eu vou concluir”,2 afirmou Adolf Hitler. “Jesus Cristo era um palestino”. Palavras de Yasser Arafat na cidade israelense de Belém por ocasião da noite de Natal de 1995. O que essas três mensagens têm em comum? Todas invocam o nome de Jesus Cristo, contudo nenhum de seus autores, em hipótese alguma, era cristão. A Ku Klux Klan (KKK) tem usado habitualmente o nome de Jesus para legitimar seu código de crenças. Essa organização foi, e continua a ser, ativamente contra

* Organização racista americana.

Notas 1.Lipstadt, Deborah E., Denying the Holocaust: The Growing Assault on Truth and Memory, Nova York: Penguin Books, 1993, p. 105. 2.Stern, Kenneth S., Holocaust Denial, publicado pelo The American Jewish Committee, 1993, p. 8. 3.Lipstadt, p. 163. 4.Ibid., p. 163. 5.“Bradley Smith/The Committee for Open Debate on the Holocaust (CODOH)”, veiculado no site www.adl.org/learn/ext–us/smith–codoh.asp. 6.Publicado no site www.holocaustdenialontrial.org/images.HTML. 7.“C-SPAN’s Shaky Balance”, publicado em 16 de março de 2005 no site www.honestreporting.com/articles/45884734/critiques/C-SPANs–Shaky–Balance.asp. 8.Austin, Ben S., “Deniers in Revisionists Clothing”, publicado no site www.mtsu.edu/baustin/revision.htm.

os nedos colos gros e anProto s o d o. lar ti-semita. Hixemp ios de Siã Um e Sáb tler, o chanceler do Terceiro Reich nazista, considerava-se o messias alemão e manipulava a Bíblia para fazer parecer que ela apoiava sua ilusão pretensiosa e a de seus seguidores. No entanto, entre 1933 e 1945, ele comandou o massacre de 6 milhões de judeus. Arafat, o falecido chefe terrorista muçulmano, incitou os ataques de homens-bomba suicidas da jihad (guerra santa) contra judeus inocentes em nome da religião. Esses três sistemas de crenças – a KKK, o nazismo e o islamismo – contam com muitos expedientes para se

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nações. Henry Ford, funda- de uma pátria nacional judaica na dor da gigante automotiva pequenina terra de Israel; é o islã americana e anti-semita que busca abertamente o domínio obstinado, publicou trechos mundial e que, hoje em dia, controextraídos dos Protocolos dos la 51 dos 204 países do mundo). – O povo judeu procura eliminar Sábios de Sião em seu jornal, The Dearborn Indepen- a identidade nacional e religiosa dos dent (de Michigan). Ele pe- povos, particularmente das nações diu desculpas em 1927, cristãs4 (na realidade, são os muçulmas continuou a ser um an- manos que utilizam a tortura, a jihad e o terrorismo para forçar a ti-semita até a morte. Embora os tribunais te- conversão do mundo ao islã). nham provado a falsidade dos Protocolos e a maioria No Irã dos historiadores americaOs Protocolos foram impressos nos e europeus os tenham Membros da Ku Klux Klan fazem sua saudação à rejeitado, o livro ainda em persa e têm sido reimpressos a cruz de fogo ardente em Indiana no ano de 1995. prospera na atualidade, es- cada década, desde 1978, quando pecialmente em países mu- foram utilizados para atacar o xá çulmanos onde é um best- [i.e., o ex-soberano do Irã], Israel e seller disparado, contando o povo judeu.5 A Liga Anti-Difamajustificar. Todavia, uma fonte co- com o endosso dos próprios gover- ção Judaica declarou: “Em 1985 mum a todos eles tem sido o livro nos em alguns desses lugares. uma nova edição dos Protocolos, imOs Protocolos dos Sábios de Sião, despressa no Irã, foi amplamente discrito até mesmo pela Enciclopédia tribuída pela Islamic Propagation OrNa Arábia Saudita Britânica como “um documento ganization (“Organização de PropaO rei Faisal, que governou a gação Islâmica”) do Departamento fraudulento que serviu de pretexto e base motivadora para o anti-semi- Arábia Saudita de 1964 a 1975, leu de Relações Internacionais, com setismo no início do século XX”. avidamente os Protocolos e financiou de em Teerã”.6 A organização terrorista Hamas, Embora seus escritores originais já sua distribuição no país, bem como 3 tenham desaparecido, a mensagem em todo o mundo árabe. Para dizer devotada à destruição de Israel, permanece. O livro ainda é larga- a verdade, o livro tem aceitação ex- afirma na sua carta constituinte: mente distribuído hoje em dia. As tremamente boa na Arábia e as es- “Toda a Palestina é terra de manprincipais livrarias do mundo o ven- colas ensinam seu conteúdo como dato islâmico; nunca poderá ser ense fosse fato. As crianças sauditas tregue a não-muçulmanos e é uma dem pelos seus sites na internet. Originalmente escrito pelo sati- aprendem que: – O povo judeu conrista francês Maurice Joly (em 1864) para denunciar o desejo de trola os meios de coNapoleão pelo domínio mundial, o municação jornalística Resultado do ódio: um ônibus israelense queima nas proximidades de Netânia, após a explosão texto foi, posteriormente, remode- do mundo inteiro (na de um carro-bomba. lado na forma dos sinistros Protoco- realidade, a maior parte los em várias revisões. Estas, em da imprensa secular é parte, consistiram da substituição hostil aos judeus e favorece os palestinos). da palavra francês pelo termo judeu. – O sionismo é o Os Protocolos descrevem uma conspiração judaica para governar o fundamento de onde se mundo, engodando os leitores com origina todo o presente relatos inventados de reuniões se- sistema mundial (na cretas freqüentadas por judeus ri- verdade, o sionismo cos, elitistas, que controlam a eco- corresponde apenas ao nomia mundial, e, por meio dela, as anseio pela existência

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O artigo 32 do Pacto do Hamas declara franca e abertamente que o “sionismo mundial” é “encarnado” nos Protocolos dos Sábios de Sião. Na foto: um simpatizante do Hamas mostra um exemplar do Corão durante uma manifestação nas proximidades de Hebron.

parte integrante do mundo islâmico”. O escritor Ami Isseroff produziu o seguinte comentário acerca de tal carta constituinte: “Ela faz citações dos falsos Protocolos dos Sábios de Sião como se fossem um documento legítimo; declara que negociações e conferências internacionais são perda de tempo; e culpa os ‘sionistas’ pela Revolução Francesa e pela Revolução Russa”.7 O artigo 32 do Pacto do Hamas declara franca e abertamente que o “sionismo mundial” é “encarnado” nos Protocolos dos Sábios de Sião.8

A Autoridade Palestina Apesar de apresentar para o mundo ocidental uma aparência exterior politicamente correta, a Autoridade Palestina (AP) é totalmente anti-israelense e antijudaica, e utiliza os Protocolos para justificar sua posição: No dia 20 de fevereiro de 2005, o mufti (autoridade religiosa muçulmana) de Jerusalém, Ikrima Sabri,

apareceu na TV via satélite da Arábia Saudita, Al Majd, para comentar o assassinato de Rafik Hariri, ex-primeiroministro do Líbano. Sabri declarou: “Qualquer pessoa que estude Os Protocolos dos Sábios de Sião e, especificamente, o Talmude, descobrirá que um dos objetivos desses Protocolos é causar uma desordem mundial e minar gradativamente a segurança em todo o mundo.9

O ex-Ministro da Informação da AP, Nabil Shaath, chegou a ponto de ter uma tradução dos Protocolos, em árabe, disponível no seu site na internet. Segundo o jornal New York Times, ele a removeu no dia 19 de maio de 2005.10

Eles lançarão mão de qualquer expediente necessário para disseminar seu veneno – inclusive o de invocar o nome de um judeu chamado Jesus, Deus encarnado, que ama Seu povo e veio para salvar “as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 10.6). (Israel My Glory) Steve Herzig é diretor dos ministérios norteamericanos de The Friends of Israel. Notas: 1.Rausch, David A., A Legacy of Hatred, Chicago: Moody Press, 1984, p. 95. 2.Lutzer, Erwin W., Hitler’s Cross, Chicago: Moody Press, 1995, p. 62. O livro A Cruz de Hitler pode ser adquirido no site www.Chamada.com.br. 3.“Faisal of Saudi Arabia”, publicado no site da Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Faisal–of–Saudi–Arabia. 4.“The Protocols of the Elders of Zion”, publicado no site da Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/The–Protocols–of–the–Elders–of–Zion. 5.“The Protocols of the Elders of Zion – The Iranian Version (10)”, publicado no site www.adl.org/css/proto-iran.asp. 6.Ibid. 7.Isseroff, Ami, “A History of Hamas Movement”, publicado no site www.mideastweb.org/hamashistory.htm. 8.“The Avalon Project at Yale Law School”, Hamas Covenant, 1988, publicado no site www.yale.edu/lawweb/avalon/mideast/hamas.htm. 9.“The Protocols of the Elders of Zion”, cit. 10.Ibid.

No Egito O acordo de paz firmado entre Israel e o Egito em 1979 determinava que nenhum dos dois países incitaria seu povo contra o outro. Porém, a TV egícia pôs no ar um “documentário” sobre os Protocolos, em horário nobre, apresentando a obra como verídica. Milhões de egípcios, assentados com os olhos grudados na televisão, assistiram semanalmente essa série e deram crédito ao seu conteúdo. Os Protocolos são uma mentira. Tem sido provado, por repetidas vezes, que se trata de uma farsa. Contudo, esse fato não faz diferença para os anti-semitas, porque a verdade e a integridade não são virtudes muito estimadas de sua parte.

O acordo de paz firmado entre Israel e o Egito em 1979 determinava que nenhum dos dois países incitaria seu povo contra o outro. Porém, a TV egícia pôs no ar um “documentário” sobre os Protocolos, em horário nobre, apresentando a obra como verídica. Na foto: Begin, Carter e Sadat.

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O conflito no Líbano e em Gaza Como passei minhas férias de verão

Depois que deixei Nahariya, com seus O Norte de Israel é um paraíso pa- residentes acotovelara quem está de férias. Desde trilhas dos em abrigos antipara andar, rios para nadar, hotéis lu- bomba e vãos de esxuosos para deleitar-se, lugares místi- cadas de prédios de Um míssil do Hizb’allah matou o motorista cos para buscar inspiração, há alguma apartamentos, avandesse automóvel em Haifa. coisa para todo mundo. Por esse moti- cei para o oeste, ao vo, na semana passada, quando tirei longo da estrada da minhas primeiras férias em quatro fronteira para Kiryat anos, coloquei-me a caminho do norte. Shmona. Na medida Quando o Hizb’allah (Partido de em que dirigia ao Alá) atacou uma patrulha das Forças de longo da estrada vaDefesa de Israel (FDI) na fronteira liba- zia, bonita e montanesa, na quarta-feira pela manhã, nhosa e olhava atenabrindo assim sua mais nova rodada de tamente para a fuguerra, eu estava na fortaleza de Me- maça de foguetes gido, olhando as ruínas de civilizações subindo violentamene suas guerras por esta terra, voltando te de Mt. Meron, Sa5.000 anos atrás. Na quinta-feira fui a fed e Rosh Pinna Nahariya, andando por um campo de abaixo de mim, coUma idosa é retirada de sua casa em Haifa depois batalha da guerra atual: a rua onde mentaristas no rádio de um ataque com mísseis do Hizb’allah. duas horas antes Monica Seidman foi continuavam a permorta por um [foguete] Katyusha, quan- guntar, “Por que o do estava sentada em sua varanda, to- Hizb’allah está atamando seu café da manhã. cando Israel agora?” Ex-generais falavam da necessi- efetivamente estabeleceu suas operadade de Israel restaurar nossa ções em toda a extensão da fronteira. intimidação contra o Hizb’alDurante todo o dia, na quinta-feilah. ra, as estações de rádio libanesas toAtaque de mísseis do Hizb’allah à garagem de Por seis anos, desde que caram marchas militares. Locutores fitrens em Haifa, que matou 8 pessoas e feriu 20. Ehud Barak se rendeu às de- zeram repetidas declarações evocanmandas da extrema-esquerda do Alá, o Líbano, os mujahadin israelense, financiada pela (guerreiros) e a jihad (guerra santa isUnião Européia (UE), e retirou lâmica). Claramente, eles estavam exas tropas das FDI do Sul do Lí- citados com o fato de que a longa e bano em maio de 2000, Israel esperada guerra havia começado. não interferiu e não fez nada Por seis anos Israel foi intimidado para impedir que o Hizb’allah pelo Hizb’allah. O conhecimento de construísse seu maciço arsenal que esse representante do Irã tem mísde foguetes e mísseis. As FDI seis capazes de atingir Haifa e Hadera não fizeram nada quando o Irã foi suficiente para convencer três gover-

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Manifestação anti-israelense em Londres. O cartaz sobre o carrinho dos bebês diz: “Somos todos Hizb’allah”.

nos sucessivos a ignorar ou apaziguar repetidas provocações do Hizb’allah, rezando, ao mesmo tempo, para que o Hizb’allah esperasse pelo próximo governo para começar sua guerra. Agora que o Hizb’allah começou a guerra, ele pode ser impedido de continuar a atacar Israel? O que Israel pode fazer agora, na medida em que um milhão de israelenses mora em áreas que estão sob ataque? O Hizb’allah atacou na semana passada porque o Irã lhe ordenou que atacasse. Imediatamente após a delegação iraniana ter rejeitado a oferta européia-americana de todos os tipos de compensações em troca de uma suspensão de suas atividades de enriquecimento de urânio, eles voaram para Damasco e deram ao Hizb’allah suas ordens para marchar. O Hizb’allah está sempre pronto a atacar Israel. É para isso que ele existe. Como seu líder, Hassan Nasrallah, deixa claro todo dia, o Hizb’allah vê a destruição de Israel como a batalha central na jihad global. E jihad é tudo que interessa ao Hizb’allah. Nesse ponto, o Hizb’allah não é diferente do Hamas. O Hamas (como também a Fatah), se define por seu propósito de destruir Israel e conquistar Jerusalém em nome da jihad. Tanto

o Hamas quanto a Fatah têm usado to ao longo da fronteira com Israel todos os seus recursos para construir depois que a luta tiver acabado. seus poderios político, social e militar A Síria também tem interesses não para lutar contra Israel. relacionados com Israel. Bashar AsExatamente porque esses grupos sad (o presidente sírio) quer manter existem somente para destruir Israel e o poder em suas mãos. Israel pode fazer avançar a causa da jihad glo- enfraquecer a ligação da Síria com bal, eles não podem ser detidos por o Irã, ameaçando seu regime. Em priintimidação. Eles não têm outro inte- meira instância, poderia ser necessáresse além da guerra e não há nada rio alvejar a sede do Hamas e a caque eles não estejam dispostos a sacri- sa do chefe do Hamas, Khaled Masficar para ganhar. Como eles não po- hal, em Damasco. dem ser intimidados, a única coisa Atingindo o Hamas na Síria, Israel que Israel pode fazer é destruir sua estaria deixando claro que não existem capacidade de lutar, aniquilando seu fronteiras nacionais sagradas para Espoderio militar. tados que patrocinam o terrorismo. Se Embora seja impossível deter o atacar o Hamas em Damasco não for Hizb’allah, existem partes envolvidas suficiente para fazer Assad recalibrar no presente conflito que podem ser in- seus interesses nacionais, então Israel timidadas. Especificamente, autorida- poderia atacar a sede da polícia secredes israelenses têm acertadamente ta do regime, bem como a base de apontado para os governos do Líbano mísseis Scud da Síria e seus arsenais e da Síria como facilitadores centrais de armas químicas e biológicas. do Hizb’allah. Embora os dois goverDestruindo o Hizb’allah e removennos sejam também comandados pelo do seus Estados-Clientes para longe, IsIrã, diferentemente do Hamas e do rael estaria desferindo um sério golpe Hizb’allah, eles têm outros interesses além da destruição de Israel e, portanto, eles podem ser intimidados. Até a Manifestação contra Israel em Nova York. Observe presente data, como o Líbano o cartaz que diz: “O islã dominará!” (com a é mais fraco do que o bandeira do islã sobre a Casa Branca). Hizb’allah, o Irã e a Síria, sucessivos governos libaneses têm cooperado com o Hizb’allah, em vez de combatê-lo. O exército libanês não pode desarmar o Hizb’allah. Ele pode, entretanto, ser coagido a não ajudar o Hizb’allah. Se Israel for capaz de assegurar com credibilidade aos libaneses que as tropas das FDI não terminarão suas operações no Líbano até que o Hizb’allah seja totalmente destruído como força combatente, então pode persuadir o governo libanês a ficar fora do conflito e a posicionar seu exérci-

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Horizonte

O cartaz do manifestante islâmico em Nova York diz: “Alá destruirá o Estado de Israel terrorista”.

no Irã, que está dirigindo toda a violência no Líbano e em Gaza, bem como na Judéia, em Samaria e no Iraque. O Irã transformou a destruição de Israel na plataforma central de sua agenda porque atacando os odiados judeus, ele ascenderia com sucesso à estatura de líder do mundo muçulmano. Coman-

Tome posição

dando a guerra contra Israel, o Irã se tornaria imune a ataques de países árabes, como Arábia Saudita e Egito. Estes, embora fazendo objeções ao fato do Irã apoderar-se do poder, não podem condenar uma agressão contra o mesmo Estado de Israel que eles doutrinaram seus povos a desprezar. A guerra por procuração do Irã contra Israel segue a mesma estratégia que sua guerra por procuração contra os Estados Unidos no Iraque. Em ambos os casos seu objetivo é derrotar seus inimigos através de uma prolongada guerra de desgaste que vencerá a vontade dos povos israelense e americano de lutar até a vitória. Dados os diversos interesses de todas as partes envolvidas na atual guerra contra Israel, o governo Olmert definiu corretamente os objetivos de Is-

rael de destruir o Hizb’allah enquanto força combatente e compelir o exército libanês a se colocar ao longo da fronteira com Israel depois que o Hizb’allah for afugentado. Mas, será que o governo Olmert é capaz de atingir seus objetivos declarados? [...] Como minhas férias interrompidas provaram, retirando-se do Líbano e de Gaza, Israel efetivamente entregou a iniciativa de empreender a guerra a seus inimigos. Os israelenses não controlam mais quando a guerra vem a nós. É, portanto, imperativo que o governo Olmert entenda que bater em retirada não é uma opção. De outro modo, quer no trabalho ou no lazer, em casa ou na cidade, seremos todos alvos fáceis como patinhos sentados. (Caroline Glick – publicado originalmente no Jerusalem Post – extraído de www.deolhonamidia.com.br)

de judeus a que o mundo já assistiu (com bastante indiferença) durante o nazismo. Alguém duvida qual seria o comportamento de um governo palestino integrado pelo Hamas e pelo Hizb’allah se estes conseguissem derrotar o exército de Israel e dominar seu território? A ameaça de lançar os judeus ao mar não é uma metáfora, mas uma funesta promessa mil vezes reiterada pelos islamistas mais radicais. Terceiro: Porque derrotar e desarmar o Hizb’allah confere ao Líbano a oportunidade de existir como uma sociedade próspera, pacífica e livre. O Hizb’allah, com sua agressiva milícia armada pelos sírios e iranianos (mais poderosa que o exército libanês), não somente procura destruir Israel: já destroçou o Líbano precipitando-o numa guerra que a maior parte dos libaneses não desejava.

Quarto: Porque Israel é a única democracia pluralista e respeitadora dos direitos humanos que existe no Oriente Médio. A única, com certeza, em que os árabes, inclusive os que detestam o Estado judeu, votam livremente e fazem parte do parlamento. A única em que as mulheres de religião islâmica estudam sem limitações, gozam dos mesmos direitos dos homens e não são tratadas como seres de segunda classe. Quinto: Porque a única solução desse conflito depende da convivência pacífica entre Israel e um mundo islâmico que, finalmente, como sucedeu com o Egito e a Jordânia, admita o direito desse Estado existir. Parece que isso não vai ocorrer até que se chegue à convicção de que não é possível destruir o Estado judeu, algo que ficará muito mais claro se os inimigos de Israel perceberem que o mundo livre respalda sua integridade sem vacilações.

Dez razões para apoiar Israel Primero: Porque Israel é nitidamente a vítima de uma nova agressão e é [uma obrigação] moral apoiar as vítimas. Israel abandonou Gaza; o Hamas seqüestrou um soldado israelense e lançou seus ataques com mísseis. Pouco depois, uma chuva de foguetes de curto e médio alcance lançada desde o Sul do Líbano pelos terroristas do Hizb’allah (Partido de Alá) caiu sobre o país, provocando baixas na população civil. Vários militares foram assassinados. Israel não está atacando: está se defendendo – tem o direito e o dever de fazê-lo. Segundo: Porque, se Israel não se defender e não conseguir proteger seus cidadãos, repetir-se-á o massacre

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Horizonte miserável que lhes é imposta pelos homicidas da Al Fatah, do Hamas e do Hizb’allah com o estilo de vida muito superior de seus irmãos palestino-israelenses, inevitavelmente chegam à conclusão de que a liberdade e a racionalidade rendem dividendos. Oitavo: Porque a todo o planeta convém eliminar esses terSe Israel não se defender e não conseguir proteger seus cidadãos, repetir-se-á o massacre roristas capazes de provocar de judeus a que o mundo já assistiu (com uma escalada do conflito que bastante indiferença) durante o nazismo. pode levar a uma guerra devasNa foto: artilharia israelense atirando contra tadora. O Irã está a caminho de posições do Hizb’allah no Sul do Líbano. converter-se em um Estado nuclear, e seu presidente, Mahmud Ahmadinejad, Sexto: Porque atrás do Hamas e tem reiterado que o Estado hedo Hizb’allah estão as satrapias síria e breu deve desaparecer. Niniraniana, dois regimes inimigos do guém duvida que, se ele tentar Ocidente que divergem no terreno reli- concretizar seu desejo, Israel gioso – a Síria é uma ditadura laica e responderá no mesmo nível e o o Irã é uma ditadura religiosa –, mas resultado seria uma catástrofe que convergem no ódio irracional às para a região e para o mundo. democracias liberais. Nono: Porque o que anima Sétimo: Porque o êxito econômico, os aventureiros a atacar Israel político, científico e social de Israel tem é a duplicidade de linguagem o potencial de converter-se em um mo- dos países do Ocidente, a indidelo para a região. Os árabes mais ferença e a falsa equivalência, sensatos de Gaza ou da Autoridade como se as ações de terroristas Palestina, quando comparam a vida desalmados, que aspiram ser

suicidas-assassinos que explodem ônibus escolares ou disparam foguetes contra residências de civis, tivessem a mesma legitimidade que a resposta de uma sociedade que se defende dessas agressões. Décimo: Porque aquela lição de história que nos explicava que os fundamentos morais da civilização ocidental se encontravam na tradição judaico-cristã era certa. No Ocidente, Israel somos todos. E se algum dia Israel perecer, isso representará um pouco a morte de todos nós. (Carlos Alberto Montaner – extraído de www.firmaspress.com)

mocracias: “ou violar sua própria moralidade, vindo atrás de nós e inevitavelmente matando alguns civis inocentes, ou manter sua moralidade e deixar-nos com as mãos livres para alvejar os seus civis inocentes”. Esse desafio apresenta a democracias como Israel uma opção de “perder ou perder” e aos terroristas uma opção de “vencer ou vencer”. Existe uma variável que poderia alterar essa dinâmica e apresentar às democracias uma opção viável, que poderia tornar o terrorismo menos

atrativo como tática: a comunidade internacional, o segmento anti-Israel da mídia e as assim chamadas “organizações de direitos humanos” poderiam parar de cair nessa jogada de xadrez terrorista e reconhecer que estão sendo usados para promover a agenda terrorista. Sempre que uma democracia é confrontada com uma opção “perder ou perder” e escolhe defender seus cidadãos, indo atrás dos terroristas, que estão se escondendo entre civis, os terroristas podem contar com o trio de acusadores previsíveis para denunciar a “reação exagerada”, a “despropor-

Hipocrisia

Os acusadores previsíveis As provocações do Hizb’allah (Partido de Alá) e do Hamas contra Israel, demonstraram mais uma vez como os terroristas exploram os direitos humanos e a mídia em seus ataques a democracias. Ao se esconderem atrás de seus próprios civis, os radicais islâmicos estabelecem um desafio para as de-

O Hizb’allah já destroçou o Líbano precipitando-o numa guerra que a maior parte dos libaneses não desejava.

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Horizonte que a bala que mata venha da arAinda bem Os foguetes e a que temos munição estão acama de um policial. muitos civis. bando! Israel tem todo o interesse próprio em minimizar as vítimas civis, enquanto os terroristas têm todo interesse em maximizá-las – em ambos os lados. Israel não deveria ser condenado por fawww.coxandforkum.com zer o que todas as democracias facionalidade” e a “violação dos direitos riam e deveriam fazer: tomar todas as medidas militares razoáveis para imhumanos” por parte da democracia. Fazendo isso, eles agem exatamen- pedir os terroristas de matar seus civis te da forma que dará vantagens aos inocentes. Depois que alguns dos que estão terroristas, causando mais terrorismo e mais vítimas civis em ambos os lados. lançando foguetes em cidades israeSe, em vez disso, esse trio pudesse, lenses anunciaram que têm novas surapenas uma vez, culpar os terroristas presas em estoque para Israel, que popelas mortes de civis em ambos os la- dem incluir armas químicas e biológidos, essa tática não seria mais uma si- cas, as apostas ficaram ainda tuação de “ganhar ou ganhar” para maiores. O que os críticos de Israel vêem coos terroristas. Deveria ser óbvio, agora, que o mo “proporcional” a um ataque quíHizb’allah e o Hamas querem de fa- mico ou biológico? O que eles diriam to que o exército israelense mate o se Israel tentasse se antecipar a esse máximo possível de civis libaneses e ataque e, neste processo, matasse alpalestinos. É por esse motivo que eles guns civis? Uma democracia deve abarmazenam seus foguetes debaixo das sorver um primeiro ataque de uma arcamas dos civis, lançam seus mísseis ma de destruição em massa antes de a partir de bairros repletos de civis revidar? O que se esperaria que quale se escondem entre os civis. Eles pro- quer outra democracia fizesse? O mundo deve vir a reconhecer a curam induzir Israel a defender os seus civis, indo atrás deles entre seus maneira cínica com que os terroristas “escudos” civis. Eles sabem que ca- exploram as vítimas civis. Eles lançam da civil que eles induzirem Israel a foguetes especiais para matar pessoas matar, atinge Israel na mídia e nas ou causar ferimentos, projetados para comunidades internacionais e de di- maximizar as vítimas civis do inimigo, e então gritam “direitos humanos” reitos humanos. Eles vêem esses escudos humanos quando seus próprios civis – atrás de como shahids – mártires – mesmo que quem eles estão deliberadamente se eles não tenham se oferecido como vo- escondendo – são mortos pelas demoluntários para esse serviço letal. De cracias, no processo de tentar evitar acordo com a lei, criminosos que mais atos de terrorismo. A própria idéia de que terroristas, usam escudos humanos são responsáveis pela morte dos escudos, mesmo que usam mulheres e crianças como

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“homens-bomba” suicidas, contra outras mulheres e crianças, derramarem lágrimas de crocodilo sobre a morte de civis que eles deliberadamente colocam em situação de perigo, dá um novo significado à palavra “hipocrisia”. Todos nós sabemos que a hipocrisia é uma tática dos terroristas, mas é chocante que outros caiam nisso e se tornem cúmplices dos terroristas. É preciso que a culpa caia em quem deve: nos terroristas que buscam deliberadamente matar civis inimigos e que dão às democracias inimigas pouca escolha a não ser matar alguns civis, atrás dos quais os terroristas estão se escondendo. Aqueles que condenam Israel por matar civis – que são usados como escudos humanos e espadas para os terroristas – na verdade causam mais mortes de civis e tornam mais difícil para Israel se retirar da Judéia e Samaria. A forma como o mundo vai reagir aos esforços militares atuais de Israel para proteger seus cidadãos terá um impacto considerável sobre os futuros passos de Israel na direção da paz. Antes dos recentes seqüestros e ataques com foguetes, o governo israelense anunciou sua intenção de se engajar em mais retiradas de grandes partes de Judéia e Samaria. Mas, como se pode esperar que Israel avance em relação a qualquer plano para retiradas, se tudo que pode esperar em troca é mais terrorismo – o que os terroristas vêem como “terra para lançamento de foguetes” – e mais condenações quando o país busca proteger seus civis? (Alan M. Dershowitz – publicado no Jerusalem Post – extraído de www.deolhonamidia.org.br)

Alan M. Dershowitz é professor de Direito em Harvard e autor do livro Preemption: A Knife that Cuts Both Ways (Antecipação: Uma Faca de Dois Gumes).



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