Mulheres Boas de Cama - Capítulos 1 e 2

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SINTA MAIS PRAZER, TENHA MAIS ORGASMOS E SEJA MAIS FELIZ

Mulheres

Boas de

cama Guia prático para revolucionar sua vida sexual

Jaque Barbosa e Eme Viegas Criadores do site Casal Sem Vergonha

lido por mais de 7 milhões de pessoas por mês.


© 2015, by Jaqueline Barbosa e Emerson Viegas Título: Mulheres boas de cama - Guia prático para revolucionar sua vida sexual Gerente Editorial: Jaqueline Barbosa e Emerson Viegas Projeto Gráfico: Emerson Viegas Diagramação: Emerson Viegas Revisão: Lara Souto Santana e Jaqueline Barbosa Capa: Emerson Viegas

2015 Todos os direitos desse ebook são reservados. Nenhuma parte dessa obra pode ser apropriada e estocada em sistema de bancos de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão dos detentores do copyright.

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Índice

Um pouco da nossa história e porque você precisa deste livro

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Aprendendo com as mulheres boas de cama

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1) Derrubando tabus e preconceitos

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2) Coisas que o sexo te ensina

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3) Como perder a vergonha

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4) A cilada do cu doce

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5) Como quebrar o tabu de falar sobre sexo com ele

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Sinta mais prazer

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6) O que há dentro do corpo de uma mulher

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7) Masturbação: a arte de sentir prazer sozinha

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8) Zonas erógenas que você nem sabia que existiam

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9) Os segredos do orgasmo feminino

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10) Técnica DATE para chegar ao orgasmo

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11) Coisas que você precisa saber sobre lubrificação

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12) O êxtase da ejaculação feminina

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Índice

13) Posições sexuais para sentir mais prazer

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14) A importância de se inspirar

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15) Sexo anal sem traumas

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16) O poder do pompoarismo

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17) Coisas que você pode aprender com o sexo tântrico

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18) Um tapinha não dói

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19) Como ensinar seu parceiro a realizar suas fantasias

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Dê mais prazer

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20) O poder do beijo na boca

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21) Como masturbá-lo melhor do que ele mesmo

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22) Os segredos do boquete perfeito

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23) Como dominar a arte do Deep Throat

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24) O prazer escondido nas bolas

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Uma nova mulher

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Eu já me fodi muito no sexo. E não foi no bom sentido. Já senti muita insegurança e encanação com meu corpo. Já fiquei com muito medo de ser julgada como vadia por expor meus desejos. Já fiquei horas esperando o telefone tocar em vão depois de uma noite de sexo. Já desperdicei muita chance de sentir prazer porque não me conhecia. Já fingi o orgasmo várias vezes e depois me tornei prisioneira dessa mentira. A gente não aprende sobre sexo em lugar nenhum e quando nos vemos estamos lá, nus em uma cama, sem saber direito como pegar no outro e como expressar nossas fantasias sexuais bizarras (todo mundo tem pelo menos uma dessas fantasias cabeludas!). É tipo ser jogado no mar com equipamento de mergulho, sem treinamento nenhum e falar: “Vai, se vira!”. Não seria uma surpresa que uma pessoa nessa situação se atrapalhasse, fizesse besteira e até mesmo se afogasse. É assim que funciona com o sexo também. A gente cai no olho do furacão sem treinamento nenhum. Não é à toa que ficamos com dúvidas, inseguranças e até mesmo traumas com o passar dos anos. No início da minha vida sexual, sexo era quase uma tarefa mecânica. Era até divertido, mas como eu não sabia explorar todo o potencial que tinha para sentir e dar prazer, desperdicei muitas chances de ter experiências incríveis. Volta e meia eu até questionava porque as pessoas enalteciam tanto o sexo assim. “Tá, transar é divertido, mas também não é pra tanto”, eu pensava. O principal motivo para eu enxergar o sexo dessa maneira era porque eu não conseguia gozar com outras pessoas. Eu conseguia gozar com uma certa facilidade com masturbação, mas jamais outra pessoa tinha conseguido me fazer chegar lá. Depois de várias tentativas sem sucesso, eu comecei a me sentir mal. Ficava pensando que eu era frígida, que tinha alguma coisa de errado comigo, que não era possível eu não conseguir gozar se todas as mulheres conseguiam. E foi aí que eu comecei a fingir. Fingi uma vez, vi que deu certo. Fingi mais uma, depois outra, até que fingir orgasmo se tornou um hábito na minha vida. Achava que essa era 6


uma forma de resolver meu problema: o cara ficava feliz, eu não me sentia pressionada, seria bom para os dois lados. Só que o que eu não conseguia enxergar na época é que quem mais estava perdendo nesse joguinho de mentiras era apenas eu! Além de fingir o orgasmo, eu também não conseguia relaxar tanto quanto gostaria. Tinha algumas encanações com o meu corpo. Achava meus peitos grandes demais, minha bunda flácida e morria de vergonha das estrias. Por causa disso, evitava posições que evidenciassem demais essas partes do meu corpo. Em vez de me concentrar em sentir prazer, eu ficava viajando no que o cara iria pensar de mim. O resultado era que o sexo acabava sendo meia-boca sempre. Era gostoso, mas não era espetacular. Isso contribuía para que os meus “rolos” não durassem muito. Depois de transar algumas vezes, o cara simplesmente sumia do mapa! Com isso, minha insegurança aumentava ainda mais, tanto no sexo quanto nos relacionamentos. Ficava me perguntando o que tinha de errado comigo, mas não encontrava respostas. Até que o Eme surgiu na minha vida. Eu tinha recém terminado um namoro que tinha acabado porque as coisas foram esfriando com o tempo. Inclusive o sexo. Quando fomos nos dar conta da gravidade do problema, já tínhamos nos transformado em amigos. O Eme vinha de uma fase de mais ou menos um ano solteiro, depois de ter tido pelo menos umas seis namoradas sérias. Ele estava convencido de que ser solteiro era mesmo a solução e dividia o seu tempo saindo com diferentes mulheres. Ele não conseguia encontrar uma mulher só que suprisse todas as suas necessidades e que o completasse de modo que ele não sentisse mais vontade de ficar com outras pessoas, então ficava com várias, aproveitando o melhor de cada uma delas. Tratava todas bem, como se fossem namoradas, mas sem a obrigação de fidelidade ou de prestar contas. Os amigos acreditavam que ele seria mesmo o solteirão/pegador da turma. Até que um dia a gente se conheceu de uma forma bem improvável pra 7


maioria das pessoas: pelo Orkut (wow! Estamos ficando velhos! #RIPOrkut). A gente se cruzou em alguma comunidade em comum, fomos conversando até que marcamos um encontro, depois outro, depois outro...Foi difícil, viu? Ele estava saindo com várias mulheres ao mesmo tempo e sempre me dava canos dizendo que precisava trabalhar até tarde, que era aniversário da avó dele de 98 anos, que tinha de levar o cachorro no veterinário ou qualquer outra desculpa nada convincente. Mas por algum motivo eu sentia que era pra gente ficar junto e insisti (as mulheres sempre sacam essas coisas antes, fala aí?). Eis que três meses depois do primeiro encontro, a gente começou a namorar. Hoje, cinco anos depois daquele “scrap” que daria início a tudo, estamos mais felizes do que nunca. Nossa parceria fica cada dia mais forte. O respeito e admiração só crescem. O sexo fica mais quente cada dia que passa. E a gente confirmou na prática que aquela ideia de se reapaixonar pela mesma pessoa todos os dias é possível.

O Eme era publicitário nas maiores agências de São Paulo, eu era professora de inglês, até que decidimos largar nossas antigas profissões para apostar num sonho. Queríamos fazer alguma diferença no mundo e 8


tivemos uma ideia. A gente tinha uma coisa muito forte em comum: adorávamos conversar e pesquisar sobre amor e sexo. Antes mesmo de começarmos a namorar, passávamos horas conversando sobre isso. Muitas vezes íamos para o motel e ficávamos horas e horas conversando, para ir para os finalmentes só quando o dia raiava. Era assunto que não acabava mais. Ficávamos conversando sobre o que considerávamos modelos interessantes de relacionamentos, discutíamos conceitos sobre fidelidade, modos de vida, ciúmes, sinceridade, atitude, vergonha na hora do sexo, intimidade, dentre outras coisas. Percebemos também que nós dois éramos os conselheiros amorosos dos nossos amigos. Sempre que algum deles estava em crise, cabia a nós dar os conselhos na hora em que a coisa apertava. Também descobrimos que nós dois tínhamos em nossas casas uma verdadeira biblioteca formada por obras relacionadas a amor e sexo. Éramos estudiosos natos desse assunto. E, obviamente, não ficávamos só na teoria – testávamos conceitos nos quais acreditávamos no nosso próprio relacionamento e também nas nossas vidas pessoais. Decidimos que não queríamos ter uma relação padrão seguindo moldes pré-estabelecidos pela sociedade. Queríamos construir uma relação da forma que achávamos ideal, mesmo que isso fosse visto com estranheza pelos mais tradicionais. Por isso, antes de começarmos a namorar, alinhamos as nossas visões e fizemos acordos para que pudéssemos viver a relação dos nossos sonhos. Finalmente consegui me descobrir no sexo. Com ajuda do Eme, e de muita pesquisa, consegui me livrar das encanações com meu corpo. Hoje tenho total controle sobre meu corpo (já cheguei a gozar mais de dez vezes numa relação sexual, sem falar nos orgasmos múltiplos) e descobri meu potencial de sentir e dar prazer. Percebemos então que poderíamos ajudar as pessoas nessa área dos relacionamentos e sexualidade. Unimos a experiência dele com internet e criação, o meu prazer em escrever, as conclusões e discussões sobre relacionamentos que faziam parte da nossa rotina, e assim demos início ao que atualmente é o maior site na internet brasileira focado em discutir 9


sobre relacionamentos e sexo – o Casal Sem Vergonha [www.casalsemvergonha.com.br], que hoje recebe mais de sete milhões de visitas por mês. O CSV nasceu justamente desse nosso exercício diário de explorar questões da vida a dois e tentar encontrar soluções para os problemas que atingem 99% dos casais, na vida e na cama. A gente sabia que havia formas de fugir dos problemas padrões nas relações de pessoas e que acabavam com elas. Fomos testando conceitos, metodologias, alinhamentos, e percebemos que a solução para os problemas do cotidiano dos casais era na verdade mais simples do que pensávamos no início. Percebemos que os veículos que se dedicavam a falar sobre o tema, menosprezavam a inteligência das pessoas e precisávamos fazer algo a respeito.

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E as pessoas definitivamente estavam precisando de um espaço no qual poderiam discutir sobre esses temas presentes na vida de todo mundo, sem tabus nem preconceitos. Assim, foram surgindo os primeiros vídeos, nos quais ligávamos a câmera e colocávamos em pauta alguns dos maiores tabus ainda existentes na sociedade, que impediam muitas pessoas de ter relações felizes. Fomos tendo um feedback impressionante das pessoas que queriam ouvir mais, queriam saber mais, aprender mais, e assim vimos a necessidade de começar a escrever textos diários com nossos pontos de vista. Esse foi o começo de tudo, e ao longo de quatro anos de site, continuamos recebendo uma série de depoimentos diários de pessoas que foram positivamente impactadas pelo projeto – desde mulheres que eram casadas há trinta anos e que não faziam mais sexo há dez anos, até mulheres que nunca tinham gozado na vida e que encontraram no CSV um espaço onde podiam tirar dúvidas e participar de discussões. Posso dizer que nesses anos de projeto ouvimos de tudo – tudo mesmo – o que você possa imaginar sobre sexo e relacionamentos, e percebemos o quanto as pessoas estavam carentes e necessitadas de um lugar onde pudessem discutir, sem julgamentos, sobre os assuntos que afligem todo mundo, mas que ainda eram vistos com muito tabu e repressão por uma sociedade hipócrita. Afinal, se todo mundo transa e se relaciona, por que raios não podemos falar sobre isso? Além do contato direto com as pessoas, fizemos também muitos cursos de especialização sobre o assunto, consumimos uma vasta quantidade de livros sobre o tema (ainda bem que existem ebooks hoje em dia, ou a nossa casa seria dominada por livros sobre sexo!), assistimos à palestras dos melhores especialistas na temática de amor e sexo do mundo inteiro, e a cada dia mais continuamos nos especializando nesse fascinante universo. Conclusão: além de namorados, viramos também sócios. Largamos para trás empregos que já não nos faziam felizes, e conquistamos uma vida que para muitas pessoas é inimaginável. Nosso escritório é o mundo, e trabalhamos em qualquer lugar desde que tenhamos uma boa conexão com internet e um laptop debaixo do braço. Saímos de São Paulo, 11


vivemos dois anos em uma agrovila em Ilhabela de frente pro mar, trabalhamos de diferentes lugares na Europa, desde uma praia em Barcelona até um coffeeshop em Amsterdã, e para nós a aventura apenas começou. Encontramos a fórmula antimonotonia. Contrariamos todas as regras que dizem que trabalhar com quem se ama pode ser uma péssima ideia. Unimos nossos potenciais e assim conseguimos ir mais longe. Nossa parceria aumentou. Nossa vida sexual fica cada dia melhor. Viajamos juntos para os lugares mais incríveis do planeta. Aprendemos diariamente um com o outro. Não temos ciúmes. E deixamos muita gente confusa quando afirmamos que só discutimos mesmo para ver quem fica com o controle remoto. Durante estes quatro anos, criamos uma relação íntima com os nossos leitores. Calma, não é isso que você está pensando! Estamos falando de intimidade no sentido das pessoas se abrirem com a gente como não podem fazer com mais ninguém. Como ainda é muito difícil conversar sobre sexo com as pessoas (e com o parceiro), muita gente acaba não tendo com quem desabafar e tirar dúvidas. É aqui que o nosso projeto impacta e transforma vidas. Com o objetivo de ajudar ainda mais mulheres a entender que elas são Deusas e que podem ter uma vida sexual muito mais fantástica do que vêm tendo, nasceu este livro. Ele foi feito com base no conhecimento acumulado nestes quatro anos de pesquisas, de cursos, de estudo, de conversas, de terapia com casais e do mantenimento de um site com conteúdo diário e exclusivo sobre amor e sexo. Temos certeza de que toda mulher é boa de cama, algumas delas apenas precisam descobrir isso. Toda mulher tem o potencial de sentir e dar muito prazer. Toda mulher tem o potencial de ser sexy. Toda mulher tem potencial de arrasar no sexo. Toda mulher tem potencial de ter uma vida sexual incrível. Inclusive você. As MBC (Mulheres Boas de Cama, como iremos chamá-las neste livro) são aquelas que perceberam que o controle do seu prazer está dentro delas e que sabem que o potencial feminino de sentir prazer é infinito (só o fato das mulheres serem capazes de ter orgasmos múltiplos, enquanto 12


os homens perdem a libido depois de ejacular, já prova isso!). Toda mulher pode se tornar uma MBC, basta um pouco de treinamento para isso. Depois de tantos anos trabalhando com sexualidade, percebemos que os problemas das mulheres são muito parecidos, e a grande maioria deles é mais fácil de resolver do que elas pensam. Nós vamos te ajudar a chegar lá. Existe uma receita para isso. A sua vida sexual não precisa ser morna, muito menos um fiasco. Não mesmo. A maioria das mulheres, inclusive eu no passado, passa muito tempo se convencendo de que é normal não gozar em todas as relações sexuais, que é normal o sexo ficar monótono depois de um tempo, e que elas já sentem o máximo de prazer possível. Você precisa mudar esse padrão mental e o livro que você tem nas mãos hoje é um grande passo rumo a sua transformação. A verdade, pelo menos a verdade segundo nós vivemos, e que compartilharemos neste livro, é bem diferente. Desde como conseguir a sentir orgasmos múltiplos até como fazer ele se apaixonar por você depois de uma transa, vamos te mostrar como as mulheres boas de cama fazem o que pra muita gente é impossível. Se você está lendo este livro, o mais provável é que não quer ter uma vida sexual monótona e sem graça. Você quer revolucionar a sua vida sexual e nós iremos dar os passos para você conquistar isso. Não é impossível. Nem utópico. É muito mais real do que você imagina. Nos últimos quatro anos, respondemos centenas de vezes à pergunta “como ser uma mulher boa de cama?” e decidimos escrever este livro para que a resposta chegue para a maior quantidade de pessoas possível e que consiga ajudar muitas mulheres pelo mundo a sentir mais prazer, se conhecer melhor, dar mais prazer e gozar mais da vida. Aqui você encontrará as ferramentas e os “cliques” dos quais você precisa para finalmente ser uma mulher boa de cama e deixar de lado para sempre velhos conceitos limitadores. Todas as respostas e quebras de paradigmas que levantamos nesses últimos anos finalmente foram condensadas em uma obra que vai mostrar como é possível deixar de ser uma mulher insegura para se tornar uma mulher que sabe o que quer. Iremos colocar em xeque algumas das “verdades” e conceitos antigos de sexo que hoje em dia só geram frustração e sofrimento, e iremos cutucar 13


algumas feridas levantando questões do tipo: > Sua vida sexual anda tão boa quanto gostaria? > Como se sentiria se conseguisse gozar em todas as relações sexuais e sentir prazeres que você jamais imaginaria poder sentir? > Qual seria a sensação de fazer com que alguém não consiga parar de pensar em você depois de uma noite de sexo? > Que tal se você pudesse dominar técnicas que vão deixar qualquer homem com muito tesão? > Qual seria a sensação de tirar a roupa e se sentir sexy e poderosa? > Como se sentiria se conseguisse fortalecer a parceria com a pessoa que você ama com um sexo incrível? > Há mulheres que exploram todo o seu potencial e sentem muito prazer, e outras que acham que sexo é algo morno. Em qual time você quer estar? Nesse ponto, você deve estar se perguntando o que torna este livro diferente das centenas de outros que ocupam as prateleiras da área de sexo nas livrarias e na internet. Em primeiro lugar, não iremos gastar muito tempo focando nos problemas. Vamos assumir que você está cansada de uma vida sexual mais-ou-menos e está em busca de revolucionar sua vida sexual e sentir mais prazer. A partir daí, te daremos ferramentas para conquistar o que você busca. Em segundo lugar, iremos focar no que realmente importa, nas coisas que realmente fazem a diferença. Você quer usar uma lingerie linda? Ótimo. Quer gastar horas na academia para ter um corpo perfeito? Excelente. Mas já adiantamos que nada disso vai garantir que o sexo seja bom de verdade. Vamos nos concentrar em gerar reflexões e dar aqueles cliques que você de fato precisa para operar milagres na sua vida sexual. 14


Esse foi um livro escrito a quatro mãos. Todos os conceitos que você ler nessa obra foram criados por mim e pelo Eme Viegas, durante a nossa trajetória trabalhando com o comportamento sexual do brasileiro. Todas as técnicas, reflexões e questionamentos foram frutos dessa parceria. No entanto você vai perceber que a voz principal do livro é feminina. Como essa obra foi feita direcionada para as mulheres, eu, Jaque Barbosa, vou assumir a narração na maior parte do tempo, afinal tem coisas que a gente prefere falar de mulher para mulher. Já vamos avisando que este é um livro pé-na-porta. Se você é frágil demais e detesta ouvir verdades, recomendamos que pare a leitura por aqui. Nossa intenção é abusar da sinceridade, num nível que nem sua mãe nem seus amigos fariam. Pode doer um pouco, mas garantimos – se lida com atenção –, a obra que tem nas mãos pode transformar para sempre (e para melhor) sua vida sexual. Depois dela, há chances de você nunca mais ser a mesma. Aperte os cintos o avião vai decolar e você está prestes a embarcar numa jornada de conhecimento que não tem mais volta. Avisamos que não temos saída de emergência e nem rota de fuga. No caso de falta de ar e de taquicardia, pare, respire, tome uma água e volte para a leitura. Turbulências são esperadas durante a jornada – mantenha a calma e tudo dará certo. Desejamos a todos uma prazerosa e transformadora viagem. Jaque Barbosa e Eme Viegas Florianópolis – Brasil 2015.

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Ninguém sabe muito bem de onde vem essa coisa que faz com que todos os homens se apaixonem ainda mais por ela depois do sexo. O fato é que depois de uma experiência íntima com ela, nenhum homem é mais o mesmo. Ele pode até tentar esquecê-la, mas as cenas dela mordendo os lábios e encarando-o sem medo nenhum de mostrar que queria devorar cada parte dele deixará marcas profundas nele e na memória dele. A mulher boa de cama não nega seus instintos. Ela gosta de sexo e não tem vergonha nenhuma de admitir. Ela pode até não expor isso entre as rodas de amigos, mas, entre quatro paredes, para o sortudo que tiver a chance de dividir a cama com ela, ela é pura autenticidade. Ela é daquelas que deixa qualquer homem pronto só de olhar. Ela olha fundo nos olhos e sem precisar dizer nada, fazendo com que ele não veja a hora de tocá-la. Ela tem o controle de tudo, mas até deixa que ele pensa que o controle também é um pouco dele. Faz parte do seu show.

Se ele não sabe como satisfazê-la, ela logo trata de ensinar, porque a 17


mulher boa de cama não tolera um cara que não sabe o que faz na cama por muito tempo. Ela diz do que gosta e não perde tempo esperando que o cara adivinhe. A mulher boa de cama é sexy e sabe disso. E sabe principalmente que ser sexy não tem nada a ver com uma lingerie bonita ou com um Scarpin salto 15. Ela sabe ser sexy até de pijama quando acorda. Isso acontece porque ela se sente linda e exala autoconfiança pelos poros, fazendo com que qualquer um que passe uma noite com ela concorde com isso. A mulher boa de cama não é só escolhida, ela escolhe. Ela não espera o homem tomar iniciativa. Se quer, pede. Se não está gostando, muda. Ela gosta de sexo e não transa somente para satisfazer as vontades masculinas. Ela é dona do próprio prazer e leva à risca o conceito de que mulheres são Deusas. Ela é a Deusa da sua própria mitologia. A mulher boa de cama goza quantas vezes quiser, porque ela conhece seu corpo e suas fontes de prazer melhor do que qualquer um. Ela jamais deixaria seu prazer somente nas mãos de outra pessoa. Ela se toca, se satisfaz e goza de si mesma. A mulher boa de cama sabe o que fazer na hora certa, não precisa ser guiada. Mas ela também deixa que o outro fique no comando para que ele tenha, pelo menos por alguns instantes, a sensação de que pode controlá-la. A mulher boa de cama tem atitude: pede, propõe, realiza. A última coisa que ela vai parecer na vida é uma boneca inflável esperando para ser comida. A mulher boa de cama não tem tabus nem preconceitos e não aguenta mais de vinte minutos ao lado de um cara que ainda acha que mulher tem que ser recatada. Ela não tem paciência para joguinhos e muito menos para encanar com que os outros acham dela. A mulher boa de cama não finge, ela é. E aquele que não entender como cabe tanta autoconfiança numa pessoa só, jamais terá chance com ela. A mulher boa de cama vive dentro de cada uma das mulheres do mundo. Inclusive dentro de você. Você só precisa libertá-la para transformar sua vida para sempre. Este livro vai te ensinar como fazê-lo. 18


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Eu me masturbo desde que me conheço por gente. Antes mesmo de eu sonhar em ter pêlos pubianos eu já me esfregava nos travesseiros da casa em busca de prazer. No início eu não tinha ideia do que era aquilo e de quantos tabus estavam envolvidos no ato de esfregar a perereca em algum lugar para sentir uma sensação boa. Eu apenas fazia porque era bom. Simples assim. Só alguns anos depois, talvez com uns 10 anos de idade, que me toquei (literalmente) que aquilo que eu fazia tinha nome: masturbação. Foi ali que começou toda a paranoia. Comecei a me sentir super culpada. Eu não sabia muito sobre o tema mas, se ninguém falava sobre ele, então devia ser muito errado. O fato de eu precisar fazer isso escondida também me dava indícios de que aquilo não era uma coisa normal. Eu devia mesmo ser uma pervertida. Mal sabia eu que além de mim, 90% das pessoas do mundo faziam aquilo, talvez com muito mais frequência do que eu. Minhas amigas provavelmente também andavam se esfregando escondidas pelas almofadas mas ninguém tinha coragem de falar sobre isso.

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Esse é só mais um exemplo de tabus que rondam o universo do sexo e que nos prejudicam demais. Viemos de uma cultura muito influenciada pelo machismo e também pela religião, e não é fácil apagar de um dia para o outro as marcas deixadas por séculos de repressão. Para você ter ideia, somente em 1966 os homens reconheceram a existência do clitóris. Antes disso, todo mundo ignorava esse órgão maravilhoso que contém nada mais nada menos do que 8 mil terminações nervosas e mais estruturas fibrosas do que qualquer parte do corpo humano. Ou seja, se a sociedade se recusava a reconhecer um órgão que todas as mulheres carregam no meio das pernas, que dirá dar abertura para falar sobre sexo? E como o sexo poderia não ser tabu num país onde a igreja com maior número de seguidores ainda não aceita o uso de preservativos e pílula anticoncepcional dentro do casamento? A sociedade parou no tempo em diversos assuntos e a sexualidade com certeza é um deles. Só que precisamos atualizar isso com urgência. Já passamos da época na qual as pessoas ainda acreditavam que masturbação fazia nascer pelos nas palmas das mãos ou causava infertilidade. Essas reflexões sobre o passado nos ajudam a entender porque as coisas ainda são como são no presente. Não é porque o passado foi tenebroso e castrador que deveremos continuar enxergando sexo com um tabu. As pessoas transam tanto quanto trocam de roupa. Precisamos entender de uma vez por todas que o passado ficou pra trás, que estamos vivendo um novo momento, que podemos nos expressar, que podemos realizar nossos desejos e que podemos sentir prazer sem sermos julgados. Chega de repressão. Chega do velho conceito de que “Mulheres precisam ter modos”. Modos?! Ah, parou né? Para mim, já basta o estoque de Modess na dispensa, pobres e coitados absorventes que irão habitar o meio das minhas pernas no período mais infernal do mês. Mulheres com modos são do tempo de nossas avós. E entre nós: que fiquem por lá, com as pernas cruzadas, presas ao seu aventalzinho, guardadas nas caixinhas de costura e esquentando a barriga no fogão. Como descendentes da geração que queimou sutiãs em praça pública, 21


temos que nos recusar a retroceder. A nos limitar a um sorrisinho amarelo quando o assunto é sexo. A conter toda a libido que ferve por sob a pele e desculpar-nos com um “já deu meia-noite, hoje não posso”, no melhor estilo Cinderela. A não revelar nossas fantasias por medo do que o outro vai pensar.

Ela não tem vergonha de ser quem é. Ela assume que se masturba quando fica sozinha em casa, assistindo a um pornô ou lembrando daquela última noite quente. Confessa que fica excitada com uma mordida na nuca, veja bem, excitada, e não arrepiada ou com cócegas. É aquela que surpreende o cara com um belo boquete matinal, no lugar de um simples ‘bom dia’. É aquela que fala sobre sexo com a naturalidade de quem fala sobre o último capítulo de Orange Is The New Black. É aquela que entende que um sexo memorável vai muito além de um corpinho bonito. Afinal, essa história de que “ser safada na cama” assusta os homens é um dos estigmas mais absurdos que existem nos dias de hoje. Já passou da hora de nós quebrarmos esse mito que tem atrapalhado a felicidade de tanta gente. 22


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Uma pesquisa recente revelou que 43% das mulheres preferem uma boa noite de sono a uma noite quente de sexo selvagem. Se esse número te deixou desolada, então espere só para saber que dos 57% restantes, 20% das mulheres entrevistadas não quiseram se manifestar a respeito! Esses números não saíram da minha cabeça, até que resolvi comentar sobre eles com minhas amigas num dos tradicionais encontros só-prameninas que fazemos de tempos em tempos. Achei que teria cúmplices para ficar tão chocada quanto eu com o resultado da pesquisa mas o resultado foi um tanto quanto decepcionante. Paula, que recentemente tinha comemorado cinco anos de casamento (e mais dois filhos no meio do caminho), foi a primeira a se pronunciar. “A gente não pode viver essa ilusão de que todo dia é dia de festa. Chega uma hora em que a gente não vai mais pra cama com aquele tesão. Tem o trabalho, tem os filhos, tem a pressão de cuidar do corpo. Não sobra energia! Chega o fim do dia e o que eu mais quero mesmo é me esparramar no sofá com um pedaço de pizza e só acordar no dia seguinte!”. Coincidência ou não, Paula estava vivendo uma fase bem complicada em seu relacionamento e vida pessoal. Alguns encontros atrás, ela já tinha revelado que a relação com seu marido andava mais fria do que uma Paleta Mexicana. Sua autoestima andava mais caída do que os peitos da minha avó, o laço entre ela e o marido parecia estar mais fraco do que alguém fazendo dieta do alface, e ela já estava se contentando com o fato de que ter uma vida sexual deliciosa era coisa de começo de relação. Então me peguei pensando sobre como o sexo impacta as nossas vidas. Tem gente que acha que o sexo é superestimado, mas isso acontece porque ele realmente influencia na nossa felicidade de formas que muitas vezes nem conseguimos perceber. O sexo é um grande professor e é capaz de nos ensinar lições valiosas do tipo:

> As mulheres são Deusas e isso se prova com a capacidade que todas elas têm de gozar quantas vezes quiserem. 24


> Para receber, é preciso dar (literalmente). Se você quer receber algo, precisa estar disposta a se esforçar para dar algo em troca. Gentileza gera gentileza. > Tudo que a gente quer aprender de verdade na vida precisa de muito treinamento. > As mulheres gostam tanto de sexo quanto os homens. Algumas delas apenas não descobriram isso. > Se você não sabe ter prazer sozinha é impossível querer que outra pessoa saiba como te dar prazer > Se você não se ama e se admira as outras pessoas vão concordar com você. > De perto ninguém é normal. > Muitas vezes dar prazer pode ser tão gratificante e gostoso quanto sentir prazer. > Teoria não basta. Só se aprende de verdade na prática. > As pessoas precisam de sexo, é algo instintivo. Se você não se esforçar para mandar bem, você automaticamente abre as portas para o outro querer buscar isso fora de casa. 25


> Atitude conta mais do que qualquer artifício comprado. > A história da química é verdadeira. Você entende isso quando encontra alguém que te faz arrepiar só de chegar perto. > Sexo aproxima as pessoas, mas também é capaz de separá-las. > Quando você descobre que é uma inesgotável fonte de prazer, você passa a se amar mais. Sem falar que sexo faz bem para a saúde: ele aumenta o nível de testosterona, que fortalece os ossos e músculos e também produz o colesterol bom para o nosso corpo. As endorfinas, analgésicas naturais produzidas pelo corpo, são liberadas durante a transa e são capazes de aliviar dores de cabeça, torcicolo, artrite dentre outras. Sem falar que um pouco antes do orgasmo libera-se um hormônio chamado desidroepiandrosterona, que melhora a inteligência e o sistema imunológico, fortifica os ossos e inibe o crescimento de tumores. Por isso, se você quiser passar a sua vida toda enxergando sexo como uma obrigação, tudo bem. Mas você precisa saber que existe um universo cheio de infinitas possibilidades de sentir e dar prazer. Se fechar para essas descobertas, significa deixar de aproveitar uma das maiores fontes de prazer que podemos ter aqui na Terra. Sexo vai muito além do encaixe de dois corpos. Ter uma vida sexual feliz significa gostar mais de si, significa se conhecer melhor e significa fortalecer o laço com a pessoa que você ama. Um casal que não transa não passa de bons amigos. E, pela nossa experiência de anos estudando o comportamento sexual do brasileiro, podemos afirmar com certeza: a falta de sexo nos relacionamentos é uma das grandes responsáveis por términos ou por relações infelizes. 26


Já vimos esse filme muitas vezes: a mulher no início se esforça no sexo, quer transar com bastante frequência, vira praticamente uma ninfomaníaca. Quando a relação se acomoda um pouco, ela passa a querer sexo menos vezes. A frequência antes era 5 vezes por semana, depois cai para 3, depois para 1 e quando se dão conta, o casal está transando 1 vez por mês. Nenhuma relação consegue se manter saudável com tão pouca conexão sexual. Se for pra ser assim, melhor serem amigos, não acha? Pelo menos vocês não precisam lidar com várias situações complexas que um relacionamento entre um casal envolve. E então o filme continua: a conexão sexual entre o casal vai ficando cada dia mais morna. O diálogo se torna difícil e sempre que o assunto surge, um dos dois dá um jeito de se esquivar. O tema vira um tabu entre os dois e o cara começa a pensar: “Eu a amo. Quero passar minha vida com ela. Mas poxa, se eu não posso fazer um sexo gostoso com a única mulher do mundo que escolhi pra caminhar junto nessa vida, o que eu vou fazer?” E então abrem-se as portas para traição. O homem se vê no dilema de amar uma mulher, mas não conseguir se satisfazer sexualmente com ela. Sobram somente três alternativas: ser um parceiro morno no sexo, cair fora ou trair. Não estamos sendo machistas aqui dizendo que somente os homens gostam de sexo ou algo do tipo. Mas na grande maioria dos relatos que ouvimos e estudamos, a mulher tende a precisar menos de sexo no seu dia-a-dia do que o homem. Ela geralmente se empolga bastante no início, mas quando a relação parece estar estabilizada, surgem outras prioridades. E é claro que isso tem uma explicação. Allan e Barbara Paese, explicam bem isso no livro Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?: “A entusiástica e impulsiva disposição masculina para o sexo tem uma finalidade clara: assegurar a continuidade da espécie humana. O homem precisa ser capaz de ter o máximo possível de orgasmos no mais curto espaço de tempo, antes que fosse atacado por predadores ou inimigos. Com o surgimento da monogamia, esse impulso biológico masculino passou a causar constantes problemas e é ainda hoje motivo de desentendimento entre os casais.” 27


Por que a natureza não fez a mulher uma ninfomaníaca? Por causa do grande período que ela necessita despender até que seu filho fique “autossuficiente” (nove meses de gestação, mais aproximadamente até os cinco anos quando já aprende a pedir as coisas). Entretanto, para alguns homens, ser pai é fazer o filho. O cérebro feminino é programado para encontrar um homem que se comprometa a dar assistência até que os filhos estejam criados. Isso se reflete nas qualidades que a mulher busca em um companheiro para um relacionamento estável.

E então, vai desperdiçar essa chance de fortalecer seu relacionamento, se amar mais, se conhecer melhor e, ainda por cima, ser mais saudável? Só depende de você!

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