Notícias de Israel - abril de 2006

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BETH-SHALOM

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ABRIL DE 2006 • Ano 28 • Nº 4 • R$ 3,50



índice 4

Prezados Amigos de Israel

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A Rússia, o Irã e a Guerra Contra Israel

Notícias de

ISRAEL É uma publicação mensal da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” com licença da “Verein für Bibelstudium in Israel, Beth-Shalom” (Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel), da Suíça. Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil Fundador: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf

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A Rainha Ester - Parte 2

Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann Assinatura - anual ............................ 31,50 - semestral ....................... 19,00 Exemplar Avulso ................................. 3,50 Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 28.00

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HORIZONTE • Onde fica essa tal de “Palestina”? - 13 • É sempre mais escuro antes do sol nascer - 15 • Repreensão justificada? - Compra de fragmentos históricos extraordinários - 19 • Palavras de homens ou a Palavra de Deus? - 19

Edições Internacionais A revista “Notícias de Israel” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, holandês e francês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial O objetivo da Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel é despertar e fomentar entre os cristãos o amor pelo Estado de Israel e pelos judeus. Ela demonstra o amor de Jesus pelo Seu povo de maneira prática, através da realização de projetos sociais e de auxílio a Israel. Além disso, promove também Congressos sobre a Palavra Profética em Jerusalém e viagens, com a intenção de levar maior número possível de peregrinos cristãos a Israel, onde mantém a Casa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monte Carmelo, em Haifa).


Os violentos protestos contra as caricaturas do profeta Maomé publicadas na Dinamarca e em outros países europeus mostraram mais uma vez que no mundo islâmico impera uma cultura bem diferente que nos países ocidentais. A imprensa árabe também publica manifestações grosseiras, mas em geral estas se voltam “unicamente” contra Israel e os judeus. Quando, porém, se trata de Maomé e do islã, o senso de humor acaba e qualquer crítica é levada extremamente a sério. A espantosa amplitude dos tumultos e a disposição generalizada em muitos países árabes de protestar violentamente contra tudo o que é ocidental mostra que esses dois mundos colidem frontalmente. Some-se a isso o armamento nuclear do Irã, e vemos um quadro ameaçador de confronto com o Ocidente. O processo em andamento, por outro lado, contribuiu mundialmente para uma maior compreensão dos problemas que Israel enfrenta com os palestinos, em sua maioria muçulmanos. O sucesso do movimento Hamas nas eleições para o Parlamento Palestino também demonstrou a grande simpatia que os partidos religiosos gozam entre seus eleitores, mesmo que haja algumas outras razões para sua vitória. Com certeza uma das causas foi a profunda corrupção nas fileiras da Fatah de Yasser Arafat. Por isso, a população votou em um partido que também se engaja na área social. Apesar de seu radicalismo, tudo leva a crer que o Hamas deverá modificar sua imagem para adquirir reconhecimento internacional, como aconteceu com a Fatah (OLP). O Hamas já sinalizou sua disposição de proclamar uma hudna* de vinte anos, mas Israel rejeitou categoricamente essa proposta. O que Israel exige do Hamas é uma mudança no seu programa partidário, que apregoa o aniquilamento do Estado judeu. Para Israel, uma paz plena somente virá quando houver reconhecimento mútuo e o estabelecimento de relações normais entre países. Aparentemente o caminho até esse alvo ainda é muito longo e cheio de empecilhos, mas Israel, principalmente o partido Kadima, fundado por Ariel Sharon, continua empenhado em seguir nessa direção – com apoio internacional. Sharon já havia reconhecido que a demora seria longa até que os palestinos consigam se conformar com a idéia de reconhecer Israel. Esse entendi*Trégua por razões táticas que lhe permitiria fortalecerse, e que pode ser rompida a qualquer momento.

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mento levou-o a estabelecer unilateralmente uma linha provisória de segurança para exercer pressão, forçando os palestinos a negociar com Israel. O anseio de Israel por uma paz “duradoura” também acabou com a política de colonização, que era considerada por muitos como a solução do problema com os palestinos e o terrorismo. A recente desocupação da colônia de Amona na Samaria, acompanhada de veemente resistência, é mais uma prova de que o governo está levando a sério o caminho que decidiu tomar. As eleições de março mostraram que um número expressivo de israelenses apóia essa política. Muitos acontecimentos em Israel não se desenrolam como desejam seus amigos e simpatizantes, nem são como os próprios israelenses gostariam que fossem. Porém, no estágio atual Israel ainda não é a bênção para o mundo conforme planejado por Deus, pois isso somente acontecerá quando o Messias chegar e estabelecer Seu justo reinado. Então Israel assumirá a posição que lhe cabe, projetada pelo Senhor, e será uma bênção para todos os povos. Na certeza de que Deus não comete erros e cumpre todas as Suas promessas, saúdo com um cordial Shalom!!

r Fredi Winkle

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É muito interessante o que tem acontecido no Irã nestes últimos anos, principalmente depois que Mahmoud Ahmadinejad foi eleito presidente daquele país. Na sua escalada em direção a um programa nuclear, o Irã não somente tem provocado grande inquietação entre os líderes mundiais, mas o próprio presidente Ahmadinejad já demonstrou o que faria com as armas atômicas, caso lhe fosse permitido fabricá-las e colocá-las em operação. Quase todos os especialistas em geopolítica acreditam que ao mundo aguardam momentos de grande tensão, enquanto pensa no que fazer acerca dessa ameaça crescente.

O presidente Ahmadinejad No curto espaço de tempo em que está na presidência do Irã,

Ahmadinejad tem feito inflamados pronunciamentos anti-semitas contra Israel. Ele declarou que o Estado judeu devia ser varrido do mapa. Pelo menos é animador que ele considere a presença de Israel no mapa, já que a maioria dos mapas islâmicos do Oriente Médio nem sequer indica a existência do Estado judeu, ao contrário, identificam aquele território apenas pelo termo Palestina. Ahmadinejad foi mais além, ao afirmar que Israel deveria ser destruído por um ataque nuclear. Posteriormente, disse que os judeus deveriam deixar o seu país e voltar para a Europa. Ele chegou ao ponto de fazer uma ameaça nuclear aos Estados Unidos. Tudo isso ocorreu em poucos meses, desde que se tornou presidente. O Irã passou a ser o país mais perigoso do mundo. Mart Zuckerman sintetizou essa fúria

terrorista iraniana da seguinte maneira: O Irã atualmente é a mãe do terrorismo islâmico. Diante dos olhos de todos, Teerã fornece recursos financeiros, treinamento e armas aos piores terroristas do mundo, inclusive para o Hezbollah, o Hamas, e a Frente Popular de Libertação da Palestina, além de manter um relacionamento estreito com a al-Qaeda. Tem concedido refúgio aos principais terroristas da organização, entre os quais se incluem o chefe do comando militar Saif al-Adel, os três filhos de Osama bin Laden e o porta-voz da al-Qaeda, Suleiman Abu Ghaith. Patrocina muitos terroristas sanguinários no Iraque, os quais têm matado civis inocentes a fim de minar e destruir a frágil democracia iraquiana. Através da sua fronteira com o Iraque, de aproximadamente 1.660 quilômetros, o Irã inunda o território

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Teerã fornece recursos financeiros, treinamento e armas aos piores terroristas do mundo, inclusive para o Hezbollah, o Hamas, e a Frente Popular de Libertação da Palestina, além de manter um relacionamento estreito com a al-Qaeda. Foto: guerrilheiros do Hamas. do seu vizinho com dinheiro e combatentes. Infiltra agitadores no Afeganistão; patrocina o terrorismo contra a Turquia, sustentando a Síria; e ainda “deu uma mãozinha” no atentado a bomba contra as Torres Khobar na Arábia Saudita.1

Qual é a mentalidade que orienta uma pessoa como Ahmadinejad? Um analista observou o seguinte: “Em todos os seus pronunciamentos loucos, Ahmadinejad reflete uma concepção de final dos tempos: sob a égide dele, a história chega ao seu fim apoteótico”.2 Quais seriam as convicções proféticas desse muçulmano devoto? No contexto da tradição muçulmana xiita, que predomina no Irã, um imã é um líder espiritual que pertence à legítima descendência consangüínea do profeta Maomé. Na fé islâmica há uma profecia referente à vinda do Décimo Segundo Imã: “O imã Muhammad

Abul Qasim (Al-Mahdi/AS), o último na linhagem dos Doze Imãs Ithna Askari, nasceu em Samarra, no Iraque, no dia 15 de shabaan do ano 255 no calendário Hijri*. Seu pai era o décimo primeiro imã Hasan Al-Askari (AS) e sua mãe foi Nargis Khatoon, neta do imperador de Rum” (talvez Romênia ou povos ciganos romaO Irã infiltra agitadores no Afeganistão; patrocina o terni – N.T.).3 Crêrorismo contra a Turquia, sustentando a Síria; e ainda se que Mu“deu uma mãozinha” no atentado a bomba contra as h a m m a d , Torres Khobar na Arábia Saudita (foto). desaparecido aos cinco anos de idade na caverna da grande mesquita de Samarra em 878 d.C., e que não deixou descendência, voltará quando o fim do mundo estiver próximo.

* Contagem dos anos desde a Hégira, a fuga de Maomé de Meca para Medina em 622 d.C.

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O imã oculto [...] reaparecerá ao mundo da humanidade. Essa volta é o evento futuro de maior importância para os fiéis xiitas e reserva conseqüências escatológicas estrondosas. Tal volta ocorrerá imediatamente antes do Juízo Final e do fim da história. O imã Mahdi voltará à frente dos exércitos de justiça e pelejará contra as forças do mal numa derradeira batalha apocalíptica. Depois que o mal tiver sido derrotado e aniquilado, o imã Mahdi governará o mundo por vários anos, num governo perfeito, e desenvolverá uma perfeita espiritualidade entre os povos da terra. Após vários anos de reinado do imã Mahdi, Jesus Cristo voltará [...] Portanto, a Fé Xiita dos Doze é uma religião profundamente escatológica. Para se compreender as crenças religiosas xiitas, é necessário perceber que o final dos tempos será precedido por uma era de justiça e espiritualidade. O mundo, do ponto de vista xiita, é um lugar altamente imoral, degenerado e corrupto; essas realidades são o prelúdio que anuncia o aparecimento do imã Mahdi. Tal como o cristianismo, a religião xiita é visceralmente profética. À


ele também nunca o negou. Sob muitos aspectos os revolucionários criam que estavam projetando ou inaugurando o reinado de justiça no mundo, assim como os ingleses protestantes radicais que colonizaram os Estados Unidos criam que estavam inaugurando o reinado milenar dos santos, que precederia o fim do mundo. A política iraniana atual de modo nenhum pode ser divorciada dos ditames religiosos do Islamismo Xiita.4

É importante observar que Ahmadinejad crê piamente no programa profético relativo ao Décimo Segundo Imã, bem como acredita que tem de fazer tudo o que puder para ver Crê-se que Muhammad, desaparecido aos cinco o seu cumprimento. Essa anos de idade na caverna da grande mesquita é a razão pela qual ele fez de Samarra (foto) em 878 d.C., voltará quando o fim do mundo estiver próximo. menção ao Décimo Segundo Imã em seu discurso na Organização das Nações semelhança da Fé Cristã, o final dos Unidas (ONU). Ahmadinejad crê tempos e a manifestação do Mahdi que o Décimo Segundo Imã só serão precedidos por uma série de retornará num tempo em que o eventos preditos na profecia. Logo, o mundo estiver no caos, o que esclafiel xiita, como muitos crentes em rece o motivo pelo qual ele parece Cristo, vive num mundo repleto de tão intrépido em levar o Irã rumo ao sinais do iminente epílogo da histó- objetivo de obter armas nucleares. ria. Isso é essencialmente importante na compreensão da cultura e da conA Rússia e o Irã cepção política dos xiitas. A maior parte da história iraniana só pode Mark Zuckerman, editor do U. ser entendida à luz da Doutrina da S. News & World Report, declarou: Volta [do imã] e suas respectivas pro- “O presidente russo, Vladimir fecias. Por exemplo, durante a Putin, numa entrevista que me conRevolução Iraniana muitos iranianos cedeu há muitos anos, criticou a acreditavam que o aiatolá Ruhollah decisão dos Estados Unidos de Khomeini, o cabeça espiritual e ideo- entrar em guerra contra o Iraque e lógico da revolução, era o Imã me disse: ‘A verdadeira ameaça é o Desaparecido que voltara ao mundo Irã’. Ele estava certo. Todavia, a da humanidade. Ainda que Khomeini Rússia se tornou parte do problenunca tenha admitido que o fosse, ma, não da solução”.5 Não é segre-

do nenhum que a Rússia tem desempenhado um papel de facilitador do Irã, o qual chegou ao primeiro lugar no ranking dos países facínoras que ameaçam provocar grande desestabilização da ordem mundial vigente. E a Rússia tornou a ameaça ainda mais real. Ela vendeu a usina nuclear de Bushehr ao Irã e assinou acordos para vender outros projetos, com o objetivo de injetar dinheiro na sua indústria nuclear. Tal como um diplomata americano comentou, esse negócio é “um anzol gigantesco preso na mandíbula da Rússia”.6 O quê? O diplomata americano afirmou que esse negócio é “um anzol gigantesco preso na mandíbula da Rússia”? É isso mesmo, ele usou uma expressão extraída exatamente da profecia bíblica para descrever o atual papel desempenhado pela Rússia em relação ao Irã. A batalha de Gogue e Magogue, mencionada em Ezequiel 38 e 39, é uma profecia acerca do ataque contra a terra de Israel, efetuado por uma aliança de muitas nações sob a liderança dos russos (Ez 38.1-6). A Rússia terá cinco aliados estratégi-

Muitos iranianos acreditavam que o aiatolá Ruhollah Khomeini era o Imã Desaparecido que voltara ao mundo da humanidade.

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cos: Turquia, Irã, Líbia, Sudão e nações da Ásia Central. Surpreendentemente, todas essas nações são países muçulmanos. Além disso, o Irã, a Líbia e o Sudão são os oponentes mais ferrenhos de Israel. Não é de admirar que o Irã esteja incluído na lista de nações que atacarão Israel nos últimos dias. O Senhor declara: “Far-te-ei que te volvas, porei anzóis no teu queixo e te levarei a ti e todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos de armamento completo, grande multidão, com pavês e escudo, empunhando todos a espada” (Ez 38.4). Alguns difamadores de nossa posição quanto à profecia bíblica disseram que, com a queda do Império Soviético, uma invasão liderada pela Rússia parece muito improvável do ponto de vista da geopolítica. Nosso argumento sempre tem sido o de que essa profecia refere-se a um ataque contra Israel liderado pelos russos, não pelos soviéticos. Desde a queda da antiga União Soviética, a Rússia continua a manter estreitas relações com a maioria das nações islâmicas, especialmente aquelas localizadas no Oriente Médio. Do ponto de vista geopolítico, não seria nenhuma surpresa ver a Rússia aliada a países islâmicos como o Irã, num ataquesurpresa contra Israel.

Conclusão Por mais de quinze anos tenho levantado conjecturas de que o “anzol no queixo” de Gogue, usado por Deus para fazer com que uma Rússia relutante desça à terra de Israel, poderia ser alguma coisa parecida com o seguinte roteiro que descrevi para Hal Lindsey em 1990, durante um programa de televisão em rede nacional,7 no exato dia em que acabou a primeira Guerra do Golfo: É como se eu estivesse

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vendo os muçulmanos encontrando os russos e dizendo-lhes que os Estados Unidos abriram um precedente para que uma potência mundial externa invada o Oriente Médio e corrija um suposto erro (os Estados Unidos fizeram isso de Do ponto de vista geopolítico, não seria nenhuma surpresa ver a Rússia aliada a países islâmicos como o Irã, num atanovo em anos que-surpresa contra Israel. Foto: helicóptero militar russo. recentes, ao invadirem o Afeganistão e o Iraque). Pelo mesmo princípio, a Rússia 3. Extraído do seguinte site islâmico: www.ezsoftech.com/islamic/infallideveria ajudar seus amigos muçulble14a.asp, acessado em 1º de manos, liderando-os numa arrasafevereiro de 2006. dora invasão do território de Israel, 4. Extraído do seguinte site islâmico: a fim de resolver o “Conflito do www.wsu.edu:8080/~dee/SHIA/H Oriente Médio” em favor das IDDEN.HTM, acessado em 1º de nações islâmicas. Seria esse o fevereiro de 2006. “anzol no queixo” de Gogue? 5. Zuckerman, “Moscow’s Mad GamSomente o tempo dirá. Todavia, ble”, p. 1. algo está acontecendo no Oriente 6. Zuckerman, “Moscow’s Mad GamMédio e a Rússia parece deixar suas ble”, p. 1. impressões digitais em toda parte. 7. No programa “The Praise the Lord Sabemos que a Bíblia prediz com Show”, exibido pela rede de televisão Trinity Broadcasting Network. exatidão tal aliança e invasão, programadas para acontecer “no fim dos anos” (Ez 38.8). Maranata! (Pre-Trib Perspectives) Thomas Ice é diretor-executivo do PreTrib Research Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética. Notas: 1. Zuckerman, Mortimer B. “Moscow’s Mad Gamble”. U. S. News & World Report, edição da internet, 30 de janeiro de 2006, p. 1. 2. Hanson, Victor Davis. “The not-somad mind of Mahmoud Ahmadinejad”. Jewish World Review, edição da internet, 19 de janeiro de 2006, p. 1.

Recomendamos: • O Glorioso Retorno • Profecias de A a Z • Israel no Centro do Cenário

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A confiança que o rei tinha em Hamã era impressionante. Parece que, coincidentemente, Hamã estava no átrio do palácio do rei, pronto para pedir permissão para enforcar Mordecai na forca que já havia preparado. Naquele exato momento, o rei o chamou e perguntou: “Que se fará ao homem a quem o rei deseja honrar?” (Ester 6.6). Com presunção, cegueira espiritual e o coração cheio de ódio, Hamã só conseguia pensar que ele era esse homem a quem o rei tinha o desejo de honrar. Por isso, disse sem hesitar: “tragamse as vestes reais, que o rei costuma usar, e o cavalo em que o rei costuma andar montado, e tenha na cabeça a coroa real; entreguem-se as vestes e o cavalo às mãos dos mais nobres príncipes do rei, e vistam delas aquele a quem o rei deseja honrar; levem-no a cavalo pela praça da cidade e diante dele apregoem: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar” (Ester 6.89). O rei sabia que Mordecai era

judeu? Ele sabia que Hamã o odiava? A ordem do rei para Hamã foi a pior coisa que lhe poderia ter acontecido. Ele estava tão confiante em sua vitória que o orgulho lhe subiu à cabeça. Agora, porém, ele teria que desfilar pela cidade falando para as pessoas que Mordecai era o homem que o rei se alegrava em honrar. Os cidadãos de Susã estavam indubitavelmente confusos. Eles ficaram chocados com a proclamação de que todos os judeus deveriam ser mortos em determinado dia. Certamente eles sabiam que tinha sido Hamã quem havia expedido tal ordem. No entanto, agora ele estava levando Mordecai montado em um dos cavalos do rei, elogiando-o em alta voz, para todos ouvirem. Assim que retornou ao palácio, “Hamã se retirou correndo para casa, angustiado e de cabeça coberta” (Ester 6.12). Aí ele recebeu notícias ainda piores: “Então, os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se

Mordecai, perante o qual já começaste a cair, é da descendência dos judeus, não prevalecerás contra ele; antes, certamente, cairás diante dele” (Ester 6.13). Com certeza, o povo de Susã já estava familiarizado com os judeus. Eles viviam juntos na mesma cidade que abrigava as sinagogas onde os judeus se reuniam. Eles trabalhavam para se sustentar. Alguns eram bem-sucedidos e contratavam outros, criando empregos. Não temos razão nenhuma para acreditar que os judeus daquela época em Susã eram diferentes dos de hoje. A frase “Se Mordecai... é da descendência dos judeus...”, indica que eles eram respeitados e conhecidos pela sua adoração ao Deus invisível e pelo estudo da Sua Palavra. Hamã havia articulado uma estratégia infalível, e a aniquilação dos judeus estava certa; apenas um curto período de tempo os separava da vida e da morte. Eles também

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sabiam que a lei outorga“Hamã, porém, ficou para da pelo rei não poderia rogar por sua vida à raiser revogada. Uma vez nha Ester, pois viu que o que a lei fora sancionada mal contra ele já estava com o selo real, ela tinha determinado pelo rei” que ser aplicada. Isso (Ester 7.7). O fim de indica claramente que o Hamã tinha chegado; governo medo-persa era não havia mais chance de qualidade muito supepara misericórdia: rior às formas de governo “Tendo o rei dito estas que temos hoje. Agora, palavras, cobriram o rosto os políticos podem prode Hamã” (Ester 7.8). meter muitas coisas aos Um homem condenado seus eleitores, mas quannão poderia mais olhar do são eleitos eles não para a face do rei. A “Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar”. Na são obrigados, por lei, a forca que Hamã havia pintura, o momento da exaltação de Mordecai. manter suas promessas. construído para matar Portanto, compreendeMordecai, o judeu, tormos que das quatro potências gen- Ester e disse: Se perante ti, ó rei, achei nou-se instrumento de sua própria tílicas – Babilônia, Medo-Pérsia, favor, e se bem parecer ao rei, dê-se- execução: “Enforcaram, pois, Hamã Grécia e Roma – a última é a infe- me por minha petição a minha vida, na forca que ele tinha preparado para rior. No livro de Daniel, capítulo 2, e, pelo meu desejo, a vida do meu Mordecai. Então, o furor do rei se vemos a composição das quatro povo. Porque fomos vendidos, eu e o aplacou” (Ester 7.10). potências mundiais: Babilônia, meu povo, para nos destruírem, matarepresentada pelo ouro; Medo- rem e aniquilarem de vez; se ainda Pérsia, prata; Grécia, cobre; e como servos e como servas nos tivessem Roma, ferro e barro. Portanto, a vendido, calar-me-ia, porque o inimigo Hamã foi executado e Mordecai inferioridade de todos os governos não merece que eu moleste o rei” (Ester após a Babilônia e a Medo-Pérsia é 7.3-4). O rei Assuero, que havia foi exaltado. Contudo, os probledepositado sua total confiança em mas do povo judeu no reino ainda evidente. Hamã nem tinha bem terminado Hamã, aparentemente não tinha não estavam resolvidos. Novamente, Ester arriscou sua de ouvir as terríveis notícias de sua investigado coisa alguma sobre as própria esposa e de seus conselhei- origens da rainha Ester. Ele não vida: “Falou mais Ester perante o rei e ros quando uma mensagem urgente sabia que ela era judia. “Então, se lhe lançou aos pés; e, com lágrimas do rei o interrompeu: “Falavam falou o rei Assuero e disse à rainha lhe implorou que revogasse a maldade estes ainda com ele quando chegaram Ester: Quem é esse e onde está esse cujo de Hamã, o agagita, e a trama que os eunucos do rei e apressadamente coração o instigou a fazer assim?” havia empreendido contra os judeus” levaram Hamã ao banquete que Ester (Ester 7.5). De forma triunfante, (Ester 8.3). Novamente, “estendeu o Ester havia chegado ao ponto final rei para Ester o cetro de ouro...” (Ester preparara” (Ester 6.14). de seu plano. Essa frágil e bonita 8.4). Esse era o sinal da graça, e mulher, que arriscou sua vida para agora ela poderia novamente apresalvar seu povo, agora tinha a aten- sentar seu caso em favor do seu ção do rei, a maior autoridade povo: “...escreva-se que se revoguem os Esse banquete privado que a rai- naquela terra. “Respondeu Ester: O decretos concebidos por Hamã, filho de nha Ester havia preparado era real- adversário e inimigo é este mau Hamedata, o agagita, os quais ele escremente muito especial. O convidado Hamã. Então Hamã se perturbou veu para aniquilar os judeus que há em de honra era Hamã, e pela terceira perante o rei e a rainha” (Ester 7.6). todas as províncias do rei” (Ester 8.5). vez o rei perguntou: “Qual é a tua Hamã tinha toda a razão de Mas havia um problema: o rei não petição, rainha Ester?” (Ester 7.2). estar com medo. Agora esse poderia conceder esse último desejo Aí, outra revelação devastadora foi homem, que antes fora tão ousado à rainha Ester. A lei daquela terra era feita: “Então, respondeu a rainha e corajoso, revelou-se um covarde: irrevogável. Uma vez que o rei havia

O último pedido da rainha Ester

Hamã é desmascarado

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autorizado e selado referida lei com seu anel, ela não poderia ser revertida, “...porque os decretos feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam não se podem revogar” (Ester 8.8). Isso deve nos lembrar das eternas leis de Deus. Quando o Senhor avisou a Adão que ele morreria se comesse do fruto proibido, essa Lei não poderia ser revogada. Daquele dia em diante, cada pessoa na face da terra estava destinada a morrer, desde o momento de seu nascimento. Não existe possibilidade de se revogar uma Lei Eterna de Deus. Portanto, qualquer um que quiser viver sob a Lei, nunca terá a chance de ter a vida eterna. Para podermos escapar da morte eterna, precisamos aprender uma nova Lei. Essa Lei é baseada em uma outra Lei, estabelecida pelo Filho de Deus. João 3.36 diz: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”. Esse é o ponto principal da mensagem da Bíblia: a fé no sacrifício substituto do Filho de Deus nos coloca sob a jurisdição de uma nova Lei, a Lei do amor. A morte certamente está sob a Lei antiga; contudo, essa sentença de morte já foi executada sobre o Senhor Jesus Cristo, que pagou pelas nossas transgressões em sua totalidade. Qualquer tentativa em manter leis estabelecidas por assembléias, em guardar certos dias santos ou o sábado, a fim de se obter a justificação, é vã. Nada disso levará à salvação eterna, mas sim à condenação. A Bíblia diz claramente: “Todos

quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da Lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gálatas 3.10-13). No caso da rainha Ester, vemos que uma nova lei teria que ser escrita: “Então, foram chamados, sem detença, os secretários do rei, aos vinte e três dias do mês de sivã, que é o terceiro mês. E, segundo tudo quanto ordenou Mordecai, se escreveu um edito para os judeus, para os sátrapas, para os governadores e para os príncipes das províncias que se estendem da Índia à Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada uma no seu próprio modo de escrever, e a cada povo na sua própria língua; e também aos judeus segundo o seu próprio modo de escrever e a sua própria língua” (Ester 8.9). Qual era o conteúdo dessa lei? “...o rei concedia aos judeus de cada cidade que se reunissem e se dispusessem para defender a sua vida, para destruir, matar e aniquilar de vez toda e qualquer força armada do povo da província que viessem contra eles, crianças e mulheres e que se saqueassem os seus bens” (Ester 8.11). Quem eles iriam destruir? Que propriedade eles saqueariam? Anteriormente, vimos que os inimi-

gos dos judeus se identificaram pelos preparativos que estavam fazendo para a sua destruição. Tenho certeza que os judeus sabiam exatamente onde moravam seus inimigos. A lei anterior, redigida por Hamã, havia causado a identificação de tais inimigos. Um evento similar aconteceu quando Israel estava sob o jugo de Faraó. Depois que Moisés requisitou a liberação do povo, Faraó se recusou a deixá-lo partir e ordenou que os israelitas fossem pelo campo e ajuntassem sua própria palha. Assim fazendo, eles se familiarizaram com os vizinhos egípcios, suas casas, e também o conteúdo destas. Então, quando chegou a hora do êxodo, eles foram até a casa daquelas pessoas e pegaram seus bens mais valiosos. Os judeus ainda tinham uma sentença de morte pairando sobre suas cabeças, mas também tinham uma nova lei selada pelo rei: “No dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, quando chegou a palavra do rei e a sua ordem para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus contavam assenhorear-se deles, sucedeu o contrário, pois os judeus é que se assenhorearam dos que os odiavam; porque os judeus, nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, se ajuntaram para dar cabo daqueles que lhes procuravam o mal; e ninguém podia resistir-lhes, porque o terror que inspiravam caiu sobre todos aqueles povos. Todos os príncipes das províncias, e os sátrapas e os governadores, e os oficiais do rei auxiliavam os judeus, porque tinha caído sobre eles o temor de Mordecai” (Ester 9.1-3). A rainha Ester arriscou sua vida. Ela estava disposta a sacrificar-se por seu povo e passou a ser a principal personagem envolvida na salvação física da raça judaica. Seu primo Mordecai foi elevado à realeza: “Então, Mordecai saiu da presen-

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ça do rei com veste real azul-celeste e branco, como também com grande coroa de ouro e manto de linho fino e púrpura; e a cidade de Susã exultou e se alegrou” (Ester 8.15). É importante observar o resultado dessa elevação de Mordecai: “Sucedeu isto no dia treze do mês de adar; no dia catorze, descansaram e o fizeram dia de banquetes e de alegria” (Ester 9.17). É assim que o Senhor trabalha. Em meio à fraqueza, Ele demonstra Sua força; em meio ao desespero, Ele dá eterna segurança. E através da morte, Ele traz a vida eterna. Nenhuma campanha, protesto organizado ou resistência teria ajudado os judeus durante o reinado de Assuero. Apenas a resolução firme da rainha Ester em arriscar a sua vida fez a diferença. Quando o Evangelho é pregado em verdade, como foi o caso da igreja primitiva em Jerusalém, o Senhor age. Lemos em Atos 2.4243,46-47: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. Na igreja primitiva eles “perseveravam na doutrina dos apóstolos”. Novamente, não lemos nada sobre qualquer tipo de marchas de protesto, oposição contra o governo, ou de luta contra todos os tipos de maldade social. Porém, a verdadeira dedicação dos crentes ao Evangelho fez com que tivessem o favor do povo. Eles não eram respeitados por sua posição social, mas por causa da sua simples fé, obedecendo ao que o Senhor havia

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ordenado, pregando o Evangelho a todas as pessoas em todo lugar. No desenvolvimento da igreja primitiva, nada lemos sobre cruzadas especiais ou grandes eventos ecumênicos, mas sim sobre a adesão à doutrina dos apóstolos. A última frase diz: “...acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. Essa é a chave para a evangelização nos últimos dias. É de suma importância fazermos a vontade de Deus. Quando formos obedientes a Deus e nos dispusermos a nos sacrificar pela causa do Evangelho, verdadeiramente o Senhor acrescentará à Igreja diariamente os que forem salvos.

A instituição da festa de Purim Até o dia de hoje, a festa de Purim é celebrada em Israel e nas casas dos judeus em todo o mundo. É a celebração da vitória da rainha Ester sobre Hamã, o inimigo dos judeus: “Mordecai escreveu estas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se

achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe, ordenando-lhes que comemorassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos, como os dias em que os judeus tiveram sossego dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros, e dádivas aos pobres. Assim, os judeus aceitaram como costume o que, naquele tempo, haviam feito pela primeira vez, segundo Mordecai lhes prescrevera; porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, inimigo de todos os judeus, tinha intentado destruir os judeus; e tinha lançado o Pur, isto é, sortes, para os assolar e destruir. Mas, tendo Ester ido perante o rei, ordenou ele por cartas que o seu mau intento, que assentara contra os judeus, recaísse contra a própria cabeça dele, pelo que enforcaram a ele e a seus filhos. Por isso, àqueles dias chamam Purim, do nome Pur. Daí, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que testemunharam, e do que lhes havia sucedido” (Ester 9.20-26).

Até o dia de hoje, a festa de Purim é celebrada em Israel e nas casas dos judeus em todo o mundo. No desenho, é expedida a ordem que instituiu a celebração anual.


Onde fica essa tal de “Palestina”? “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mateus 12.30). Decididamente, a liderança da Igreja Anglicana e a equipe de editores da revista americana Christianity Today perderam o temor de Deus. Esses cristãos praticantes (assim como muitos outros) tiveram a ousadia de se posicionar contra a Palavra de Deus, opondo-se ao direito do povo de Deus à terra que o Senhor lhes deu, e trocando o nome dela. Dessa forma, colocaram-se ao lado das forças contrárias a Deus neste mundo. Fico tremendo só de pensar no que os aguarda. No dia 6 de fevereiro de 2006, o Sínodo Geral da Igreja Anglicana votou pela retirada dos investimentos aplicados em empresas cujos produtos são usados por Israel na “ocupação ilegal” da Judéia e Samaria. Essa atitude foi tomada em resposta a um apelo do sacerdote “palestino” da Igreja Anglicana de Jerusalém. Ao fazer isso, o sínodo inglês seguiu o exemplo de alguns episcopais americanos, que já haviam tomado a mesma decisão anteriormente. Estes, por sua vez, foram “inspirados” pela decisão pioneira da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, que em 2004 inaugurou esse caminho antiisraelita para o mundo protestante. Seguindo a decisão anglicana, o ex-arcebispo de Canterbury,

Lord George Carey, disse que a igreja deveria “falar em investir na Palestina, e não apenas em não investir [em Israel]”. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, no dia em que a vergonhosa decisão foi aprovada na Inglaterra, a revista Christianity Today, de grande circulação, publicou um novo artigo principal em seu site na internet, intitulado “A perturbadora democracia da Palestina”. Embora seja louvável que o artigo abordasse a difícil condição em que vivem os árabes cristãos nas áreas em que o Hamas teve vitória nas eleições, sua perspectiva era totalmente imprópria para uma publicação que afirma ter uma “teologia baseada na Bíblia”. A localização exata dessa Palestina a que todos esses cristãos se referem continua sendo um mistério. Eu fui procurar esse lugar na Bíblia, mas não consegui encontrá-lo em parte alguma. Aqui está o que encontrei de fato: – João Batista pregava às margens do rio Jordão e ali batizava pessoas “no deserto da Judéia” (Mateus 3.1). – José, o marido da grávida Miriam (Maria), levou-a com ele “da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém” (Lucas 2.4), para participar do censo romano. – Jesus nasceu em “Belém da Judéia” (Mateus 2.1).

– Ameaçados por Herodes, José e Miriam pegaram o menino e fugiram para o Egito, onde foram instruídos – após a morte de Herodes – a voltar “para a terra de Israel” (Mateus 2.20). – Jesus cresceu em Nazaré, na Galiléia. Durante Seus três anos e meio de ministério, Ele curou pessoas e ensinou na Galiléia e na Judéia, passando por Samaria (João 4.3). – Os discípulos foram comissionados por Jesus para serem Suas testemunhas “tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1.8). – As primeiras igrejas foram fundadas na “Judéia, Galiléia e Samaria”, onde [os discípulos] andavam “no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, [e cresciam] em número” (Atos 9.31). O Novo Testamento – seja nos Evangelhos, nas narrativas sobre

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O ex-arcebispo de Canterbury, Lord George Carey, disse que a igreja deveria “falar em investir na Palestina, e não apenas em não investir [em Israel]”.

os primórdios da Igreja ou nas epístolas escritas às primeiras comunidades cristãs – não menciona nenhum lugar chamado “Palestina”. No Antigo Testamento, existe uma única ocorrência de uma palavra para designar a região de “Peleshet”. Sete versões da Bíblia traduzem essa palavra como “Filístia”. Só a versão King James traduz “Peleshet” como “Palestina”*. A maioria das versões concorda que a tradução deveria ser Filístia, porque se refere às terras dos filisteus – um povo hoje extinto. Os palestinos também são um povo que não existe. Não que tenham sido aniquilados por alguém, mas sim porque nunca

existiram. Os que hoje se identifi- milhões de leitores – embora, cam como palestinos são simples- provavelmente, alcance muito mente árabes – membros da gran- mais que isso via internet – desde nação expansionista que atual- creve sua missão com estas palamente ocupa a maior parte do vras: “Envolver, encorajar e capacitar a igreja no mundo Oriente Médio. Foram os romanos, depois de inteiro, mostrando a profundidaempreenderam uma guerra geno- de e o poder transformador do cida contra Israel e de arrasarem Evangelho, na forma como ele Jerusalém, que deram o nome de permeia todas as esferas da Palestina à terra de Israel, em vida”. Com artigos como esse que homenagem aos antigos inimigos recentemente, a dos israelitas, como um último publicou ato de desprezo pelos judeus con- Christianity Today está capacitando seus leitores a se colocarem quistados. É claro que tudo isso é de contra Israel e ao lado do mundo. Por mais bizarro que isso possa pouco interesse para aqueles elementos da comunidade cristã que parecer, a Igreja Anglicana e a se recusam a aceitar o retorno do Christianity Today estão agora aliremanescente judeu à sua pátria nhadas com o Hamas, e servindo ancestral, em cumprimento à pro- aos propósitos do islã. (Stan fecia bíblica. E eles estão ensinan- Goodenough – extraído de do os membros de suas congrega- www.StanGoodenough.com) ções e seus leitores a serem tão ignorantes Em todo o mundo, dezenas de milhares de anglicanos e episcopais são influenciados pelas decisões do quanto eles mesmos. Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra. Foto: Catedral Segundo o site da de Hereford. Igreja da Inglaterra, cerca de dois milhões de pessoas participam mensalmente dos cultos dessa denominação, enquanto quase um milhão de crianças estudam em escolas anglicanas. Em todo o mundo, dezenas de milhares de anglicanos e episcopais são influenciados pelas decisões do Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra. A Christianity Today, que afirma ter mais de dois

* Também em português, sete versões traduzem “Peleshet” como “Filístia”. Apenas a Nova Tradução na Linguagem de Hoje usa a palavra “Filistéia”. (N. da T.)

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É sempre mais escuro antes do sol nascer

tanto tempo – estão crescendo rapidamente agora, e vêm com toda a força. Parece que não existe nenhuma outra direção que se possa tomar; nenhum lugar para onde os judeus possam ir; nenhuma rota de fuga; nenhuma saída. As ameaças se estendem em círculos concêntricos que apertam essa pequenina nação como uma cobra jibóia. Quanto mais esticada a espiral, maior o perigo.

“Deus está no meio dela; enfrentando uma realidade que a jamais será abalada; Deus a maioria de seu povo esperava ajudará desde antemanhã. ardentemente que jamais se conBramam nações, reinos se cretizasse. Os israelenses estão aprendenabalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve. O do – embora ainda muito devagar SENHOR dos Exércitos está – que não importa o quanto conosco; o Deus de Jacó é o cedam, o quão sinceros sejam, e Dentro de Israel nosso refúgio (Salmo 46.5-7). O círculo mais interno Durante todos os dezoito está localizado aqui mesmo, anos em que tenho vivido em Israel. É a ameaça que em Israel, nunca vi essa vem dos próprios judeus nação diante de um quadro israelenses e dos árabes tão desanimador e sem espeisraelenses. ranças como o que temos Os judeus de Israel estão ultimamente. Isso não aconprofunda e violentamente teceu nem mesmo durante a divididos, apesar dos infernal Guerra de Oslo (a milhões ao redor deles que “Segunda Intifada”), quanestão rezando e fazendo plado ônibus explodiam por nos para a sua destruição. É toda parte e a artilharia dos uma reprise do que acontetanques em Belém sacudia ceu há 1936 anos, quando as paredes do nosso apartaas coortes de Roma se mento. amontoaram às portas de E, pelo que se ouve aqui Jerusalém, e os judeus que em Israel, o sentimento de estavam dentro dos muros muitos judeus é de que seu da cidade fizeram todo o país está a ponto de entrar trabalho para o inimigo, no período mais escuro que lutando entre si, ao invés de já experimentou, nesta resistirem juntos ao ataque longa noite que vem enfrendos adversários. tando desde que a luz da Pergunte a qualquer esperança brilhou por brejudeu o significado da O sentimento de muitos judeus é de que seu país está a ponto de entrar no período mais escuro que ves instantes, no renasciexpressão “sinat chinam”, e já experimentou desde o renascimento da nação, mento da nação, em 1948. ele lhe dirá: Foi esse “ódio em 1948. Treze anos depois de infundado” entre os judeus Oslo ter fracassado compleque levou diretamente à tamente, abrindo o precedente quantos riscos estejam dispostos a destruição do Segundo Templo, para o “Mapa do Caminho” e a correr. No coração dos árabes à pilhagem de Jerusalém, ao “Visão dos Dois Estados” – pla- muçulmanos não existe terreno assassinato em massa de centenas nos que contribuíram diretamente fértil para a paz. de milhares de judeus, e à disperAs ameaças – que vêm se deli- são do remanescente entre as para o crescimento explosivo do Hamas – a nação de Israel está neando lenta e constantemente há nações.

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O inimigo dentro de casa OLP no lixo e escolheram o Atualmente, um quarto de milhão de israelenses – os que Um milhão e meio de árabes Hamas – o grupo islâmico espevivem nos assentamentos da que vivem em Israel (97% dos cializado em massacrar judeus Judéia e Samaria – foram pratica- quais são muçulmanos) estão do em ônibus da Egged, e fanaticamente satanizados pela imprensa lado do Hamas, o que os torna mente dedicado à destruição de israelense e mundial, que são pre- uma poderosa quinta coluna den- Israel. Esse bando de assassinos infledominantemente de esquerda. tro da Linha Verde. Seus repreSegundo uma pesquisa de opi- sentantes no Knesset (sim, os ára- xíveis e os que lhe dão apoio – nião realizada recentemente pela bes israelenses têm direito a voto aqueles árabes “comuns” dos Faculdade de Administração e elegem representantes) não quais a secretária de Estado dos Rishon Letzion, os judeus que param de exigir o desmantela- EUA, Condoleezza Rice, ainda vivem dentro da Linha Verde de mento do Estado judeu. Eles se insiste em dizer que realmente querem viver em paz Israel (dentro das com Israel – somam fronteiras de 1949) 2,4 milhões, localiodeiam os colonos zados dentro, entre e quase tanto quanto em torno de Israel. odeiam os árabes Seus foguetes lançapalestinos. Alguns dos de Gaza caem até os odeiam mais. diariamente no sul Essa é uma reade Israel, geralmente ção nacional bizarerrando o alvo; mas ra, alimentada pelo estão sendo aperfeimedo e pelo ódio a çoados e modernizasi mesmo, que mosdos. É só uma questra israelenses restão de tempo até que ponsabilizando os graves baixas sejam colonos pelo fracasinfligidas aos judeus so em se conseguir Judeus que vivem dentro da Linha Verde de Israel (dentro das frona paz; culpando-os teiras de 1949) odeiam os colonos judeus quase tanto quanto no Neguev. Num shabbat pela interminável odeiam os árabes palestinos. Foto: colonas judias choram após terem suas casas demolidas por forças israelenses. recente, enquanto onda de violência, minha família e eu pelas mortes e aproveitávamos a mutilações causadas pelo terrorismo que assola a encontram com Ismail Haniyeh – paz e a tranqüilidade que (de nação. o líder do Hamas, recentemente algum modo) ainda pode ser desAntes das eleições gerais de 28 nomeado primeiro-ministro da frutada em Jerusalém, no dia de de março a divisão rasgou [o país] Autoridade Palestina (AP). Eles descanso ordenado por Deus – o de forma profunda e desagradá- viajam até o Líbano, ao norte, e se início de um “novo capítulo na vel. Foi deprimente ver que o par- reúnem com o Hezbollah; e, lado história do Oriente Médio” foi tido Kadima, fundado por Ariel a lado com os líderes desse grupo marcado em Ramallah, alguns Sharon, agora em estado de terrorista, comprometem-se a quilômetros ao norte do local onde estávamos, e em Gaza, a coma, e dirigido pelo primeiro- facilitar o fim de Israel. uma pequena distância, a sudoesministro interino Ehud Olmert – te. um partido minado pela podridão A “Autoridade do Hamas” Ali, o Hamas assumiu o da corrupção e dos favorecimentos – empolgou os eleitores. Com O círculo seguinte é o Hamas. “Conselho Legislativo Palestino”, a vitória, Olmert está pronto para Depois do mundo ter exigido por no qual detém 74 das 132 cadeiremover à força outras dezenas de décadas que Israel aceitasse a ras – uma maioria clara, sem sommilhares de judeus de suas casas, OLP como “o único verdadeiro bra de dúvida... O Hamas está sendo festejado e para entregar aos árabes as áreas representante do povo palestino” mais vitais de Israel. (sic), os “palestinos” jogaram a por muitas nações. Seus represen-

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Horizonte tantes têm sido bem recebidos na Turquia, no Irã, em Moscou e na África do Sul, enquanto os líderes de outras nações do mundo estão na fila para também fazer-lhes um convite. “Não os tratem como terroristas”, recomenda com insistência a União Européia (UE), [dando também a entender:] “e seja lá o que vocês façam, não parem de enviar milhões de dólares a eles, num esforço para deter o terrorismo”. A imprensa internacional, como a BBC e a cada vez mais arabizada CNN, já está calejada na arte de “sanear” a imagem de terroristas. Assim como fez com Yasser Arafat, o arquiassassino dos judeus, a mídia agora está vendendo a idéia de que o Hamas é realmente pragmático e razoável. E quanto ao sangue em que está mergulhado? Bem, é sangue judeu – material barato, descartável.

O norte No Líbano, diretamente do outro lado da fronteira norte de Israel, o Hezbollah (Partido de Alá) está esperando pela guerra. O grupo financiado pelo Irã representa a maior comunidade do Líbano – os xiitas. Sua liderança despeja todos os dias seus discursos cáusticos contra Israel; e, desde que as Forças de Defesa de Israel se retiraram do Sul do Líbano, já colocou mais de 12.000 mísseis em posição de ataque contra o Estado judeu. Esses foguetes podem penetrar fundo na Galiléia e alcançar o Sul, até Haifa; alguns carregam ogivas não-convencionais. A nordeste de Israel fica a Síria, um dos maiores patrocinadores do Hezbollah. Depois de ter-se retirado do Líbano recentemente, sua influência naquele país

está crescendo novamente. A Síria é o mais implacável adversário de Israel. O Relatório Sobre a Defesa Por Mísseis Nº 197 (de 22 de fevereiro de 2006), elaborado pelo Conselho Americano de Política Externa, afirma a respeito do despótico governo da Síria:

círculo externo dessa malévola serpente. Na vanguarda da jihad (guerra santa) global, os devotados servos de Alá que governam a região (que um dia foi a Pérsia) esforçam-se pela realização do juramento que fizeram: destruir o Pequeno Satanás (Israel) e combater o Grande Satanás (Estados Unidos), enquanto conquistam o mundo para o seu deus. O presidente do Irã aponta o dedo para o Ocidente, exigindo abertamente que Israel seja riscado do mapa, e trabalhando ativa-

O regime de Bashar al-Assad em Damasco continua a fazer grandes progressos na sua capacidade operacional com mísseis, cortesia da República Democrática Popular da Coréia (Coréia do Norte). O [boletim] GeostrategyDirect (semana de 20 de fevereiro) relata que, nos últimos três anos, a assistência da Coréia do Norte ajudou a aperfeiçoar substancialmente o arsenal de mísseis de médio alcance Scud-D existente na Síria. De acordo com esse boletim de inteligência, os Scuds modernizados da Síria possuem um alcance de cerca de 700 quilômetros, bem como uma ogiva destacável capaz de carregar armas químicas ou biológicas. A Síria é o mais implacável adversário de Israel. O Durante meses, a regime de Bashar al-Assad continua a fazer granSíria tem se contorci- des progressos na sua capacidade operacional com mísseis.

do embaraçada sob os holofotes internacionais, por conta de seu envolvimento no assassinato do ex-presidente do Líbano, Rafic Hariri, em fevereiro de 2005. Em vez de esclarecer a questão, Assad foi a Teerã para se encontrar com o presidente Ahmadinejad, uma imitação de Hitler. A colaboração estratégica entre os dois países certamente foi o assunto principal.

Islamistão Ali, no instável e arrogante Irã governado pelos aiatolás, fica o

mente para alcançar essa meta, sem se intimidar – e, na verdade, até sentindo grande prazer – com a comoção que provoca no mundo. O que o Irã já tem em seu arsenal: mísseis norte-coreanos Shihab-3 de longo alcance, e outros; grande quantidade de ogivas com ADMs (Armas de Destruição em Massa) para esses mísseis; além do supremo fator motivador dos muçulmanos (a convicção na inevitabilidade da

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Horizonte primeira luz do dia. vitória) e da disposiMas, de uma coisa ção de todo o corasabemos: é sempre ção – na realidade, o mais escuro antes do anseio – de um sol nascer. E, quanincontável número do o sol brilhar, de pessoas de sacrifiDeus agirá. car a vida como sha“Aguardo o hids (mártires) nessa SENHOR, a minha guerra santa. Enquanto isso, o alma o aguarda; anti-semitismo vem eu espero na sua crescendo no mundo palavra. A minha inteiro; novos casos alma anseia pelo são relatados diariaSENHOR mais do mente. Na França, que os guardas O que o Irã já tem em seu arsenal: mísseis norte-coreanos Shihabum judeu foi levado pelo romper da 3 de longo alcance (foto), e outros; grande quantidade de ogivas à força e seus seqües- com ADMs (Armas de Destruição em Massa) para esses mísseis manhã. Mais do tradores exigiram um que os guardas resgate da família – pelo romper da todo mundo sabe que os judeus pequeno país prestes a ser muti- manhã...” (Salmo 130.5-6). são ricos. Como a família não lado, é um estorvo e uma constan“Porque não passa de um pôde pagar, ele apareceu nu, te ameaça à estabilidade. A nação momento a sua ira; o seu favor amarrado a uma árvore, com simplesmente terá que deixar de dura a vida inteira. Ao anoitequeimaduras e outros ferimentos existir – sendo dada a seus judeus a cer, pode vir o choro, mas a por todo o corpo. Pouco depois, escolha entre tornarem-se dhimmis alegria vem pela manhã” ele morreu. (cidadãos de segunda categoria) (Salmo 30.5). Numa série de incidentes que num Estado árabe-muçulmano, ou “Temos, assim, tanto mais são cópias uns dos outros, anti- se estabelecerem como colonos em confirmada a palavra profétisemitas armados com longas facas outro lugar qualquer. ca, e fazeis bem em atendêtêm atacado sinagogas na Rússia. Essa “solução” já foi proposta. la, como a uma candeia que Ao mesmo tempo, um filme Ela anuncia uma terceira brilha em lugar tenebroso, “palestino” glorificando homens- Diáspora (Dispersão), da qual até que o dia clareie e a estrebomba que matam judeus israe- Israel não reviverá, retornará e se la da alva nasça em vosso lenses foi indicado para receber o reerguerá mais. coração, sabendo, primeiraOscar. Certamente, é um momento mente, isto: que nenhuma desesperador e de trevas profun- profecia da Escritura provém das. Depois de milênios esforçan- de particular elucidação” (2 Escuro e desesperador do-se para destruir o povo judeu, Pedro 1.19-20). Amigos de Israel, todos que Resumindo, o perigo mortal o espírito de Amaleque parece amam o Deus de Israel: Vigiem, que se levanta contra Israel atual- estar a ponto de vencer. orem e agarrem-se firmes a essa mente excede em muito o que foi esperança. Sempre fiel à Sua palapreparado contra os judeus da Porém, o nascer do sol se vra, pela qual Ele vela para a Europa, quando estes adentravam aproxima cumprir, o Senhor agirá. E quaningenuamente a década de 30, a caminho de Auschwitz. Por mais que a situação pareça do, em breve, Ele o fizer, será de A tendência crescente das déca- terrível e desesperadora, os que tal maneira que a nação de Israel das passadas traz o alerta de que crêem no Deus de Abraão, Isaque e as nações do mundo não duvinão demorará muito até que o e Jacó – o único Deus – têm todos darão mais de que Ele, o Deus de Israel, é o SENHOR. (Stan mundo – com exceção, talvez, dos os motivos para ter esperança. Estados Unidos – finalmente cheNão sabemos quando esta Goodenough – extraído de gará à conclusão de que Israel, esse noite começará a clarear com a www.StanGoodenough.com)

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Repreensão justificada?

Compra de fragmentos históricos extraordinários “Estou vivo e sou uma pessoa livre”, diz sorrindo o professor Chanan Eshel. Há algum tempo veio a público que ele havia adquirido de beduínos alguns fragmentos de pergaminhos com versículos do livro de Levítico. Eles haviam descoberto o texto, de quase 2.000 anos de idade, da época do levante de Bar-Kochba contra os romanos, em uma caverna perto do Mar Morto. Na seqüência haviam surgido boatos de que Eshel fora despedido de sua cátedra na Universidade Hebraica de Jerusalém por ter transgredido as leis que regulamentam a descoberta de antigüidades. Em uma conversa com o correspondente no Oriente Médio Ulrich Sahm, Eshel confirmou ter visto e fotografado os documentos de valor histórico incalculável pela primeira vez em agosto de 2004. Beduínos o teriam informado da

descoberta em uma caverna às margens do rio Arugot, em En Gedi. Eshel procurou a caverna e encontrou mais alguns pedaços de pergaminho, confirmando que ela foi usada por judeus em torno do ano 135 d.C. durante a revolta contra os romanos. Somente em novembro de 2004, segundo informações do próprio Eshel, ele teria escrito um relatório comunicando a descoberta ao Departamento de Antigüidades. Esse órgão não apenas tem a responsabilidade sobre todas as descobertas arqueológicas no país mas também combate o crescente roubo de peças antigas em escavações ilegais. Segundo Eshel, funcionários do Departamento de Antigüidades o teriam repreendido seriamente por não ter comunicado imediatamente, mas apenas em novembro de 2004, a descoberta do 15º rolo do Mar Morto.

Palavras de homens ou a Palavra de Deus? O Salmo 81 é um lindo capítulo da Palavra de Deus. Começa dizendo: “Cantai de júbilo a Deus, força nossa; celebrai o Deus de Jacó” (v.1). Lamentavelmente, muitos que o lêem não o entendem. Pensam que estudando inúmeros livros escritos por homens, sabem tudo. Mas quando falo com eles, posso ver claramente que são fracos na fé.

No Salmo 81 está escrito: “Não haja no meio de ti deus alheio, nem te prostres ante deus estranho” (v.9). Muitas pessoas, entretanto, adoram homens e consideram sagradas as palavras desses homens. Crêem que os mesmos são fiéis a Deus, quando, na realidade, são pecadores que necessitam de arrependimento. E o que é pior, esses falsos mestres ensi-

Porém, em março de 2005, quando Eshel comprou os fragmentos por “apenas” 3.000 dólares que recebeu como doação, pois os pergaminhos ameaçavam se decompor, as autoridades não reagiram. Depois disso as acusações tornaram-se cada vez mais intensas, inclusive com alguns arqueólogos argumentando que o material descoberto deveria ser destruído para não incentivar escavações clandestinas. O professor Eshel contesta: “Estou contente por ter salvo uma descoberta tão preciosa para o povo de Israel. Se eu não tivesse comprado os fragmentos, eles teriam acabado no mercado negro mundial de antigüidades”. Se o professor Eshel tivesse realizado a transação de compra dos fragmentos dos beduínos em território israelense, não seria culpado de transgressão alguma. Mas os beduínos lhe alcançaram o pergaminho de Levítico às margens do rio Arugot, que até 1967 estava sob soberania jordaniana e desde então é considerado território ocupado. “Tivéssemos andado algumas centenas de metros em direção a En Gedi e efetuado a transação em território israelense, eu não teria transgredido as leis.” (US/AN)

nam os outros a fazer o que eles mesmos fazem. Com freqüência encontro alguns que acreditam ser santos devido aos seus muitos livros e suas línguas afiadas. Sinto compaixão pelas pessoas que não têm fé verdadeira, que dão ouvidos a eles, caem em suas redes e permanecem enganadas. Recentemente, estive com um grupo e escutei vários rabinos que estavam seguros que também podiam jogar a rede em redor de mim. Porém, quando um deles me perguntou: “Que pensas a respeito de tudo que ouviste?”, eu lhes disse: “A vida e a morte estão no Notícias de Israel, abril de 2006

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Horizonte poder da língua”, e acrescentei: “e Qualquer um pode escrever um a língua de vocês não pode trazer livro – mas Deus nos deu a Bíblia. vida”. Agora os rabinos estavam irritaEle surpreendeu-se porque pen- dos. Um deles gritou: “Não queresou que o apoiaria e diria “amém” a mos mais te ver!” Depois de uma todas as suas agradáveis palavras. Falei para os que estavam reunidos ali que deviam cuidar das palavras daquele homem porque, como dizemos em Israel, “debaixo da sua língua há mel e leite”. O rei Salomão afirmou: “A língua branda esmaga ossos” (Pv 25.15). Muitas pessoas crêem em inúmeras coisas que não são corretas por causa de palavras ditas com lisura. O fim delas é o sofrimento. Minha resposta não agradou aos rabinos. “Qual demônio trouxe você aqui?”, perguntou um deles. Aqueles que o escutaram começaram a se interessar e olhavam ao redor para ver de quem ele estava falando. “Não estou persuadindo essas pessoas a crerem em deuses falsos”, eu disse. “Como pode dizer para elas que não sabem nada acerca da fé, que aquilo Abrindo um rolo da Torá diante do Muro das tações em Jerusalém. que dizemos não é verdade?”, perguntou o rabino. Dessa vez abri minha Bíblia. “Observem isto”, disse eu, longa conversa, as pessoas presenfalando para a multidão. “Onde tes ali decidiram que não queriam está a verdadeira informação refe- mais escutar os rabinos. rente à fé no Senhor? Na Bíblia ou Começaram a me fazer perguntas. nesses muitos livros que vocês estão Observei que, às minhas costas, os vendo nas mãos dos rabinos?” rabinos estavam escutando. Alguém do grupo me interpelou: Falamos sobre o rabino ultra“Podemos ver a sua Bíblia?” Assim, ortodoxo de Nova York que alguns mostrei minha Bíblia para eles. Os afirmam ser o Messias. O rabino que me rodeavam concordaram que Menachem Mendel Schneerson aquilo que pertence à fé está escrito morreu em 1994. Muitos lêem sobre na Bíblia e não em livros que des- ele e vêem regularmente suas fotos toam das verdades bíblicas. publicadas na imprensa israelense.

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Depois que li na Bíblia acerca do Messias, perguntei: “Onde diz aqui que o Messias que virá para o povo de Israel procederia de Nova York?” Todos começaram a rir. Diante disso, os rabinos disseram: “Tenham cuidado. Esse homem é perigoso”. Perguntei outra vez: “Onde está escrita a plena verdade de Deus?” Todos responderam: “Na Bíblia, é claro!” Então, os rabinos disseram: “Agora sabemos quem tu és!” Perceberam que creio que Jesus é o Messias profetizado na Palavra de Deus. Então lhes disse: “É bom que vocês saibam e vejam que essas pessoas procuram a verdade e não as falsas crenças de vocês”. Nosso dever é ensinar a Palavra e sermos servos do Senhor. A Bíblia diz: “Tu és o meu servo, és Israel por quem hei de ser glorificado” (Isaías 49.3). (Zvi, Israel My Glory)

Lamen-

Zvi nasceu na Polônia, é sobrevivente do Holocausto e desde 1948 vive em Israel. Lá aceitou Jesus, o Messias, como seu Salvador pessoal.

Recomendamos o livro Os Fatos Sobre Jesus, o Messias. Pedidos: 0300 789.5152 www.Chamada.com.br



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